O documento descreve um estudo que avaliou características morfológicas e componentes de rendimento de sete híbridos de milho cultivados no Paraná. Os híbridos apresentaram estande final semelhante, mas diferenças em altura de inserção da espiga e componentes de rendimento. Entretanto, a produtividade média foi similar entre os híbridos.
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
Produtividade de híbridos de milho
1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 19 - Número 1 - 1º Semestre 2019
PRODUTIVIDADE DE HÍBRIDOS DE MILHO CULTIVADOS NO PERÍODO SAFRA
2017/18 EM DOIS VIZINHOS - PARANÁ
Vanderson Vieira Batista1
, Paulo Fernando Adami1,2
, Cleverson Luiz Giacomel2
, Amanda Cassu da Fonseca2
, Jordano
Sandri da Silva2
e Douglas Camana2
RESUMO
O estudo tem objetivo de avaliar características morfológicas de plantas e componentes de rendimento
de grãos, de diferentes híbridos de milho, cultivados no período safra, em Dois Vizinhos – PR. O
experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso, com três repetições. Foram avaliados
sete híbridos de milho: MG320, DKB240, AS1556, DKB290, 30F53, AS1666 e AG9025. Não foi
observada diferença estatística para o estande final, apresentando valores médios de 71.851 plantas
ha-1
. Quanto as características morfológicas, observou-se valores semelhantes de diâmetro de colmo
(2,25 cm) e altura de planta (263 cm), entretanto DKB240, AS1656 e DKB290 exibiram os maiores
valores de altura de inserção de espiga. Alguns componentes de rendimento (grãos por fileira, fileiras
por espiga e massa de mil grãos), exibiram diferenças entre os híbridos estudados. Porém, o número
de grãos por espiga, produtividade e produtividade por planta, apresentaram valores semelhantes. A
produtividade média relatada foi de 11.410 kg ha-1
. Concluiu-se que os híbridos de milho avaliados
apresentam características morfológicas de plantas (altura de inserção da espiga) e componentes de
rendimento (número de grãos por fileira, número de fileiras por espiga e massa de mil grãos)
diferentes, entretanto resultam em valores de rendimento, semelhantes entre si.
Palavras-chave: altura de planta; massa de mil grãos; nitrogênio; Zea mays.
PRODUCTIVITY OF CORN HYBRIDS CULTIVATED IN THE SAFRA 2017/18 PERIOD
IN DOIS VIZINHOS - PARANÁ
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the morphological characteristics of plants and grain yield
components of different corn hybrids grown in the harvest period in Dois Vizinhos - PR. The
experiment was conducted in a randomized complete block design with three replicates. Seven corn
hybrids were evaluated: MG20, DKB240, AS1556, DKB290, 30F53, AS1666 and AG9025. No
statistical difference was observed for the final stand, presenting average values of 71,851 plants ha-
1
. Regarding the morphological characteristics, it was observed similar values of stem diameter (2.25
cm) and plant height (263 cm), however DKB240, AS1656 and DKB290 exhibited the highest values
of ear insertion height. Some yield components (grains per row, rows per spike and mass of one
thousand grains) showed differences among the studied hybrids. However, the number of grains per
spike, productivity and productivity per plant presented similar values. The average productivity
reported was 11,410 kg ha-1
. It was concluded that the maize hybrids evaluated presented plant
morphological characteristics (ear insertion height) and yield components (number of grains per row,
number of rows per spike and mass of a thousand grains), however they result in values of, similar to
each other.
Keywords: plant height; mass of a thousand grains; nitrogen; Zea mays. 85
2. INTRODUÇÃO
O Brasil é um dos maiores produtores e
exportadores de milho (Zea mays) do mundo.
Segundo dados da CONAB (2019), foram
cultivados no Brasil, durante o período safra
2018/19 (primeira safra) uma área de 5.018,5
mil ha-1
de milho, produzindo um montante de
25.870,5 mil t de grãos. Dentre os estados
produtores de milho no Brasil, o Paraná é um
dos destaques, entretanto a produção de milho
paranaense é concentrada em safrinha
(segunda safra), sendo cultivados 357,7 mil ha-
1
de milho no período safra 2018/19, no qual
foram produzidos 3.117,0 mil t de grãos
(CONAB, 2019).
Apesar da preferência do produtor rural
paranaense em cultivar soja na safra e milho
em safrinha, o milho apresenta-se como
excelente alternativa de cultivo no período
safra, pois se enquadra no sistema de rotação
de culturas, quebrando ciclo de pragas, além de
proporcionar rentabilidade ao produtor.
No entanto, sabe-se que vários fatores
podem influenciar as características
morfológicas e os componentes de rendimento
da cultura do milho, sendo a escolha do
material a ser cultivado, um destes fatores.
Segundo Cruz et al. (2010), a escolha do
híbrido a ser cultivado deve ser criteriosa, pois
representa um importante fator no cultivo.
Também, Batista et al. (2018) relatam em suas
pesquisas que a produtividade de grãos de
milho em safrinha no estado do Paraná, pode
reduzir em até 31,7%, em função do híbrido
cultivado.
Além disso, existe uma carência de
estudos recentes na literatura que avaliam
híbridos de milho para o cultivo em período
safra, e Galvão et al. (2014) destacam que a
produção de milho passou por uma grande
transformação nos últimos anos, sendo que
atualmente existe uma grande demanda de
sementes híbridas no mercado, cabendo ao
produtor a escolha do material a ser cultivado.
Sendo assim, com base nesta contextualização,
o estudo tem o objetivo de avaliar
características morfológicas de plantas e
componentes de rendimento de grãos de
diferentes híbridos de milho, cultivados no
período safra em Dois Vizinhos – PR.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na Fazenda
Experimental da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, campus de Dois Vizinhos
(UTFPR-DV), a qual apresenta altitude média
510 metros acima do nível do mar. O solo é
classificado como Latossolo Vermelho
Distroférrico (BHERING et al., 2009), o qual
apresentou 56% argila, 32% silte e 11% areia,
e componentes químicos na profundidade de 0-
20 cm de 3,45, 4,28, 0,9 e 0,91 cmolcdm-3
para
H+Al, Ca, Mg e K respectivamente, P de 21,59
mgdm-3
, mátria orgânica de 45,30 mgdm-3
, pH
5,21 e saturação por base de 63,18%, em
análise química na profundidade de 0 a 20 cm.
O clima local é classificado com Cfa
(ALVARES et al., 2013). Os dados de
temperatura máxima e mínima, bem como a
precipitação registradas durante a condução do
experimento são representados na Figura 1.
O experimento foi conduzido em
delineamento de blocos ao acaso, com três
repetições. Foram avaliados sete híbridos de
milho, os quais são cultivados por produtores
locais: 1- MG320, 2 – DKB240, 3 – AS1556,
4 – DKB290, 5 – 30F53, 6 – AS1666 e 7 –
AG9025. Os materiais foram inseridos em
parcelas experimentais compostas por oito
linhas de cultivo, espaçadas a 45 cm de
distância, com 15 metros de comprimento
cada.
A área experimental foi cultivada com
consorcio de nabo (Raphanus sativus L.) e
aveia (Avena strigosa) durante o período de
inverno, o qual proporcionou acúmulo de
2.984 kg ha-1
de massa seca. A cobertura de
inverno foi dessecada 20 dias antes da
semeadura, utilizando glifosato (1.080 g ha-1
de ingrediente ativo). A semeadura foi
realizada em 02 de outubro de 2017, em
sistema de plantio direto, com densidade de
75.000 sementes ha-1
. Adicionou-se no sulco
de semeadura 350 kg ha-1
de adubo químico,
com formulação 08-20-20 (N-P2O5-K2O).
Também, foi aplicado nitrogênio em cobertura
(ureia com 46% de N), 190 kg de N ha-1
,
divididos em duas aplicações: 1 - quando o
milho encontrava-se em estádio V4 e 2 – em
estádio V7 do milho.
3. Figura 1. Temperatura máxima e mínima (°C) e precipitação (mm) diárias registradas durante a condução da lavoura
experimental com diferentes híbridos de milho
Para o controle de prevejo (Dichelops
melacanthus) foi aplicado inseticida
imidacloprid + beta-cyfluthrin na dose de 1 L
ha-1
, logo após a emergência do milho.
Também, foi realizado o controle de plantas
daninhas com aplicação de glyphosate (1,2 g
a.i. ha-1
) quando o milho estava em estádio V3.
Quando todos os híbridos atingiram
umidade de grãos abaixo de 20%, parâmetro
considerado pelos produtores locais para a
colheita do milho na região, iniciaram-se as
avaliações. As avaliações, foram realizadas
utilizado as plantas das duas linhas centrais de
cada parcela, com dez metros linear de
comprimento, cada unidade de avaliação (UA)
com 9 m2
.
Foi avaliado o estande final de plantas
(plantas ha-1
), contando o número de plantas
presente nas UA e extrapolado para hectares.
Como característica morfológica das
plantas foi avaliado o diâmetro do colmo,
altura inserção da espiga (cm) e altura final de
planta (cm) em 10 dez plantas por UA, sendo
considerado para a análise de dados o valor
médio observado nas UA. Os valores de
diâmetro do colmo foram obtidos entre o
primeiro e segundo entrenó, realizada com
auxílio de um paquímetro. As alturas de
inserção de espiga e de planta foram obtidas
com auxílio de uma fita métrica, considerando
como altura de inserção da espiga a distância
entre o nível do solo e o entrenó de inserção da
espiga principal, e a distância entre o solo e o
pendão, como altura de planta.
Para a avaliação dos componentes de
rendimento, foram coletadas dez espigas ao
acaso por UA, sendo estas avaliadas quanto ao
número de grãos por fileira e número de fileiras
por espiga, em cada espiga. Calculou-se a
média aritmética entre os valores observados
para cada variável, em cada tratamento, sendo
este valor utilizado para a análise de dados.
Também, multiplicando o número de grãos
presente em uma das fileiras da espiga e o
número de fileiras por espiga, obteve-se o
número de grãos por espiga.
Ainda, foi determinada a
produtividade de grãos (kg ha-1
) dos híbridos,
colhendo o restante das espigas presentes na
UA, sendo todas as espigas debulhadas com
auxílio de um debulhador de cereais, acoplado
ao trator. A amostra de grãos obtida foi pesada,
mensurada a umidade e calculada a
produtividade da UA com umidade em 13%,
sendo o valor extrapolado para quilos por
hectare. Para a massa de mil grãos, mil grãos
foram separados e pesados com balança de
precisão, para determinar a massa de mil grãos
(g) (umidade de grãos de 13%). Dividindo o
valor da produtividade, pelo estande final de
plantas, obteve-se a produtividade por planta
(g).
4. Os dados foram submetidos aos testes
de homogeneidade e normalidade de Bartlett e
Lilliefors. Atendendo os pressupostos,
aplicou-se análise de variância e quando
constado significância (p<0,05), aplicou-se
teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade. A
análise de dados foi realizada com auxílio do
software Sisvar 5.6 (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estande final de plantas de milho foi
semelhante entre os híbridos avaliados,
apresentando população média final de 71.851
plantas ha-1
(Tabela 1). Este resultado sugere
que ambos os híbridos apresentaram
estabelecimento e desenvolvimento de plantas
semelhantes, não ocorrendo perda de estande
para nenhum dos matérias, proporcionando
maior confiabilidade nos resultados
encontrados.
De acordo com Pereira Filho et al.
(2008), o estande de plantas é um dos
principais componentes que interferem no
rendimento produtivo da cultura do milho no
Brasil. Batista et al. (2019) observaram em
suas pesquisas com diferentes materiais de
milho (2B587 e AG9030), que a produtividade
do cereal é reduzida quando cultivado com
baixas densidades (45.000 e 55.000 plantas ha-
1
). Entretanto, em maiores densidade (65.000 e
75.000 plantas ha-1
) a produtividade é superior,
porém apresentam valores similares entre si
(BATISTA et al. 2019), sugerindo que altas
densidades populacionais também não devem
ser empregadas no cultivo de milho, pois não
ocorre incremento de produtividade.
Tabela 1. Estande final e características morfológicas de plantas de diferentes híbridos de milho cultivados na safra
2017/18 em Dois Vizinhos – Paraná
Híbrido
Estande final de plantas
(plantas ha-1
)
Diâmetro do colmo
(cm)
Altura de inserção da
espiga (cm)
Altura final de
planta (cm)
MG320 71.111,11 2,37 132,00 B 262,11
DKB240 71.851,85 2,17 134,67 B 255,78
AS1656 72.592,59 2,12 159,89 A 265,89
DKB290 72.592,59 2,23 154,89 A 274,44
30F53 71.111,11 2,42 155,00 A 271,33
AS1666 72.592,59 2,18 135,44 B 262,89
AG9025 71.111,11 2,26 125,22 B 251,22
Média 71.851,85 2,25 142,44 263,38
Valor de P 0,2108ns
0,0528ns
0,0078* 0,1881ns
CV (%) 4,05 4,92 7,36 4,03
ns
: não significativo. *: significativo ao nível de 5% de probabilidade do erro (p<0.05). Médias seguidas por letra diferentes
na coluna, diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5%.
Os híbridos de milho avaliados
apresentaram valores semelhantes de diâmetro
do colmo (2,25 cm) e altura final de planta
(263,38 cm), não sendo constados diferenças
estatísticas. Porém, para a altura de inserção da
espiga é observado que AS1656, DKB290 e
30F53 apresentam valores superiores aos
demais materiais avaliados (Tabela 1). Estudos
encontrados na literatura corroboram com os
resultados observados, enquanto outros
divergem, dependo do parâmetro considerado
(BATISTA et al., 2018; NEUMANN et al.,
2017; ARAÚJO et al. 2017; SILVA et al.,
2016; QUADROS et al., 2015).
As características morfológicas das
plantas de milho são definidas geneticamente,
entretanto as condições climáticas de
precipitação, temperatura, soma térmica e,
condições nutricionais, além de manejo
(densidade de plantas e distância entre
plantas), também são fatores que influenciam
estas propriedades. Neste sentido, imagina-se
que a diferença registrada para altura de
inserção de espiga, são proveniente de
características determinadas pelo genótipo de
cada material. Enquanto, para o diâmetro do
colmo e altura de plantas, além da influência
genética, imagina-se que estas características
estão mais relacionadas as condições
5. climáticas e de manejo, pois os materiais
estavam sujeitos as mesmas condições, e as
variáveis estudas não foram influenciadas,
apresentando valores semelhantes.
Na Tabela 2 são apresentadas as
variáveis referentes aos componentes de
rendimento dos híbridos de milho. Observa-se
que o híbrido MG320, destaca-se com maior
número de grãos por fileiras (39,40), seguidos
por DKB240, 30F53 e AG9025, com valores
médios de 36,87, 35,60 e 35,07 grãos por
fileiras, respectivamente. Já os materiais
AS1656, DKB290 e AS1666 diferenciaram-se
estatisticamente dos demais e, apresentaram
menor quantidade de grãos por fileira (33,67,
31,60 e 32,20) (Tabela 2).
Tabela 2. Componentes produtivos de diferentes híbridos de milho cultivados na safra 2017/18 em Dois Vizinhos –
Paraná
Híbrido
Número de
grãos por
fileira
Número de
fileiras por
espiga
Número de
grãos por
espiga
Massa de mil
grãos (g)
Produtividade
(kg ha-1
)
Produtividade
por planta (g)
MG320 39,40 A 14,53 B 572,16 379,78 B 10.495,33 147,59
DKB240 36,87 B 15,60 B 573,31 392,61 B 10.803,78 150,50
AS1656 33,67 C 17,33 A 583,92 481,92 A 12.359,25 170,25
DKB290 31,60 C 17,60 A 556,69 453,92 A 12.142,92 167,01
30F53 35,60 B 16,13 B 573,81 408,13 B 11.702,60 165,14
AS1666 32,20 C 15,60 B 502,69 515,25 A 10.742,85 148,21
AG9025 35,07 B 15,07 B 528,24 468,36 A 11.626,46 163,60
Média 34,91 15,98 555,83 442,85 11.410,46 158,90
Valor de P 0,0001* 0,0087* 0,0689ns
0,0031* 0,0903ns
0,0871ns
CV (%) 3,56 5,49 5,94 7,75 6,84 7,44
ns
: não significativo. *: significativo ao nível de 5% de probabilidade do erro (p<0.05). Médias seguidas por letra diferentes
na coluna, diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5%.
Assim como para o número de grãos
por fileira, também foi observado diferença
estatística para a número de fileiras por espiga,
no qual AS1656 (17,33) e DKB290 (17,60)
proporcionaram valores superiores aos demais
híbridos (Tabela 2). Resultados corroboram
com outras pesquisas, nas quais também são
encontradas diferenças para ambas as
variáveis, em diferentes materiais de milho
(BATISTA et al. 2018, ARAÚJO et al., 2017).
Estas duas variáveis (fileiras de grãos
por espiga e grãos por fileira) são importantes,
pois elas determinam o número de grãos por
espiga, um importante componente de
rendimento da cultura do milho. Apesar das
alterações observadas em ambas as variáveis,
não foi constado diferença estatística
significativa para o número de grãos por
espiga, apresentando valores médios de 555,83
grãos (Tabela 2). Destaca-se que ocorreu uma
relação inversa quanto ao número de grãos por
fileira e fileiras por espiga, para os híbridos
AS1656 e DKB290 (menor quantidade de
grãos por fileira e maior quantidade de fileiras
por espiga) (Tabela 2). Tal evento, pode
explicar os valores semelhantes de grãos por
espiga, observados nos híbridos de milho
avaliados.
A massa de mil grãos também é um
importante componente de rendimento da
cultura do milho, pois ela, juntamente com o
número de grãos por espiga, influencia a
produtividade da cultura. No presente estudo,
foi constatado que os híbridos AS1656,
DKB290, AS1666 e AG9025 apresentaram
maiores valores de massa de mil grãos em
relação aos demais (Tabela 2). Resultados
corroboram com Batista et al. (2018) os quais
avaliaram 18 híbridos de milho cultivados em
safrinha, também no município de Dois
Vizinhos – PR, averiguaram que a massa de
mil grãos é diferente em função do material
utilizado.
De acordo com Magalhães et al.
(2002), existe constituição morfológica das
plantas e também de seus frutos, para
determinar o potencial de produção da cultura
do milho. Apesar de existir diferenças
6. morfológicas para a altura de inserção de
espiga e de frutos (grãos por fileira, fileiras por
espiga e massa de mil grãos), não foi observada
diferença estatística para a produtividade por
unidade de área (kg ha-1
) e produtividade por
planta (g), entre os híbridos avaliados, sendo
aferido produtividade média de 11.410 kg ha-1
,
e produtividade por planta de 158,9 g (Tabela
2). Resultados diferem dos observados por
Batista et al. (2018) e Batista et al. (2019), os
quais observaram que a produtividade de grãos
de milho é alterada em função do híbrido
cultivado.
Apesar de não diferir estatisticamente,
ressalta-se que os híbridos AS1656 e DKB290
produziram mais de 1.500 kg ha-1
de milho em
relação a outros materiais, o equivalente a 25
sacas ha-1
. Estes valores são consideráveis e
podem incrementar os lucros obtidos das
lavouras comerciais de milho para os
produtores. Destaca-se no presente estudo, o
fato de todos os híbridos avaliados serem
cultivados pelos produtores rurais na região de
realização do experimento, sendo ambos os
matérias indicados para o cultivo na região.
Este, possivelmente, foi o evento que
contribuiu para que não houvesse diferença
entre a produtividade de grãos entre os híbridos
de milho estudados.
Ainda, destaca-se a elevada
produtividade média obtida (11.410 kg ha-1
),
em relação a observada no estado do Paraná
(8.748 kg ha-1
) e a do Brasil (5.275 kg ha-1
)
(CONAB, 2019), no mesmo período.
Possivelmente, a elevada produtividade está
relacionada a boa fertilidade da área
experimental, adubação de base empregada,
aplicação de nitrogênio em cobertura e as
condições climáticas (precipitação (mm) e
temperatura (°C)) (Figura 1), as quais foram
favoráveis para o bom desenvolvimento e,
consequentemente para boa produtividade dos
híbridos.
Sendo assim, conclui-se que para as
condições de realização do estudo, os híbridos
de milho avaliados apresentam características
morfológicas de plantas (altura de inserção da
espiga) e componentes de rendimento (número
de grãos por fileira, número de fileiras por
espiga e massa de mil grãos) diferentes,
entretanto resultam em valores de rendimento
(produtividade (kg ha-1
) e produtividade por
planta (g)), semelhantes entre si.
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SILVA, A.G.; FRANCISCHINI, R.;
TEIXEIRA, I.R.; GOULART, M.M.P.
Aplicação de fungicida em híbridos de milho
na safra de verão na região Central do Brasil.
Revista Magistra, v.28, n. 3/4, p.379-389,
2016.
1
Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), Pato Branco, PR.
2
Programa de Graduação em Agronomia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), Dois Vizinhos, PR.
cleversom_giacomel@hotmail.com
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