5. Pontos introdutórios
● Somos um país desigual.
Somos um planeta
desigual. Somos
igualmente diferentes.
● Nunca vivemos algo
parecido com o que
estamos vivendo…
estamos em guerra e isso
muda tudo.
● Estimo ainda um longo
período de
distanciamento físico,
especialmente na
Educação.
■ Mais de 270 mil
mortos de COVID-19
no Brasil!
■ Quase 3 mil por dia!!!
Profª.
Drª.
Adriana
Rocha
Bruno
6. "... E quando a tempestade tiver passado, mal
te lembrarás de ter conseguido atravessá-la,
de ter conseguido sobreviver. Nem sequer
terás a certeza de a tormenta ter realmente
chegado ao fim. Mas uma coisa é certa.
Quando saíres da tempestade já não serás a
mesma pessoa. Só assim as tempestades
fazem sentido."
Haruki Murakami
7. COMPREENDO CULTURAS COMO
Um sistema, aberto e temporalmente delimitado, cuja plasticidade e dinâmica possibilitem as
alterações decorrentes e necessárias para se manter vivo e em processo.
Temos hoje não somente cultura localizada, situada e contextualizada, mas cultura plural,
múltipla, plástica e híbrida. Entender a cultura como híbrida potencializa a pluralização cultural.
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
8. O híbrido e suas múltiplas versões
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9. para os estudos da biologia, híbrido diz respeito
ao cruzamento de duas espécies distintas,
resultando seres cuja incompatibilidade genética
não permite, na maioria das vezes, sua
reprodução; são seres estéreis (BRUNO,
COUTO, 2019, p. 100).
Não se deseja associar a Educação a este tipo de
ideia sobre o híbrido, ou seja, não se deseja uma
educação estéril.
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
10. Híbrido como inovações disruptivas
Um híbrido é uma combinação da nova tecnologia
disruptiva com a antiga tecnologia, e representa uma
inovação sustentada em relação à tecnologia anterior.
Ex.: carros híbridos
(CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 2013, p. 2)
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
11. Quatro características de um híbrido (especialmente voltado à indústria e mercado):
1. Ele apresenta tanto a nova quanto a antiga tecnologia,
2. Ele busca atender aos clientes já existentes, em vez dos não-consumidores — ou
seja,
aqueles para os quais a alternativa ao uso da nova tecnologia seria não utilizar nada.
3. Ele procura ocupar o espaço da tecnologia pré-existente. (...) o híbrido precisa
realizar o trabalho pelo menos tão bem quanto o próprio produto anterior.
4. Seu uso tende a ser mais simples que o de uma inovação disruptiva
(CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 2013, p. 2)
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
12. O ensino híbrido tem sido definido como um programa
de educação formal que mescla momentos em que o
aluno estuda os conteúdos e as instruções usando
recursos on-line e outros em que o ensino ocorre em sala
de aula, podendo interagir com outros alunos e com o
professor (STAKER; HORN, 2012).
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
13. Mais comum:
● metodologia que combina a aprendizagem presencial e
remota
● uso de metodologias ativas ⇒ sala de aula invertida,
estações de trabalho [rotações por estações, laboratório
rotacional] (CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 2013, p.
3), projetos interativos etc
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
15. Mas… a
questão é mais
complexa do
que pode
parecer...
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
16. "as formas da sociedade são a substância da
cultura" (Geertz, 2008, p. 20)
Clifford Geertz - antropólogo estadunidense,
professor emérito da Universidade de Princeton,
em Nova Jérsei (1926-2006)
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
17. Geertz (2008) apresenta/tensiona duas ideias sobre a cultura como
mecanismo de controle:
- a cultura como um conjunto de mecanismos de controle —
planos, receitas, regras, instruções — para governar o
comportamento.
- o homem é precisamente o animal mais desesperadamente
dependente de tais mecanismos de controle.
🡺 somos ao mesmo tempo produtores e consumidores do
que nos aprisiona e do que poderia nos libertar.
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
18. "as formas híbridas de hoje não são necessariamente um
estágio no caminho para uma cultura global homogênea”
(BURKE, 2003, P. 115)
Nossa “opção pelo hibridismo como
possibilitador de sínteses imprevistas,
transculturais”.
Peter Burke é um
historiador inglês. 1937-
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
19. Canclini (1990, 1997) debate a hibridação das sociedades, das cidades e
dos monumentos por meio de movimentos em que coexistem o
velho e o novo, criando uma outra relação, um outro
território, uma outra urbanização
Néstor García Canclini é um
antropólogo argentino
contemporâneo. 1939-
Canclini (1997, p. 307), "A questão é entender
como a dinâmica própria do desenvolvimento
tecnológico remodela a sociedade, coincide com
movimentos sociais ou os contradiz".
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
20. Para H. Bhabha (1998, p. 22), o hibridismo é um movimento que vai além da simples
integração do velho com o novo, mas que "acolhe a diferença sem uma
hierarquia suposta ou imposta". O trabalho fronteiriço da cultura exige um
encontro com "o novo" que não seja parte do continuum entre passado e presente.
O híbrido como um “entre-
lugar” (Idem, p. 27)
Homi K. Bhabha é um estudioso inglês indiano
e teórico crítico. 1949-
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
21. Por isso, tratar o híbrido como junção de
espaços ou de tecnologias é, além de um
equívoco, uma limitação.
No caso da Educação híbrida, precisamos pensar
em mudanças mais profundas no pensar, no ser e
também no fazer educação.
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
22. É preciso compreender que existem múltiplas
culturas e hoje a Cultura Digital é uma das
que estão em maior evidência.
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
23. Pierre Lévy (1999, p. 32) afirma: “As tecnologias digitais surgiram, então, com a
infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de
organização e de transação, mas também, novo mercado da informação e do
conhecimento”.
CULTURA DIGITAL E CIBERCULTURA
Pierre Lévy é filósofo, sociólogo e
pesquisador em ciência da
informação e da comunicação e
estuda o impacto da Internet na
sociedade. 1956-
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
24. Para Edmea Santos (2005. p. 08), “A cibercultura é o
movimento sociotécnico-cultural que gesta suas práticas a
partir da convergência tecnológica da informática com as
telecomunicações que faz emergir uma pluralidade de
interfaces síncronas e assíncronas e uma multiplicidade de
novas mídias e linguagens que vem potencializando novas
formas de sociabilidade e, com isso, novos processos
educacionais, formativos e de aprendizagem baseados nos
conceitos de interatividade e hipertextualidade”.
Edméa Santos. Professora Titular-
Livre da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. 1972-
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
25. A cultura digital é considerada por diversos estudiosos (GERE, 2002, 2008; SANTANA; SILVEIRA,
2007; CASTELLS, 2009; CANEVACCI, 2013, 2015, dentre outros) como a cultura da
contemporaneidade
Seria mais preciso sugerir que a tecnologia
digital é um produto da cultura digital, do
que o contrário. Como aponta Gilles
Deleuze, "a máquina é sempre social antes
de ser técnica” (tradução livre). In: GERE,
2008, p. 17 – tradução nossa
Charlie Gere é um acadêmico
britânico que é professor de teoria e
história da mídia no Instituto de Artes
Contemporâneas Lancaster
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
26. Cultura digital evidencia a intensa relação com as mudanças de
pensamento, expressão, produção e consumo de informações e, claro,
os desdobramentos desses processos identificados na produção
cultural do Software Livre, das Licenças Livres e do uso tático das
mídias para atividades plurais.
Cultura Digital associada a a ubiquidade, o multivíduo e a
autorrepresentação Canevacci (2013, 2015) .
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
27. Bauman (2017) fala de
Retrotopia - uma volta ao
passado proporcionada
pelo medo do futuro… mas
não um passado vivido,
mas um passado não
experimentado, não vivido.
Inversão: A esperança está
no passado e a
desesperança no futuro. Zygmunt Bauman foi um sociólogo e
filósofo polonês. 1925-2017
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
28. as ideias e as tecnologias disruptivas nos mostram que definitivamente as únicas
certezas que podemos ter são: a) não há certeza alguma e b) nada é definitivo.
A ideia de disruptivo
disrupção (rompimento,
fratura)
A pluralização (EducaçõeS, DocênciaS, CulturaS etc) e o uso do E (no
lugar do OU) podem ser elementos que nos levem a ações que se
desdobram por meio das rupturas de ideias, de pensamentos, de
atitudes, relações e epistemologias, capilarizados por todos os setores
da vida humana. Temos, assim, CulturaS que são disruptivas, E ciber E
digitais.
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
29. As pesquisas desenvolvidas em meio a Cultura Digital são plurais. No
campo da Educação temos desde as relações com estudantes, docentes,
gestores, como as redes de aprendizagem, as redes sociais e seus
desdobramentos para a produção dos conhecimentos, as relações pelas
e com as telas, cibercidades, cibercultura, ciberfeminismos etc
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
30. Para Freire, o inédito-viável é a
coragem de colocar-se frente ao
velho e ao que parece impossível
e antever aí a possibilidade de
criação do novo.
⇒ situação limite ⇒ ato-limite
Conquistada por meio da Práxis
libertadora
Por isso, para encerrar, trago a ideia trazida por Freire: Inédito viável
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
31. •Os movimentos querer, refletir, agir auxiliam
na construção do inédito-viável como modos de
superação dos condicionamentos históricos que
o tornam momentaneamente inviável.
•
Portanto…
•
“além dessas situações e em contradição com
elas encontra-se algo não experimentado”
(FREIRE, 1979, p.30).
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
32. A cultura digital alterou sua forma de viver?
De que formas você compreende que a Cultura
digital altera(ra) a educação pós pandemia?
O que esperar pós pandemia?
O que estamos fazendo na Educação pode ser
compreendido como Educação híbrida?
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno
33. Referências
APPLE, Michael W. Ideologia e Currículo. Editora Brasiliense, 1979, São Paulo.
_____. Política Cultural e Educação. São Paulo: Editora Cortez, 2000.
BRUNO, Adriana R., COUTO, João L. P. Culturas contemporâneas: o digital e o ciber em relação. Revista educação e cultura
contemporânea. volume 16, número 43, 2019. Disponivel em
http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/view/5848/47965986 Acessado em 18/08/2020.
CHRISTENSEN, C.; HORN, M.; STAKER, H. Ensino híbrido: uma inovação disruptiva? Uma
introdução à teoria dos híbridos. 2013. Disponível em: <http://porvir.org/wp-content/uploads/2014/08/PT_Is-K-12-blended-
learning-disruptive-Final.pdf>
HARASIM, Linda. Educação Online e as Implicações da Inteligência Artificial. Revista da FAEEBA – Educação e
Contemporaneidade, Salvador, v. 24, n. 44, p. 25-39, jul./dez. 2015. Disponivel em
https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/1818. Acessado em 18/08/2020.
PIMENTEL, Mariano. Educação Online: aprenderensinar em rede. Informática na Educação Série de livros-texto da
CEIE/SBC. Disponível pelo endereço: https://informaticanaeducacao.uniriotec.br/2017/10/25/educacao-online-
aprenderensinar-em-rede/ Acessado em 18/07/2020.
SANTOS, Edméa. Educação online para além da EAD: um fenômeno da cibercultura. In. SILVA, Marco; PESCE, Lucila;
ZUIN, Antônio (orgs). Educação online: cenário, formação e questões didático-metodológicas. Rio de Janeiro: wak Ed., 2010.
SAUL, Ana Maria, SAUL, Alexandre. UMA TRAMA CONCEITUAL CENTRADA NO CURRÍCULO INSPIRADA NA
PEDAGOGIA DO OPRIMIDO. Disponivel em: https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/39550
VALENTE, J. A. A sala de aula invertida e a possibilidade do ensino personalizado: uma experiência com a graduação em
midialogia. IN. https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/132759983.pdf
34. •SITE - Adriana Bruno:
• https://sites.google.com/site/arbruno
•#RIA40tena - Rede Interinstitucional de
Ações
• https://ria40tena.wixsite.com/ria40tena
MUITO GRATA!
Profª. Drª. Adriana Rocha Bruno