O documento discute a gravidez na adolescência. Ele explica que apesar da disponibilidade de informações sobre contracepção, as taxas de gravidez entre adolescentes continuam altas. Fatores sociais, culturais e pessoais influenciam a ocorrência de gravidez precoce. É importante que adolescentes grávidas recebam apoio médico, familiar e psicológico.
1. Escola Básica de Padre José Rota Ano lectivo: 2010/2011
Gravidez
na
Adolescência
2. Escola Básica de Padre José Rota Ano lectivo: 2010/2011
Introdução
Neste trabalho falaremos da gravidez na adolescência.
Apesar de estarmos numa sociedade considerada “ moderna” cada vez mais
aumentam os números de mães adolescentes. Apesar de existirem também,
informações e métodos contraceptivos, continuam a haver problemas
desses na vida de um(a) jovem.
Iremos informar (-nos) sobre os vários factores que podem proporcionar
uma gravidez ou como evitá-la. Os pais e a escola têm um papel muito
importante na situação.
Se um adolescente tiver informação correcta desde cedo, esta situação pode
ser evitada.
Este trabalho foi realizado pelos seguintes alunos do 8º1:
-Ana Silva nº1
-Catarina Martins nº2
-Cátia Pereira nº4
-Marco Ribeiro nº12
3. Escola Básica de Padre José Rota Ano lectivo: 2010/2011
Gravidez na adolescência consiste na gravidez de uma adolescente.
Mundialmente, as taxas de gravidez na adolescência variam entre 143
para 1000 na África subsariana, a 2,9 para 1000 na Coreia do Sul.
Um factor fundamental para a gravidez está a ocorrência da menarca, que
ocorre próximo aos 12,5 anos, embora este valor varie. Tanto factores
sociais/culturais como pessoais, têm influência numa gravidez precoce. As
adolescentes grávidas enfrentam muitas das mesmas questões obstetrícias
que as das mulheres entre os 20 e 30 anos. Com isso, surge o problema da
maternidade ‘monoparental’ que apresenta uma particular incidência na
gravidez adolescente.
É importante que quando diagnosticada a gravidez a adolescente comece
as consultas de obstetrícia, receba apoio familiar e social, que tenha auxílio
e acompanhamento psicológico.
Adolescência é um período da vida do indivíduo difícil de definir, no qual
a pessoa ainda não é considerada um adulto nem uma criança.
O amadurecimento sexual do adolescente (que acontece rapidamente),
ocorre ao mesmo tempo que o amadurecimento emocional e intelectual.
Desta forma, começa a formação de valores de independência e curiosidade
com respeito a isso.
A adolescência é um período instável e de ‘altos e baixos’. A gravidez, por
seu lado, requer estabilidade emocional e monetária, e um senso de
responsabilidade criado pela experiência de vida.
Então como é possível, jovens adolescentes estarem preparadas para
cuidar de outro ser que requer tantos cuidados? Se o adolescente ainda se
encontra em “formação” da sua personalidade e ele próprio precisa de
ajuda e apoio, como poderá criar alguém que necessita ter apoio e
estabilidade?
Uma gravidez na adolescência provoca alterações na transformação que já
vem a ocorrer de forma natural, ou seja, implica um duplo esforço de
adaptação interna fisiológica e uma dupla movimentação de duas realidades
que convergem num único momento: estar grávida e ser adolescente!
Actualmente, tem-se verificado um aumento do número de mães
adolescentes, que dão à luz numa altura em que estão a desenvolver
algumas capacidades emocionais e cognitivas. Para além disso, estão numa
4. Escola Básica de Padre José Rota Ano lectivo: 2010/2011
fase de desfrutar novas experiências que existem neste período, próprio
para viver diversas circunstâncias e posteriormente entrar na fase adulta.
Adolescentes grávidas, sempre existiram, mas nem sempre lhes foi dada a
importância necessária. Actualmente, esta situação é muito frequente e
preocupante e é encarada como um problema de extrema importância.
A adolescente e o seu filho são particularmente vulneráveis aos riscos
inerentes à gravidez e maternidade, devido às alterações que ocorrem nesta
fase etária.
É importante apoiar as mães adolescentes, porque estas ultrapassam
dificuldades que são um factor de risco no desenvolvimento biológico,
psicológico, físico e cognitivo dos seus filhos.
Se no passado as estratégias de educação sexual focalizavam-se na
anatomia e fisiologia do sistema reprodutor, e em ensinar comportamentos
típicos da vida familiar, actualmente a educação sexual deve abordar os
problemas da sexualidade humana sentidos pelos adolescentes.
A Educação Sexual deve começar em casa, passar pela escola e estender-se
aos profissionais de saúde. É de extrema importância ter uma boa educação
sexual, porque a actividade sexual na adolescência vem-se iniciando cada
vez mais precocemente, com consequências indesejáveis como o aumento
das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e gravidez que, por sua
vez, pode terminar em aborto com todas as consequências.
A escola possui um papel fundamental relacionado com o ensinar o
adolescente a conhecer o seu corpo. Os programas de educação sexual,
transmitidos pelas escolas, funcionando de modo adequado, poderão vir a
desempenhar um papel insubstituível. Os programas devem ser alargados
aos pais que, na sua maioria, não se encontram preparados para tratar desta
questão com os filhos.
É cada vez mais importante que os jovens sejam orientados na família, que
possam fazer perguntas, aconselharem-se quanto à escolha do melhor
método contraceptivo. É importante que falem e sejam ouvidos!
Antes de haver gravidez, as consultas de planeamento familiar têm um
papel primordial na sua prevenção. Em caso de gravidez, a adolescente
deve ser encaminhada para as consultas de saúde materna.
A gravidez na adolescência é sempre uma situação que motiva angústias e
incertezas. Contudo, a adolescente demonstra a maior parte das vezes
orgulho em ter o filho, pretendendo assim levar a gravidez até ao fim. Esta
5. Escola Básica de Padre José Rota Ano lectivo: 2010/2011
gravidez pode ser um marco de mudanças quer dos seus comportamentos,
quer das suas atitudes.
Não tem sido tarefa fácil explicar a causa de existir tantas adolescentes
grávidas, e o seu crescente número a cada ano. De um lado, alguns
profissionais apontam para a falta de informação, do outro, a questão
centra-se numa busca pela identidade por parte dos adolescentes. Cabe o
estudo e a reflexão acerca das várias possibilidades que levam à gravidez
na adolescência.
Os pais têm um importante papel no assunto.
Pais que são autoritários, os quais tendem à repressão dos desacordos,
porém não podem exterminá-los, e os filhos adolescentes provavelmente
acabam por ser menos seguros, pensando e agindo pouco por si próprios.
Pais negligentes ou permissivos que não oferecem o tipo de ajuda que o
adolescente precisa; permitem que seus filhos percam o rumo, não lhes
oferecendo modelos de um comportamento adulto responsável. Outra
situação, como lares com pais divorciados, pode levar um adolescente a
procurar companhia num filho, por não ter tido uma boa infância,
indicando, mais um item na lista dos agentes que fomentam este
acontecimento que vem crescendo na nossa época. Cabe aos pais a
preparação sobre as mudanças no corpo e o ensinamento para lidar com a
questão sexual, usando de honestidade e preocupando-se em transmitir
valores, além das regras.
Apesar dos adolescentes possuírem conhecimento, acabam por manter um
relacionamento sexual sem tomar os cuidados necessários e assim, como
que numa “lotaria”, engravidam inesperadamente. Algumas pesquisas
realizadas mostram que o aumento do crescente número de gravidez na
adolescência não é a desinformação.
Os pais precisam preparar-se com conhecimento a respeito do assunto,
trabalhar melhor a sua participação em assuntos “delicados” e, acompanhar
equilibradamente a vida de seus filhos.
Outro ponto reforça a estatística sobre gravidez na adolescência, estudos
feitos no Brasil (1996), indicaram que catorze por cento das adolescentes
nesta faixa etária já tinham um filho, no mínimo.
Sabemos o quanto é importante passar por todas as fases naturais que a
vida oferece, como a infância, a adolescência, a fase jovem, adulta e a
velhice, períodos onde desenvolvemos estruturas que se auxiliam uma após
a outra. Relatos sobre a “criança de hoje” afirmam que são bastante
6. Escola Básica de Padre José Rota Ano lectivo: 2010/2011
precoces nas questões da sexualidade, por meio de sua curiosidade em
querer conhecer como se formam os bebés e como ocorre a intimidade
sexual. Há muitos casos onde as crianças com idade a partir de seis anos,
que já desejam olhar revistas de mulheres nuas. Nesta esfera encontra-se a
liberação sexual vivida actualmente, a qual contribui para o aumento do
número de adolescentes grávidas. Apesar da nossa sociedade ser encarada
“moderna”, ainda é cheia de ’tabus’ e preconceitos. Aumentar a frequência
de informações dentro das escolas, através das aulas é uma boa forma
colaboradora, até que este assunto se incorpore definitivamente na nossa
cultura.
A televisão mantém um papel importante. Se nos seus diversos horários,
inclusive os de horário nobre, transmite cenas de erotismo e sensualidade,
pudesse também apresentar cenas de prevenção e cuidados a este respeito,
em boa dose e intensidade, não apenas em alguns momentos especiais,
aumentando consequentemente, o estímulo a esta prática fundamental de
prevenção, que se dá muito por meio da vontade, com certeza haveria
menos adolescentes grávidas.
Várias adolescentes que engravidaram, e alegaram que mesmo tendo
conhecimento sobre o tema, não sabiam explicar o fato de não terem se
prevenido, deixando o momento da relação aos cuidados da sorte. Isto
deve-se ao facto de não terem um senso de responsabilidade e consciência
dos problemas quanto a isso. Estimular a reflexão e trazer maior
consciência, pode ser feito por profissionais que actuam na área social e da
saúde; por uma parcela da população que já se encontra com boa
experiência de vida e abre espaço para discuti-las; professores que
desenvolvem dinâmicas de grupos, e oferecem um canal aberto para uma
conversa de linguagem fácil e objectiva, por meio dos seus centros
comunitários, dos bairros onde moram ou pelas escolas.