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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 22 - Número 2 - 2º Semestre 2022
MANEJO NEONATAL DE PEQUENOS RUMINANTES NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE
VIDA: UMA REVISÃO
Isla Viviane dos Anjos Santos1
; Carla Maria Vela Ulian2
; Francisca Elda Ferreira Dias3
; Cleidson Manoel Gomes da
Silva4
; Tânia Vasconcelos Cavalcante5
; Mabel Freitas Cordeiro6
RESUMO
A produção de pequenos ruminantes é uma atividade de grande importância econômico-social,
apresentando notório crescimento nacional e internacional. Contudo, a produtividade ainda precisa
ser melhorada, especialmente na Região Nordeste do Brasil, que é a maior produtora tanto de caprinos
quanto de ovinos. Um dos índices a ser melhorado é a redução da mortalidade neonatal. Portanto, o
manejo neonatal de caprinos e ovinos, especialmente nas primeiras horas de vida, período de maior
vulnerabilidade, precisa ser melhorado. Nesse período, o neonato precisa adaptar-se ao meio externo,
devido as mudanças fisiológicas, metabólicas e anatômicas, para estabelecer a sua sobrevivência. Em
condições de fazenda, por vezes neonatos caprinos e ovinos não recebem assistência adequada logo
nas primeiras horas de vida, tais como: limpeza e desobstrução das vias respiratórias, avaliação do
Escore de Apgar, ingestão adequada de colostro e cura do umbigo. Essas medidas, dentre outras, são
determinantes para reduzir as taxas de morbidade e mortalidade em rebanhos de pequenos
ruminantes.
Palavras-chave: Colosto, Imunidade, Caprino, Ovino, Umbigo, Termorregulação.
NEONATAL MANAGEMENT OF SMALL RUMINANTS IN THE FIRST 24 HOURS OF
LIFE: A REVIEW
ABSTRACT
The production of small ruminants is an activity of great economic and social importance, showing
remarkable national and international growth. However, productivity still needs to be improved,
especially in the Northeast Region of Brazil, which is the largest producer of both goats and sheep.
One of the indices to be improved is the reduction of neonatal mortality. Therefore, the neonatal
management of goats and sheep, especially in the first hours of life, the period of greatest
vulnerability, needs to be improved. During this period, the neonate needs to adapt to the external
environment, due to physiological, metabolic and anatomical changes, to establish its survival. Under
farm conditions, newborn goats and sheep sometimes need adequate assistance in the first hours of
life, such as: cleaning and clearing the airways, assessing the Apgar score, adequate colostrum intake
and curing the navel. These measures, among others, are crucial to reduce morbidity and mortality
rates in herds of small ruminants.
Keywords: Colostrum, Immunity, Goat, Sheep, Belly button, Thermoregulation.
62
INTRODUÇÃO
A cadeia produtiva da caprinovinocultura
representa uma das principais atividades de
importância social e econômica no Brasil. No
período de 2006 a 2017 a criação de caprinos
expandiu em 18,38% (PINTO, 2019). O rápido
crescimento da exploração de pequenos
ruminantes está transformando o cenário dos
sistemas produtivos no país (BORGES et al.,
2019). O rebanho de caprinos e ovinos no
território brasileiro expandiu-se no ano de 2020,
totalizando 12.101.298 cabeças de caprinos e
20.628.699 cabeças de ovinos (IBGE, 2020).
Assim, a caprinovinocultura desempenha
importante papel socioeconômico para os
produtores brasileiros, proporcionando renda
econômica direta, fonte alimentar e obtenção de
produtos de alta qualidade e com elevado valor
biológico (COSTA et al., 2010).
O Nordeste, consolidado como a maior
região produtora de caprinos e ovinos, é capaz de
gerar renda e produzir alimentos para os
pequenos agricultores de base familiar. Contudo,
a mortalidade neonatal em pequenos ruminantes
reflete em prejuízos econômicos para esse
sistema de criação (RODRIGUES, 2008). No
Brasil, mais especificamente no Rio Grande do
Sul, estima-se que em consequência das doenças
perinatais, morram de 15% a 40% dos cordeiros
nascidos (RIET-CORREA et al., 2022),
mostrando-se a importância de estudos
relacionados a neonatologia. A neonatologia na
Medicina Veterinária, mostra-se como área de
recente especialização e diversos estudos
relativos à fisiologia e à assistência neonatal, e
vêm sendo cada vez mais explorada,
principalmente quando aplicada a animais de
produção (FEITOSA, 2020). O período neonatal,
referente aos primeiros trinta dias de idade do
animal e é tido como o período de transição mais
dramático que o neonato enfrenta, devido aos
possíveis traumas e estresses do parto o que pode
levar até a morte do animal (VANNUCCHI et al.,
2012).
A mortalidade neonatal é geralmente
causada por hipotermia, hipoglicemia, falhas na
assistência ao parto (distocia), insuficiência
respiratória, ambiente desfavorável,
enfermidades infecciosas e parasitárias, falha na
transferência de imunidade passiva, bem como
falha na cura do umbigo (NÓBREGA JUNIOR,
2005).
Muitos desses problemas podem ser
evitados com o manejo adequado tanto da fêmea
como do neonato nas primeiras 24 horas de vida.
Tais cuidados podem reduzir significativamente
a ocorrência de doenças, assim como a
mortalidade, além de possibilitar o
desenvolvimento dos animais no período
neonatal e minimizar as perdas econômicas do
criador (SPADETTO; TAVELA, 2013).
A presente revisão de literatura visa
fornecer uma melhor compreensão sobre
diversos aspectos à relacionados a neonatologia
de pequenos ruminantes, incluindo os principais
cuidados com ovelhas e cabras no periparto,
manejo do colostro, com ênfase na fisiologia do
neonato e principais cuidados neonatais.
PRINCIPAIS CUIDADOS COM CABRAS E
OVELHAS NO PERIPARTO
O periparto é o período compreendido
entre o terço final da gestação e o início da
lactação. Sendo o terço final da gestação,
referente aos últimos 30 dias, período em que
ocorre o maior desenvolvimento fetal e a
produção do colostro (FERREIRA, 2009). Nesse
período, as mudanças físicas e metabólicas fazem
as fêmeas ruminantes diminuírem sua ingestão
de alimento, devido a compressão que o
crescimento do útero exerce sobre o rúmen, e
aumentam as exigências nutricionais devido ao
crescimento exponencial do feto e ao avanço da
lactação (ROGÉRIO et al., 2011; OLIVEIRA et
al., 2013).
Nessas condições, a alimentação deve
atender suas exigências nutricionais, fornecendo
as quantidades adequadas de volumoso e
concentrado para manter um escore de condição
corporal de entre 2,75 e 3,5, além de água de boa
qualidade e sal mineral a vontade nos cochos,
assegurando uma parição sadia e uma boa
lactação (MACHADO et al., 2008; PUGH et al.,
2020). Uma dieta inadequada compromete em
baixa produção e qualidade de colostro, assim
como em neonatos de baixo peso, com diminuída
reserva energética e maior suscetibilidade a
morbidade e mortalidade perinatal,
principalmente em casos de prenhez múltipla
(BATISTA, 2011).
Durante toda a gestação deve-se ter
cuidados especiais com as fêmeas, separando o
lote das fêmeas prenhes. Para evitar agitação,
elas devem ser colocadas em um piquete limpo,
seco, protegido de frio e de ventos intensos, e que
sejam próximos ao centro de manejo para
permitir um melhor acompanhamento.
Recomenda-se também a avaliação das glândulas
mamárias das matrizes, afim de garantir que as
crias possam amamentar e que não haja lesões no
teto e no úbere (PUGH et al., 2020).
Além disso, as matrizes devem ser
desverminadas e vacinadas contra clostridioses
entre 3 e 4 semanas antes do parto e durante toda
a gestação devem ser realizados os cuidados pré-
natais adequados para acompanhamento do
desenvolvimento do feto (ALBUQUERQUE et
al., 2007).
MANEJO DO COLOSTRO
O colostro consiste no primeiro líquido
produzido pelas glândulas mamárias dos
mamíferos ao final da gestação e início da
lactação, de cor mais amarelada e de maior
viscosidade que o leite e é produzido a partir de
elementos do sangue da fêmea (COSTA et al.,
2019). O colostro é um alimento muito nutritivo,
com alta concentração de proteínas, minerais,
vitaminas, gorduras, lactose, fatores de
crescimento, enzimas, além de estimular
atividade muscular e o controle térmico
(SPADETTO; TAVELA, 2013; COSTA et al.,
2019). Possui efeito laxativo sobre a motilidade
do intestino dos neonatos, que irá estimular a
liberação do mecônio (secreção amarela que é
acumulada no intestino da cria durante a
gestação) e, assim, se inicia o correto
funcionamento do trato gastrointestinal após o
nascimento (RIBEIRO, 1998).
Suas características físico-químicas,
fisiológicas e bioquímicas permanecem por
aproximadamente 2 a 3 dias após o parto, e
posteriormente ocorre alterações na composição
do colostro para o leite normal (RACHMAN et
al., 2015). Por outro lado, de acordo com
Sánchez-Macías et al. (2014), o colostro é a
excreção mamaria obtida até o quinto dia pós-
parto em cabras. Essa divergência no período de
produção do colostro, é devido à grande variação
de macronutrientes entre diferentes tipos de raça,
com isso, os autores empregam o período de
produção de colostro com duração distintas em
seus estudos (COSTA et al., 2019).
Os ruminantes possuem maior
susceptibilidade a infecções, devido a sua
placenta ser do tipo sinepiteliocorial (SIMÕES et
al., 2005). Os recém-nascidos desta espécie,
nascem hipo ou agamaglobulinêmicos, ou seja,
não possuem imunoglobulinas (SOUZA et al.,
2014). Uma vez que a placenta dos ruminantes
possui cinco a seis membranas teciduais, a
passagem transplacentária de anticorpos fica
impedida, o que justifica a dependência da
ingestão de colostro para a aquisição de
anticorpos (LIMA, 2011).
O colostro é formado com a transferência
de imunoglobulinas da circulação materna para
secreção mamária no final da gestação em torno
de cinco semanas antes do parto e finaliza devido
à ação da prolactina logo após o parto. Os
anticorpos adquiridos de forma passiva protegem
os cabritos e os cordeiros até as primeiras seis
semanas de vida, quando, a partir de então, o
estabelecimento da imunidade ativa passa a ser
de grande relevância (YANAKA, 2009;
BATISTA, 2011).
A aquisição de anticorpos, que protegerá
os neonatos de infecções, dependerá da ingestão
adequada de colostro, processo que é
denominado Aquisição de Imunidade Passiva ou
Transferência de Imunidade Passiva (TIP). No
manejo do período neonatal, a ingestão do
colostro representa uma das mais importantes
recomendações dentro do conjunto de medidas
sanitárias do rebanho (SIMÕES et al., 2005;
YANAKA, 2009). No caso de ocorrer Falha de
Transferência de Imunidade Passiva (FTIP) e
interferências na ingestão de colostro, o neonato
ficará suscetível às infecções, entre elas se
destacam as causadoras de diarreias,
broncopneumonias e as onfalopatias
(TORQUATO, 2018).
A FTIP caracteriza-se por um déficit de
imunoglobulinas séricas nos cabritos após se dar
a “oclusão” intestinal (COELHO, 2016).
Segundo Nunes (2006), a Falha de Transferência
de Imunidade Passiva em cordeiros mestiços da
raça Santa Inês, é quando atinge níveis séricos de
IgG abaixo de 500 mg/dL, níveis entre 500 e
1500 mg/dL indica falha parcial e a tranferênci
de imunidade passiva é considerada completa
quando os níveis estão acima de 1500 mg/dL.
Além disso, a mensuração da atividade da
enzima gama glutamil transferase (GGT),
betaglobulina e gamaglobulina, bem como das
concentrações séricas de proteína total (PT),
além da estimativa da IgG por meio da turvação
pelo sulfato de zinco, são testes que podem ser
utilizados para o diagnóstico de animais
acometidos por FTIP (FEITOSA et al., 2001;
NUNES, 2016).
Em algumas ocasiões, o colostro da
matriz não se encontra disponível para
alimentação do neonato, como em casos de
mastite, morte da matriz e Síndrome Artrite
Encefalite Caprina - CAE (SILVA et al., 2005).
A Síndrome CAE está relacionada à
contaminação do rebanho, cujo colostro e o leite
são considerados os principais transmissores,
ocasionando morbidade de cabritos. Assim, os
neonatos devem ser distanciados de suas mães
imediatamente após o nascimento, evitando
qualquer tipo de contato direto com a mãe, bem
como remoção de fluidos fetais e quaisquer tipos
de resquícios (INÁCIO, 2022). Como medida
alternativa costuma-se utilizar colostro de vaca,
ou o colostro de cabra aquecido a 56°C durante
60 minutos, ou mesmo pasteurizado (SILVA et
al., 2001).
O uso do banco de colostro congelado,
em algumas propriedades, faz-se necessário para
suprir a deficiência na produção. O ideal é que
seja de qualidade intermediária a alta, visto que
possui qualidade superior de anticorpos
(LAKOSKI; ALBUQUERQUE, 2010).
O congelamento do colostro é um método
de conservação que retarda o crescimento
bacteriano, o que permite um maior
acondicionamento do produto (TEIXEIRA et al.,
2017). O armazenamento deve ser em porções
individuais de 250 a 500mL para evitar perdas,
na geladeira a 4ºC por até sete dias ou congelado
no freezer à temperatura de -15ºC a -20ºC por até
um ano (SILVA, 2002).
Para descongelar o colostro deve-se usar
banho maria, a temperatura de 45º a 50°C, é
importante que não ultrapasse, pois pode
provocar a desnaturação térmica das proteínas e,
após a utilização, não se deve congelar
novamente o colostro (CAIXETA; CARMO,
2020). Quanto ao fornecimento, o colostro não
deve ser fornecido muito quente, sendo a
temperatura recomendada de aproximadamente
37ºC (FELICIANO et al., 2020). A sobra do
colostro poderá ser utilizada para alimentar
cabritos e cordeiros diluindo-se em leite de
transição, pois mesmo sem absorção das
imunoglobulinas, oferece os demais
componentes úteis.
Avaliação da qualidade do colostro
O principal aspecto a ser considerado na
determinação da qualidade é a concentração de
imunoglobulinas presentes no colostro. Uma vez
que a sua quantidade de imunoglobulinas está
relacionada com a escala Brix, que pode ser
avaliada através da técnica de refratometria
digital ou analógica (SOARES, 2020).
O uso da refratometria como indicador
para a qualidade do colostro de pequenos
ruminantes é amplamente utilizada e segue os
seguintes parâmetros: valores de Brix iguais ou
superiores a 22% são considerados colostros de
boa qualidade e colostros com Brix superior a
30% são considerados de excelente qualidade. Os
testes com Brix podem ser realizados
confiavelmente tanto com amostras frescas ou
após processo de congelamento e
descongelamento do colostro. No colostro, a
FTIP também é diagnosticada ao observar
concentrações de IgG abaixo de 670 mg/dL, ao
passo que em uma transmissão de sucesso
encontra-se valores de IgG superiores a 900
mg/dL (NUNES, 2016).
Esse é um método de baixo custo, com
tempo de resposta rápido e que necessita o
mínimo de equipamento e treinamento, podendo
ser utilizada na fazenda para avaliação da
qualidade de colostro e para decidir sobre o
fornecimento ou armazenamento em um banco
(VAZ; HOLANDA, 2019).
FISIOLOGIA DO NEONATO
Os cuidados com os animais começam
desde o período pré-parto, caracterizado pelos
últimos 50 dias de gestação até os 30° dia de
idade (fase neonatal). A neonatologia pode ser
definida como a ciência responsável pelo estudo
concernente aos recém-nascidos (GOMES et al.,
2021). Esse é tido como o período mais crítico
para os neonatos, onde estão particularmente
vulneráveis a doenças e mortalidade,
especialmente durante a primeira semana de
vida. Isso se deve ao fato de que em um intervalo
muito curto de tempo, o neonato precisa assumir
controle de suas trocas gasosas, eliminar seus
próprios excrementos, controlar a sua
temperatura e seu fluxo sanguíneo e, ainda,
procurar por comida (PRESTES; LANDIM-
ALVARENGA, 2017).
O período neonatal é uma fase decisiva
para a sobrevivência dos pequenos ruminantes,
devido ao seu sistema imunológico estar em
desenvolvimento, precisando adaptar-se ao
ambiente extrauterino e a várias mudanças
fisiológicas. A taxa de mortalidade ovina
neonatal é superior a 15%, o que representa um
grande desafio para a produção de pequenos
ruminantes no Brasil (VANNUCCHI et al.,
2012; DWYER et al., 2016).
Muitos são os fatores que atuam
favorecendo a elevada taxa de mortalidade dos
neonatos, dentre os quais destacam-se: a reduzida
capacidade funcional dos órgãos dos recém-
nascidos, risco de incidência de doenças
infectocontagiosas, como diarreia e pneumonia.
Em alguns casos, estes problemas têm origem em
falhas de manejo, particularmente, na cura de
umbigo e na primeira oferta de colostro (SILVA,
2015).
Os recém-nascidos passam por grandes
mudanças fisiológicas, devido a sua adaptação ao
meio extrauterino ou transição feto-neonatal.
Esse período é muito complexo e abrange
modificações funcionais em todos os seus órgãos
e sistemas, o que requer uma maturidade para
manter a homeotermia e também a capacidade de
mamar o colostro para obtenção da imunidade e
substrato energético para a termorregulação.
Contudo, ele também deve conseguir uma
expansão pulmonar para efetuar as trocas gasosas
e se adaptar metabolicamente à vida extrauterina
(TEIXEIRA et al., 2007; FEITOSA, 2020;
GOMES et al., 2021).
Sistema cardiorrespiratório
O coração do feto sofre diversas
modificações para formar os vasos sanguíneos
principais, a aorta e as artérias pulmonares, para
assim transformar-se no órgão central que irá
bombear o sangue por meio de contrações
rítmicas para todo o organismo. Nessa fase,
somente uma pequena quantidade do sangue que
retorna ao coração irá passar pelos pulmões
(ULIAN et al., 2018).
O coração é um órgão cônico,
posicionado assimetricamente dentro do tórax,
onde a sua maior parte, cerca de 60% é localizado
à esquerda do plano mediano, projetado na
parede do tórax, onde irá se estender entre o
terceiro e sexto espaço intercostal (DYCE et al.,
2010). A oxigenação do sangue será por
intermédio da placenta e que retornará pela veia
cava caudal, onde irá atingir o átrio direito (AD)
dividindo assim o volume entre o ventrículo
direito (VD) e o átrio esquerdo (AD) através do
forame oval (ULIAN et al., 2018).
Ao final da gestação, observam-se
alterações bioquímicas, morfológicas e
fisiológicas dos pulmões fetais, relacionadas ao
aumento da produção de surfactante, na
preparação da vida extrauterina. Sendo os
pneumócitos tipo II que produzem quantidades
suficientes de surfactantes, e que serão
responsáveis pela estabilidade alveolar após o
nascimento. O surfactante irá reduzir a tensão
superficial para permitir a expansão alveolar
quando iniciar a respiração. Em ovinos o sistema
de produção está completo entre 125º e 130º dia
de gestação (MESCHER et al., 1975; REBELLO
et al., 2002; FREDDI et al., 2003; BAPTISTA,
2016). Contudo, pode ocasionar a síndrome da
angústia respiratória do recém-nascido, que está
associada a imaturidade dessa característica de
desenvolvimento (DYCE et al., 2010).
O desenvolvimento dos pulmões no
período pré-natal, envolve a maturação do
sistema surfactante, a diminuição da espessura da
barreira capilar alveolar, diminuição na
permeabilidade alveolar epitelial e a maturação
da parede torácica (SMITH, 2006; BAPTISTA,
2016). A síntese de surfactante, é influenciado
pelos níveis de glicocorticoides que estão
envolvidos nos processos metabólicos. Durante
os primeiros dois dias de vida, essas quantidades
asseguram níveis adequados de glicose, que são
necessários para os processos regulatórios
essenciais para manter a temperatura corporal
elevada no recém-nascido. Ao seu nascimento,
os pulmões deverão estar adequadamente
desenvolvidos. Assim, ocorrerá uma redução do
fluido intersticial pulmonar, o que facilitará a
entrada do ar, contribuindo para a queda da
resistência vascular pulmonar (MOREIRA et al.,
2004; PICCIONE et al., 2007).
O neonato passará por várias mudanças
fisiológicas durante o primeiro mês de vida,
ocorrendo a fase aguda de adaptação circulatória
e respiratória nos recém-nascidos (KOETHER et
al., 2016). Feliciano et al. (2020), afirmam que o
início da respiração espontânea está diretamente
associado aos estímulos térmicos e táteis
relacionados ao contato mãe-neonato,
evidenciando a importância de permitir essa
relação imediatamente após o parto sem
intervenção humana.
O primeiro movimento respiratório dos
pequenos ruminantes é procedido normalmente
de uma inspiração profunda, a qual é necessária
para forçar o ar para dentro dos pulmões,
seguidos por berros sucessivos decorrentes do
desconforto gerada pela dilatação dos pulmões.
Sendo possível na auscultação detectar sopro
cardíaco suave no início da sístole, considerado
fisiológico caso não esteja associado a nenhum
defeito congênito. Entretanto, o ritmo
predominante será o sinusal, com pequenas
alterações devido ao ciclo respiratório
(PRESTES; LANDIM-ALVARENGA, 2017;
ULIAN et al., 2018; FELICIANO et al., 2020).
Sistema gastrointestinal
Os pequenos ruminantes possuem um
sistema digestivo com características bem
definidas. Entretanto, o recém-nascido é
considerado um pré-ruminante, por não
apresentar os pré-estômagos (rúmen, retículo e
omaso) bem desenvolvidos como um ruminante
adulto, sendo pequenos e afuncionais. Ao nascer,
o alimento básico será o leite, onde terá uma
atividade gástrica digestiva exercida pelo
abomaso, e do ponto de vista nutricional, é
considerada a fase mais crítica do animal
(ITAVO et al., 2007).
O estômago dos ruminantes será dividido
em quatro compartimentos, sendo estes o rúmen,
retículo, omaso e abomaso, pelas quais o
alimento passa sucessivamente. Nos caprinos e
ovinos adultos, as proporções de capacidade são
de 75% o rúmen, 8% o retículo, 4% o omaso e
13% no abomaso. No neonato o abomaso é
predominante, é a câmara mais vigorosa e
notável devido ao seu tamanho, o qual
ultrapassará a capacidade combinada das outras
câmaras, e também pelo grau de maturidade
estrutural que irá atingir. O rúmen e o retículo do
recém-nascido são muito pequenos, e estarão
confinados ao canto dorsal esquerdo e cranial do
abdome, geralmente enrugados e colapsados. O
omaso se encontrará com desenvolvimento mais
retardado, formando uma ponte relativamente
entre o retículo e o fundo abomasal (DYCE et al.,
2010).
O desenvolvimento dos pré-estômagos de
ruminantes é dividido em três fases: pré-
ruminantes: 0-3 semanas de idade, transição: 3-8
semanas de idade, e ruminante funcional: a partir
de 8 semanas. Esse período é devido ao habito
alimentar, quando o cabrito ou cordeiro deixará
de se alimentar exclusivamente de leite e passará
a ingerir alimentos sólidos, o que irá contribuir
para o desenvolvimento do rúmen, para o
surgimento da microbiota e formação das papilas
no rúmen (LIMA et al., 2013).
Ao primeiro dia de vida, o abomaso não
secreta ácido nem pepsinogênio, e a mucosa
abomasal não estará totalmente madura no início,
sendo necessários alguns dias para que as
glândulas fúndicas se tornem totalmente ativas, o
que permitirá a absorção de anticorpos
inalterados a partir do colostro (DYCE et al.,
2010). O leite ao passar pela faringe, estimulará
os quimiorreptores com vias aferentes do nervo
glossofaríngeo.
Assim, o impulso sensorial será integrado
na medula oblonga e o impulso eferente vagal
provocará o fechamento do suco reticular e
relaxamento do orifício retículo-omasal e canal
omasal. A contração do sulco reticular irá
produzir um tubo temporário (goteira esofágica)
que conectará os orifícios da cárdia e do retículo
omasal, onde o leite será desviado do rúmen-
retículo e até o abomaso onde sofrerá digestão
enzimática (LIMA et al., 2013).
Adaptação hepática e renal
O fígado estará alojado quase totalmente
na metade direita do abdome, relacionado com a
face caudal do diafragma e sob cobertura das
costelas. À medida que o rúmen e o retículo
aumentam em tamanho, o fígado é pressionado
para a direita e dorsalmente, rotacionando de
forma que seu lobo esquerdo passa a se alojar
cranioventral ao direito, fora do alcance do
abomaso. Os intestinos são simultaneamente
empurrados para fora do flanco esquerdo e se
tornam confinados para o lado direito; a
expansão do saco ruminal dorsal também desloca
o rim esquerdo, impelindo-o através da linha
mediana até que ele passe a se posicionar abaixo
e caudalmente ao seu par (DYCE et al., 2010).
Após a ruptura do cordão umbilical, os
rins irão assumir a função excretória e de
controle do balanço hidroeletrolítico, elevando
gradativamente o fluxo sanguíneo renal e a taxa
de filtração glomerular durante a primeira
semana de vida (SOUZA et al., 2014).
Termorregulação
No período pós-natal imediato, a
temperatura corporal do neonato diminui
rapidamente em relação à da mãe, em virtude da
grande área de superfície corporal em relação à
sua massa, da evaporação do líquido amniótico e
das limitadas reservas calóricas (FELICIANO et
al., 2020). A matriz desempenha um papel muito
importante na redução da perda de calor, ao
lamber a sua cria, irá aquecê-lo e assim diminuir
o risco de hipotermia (EALES et al., 2004).
As reservas energéticas do cabrito e
cordeiro, que os mantêm vivos por um período de
aproximadamente oito horas, são oriundas do
tecido adiposo marrom. O tecido adiposo
marrom fica localizado nas regiões
interescapulares e peri-renais e é composto de
uma maior quantia de mitocôndrias, vasos
sanguíneos e gotas lipídicas multifocais, que os
diferencia do tecido adiposo branco, esse tecido
retrata somente 2 a 4,5% do peso corporal de
cordeiros neonatos (GOMES et al., 2021). Com
a ingestão do colostro, a energia necessária será
obtida, portanto, torna-se indispensável que o
neonato mame o mais cedo possível após o parto,
auxiliando na manutenção da temperatura
corporal (DIAS, 2018).
A sobrevivência neonatal está
diretamente relacionada com a termogênese,
devido a redução da temperatura corporal que
ocorre como resultado da passagem do ambiente
uterino para o ambiente externo. A termogênese
é controlada pela metabolização do tecido
adiposo marrom, havendo uma variação na
temperatura retal durante as primeiras horas após
o nascimento, considerando a temperatura ideal
variando entre 39° e 40°C (NOWAK;
POINDRON, 2006; VANNUCCHI et al., 2012).
A temperatura ambiental também irá
influenciar, quando a mesma diminui, o
metabolismo do neonato deverá ser acelerado
com o intuito de manter a homeostase. Contudo,
a perda de calor nos recém-nascidos pode ocorrer
na dependência da velocidade do vento, da
umidade do ambiente e do grau de evaporação de
fluidos amnióticos da superfície corpórea
(AVILA, 2013).
PRINCIPAIS CUIDADOS NEONATAIS
Limpeza das vias respiratórias
Os neonatos no momento do nascimento,
apresentam obstrução respiratória superior, por
serem vias preenchidas de líquido, o que deve ser
expelido imediatamente após o nascimento. Em
partos normais, os movimentos respiratórios se
iniciam espontaneamente cerca de 60 segundos
após a expulsão do feto e em casos de atraso no
parto ou cesarianas, eles podem iniciar-se antes
mesmo de o feto ter sido expulso/retirado. Com
isso, os animais tendem a ter dificuldades
momentânea para iniciar a respiração, levando
em consideração que os anestésicos utilizados na
cesariana, atravessam a barreia placentária,
promovendo seus efeitos diretamente no feto,
diminuindo a frequência respiratória e podendo
causar retenção de CO2 (NOWAK; POINDRON,
2006; SMITH, 2006; PRESTES; LANDIM-
ALVARENGA, 2017).
Em casos de acompanhamento do parto,
manobras obstétricas, cesarianas, quando a mãe
estiver incapacitada de fazer o estimulo, deve-se
acentuar a atenção sobre o neonato, para que as
vias respiratórias superiores dos neonatos
estejam livres de líquidos, mucos e restos de
anexos fetais. Assim, são necessários cuidados
como: limpeza e secagem, desobstrução das vias
aéreas, estimulação da respiração e circulação
através de massagem delicada sobre o tórax do
neonato, com movimentos circulares e
alternando entre os lados direito e esquerdo,
servindo como estímulo para os movimentos
respiratórios (FELICIANO et al., 2020;
SOARES, 2020). Caso ainda possua conteúdo
nas vias respiratórias, deve-se fazer a retirada
destes com os dedos enluvados, ou ainda, com
um sistema de sucção próprio para esta manobra
(VEZZALI et al., 2021), sendo de extrema
importância a desobstrução das vias aéreas e o
estabelecimento de uma função respiratória
normal (PICCIONE et al., 2007).
Escore de Apgar
O escore de Apgar, método desenvolvido
por Virginia Apgar, anestesiologista da Medicina
Humana, para avaliação da condição imediata de
recém-nascido, onde posteriormente foi
adaptado para uso na veterinária. Pode ser
utilizado para avaliação de neonatos em todas as
espécies, devido a confiabilidade para predição
de sobrevida em curto prazo, além de não
apresentar nenhum custo, é de fácil verificação,
tornando-se vantajoso (VERONESI et al., 2009).
Em 1981, Born, sugeriu os seguintes
critérios para avaliação em cordeiros (Tabela 1):
movimentação da cabeça sob estimulo à água
fria, resposta reflexa interdigital e óculo-
palpebral, associadas à coloração das mucosas e
à respiração. Animais com pontuação de sete a
oito representam boa vitalidade; quatro a seis
caracterizam a vitalidade média; e zero a três é
considerado um escore de baixa vitalidade
(deprimido).
Tabela 1. Escore Apgar, sugerido por Born (1981),
utilizado para avaliação dos cordeiros.
Variáveis
Valores
0 1 2
Frequência
Respiratória
(FR)
Ausente Arrítmica
Rítmica
Resposta à
água fria
Ausente Diminuída
Movimentos
espontâneos,
ativos
Tônus
Muscular
Flacidez
Alguma
flexão
Flexão
Reflexo
interdigital e
óculo-
palpebral
Ausente
Reação
débil;
Um
presente
Reação
imediata;
Dois
presentes
Coloração
mucosas
Branca /
azulada
Azulada
Rósea-
avermelhada
Fonte: Adaptado por Bovino (2011).
Veronesi et al. (2009), relatam que a
mortalidade foi aumentada em filhotes que
tiveram baixa pontuação, e esses filhotes eram
menos propensos a buscar a glândula mamária e
ao reflexo de sucção. A baixa pontuação também
pode estar relacionada à prematuridade, partos
distócicos, sedação ou analgesia materna, sendo
que partos eutócicos costumam estar
relacionados com pontuações elevadas
(GASPARELLI et al., 2009).
No método Apgar, a escala é relacionada
com o tipo de parto, dessa forma, animais
nascidos mediante partos eutócicos apresentam
um escore mais elevado quando comparado a
nascimentos distócico. Animais nascidos com
hipóxia apresentam-se letárgicos, com
dificuldade para se levantar e amamentar, além
da dificuldade para respirar e coloração de
mucosas pálidas (BENESI, 1993). No entanto
aqueles animais nascidos por cesariana
apresentaram coloração de mucosa cianótica,
outros avermelhada ou rósea, porém na primeira
hora de vida apresentam coloração normal,
devido a asfixia sofrida durante a cesariana por
ser um parto demorado (BOVINO, 2011).
Vannucchi et al. (2012) avaliaram a
frequência cardíaca, esforço respiratório,
irritabilidade reflexa, tônus muscular e coloração
das mucosas dos neonatos logo após o seu
nascimento, aos 5 e aos 60 minutos. Os cordeiros
com escore Apgar igual ou superior a sete,
apresentam boa vitalidade, sendo considerado
neonatos saudáveis. A pesquisa demonstrou que
os cordeiros saudáveis atingiram a pontuação
adequada com cinco minutos após o seu
nascimento, indicando a sua capacidade de
adaptação a vida extrauterina.
Na literatura, há disponibilidade do
escore de Apgar e o escore para avaliação da
vitalidade dos cordeiros (Tabela 2).
Tabela 2. Sistema de escore para avaliação da vitalidade
de cordeiros recém-nascidos.
Escore Descrição
1
Não permanece em pé antes de no mínimo
40 minutos;
Pouco ou nenhum esforço para alcançar o
teto;
Não parece alerta ou ativo.
2
Tentativas de permanecer em pé após 30
minutos;
Baixo esforço para alcançar o teto e
tendência de acompanhar a ovelha;
Mostra alguma agilidade, mas não é muito
ativo;
Não parece ter tentativas coordenadas.
3
Agita a cabeça dentro de 30 segundos;
Tentativas em permanecer em pé em 15
minutos;
Procura pelo teto e fica em pé em 10
minutos;
Acompanha a ovelha, mas se distrai com
outros objetos móveis;
Geralmente é alerta e ativo;
Pode não ter coordenação.
4
Tentativas de permanecer em pé 10
minutos após o nascimento;
Procura pelo teto em pé, dentro de 5
minutos;
Forte tendencia em acompanhar a ovelha;
É alerta e ativo e apresenta movimentos
bem coordenados.
5
Tentativas em permanecer em pé, dentro
de 5 minutos após o nascimento;
Acompanha de perto a ovelha, muito
alerta e ativo.
Fonte: Constable et al. (2021).
Estes métodos, quando implantados no
manejo neonatal, tem capacidade de identificar
rapidamente e de forma eficiente os recém-
nascidos de risco, tornando o escore, um método
essencial na neonatologia veterinária, reduzindo-
se, portanto, a taxa de mortalidade perinatal em
animais (VASSALO et al., 2014).
Transferência de imunidade
O colostro tem como principal função a
transferência de imunidade para a cria, sendo
essencial que seja ingerido pelo neonato nas
primeiras quatro horas de vida ou em até doze
horas. Vale ressaltar que após as quatro horas
iniciais a sua absorção intestinal torna-se
gradativamente menor (FELICIANO et al.,
2020). Com isso, a concentração de IgG,
(responsável pela imunidade sistêmica do
organismo, representa mais de 85% do total de
imunoglobulinas), no colostro caprino varia de
69,3 a 217,8 mg/mL na primeira secreção e reduz
aproximadamente 50% nas primeiras doze horas
(LIMA et al., 2009; TURINI et al., 2020).
Os ruminantes possuem maior
susceptibilidade a infecções, devido a sua
placenta ser do tipo sinepiteliocorial (SIMÕES et
al., 2005). Os recém-nascidos desta espécie,
nascem hipo ou agamaglobulinêmicos, ou seja,
não possuem imunoglobulinas (SOUZA et al.,
2014). Uma vez que a placenta dos ruminantes
possui cinco a seis membranas teciduais, a
passagem transplacentária de anticorpos fica
impedida, o que justifica a dependência da
ingestão de colostro para a aquisição de
anticorpos (LIMA, 2011).
As imunoglobulinas são formadas por
glicoproteínas e secretadas por células
plasmáticas, sua principal função é a proteção o
organismo contra os antígenos (FEITOSA,
2001). A transferência de imunoglobulinas
realizada através do colostro, da circulação
materna para secreção mamária no final da
gestação em torno de cinco semanas antes do
parto e finaliza devido à ação da prolactina logo
após o parto. As imunoglobulinas sofrem
processo de pinocitose através das células
epiteliais intestinais e são transportadas para o
sistema linfático, assim irão para o sistema
circulatório, tornando o neonato com uma
“janela” de proteção imunológica (KRUSE,
1983; BESSI et al., 2002; BAPTISTA, 2016). Os
anticorpos adquiridos de forma passiva protegem
os cabritos e os cordeiros até as primeiras seis
semanas de vida, quando, a partir de então, o
estabelecimento da imunidade ativa passa a ser
de grande relevância (YANAKA, 2009;
BATISTA, 2011).
Assim, o colostro poderá ser oferecido ao
neonato de forma natural ou de forma artificial,
através de mamadeiras e sondas esofágicas, onde
o neonato precisará de 10 a 20% de seu peso
corpóreo de colostro (FELICIANO et al., 2020),
(Tabela 3).
Tabela 3. Requerimento de colostro para cabritos
estabulados.
Peso do cabrito
(Kg)
Primeira
mamada
(mL)
Requerimento
diário
(mL)
3 150 – 200 600
4 200 – 300 850
5 250 - 475 1.100
Fonte: Roberts; Scott-park (2011).
Roberts; Scott-park (2011), indicam que
o colostro deve ser oferecido ao
cabritoestabulado uma taxa de 50-75 mL, três
vezes ao longo do primeiro dia. Assim, na forma
natural, as cabras e ovelhas amamentam suas
crias em intervalos um pouco maiores,
geralmente de até duas horas. No método
artificial, utilizando a mamadeira ou sonda, deve-
se obedecer ao intervalo de até duas horas,
inclinando a cabeça do neonato para cima e em
posição quadrupedal simulando a sua forma
natural na glândula mamária. Aqueles animais
nascidos de cesarianas é indispensavelmente que
recebam o colostro dentro do centro cirúrgico,
podendo ser ordenhado da sua respectiva mãe ou
oriundo do banco de colostro com auxílio de
mamadeira (CAMARGO, 2010).
Cuidados com o umbigo
O cordão umbilical é composto por
quatro estruturas: uma veia e duas artérias
umbilicais, além do úraco, que conjuntamente
são responsáveis pela ligação materno-fetal
durante toda a gestação. Essas estruturas irão
alimentar o feto e permitir excreções. A região
umbilical dos neonatos sofre alterações logo após
o nascimento, onde essas estruturas são rompidas
e em seguida ressecadas durante
aproximadamente dez dias. posteriormente,
ocorrerá a involução, tornando o ligamento
redondo do fígado, o ligamento redondo da
vesícula urinária e o úraco será obliterado
(OLIVEIRA et al., 2007; HINTZ et al., 2019).
Dentre os problemas sanitários que
afetam os pequenos ruminantes neonatos, as
infecções de umbigo ocupam lugar de destaque.
Entretanto, as boas práticas de manejo sanitário
contribuem para um bom desenvolvimento e
sobrevivência dos neonatos até o desmame,
dentre elas, o corte, cura e tratamento profilático
do umbigo, realizando-se a correta desinfecção e
cicatrização do mesmo.
O corte do cordão umbilical deverá ser
feito com auxílio de uma tesoura desinfetada com
álcool 70º, deixando de 3 a 5 cm do abdômen,
logo após o nascimento. Deve-se ter um cuidado
especial para sua correta cicatrização com uso de
antissépticos no local. O cordão deverá ser
imerso em uma solução à base de iodo de 5 a 7%,
ou outra tintura com ação cicatrizante e
bactericida, para permitir a entrada da solução
em todas as estruturas umbilicais durante 10
segundos, duas vezes ao dia. O procedimento
deve ser repetido por três dias consecutivos para
evitar a entrada de bactérias por este canal,
resultando em infecções (GORINO, 2011).
Alguns erros são comuns nas
propriedades, entre eles o uso de soluções
inadequadas, com menor poder de cicatrização e
não realizar a imersão completa da estrutura,
logo que possível após o nascimento. Além de
retornar à solução utilizada para dentro da garrafa
contendo a solução nova, dessa forma, depois de
alguns tratamentos a concentração da solução já
não é mais de 5 a 7% (SANTOS, 2021).
Caso o umbigo não seja adequadamente
curado, poderá provocar as onfalopatias,
processo infeccioso das estruturas umbilicais
externas e internas cuja ocorrência é mais
frequente na primeira quinzena de vida (HINTZ
et al., 2019), como hérnia umbilical, miíases,
onfalites, onfaloflebites, onfaloarterites,
abscessos umbilicais e persistência de úraco
(SILVA et al., 2001; SANTOS, 2021). Sendo as
infecções via umbilical correspondentes a 7% de
perdas de cordeiros (RIBEIRO, 2011).
Nóbrega Júnior et al. (2005) relatam que
os patógenos mais comuns são Escherichia coli,
Staphylococcus aureus, Fusobacterium
necrophorus, Listeria monocytogenes,
Streptococcus spp., Pasteurella spp.,
Clostridium spp. e Clamidia spp.. Esses agentes
ascendem as artérias umbilicais, chegando à
aorta abdominal, circulação sistêmica onde
poderá se instalar nas articulações, no sistema
nervoso e ocasionar septicemia. Atualmente o
número de mortes causada por infecção do coto
umbilical vem diminuindo, devido a
conscientização e cuidados tomados pelos
criadores.
Hipotermia-hiporexia-hipoglicemia
O complexo hipotermia/inanição está
associado à deficiência nutricional das mães ao
terço final da gestação. Assim, a desnutrição da
mãe irá limitar a produção colostro e leite,
reduzindo o peso da cria ao nascimento. Sem
ingestão de colostro e sem reserva energética o
neonato entrará em hipotermia devido à falta de
nutrientes para metabolizar e produzir energia e
calor (SIMÕES, et al., 2005).
Os recém-nascidos são suscetíveis ao
frio, que pode ocasionar a morte de neonatos
ruminantes no período pós-natal imediato,
devido a produção de calor ser dependente da
massa corpórea, e a termólise ser relacionada à
área superficial (NOWAK; POINDRON, 2006;
AVILA, 2013; PUGH et al., 2020). Neste
período, quando a temperatura corporal do
neonato estiver inferior a 38ºC, é considerado
hipotérmico (Tabela 4).
Tabela 4. Interpretação da temperatura dos pequenos
ruminantes.
Temperatura Interpretação
Mais de 40ºC
Febre – infecção
Hipertermia
39 – 40°C Normal
37 – 39º C Hipotermia moderada
Menos de
37ºC
Hipotermia severa
Fonte: Adaptado de Eales et al. (2004).
De acordo com BALL et al. (2010), a
hipotermia pode ser combatida usando uma fonte
de calor como terapia, tais como: lâmpadas
aquecedoras, cobertores elétricos ou outros
recursos que mantenham a temperatura corporal
próximo à normal
Neonatos com temperatura retal baixa ao
nascimento levam mais tempo para levantar e se
locomover, são mais propensos ao risco de
hipotermia-inanição e apresentam uma postura
característica, no início ficam encolhidos,
deitam-se, e com o tempo não suportam mais o
peso da cabeça (DIAS, 2018).
Ao se levantar, o neonato irá reduzir a
perda de calor para o solo, ajudando a manter a
temperatura corporal, e então empregando uma
série de respostas reflexas e coordenadas, como
caminhar, ingerir o colostro e contato materno-
fetal.
Os recém-nascidos são particularmente
suscetíveis às condições ambientais ao
nascimento. Portanto, a seleção do local no qual
o cordeiro ou cabrito nascerá pode
potencialmente influenciar o sucesso das
respostas termorregulatórias. Assim, as matrizes
devem ser alojadas em locais secos, protegido de
frio e calor (DWYER et al., 2016).
Na Figura 1, está apresentado um
fluxograma que irá contribuir para o diagnóstico
de hipotermia. Além disso, apresenta uma
sequência de cuidados que devem ser tomados
para salvar a vida de neonatos.
Figura 1. Procedimentos a serem tomados diante da
identificação de cabritos ou cordeiros com sinais de
hipotermia.
Fonte: Souza et al. (2007).
Quando o cabrito ou cordeiro está com
temperatura corporal abaixo de 37°C, com mais
de cinco horas de vida e que não são suportam o
peso da cabeça, podem não ter reservas de
gordura suficientes para iniciar a produção de
calor, mesmo com colostro, devem receber uma
injeção intraperitoneal de glicose antes de serem
aquecidos.
A solução de glicose a 20% a uma dose
de 10 mL/kg de peso corporal deve ser injetada
na cavidade abdominal (intraperitoneal), cerca de
2 cm abaixo do umbigo e 2 cm lateral à linha
média. O neonato deve ser contido pelas patas
dianteiras com o corpo encostado nas pernas ou
na lateral. Pulveriza-se o local com antisséptico e
com seringa de 60mL com agulha de 10mm 18G,
não deve ser maior que 12,5mm, injetando a
solução lentamente durante 10 – 15 segundos no
abdômen no ângulo de 30 e 45º (MARTIN,
2010).
Após aplicar a glicose, precisa secá-lo,
caso esteja molhado, e reaquecidos em corrente
de ar com temperatura de 40ºC, devendo ter
cuidado para evitar hipertermia (CONSTABLE
et al., 2021). Os neonatos que suportam o peso da
cabeça e que estão em hipotermia moderada
devem ser secos e receber alimentação por sonda
abomasal (SOUZA et al., 2007).
Após os procedimentos supracitados, o
cabrito ou cordeiro deve ser colocado em caixa
de aquecimento e verificar a temperatura a cada
20-30 minutos para garantir que não o
superaqueça. Caso a temperatura esteja
normalizada, deve ser devolvido à ovelha
certificando de que seja aceito pela mãe e possa
amamentar normalmente. Se o cordeiro ainda
estiver fraco ou caso não tenha certeza se recebeu
colostro suficiente, deve fazer o uso da sonda
gástrica (CAMPBELL, 2020).
Em relação a hipoxia neonatal,
considerada um distúrbio não-infeccioso, tem
como principais causas os movimentos
respiratórios fracos, atelectasia, mistura de
sangue venoso e arterial no coração, circulação
pulmonar anormal e má difusão de gases nos
alvéolos. Denota que os animais se apresentam
letárgicos, vagarosos ou incapazes de se levantar
e de amamentar, mucosas aparentes cianóticas
e/ou pálidas (BENESI, 1993). Quando
observada, é imprescindível que o animal receba
amparo imediato, sendo indicado para reverter
esse quadro, a suplementação com oxigênio
utilizando um cilindro portátil e máscara
(SOARES, 2020).
Os neonatos com hipoxia decorrente de
distocias, geralmente apresentam acidose
metabólica devido ao acúmulo de ácido láctico,
levando a redução do vigor e diminuição do
reflexo de sucção. A ocorrência de hipóxia grave
durante o parto, pode ocasionar a morte logo após
o nascimento, havendo maior risco para aqueles
que sobrevivem, de ocorrer acidose metabólica,
bem como a acidose respiratória, além da
diminuição da capacidade de produção de calor,
conhecida como termogênese (PRESTES;
LANDIM-ALVARENGA, 2017; CONSTABLE
et al., 2021).
Pode-se avaliar a acidose do neonato,
observando o tempo para que o mesmo assuma a
posição de decúbito esternal, dentro de quatro a
seis minutos após o parto e através da pontuação
do escore Apgar (PRESTES; LANDIM-
ALVARENGA, 2017).
Os cordeiros e cabritos são mais
suscetíveis a hipoglicemia, normalmente, a
glicose é alta no sangue do neonato, devido à
intensificação da utilização de glicogênio devido
a resposta do aumento da atividade eferente do
sistema nervoso simpático, que ocorre mesmo na
ausência da oferta de nutrientes (KURZ;
WILLETT, 1991).
Conforme Souza et al. (2014), após a
ingestão do colostro, pode ocorrer um aumento
da glicemia, devido a absorção e metabolização
dos carboidratos, o que eleva as concentrações de
glicose. Caso haja a necessidade de uma
suplementação, deverá ser aplicada por via
endovenosa. Dificilmente o animal apresentará
problemas de hipoglicemia se estiver mamando
ou recebendo colostro ou leite (PRESTES;
LANDIM-ALVARENGA, 2017).
Neonatos órfãos ou rejeitados
Os laços afetivos entre mãe e cria
ocorrem rapidamente após o nascimento,
estabelecido dentro de uma hora após o
nascimento. Assim, a mãe restringirá seus
cuidados maternos apenas para aquela cria.
Geralmente, em partos de gêmeos ou trigêmeos,
o último cordeiro não é reconhecido pela mãe e
rejeita-o. Com essa falha na comunicação, a cria
não terá acesso ao úbere e a ingestão do colostro,
dificultando a sua sobrevivência (DWYER et al.,
2016; CONSTABLE et al., 2021).
Portanto, havendo a rejeição ou em casos
de recém-nascido órfãos, deve-se ter intervenção
humana, colocando para adoção por outra matriz
que perdeu recentemente sua cria. Caso a fêmea
o rejeite, deve secar todo o animal, limpar as vias
aéreas, e seguir os cuidados com a ingestão do
colostro, oriundo do banco de colostro, cura do
umbigo e colocá-lo em uma baia sob cuidados
especiais.
Neonatos nascidos a partir de cesariana
Para os neonatos caprinos e ovinos
nascidos através de cesariana, recomenda-se
limpar as vias aéreas superiores, removendo os
resquícios do líquido amniótico. Pode-se
suspender estes filhotes pelos membros pélvicos
(acima dos tarsos), de modo a facilitar a
drenagem dos líquidos fetais pela boca e narinas.
Com auxílio de uma toalha, faz-se massagens na
região do tórax para estimular a respiração.
Deve-se checar a respiração e os batimentos
cardíacos por meio de auscultação. Se necessário
utilizar Hidrocloreto de Doxapram (5-10mg,
0,25 a 0,5mL, sublingual). O neonato deve ser
limpo e colocado em ambiente aquecido
(JACKSON, 2006).
Os cabritos ou cordeiros nascidos de
cesarianas precisam receber o colostro dentro do
centro cirúrgico, ordenhado da sua respectiva
mãe ou do banco de colostro com auxílio de
mamadeira. Após a ingestão do colostro realiza-
se a cura do umbigo com solução de iodo. O
neonato deve ser colocado juntamente com suas
mães em baias individuais, em observação, até
que as matrizes se recuperem por completo do
protocolo anestésico (CAMARGO, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme demonstrado, o manejo
adequado nas primeiras horas de vida é
determinante para sobrevivência e posterior
desenvolvimento de neonatos caprinos e ovinos.
Portanto, é importante ressaltar que além de ser
necessário o desenvolvimento de novos estudos
com esta temática, é preciso que o conhecimento
atualmente disponível seja expandido e
implementados pelos produtores. A adoção de
medidas apresentadas nesta revisão pode
contribuir significativamente para o aumento da
produtividade de rebanhos caprinos e ovinos nas
diferentes regiões do Brasil.
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recém-nascidos. 2009. 96 f. Dissertação
(Mestrado em Ciência Animal) - Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Araçatuba, 2009.
__________________________________________________________
1
Graduanda do curso de Medicina Veterinária –
Universidade Federal do Vale do São Francisco.
2
Docente do curso de Medicina Veterinária –
Universidade Federal do Oeste da Bahia.
3
Docente do curso de Medicina Veterinária –
Universidade Federal do Norte do Tocantins.
4
Docente do curso de Medicina Veterinária e
Zootecnia – Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará.
5
Docente do curso de Medicina Veterinária –
Universidade Federal do Piauí.
6
Docente do curso de Medicina Veterinária –
Universidade Federal do Vale do São Francisco.
*Autor para correspondência:
mabel.cordeiro@univasf.edu.br
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Cuidados neonatais

  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 22 - Número 2 - 2º Semestre 2022 MANEJO NEONATAL DE PEQUENOS RUMINANTES NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA: UMA REVISÃO Isla Viviane dos Anjos Santos1 ; Carla Maria Vela Ulian2 ; Francisca Elda Ferreira Dias3 ; Cleidson Manoel Gomes da Silva4 ; Tânia Vasconcelos Cavalcante5 ; Mabel Freitas Cordeiro6 RESUMO A produção de pequenos ruminantes é uma atividade de grande importância econômico-social, apresentando notório crescimento nacional e internacional. Contudo, a produtividade ainda precisa ser melhorada, especialmente na Região Nordeste do Brasil, que é a maior produtora tanto de caprinos quanto de ovinos. Um dos índices a ser melhorado é a redução da mortalidade neonatal. Portanto, o manejo neonatal de caprinos e ovinos, especialmente nas primeiras horas de vida, período de maior vulnerabilidade, precisa ser melhorado. Nesse período, o neonato precisa adaptar-se ao meio externo, devido as mudanças fisiológicas, metabólicas e anatômicas, para estabelecer a sua sobrevivência. Em condições de fazenda, por vezes neonatos caprinos e ovinos não recebem assistência adequada logo nas primeiras horas de vida, tais como: limpeza e desobstrução das vias respiratórias, avaliação do Escore de Apgar, ingestão adequada de colostro e cura do umbigo. Essas medidas, dentre outras, são determinantes para reduzir as taxas de morbidade e mortalidade em rebanhos de pequenos ruminantes. Palavras-chave: Colosto, Imunidade, Caprino, Ovino, Umbigo, Termorregulação. NEONATAL MANAGEMENT OF SMALL RUMINANTS IN THE FIRST 24 HOURS OF LIFE: A REVIEW ABSTRACT The production of small ruminants is an activity of great economic and social importance, showing remarkable national and international growth. However, productivity still needs to be improved, especially in the Northeast Region of Brazil, which is the largest producer of both goats and sheep. One of the indices to be improved is the reduction of neonatal mortality. Therefore, the neonatal management of goats and sheep, especially in the first hours of life, the period of greatest vulnerability, needs to be improved. During this period, the neonate needs to adapt to the external environment, due to physiological, metabolic and anatomical changes, to establish its survival. Under farm conditions, newborn goats and sheep sometimes need adequate assistance in the first hours of life, such as: cleaning and clearing the airways, assessing the Apgar score, adequate colostrum intake and curing the navel. These measures, among others, are crucial to reduce morbidity and mortality rates in herds of small ruminants. Keywords: Colostrum, Immunity, Goat, Sheep, Belly button, Thermoregulation. 62
  • 2. INTRODUÇÃO A cadeia produtiva da caprinovinocultura representa uma das principais atividades de importância social e econômica no Brasil. No período de 2006 a 2017 a criação de caprinos expandiu em 18,38% (PINTO, 2019). O rápido crescimento da exploração de pequenos ruminantes está transformando o cenário dos sistemas produtivos no país (BORGES et al., 2019). O rebanho de caprinos e ovinos no território brasileiro expandiu-se no ano de 2020, totalizando 12.101.298 cabeças de caprinos e 20.628.699 cabeças de ovinos (IBGE, 2020). Assim, a caprinovinocultura desempenha importante papel socioeconômico para os produtores brasileiros, proporcionando renda econômica direta, fonte alimentar e obtenção de produtos de alta qualidade e com elevado valor biológico (COSTA et al., 2010). O Nordeste, consolidado como a maior região produtora de caprinos e ovinos, é capaz de gerar renda e produzir alimentos para os pequenos agricultores de base familiar. Contudo, a mortalidade neonatal em pequenos ruminantes reflete em prejuízos econômicos para esse sistema de criação (RODRIGUES, 2008). No Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul, estima-se que em consequência das doenças perinatais, morram de 15% a 40% dos cordeiros nascidos (RIET-CORREA et al., 2022), mostrando-se a importância de estudos relacionados a neonatologia. A neonatologia na Medicina Veterinária, mostra-se como área de recente especialização e diversos estudos relativos à fisiologia e à assistência neonatal, e vêm sendo cada vez mais explorada, principalmente quando aplicada a animais de produção (FEITOSA, 2020). O período neonatal, referente aos primeiros trinta dias de idade do animal e é tido como o período de transição mais dramático que o neonato enfrenta, devido aos possíveis traumas e estresses do parto o que pode levar até a morte do animal (VANNUCCHI et al., 2012). A mortalidade neonatal é geralmente causada por hipotermia, hipoglicemia, falhas na assistência ao parto (distocia), insuficiência respiratória, ambiente desfavorável, enfermidades infecciosas e parasitárias, falha na transferência de imunidade passiva, bem como falha na cura do umbigo (NÓBREGA JUNIOR, 2005). Muitos desses problemas podem ser evitados com o manejo adequado tanto da fêmea como do neonato nas primeiras 24 horas de vida. Tais cuidados podem reduzir significativamente a ocorrência de doenças, assim como a mortalidade, além de possibilitar o desenvolvimento dos animais no período neonatal e minimizar as perdas econômicas do criador (SPADETTO; TAVELA, 2013). A presente revisão de literatura visa fornecer uma melhor compreensão sobre diversos aspectos à relacionados a neonatologia de pequenos ruminantes, incluindo os principais cuidados com ovelhas e cabras no periparto, manejo do colostro, com ênfase na fisiologia do neonato e principais cuidados neonatais. PRINCIPAIS CUIDADOS COM CABRAS E OVELHAS NO PERIPARTO O periparto é o período compreendido entre o terço final da gestação e o início da lactação. Sendo o terço final da gestação, referente aos últimos 30 dias, período em que ocorre o maior desenvolvimento fetal e a produção do colostro (FERREIRA, 2009). Nesse período, as mudanças físicas e metabólicas fazem as fêmeas ruminantes diminuírem sua ingestão de alimento, devido a compressão que o crescimento do útero exerce sobre o rúmen, e aumentam as exigências nutricionais devido ao crescimento exponencial do feto e ao avanço da lactação (ROGÉRIO et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2013). Nessas condições, a alimentação deve atender suas exigências nutricionais, fornecendo as quantidades adequadas de volumoso e concentrado para manter um escore de condição corporal de entre 2,75 e 3,5, além de água de boa qualidade e sal mineral a vontade nos cochos, assegurando uma parição sadia e uma boa lactação (MACHADO et al., 2008; PUGH et al., 2020). Uma dieta inadequada compromete em baixa produção e qualidade de colostro, assim como em neonatos de baixo peso, com diminuída reserva energética e maior suscetibilidade a morbidade e mortalidade perinatal, principalmente em casos de prenhez múltipla (BATISTA, 2011). Durante toda a gestação deve-se ter cuidados especiais com as fêmeas, separando o
  • 3. lote das fêmeas prenhes. Para evitar agitação, elas devem ser colocadas em um piquete limpo, seco, protegido de frio e de ventos intensos, e que sejam próximos ao centro de manejo para permitir um melhor acompanhamento. Recomenda-se também a avaliação das glândulas mamárias das matrizes, afim de garantir que as crias possam amamentar e que não haja lesões no teto e no úbere (PUGH et al., 2020). Além disso, as matrizes devem ser desverminadas e vacinadas contra clostridioses entre 3 e 4 semanas antes do parto e durante toda a gestação devem ser realizados os cuidados pré- natais adequados para acompanhamento do desenvolvimento do feto (ALBUQUERQUE et al., 2007). MANEJO DO COLOSTRO O colostro consiste no primeiro líquido produzido pelas glândulas mamárias dos mamíferos ao final da gestação e início da lactação, de cor mais amarelada e de maior viscosidade que o leite e é produzido a partir de elementos do sangue da fêmea (COSTA et al., 2019). O colostro é um alimento muito nutritivo, com alta concentração de proteínas, minerais, vitaminas, gorduras, lactose, fatores de crescimento, enzimas, além de estimular atividade muscular e o controle térmico (SPADETTO; TAVELA, 2013; COSTA et al., 2019). Possui efeito laxativo sobre a motilidade do intestino dos neonatos, que irá estimular a liberação do mecônio (secreção amarela que é acumulada no intestino da cria durante a gestação) e, assim, se inicia o correto funcionamento do trato gastrointestinal após o nascimento (RIBEIRO, 1998). Suas características físico-químicas, fisiológicas e bioquímicas permanecem por aproximadamente 2 a 3 dias após o parto, e posteriormente ocorre alterações na composição do colostro para o leite normal (RACHMAN et al., 2015). Por outro lado, de acordo com Sánchez-Macías et al. (2014), o colostro é a excreção mamaria obtida até o quinto dia pós- parto em cabras. Essa divergência no período de produção do colostro, é devido à grande variação de macronutrientes entre diferentes tipos de raça, com isso, os autores empregam o período de produção de colostro com duração distintas em seus estudos (COSTA et al., 2019). Os ruminantes possuem maior susceptibilidade a infecções, devido a sua placenta ser do tipo sinepiteliocorial (SIMÕES et al., 2005). Os recém-nascidos desta espécie, nascem hipo ou agamaglobulinêmicos, ou seja, não possuem imunoglobulinas (SOUZA et al., 2014). Uma vez que a placenta dos ruminantes possui cinco a seis membranas teciduais, a passagem transplacentária de anticorpos fica impedida, o que justifica a dependência da ingestão de colostro para a aquisição de anticorpos (LIMA, 2011). O colostro é formado com a transferência de imunoglobulinas da circulação materna para secreção mamária no final da gestação em torno de cinco semanas antes do parto e finaliza devido à ação da prolactina logo após o parto. Os anticorpos adquiridos de forma passiva protegem os cabritos e os cordeiros até as primeiras seis semanas de vida, quando, a partir de então, o estabelecimento da imunidade ativa passa a ser de grande relevância (YANAKA, 2009; BATISTA, 2011). A aquisição de anticorpos, que protegerá os neonatos de infecções, dependerá da ingestão adequada de colostro, processo que é denominado Aquisição de Imunidade Passiva ou Transferência de Imunidade Passiva (TIP). No manejo do período neonatal, a ingestão do colostro representa uma das mais importantes recomendações dentro do conjunto de medidas sanitárias do rebanho (SIMÕES et al., 2005; YANAKA, 2009). No caso de ocorrer Falha de Transferência de Imunidade Passiva (FTIP) e interferências na ingestão de colostro, o neonato ficará suscetível às infecções, entre elas se destacam as causadoras de diarreias, broncopneumonias e as onfalopatias (TORQUATO, 2018). A FTIP caracteriza-se por um déficit de imunoglobulinas séricas nos cabritos após se dar a “oclusão” intestinal (COELHO, 2016). Segundo Nunes (2006), a Falha de Transferência de Imunidade Passiva em cordeiros mestiços da raça Santa Inês, é quando atinge níveis séricos de IgG abaixo de 500 mg/dL, níveis entre 500 e 1500 mg/dL indica falha parcial e a tranferênci de imunidade passiva é considerada completa quando os níveis estão acima de 1500 mg/dL. Além disso, a mensuração da atividade da enzima gama glutamil transferase (GGT), betaglobulina e gamaglobulina, bem como das
  • 4. concentrações séricas de proteína total (PT), além da estimativa da IgG por meio da turvação pelo sulfato de zinco, são testes que podem ser utilizados para o diagnóstico de animais acometidos por FTIP (FEITOSA et al., 2001; NUNES, 2016). Em algumas ocasiões, o colostro da matriz não se encontra disponível para alimentação do neonato, como em casos de mastite, morte da matriz e Síndrome Artrite Encefalite Caprina - CAE (SILVA et al., 2005). A Síndrome CAE está relacionada à contaminação do rebanho, cujo colostro e o leite são considerados os principais transmissores, ocasionando morbidade de cabritos. Assim, os neonatos devem ser distanciados de suas mães imediatamente após o nascimento, evitando qualquer tipo de contato direto com a mãe, bem como remoção de fluidos fetais e quaisquer tipos de resquícios (INÁCIO, 2022). Como medida alternativa costuma-se utilizar colostro de vaca, ou o colostro de cabra aquecido a 56°C durante 60 minutos, ou mesmo pasteurizado (SILVA et al., 2001). O uso do banco de colostro congelado, em algumas propriedades, faz-se necessário para suprir a deficiência na produção. O ideal é que seja de qualidade intermediária a alta, visto que possui qualidade superior de anticorpos (LAKOSKI; ALBUQUERQUE, 2010). O congelamento do colostro é um método de conservação que retarda o crescimento bacteriano, o que permite um maior acondicionamento do produto (TEIXEIRA et al., 2017). O armazenamento deve ser em porções individuais de 250 a 500mL para evitar perdas, na geladeira a 4ºC por até sete dias ou congelado no freezer à temperatura de -15ºC a -20ºC por até um ano (SILVA, 2002). Para descongelar o colostro deve-se usar banho maria, a temperatura de 45º a 50°C, é importante que não ultrapasse, pois pode provocar a desnaturação térmica das proteínas e, após a utilização, não se deve congelar novamente o colostro (CAIXETA; CARMO, 2020). Quanto ao fornecimento, o colostro não deve ser fornecido muito quente, sendo a temperatura recomendada de aproximadamente 37ºC (FELICIANO et al., 2020). A sobra do colostro poderá ser utilizada para alimentar cabritos e cordeiros diluindo-se em leite de transição, pois mesmo sem absorção das imunoglobulinas, oferece os demais componentes úteis. Avaliação da qualidade do colostro O principal aspecto a ser considerado na determinação da qualidade é a concentração de imunoglobulinas presentes no colostro. Uma vez que a sua quantidade de imunoglobulinas está relacionada com a escala Brix, que pode ser avaliada através da técnica de refratometria digital ou analógica (SOARES, 2020). O uso da refratometria como indicador para a qualidade do colostro de pequenos ruminantes é amplamente utilizada e segue os seguintes parâmetros: valores de Brix iguais ou superiores a 22% são considerados colostros de boa qualidade e colostros com Brix superior a 30% são considerados de excelente qualidade. Os testes com Brix podem ser realizados confiavelmente tanto com amostras frescas ou após processo de congelamento e descongelamento do colostro. No colostro, a FTIP também é diagnosticada ao observar concentrações de IgG abaixo de 670 mg/dL, ao passo que em uma transmissão de sucesso encontra-se valores de IgG superiores a 900 mg/dL (NUNES, 2016). Esse é um método de baixo custo, com tempo de resposta rápido e que necessita o mínimo de equipamento e treinamento, podendo ser utilizada na fazenda para avaliação da qualidade de colostro e para decidir sobre o fornecimento ou armazenamento em um banco (VAZ; HOLANDA, 2019). FISIOLOGIA DO NEONATO Os cuidados com os animais começam desde o período pré-parto, caracterizado pelos últimos 50 dias de gestação até os 30° dia de idade (fase neonatal). A neonatologia pode ser definida como a ciência responsável pelo estudo concernente aos recém-nascidos (GOMES et al., 2021). Esse é tido como o período mais crítico para os neonatos, onde estão particularmente vulneráveis a doenças e mortalidade, especialmente durante a primeira semana de vida. Isso se deve ao fato de que em um intervalo muito curto de tempo, o neonato precisa assumir controle de suas trocas gasosas, eliminar seus próprios excrementos, controlar a sua temperatura e seu fluxo sanguíneo e, ainda,
  • 5. procurar por comida (PRESTES; LANDIM- ALVARENGA, 2017). O período neonatal é uma fase decisiva para a sobrevivência dos pequenos ruminantes, devido ao seu sistema imunológico estar em desenvolvimento, precisando adaptar-se ao ambiente extrauterino e a várias mudanças fisiológicas. A taxa de mortalidade ovina neonatal é superior a 15%, o que representa um grande desafio para a produção de pequenos ruminantes no Brasil (VANNUCCHI et al., 2012; DWYER et al., 2016). Muitos são os fatores que atuam favorecendo a elevada taxa de mortalidade dos neonatos, dentre os quais destacam-se: a reduzida capacidade funcional dos órgãos dos recém- nascidos, risco de incidência de doenças infectocontagiosas, como diarreia e pneumonia. Em alguns casos, estes problemas têm origem em falhas de manejo, particularmente, na cura de umbigo e na primeira oferta de colostro (SILVA, 2015). Os recém-nascidos passam por grandes mudanças fisiológicas, devido a sua adaptação ao meio extrauterino ou transição feto-neonatal. Esse período é muito complexo e abrange modificações funcionais em todos os seus órgãos e sistemas, o que requer uma maturidade para manter a homeotermia e também a capacidade de mamar o colostro para obtenção da imunidade e substrato energético para a termorregulação. Contudo, ele também deve conseguir uma expansão pulmonar para efetuar as trocas gasosas e se adaptar metabolicamente à vida extrauterina (TEIXEIRA et al., 2007; FEITOSA, 2020; GOMES et al., 2021). Sistema cardiorrespiratório O coração do feto sofre diversas modificações para formar os vasos sanguíneos principais, a aorta e as artérias pulmonares, para assim transformar-se no órgão central que irá bombear o sangue por meio de contrações rítmicas para todo o organismo. Nessa fase, somente uma pequena quantidade do sangue que retorna ao coração irá passar pelos pulmões (ULIAN et al., 2018). O coração é um órgão cônico, posicionado assimetricamente dentro do tórax, onde a sua maior parte, cerca de 60% é localizado à esquerda do plano mediano, projetado na parede do tórax, onde irá se estender entre o terceiro e sexto espaço intercostal (DYCE et al., 2010). A oxigenação do sangue será por intermédio da placenta e que retornará pela veia cava caudal, onde irá atingir o átrio direito (AD) dividindo assim o volume entre o ventrículo direito (VD) e o átrio esquerdo (AD) através do forame oval (ULIAN et al., 2018). Ao final da gestação, observam-se alterações bioquímicas, morfológicas e fisiológicas dos pulmões fetais, relacionadas ao aumento da produção de surfactante, na preparação da vida extrauterina. Sendo os pneumócitos tipo II que produzem quantidades suficientes de surfactantes, e que serão responsáveis pela estabilidade alveolar após o nascimento. O surfactante irá reduzir a tensão superficial para permitir a expansão alveolar quando iniciar a respiração. Em ovinos o sistema de produção está completo entre 125º e 130º dia de gestação (MESCHER et al., 1975; REBELLO et al., 2002; FREDDI et al., 2003; BAPTISTA, 2016). Contudo, pode ocasionar a síndrome da angústia respiratória do recém-nascido, que está associada a imaturidade dessa característica de desenvolvimento (DYCE et al., 2010). O desenvolvimento dos pulmões no período pré-natal, envolve a maturação do sistema surfactante, a diminuição da espessura da barreira capilar alveolar, diminuição na permeabilidade alveolar epitelial e a maturação da parede torácica (SMITH, 2006; BAPTISTA, 2016). A síntese de surfactante, é influenciado pelos níveis de glicocorticoides que estão envolvidos nos processos metabólicos. Durante os primeiros dois dias de vida, essas quantidades asseguram níveis adequados de glicose, que são necessários para os processos regulatórios essenciais para manter a temperatura corporal elevada no recém-nascido. Ao seu nascimento, os pulmões deverão estar adequadamente desenvolvidos. Assim, ocorrerá uma redução do fluido intersticial pulmonar, o que facilitará a entrada do ar, contribuindo para a queda da resistência vascular pulmonar (MOREIRA et al., 2004; PICCIONE et al., 2007). O neonato passará por várias mudanças fisiológicas durante o primeiro mês de vida, ocorrendo a fase aguda de adaptação circulatória e respiratória nos recém-nascidos (KOETHER et al., 2016). Feliciano et al. (2020), afirmam que o início da respiração espontânea está diretamente associado aos estímulos térmicos e táteis
  • 6. relacionados ao contato mãe-neonato, evidenciando a importância de permitir essa relação imediatamente após o parto sem intervenção humana. O primeiro movimento respiratório dos pequenos ruminantes é procedido normalmente de uma inspiração profunda, a qual é necessária para forçar o ar para dentro dos pulmões, seguidos por berros sucessivos decorrentes do desconforto gerada pela dilatação dos pulmões. Sendo possível na auscultação detectar sopro cardíaco suave no início da sístole, considerado fisiológico caso não esteja associado a nenhum defeito congênito. Entretanto, o ritmo predominante será o sinusal, com pequenas alterações devido ao ciclo respiratório (PRESTES; LANDIM-ALVARENGA, 2017; ULIAN et al., 2018; FELICIANO et al., 2020). Sistema gastrointestinal Os pequenos ruminantes possuem um sistema digestivo com características bem definidas. Entretanto, o recém-nascido é considerado um pré-ruminante, por não apresentar os pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso) bem desenvolvidos como um ruminante adulto, sendo pequenos e afuncionais. Ao nascer, o alimento básico será o leite, onde terá uma atividade gástrica digestiva exercida pelo abomaso, e do ponto de vista nutricional, é considerada a fase mais crítica do animal (ITAVO et al., 2007). O estômago dos ruminantes será dividido em quatro compartimentos, sendo estes o rúmen, retículo, omaso e abomaso, pelas quais o alimento passa sucessivamente. Nos caprinos e ovinos adultos, as proporções de capacidade são de 75% o rúmen, 8% o retículo, 4% o omaso e 13% no abomaso. No neonato o abomaso é predominante, é a câmara mais vigorosa e notável devido ao seu tamanho, o qual ultrapassará a capacidade combinada das outras câmaras, e também pelo grau de maturidade estrutural que irá atingir. O rúmen e o retículo do recém-nascido são muito pequenos, e estarão confinados ao canto dorsal esquerdo e cranial do abdome, geralmente enrugados e colapsados. O omaso se encontrará com desenvolvimento mais retardado, formando uma ponte relativamente entre o retículo e o fundo abomasal (DYCE et al., 2010). O desenvolvimento dos pré-estômagos de ruminantes é dividido em três fases: pré- ruminantes: 0-3 semanas de idade, transição: 3-8 semanas de idade, e ruminante funcional: a partir de 8 semanas. Esse período é devido ao habito alimentar, quando o cabrito ou cordeiro deixará de se alimentar exclusivamente de leite e passará a ingerir alimentos sólidos, o que irá contribuir para o desenvolvimento do rúmen, para o surgimento da microbiota e formação das papilas no rúmen (LIMA et al., 2013). Ao primeiro dia de vida, o abomaso não secreta ácido nem pepsinogênio, e a mucosa abomasal não estará totalmente madura no início, sendo necessários alguns dias para que as glândulas fúndicas se tornem totalmente ativas, o que permitirá a absorção de anticorpos inalterados a partir do colostro (DYCE et al., 2010). O leite ao passar pela faringe, estimulará os quimiorreptores com vias aferentes do nervo glossofaríngeo. Assim, o impulso sensorial será integrado na medula oblonga e o impulso eferente vagal provocará o fechamento do suco reticular e relaxamento do orifício retículo-omasal e canal omasal. A contração do sulco reticular irá produzir um tubo temporário (goteira esofágica) que conectará os orifícios da cárdia e do retículo omasal, onde o leite será desviado do rúmen- retículo e até o abomaso onde sofrerá digestão enzimática (LIMA et al., 2013). Adaptação hepática e renal O fígado estará alojado quase totalmente na metade direita do abdome, relacionado com a face caudal do diafragma e sob cobertura das costelas. À medida que o rúmen e o retículo aumentam em tamanho, o fígado é pressionado para a direita e dorsalmente, rotacionando de forma que seu lobo esquerdo passa a se alojar cranioventral ao direito, fora do alcance do abomaso. Os intestinos são simultaneamente empurrados para fora do flanco esquerdo e se tornam confinados para o lado direito; a expansão do saco ruminal dorsal também desloca o rim esquerdo, impelindo-o através da linha mediana até que ele passe a se posicionar abaixo e caudalmente ao seu par (DYCE et al., 2010). Após a ruptura do cordão umbilical, os rins irão assumir a função excretória e de controle do balanço hidroeletrolítico, elevando gradativamente o fluxo sanguíneo renal e a taxa
  • 7. de filtração glomerular durante a primeira semana de vida (SOUZA et al., 2014). Termorregulação No período pós-natal imediato, a temperatura corporal do neonato diminui rapidamente em relação à da mãe, em virtude da grande área de superfície corporal em relação à sua massa, da evaporação do líquido amniótico e das limitadas reservas calóricas (FELICIANO et al., 2020). A matriz desempenha um papel muito importante na redução da perda de calor, ao lamber a sua cria, irá aquecê-lo e assim diminuir o risco de hipotermia (EALES et al., 2004). As reservas energéticas do cabrito e cordeiro, que os mantêm vivos por um período de aproximadamente oito horas, são oriundas do tecido adiposo marrom. O tecido adiposo marrom fica localizado nas regiões interescapulares e peri-renais e é composto de uma maior quantia de mitocôndrias, vasos sanguíneos e gotas lipídicas multifocais, que os diferencia do tecido adiposo branco, esse tecido retrata somente 2 a 4,5% do peso corporal de cordeiros neonatos (GOMES et al., 2021). Com a ingestão do colostro, a energia necessária será obtida, portanto, torna-se indispensável que o neonato mame o mais cedo possível após o parto, auxiliando na manutenção da temperatura corporal (DIAS, 2018). A sobrevivência neonatal está diretamente relacionada com a termogênese, devido a redução da temperatura corporal que ocorre como resultado da passagem do ambiente uterino para o ambiente externo. A termogênese é controlada pela metabolização do tecido adiposo marrom, havendo uma variação na temperatura retal durante as primeiras horas após o nascimento, considerando a temperatura ideal variando entre 39° e 40°C (NOWAK; POINDRON, 2006; VANNUCCHI et al., 2012). A temperatura ambiental também irá influenciar, quando a mesma diminui, o metabolismo do neonato deverá ser acelerado com o intuito de manter a homeostase. Contudo, a perda de calor nos recém-nascidos pode ocorrer na dependência da velocidade do vento, da umidade do ambiente e do grau de evaporação de fluidos amnióticos da superfície corpórea (AVILA, 2013). PRINCIPAIS CUIDADOS NEONATAIS Limpeza das vias respiratórias Os neonatos no momento do nascimento, apresentam obstrução respiratória superior, por serem vias preenchidas de líquido, o que deve ser expelido imediatamente após o nascimento. Em partos normais, os movimentos respiratórios se iniciam espontaneamente cerca de 60 segundos após a expulsão do feto e em casos de atraso no parto ou cesarianas, eles podem iniciar-se antes mesmo de o feto ter sido expulso/retirado. Com isso, os animais tendem a ter dificuldades momentânea para iniciar a respiração, levando em consideração que os anestésicos utilizados na cesariana, atravessam a barreia placentária, promovendo seus efeitos diretamente no feto, diminuindo a frequência respiratória e podendo causar retenção de CO2 (NOWAK; POINDRON, 2006; SMITH, 2006; PRESTES; LANDIM- ALVARENGA, 2017). Em casos de acompanhamento do parto, manobras obstétricas, cesarianas, quando a mãe estiver incapacitada de fazer o estimulo, deve-se acentuar a atenção sobre o neonato, para que as vias respiratórias superiores dos neonatos estejam livres de líquidos, mucos e restos de anexos fetais. Assim, são necessários cuidados como: limpeza e secagem, desobstrução das vias aéreas, estimulação da respiração e circulação através de massagem delicada sobre o tórax do neonato, com movimentos circulares e alternando entre os lados direito e esquerdo, servindo como estímulo para os movimentos respiratórios (FELICIANO et al., 2020; SOARES, 2020). Caso ainda possua conteúdo nas vias respiratórias, deve-se fazer a retirada destes com os dedos enluvados, ou ainda, com um sistema de sucção próprio para esta manobra (VEZZALI et al., 2021), sendo de extrema importância a desobstrução das vias aéreas e o estabelecimento de uma função respiratória normal (PICCIONE et al., 2007). Escore de Apgar O escore de Apgar, método desenvolvido por Virginia Apgar, anestesiologista da Medicina Humana, para avaliação da condição imediata de recém-nascido, onde posteriormente foi adaptado para uso na veterinária. Pode ser utilizado para avaliação de neonatos em todas as espécies, devido a confiabilidade para predição de sobrevida em curto prazo, além de não
  • 8. apresentar nenhum custo, é de fácil verificação, tornando-se vantajoso (VERONESI et al., 2009). Em 1981, Born, sugeriu os seguintes critérios para avaliação em cordeiros (Tabela 1): movimentação da cabeça sob estimulo à água fria, resposta reflexa interdigital e óculo- palpebral, associadas à coloração das mucosas e à respiração. Animais com pontuação de sete a oito representam boa vitalidade; quatro a seis caracterizam a vitalidade média; e zero a três é considerado um escore de baixa vitalidade (deprimido). Tabela 1. Escore Apgar, sugerido por Born (1981), utilizado para avaliação dos cordeiros. Variáveis Valores 0 1 2 Frequência Respiratória (FR) Ausente Arrítmica Rítmica Resposta à água fria Ausente Diminuída Movimentos espontâneos, ativos Tônus Muscular Flacidez Alguma flexão Flexão Reflexo interdigital e óculo- palpebral Ausente Reação débil; Um presente Reação imediata; Dois presentes Coloração mucosas Branca / azulada Azulada Rósea- avermelhada Fonte: Adaptado por Bovino (2011). Veronesi et al. (2009), relatam que a mortalidade foi aumentada em filhotes que tiveram baixa pontuação, e esses filhotes eram menos propensos a buscar a glândula mamária e ao reflexo de sucção. A baixa pontuação também pode estar relacionada à prematuridade, partos distócicos, sedação ou analgesia materna, sendo que partos eutócicos costumam estar relacionados com pontuações elevadas (GASPARELLI et al., 2009). No método Apgar, a escala é relacionada com o tipo de parto, dessa forma, animais nascidos mediante partos eutócicos apresentam um escore mais elevado quando comparado a nascimentos distócico. Animais nascidos com hipóxia apresentam-se letárgicos, com dificuldade para se levantar e amamentar, além da dificuldade para respirar e coloração de mucosas pálidas (BENESI, 1993). No entanto aqueles animais nascidos por cesariana apresentaram coloração de mucosa cianótica, outros avermelhada ou rósea, porém na primeira hora de vida apresentam coloração normal, devido a asfixia sofrida durante a cesariana por ser um parto demorado (BOVINO, 2011). Vannucchi et al. (2012) avaliaram a frequência cardíaca, esforço respiratório, irritabilidade reflexa, tônus muscular e coloração das mucosas dos neonatos logo após o seu nascimento, aos 5 e aos 60 minutos. Os cordeiros com escore Apgar igual ou superior a sete, apresentam boa vitalidade, sendo considerado neonatos saudáveis. A pesquisa demonstrou que os cordeiros saudáveis atingiram a pontuação adequada com cinco minutos após o seu nascimento, indicando a sua capacidade de adaptação a vida extrauterina. Na literatura, há disponibilidade do escore de Apgar e o escore para avaliação da vitalidade dos cordeiros (Tabela 2). Tabela 2. Sistema de escore para avaliação da vitalidade de cordeiros recém-nascidos. Escore Descrição 1 Não permanece em pé antes de no mínimo 40 minutos; Pouco ou nenhum esforço para alcançar o teto; Não parece alerta ou ativo. 2 Tentativas de permanecer em pé após 30 minutos; Baixo esforço para alcançar o teto e tendência de acompanhar a ovelha; Mostra alguma agilidade, mas não é muito ativo; Não parece ter tentativas coordenadas. 3 Agita a cabeça dentro de 30 segundos; Tentativas em permanecer em pé em 15 minutos; Procura pelo teto e fica em pé em 10 minutos; Acompanha a ovelha, mas se distrai com outros objetos móveis; Geralmente é alerta e ativo; Pode não ter coordenação. 4 Tentativas de permanecer em pé 10 minutos após o nascimento; Procura pelo teto em pé, dentro de 5 minutos; Forte tendencia em acompanhar a ovelha; É alerta e ativo e apresenta movimentos bem coordenados.
  • 9. 5 Tentativas em permanecer em pé, dentro de 5 minutos após o nascimento; Acompanha de perto a ovelha, muito alerta e ativo. Fonte: Constable et al. (2021). Estes métodos, quando implantados no manejo neonatal, tem capacidade de identificar rapidamente e de forma eficiente os recém- nascidos de risco, tornando o escore, um método essencial na neonatologia veterinária, reduzindo- se, portanto, a taxa de mortalidade perinatal em animais (VASSALO et al., 2014). Transferência de imunidade O colostro tem como principal função a transferência de imunidade para a cria, sendo essencial que seja ingerido pelo neonato nas primeiras quatro horas de vida ou em até doze horas. Vale ressaltar que após as quatro horas iniciais a sua absorção intestinal torna-se gradativamente menor (FELICIANO et al., 2020). Com isso, a concentração de IgG, (responsável pela imunidade sistêmica do organismo, representa mais de 85% do total de imunoglobulinas), no colostro caprino varia de 69,3 a 217,8 mg/mL na primeira secreção e reduz aproximadamente 50% nas primeiras doze horas (LIMA et al., 2009; TURINI et al., 2020). Os ruminantes possuem maior susceptibilidade a infecções, devido a sua placenta ser do tipo sinepiteliocorial (SIMÕES et al., 2005). Os recém-nascidos desta espécie, nascem hipo ou agamaglobulinêmicos, ou seja, não possuem imunoglobulinas (SOUZA et al., 2014). Uma vez que a placenta dos ruminantes possui cinco a seis membranas teciduais, a passagem transplacentária de anticorpos fica impedida, o que justifica a dependência da ingestão de colostro para a aquisição de anticorpos (LIMA, 2011). As imunoglobulinas são formadas por glicoproteínas e secretadas por células plasmáticas, sua principal função é a proteção o organismo contra os antígenos (FEITOSA, 2001). A transferência de imunoglobulinas realizada através do colostro, da circulação materna para secreção mamária no final da gestação em torno de cinco semanas antes do parto e finaliza devido à ação da prolactina logo após o parto. As imunoglobulinas sofrem processo de pinocitose através das células epiteliais intestinais e são transportadas para o sistema linfático, assim irão para o sistema circulatório, tornando o neonato com uma “janela” de proteção imunológica (KRUSE, 1983; BESSI et al., 2002; BAPTISTA, 2016). Os anticorpos adquiridos de forma passiva protegem os cabritos e os cordeiros até as primeiras seis semanas de vida, quando, a partir de então, o estabelecimento da imunidade ativa passa a ser de grande relevância (YANAKA, 2009; BATISTA, 2011). Assim, o colostro poderá ser oferecido ao neonato de forma natural ou de forma artificial, através de mamadeiras e sondas esofágicas, onde o neonato precisará de 10 a 20% de seu peso corpóreo de colostro (FELICIANO et al., 2020), (Tabela 3). Tabela 3. Requerimento de colostro para cabritos estabulados. Peso do cabrito (Kg) Primeira mamada (mL) Requerimento diário (mL) 3 150 – 200 600 4 200 – 300 850 5 250 - 475 1.100 Fonte: Roberts; Scott-park (2011). Roberts; Scott-park (2011), indicam que o colostro deve ser oferecido ao cabritoestabulado uma taxa de 50-75 mL, três vezes ao longo do primeiro dia. Assim, na forma natural, as cabras e ovelhas amamentam suas crias em intervalos um pouco maiores, geralmente de até duas horas. No método artificial, utilizando a mamadeira ou sonda, deve- se obedecer ao intervalo de até duas horas, inclinando a cabeça do neonato para cima e em posição quadrupedal simulando a sua forma natural na glândula mamária. Aqueles animais nascidos de cesarianas é indispensavelmente que recebam o colostro dentro do centro cirúrgico, podendo ser ordenhado da sua respectiva mãe ou oriundo do banco de colostro com auxílio de mamadeira (CAMARGO, 2010). Cuidados com o umbigo O cordão umbilical é composto por quatro estruturas: uma veia e duas artérias umbilicais, além do úraco, que conjuntamente são responsáveis pela ligação materno-fetal
  • 10. durante toda a gestação. Essas estruturas irão alimentar o feto e permitir excreções. A região umbilical dos neonatos sofre alterações logo após o nascimento, onde essas estruturas são rompidas e em seguida ressecadas durante aproximadamente dez dias. posteriormente, ocorrerá a involução, tornando o ligamento redondo do fígado, o ligamento redondo da vesícula urinária e o úraco será obliterado (OLIVEIRA et al., 2007; HINTZ et al., 2019). Dentre os problemas sanitários que afetam os pequenos ruminantes neonatos, as infecções de umbigo ocupam lugar de destaque. Entretanto, as boas práticas de manejo sanitário contribuem para um bom desenvolvimento e sobrevivência dos neonatos até o desmame, dentre elas, o corte, cura e tratamento profilático do umbigo, realizando-se a correta desinfecção e cicatrização do mesmo. O corte do cordão umbilical deverá ser feito com auxílio de uma tesoura desinfetada com álcool 70º, deixando de 3 a 5 cm do abdômen, logo após o nascimento. Deve-se ter um cuidado especial para sua correta cicatrização com uso de antissépticos no local. O cordão deverá ser imerso em uma solução à base de iodo de 5 a 7%, ou outra tintura com ação cicatrizante e bactericida, para permitir a entrada da solução em todas as estruturas umbilicais durante 10 segundos, duas vezes ao dia. O procedimento deve ser repetido por três dias consecutivos para evitar a entrada de bactérias por este canal, resultando em infecções (GORINO, 2011). Alguns erros são comuns nas propriedades, entre eles o uso de soluções inadequadas, com menor poder de cicatrização e não realizar a imersão completa da estrutura, logo que possível após o nascimento. Além de retornar à solução utilizada para dentro da garrafa contendo a solução nova, dessa forma, depois de alguns tratamentos a concentração da solução já não é mais de 5 a 7% (SANTOS, 2021). Caso o umbigo não seja adequadamente curado, poderá provocar as onfalopatias, processo infeccioso das estruturas umbilicais externas e internas cuja ocorrência é mais frequente na primeira quinzena de vida (HINTZ et al., 2019), como hérnia umbilical, miíases, onfalites, onfaloflebites, onfaloarterites, abscessos umbilicais e persistência de úraco (SILVA et al., 2001; SANTOS, 2021). Sendo as infecções via umbilical correspondentes a 7% de perdas de cordeiros (RIBEIRO, 2011). Nóbrega Júnior et al. (2005) relatam que os patógenos mais comuns são Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Fusobacterium necrophorus, Listeria monocytogenes, Streptococcus spp., Pasteurella spp., Clostridium spp. e Clamidia spp.. Esses agentes ascendem as artérias umbilicais, chegando à aorta abdominal, circulação sistêmica onde poderá se instalar nas articulações, no sistema nervoso e ocasionar septicemia. Atualmente o número de mortes causada por infecção do coto umbilical vem diminuindo, devido a conscientização e cuidados tomados pelos criadores. Hipotermia-hiporexia-hipoglicemia O complexo hipotermia/inanição está associado à deficiência nutricional das mães ao terço final da gestação. Assim, a desnutrição da mãe irá limitar a produção colostro e leite, reduzindo o peso da cria ao nascimento. Sem ingestão de colostro e sem reserva energética o neonato entrará em hipotermia devido à falta de nutrientes para metabolizar e produzir energia e calor (SIMÕES, et al., 2005). Os recém-nascidos são suscetíveis ao frio, que pode ocasionar a morte de neonatos ruminantes no período pós-natal imediato, devido a produção de calor ser dependente da massa corpórea, e a termólise ser relacionada à área superficial (NOWAK; POINDRON, 2006; AVILA, 2013; PUGH et al., 2020). Neste período, quando a temperatura corporal do neonato estiver inferior a 38ºC, é considerado hipotérmico (Tabela 4). Tabela 4. Interpretação da temperatura dos pequenos ruminantes. Temperatura Interpretação Mais de 40ºC Febre – infecção Hipertermia 39 – 40°C Normal 37 – 39º C Hipotermia moderada Menos de 37ºC Hipotermia severa Fonte: Adaptado de Eales et al. (2004).
  • 11. De acordo com BALL et al. (2010), a hipotermia pode ser combatida usando uma fonte de calor como terapia, tais como: lâmpadas aquecedoras, cobertores elétricos ou outros recursos que mantenham a temperatura corporal próximo à normal Neonatos com temperatura retal baixa ao nascimento levam mais tempo para levantar e se locomover, são mais propensos ao risco de hipotermia-inanição e apresentam uma postura característica, no início ficam encolhidos, deitam-se, e com o tempo não suportam mais o peso da cabeça (DIAS, 2018). Ao se levantar, o neonato irá reduzir a perda de calor para o solo, ajudando a manter a temperatura corporal, e então empregando uma série de respostas reflexas e coordenadas, como caminhar, ingerir o colostro e contato materno- fetal. Os recém-nascidos são particularmente suscetíveis às condições ambientais ao nascimento. Portanto, a seleção do local no qual o cordeiro ou cabrito nascerá pode potencialmente influenciar o sucesso das respostas termorregulatórias. Assim, as matrizes devem ser alojadas em locais secos, protegido de frio e calor (DWYER et al., 2016). Na Figura 1, está apresentado um fluxograma que irá contribuir para o diagnóstico de hipotermia. Além disso, apresenta uma sequência de cuidados que devem ser tomados para salvar a vida de neonatos. Figura 1. Procedimentos a serem tomados diante da identificação de cabritos ou cordeiros com sinais de hipotermia. Fonte: Souza et al. (2007). Quando o cabrito ou cordeiro está com temperatura corporal abaixo de 37°C, com mais de cinco horas de vida e que não são suportam o peso da cabeça, podem não ter reservas de gordura suficientes para iniciar a produção de calor, mesmo com colostro, devem receber uma injeção intraperitoneal de glicose antes de serem aquecidos. A solução de glicose a 20% a uma dose de 10 mL/kg de peso corporal deve ser injetada na cavidade abdominal (intraperitoneal), cerca de 2 cm abaixo do umbigo e 2 cm lateral à linha média. O neonato deve ser contido pelas patas dianteiras com o corpo encostado nas pernas ou na lateral. Pulveriza-se o local com antisséptico e com seringa de 60mL com agulha de 10mm 18G, não deve ser maior que 12,5mm, injetando a solução lentamente durante 10 – 15 segundos no abdômen no ângulo de 30 e 45º (MARTIN, 2010). Após aplicar a glicose, precisa secá-lo, caso esteja molhado, e reaquecidos em corrente de ar com temperatura de 40ºC, devendo ter cuidado para evitar hipertermia (CONSTABLE et al., 2021). Os neonatos que suportam o peso da cabeça e que estão em hipotermia moderada devem ser secos e receber alimentação por sonda abomasal (SOUZA et al., 2007). Após os procedimentos supracitados, o cabrito ou cordeiro deve ser colocado em caixa de aquecimento e verificar a temperatura a cada
  • 12. 20-30 minutos para garantir que não o superaqueça. Caso a temperatura esteja normalizada, deve ser devolvido à ovelha certificando de que seja aceito pela mãe e possa amamentar normalmente. Se o cordeiro ainda estiver fraco ou caso não tenha certeza se recebeu colostro suficiente, deve fazer o uso da sonda gástrica (CAMPBELL, 2020). Em relação a hipoxia neonatal, considerada um distúrbio não-infeccioso, tem como principais causas os movimentos respiratórios fracos, atelectasia, mistura de sangue venoso e arterial no coração, circulação pulmonar anormal e má difusão de gases nos alvéolos. Denota que os animais se apresentam letárgicos, vagarosos ou incapazes de se levantar e de amamentar, mucosas aparentes cianóticas e/ou pálidas (BENESI, 1993). Quando observada, é imprescindível que o animal receba amparo imediato, sendo indicado para reverter esse quadro, a suplementação com oxigênio utilizando um cilindro portátil e máscara (SOARES, 2020). Os neonatos com hipoxia decorrente de distocias, geralmente apresentam acidose metabólica devido ao acúmulo de ácido láctico, levando a redução do vigor e diminuição do reflexo de sucção. A ocorrência de hipóxia grave durante o parto, pode ocasionar a morte logo após o nascimento, havendo maior risco para aqueles que sobrevivem, de ocorrer acidose metabólica, bem como a acidose respiratória, além da diminuição da capacidade de produção de calor, conhecida como termogênese (PRESTES; LANDIM-ALVARENGA, 2017; CONSTABLE et al., 2021). Pode-se avaliar a acidose do neonato, observando o tempo para que o mesmo assuma a posição de decúbito esternal, dentro de quatro a seis minutos após o parto e através da pontuação do escore Apgar (PRESTES; LANDIM- ALVARENGA, 2017). Os cordeiros e cabritos são mais suscetíveis a hipoglicemia, normalmente, a glicose é alta no sangue do neonato, devido à intensificação da utilização de glicogênio devido a resposta do aumento da atividade eferente do sistema nervoso simpático, que ocorre mesmo na ausência da oferta de nutrientes (KURZ; WILLETT, 1991). Conforme Souza et al. (2014), após a ingestão do colostro, pode ocorrer um aumento da glicemia, devido a absorção e metabolização dos carboidratos, o que eleva as concentrações de glicose. Caso haja a necessidade de uma suplementação, deverá ser aplicada por via endovenosa. Dificilmente o animal apresentará problemas de hipoglicemia se estiver mamando ou recebendo colostro ou leite (PRESTES; LANDIM-ALVARENGA, 2017). Neonatos órfãos ou rejeitados Os laços afetivos entre mãe e cria ocorrem rapidamente após o nascimento, estabelecido dentro de uma hora após o nascimento. Assim, a mãe restringirá seus cuidados maternos apenas para aquela cria. Geralmente, em partos de gêmeos ou trigêmeos, o último cordeiro não é reconhecido pela mãe e rejeita-o. Com essa falha na comunicação, a cria não terá acesso ao úbere e a ingestão do colostro, dificultando a sua sobrevivência (DWYER et al., 2016; CONSTABLE et al., 2021). Portanto, havendo a rejeição ou em casos de recém-nascido órfãos, deve-se ter intervenção humana, colocando para adoção por outra matriz que perdeu recentemente sua cria. Caso a fêmea o rejeite, deve secar todo o animal, limpar as vias aéreas, e seguir os cuidados com a ingestão do colostro, oriundo do banco de colostro, cura do umbigo e colocá-lo em uma baia sob cuidados especiais. Neonatos nascidos a partir de cesariana Para os neonatos caprinos e ovinos nascidos através de cesariana, recomenda-se limpar as vias aéreas superiores, removendo os resquícios do líquido amniótico. Pode-se suspender estes filhotes pelos membros pélvicos (acima dos tarsos), de modo a facilitar a drenagem dos líquidos fetais pela boca e narinas. Com auxílio de uma toalha, faz-se massagens na região do tórax para estimular a respiração. Deve-se checar a respiração e os batimentos cardíacos por meio de auscultação. Se necessário utilizar Hidrocloreto de Doxapram (5-10mg, 0,25 a 0,5mL, sublingual). O neonato deve ser limpo e colocado em ambiente aquecido (JACKSON, 2006). Os cabritos ou cordeiros nascidos de cesarianas precisam receber o colostro dentro do centro cirúrgico, ordenhado da sua respectiva mãe ou do banco de colostro com auxílio de mamadeira. Após a ingestão do colostro realiza-
  • 13. se a cura do umbigo com solução de iodo. O neonato deve ser colocado juntamente com suas mães em baias individuais, em observação, até que as matrizes se recuperem por completo do protocolo anestésico (CAMARGO, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme demonstrado, o manejo adequado nas primeiras horas de vida é determinante para sobrevivência e posterior desenvolvimento de neonatos caprinos e ovinos. Portanto, é importante ressaltar que além de ser necessário o desenvolvimento de novos estudos com esta temática, é preciso que o conhecimento atualmente disponível seja expandido e implementados pelos produtores. A adoção de medidas apresentadas nesta revisão pode contribuir significativamente para o aumento da produtividade de rebanhos caprinos e ovinos nas diferentes regiões do Brasil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, F.H.M.A.R.; OLIVEIRA. E. L.; FARIAS, J.L.S. Manejo de crias ovinas: do nascimento à desmama. Comunicado Técnico Embrapa, Sobral, dez. 2007. n.88, p.1-3. AVILA, L.G. Avaliação clínico-laboratorial de cordeiros nascidos a termo e prematuros. 2013. 101 f. Tese (Doutorado em Ciência Animal) - Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2013. BALL, M.K; HILLMANB, N.H.; KALLAPURB, S.G.; POLGLASEC, G.R; JOBEB, A.H; PILLOWC, J.J. Body temperature effects on lung injury in ventilated preterm lambs. Resuscitation, Clare, v.81, n.6, p.749-754, mar. 2010. BAPTISTA, R.S. Proteinograma sérico de cordeiros nascidos a termo ou prematuros. 2016. 28 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal, Fisiopatologia Médica e Cirúrgica) - Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2016. BATISTA, J.A. Aspectos do manejo alimentar e sanitário de cabras leiteiras no periparto e neonatos no Semiárido paraibano. 2011. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, 2011. BENESI, F.J. Síndrome asfixia neonatal nos bezerros: importância e avaliação crítica. Arquivos da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia, Salvador, v.16, n.1, p.38-48, fev. 1993. BESSI, R.; PAULETTI, P.; D´ARCE, R.D.; MACHADO NETO, R. Absorção de anticorpos do colostro em bezerros. II. Estudo no intestino delgado distal. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.31, n.6, p.2325-2331, jul. 2002. BORGES, L.S; ROCHA, F.S.B; NERI, V.S.; MAIA, F.S.P.; CASTRO, O.C.C.; CAMPELO, J.E.G.; SARMENTO, J.L.R. Gestão zootécnica e genética informatizadas em pequenos ruminantes: uma revisão. Medicina Veterinária (UFRPE), Recife, v.13, n.2, p.251-257, abr./jun. 2019. BORN E. Untersuchungen über den Einfluss der Schnittentbindung auf die Vitalität neugeborener Kälber. 1981. 47 f. Tese (Doutorado) - Tierärztliche Hochschule, Hannover, Germany, 1981. BOVINO, F. Determinação do escore apgar, dos valores hemogasométricos e do proteinograma sérico de cordeiros (Ovis aries) nascidos de partos normais e de cesarianas. 2011. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Universidade Estadual Paulista de Medicina Veterinária, Curso de Medicina Veterinária, Araçatuba, 2011. CAIXETA, D.G.; CARMO, J.P. Criação de Bezerros Neonatos: manejo e bem-estar. Scientia Generalis, Patos de Minas, v.1, n.3, p.92-103, mai. 2020. CAMARGO, D.G. Avaliação do sisatema Apgar (modificado por BORN, 1981) e dos níveis de cortisolemia, glicemia e de gases sanguíneos em cabritos nascidos de partos eutócicos e de cesariana. 2010. 93 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Universidade
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