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TOXICOFILIASTOXICOFILIAS
CONCEITOSCONCEITOS
• Toxicomania – hábito ao uso de narcóticosToxicomania – hábito ao uso de narcóticos
e/ou psicotrópicos;e/ou psicotrópicos;
• Do gregoDo grego toxicontoxicon: veneno no qual as flechas: veneno no qual as flechas
eram embebidas; mania: loucura.eram embebidas; mania: loucura.
Comportamento de dependência em relaçãoComportamento de dependência em relação
a uma ou mais substâncias psicoativas.a uma ou mais substâncias psicoativas.
(Dicionário Larousse)(Dicionário Larousse)
TOXICOFILIASTOXICOFILIAS
• OMSOMS
““estado de intoxicação periódicaestado de intoxicação periódica
ou crônica , nociva ao indivíduoou crônica , nociva ao indivíduo
ou à sociedade, produzida peloou à sociedade, produzida pelo
repetido consumo de umarepetido consumo de uma
droga natural ou sintética.”droga natural ou sintética.”
TOXICOFILIATOXICOFILIA
• Conforme oConforme o Dictionnaire des DroguesDictionnaire des Drogues, a observação dos, a observação dos
comportamentos da adicção em relação a drogas tais como ocomportamentos da adicção em relação a drogas tais como o
álcool e o ópio data do começo do século XIX. A partir de 1840,álcool e o ópio data do começo do século XIX. A partir de 1840,
o uso de produtos psicotrópicos se diversifica e se generalizao uso de produtos psicotrópicos se diversifica e se generaliza
entre a população. O conceito de alcoolismo foi estabelecidoentre a população. O conceito de alcoolismo foi estabelecido
em 1849 pelos cientistas. Em 1875, fala-se de cocainomania eem 1849 pelos cientistas. Em 1875, fala-se de cocainomania e
morfinomania. O termo genérico de toxicomania, utilizadomorfinomania. O termo genérico de toxicomania, utilizado
desde 1880, designava as condutas de adição em relação adesde 1880, designava as condutas de adição em relação a
diversas drogas. Agrupou-se, em seguida, o termo toxicomaniadiversas drogas. Agrupou-se, em seguida, o termo toxicomania
às práticas mais diferentes de consumo, enquanto que aàs práticas mais diferentes de consumo, enquanto que a
origem dos critérios eram o comportamento aditivo, compulsivoorigem dos critérios eram o comportamento aditivo, compulsivo
e provocador de uma situação de desmame quando dae provocador de uma situação de desmame quando da
suspensão do produto. O termo designa igualmente osuspensão do produto. O termo designa igualmente o
fenômeno do consumo de drogas com uma conotaçãofenômeno do consumo de drogas com uma conotação
patológica, médica.patológica, médica.
TOXICOFILIATOXICOFILIA
• Tradicionalmente: forma de comportamento que,Tradicionalmente: forma de comportamento que,
recorrendo a meios artificiais - "os tóxicos" ou "asrecorrendo a meios artificiais - "os tóxicos" ou "as
drogas" - visa tanto a negação dos sofrimentos comodrogas" - visa tanto a negação dos sofrimentos como
a busca de prazeres. Trata-se, pois, de uma situaçãoa busca de prazeres. Trata-se, pois, de uma situação
psicoafetiva estruturando-se para encontrar umpsicoafetiva estruturando-se para encontrar um
estado almejado que deve funcionar comoestado almejado que deve funcionar como
euforizante das satisfações que o indivíduo nãoeuforizante das satisfações que o indivíduo não
encontra na vida cotidiana. (Claude Olievenstein -encontra na vida cotidiana. (Claude Olievenstein - "A"A
droga"droga"))
HISTÓRIA DAS DROGASHISTÓRIA DAS DROGAS
• Há cerca de 5 mil anos, uma tribo de pigmeus do centro da
África saiu para caçar. Alguns deles notaram o estranho
comportamento de javalis que comiam uma certa planta. Os
animais ficavam mansos ou andavam desorientados. Um
pigmeu, então, resolveu provar aquele arbusto. Comeu e
gostou. Recomendou para outros na tribo, que também
adoraram a sensação de entorpecimento. Logo, um curandeiro
avisou: havia uma divindade dentro da planta. E os nativos
passaram a venerar o arbusto. Começaram a fazer rituais que
se espalharam por outras tribos. E são feitos até hoje. A árvore
Tabernanthe iboga, conhecida por iboga, é usada para fins
lisérgicos em cerimônias com adeptos no Gabão, Angola,
Guiné e Camarões.
HISTÓRIA DAS DROGASHISTÓRIA DAS DROGAS
• Há milênios o homem conhece plantas como
a iboga, uma droga vegetal. O historiador
grego Heródoto anotou, em 450 a.C., que a
Cannabis sativa, planta da maconha, era
queimada em saunas para dar barato em
freqüentadores. “O banho de vapor dava um
gozo tão intenso que arrancava gritos de
alegria.” No fim do século 19, muitos desses
produtos viraram, em laboratórios, drogas
sintetizadas. Foram estudadas por cientistas
e médicos, como Sigmund Freud.
HISTÓRIA DAS DROGASHISTÓRIA DAS DROGAS
• Somente no século 20 é que começaram a surgir proibições
globais ao uso de entorpecentes. Primeiro, nos EUA, em 1948.
Depois, em 1961, em mais de 100 países (Brasil entre eles),
após uma convenção da ONU. Segundo um relatório publicado
pela entidade em 2005, há cerca de 340 milhões de usuários
de drogas no planeta. Movimentam um mercado de 1,5 trilhão
de dólares. “Ao longo da história, as drogas tiveram usos
múltiplos que alimentaram e espelharam a alma humana”, diz o
professor da USP Henrique Carneiro, autor de Pequena
Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas. Elas deram
origem a religiões, percorreram o planeta com o comércio,
provocaram guerras, mudaram a cultura, música e moda.
Acompanhe agora uma viagem pela história das substâncias
mais famosas.
DEPENDÊNCIADEPENDÊNCIA
• Condicionamento do sujeito à droga;Condicionamento do sujeito à droga;
• Caracteriza-se por:Caracteriza-se por:
• TolerânciaTolerância
• AbstinênciaAbstinência
• Deve haver obrigação imperiosa de consumir aDeve haver obrigação imperiosa de consumir a
droga e repercussões sociais/laborais.droga e repercussões sociais/laborais.
• Dependência psíquicaDependência psíquica
• Dependência físicaDependência física
DEPENDÊNCIA FÍSICADEPENDÊNCIA FÍSICA
• Estado de necessidade fiosiológica,Estado de necessidade fiosiológica,
anormal, causada por suspensão súbitaanormal, causada por suspensão súbita
ou dosagem insuficiente da substânciaou dosagem insuficiente da substância
química;química;
Ocorre a abstinência (miose, tremores,Ocorre a abstinência (miose, tremores,
calafrios, convulsões, etc.)calafrios, convulsões, etc.)
DEPENDÊNCIA PSÍQUICADEPENDÊNCIA PSÍQUICA
As manifestações são psíquicas;As manifestações são psíquicas;
Leva o sujeito a querer usar a droga deLeva o sujeito a querer usar a droga de
forma periódica ou constante;forma periódica ou constante;
PARA ALGUNS AUTORES, SÃO CONSIDERADAS COMO
LEGÍTIMA ABSTINÊNCIA OS ESTADOS
MAIS GRAVES, CUJA EXISTÊNCIA É
OBSErVADA EM GRANDES CONSUMIDORES
DESTAS SUBSTÂNCIAS
TOXICOMANIATOXICOMANIA
• Pela OMS, é um transtorno mental,Pela OMS, é um transtorno mental,
pois causa alteração da estrutura epois causa alteração da estrutura e
funcionamento normal dofuncionamento normal do
indivíduo;indivíduo;
CONSTITUIÇÃO TOXICOFÍLICA:
PREDISPOSIÇÃO, POSSIBILIDADE
DE SE DEIXAR DOMINAR FÍSICA E
PSIQUICAMENTE PELO TÓXICO
TIPOS DE TÓXICOSTIPOS DE TÓXICOS
• Maconha (Maconha (skunkskunk););
• Morfina;Morfina;
• Heroína;Heroína;
• Cocaína;Cocaína;
• LSD 25;LSD 25;
• Barbitúricos;Barbitúricos;
• AnfetaminasAnfetaminas
• Crack, CogumeloCrack, Cogumelo
• Cola e MerlaCola e Merla
PSICOLÉPTICAS: drogas depressoras; reduzem a atividade
mental. Causam depressão.
Álcool, morfina, barbitúricos, ansiolíticos, heroína
PSICOANALÉPTICAS: Aumentam a atividade cerebral e
causam excitação.
Cafeína, tabaco, anfetamina, ecstasy, cocaína e inalantes.
PSICODISLÉPTICAS: Perturbam e distorcem o funcionamento
cerebral. São substâncias alucinógenas.
Maconha, LSD, biperideno (Akineton), triexifenidil
(Artane) .
CLASSIFICAÇÃO
EFEITO DAS DROGASEFEITO DAS DROGAS
MaconhaMaconha
•A presença do THC no SNC desencadeiaA presença do THC no SNC desencadeia
alterações cognitivas (afrouxamento dasalterações cognitivas (afrouxamento das
associações, fragmentação do pensamento,associações, fragmentação do pensamento,
confusão, alterações na memória de fixação),confusão, alterações na memória de fixação),
prejuízos da atenção, alterações do humor,prejuízos da atenção, alterações do humor,
exacerbação do apetite e incoordenaçãoexacerbação do apetite e incoordenação
motora, em vários graus.motora, em vários graus.
•Funções meurobiológicas das estruturas anatômicasFunções meurobiológicas das estruturas anatômicas
reguladas pelos receptores canabinóidesreguladas pelos receptores canabinóides
•Hipocampo e córtex frontal: funções cognitivasHipocampo e córtex frontal: funções cognitivas
superiores.superiores.
•Gânglios da base e cerebelo: controle e coordenaçãoGânglios da base e cerebelo: controle e coordenação
dos movimentos, atenção seletiva.dos movimentos, atenção seletiva.
•Hipotálamo e complexo amgdalóide: controle do humorHipotálamo e complexo amgdalóide: controle do humor
e apetite.e apetite.
•Giro do cíngulo anterior: atenção dividida.Giro do cíngulo anterior: atenção dividida.
MaconhaMaconha
•A procura por salas de emergência decorrenteA procura por salas de emergência decorrente
de problemas relacionados ao uso dade problemas relacionados ao uso da
substância é rara e improvável.substância é rara e improvável.
•A toxicidade da maconha é extremamenteA toxicidade da maconha é extremamente
baixa, não havendo casos de morte porbaixa, não havendo casos de morte por
intoxicação confirmados na literatura.intoxicação confirmados na literatura.
•Complicações agudas tampouco são relatadasComplicações agudas tampouco são relatadas
com frequência.com frequência.
MaconhaMaconha
•Sintomas desagradáveis, tais como ansiedadeSintomas desagradáveis, tais como ansiedade
ee bad tripsbad trips, muitas vezes com sintomas de, muitas vezes com sintomas de
pânico, medo, disforia e reações depressivas,pânico, medo, disforia e reações depressivas,
podem acompanhar o uso.podem acompanhar o uso.
•Sintomas paranóides transitórios também sãoSintomas paranóides transitórios também são
possíveis.possíveis.
•Todos esses sintomas são influenciados pelaTodos esses sintomas são influenciados pela
expectativa do usuário acerca dos efeitos,expectativa do usuário acerca dos efeitos,
assim como pelo contexto sociocultural doassim como pelo contexto sociocultural do
consumo.consumo.
MaconhaMaconha
•O consumo de maconha pode evoluir com quadros deO consumo de maconha pode evoluir com quadros de
natureza esquizofreniforme, que algumas vezesnatureza esquizofreniforme, que algumas vezes
permanecem mesmo após o período depermanecem mesmo após o período de
desintoxicação.desintoxicação.
•Sintomas depressivos e maníacos também podemSintomas depressivos e maníacos também podem
aparecer, principalmente quando relacionados ao usoaparecer, principalmente quando relacionados ao uso
crônico.crônico.
•Início de uso em idade precoce como adolescência,Início de uso em idade precoce como adolescência,
assim como grandes quantidades e por longos períodosassim como grandes quantidades e por longos períodos
de tempo, aumentam o risco para transtornosde tempo, aumentam o risco para transtornos
psiquiátricos.psiquiátricos.
TratamentoTratamento
•Reasseguramento psicológico.Reasseguramento psicológico.
•Benzodiazepínicos (diazepam) se ansioso.Benzodiazepínicos (diazepam) se ansioso.
•Benzodiazepínicos e antipsicóticosBenzodiazepínicos e antipsicóticos
(risperidona ou haloperidol) em caso de(risperidona ou haloperidol) em caso de
sintomas psicóticos.sintomas psicóticos.
•Em caso de alteração psicomotora importanteEm caso de alteração psicomotora importante
ou risco de agressividade, deve-se usarou risco de agressividade, deve-se usar
medicamentos intramusculares.medicamentos intramusculares.
CocaínaCocaína
•A cocaína é uma substância natural, extraída de umaA cocaína é uma substância natural, extraída de uma
planta (planta (Erythroxylon cocaErythroxylon coca), estimulante do SNC e), estimulante do SNC e
anestésico local.anestésico local.
•Foi isolada na virada do século XX e largamenteFoi isolada na virada do século XX e largamente
utilizada pela medicina até o início dos anos de 1920,utilizada pela medicina até o início dos anos de 1920,
quando foi proibida em vários países da Europa e nosquando foi proibida em vários países da Europa e nos
Estados Unidos devido à dependência e aosEstados Unidos devido à dependência e aos
comportamentos de abuso que causava.comportamentos de abuso que causava.
•Ressurgiu nos anos de 1980 e é hoje a droga ilícitaRessurgiu nos anos de 1980 e é hoje a droga ilícita
mais comumente mencionada nas admissões emmais comumente mencionada nas admissões em
pronto-socorros.pronto-socorros.
CocaínaCocaína
•A via de administração escolhida para oA via de administração escolhida para o
consumo da cocaína interfere na quantidade econsumo da cocaína interfere na quantidade e
na qualidade dos efeitos provocados pelana qualidade dos efeitos provocados pela
substância.substância.
CocaínaCocaína
•Via pulmonar (crack ou pasta-base)Via pulmonar (crack ou pasta-base)
•InjetávelInjetável
•IntranasalIntranasal
•Oral (folhas mascadas ou ingestão do pó)Oral (folhas mascadas ou ingestão do pó)
Pureza (%)Pureza (%)
•Pulmonar: 40-85Pulmonar: 40-85
•Injetável: 7-100Injetável: 7-100
•Intranasal: 20-80Intranasal: 20-80
•Oral: 0,5-1 (folhas mascadas); 20-80 (ingestãoOral: 0,5-1 (folhas mascadas); 20-80 (ingestão
do pó)do pó)
Início da ação (s)Início da ação (s)
•Pulmonar: 8-10Pulmonar: 8-10
•Injetável: 30-45Injetável: 30-45
•Intranasal: 120-180Intranasal: 120-180
•Oral: 300-600 (folhas mascadas); 600-1800Oral: 300-600 (folhas mascadas); 600-1800
(ingestão do pó)(ingestão do pó)
Duração (min)Duração (min)
•Pulmonar: 5-10Pulmonar: 5-10
•Injetável: 10-20Injetável: 10-20
•Intranasal: 30-45Intranasal: 30-45
•Oral: 45-90 (folhas mascadas)Oral: 45-90 (folhas mascadas)
Biodisponibilidade (%Biodisponibilidade (%
absorvida)absorvida)
•Pulmonar: 6-32Pulmonar: 6-32
•Injetável: 100Injetável: 100
•Intranasal: 20-30Intranasal: 20-30
•Oral: 20-30 (folhas mascadas); 20-30Oral: 20-30 (folhas mascadas); 20-30
(ingestão do pó)(ingestão do pó)
CocaínaCocaína
•Boa parte dos indivíduos faz uso de cocaínaBoa parte dos indivíduos faz uso de cocaína
associada a depressores do SNC, visando aassociada a depressores do SNC, visando a
contrabalançar os efeitos simpaticomiméticoscontrabalançar os efeitos simpaticomiméticos
da droga.da droga.
•É possível haver dependência de álcoolÉ possível haver dependência de álcool
associada, o que pode produzir sinais eassociada, o que pode produzir sinais e
sintomas de abstinência e/ousintomas de abstinência e/ou deliriumdelirium nos diasnos dias
que se seguem à admissão.que se seguem à admissão.
CocaínaCocaína
•A cocaína estimula o SNC por meio do bloqueio da recaptação deA cocaína estimula o SNC por meio do bloqueio da recaptação de
dopamina, serotonina e noradrenalina nas sinapses.dopamina, serotonina e noradrenalina nas sinapses.
•Monoaminas são substancias bioquímicas derivadasMonoaminas são substancias bioquímicas derivadas
de aminoácidos através do processo de descarboxilação.de aminoácidos através do processo de descarboxilação.
•As monoaminas atuam no corpo humano comoAs monoaminas atuam no corpo humano como
neurotransmissores, sendo a norepinefrina, a serotonina e aneurotransmissores, sendo a norepinefrina, a serotonina e a
dopamina as mais abundantes no sistema nervoso.dopamina as mais abundantes no sistema nervoso.
•O aumento da concentração das monoaminas na fenda sinápticaO aumento da concentração das monoaminas na fenda sináptica
estimula os receptores pós-sinápticos de modo mais intenso eestimula os receptores pós-sinápticos de modo mais intenso e
prolongado, levando ao aumento do tônus simpático.prolongado, levando ao aumento do tônus simpático.
CocaínaCocaína
•Com o uso crônico, porém, o SNC torna-se toleranteCom o uso crônico, porém, o SNC torna-se tolerante
aos efeitos euforizantes da cocaína, por meio daaos efeitos euforizantes da cocaína, por meio da
inibição da secreção de monoaminas, da redução dosinibição da secreção de monoaminas, da redução dos
receptores pós-sinápticos (receptores pós-sinápticos (downregulationdownregulation) e do) e do
aumento da metabolização de neurotransmissores naaumento da metabolização de neurotransmissores na
sinapse.sinapse.
•O resultado é uma diminuição dos níveis deO resultado é uma diminuição dos níveis de
monoaminas na fenda sináptica, provável elomonoaminas na fenda sináptica, provável elo
neurobiológico entre o uso prolongado de cocaína e oneurobiológico entre o uso prolongado de cocaína e o
surgimento dos sintomas de abstinência da substância.surgimento dos sintomas de abstinência da substância.
•Além disso, ocorre um processo de sensibilização doAlém disso, ocorre um processo de sensibilização do
SNC, com convulsões,SNC, com convulsões, cravingcraving e sintomas paranóides.e sintomas paranóides.
Complicações no SNCComplicações no SNC
•AVC isquêmico ou hemorrágico, convulsões,AVC isquêmico ou hemorrágico, convulsões,
transtornos do movimento (acatisia, discinesia,transtornos do movimento (acatisia, discinesia,
distonia).distonia).
•Em administração EV: aneurismas micóticos.Em administração EV: aneurismas micóticos.
Complicações pulmonaresComplicações pulmonares
•Vasoconstrição arterial pulmonar e brônquica, levandoVasoconstrição arterial pulmonar e brônquica, levando
a hemorragia instersticial e alveolar.a hemorragia instersticial e alveolar.
•Epistaxe, perfuração do septo nasal, ulceraçõesEpistaxe, perfuração do septo nasal, ulcerações
orofaríngeas (via intranasal); lesões térmicas na viasorofaríngeas (via intranasal); lesões térmicas na vias
aéreas superiores, escarro enegrecido ou hemoptíico,aéreas superiores, escarro enegrecido ou hemoptíico,
broncoespasmo, pneumotórax, pneumomediastino (viabroncoespasmo, pneumotórax, pneumomediastino (via
pulmonar); embolia pulmonar (EV).pulmonar); embolia pulmonar (EV).
Complicações cardiocirculatóriasComplicações cardiocirculatórias
•IAM, isquemias e arritmias (ventricular e supra), crisesIAM, isquemias e arritmias (ventricular e supra), crises
hipertensivas, lesões endoteliais com trombose arterial,hipertensivas, lesões endoteliais com trombose arterial,
dissecção da aorta.dissecção da aorta.
•No uso EV: Flebites, endocardites infecciosas.No uso EV: Flebites, endocardites infecciosas.
Complicações gastrintestinaisComplicações gastrintestinais
•Isquemia secundária à vasoconstrição arterial intensaIsquemia secundária à vasoconstrição arterial intensa
e prolongada, com ulceração ou perfuraçãoe prolongada, com ulceração ou perfuração
gastroduodenal.gastroduodenal.
•BodypackersBodypackers ouou mulasmulas, narcotraficantes que ingerem, narcotraficantes que ingerem
invólucros de cocaína a fim de transportá-los parainvólucros de cocaína a fim de transportá-los para
outros locais: Risco de ruptura eoutros locais: Risco de ruptura e overdoseoverdose (VO)(VO)
Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose
•O consumo de cocaína por via nasal em baixas dosesO consumo de cocaína por via nasal em baixas doses
(2 a 3 mg/kg) causa um aumento modesto da(2 a 3 mg/kg) causa um aumento modesto da
frequência cardíaca (17%), da pressão arterial (8%) efrequência cardíaca (17%), da pressão arterial (8%) e
da pressão intraventricular esquerda (18% positivo eda pressão intraventricular esquerda (18% positivo e
15% negativo).15% negativo).
•Psiquicamente, há um quadro de euforia, sensação dePsiquicamente, há um quadro de euforia, sensação de
bem-estar e plenitude cognitiva, aumento da auto-bem-estar e plenitude cognitiva, aumento da auto-
estima e da vontade sexual e diminuição do apetite.estima e da vontade sexual e diminuição do apetite.
•Sudorese, tremor leve de extremidades e dilataçãoSudorese, tremor leve de extremidades e dilatação
pupilar, podem ser observados.pupilar, podem ser observados.
Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose
•Doses elevadas podem resultar em comportamentosDoses elevadas podem resultar em comportamentos
estereotipados, bruxismo, irritabilidade,estereotipados, bruxismo, irritabilidade,
comportamentos violentos, inquietação, hipervigilânciacomportamentos violentos, inquietação, hipervigilância
com ou sem sintomas paranóides, quadros ansiosos,com ou sem sintomas paranóides, quadros ansiosos,
de pânico oude pânico ou deliriumdelirium..
•Esse quadro de estimulação pode evoluir comEsse quadro de estimulação pode evoluir com
depressão do SNC, caracterizada por paralisia dadepressão do SNC, caracterizada por paralisia da
atividade motora, com possível arreflexia e estupor.atividade motora, com possível arreflexia e estupor.
Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose
•Uma dose suficientemente alta pode levar aUma dose suficientemente alta pode levar a overdoseoverdose,,
ou seja, falência de um ou mais órgãos do corpo, comou seja, falência de um ou mais órgãos do corpo, com
risco significativo de morte.risco significativo de morte.
•Qualquer tipo de usuário (crônico, eventual ouQualquer tipo de usuário (crônico, eventual ou
iniciante) pode ser acometido.iniciante) pode ser acometido.
•O mecanismo é o aumento do tônus simpático, porO mecanismo é o aumento do tônus simpático, por
meio do bloqueio da recaptação das monoaminas nomeio do bloqueio da recaptação das monoaminas no
SNC.SNC.
•A dose letal é incerta, mas influenciada por fatoresA dose letal é incerta, mas influenciada por fatores
como tolerância, presença de patologias de base (porcomo tolerância, presença de patologias de base (por
exemplo, insuficiência coronariana, aneurismas) e grauexemplo, insuficiência coronariana, aneurismas) e grau
de pureza e adulterantes da cocaína vendida nas ruas.de pureza e adulterantes da cocaína vendida nas ruas.
Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose
•As complicações mais comuns daAs complicações mais comuns da overdoseoverdose
são agitação psicomotora,são agitação psicomotora, deliriumdelirium, hipertensão, hipertensão
arterial sistêmica, arritmia cardíaca,arterial sistêmica, arritmia cardíaca, anginaangina
pectorispectoris, infarto agudo do miocárdio,, infarto agudo do miocárdio,
convulsões, AVC, hipertermia, rabdomiólise econvulsões, AVC, hipertermia, rabdomiólise e
acidose metabólica.acidose metabólica.
TratamentoTratamento
•Uma avaliação clínica completa é o primeiro passo.Uma avaliação clínica completa é o primeiro passo.
•A rápida obtenção da glicemia e da temperatura éA rápida obtenção da glicemia e da temperatura é
fundamental para evitar futuras complicaçõesfundamental para evitar futuras complicações
decorrentes da hipoglicemia e da hipertermia.decorrentes da hipoglicemia e da hipertermia.
•A dor precordial costuma ser sintoma de IAM em 3%A dor precordial costuma ser sintoma de IAM em 3%
dos casos.dos casos.
•Deve ser avaliado ECG, função renal e hepática,Deve ser avaliado ECG, função renal e hepática,
hemograma completo, eletrólitos e glicemia.hemograma completo, eletrólitos e glicemia.
Complicações psiquiátricasComplicações psiquiátricas
•As complicações psiquiátricas agudas são o principalAs complicações psiquiátricas agudas são o principal
motivo de procura por atendimento de emergênciamotivo de procura por atendimento de emergência
entre os usuários de cocaína.entre os usuários de cocaína.
•Em geral, prevalecem os quadros ansiosos,Em geral, prevalecem os quadros ansiosos,
principalmente com sintomas de mal-estar e pânico.principalmente com sintomas de mal-estar e pânico.
Nesses casos, a inquietação motora é umaNesses casos, a inquietação motora é uma
apresentação bastante recorrente.apresentação bastante recorrente.
•Alguns apresentam quadros paranóides transitórios,Alguns apresentam quadros paranóides transitórios,
restritos ao período de intoxicação.restritos ao período de intoxicação.
•A cocaína, porém, é um fator de risco para o início deA cocaína, porém, é um fator de risco para o início de
transtornos psicóticos em indivíduos predispostos.transtornos psicóticos em indivíduos predispostos.
Complicações psiquiátricasComplicações psiquiátricas
•Indivíduos com transtorno bipolar do humorIndivíduos com transtorno bipolar do humor
podem desencadear quadros de mania após opodem desencadear quadros de mania após o
consumo da substância, ou utilizá-la paraconsumo da substância, ou utilizá-la para
potencializar os sintomas da doença.potencializar os sintomas da doença.
•O uso crônico de cocaína evolui com sintomasO uso crônico de cocaína evolui com sintomas
depressivos ou depressão maior em boa partedepressivos ou depressão maior em boa parte
dos indivíduos.dos indivíduos.
Complicações psiquiátricasComplicações psiquiátricas
•A sedação com benzodiazepínicos é uma opção ´paraA sedação com benzodiazepínicos é uma opção ´para
os casos de inquietação aguda, com predomínio deos casos de inquietação aguda, com predomínio de
ansiedade.ansiedade.
•Pacientes com sintomas psicóticos ou quadro dePacientes com sintomas psicóticos ou quadro de
agitação psicomotora importante ou risco de agressãoagitação psicomotora importante ou risco de agressão
devem ser tratados com antipsicóticos.devem ser tratados com antipsicóticos.
•Os antipsicóticos diminuem o limiar convulsivo eOs antipsicóticos diminuem o limiar convulsivo e
devem ser administrados com cautela. Midazolam IMdevem ser administrados com cautela. Midazolam IM
(benzodiazepínico) pode ser associado.(benzodiazepínico) pode ser associado.
Síndrome de abstinência daSíndrome de abstinência da
cocaínacocaína
•Os sintomas da síndrome de abstinência daOs sintomas da síndrome de abstinência da
cocaína são marcadamente psíquicos.cocaína são marcadamente psíquicos.
•Nas primeiras horas após a interrupção doNas primeiras horas após a interrupção do
consumo, aparecem sintomas de disforia econsumo, aparecem sintomas de disforia e
depressão, associados a ansiedade e insônia.depressão, associados a ansiedade e insônia.
•Há diminuição global da energia, na forma deHá diminuição global da energia, na forma de
lentidão e fadiga.lentidão e fadiga.
•Tais sintomas desaparecem ao longo de diasTais sintomas desaparecem ao longo de dias
ou semanas.ou semanas.
Síndrome de abstinência daSíndrome de abstinência da
cocaínacocaína
•OO cravingcraving ou fissura pode estar presente em qualquerou fissura pode estar presente em qualquer
momento da abstinência e permanece por váriosmomento da abstinência e permanece por vários
meses, com períodos de intensidade flutuantes até suameses, com períodos de intensidade flutuantes até sua
remissão.remissão.
•É caracterizado como um desejo súbito e intenso deÉ caracterizado como um desejo súbito e intenso de
utilizar uma substância, a memória da euforia emutilizar uma substância, a memória da euforia em
contraste com o desprazer presente.contraste com o desprazer presente.
•Sua ocorrência é súbita, autolimitada (cerca de 30Sua ocorrência é súbita, autolimitada (cerca de 30
minutos) e geralmente desencadeada por “gatilhos”, ouminutos) e geralmente desencadeada por “gatilhos”, ou
seja, eventos que reportam o usuário a seu consumoseja, eventos que reportam o usuário a seu consumo
pregresso de cocaína, trazendo de volta o desejo depregresso de cocaína, trazendo de volta o desejo de
utilizá-la.utilizá-la.
Tratamento da síndrome deTratamento da síndrome de
abstinênciaabstinência
•PsicoterapiaPsicoterapia
•Estabilizadores do humor (topiramato,Estabilizadores do humor (topiramato,
lamotrigina)lamotrigina)
•AntidepressivosAntidepressivos
•AntipsicóticosAntipsicóticos
•BenzodiazepínicosBenzodiazepínicos
LSDLSD
•A dietilamida do ácido lisérgico é uma dasA dietilamida do ácido lisérgico é uma das
substâncias com ação psicotrópica maissubstâncias com ação psicotrópica mais
potente: doses de 20 a 50 milionésimos depotente: doses de 20 a 50 milionésimos de
grama produzem efeitos com 4 a 12 horas degrama produzem efeitos com 4 a 12 horas de
duração.duração.
•É utilizada preferencialmente por via oral ouÉ utilizada preferencialmente por via oral ou
sublingual, na forma de micropontos emsublingual, na forma de micropontos em
tabletes.tabletes.
LSDLSD
•O LSD é estruturalmente semelhante à serotonina, seuO LSD é estruturalmente semelhante à serotonina, seu
provável elo alucinógeno. Embora o LSD se ligue aprovável elo alucinógeno. Embora o LSD se ligue a
vários subtipos de receptores, o 5HT2 é o maisvários subtipos de receptores, o 5HT2 é o mais
importante em seu mecanismo de ação: está localizadoimportante em seu mecanismo de ação: está localizado
no córtex cerebral, onde o alucinógeno exerceno córtex cerebral, onde o alucinógeno exerce
alterações cognitivas e perceptuais.alterações cognitivas e perceptuais.
•Antagonistas 5HT2 são capazes de inibir suas açõesAntagonistas 5HT2 são capazes de inibir suas ações
farmacológicas.farmacológicas.
•A tolerância para os efeitos alucinógenos do LSD éA tolerância para os efeitos alucinógenos do LSD é
rápida e reversível. Isso talvez explique o usorápida e reversível. Isso talvez explique o uso
esporádico e não-aditivo da substância.esporádico e não-aditivo da substância.
IntoxicaçãoIntoxicação
•O consumo de LSD e seus similares podeO consumo de LSD e seus similares pode
desencadear quadros psicóticos agudos edesencadear quadros psicóticos agudos e
prolongados (normalmente em indivíduosprolongados (normalmente em indivíduos
predispostos) e quadros depressivos epredispostos) e quadros depressivos e
exacerbar doenças psiquiátricas prévias.exacerbar doenças psiquiátricas prévias.
•Casos de hipertermia já foram relatados.Casos de hipertermia já foram relatados.
•Outra complicação aguda sãoOutra complicação aguda são flashbacksflashbacks, o, o
ressurgimento dos sintomas na ausência deressurgimento dos sintomas na ausência de
intoxicação.intoxicação.
•Não há relatos deNão há relatos de overdoseoverdose..
TratamentoTratamento
•Quadros ansiosos e de pânico por qualquerQuadros ansiosos e de pânico por qualquer
tipo de alucinógeno podem ser controladostipo de alucinógeno podem ser controlados
apenas com reasseguramento e orientaçãoapenas com reasseguramento e orientação
voltada para a realidade.voltada para a realidade.
•Sintomas de maior intensidade podemSintomas de maior intensidade podem
requerer a prescrição de benzodiazepínicosrequerer a prescrição de benzodiazepínicos
(diazepam VO, repetindo se necessário, ou(diazepam VO, repetindo se necessário, ou
midazolam IM nas agitações).midazolam IM nas agitações).
TratamentoTratamento
•A aplicação de antipsicóticos IM pode serA aplicação de antipsicóticos IM pode ser
indicada na agitação grave e sintomasindicada na agitação grave e sintomas
psicóticos.psicóticos.
•Comportamentos violentos ou agressivosComportamentos violentos ou agressivos
podem requerer contenção mecânica, a fim depodem requerer contenção mecânica, a fim de
assegurar a integridade física do paciente e deassegurar a integridade física do paciente e de
terceiros.terceiros.
•Não há relatos de síndrome de abstinênciaNão há relatos de síndrome de abstinência
para o LSD.para o LSD.
AnfetaminasAnfetaminas
•Atuam no SNC aumentando a liberação deAtuam no SNC aumentando a liberação de
monoaminas e possivelmente como agonistasmonoaminas e possivelmente como agonistas
e bloqueadoras da recaptação das mesmas,e bloqueadoras da recaptação das mesmas,
levando a um aumento do tônus simpático, comlevando a um aumento do tônus simpático, com
diminuição do sono e do apetite, aceleração dodiminuição do sono e do apetite, aceleração do
curso do pensamento, sensação de energia,curso do pensamento, sensação de energia,
diminuição da fadiga, midríase, taquicardia ediminuição da fadiga, midríase, taquicardia e
elevação da pressão arterial.elevação da pressão arterial.
AnfetaminasAnfetaminas
•O uso crônico leva à depleção dosO uso crônico leva à depleção dos
neurotransmissores, com desenvolvimento deneurotransmissores, com desenvolvimento de
tolerância aos efeitos da anfetamina, propiciando otolerância aos efeitos da anfetamina, propiciando o
abuso.abuso.
Usuário discretoUsuário discreto
•O usuário discreto seria usuário de doses baixas (20 aO usuário discreto seria usuário de doses baixas (20 a
40mg/dia) como hábito afim de melhorar seu40mg/dia) como hábito afim de melhorar seu
desempenho social. Podem se expor a esforços edesempenho social. Podem se expor a esforços e
atividades desnecessários, resultando em fadigaatividades desnecessários, resultando em fadiga
excessiva, depressão e letargia, algumas vezes comexcessiva, depressão e letargia, algumas vezes com
idéias de suicídio.idéias de suicídio.
•Seu perfil discreto e socialmente enquadrado faz comSeu perfil discreto e socialmente enquadrado faz com
que o consumo de anfetamina passe despercebido, atéque o consumo de anfetamina passe despercebido, até
que procurem atendimento médico de emergência.que procurem atendimento médico de emergência.
Usuário mais nocivoUsuário mais nocivo
•Mais interessado nos efeitos euforizantes daMais interessado nos efeitos euforizantes da
substância.substância.
•Pode chegar a doses diárias de 50 a 150mg porPode chegar a doses diárias de 50 a 150mg por
desenvolver tolerância aos efeitos euforizantes.desenvolver tolerância aos efeitos euforizantes.
•Sedativos como álcool e benzodiazepínicos podem serSedativos como álcool e benzodiazepínicos podem ser
utilizados com o intuito de combater a insôniautilizados com o intuito de combater a insônia
provocada pelo uso desregrado.provocada pelo uso desregrado.
Complicações e tratamentoComplicações e tratamento
•Quadros ansiosos, com sintomas de pânico eQuadros ansiosos, com sintomas de pânico e
inquietação, podem aparecer na intoxicação aguda.inquietação, podem aparecer na intoxicação aguda.
•O risco de overdose e de surgimento de complicaçõesO risco de overdose e de surgimento de complicações
psiquiátricas está sempre presente.psiquiátricas está sempre presente.
•Seus mecanismos fisiopatológicos e as formas deSeus mecanismos fisiopatológicos e as formas de
tratamento são semelhantes aos observados entre ostratamento são semelhantes aos observados entre os
usuários de cocaína.usuários de cocaína.
EcstasyEcstasy
•Também chamado de MDMA (3,4-Também chamado de MDMA (3,4-
metilenedioxi-metanfetamina).metilenedioxi-metanfetamina).
•Se tornou mais popular com sua adoçãoSe tornou mais popular com sua adoção
dentro do ambiente musical dasdentro do ambiente musical das ravesraves, no início, no início
dos anos de 1980.dos anos de 1980.
EcstasyEcstasy
•É uma anfetamina modificada, com grande afinidadeÉ uma anfetamina modificada, com grande afinidade
pelos receptores serotoninérgicos 5HT e 5HT2; talpelos receptores serotoninérgicos 5HT e 5HT2; tal
característica parece ser a responsável por seus efeitoscaracterística parece ser a responsável por seus efeitos
perturbadores do SNC, motivo pelo qual é conhecidaperturbadores do SNC, motivo pelo qual é conhecida
como anfetamina alucinógena.como anfetamina alucinógena.
•Os efeitos psicoativos duram de 4 a 6 horas.Os efeitos psicoativos duram de 4 a 6 horas.
•Os efeitos procurados pelos usuários são um quadroOs efeitos procurados pelos usuários são um quadro
de euforia e bem-estar, com sensação de intimidade ede euforia e bem-estar, com sensação de intimidade e
proximidade com os outros.proximidade com os outros.
EcstasyEcstasy
•A percepção para a música, as cores e asA percepção para a música, as cores e as
sensações táteis parece mais aguçada.sensações táteis parece mais aguçada.
•Outros sintomas são anorexia, taquicardia,Outros sintomas são anorexia, taquicardia,
sudorese, tensão maxilar, bruxismo.sudorese, tensão maxilar, bruxismo.
•O uso crônico leva à depleção dosO uso crônico leva à depleção dos
neurotransmissores, com desenvolvimento deneurotransmissores, com desenvolvimento de
tolerância aos efeitos dotolerância aos efeitos do ecstasyecstasy, propiciando a, propiciando a
ocorrência do abuso.ocorrência do abuso.
EcstasyEcstasy
•As principais complicações sãoAs principais complicações são deliriumdelirium,,
nistagmo, crises hipertensivas, precordialgias,nistagmo, crises hipertensivas, precordialgias,
arritmias cardíacas, hepatites tóxicas,arritmias cardíacas, hepatites tóxicas,
hipertermia, convulsões, rabdomiólise e coma.hipertermia, convulsões, rabdomiólise e coma.
•As complicações não tem relação direta com aAs complicações não tem relação direta com a
dose, variando muito entre os indivíduos.dose, variando muito entre os indivíduos.
OpiáceosOpiáceos
•São substâncias naturais (morfina e codeína),São substâncias naturais (morfina e codeína),
semi-sintéticas (heroína) e sintéticassemi-sintéticas (heroína) e sintéticas
(meperidina, metadona, fentanil) obtidas do(meperidina, metadona, fentanil) obtidas do
ópio.ópio.
•No Brasil, seu consumo é incomum, e oNo Brasil, seu consumo é incomum, e o
aparecimento de complicações nas salas deaparecimento de complicações nas salas de
emergência, raro.emergência, raro.
OpiáceosOpiáceos
•O organismo é capaz de sintetizar seusO organismo é capaz de sintetizar seus
próprios opiáceos, as endorfinas e aspróprios opiáceos, as endorfinas e as
encefalinas (opiáceos endógenos), e possuiencefalinas (opiáceos endógenos), e possui
receptores específicos para eles.receptores específicos para eles.
•A ativação de receptores opiáceos produz umA ativação de receptores opiáceos produz um
quadro de sedação, euforia e bem-estar,quadro de sedação, euforia e bem-estar,
responsável pelo comportamento de buscaresponsável pelo comportamento de busca
continuada da substância (reforço).continuada da substância (reforço).
OpiáceosOpiáceos
•Inibem o peristaltismo (antidiarréico) e provocaInibem o peristaltismo (antidiarréico) e provoca
bradipnéia, bradicardia e hipotensão.bradipnéia, bradicardia e hipotensão.
•Os receptores opiáceos possuem antagonistasOs receptores opiáceos possuem antagonistas
específicos, naltrexona e naloxona, capazes deespecíficos, naltrexona e naloxona, capazes de
reverter a analgesia e a sedação produzidasreverter a analgesia e a sedação produzidas
pela substância, bem como desencadearpela substância, bem como desencadear
quadros de abstinência em usuários crônicos.quadros de abstinência em usuários crônicos.
OpiáceosOpiáceos
•O uso provoca quadro de sedação, analgesia,O uso provoca quadro de sedação, analgesia,
euforia e bem-estar.euforia e bem-estar.
•Há supressão do reflexo da tosse e depressãoHá supressão do reflexo da tosse e depressão
respiratória, diminuição da peristalse e darespiratória, diminuição da peristalse e da
liberação de enzimas digestivas, inibição doliberação de enzimas digestivas, inibição do
reflexo urinário e diminuição da libido.reflexo urinário e diminuição da libido.
•Intoxicações mais graves podem evoluir comIntoxicações mais graves podem evoluir com
sedação excessiva e miose pronunciada.sedação excessiva e miose pronunciada.
OpiáceosOpiáceos
•A overdose por opiáceos é caracterizada porA overdose por opiáceos é caracterizada por
inconsciência, miose pronunciada, bradicardiainconsciência, miose pronunciada, bradicardia
acentuada, depressão respiratória e coma.acentuada, depressão respiratória e coma.
•É uma emergência médica.É uma emergência médica.
•Com tempo hábil, um manejo clínico podeCom tempo hábil, um manejo clínico pode
garantir um bom prognóstico.garantir um bom prognóstico.
SolventesSolventes
•Solventes bastante voláteis presentes em aerossóis,Solventes bastante voláteis presentes em aerossóis,
vernizes, tintas, propelentes, colas, esmaltes evernizes, tintas, propelentes, colas, esmaltes e
removedores.removedores.
•Já foram usados como anestésicos gerais, no caso doJá foram usados como anestésicos gerais, no caso do
éter e do clorofórmio.éter e do clorofórmio.
•A inalação voluntária ocorre em várias partes doA inalação voluntária ocorre em várias partes do
mundo, principalmente por crianças e adolescentes emmundo, principalmente por crianças e adolescentes em
países subdesenvolvidos ou por populaçõespaíses subdesenvolvidos ou por populações
marginalizadas em países mais desenvolvidos.marginalizadas em países mais desenvolvidos.
SolventesSolventes
•É absorvido pelo pulmão e distribuído pelasÉ absorvido pelo pulmão e distribuído pelas
membranas lipídicas do organismo.membranas lipídicas do organismo.
•O pico plasmático é atingido entre 15 e 30 minutos.O pico plasmático é atingido entre 15 e 30 minutos.
•A eliminação pode ser renal ou pulmonar.A eliminação pode ser renal ou pulmonar.
•O mecanismo de ação é pouco conhecido, tendo emO mecanismo de ação é pouco conhecido, tendo em
vista a variedade de substâncias químicas envolvidas.vista a variedade de substâncias químicas envolvidas.
SolventesSolventes
Clinicamente funcionam como depressoresClinicamente funcionam como depressores
centrais.centrais.
Seus efeitos intensos estimulam o usoSeus efeitos intensos estimulam o uso
continuado.continuado.
Pode haver empobrecimento cognitivo e ataxia.Pode haver empobrecimento cognitivo e ataxia.
Neuropatias, insuficiência renal crônica,Neuropatias, insuficiência renal crônica,
hepatites tóxicas, complicações gastrintestinaishepatites tóxicas, complicações gastrintestinais
(náuseas, vômitos, dores abdominais difusas e(náuseas, vômitos, dores abdominais difusas e
diarréia) e respiratórias (pneumonites químicas,diarréia) e respiratórias (pneumonites químicas,
tosse, broncoespasmos).tosse, broncoespasmos).
SolventesSolventes
•Doses iniciais causam sensação de euforia eDoses iniciais causam sensação de euforia e
desinibição, associada a tinidos e zumbidos, ataxia,desinibição, associada a tinidos e zumbidos, ataxia,
risos imotivados e fala pastosa.risos imotivados e fala pastosa.
•Com o prosseguimento do uso surgem alteraçõesCom o prosseguimento do uso surgem alterações
congruentes com depressão do SNC: confusão mental,congruentes com depressão do SNC: confusão mental,
desorientação e possíveis alucinações auditivas edesorientação e possíveis alucinações auditivas e
visuais.visuais.
•Numa terceira etapa há redução do estado de alerta,Numa terceira etapa há redução do estado de alerta,
incoordenação motora e piora das alucinações.incoordenação motora e piora das alucinações.
SolventesSolventes
•Podem causar convulsões, coma e morte.Podem causar convulsões, coma e morte.
•Além de depressores do SNC, atuam comoAlém de depressores do SNC, atuam como
depressores cardíacos (ação miocárdica direta) edepressores cardíacos (ação miocárdica direta) e
respiratórios.respiratórios.
•Intoxicações graves, com depressão respiratória,Intoxicações graves, com depressão respiratória,
coma, arritmias cardíacas e convulsões, sãocoma, arritmias cardíacas e convulsões, são
emergências médicas e devem receber tratamentoemergências médicas e devem receber tratamento
imediato.imediato.
SolventesSolventes
•O uso continuado pode atravessar dias sem aporteO uso continuado pode atravessar dias sem aporte
alimentar, e o paciente, por vezes, chega ao pronto-alimentar, e o paciente, por vezes, chega ao pronto-
socorro necessitando mais de reposições (reidratação,socorro necessitando mais de reposições (reidratação,
reposição de glicose e eletrólitos, etc.) do que dereposição de glicose e eletrólitos, etc.) do que de
cuidados ligados à intoxicação.cuidados ligados à intoxicação.
IMPLICAÇÕESIMPLICAÇÕES
FORENSESFORENSES
• O viciado, para obter a droga, costumaO viciado, para obter a droga, costuma
praticar atos desonestos (extorsão,praticar atos desonestos (extorsão,
roubo, estelionato e o tráfico éroubo, estelionato e o tráfico é
freqüente);freqüente);
• Os dependentes costumam ter aOs dependentes costumam ter a
inteligência íntegra, apesar de muitasinteligência íntegra, apesar de muitas
vezes a droga passarem a ser a razãovezes a droga passarem a ser a razão
da sua existência.da sua existência.
IMPLICAÇÕES FORENSESIMPLICAÇÕES FORENSES
GRAU DE DEPENDÊNCIAGRAU DE DEPENDÊNCIA
• Avaliar o grau de dependência:Avaliar o grau de dependência:
• Leve – uso quando em grupo, eventualmente,Leve – uso quando em grupo, eventualmente,
não há abstinência física ou psíquica. É umanão há abstinência física ou psíquica. É uma
perturbação de saúde mental, porém háperturbação de saúde mental, porém há
Imputabilidade;Imputabilidade;
• Moderada –Moderada –
• Quantidade maior de droga, usando diariamenteQuantidade maior de droga, usando diariamente
ou quase, mas não a qualquer hora do dia. Oou quase, mas não a qualquer hora do dia. O
uso pode ser em grupo ou sozinho, há crise deuso pode ser em grupo ou sozinho, há crise de
abstinência moderada, física ou psíquicaabstinência moderada, física ou psíquica
• Semi-imputabilidadeSemi-imputabilidade
IMPLICAÇÕES FORENSESIMPLICAÇÕES FORENSES
GRAU DE DEPENDÊNCIAGRAU DE DEPENDÊNCIA
• Avaliar o grau de dependência:Avaliar o grau de dependência:
• Grave – verdadeiro transtorno mental,Grave – verdadeiro transtorno mental,
uso diário da droga e sozinho, grandeuso diário da droga e sozinho, grande
quantidade. Uso o dia inteiro, é umquantidade. Uso o dia inteiro, é um
indivíduo isolado, com pequeno círculoindivíduo isolado, com pequeno círculo
de amigos, com interesse comum dede amigos, com interesse comum de
usar a droga;usar a droga;
• Inimputabilidade.Inimputabilidade.
USUÁRIO OU TRAFICANTE?USUÁRIO OU TRAFICANTE?
• Deve-se diferenciar o traficante doDeve-se diferenciar o traficante do
dependente:dependente:
• Muitos deles praticam ambos os atos;Muitos deles praticam ambos os atos;
Diferencia-se:Diferencia-se:
O traficante visa o lucro, portanto eleva-seO traficante visa o lucro, portanto eleva-se
financeira e materialmente;financeira e materialmente;
A intenção do dependente é toxicofílica;A intenção do dependente é toxicofílica;
O dependente vende o que tem, assalta eO dependente vende o que tem, assalta e
mata para conseguir manter o vício.mata para conseguir manter o vício.
• Usam o tóxico,Usam o tóxico,
viciam-se mas oviciam-se mas o
delito não tem adelito não tem a
intenção de obter aintenção de obter a
droga;droga;
• Roubam e matamRoubam e matam
para obter lucro;para obter lucro;
• Intenção lucrativa eIntenção lucrativa e
não patológica.não patológica.
• Compram e vendem ,Compram e vendem ,
o lucro dá apenaso lucro dá apenas
para o sustento dopara o sustento do
vício;vício;
• Roubam e matamRoubam e matam
visando a obtenção dovisando a obtenção do
tóxico;tóxico;
• Intenção toxicofílica eIntenção toxicofílica e
patológica.patológica.
TRAFICANTE – DEPENDENTETRAFICANTE – DEPENDENTE DEPENDENTE -TRAFICANTEDEPENDENTE -TRAFICANTE
ESFERA CIVILESFERA CIVIL
• Dependência grave: incapacidade total,Dependência grave: incapacidade total,
cabe a interdição, incapacidade paracabe a interdição, incapacidade para
guarda de menor, incapacidade paraguarda de menor, incapacidade para
testar e anulação do casamento;testar e anulação do casamento;
• Dependência leve: capacidade total eDependência leve: capacidade total e
incapacidade relativa paraincapacidade relativa para
determinados atosdeterminados atos
ESFERA CIVILESFERA CIVIL
• Dependência moderada:Dependência moderada:
• Deve-se levar em consideração o tipo deDeve-se levar em consideração o tipo de
droga, o consumo, condições individuais, etc.droga, o consumo, condições individuais, etc.
• Cabe a interdição parcial para determinadosCabe a interdição parcial para determinados
atos;atos;
• São passíveis de anulação de testamentos,São passíveis de anulação de testamentos,
casamentos, doações etc.casamentos, doações etc.
• Porém o ato deve ter sido realizado de formaPorém o ato deve ter sido realizado de forma
impulsiva ou sob efeito da substância.impulsiva ou sob efeito da substância.
INTERESSE MÉDICOINTERESSE MÉDICO
FORENSEFORENSE
• pesquisa e identificação da droga
(flagrante);
• quantidade consumida;
• estudo biopsicológico, para caracterizar
o estado de dependência;
• avaliação da capacidade de imputação;
• recuperação do dependente.
Ayahuasca
• Índios da bacia Amazônica tomam esse chá
alucinógeno há mais de 4 mil anos – um hábito que
chamou a atenção de portugueses e espanhóis
assim que eles desembarcaram por aqui, no século
16. Ao chegarem à Amazônia, padres jesuítas
escreveram sobre o chá da “poção diabólica” e as
cerimônias que os indígenas realizavam depois de
consumir o ayahuasca. Durante todo esse tempo, a
bebida provavelmente teve a mesma receita: um
cozido à base de pedaços do cipó Banisteriopsis
caapi.
• O nome quem deu foram os índios quíchuas,
do Peru. Ayahuasca quer dizer “vinho dos
espíritos” – segundo eles, o chá dá poderes
telepáticos e sobrenaturais. Mas os quíchuas
são apenas um dos 70 povos na América
Latina que tomam o chá com freqüência. Na
maioria dos casos, o chá é visto como uma
divindade. Mas a ayahuasca também serve
ao prazer: ao final dos rituais, muitos índios
transam com suas parceiras.
• No século 20, a fama do chá correu o mundo. Escritores
viajavam para a América do Sul, enfrentavam o calor e a
umidade e dormiam em aldeias para ter experiências
alucinógenas. Entre os pirados estavam o poeta beatnik William
Burroughs. Burroughs esteve no Brasil e na Colômbia, em
1953. Quando voltou aos EUA escreveu o livro Cartas do Yagé
(yagé é outro nome do chá, tomado na periferia de Bogotá).
“Uma onda de tontura me arrebatou. Brilhos azuis passavam
em frente de mim”, escreveu. Depois, recomendou a bebida ao
amigo Allen Ginsberg, que veio para a Amazônia em 1960.
Hoje o chá é tão divulgado na internet (mais de 400 mil sites)
que existem até pacotes turísticos vendidos por entidades
clandestinas. A pessoa paga hotel, avião e visitas a tribos que
fazem o culto. O custo: entre 1 000 e 1 300 dólares.
Cocaína
• Quando chegaram à América, os espanhóis perceberam que os
índios da região tinham adoração pela folha da coca.
Pragmáticos, passaram a distribuí-la aos escravos para
estimular o trabalho. Acontece que os brancos também
tomaram gosto pela coisa. E as folhas foram parar na Europa.
• No Velho Continente, a planta era utilizada na fabricação de
vinhos. Um deles, o Mariani, criado em 1863, era o preferido do
papa Leão 13, que deu até medalha de honra ao produtor da
bebida. Foi nessa mesma época que o químico alemão Albert
Niemann isolou o alcalóide cloridrato de cocaína. Como tantos
outros cientistas que você vai conhecer nesta reportagem, ele
usou o corpo como cobaia: aplicou a droga na veia e sentiu a
força do efeito.
• O psicanalista Sigmund Freud investigou o uso da droga.
Achava que ela serviria como remédio contra a depressão e
embarcou na experiência: “O efeito consiste em uma duradoura
euforia. A pessoa adquire um grande vigor”. Até que um dos
pacientes, Ernst Fleischl, extrapolou e morreu de overdose.
Freud, então, abandonou a droga.
• Era normal laboratórios fazerem propaganda sobre a cocaína.
Dizia-se que era “excelente contra o pessimismo e o cansaço”
e, para mulheres, dava “vitalidade e formosura”. Somente no
começo do século 20 é que políticos puritanos começaram a
lutar pela proibição da droga, que praticamente sumiu do país.
Só voltaria no fim da década de 1970, quando a cocaína
refinada na Bolívia e Colômbia entrou nos EUA. E, mesmo
proibida, não saiu mais.
Crack
• Feita pela mistura da pasta de cocaína com bicarbonato de
sódio, leva em segundos a um estado de euforia intenso que
não dura mais do que 10 minutos. Assim, quem usa quer
sempre repetir a dose. O nome crack vem desse efeito rápido,
que surge como estalos para o usuário.
• O consumo de crack explodiu no meio dos anos 80, como
alternativa barata à cocaína. Mas a droga aparecia também em
festas de universitários e até de políticos. Um desses casos
ficou famoso. Em janeiro de 1990, o prefeito de Washington,
Marion Barry, foi preso numa operação do FBI quando estava
num quarto de hotel com uma antiga namorada, cooptada pelos
policiais. Assim que ele começou a usar crack, os agentes
entraram no lugar e o prenderam. Barry renunciou e ficou
detido por 6 meses numa prisão federal.
• Em São Paulo, o crack ainda hoje é a droga mais
vendida em favelas e entre os sem-teto. No Rio,
demorou muito mais para circular. “A disseminação
do crack é fruto de ação do vendedor de cocaína no
varejo, que produz as pedras em casa. No Rio, a
estrutura do tráfico não permitia essa esperteza”,
afirma Myltainho Severiano da Silva, autor de Se
Liga! O Livro das Drogas. Quem vendia crack era
assassinado. Mas, em crise por causa de
apreensões de drogas pela polícia, os chefões do
tráfico passaram a permitir a venda de crack no Rio
no fim da década de 1990.
Cogumelos
• Existem cerca de 30 mil tipos de cogumelos no mundo, mas só
70 provocam viagens. São os cogumelos alucinógenos, com
alcalóides que, quando ingeridos, dão barato. Um segredo,
aliás, há tempos conhecido pelo homem: 5 mil anos atrás o
cogumelo Amanita muscaria já era colhido ao pé de carvalhos
no norte da Europa e na Sibéria. Quando não o encontravam,
os nativos da região bebiam até a urina de renas que comiam o
cogumelo, para assim conseguir o efeito entorpecente.
• No Império Romano, o cogumelo utilizado era outro, o
caesarea, consumido com vinho em festas que terminavam em
orgias. Outra espécie, Claviceps pupurea, que nasce de
parasitas do centeio, fez sucesso por acaso em regiões da
Itália durante a Idade Média. Em algumas aldeias, os pães
eram feitos com farinha do centeio onde o fungo crescera. Sob
o efeito do cogumelo, as pessoas dançavam sem parar em
festas. Os sábios, que não sabiam que era o pão que dava
barato, diziam que a euforia era causada pela picada de uma
aranha. Deram a essa sensação o nome de “tarantismo” (de
tarântula). Dessas festas teria surgido uma dança famosa – a
tarantela.
• No hemisfério sul, a variedade mais comum é o psilocybe que
nasce nas fezes do gado. A mesma espécie aparece na
América Central, onde arqueólogos encontraram esculturas em
forma de cogumelo misturadas com figuras humanas. Datam de
500 a.C. e estão em El Salvador, Guatemala e México.
Maconha
• A Cannabis sativa, originária da Ásia Central, é consumida há
mais de 10 mil anos. Os primeiros sinais de uso medicinal do
cânhamo, outro nome da planta, datam de 2300 a.C., na China,
numa lista de fármacos chamada Pen Ts’ao Ching – um estudo
encomendado pelo imperador Chen Nong (a maconha servia
tanto para prisão de ventre como para problemas de
menstruação). Na
• Índia, por volta de 2000 a.C., a Cannabis era considerada
sagrada.
• A planta apareceu no Brasil com escravos africanos, que a
usavam em ritos religiosos. O sociólogo Gilberto Freyre anotou
isso no clássico Casa Grande & Senzala, de 1933: “Já fumei
macumba, como é conhecida na Bahia. Produz a impressão de
quem volta cansado de um baile, mas com a música nos
ouvidos”. No Brasil, até 1905, podia-se comprar uma marca de
cigarros chamada
• Índios. Era maconha com tabaco. Na caixa, um aviso curioso:
“Servem para combater asma, insônia e catarros”.
• No século 19, a erva foi receitada até para a rainha inglesa
Vitória. Ela fez um tratamento à base de maconha contra
cólicas menstruais, indicado pelo médico do palácio. Hoje, há
uma cultura em torno da droga que se mantém com revistas
especializadas, sites e ongs defendendo seu uso. A maconha
tem até torneio anual, na Holanda: a Cannabis Cup, que avalia
a qualidade da droga de todos os continentes. O país, aliás,
não permite o comércio livre da erva. A droga pode ser vendida
apenas nos coffee shops e o limite por pessoa é de 5 gramas –
suficiente para 5 cigarros.
Haxixe
• A pasta formada pelas secreções de THC, princípio ativo da
maconha, é consumida há milênios na Ásia – na China, foram
encontrados registros de seu uso medicinal em 2500 a.C. Mas
foi o comércio de especiarias que fez do haxixe uma droga
“global”. Acredita-se que por volta de 2 d.C. a substância
seguiu para o norte da África e Oriente Médio pelas mãos de
comerciantes que iam ao Oriente em busca de especiarias.
Eles recebiam haxixe como cortesia nas operação de compra e
venda.
• O nome, no entanto, vem do árabe – hashish significa “erva
seca”. Ficou conhecido assim quando Hassan bin Sabbab, líder
de uma seita xiita da Pérsia no século 11, reuniu seguidores
numa fortaleza para matar soldados das Cruzadas. Antes de
entrar em ação, usavam a droga. Os homens de Hassan,
conhecido como Velho da Montanha, eram chamados de
aschinchin – alguém sob influência do haxixe. Daí derivou a
palavra assassin, ou assassino.
• A droga se espalhou pela Europa no século 18. O poeta
francês Charles Baudelaire e seus amigos escritores Alexandre
Dumas e Victor Hugo se reuniam para fumá-la. Baudelaire
gostava tanto de haxixe que fazia parte de uma ordem, a Club
des Haschichiens. Nos encontros, além de usar haxixe, os
participantes tinham um estranho ritual: exaltar Hassan bin
Sabbab. Todos vestiam roupas árabes e um dos integrantes
era eleito o Velho da Montanha.
Ecstasy
• Em 1912, um químico que investigava moderadores de apetite
para a empresa alemã Merck desenvolveu uma droga de nome
impronunciável: metilenedioxianfentamenia, ou MMDA.
Experimentou, sentiu uma leve euforia, mas arquivou a
descoberta. Na década de 1960, o cientista americano
Alexander Shulguin procurava um remédio que estimulasse a
libido. Encontrou os papéis da pesquisa da Merk e incluiu o
MMDA na lista de mais de 100 substâncias que ele testou em
tratamentos psiquiátricos. A que fez mais sucesso foi
justamente a MMDA, que ganhou a fama de “droga do amor”.
Os pacientes diziam que ela os ajudava a ser mais carinhosos
– hoje, sabe-se que a droga estimula a produção de serotonina
no cérebro, responsável pela sensação de prazer.
• Não surpreende, portanto, o nome que fez a substância
famosa: “ecstasy”, de êxtase mesmo. Em 20 anos, as pastilhas
da droga estavam circulando nas ruas. Eram combinadas com
o som da música eletrônica em festas chamadas raves, que
atravessavam o dia e só terminavam à tarde. Em 1988, o
êcstasy foi a febre no verão inglês, que acabou batizado de
Summer of Love, ou “verão do amor” , mesmo nome que os
hippies deram ao ano de 1967, quando eles se entupiram de
LSD. A comparação não era exagerada: as duas drogas
estiveram por trás de boa parte da produção cultural jovem de
suas épocas.
Heroína
• A substância foi descoberta em 1874, a partir de um
aprimoramento na fórmula da morfina. Os trabalhos de
pesquisa nessa área já haviam levado, por exemplo, à
invenção da seringa, criada em 1853 por um cientista francês
que procurava maneiras de melhorar a aplicação da morfina.
Batizado de heroína, o novo remédio começou a ser vendido
em 1898 para curar a tosse. A bula dizia: “A dose mínima faz
desaparecer qualquer tipo de tosse, inclusive tuberculose”. O
nome fazia referência às aparentes capacidades “heróicas” da
droga, que impressionou os farmacêuticos do laboratório da
Bayer.
• Logo descobriram também que, injetada, a heroína é
uma droga de efeito veloz, poderoso e que provoca
dependência rapidamente. Viciados em crise de
abstinência têm alucinações, cólicas, vômitos e
desmaios. Assim, a heroína teve sua
comercialização proibida em 1906, nos EUA. Em
1913, o fabricante alemão parou de produzi-la, mas
ela manteve intensa circulação ilegal na Europa e,
principalmente, na Ásia. A droga voltou a aparecer
nos EUA somente no começo dos anos 70, quando
soldados servindo na Guerra do Vietnã começaram a
consumi-la com asiáticos. Estima-se que cerca de
10% dos veteranos voltaram para casa viciados.
LSD
• O químico alemão Albert Hofmann trabalhava no laboratório
Sandoz, em 1938, investigando um medicamento para ativar a
circulação. Testava a ergotamina, princípio ativo do fungo do
centeio, que ele sintetizou e chamou dietilamida. Tomou uma
dose pequena e sentiu um efeito sutil. Somente em 19 de abril
de 1943 Hofmann resolveu testar uma dose maior. O químico,
então com 37 anos, voltou para casa de bicicleta. Teve a
primeira viagem de ácido de que se tem notícia: “Vi figuras
fantásticas de plasticidade e coloração”, contou. Apresentou o
LSD (iniciais em alemão de ácido lisérgico) a amigos médicos.
Hofmann hoje tem 100 anos e é um dos integrantes do comitê
que escolhe o Prêmio Nobel.
• O americano Timothy Leary se encarregou de ser um dos
embaixadores do LSD pelo mundo. Doutor em psicologia
clínica de Harvard, ministrava a droga para seus pacientes e a
recomendava a alunos do campus – até ser expulso pela
universidade, em 1963. Na época a cidade de São Francisco
começava a se tornar capital da cultura hippie. Uma das
principais atrações eram shows de rock para uma platéia
encharcada de ácido fabricado em laboratórios clandestinos.
Os freqüentadores pregavam o amor livre, a vida em
comunidade e veneravam religiões orientais. O lema deles você
conhece: “paz e amor”.
• Em 1967, o movimento era capaz de reunir até 100 mil pessoas
num parque. As farras lisérgicas muitas vezes acabavam em
sexo coletivo. Não é à toa que o ano tenha entrado para história
como Summer of Love, o “verão do amor”.
Ópio
• O suco leitoso tirado da papoula branca é consumido há cerca
de 5 mil anos no sudoeste da Ásia, em ilhas do Mediterrâneo e
no Oriente Médio. Fez parte até da mitologia grega – era usado
para venerar a deusa Demeter. A lenda dizia que, após ter sua
filha Proserpina raptada, Demeter passou a procurá-la.
Encontrou e comeu sementes de papoula, diminuindo a dor da
perda. A imagem da deusa, então, ficou ligada à papoula – e
rituais em sua homenagem incluíram o uso da droga. O nome
ópio vem do grego opin, ou suco. A chegada da civilização
romana não diminuiu a sua popularidade, inclusive para fins
medicinais. “O ópio era a aspirina de seu tempo. No ano 312,
havia na cidade de Roma 793 estabelecimentos que o
distribuíam”, afirma Antonio Escohotado, em O Livro das
Drogas.
• Na época das navegações, a Inglaterra chegou a monopolizar a
venda mundial de ópio. Entre os principais importadores estava
a China, apesar de o produto ser proibido lá desde 1729. A luta
contra o contrabando levou a um conflito militar entre os dois
países, que durou de 1839 a 1842 e ficou conhecido como
Guerra do Ópio. Os ingleses venceram e obrigaram a China a
permitir o comércio da droga. Ficaram também com o território
de Hong Kong, que só foi devolvido em 1997.
www.i-doser.com
Filmes com temática das drogasFilmes com temática das drogas..
• 1- “A vida não é um sonho” (Requiem For a Dream, USA, roteiro de
Hubert Selby Junior, direção Darren Aronofsky, 2000, 102 min);
• 2- “Bicho de Sete Cabeças” (roteiro de Luiz Bolognesi para livro de
Austregésilo Carrano Bueno, direção de Laís Bodanky, 2001, 88 min);
• 3- “Profissão de Risco” (Blow, USA, roteiro de Bruce Porter, David
McKenna, Nick Cassavetes, direção de Ted Damme, 2001, 124 min);
• 4- “Jovens, Loucos e Rebeldes” (Dazed and Confused, USA, roteiro e
direção de Richard Linklater, 1993, 103 min);
• 5- “Eu, Christiane F. – 13 anos, Drogada e Prostituida” (Christiane F. -
Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, DE, roteiro de Herman Weigel, Kai
Hermann, Horst Rleck, direção de Ulrich Edel, 1981, 136 min);
• 6- “Traffic” (USA, Roteiro de Stephen Gaghan, direção de Steven
Soderbergh, 2000, 147 min);
• 7- “Trainspotting – Sem Limites” (Trainspotting, VG, Roteiro de John
Hodge, direção de Danny Boyle, 1996, 94 min);
Filmes com temática das drogas.Filmes com temática das drogas.
• 8- “Meu Nome não é Johnny” (roteiro de Guilherme Fiúza, Mariza
Leão, Mauro Lima, direção de Mauro Lima, 2008, 118 min);
• 9- “Vicio Maldito” (Days of Wine and Roses, USA, Roteiro de J. P.
Miller, Direção de Blake Edwardes, 1962, 117 min);
• 10- “Más Companhias” (The Chumscrubber, DE, roteiro de Zac
Stanford, baseado em história de Arie Posin, direção de Arie Posin,
2005, 108 min.);
• 11- “Maria Cheia de Graça” (Maria, Llena eres de Gracia, Colômbia,
USA, roteiro e direção de Joshua Marston, 2009, 101 min);
• 12- “Despedida em Las Vegas” (Leaving Las Vegas, USA, roteiro de
John O'Brien, Mike Figgis, direção de Mike Figgis, 1995, 122 min.);
• 13- “Drugstore Cowboy” (Drugstore Cowboy, USA, roteiro de Gus Van
Sant, Daniel Yost direção de Gus Van Sant, 1989, 102 min);
• 14- “Scarface” (Scarface, USA, roteiro de Oliver Stone, direção de
Brian de Palma, 1983, 168 min);
Filmes com temática das drogasFilmes com temática das drogas..
• 15- “Sexta-Feira em Apuros” (Friday, USA, roteiro de
Ice Cube, DJ Pooh, Direção de F. Gary Gray, 1995,
91 min);
• 16- “Medo e Delírio” (Fear and Loathing in Las
Vegas, USA, roteiro Adaptação:Terry Gilliam, Tony
Grisoni, Alex Cox (crédito apenas) Tod Davies
(crédito apenas) Romance: Hunter S. Thompson,
direção de Terry Gilliam, 1998, 118 min).
Para saber mais
• Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas -
Henrique Carneiro, Elsevier, 2005
• O Livro das Drogas - Antonio Escohotado, Dynamis, 1995
• Se Liga! O Livro das Drogas - Myltainho Severiano da Silva,
Record, 1997
• Álcool e Drogas na História do Brasil - Org. Renato Pinto
Venâncio e Henrique Carneiro, Alameda e PUCMinas, 2005
• http://www.neip.info/
• http://www.erowid.org/psychoactives/psychoactives.shtml

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Toxicomania

  • 2. CONCEITOSCONCEITOS • Toxicomania – hábito ao uso de narcóticosToxicomania – hábito ao uso de narcóticos e/ou psicotrópicos;e/ou psicotrópicos; • Do gregoDo grego toxicontoxicon: veneno no qual as flechas: veneno no qual as flechas eram embebidas; mania: loucura.eram embebidas; mania: loucura. Comportamento de dependência em relaçãoComportamento de dependência em relação a uma ou mais substâncias psicoativas.a uma ou mais substâncias psicoativas. (Dicionário Larousse)(Dicionário Larousse)
  • 3. TOXICOFILIASTOXICOFILIAS • OMSOMS ““estado de intoxicação periódicaestado de intoxicação periódica ou crônica , nociva ao indivíduoou crônica , nociva ao indivíduo ou à sociedade, produzida peloou à sociedade, produzida pelo repetido consumo de umarepetido consumo de uma droga natural ou sintética.”droga natural ou sintética.”
  • 4. TOXICOFILIATOXICOFILIA • Conforme oConforme o Dictionnaire des DroguesDictionnaire des Drogues, a observação dos, a observação dos comportamentos da adicção em relação a drogas tais como ocomportamentos da adicção em relação a drogas tais como o álcool e o ópio data do começo do século XIX. A partir de 1840,álcool e o ópio data do começo do século XIX. A partir de 1840, o uso de produtos psicotrópicos se diversifica e se generalizao uso de produtos psicotrópicos se diversifica e se generaliza entre a população. O conceito de alcoolismo foi estabelecidoentre a população. O conceito de alcoolismo foi estabelecido em 1849 pelos cientistas. Em 1875, fala-se de cocainomania eem 1849 pelos cientistas. Em 1875, fala-se de cocainomania e morfinomania. O termo genérico de toxicomania, utilizadomorfinomania. O termo genérico de toxicomania, utilizado desde 1880, designava as condutas de adição em relação adesde 1880, designava as condutas de adição em relação a diversas drogas. Agrupou-se, em seguida, o termo toxicomaniadiversas drogas. Agrupou-se, em seguida, o termo toxicomania às práticas mais diferentes de consumo, enquanto que aàs práticas mais diferentes de consumo, enquanto que a origem dos critérios eram o comportamento aditivo, compulsivoorigem dos critérios eram o comportamento aditivo, compulsivo e provocador de uma situação de desmame quando dae provocador de uma situação de desmame quando da suspensão do produto. O termo designa igualmente osuspensão do produto. O termo designa igualmente o fenômeno do consumo de drogas com uma conotaçãofenômeno do consumo de drogas com uma conotação patológica, médica.patológica, médica.
  • 5. TOXICOFILIATOXICOFILIA • Tradicionalmente: forma de comportamento que,Tradicionalmente: forma de comportamento que, recorrendo a meios artificiais - "os tóxicos" ou "asrecorrendo a meios artificiais - "os tóxicos" ou "as drogas" - visa tanto a negação dos sofrimentos comodrogas" - visa tanto a negação dos sofrimentos como a busca de prazeres. Trata-se, pois, de uma situaçãoa busca de prazeres. Trata-se, pois, de uma situação psicoafetiva estruturando-se para encontrar umpsicoafetiva estruturando-se para encontrar um estado almejado que deve funcionar comoestado almejado que deve funcionar como euforizante das satisfações que o indivíduo nãoeuforizante das satisfações que o indivíduo não encontra na vida cotidiana. (Claude Olievenstein -encontra na vida cotidiana. (Claude Olievenstein - "A"A droga"droga"))
  • 6. HISTÓRIA DAS DROGASHISTÓRIA DAS DROGAS • Há cerca de 5 mil anos, uma tribo de pigmeus do centro da África saiu para caçar. Alguns deles notaram o estranho comportamento de javalis que comiam uma certa planta. Os animais ficavam mansos ou andavam desorientados. Um pigmeu, então, resolveu provar aquele arbusto. Comeu e gostou. Recomendou para outros na tribo, que também adoraram a sensação de entorpecimento. Logo, um curandeiro avisou: havia uma divindade dentro da planta. E os nativos passaram a venerar o arbusto. Começaram a fazer rituais que se espalharam por outras tribos. E são feitos até hoje. A árvore Tabernanthe iboga, conhecida por iboga, é usada para fins lisérgicos em cerimônias com adeptos no Gabão, Angola, Guiné e Camarões.
  • 7. HISTÓRIA DAS DROGASHISTÓRIA DAS DROGAS • Há milênios o homem conhece plantas como a iboga, uma droga vegetal. O historiador grego Heródoto anotou, em 450 a.C., que a Cannabis sativa, planta da maconha, era queimada em saunas para dar barato em freqüentadores. “O banho de vapor dava um gozo tão intenso que arrancava gritos de alegria.” No fim do século 19, muitos desses produtos viraram, em laboratórios, drogas sintetizadas. Foram estudadas por cientistas e médicos, como Sigmund Freud.
  • 8. HISTÓRIA DAS DROGASHISTÓRIA DAS DROGAS • Somente no século 20 é que começaram a surgir proibições globais ao uso de entorpecentes. Primeiro, nos EUA, em 1948. Depois, em 1961, em mais de 100 países (Brasil entre eles), após uma convenção da ONU. Segundo um relatório publicado pela entidade em 2005, há cerca de 340 milhões de usuários de drogas no planeta. Movimentam um mercado de 1,5 trilhão de dólares. “Ao longo da história, as drogas tiveram usos múltiplos que alimentaram e espelharam a alma humana”, diz o professor da USP Henrique Carneiro, autor de Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas. Elas deram origem a religiões, percorreram o planeta com o comércio, provocaram guerras, mudaram a cultura, música e moda. Acompanhe agora uma viagem pela história das substâncias mais famosas.
  • 9. DEPENDÊNCIADEPENDÊNCIA • Condicionamento do sujeito à droga;Condicionamento do sujeito à droga; • Caracteriza-se por:Caracteriza-se por: • TolerânciaTolerância • AbstinênciaAbstinência • Deve haver obrigação imperiosa de consumir aDeve haver obrigação imperiosa de consumir a droga e repercussões sociais/laborais.droga e repercussões sociais/laborais. • Dependência psíquicaDependência psíquica • Dependência físicaDependência física
  • 10. DEPENDÊNCIA FÍSICADEPENDÊNCIA FÍSICA • Estado de necessidade fiosiológica,Estado de necessidade fiosiológica, anormal, causada por suspensão súbitaanormal, causada por suspensão súbita ou dosagem insuficiente da substânciaou dosagem insuficiente da substância química;química; Ocorre a abstinência (miose, tremores,Ocorre a abstinência (miose, tremores, calafrios, convulsões, etc.)calafrios, convulsões, etc.)
  • 11. DEPENDÊNCIA PSÍQUICADEPENDÊNCIA PSÍQUICA As manifestações são psíquicas;As manifestações são psíquicas; Leva o sujeito a querer usar a droga deLeva o sujeito a querer usar a droga de forma periódica ou constante;forma periódica ou constante; PARA ALGUNS AUTORES, SÃO CONSIDERADAS COMO LEGÍTIMA ABSTINÊNCIA OS ESTADOS MAIS GRAVES, CUJA EXISTÊNCIA É OBSErVADA EM GRANDES CONSUMIDORES DESTAS SUBSTÂNCIAS
  • 12. TOXICOMANIATOXICOMANIA • Pela OMS, é um transtorno mental,Pela OMS, é um transtorno mental, pois causa alteração da estrutura epois causa alteração da estrutura e funcionamento normal dofuncionamento normal do indivíduo;indivíduo; CONSTITUIÇÃO TOXICOFÍLICA: PREDISPOSIÇÃO, POSSIBILIDADE DE SE DEIXAR DOMINAR FÍSICA E PSIQUICAMENTE PELO TÓXICO
  • 13. TIPOS DE TÓXICOSTIPOS DE TÓXICOS • Maconha (Maconha (skunkskunk);); • Morfina;Morfina; • Heroína;Heroína; • Cocaína;Cocaína; • LSD 25;LSD 25; • Barbitúricos;Barbitúricos; • AnfetaminasAnfetaminas • Crack, CogumeloCrack, Cogumelo • Cola e MerlaCola e Merla
  • 14. PSICOLÉPTICAS: drogas depressoras; reduzem a atividade mental. Causam depressão. Álcool, morfina, barbitúricos, ansiolíticos, heroína PSICOANALÉPTICAS: Aumentam a atividade cerebral e causam excitação. Cafeína, tabaco, anfetamina, ecstasy, cocaína e inalantes. PSICODISLÉPTICAS: Perturbam e distorcem o funcionamento cerebral. São substâncias alucinógenas. Maconha, LSD, biperideno (Akineton), triexifenidil (Artane) . CLASSIFICAÇÃO
  • 16. MaconhaMaconha •A presença do THC no SNC desencadeiaA presença do THC no SNC desencadeia alterações cognitivas (afrouxamento dasalterações cognitivas (afrouxamento das associações, fragmentação do pensamento,associações, fragmentação do pensamento, confusão, alterações na memória de fixação),confusão, alterações na memória de fixação), prejuízos da atenção, alterações do humor,prejuízos da atenção, alterações do humor, exacerbação do apetite e incoordenaçãoexacerbação do apetite e incoordenação motora, em vários graus.motora, em vários graus.
  • 17. •Funções meurobiológicas das estruturas anatômicasFunções meurobiológicas das estruturas anatômicas reguladas pelos receptores canabinóidesreguladas pelos receptores canabinóides •Hipocampo e córtex frontal: funções cognitivasHipocampo e córtex frontal: funções cognitivas superiores.superiores. •Gânglios da base e cerebelo: controle e coordenaçãoGânglios da base e cerebelo: controle e coordenação dos movimentos, atenção seletiva.dos movimentos, atenção seletiva. •Hipotálamo e complexo amgdalóide: controle do humorHipotálamo e complexo amgdalóide: controle do humor e apetite.e apetite. •Giro do cíngulo anterior: atenção dividida.Giro do cíngulo anterior: atenção dividida.
  • 18. MaconhaMaconha •A procura por salas de emergência decorrenteA procura por salas de emergência decorrente de problemas relacionados ao uso dade problemas relacionados ao uso da substância é rara e improvável.substância é rara e improvável. •A toxicidade da maconha é extremamenteA toxicidade da maconha é extremamente baixa, não havendo casos de morte porbaixa, não havendo casos de morte por intoxicação confirmados na literatura.intoxicação confirmados na literatura. •Complicações agudas tampouco são relatadasComplicações agudas tampouco são relatadas com frequência.com frequência.
  • 19. MaconhaMaconha •Sintomas desagradáveis, tais como ansiedadeSintomas desagradáveis, tais como ansiedade ee bad tripsbad trips, muitas vezes com sintomas de, muitas vezes com sintomas de pânico, medo, disforia e reações depressivas,pânico, medo, disforia e reações depressivas, podem acompanhar o uso.podem acompanhar o uso. •Sintomas paranóides transitórios também sãoSintomas paranóides transitórios também são possíveis.possíveis. •Todos esses sintomas são influenciados pelaTodos esses sintomas são influenciados pela expectativa do usuário acerca dos efeitos,expectativa do usuário acerca dos efeitos, assim como pelo contexto sociocultural doassim como pelo contexto sociocultural do consumo.consumo.
  • 20. MaconhaMaconha •O consumo de maconha pode evoluir com quadros deO consumo de maconha pode evoluir com quadros de natureza esquizofreniforme, que algumas vezesnatureza esquizofreniforme, que algumas vezes permanecem mesmo após o período depermanecem mesmo após o período de desintoxicação.desintoxicação. •Sintomas depressivos e maníacos também podemSintomas depressivos e maníacos também podem aparecer, principalmente quando relacionados ao usoaparecer, principalmente quando relacionados ao uso crônico.crônico. •Início de uso em idade precoce como adolescência,Início de uso em idade precoce como adolescência, assim como grandes quantidades e por longos períodosassim como grandes quantidades e por longos períodos de tempo, aumentam o risco para transtornosde tempo, aumentam o risco para transtornos psiquiátricos.psiquiátricos.
  • 21. TratamentoTratamento •Reasseguramento psicológico.Reasseguramento psicológico. •Benzodiazepínicos (diazepam) se ansioso.Benzodiazepínicos (diazepam) se ansioso. •Benzodiazepínicos e antipsicóticosBenzodiazepínicos e antipsicóticos (risperidona ou haloperidol) em caso de(risperidona ou haloperidol) em caso de sintomas psicóticos.sintomas psicóticos. •Em caso de alteração psicomotora importanteEm caso de alteração psicomotora importante ou risco de agressividade, deve-se usarou risco de agressividade, deve-se usar medicamentos intramusculares.medicamentos intramusculares.
  • 22. CocaínaCocaína •A cocaína é uma substância natural, extraída de umaA cocaína é uma substância natural, extraída de uma planta (planta (Erythroxylon cocaErythroxylon coca), estimulante do SNC e), estimulante do SNC e anestésico local.anestésico local. •Foi isolada na virada do século XX e largamenteFoi isolada na virada do século XX e largamente utilizada pela medicina até o início dos anos de 1920,utilizada pela medicina até o início dos anos de 1920, quando foi proibida em vários países da Europa e nosquando foi proibida em vários países da Europa e nos Estados Unidos devido à dependência e aosEstados Unidos devido à dependência e aos comportamentos de abuso que causava.comportamentos de abuso que causava. •Ressurgiu nos anos de 1980 e é hoje a droga ilícitaRessurgiu nos anos de 1980 e é hoje a droga ilícita mais comumente mencionada nas admissões emmais comumente mencionada nas admissões em pronto-socorros.pronto-socorros.
  • 23. CocaínaCocaína •A via de administração escolhida para oA via de administração escolhida para o consumo da cocaína interfere na quantidade econsumo da cocaína interfere na quantidade e na qualidade dos efeitos provocados pelana qualidade dos efeitos provocados pela substância.substância.
  • 24. CocaínaCocaína •Via pulmonar (crack ou pasta-base)Via pulmonar (crack ou pasta-base) •InjetávelInjetável •IntranasalIntranasal •Oral (folhas mascadas ou ingestão do pó)Oral (folhas mascadas ou ingestão do pó)
  • 25. Pureza (%)Pureza (%) •Pulmonar: 40-85Pulmonar: 40-85 •Injetável: 7-100Injetável: 7-100 •Intranasal: 20-80Intranasal: 20-80 •Oral: 0,5-1 (folhas mascadas); 20-80 (ingestãoOral: 0,5-1 (folhas mascadas); 20-80 (ingestão do pó)do pó)
  • 26. Início da ação (s)Início da ação (s) •Pulmonar: 8-10Pulmonar: 8-10 •Injetável: 30-45Injetável: 30-45 •Intranasal: 120-180Intranasal: 120-180 •Oral: 300-600 (folhas mascadas); 600-1800Oral: 300-600 (folhas mascadas); 600-1800 (ingestão do pó)(ingestão do pó)
  • 27. Duração (min)Duração (min) •Pulmonar: 5-10Pulmonar: 5-10 •Injetável: 10-20Injetável: 10-20 •Intranasal: 30-45Intranasal: 30-45 •Oral: 45-90 (folhas mascadas)Oral: 45-90 (folhas mascadas)
  • 28. Biodisponibilidade (%Biodisponibilidade (% absorvida)absorvida) •Pulmonar: 6-32Pulmonar: 6-32 •Injetável: 100Injetável: 100 •Intranasal: 20-30Intranasal: 20-30 •Oral: 20-30 (folhas mascadas); 20-30Oral: 20-30 (folhas mascadas); 20-30 (ingestão do pó)(ingestão do pó)
  • 29. CocaínaCocaína •Boa parte dos indivíduos faz uso de cocaínaBoa parte dos indivíduos faz uso de cocaína associada a depressores do SNC, visando aassociada a depressores do SNC, visando a contrabalançar os efeitos simpaticomiméticoscontrabalançar os efeitos simpaticomiméticos da droga.da droga. •É possível haver dependência de álcoolÉ possível haver dependência de álcool associada, o que pode produzir sinais eassociada, o que pode produzir sinais e sintomas de abstinência e/ousintomas de abstinência e/ou deliriumdelirium nos diasnos dias que se seguem à admissão.que se seguem à admissão.
  • 30. CocaínaCocaína •A cocaína estimula o SNC por meio do bloqueio da recaptação deA cocaína estimula o SNC por meio do bloqueio da recaptação de dopamina, serotonina e noradrenalina nas sinapses.dopamina, serotonina e noradrenalina nas sinapses. •Monoaminas são substancias bioquímicas derivadasMonoaminas são substancias bioquímicas derivadas de aminoácidos através do processo de descarboxilação.de aminoácidos através do processo de descarboxilação. •As monoaminas atuam no corpo humano comoAs monoaminas atuam no corpo humano como neurotransmissores, sendo a norepinefrina, a serotonina e aneurotransmissores, sendo a norepinefrina, a serotonina e a dopamina as mais abundantes no sistema nervoso.dopamina as mais abundantes no sistema nervoso. •O aumento da concentração das monoaminas na fenda sinápticaO aumento da concentração das monoaminas na fenda sináptica estimula os receptores pós-sinápticos de modo mais intenso eestimula os receptores pós-sinápticos de modo mais intenso e prolongado, levando ao aumento do tônus simpático.prolongado, levando ao aumento do tônus simpático.
  • 31. CocaínaCocaína •Com o uso crônico, porém, o SNC torna-se toleranteCom o uso crônico, porém, o SNC torna-se tolerante aos efeitos euforizantes da cocaína, por meio daaos efeitos euforizantes da cocaína, por meio da inibição da secreção de monoaminas, da redução dosinibição da secreção de monoaminas, da redução dos receptores pós-sinápticos (receptores pós-sinápticos (downregulationdownregulation) e do) e do aumento da metabolização de neurotransmissores naaumento da metabolização de neurotransmissores na sinapse.sinapse. •O resultado é uma diminuição dos níveis deO resultado é uma diminuição dos níveis de monoaminas na fenda sináptica, provável elomonoaminas na fenda sináptica, provável elo neurobiológico entre o uso prolongado de cocaína e oneurobiológico entre o uso prolongado de cocaína e o surgimento dos sintomas de abstinência da substância.surgimento dos sintomas de abstinência da substância. •Além disso, ocorre um processo de sensibilização doAlém disso, ocorre um processo de sensibilização do SNC, com convulsões,SNC, com convulsões, cravingcraving e sintomas paranóides.e sintomas paranóides.
  • 32. Complicações no SNCComplicações no SNC •AVC isquêmico ou hemorrágico, convulsões,AVC isquêmico ou hemorrágico, convulsões, transtornos do movimento (acatisia, discinesia,transtornos do movimento (acatisia, discinesia, distonia).distonia). •Em administração EV: aneurismas micóticos.Em administração EV: aneurismas micóticos.
  • 33. Complicações pulmonaresComplicações pulmonares •Vasoconstrição arterial pulmonar e brônquica, levandoVasoconstrição arterial pulmonar e brônquica, levando a hemorragia instersticial e alveolar.a hemorragia instersticial e alveolar. •Epistaxe, perfuração do septo nasal, ulceraçõesEpistaxe, perfuração do septo nasal, ulcerações orofaríngeas (via intranasal); lesões térmicas na viasorofaríngeas (via intranasal); lesões térmicas na vias aéreas superiores, escarro enegrecido ou hemoptíico,aéreas superiores, escarro enegrecido ou hemoptíico, broncoespasmo, pneumotórax, pneumomediastino (viabroncoespasmo, pneumotórax, pneumomediastino (via pulmonar); embolia pulmonar (EV).pulmonar); embolia pulmonar (EV).
  • 34. Complicações cardiocirculatóriasComplicações cardiocirculatórias •IAM, isquemias e arritmias (ventricular e supra), crisesIAM, isquemias e arritmias (ventricular e supra), crises hipertensivas, lesões endoteliais com trombose arterial,hipertensivas, lesões endoteliais com trombose arterial, dissecção da aorta.dissecção da aorta. •No uso EV: Flebites, endocardites infecciosas.No uso EV: Flebites, endocardites infecciosas.
  • 35. Complicações gastrintestinaisComplicações gastrintestinais •Isquemia secundária à vasoconstrição arterial intensaIsquemia secundária à vasoconstrição arterial intensa e prolongada, com ulceração ou perfuraçãoe prolongada, com ulceração ou perfuração gastroduodenal.gastroduodenal. •BodypackersBodypackers ouou mulasmulas, narcotraficantes que ingerem, narcotraficantes que ingerem invólucros de cocaína a fim de transportá-los parainvólucros de cocaína a fim de transportá-los para outros locais: Risco de ruptura eoutros locais: Risco de ruptura e overdoseoverdose (VO)(VO)
  • 36. Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose •O consumo de cocaína por via nasal em baixas dosesO consumo de cocaína por via nasal em baixas doses (2 a 3 mg/kg) causa um aumento modesto da(2 a 3 mg/kg) causa um aumento modesto da frequência cardíaca (17%), da pressão arterial (8%) efrequência cardíaca (17%), da pressão arterial (8%) e da pressão intraventricular esquerda (18% positivo eda pressão intraventricular esquerda (18% positivo e 15% negativo).15% negativo). •Psiquicamente, há um quadro de euforia, sensação dePsiquicamente, há um quadro de euforia, sensação de bem-estar e plenitude cognitiva, aumento da auto-bem-estar e plenitude cognitiva, aumento da auto- estima e da vontade sexual e diminuição do apetite.estima e da vontade sexual e diminuição do apetite. •Sudorese, tremor leve de extremidades e dilataçãoSudorese, tremor leve de extremidades e dilatação pupilar, podem ser observados.pupilar, podem ser observados.
  • 37. Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose •Doses elevadas podem resultar em comportamentosDoses elevadas podem resultar em comportamentos estereotipados, bruxismo, irritabilidade,estereotipados, bruxismo, irritabilidade, comportamentos violentos, inquietação, hipervigilânciacomportamentos violentos, inquietação, hipervigilância com ou sem sintomas paranóides, quadros ansiosos,com ou sem sintomas paranóides, quadros ansiosos, de pânico oude pânico ou deliriumdelirium.. •Esse quadro de estimulação pode evoluir comEsse quadro de estimulação pode evoluir com depressão do SNC, caracterizada por paralisia dadepressão do SNC, caracterizada por paralisia da atividade motora, com possível arreflexia e estupor.atividade motora, com possível arreflexia e estupor.
  • 38. Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose •Uma dose suficientemente alta pode levar aUma dose suficientemente alta pode levar a overdoseoverdose,, ou seja, falência de um ou mais órgãos do corpo, comou seja, falência de um ou mais órgãos do corpo, com risco significativo de morte.risco significativo de morte. •Qualquer tipo de usuário (crônico, eventual ouQualquer tipo de usuário (crônico, eventual ou iniciante) pode ser acometido.iniciante) pode ser acometido. •O mecanismo é o aumento do tônus simpático, porO mecanismo é o aumento do tônus simpático, por meio do bloqueio da recaptação das monoaminas nomeio do bloqueio da recaptação das monoaminas no SNC.SNC. •A dose letal é incerta, mas influenciada por fatoresA dose letal é incerta, mas influenciada por fatores como tolerância, presença de patologias de base (porcomo tolerância, presença de patologias de base (por exemplo, insuficiência coronariana, aneurismas) e grauexemplo, insuficiência coronariana, aneurismas) e grau de pureza e adulterantes da cocaína vendida nas ruas.de pureza e adulterantes da cocaína vendida nas ruas.
  • 39. Intoxicação aguda eIntoxicação aguda e overdoseoverdose •As complicações mais comuns daAs complicações mais comuns da overdoseoverdose são agitação psicomotora,são agitação psicomotora, deliriumdelirium, hipertensão, hipertensão arterial sistêmica, arritmia cardíaca,arterial sistêmica, arritmia cardíaca, anginaangina pectorispectoris, infarto agudo do miocárdio,, infarto agudo do miocárdio, convulsões, AVC, hipertermia, rabdomiólise econvulsões, AVC, hipertermia, rabdomiólise e acidose metabólica.acidose metabólica.
  • 40. TratamentoTratamento •Uma avaliação clínica completa é o primeiro passo.Uma avaliação clínica completa é o primeiro passo. •A rápida obtenção da glicemia e da temperatura éA rápida obtenção da glicemia e da temperatura é fundamental para evitar futuras complicaçõesfundamental para evitar futuras complicações decorrentes da hipoglicemia e da hipertermia.decorrentes da hipoglicemia e da hipertermia. •A dor precordial costuma ser sintoma de IAM em 3%A dor precordial costuma ser sintoma de IAM em 3% dos casos.dos casos. •Deve ser avaliado ECG, função renal e hepática,Deve ser avaliado ECG, função renal e hepática, hemograma completo, eletrólitos e glicemia.hemograma completo, eletrólitos e glicemia.
  • 41. Complicações psiquiátricasComplicações psiquiátricas •As complicações psiquiátricas agudas são o principalAs complicações psiquiátricas agudas são o principal motivo de procura por atendimento de emergênciamotivo de procura por atendimento de emergência entre os usuários de cocaína.entre os usuários de cocaína. •Em geral, prevalecem os quadros ansiosos,Em geral, prevalecem os quadros ansiosos, principalmente com sintomas de mal-estar e pânico.principalmente com sintomas de mal-estar e pânico. Nesses casos, a inquietação motora é umaNesses casos, a inquietação motora é uma apresentação bastante recorrente.apresentação bastante recorrente. •Alguns apresentam quadros paranóides transitórios,Alguns apresentam quadros paranóides transitórios, restritos ao período de intoxicação.restritos ao período de intoxicação. •A cocaína, porém, é um fator de risco para o início deA cocaína, porém, é um fator de risco para o início de transtornos psicóticos em indivíduos predispostos.transtornos psicóticos em indivíduos predispostos.
  • 42. Complicações psiquiátricasComplicações psiquiátricas •Indivíduos com transtorno bipolar do humorIndivíduos com transtorno bipolar do humor podem desencadear quadros de mania após opodem desencadear quadros de mania após o consumo da substância, ou utilizá-la paraconsumo da substância, ou utilizá-la para potencializar os sintomas da doença.potencializar os sintomas da doença. •O uso crônico de cocaína evolui com sintomasO uso crônico de cocaína evolui com sintomas depressivos ou depressão maior em boa partedepressivos ou depressão maior em boa parte dos indivíduos.dos indivíduos.
  • 43. Complicações psiquiátricasComplicações psiquiátricas •A sedação com benzodiazepínicos é uma opção ´paraA sedação com benzodiazepínicos é uma opção ´para os casos de inquietação aguda, com predomínio deos casos de inquietação aguda, com predomínio de ansiedade.ansiedade. •Pacientes com sintomas psicóticos ou quadro dePacientes com sintomas psicóticos ou quadro de agitação psicomotora importante ou risco de agressãoagitação psicomotora importante ou risco de agressão devem ser tratados com antipsicóticos.devem ser tratados com antipsicóticos. •Os antipsicóticos diminuem o limiar convulsivo eOs antipsicóticos diminuem o limiar convulsivo e devem ser administrados com cautela. Midazolam IMdevem ser administrados com cautela. Midazolam IM (benzodiazepínico) pode ser associado.(benzodiazepínico) pode ser associado.
  • 44. Síndrome de abstinência daSíndrome de abstinência da cocaínacocaína •Os sintomas da síndrome de abstinência daOs sintomas da síndrome de abstinência da cocaína são marcadamente psíquicos.cocaína são marcadamente psíquicos. •Nas primeiras horas após a interrupção doNas primeiras horas após a interrupção do consumo, aparecem sintomas de disforia econsumo, aparecem sintomas de disforia e depressão, associados a ansiedade e insônia.depressão, associados a ansiedade e insônia. •Há diminuição global da energia, na forma deHá diminuição global da energia, na forma de lentidão e fadiga.lentidão e fadiga. •Tais sintomas desaparecem ao longo de diasTais sintomas desaparecem ao longo de dias ou semanas.ou semanas.
  • 45. Síndrome de abstinência daSíndrome de abstinência da cocaínacocaína •OO cravingcraving ou fissura pode estar presente em qualquerou fissura pode estar presente em qualquer momento da abstinência e permanece por váriosmomento da abstinência e permanece por vários meses, com períodos de intensidade flutuantes até suameses, com períodos de intensidade flutuantes até sua remissão.remissão. •É caracterizado como um desejo súbito e intenso deÉ caracterizado como um desejo súbito e intenso de utilizar uma substância, a memória da euforia emutilizar uma substância, a memória da euforia em contraste com o desprazer presente.contraste com o desprazer presente. •Sua ocorrência é súbita, autolimitada (cerca de 30Sua ocorrência é súbita, autolimitada (cerca de 30 minutos) e geralmente desencadeada por “gatilhos”, ouminutos) e geralmente desencadeada por “gatilhos”, ou seja, eventos que reportam o usuário a seu consumoseja, eventos que reportam o usuário a seu consumo pregresso de cocaína, trazendo de volta o desejo depregresso de cocaína, trazendo de volta o desejo de utilizá-la.utilizá-la.
  • 46. Tratamento da síndrome deTratamento da síndrome de abstinênciaabstinência •PsicoterapiaPsicoterapia •Estabilizadores do humor (topiramato,Estabilizadores do humor (topiramato, lamotrigina)lamotrigina) •AntidepressivosAntidepressivos •AntipsicóticosAntipsicóticos •BenzodiazepínicosBenzodiazepínicos
  • 47. LSDLSD •A dietilamida do ácido lisérgico é uma dasA dietilamida do ácido lisérgico é uma das substâncias com ação psicotrópica maissubstâncias com ação psicotrópica mais potente: doses de 20 a 50 milionésimos depotente: doses de 20 a 50 milionésimos de grama produzem efeitos com 4 a 12 horas degrama produzem efeitos com 4 a 12 horas de duração.duração. •É utilizada preferencialmente por via oral ouÉ utilizada preferencialmente por via oral ou sublingual, na forma de micropontos emsublingual, na forma de micropontos em tabletes.tabletes.
  • 48. LSDLSD •O LSD é estruturalmente semelhante à serotonina, seuO LSD é estruturalmente semelhante à serotonina, seu provável elo alucinógeno. Embora o LSD se ligue aprovável elo alucinógeno. Embora o LSD se ligue a vários subtipos de receptores, o 5HT2 é o maisvários subtipos de receptores, o 5HT2 é o mais importante em seu mecanismo de ação: está localizadoimportante em seu mecanismo de ação: está localizado no córtex cerebral, onde o alucinógeno exerceno córtex cerebral, onde o alucinógeno exerce alterações cognitivas e perceptuais.alterações cognitivas e perceptuais. •Antagonistas 5HT2 são capazes de inibir suas açõesAntagonistas 5HT2 são capazes de inibir suas ações farmacológicas.farmacológicas. •A tolerância para os efeitos alucinógenos do LSD éA tolerância para os efeitos alucinógenos do LSD é rápida e reversível. Isso talvez explique o usorápida e reversível. Isso talvez explique o uso esporádico e não-aditivo da substância.esporádico e não-aditivo da substância.
  • 49. IntoxicaçãoIntoxicação •O consumo de LSD e seus similares podeO consumo de LSD e seus similares pode desencadear quadros psicóticos agudos edesencadear quadros psicóticos agudos e prolongados (normalmente em indivíduosprolongados (normalmente em indivíduos predispostos) e quadros depressivos epredispostos) e quadros depressivos e exacerbar doenças psiquiátricas prévias.exacerbar doenças psiquiátricas prévias. •Casos de hipertermia já foram relatados.Casos de hipertermia já foram relatados. •Outra complicação aguda sãoOutra complicação aguda são flashbacksflashbacks, o, o ressurgimento dos sintomas na ausência deressurgimento dos sintomas na ausência de intoxicação.intoxicação. •Não há relatos deNão há relatos de overdoseoverdose..
  • 50. TratamentoTratamento •Quadros ansiosos e de pânico por qualquerQuadros ansiosos e de pânico por qualquer tipo de alucinógeno podem ser controladostipo de alucinógeno podem ser controlados apenas com reasseguramento e orientaçãoapenas com reasseguramento e orientação voltada para a realidade.voltada para a realidade. •Sintomas de maior intensidade podemSintomas de maior intensidade podem requerer a prescrição de benzodiazepínicosrequerer a prescrição de benzodiazepínicos (diazepam VO, repetindo se necessário, ou(diazepam VO, repetindo se necessário, ou midazolam IM nas agitações).midazolam IM nas agitações).
  • 51. TratamentoTratamento •A aplicação de antipsicóticos IM pode serA aplicação de antipsicóticos IM pode ser indicada na agitação grave e sintomasindicada na agitação grave e sintomas psicóticos.psicóticos. •Comportamentos violentos ou agressivosComportamentos violentos ou agressivos podem requerer contenção mecânica, a fim depodem requerer contenção mecânica, a fim de assegurar a integridade física do paciente e deassegurar a integridade física do paciente e de terceiros.terceiros. •Não há relatos de síndrome de abstinênciaNão há relatos de síndrome de abstinência para o LSD.para o LSD.
  • 52. AnfetaminasAnfetaminas •Atuam no SNC aumentando a liberação deAtuam no SNC aumentando a liberação de monoaminas e possivelmente como agonistasmonoaminas e possivelmente como agonistas e bloqueadoras da recaptação das mesmas,e bloqueadoras da recaptação das mesmas, levando a um aumento do tônus simpático, comlevando a um aumento do tônus simpático, com diminuição do sono e do apetite, aceleração dodiminuição do sono e do apetite, aceleração do curso do pensamento, sensação de energia,curso do pensamento, sensação de energia, diminuição da fadiga, midríase, taquicardia ediminuição da fadiga, midríase, taquicardia e elevação da pressão arterial.elevação da pressão arterial.
  • 53. AnfetaminasAnfetaminas •O uso crônico leva à depleção dosO uso crônico leva à depleção dos neurotransmissores, com desenvolvimento deneurotransmissores, com desenvolvimento de tolerância aos efeitos da anfetamina, propiciando otolerância aos efeitos da anfetamina, propiciando o abuso.abuso.
  • 54. Usuário discretoUsuário discreto •O usuário discreto seria usuário de doses baixas (20 aO usuário discreto seria usuário de doses baixas (20 a 40mg/dia) como hábito afim de melhorar seu40mg/dia) como hábito afim de melhorar seu desempenho social. Podem se expor a esforços edesempenho social. Podem se expor a esforços e atividades desnecessários, resultando em fadigaatividades desnecessários, resultando em fadiga excessiva, depressão e letargia, algumas vezes comexcessiva, depressão e letargia, algumas vezes com idéias de suicídio.idéias de suicídio. •Seu perfil discreto e socialmente enquadrado faz comSeu perfil discreto e socialmente enquadrado faz com que o consumo de anfetamina passe despercebido, atéque o consumo de anfetamina passe despercebido, até que procurem atendimento médico de emergência.que procurem atendimento médico de emergência.
  • 55. Usuário mais nocivoUsuário mais nocivo •Mais interessado nos efeitos euforizantes daMais interessado nos efeitos euforizantes da substância.substância. •Pode chegar a doses diárias de 50 a 150mg porPode chegar a doses diárias de 50 a 150mg por desenvolver tolerância aos efeitos euforizantes.desenvolver tolerância aos efeitos euforizantes. •Sedativos como álcool e benzodiazepínicos podem serSedativos como álcool e benzodiazepínicos podem ser utilizados com o intuito de combater a insôniautilizados com o intuito de combater a insônia provocada pelo uso desregrado.provocada pelo uso desregrado.
  • 56. Complicações e tratamentoComplicações e tratamento •Quadros ansiosos, com sintomas de pânico eQuadros ansiosos, com sintomas de pânico e inquietação, podem aparecer na intoxicação aguda.inquietação, podem aparecer na intoxicação aguda. •O risco de overdose e de surgimento de complicaçõesO risco de overdose e de surgimento de complicações psiquiátricas está sempre presente.psiquiátricas está sempre presente. •Seus mecanismos fisiopatológicos e as formas deSeus mecanismos fisiopatológicos e as formas de tratamento são semelhantes aos observados entre ostratamento são semelhantes aos observados entre os usuários de cocaína.usuários de cocaína.
  • 57. EcstasyEcstasy •Também chamado de MDMA (3,4-Também chamado de MDMA (3,4- metilenedioxi-metanfetamina).metilenedioxi-metanfetamina). •Se tornou mais popular com sua adoçãoSe tornou mais popular com sua adoção dentro do ambiente musical dasdentro do ambiente musical das ravesraves, no início, no início dos anos de 1980.dos anos de 1980.
  • 58. EcstasyEcstasy •É uma anfetamina modificada, com grande afinidadeÉ uma anfetamina modificada, com grande afinidade pelos receptores serotoninérgicos 5HT e 5HT2; talpelos receptores serotoninérgicos 5HT e 5HT2; tal característica parece ser a responsável por seus efeitoscaracterística parece ser a responsável por seus efeitos perturbadores do SNC, motivo pelo qual é conhecidaperturbadores do SNC, motivo pelo qual é conhecida como anfetamina alucinógena.como anfetamina alucinógena. •Os efeitos psicoativos duram de 4 a 6 horas.Os efeitos psicoativos duram de 4 a 6 horas. •Os efeitos procurados pelos usuários são um quadroOs efeitos procurados pelos usuários são um quadro de euforia e bem-estar, com sensação de intimidade ede euforia e bem-estar, com sensação de intimidade e proximidade com os outros.proximidade com os outros.
  • 59. EcstasyEcstasy •A percepção para a música, as cores e asA percepção para a música, as cores e as sensações táteis parece mais aguçada.sensações táteis parece mais aguçada. •Outros sintomas são anorexia, taquicardia,Outros sintomas são anorexia, taquicardia, sudorese, tensão maxilar, bruxismo.sudorese, tensão maxilar, bruxismo. •O uso crônico leva à depleção dosO uso crônico leva à depleção dos neurotransmissores, com desenvolvimento deneurotransmissores, com desenvolvimento de tolerância aos efeitos dotolerância aos efeitos do ecstasyecstasy, propiciando a, propiciando a ocorrência do abuso.ocorrência do abuso.
  • 60. EcstasyEcstasy •As principais complicações sãoAs principais complicações são deliriumdelirium,, nistagmo, crises hipertensivas, precordialgias,nistagmo, crises hipertensivas, precordialgias, arritmias cardíacas, hepatites tóxicas,arritmias cardíacas, hepatites tóxicas, hipertermia, convulsões, rabdomiólise e coma.hipertermia, convulsões, rabdomiólise e coma. •As complicações não tem relação direta com aAs complicações não tem relação direta com a dose, variando muito entre os indivíduos.dose, variando muito entre os indivíduos.
  • 61. OpiáceosOpiáceos •São substâncias naturais (morfina e codeína),São substâncias naturais (morfina e codeína), semi-sintéticas (heroína) e sintéticassemi-sintéticas (heroína) e sintéticas (meperidina, metadona, fentanil) obtidas do(meperidina, metadona, fentanil) obtidas do ópio.ópio. •No Brasil, seu consumo é incomum, e oNo Brasil, seu consumo é incomum, e o aparecimento de complicações nas salas deaparecimento de complicações nas salas de emergência, raro.emergência, raro.
  • 62. OpiáceosOpiáceos •O organismo é capaz de sintetizar seusO organismo é capaz de sintetizar seus próprios opiáceos, as endorfinas e aspróprios opiáceos, as endorfinas e as encefalinas (opiáceos endógenos), e possuiencefalinas (opiáceos endógenos), e possui receptores específicos para eles.receptores específicos para eles. •A ativação de receptores opiáceos produz umA ativação de receptores opiáceos produz um quadro de sedação, euforia e bem-estar,quadro de sedação, euforia e bem-estar, responsável pelo comportamento de buscaresponsável pelo comportamento de busca continuada da substância (reforço).continuada da substância (reforço).
  • 63. OpiáceosOpiáceos •Inibem o peristaltismo (antidiarréico) e provocaInibem o peristaltismo (antidiarréico) e provoca bradipnéia, bradicardia e hipotensão.bradipnéia, bradicardia e hipotensão. •Os receptores opiáceos possuem antagonistasOs receptores opiáceos possuem antagonistas específicos, naltrexona e naloxona, capazes deespecíficos, naltrexona e naloxona, capazes de reverter a analgesia e a sedação produzidasreverter a analgesia e a sedação produzidas pela substância, bem como desencadearpela substância, bem como desencadear quadros de abstinência em usuários crônicos.quadros de abstinência em usuários crônicos.
  • 64. OpiáceosOpiáceos •O uso provoca quadro de sedação, analgesia,O uso provoca quadro de sedação, analgesia, euforia e bem-estar.euforia e bem-estar. •Há supressão do reflexo da tosse e depressãoHá supressão do reflexo da tosse e depressão respiratória, diminuição da peristalse e darespiratória, diminuição da peristalse e da liberação de enzimas digestivas, inibição doliberação de enzimas digestivas, inibição do reflexo urinário e diminuição da libido.reflexo urinário e diminuição da libido. •Intoxicações mais graves podem evoluir comIntoxicações mais graves podem evoluir com sedação excessiva e miose pronunciada.sedação excessiva e miose pronunciada.
  • 65. OpiáceosOpiáceos •A overdose por opiáceos é caracterizada porA overdose por opiáceos é caracterizada por inconsciência, miose pronunciada, bradicardiainconsciência, miose pronunciada, bradicardia acentuada, depressão respiratória e coma.acentuada, depressão respiratória e coma. •É uma emergência médica.É uma emergência médica. •Com tempo hábil, um manejo clínico podeCom tempo hábil, um manejo clínico pode garantir um bom prognóstico.garantir um bom prognóstico.
  • 66. SolventesSolventes •Solventes bastante voláteis presentes em aerossóis,Solventes bastante voláteis presentes em aerossóis, vernizes, tintas, propelentes, colas, esmaltes evernizes, tintas, propelentes, colas, esmaltes e removedores.removedores. •Já foram usados como anestésicos gerais, no caso doJá foram usados como anestésicos gerais, no caso do éter e do clorofórmio.éter e do clorofórmio. •A inalação voluntária ocorre em várias partes doA inalação voluntária ocorre em várias partes do mundo, principalmente por crianças e adolescentes emmundo, principalmente por crianças e adolescentes em países subdesenvolvidos ou por populaçõespaíses subdesenvolvidos ou por populações marginalizadas em países mais desenvolvidos.marginalizadas em países mais desenvolvidos.
  • 67. SolventesSolventes •É absorvido pelo pulmão e distribuído pelasÉ absorvido pelo pulmão e distribuído pelas membranas lipídicas do organismo.membranas lipídicas do organismo. •O pico plasmático é atingido entre 15 e 30 minutos.O pico plasmático é atingido entre 15 e 30 minutos. •A eliminação pode ser renal ou pulmonar.A eliminação pode ser renal ou pulmonar. •O mecanismo de ação é pouco conhecido, tendo emO mecanismo de ação é pouco conhecido, tendo em vista a variedade de substâncias químicas envolvidas.vista a variedade de substâncias químicas envolvidas.
  • 68. SolventesSolventes Clinicamente funcionam como depressoresClinicamente funcionam como depressores centrais.centrais. Seus efeitos intensos estimulam o usoSeus efeitos intensos estimulam o uso continuado.continuado. Pode haver empobrecimento cognitivo e ataxia.Pode haver empobrecimento cognitivo e ataxia. Neuropatias, insuficiência renal crônica,Neuropatias, insuficiência renal crônica, hepatites tóxicas, complicações gastrintestinaishepatites tóxicas, complicações gastrintestinais (náuseas, vômitos, dores abdominais difusas e(náuseas, vômitos, dores abdominais difusas e diarréia) e respiratórias (pneumonites químicas,diarréia) e respiratórias (pneumonites químicas, tosse, broncoespasmos).tosse, broncoespasmos).
  • 69. SolventesSolventes •Doses iniciais causam sensação de euforia eDoses iniciais causam sensação de euforia e desinibição, associada a tinidos e zumbidos, ataxia,desinibição, associada a tinidos e zumbidos, ataxia, risos imotivados e fala pastosa.risos imotivados e fala pastosa. •Com o prosseguimento do uso surgem alteraçõesCom o prosseguimento do uso surgem alterações congruentes com depressão do SNC: confusão mental,congruentes com depressão do SNC: confusão mental, desorientação e possíveis alucinações auditivas edesorientação e possíveis alucinações auditivas e visuais.visuais. •Numa terceira etapa há redução do estado de alerta,Numa terceira etapa há redução do estado de alerta, incoordenação motora e piora das alucinações.incoordenação motora e piora das alucinações.
  • 70. SolventesSolventes •Podem causar convulsões, coma e morte.Podem causar convulsões, coma e morte. •Além de depressores do SNC, atuam comoAlém de depressores do SNC, atuam como depressores cardíacos (ação miocárdica direta) edepressores cardíacos (ação miocárdica direta) e respiratórios.respiratórios. •Intoxicações graves, com depressão respiratória,Intoxicações graves, com depressão respiratória, coma, arritmias cardíacas e convulsões, sãocoma, arritmias cardíacas e convulsões, são emergências médicas e devem receber tratamentoemergências médicas e devem receber tratamento imediato.imediato.
  • 71. SolventesSolventes •O uso continuado pode atravessar dias sem aporteO uso continuado pode atravessar dias sem aporte alimentar, e o paciente, por vezes, chega ao pronto-alimentar, e o paciente, por vezes, chega ao pronto- socorro necessitando mais de reposições (reidratação,socorro necessitando mais de reposições (reidratação, reposição de glicose e eletrólitos, etc.) do que dereposição de glicose e eletrólitos, etc.) do que de cuidados ligados à intoxicação.cuidados ligados à intoxicação.
  • 72. IMPLICAÇÕESIMPLICAÇÕES FORENSESFORENSES • O viciado, para obter a droga, costumaO viciado, para obter a droga, costuma praticar atos desonestos (extorsão,praticar atos desonestos (extorsão, roubo, estelionato e o tráfico éroubo, estelionato e o tráfico é freqüente);freqüente); • Os dependentes costumam ter aOs dependentes costumam ter a inteligência íntegra, apesar de muitasinteligência íntegra, apesar de muitas vezes a droga passarem a ser a razãovezes a droga passarem a ser a razão da sua existência.da sua existência.
  • 73. IMPLICAÇÕES FORENSESIMPLICAÇÕES FORENSES GRAU DE DEPENDÊNCIAGRAU DE DEPENDÊNCIA • Avaliar o grau de dependência:Avaliar o grau de dependência: • Leve – uso quando em grupo, eventualmente,Leve – uso quando em grupo, eventualmente, não há abstinência física ou psíquica. É umanão há abstinência física ou psíquica. É uma perturbação de saúde mental, porém háperturbação de saúde mental, porém há Imputabilidade;Imputabilidade; • Moderada –Moderada – • Quantidade maior de droga, usando diariamenteQuantidade maior de droga, usando diariamente ou quase, mas não a qualquer hora do dia. Oou quase, mas não a qualquer hora do dia. O uso pode ser em grupo ou sozinho, há crise deuso pode ser em grupo ou sozinho, há crise de abstinência moderada, física ou psíquicaabstinência moderada, física ou psíquica • Semi-imputabilidadeSemi-imputabilidade
  • 74. IMPLICAÇÕES FORENSESIMPLICAÇÕES FORENSES GRAU DE DEPENDÊNCIAGRAU DE DEPENDÊNCIA • Avaliar o grau de dependência:Avaliar o grau de dependência: • Grave – verdadeiro transtorno mental,Grave – verdadeiro transtorno mental, uso diário da droga e sozinho, grandeuso diário da droga e sozinho, grande quantidade. Uso o dia inteiro, é umquantidade. Uso o dia inteiro, é um indivíduo isolado, com pequeno círculoindivíduo isolado, com pequeno círculo de amigos, com interesse comum dede amigos, com interesse comum de usar a droga;usar a droga; • Inimputabilidade.Inimputabilidade.
  • 75. USUÁRIO OU TRAFICANTE?USUÁRIO OU TRAFICANTE? • Deve-se diferenciar o traficante doDeve-se diferenciar o traficante do dependente:dependente: • Muitos deles praticam ambos os atos;Muitos deles praticam ambos os atos; Diferencia-se:Diferencia-se: O traficante visa o lucro, portanto eleva-seO traficante visa o lucro, portanto eleva-se financeira e materialmente;financeira e materialmente; A intenção do dependente é toxicofílica;A intenção do dependente é toxicofílica; O dependente vende o que tem, assalta eO dependente vende o que tem, assalta e mata para conseguir manter o vício.mata para conseguir manter o vício.
  • 76. • Usam o tóxico,Usam o tóxico, viciam-se mas oviciam-se mas o delito não tem adelito não tem a intenção de obter aintenção de obter a droga;droga; • Roubam e matamRoubam e matam para obter lucro;para obter lucro; • Intenção lucrativa eIntenção lucrativa e não patológica.não patológica. • Compram e vendem ,Compram e vendem , o lucro dá apenaso lucro dá apenas para o sustento dopara o sustento do vício;vício; • Roubam e matamRoubam e matam visando a obtenção dovisando a obtenção do tóxico;tóxico; • Intenção toxicofílica eIntenção toxicofílica e patológica.patológica. TRAFICANTE – DEPENDENTETRAFICANTE – DEPENDENTE DEPENDENTE -TRAFICANTEDEPENDENTE -TRAFICANTE
  • 77. ESFERA CIVILESFERA CIVIL • Dependência grave: incapacidade total,Dependência grave: incapacidade total, cabe a interdição, incapacidade paracabe a interdição, incapacidade para guarda de menor, incapacidade paraguarda de menor, incapacidade para testar e anulação do casamento;testar e anulação do casamento; • Dependência leve: capacidade total eDependência leve: capacidade total e incapacidade relativa paraincapacidade relativa para determinados atosdeterminados atos
  • 78. ESFERA CIVILESFERA CIVIL • Dependência moderada:Dependência moderada: • Deve-se levar em consideração o tipo deDeve-se levar em consideração o tipo de droga, o consumo, condições individuais, etc.droga, o consumo, condições individuais, etc. • Cabe a interdição parcial para determinadosCabe a interdição parcial para determinados atos;atos; • São passíveis de anulação de testamentos,São passíveis de anulação de testamentos, casamentos, doações etc.casamentos, doações etc. • Porém o ato deve ter sido realizado de formaPorém o ato deve ter sido realizado de forma impulsiva ou sob efeito da substância.impulsiva ou sob efeito da substância.
  • 79. INTERESSE MÉDICOINTERESSE MÉDICO FORENSEFORENSE • pesquisa e identificação da droga (flagrante); • quantidade consumida; • estudo biopsicológico, para caracterizar o estado de dependência; • avaliação da capacidade de imputação; • recuperação do dependente.
  • 80. Ayahuasca • Índios da bacia Amazônica tomam esse chá alucinógeno há mais de 4 mil anos – um hábito que chamou a atenção de portugueses e espanhóis assim que eles desembarcaram por aqui, no século 16. Ao chegarem à Amazônia, padres jesuítas escreveram sobre o chá da “poção diabólica” e as cerimônias que os indígenas realizavam depois de consumir o ayahuasca. Durante todo esse tempo, a bebida provavelmente teve a mesma receita: um cozido à base de pedaços do cipó Banisteriopsis caapi.
  • 81. • O nome quem deu foram os índios quíchuas, do Peru. Ayahuasca quer dizer “vinho dos espíritos” – segundo eles, o chá dá poderes telepáticos e sobrenaturais. Mas os quíchuas são apenas um dos 70 povos na América Latina que tomam o chá com freqüência. Na maioria dos casos, o chá é visto como uma divindade. Mas a ayahuasca também serve ao prazer: ao final dos rituais, muitos índios transam com suas parceiras.
  • 82. • No século 20, a fama do chá correu o mundo. Escritores viajavam para a América do Sul, enfrentavam o calor e a umidade e dormiam em aldeias para ter experiências alucinógenas. Entre os pirados estavam o poeta beatnik William Burroughs. Burroughs esteve no Brasil e na Colômbia, em 1953. Quando voltou aos EUA escreveu o livro Cartas do Yagé (yagé é outro nome do chá, tomado na periferia de Bogotá). “Uma onda de tontura me arrebatou. Brilhos azuis passavam em frente de mim”, escreveu. Depois, recomendou a bebida ao amigo Allen Ginsberg, que veio para a Amazônia em 1960. Hoje o chá é tão divulgado na internet (mais de 400 mil sites) que existem até pacotes turísticos vendidos por entidades clandestinas. A pessoa paga hotel, avião e visitas a tribos que fazem o culto. O custo: entre 1 000 e 1 300 dólares.
  • 83. Cocaína • Quando chegaram à América, os espanhóis perceberam que os índios da região tinham adoração pela folha da coca. Pragmáticos, passaram a distribuí-la aos escravos para estimular o trabalho. Acontece que os brancos também tomaram gosto pela coisa. E as folhas foram parar na Europa. • No Velho Continente, a planta era utilizada na fabricação de vinhos. Um deles, o Mariani, criado em 1863, era o preferido do papa Leão 13, que deu até medalha de honra ao produtor da bebida. Foi nessa mesma época que o químico alemão Albert Niemann isolou o alcalóide cloridrato de cocaína. Como tantos outros cientistas que você vai conhecer nesta reportagem, ele usou o corpo como cobaia: aplicou a droga na veia e sentiu a força do efeito.
  • 84. • O psicanalista Sigmund Freud investigou o uso da droga. Achava que ela serviria como remédio contra a depressão e embarcou na experiência: “O efeito consiste em uma duradoura euforia. A pessoa adquire um grande vigor”. Até que um dos pacientes, Ernst Fleischl, extrapolou e morreu de overdose. Freud, então, abandonou a droga. • Era normal laboratórios fazerem propaganda sobre a cocaína. Dizia-se que era “excelente contra o pessimismo e o cansaço” e, para mulheres, dava “vitalidade e formosura”. Somente no começo do século 20 é que políticos puritanos começaram a lutar pela proibição da droga, que praticamente sumiu do país. Só voltaria no fim da década de 1970, quando a cocaína refinada na Bolívia e Colômbia entrou nos EUA. E, mesmo proibida, não saiu mais.
  • 85. Crack • Feita pela mistura da pasta de cocaína com bicarbonato de sódio, leva em segundos a um estado de euforia intenso que não dura mais do que 10 minutos. Assim, quem usa quer sempre repetir a dose. O nome crack vem desse efeito rápido, que surge como estalos para o usuário. • O consumo de crack explodiu no meio dos anos 80, como alternativa barata à cocaína. Mas a droga aparecia também em festas de universitários e até de políticos. Um desses casos ficou famoso. Em janeiro de 1990, o prefeito de Washington, Marion Barry, foi preso numa operação do FBI quando estava num quarto de hotel com uma antiga namorada, cooptada pelos policiais. Assim que ele começou a usar crack, os agentes entraram no lugar e o prenderam. Barry renunciou e ficou detido por 6 meses numa prisão federal.
  • 86. • Em São Paulo, o crack ainda hoje é a droga mais vendida em favelas e entre os sem-teto. No Rio, demorou muito mais para circular. “A disseminação do crack é fruto de ação do vendedor de cocaína no varejo, que produz as pedras em casa. No Rio, a estrutura do tráfico não permitia essa esperteza”, afirma Myltainho Severiano da Silva, autor de Se Liga! O Livro das Drogas. Quem vendia crack era assassinado. Mas, em crise por causa de apreensões de drogas pela polícia, os chefões do tráfico passaram a permitir a venda de crack no Rio no fim da década de 1990.
  • 87. Cogumelos • Existem cerca de 30 mil tipos de cogumelos no mundo, mas só 70 provocam viagens. São os cogumelos alucinógenos, com alcalóides que, quando ingeridos, dão barato. Um segredo, aliás, há tempos conhecido pelo homem: 5 mil anos atrás o cogumelo Amanita muscaria já era colhido ao pé de carvalhos no norte da Europa e na Sibéria. Quando não o encontravam, os nativos da região bebiam até a urina de renas que comiam o cogumelo, para assim conseguir o efeito entorpecente.
  • 88. • No Império Romano, o cogumelo utilizado era outro, o caesarea, consumido com vinho em festas que terminavam em orgias. Outra espécie, Claviceps pupurea, que nasce de parasitas do centeio, fez sucesso por acaso em regiões da Itália durante a Idade Média. Em algumas aldeias, os pães eram feitos com farinha do centeio onde o fungo crescera. Sob o efeito do cogumelo, as pessoas dançavam sem parar em festas. Os sábios, que não sabiam que era o pão que dava barato, diziam que a euforia era causada pela picada de uma aranha. Deram a essa sensação o nome de “tarantismo” (de tarântula). Dessas festas teria surgido uma dança famosa – a tarantela.
  • 89. • No hemisfério sul, a variedade mais comum é o psilocybe que nasce nas fezes do gado. A mesma espécie aparece na América Central, onde arqueólogos encontraram esculturas em forma de cogumelo misturadas com figuras humanas. Datam de 500 a.C. e estão em El Salvador, Guatemala e México.
  • 90. Maconha • A Cannabis sativa, originária da Ásia Central, é consumida há mais de 10 mil anos. Os primeiros sinais de uso medicinal do cânhamo, outro nome da planta, datam de 2300 a.C., na China, numa lista de fármacos chamada Pen Ts’ao Ching – um estudo encomendado pelo imperador Chen Nong (a maconha servia tanto para prisão de ventre como para problemas de menstruação). Na • Índia, por volta de 2000 a.C., a Cannabis era considerada sagrada.
  • 91. • A planta apareceu no Brasil com escravos africanos, que a usavam em ritos religiosos. O sociólogo Gilberto Freyre anotou isso no clássico Casa Grande & Senzala, de 1933: “Já fumei macumba, como é conhecida na Bahia. Produz a impressão de quem volta cansado de um baile, mas com a música nos ouvidos”. No Brasil, até 1905, podia-se comprar uma marca de cigarros chamada • Índios. Era maconha com tabaco. Na caixa, um aviso curioso: “Servem para combater asma, insônia e catarros”.
  • 92. • No século 19, a erva foi receitada até para a rainha inglesa Vitória. Ela fez um tratamento à base de maconha contra cólicas menstruais, indicado pelo médico do palácio. Hoje, há uma cultura em torno da droga que se mantém com revistas especializadas, sites e ongs defendendo seu uso. A maconha tem até torneio anual, na Holanda: a Cannabis Cup, que avalia a qualidade da droga de todos os continentes. O país, aliás, não permite o comércio livre da erva. A droga pode ser vendida apenas nos coffee shops e o limite por pessoa é de 5 gramas – suficiente para 5 cigarros.
  • 93. Haxixe • A pasta formada pelas secreções de THC, princípio ativo da maconha, é consumida há milênios na Ásia – na China, foram encontrados registros de seu uso medicinal em 2500 a.C. Mas foi o comércio de especiarias que fez do haxixe uma droga “global”. Acredita-se que por volta de 2 d.C. a substância seguiu para o norte da África e Oriente Médio pelas mãos de comerciantes que iam ao Oriente em busca de especiarias. Eles recebiam haxixe como cortesia nas operação de compra e venda.
  • 94. • O nome, no entanto, vem do árabe – hashish significa “erva seca”. Ficou conhecido assim quando Hassan bin Sabbab, líder de uma seita xiita da Pérsia no século 11, reuniu seguidores numa fortaleza para matar soldados das Cruzadas. Antes de entrar em ação, usavam a droga. Os homens de Hassan, conhecido como Velho da Montanha, eram chamados de aschinchin – alguém sob influência do haxixe. Daí derivou a palavra assassin, ou assassino.
  • 95. • A droga se espalhou pela Europa no século 18. O poeta francês Charles Baudelaire e seus amigos escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo se reuniam para fumá-la. Baudelaire gostava tanto de haxixe que fazia parte de uma ordem, a Club des Haschichiens. Nos encontros, além de usar haxixe, os participantes tinham um estranho ritual: exaltar Hassan bin Sabbab. Todos vestiam roupas árabes e um dos integrantes era eleito o Velho da Montanha.
  • 96. Ecstasy • Em 1912, um químico que investigava moderadores de apetite para a empresa alemã Merck desenvolveu uma droga de nome impronunciável: metilenedioxianfentamenia, ou MMDA. Experimentou, sentiu uma leve euforia, mas arquivou a descoberta. Na década de 1960, o cientista americano Alexander Shulguin procurava um remédio que estimulasse a libido. Encontrou os papéis da pesquisa da Merk e incluiu o MMDA na lista de mais de 100 substâncias que ele testou em tratamentos psiquiátricos. A que fez mais sucesso foi justamente a MMDA, que ganhou a fama de “droga do amor”. Os pacientes diziam que ela os ajudava a ser mais carinhosos – hoje, sabe-se que a droga estimula a produção de serotonina no cérebro, responsável pela sensação de prazer.
  • 97. • Não surpreende, portanto, o nome que fez a substância famosa: “ecstasy”, de êxtase mesmo. Em 20 anos, as pastilhas da droga estavam circulando nas ruas. Eram combinadas com o som da música eletrônica em festas chamadas raves, que atravessavam o dia e só terminavam à tarde. Em 1988, o êcstasy foi a febre no verão inglês, que acabou batizado de Summer of Love, ou “verão do amor” , mesmo nome que os hippies deram ao ano de 1967, quando eles se entupiram de LSD. A comparação não era exagerada: as duas drogas estiveram por trás de boa parte da produção cultural jovem de suas épocas.
  • 98. Heroína • A substância foi descoberta em 1874, a partir de um aprimoramento na fórmula da morfina. Os trabalhos de pesquisa nessa área já haviam levado, por exemplo, à invenção da seringa, criada em 1853 por um cientista francês que procurava maneiras de melhorar a aplicação da morfina. Batizado de heroína, o novo remédio começou a ser vendido em 1898 para curar a tosse. A bula dizia: “A dose mínima faz desaparecer qualquer tipo de tosse, inclusive tuberculose”. O nome fazia referência às aparentes capacidades “heróicas” da droga, que impressionou os farmacêuticos do laboratório da Bayer.
  • 99. • Logo descobriram também que, injetada, a heroína é uma droga de efeito veloz, poderoso e que provoca dependência rapidamente. Viciados em crise de abstinência têm alucinações, cólicas, vômitos e desmaios. Assim, a heroína teve sua comercialização proibida em 1906, nos EUA. Em 1913, o fabricante alemão parou de produzi-la, mas ela manteve intensa circulação ilegal na Europa e, principalmente, na Ásia. A droga voltou a aparecer nos EUA somente no começo dos anos 70, quando soldados servindo na Guerra do Vietnã começaram a consumi-la com asiáticos. Estima-se que cerca de 10% dos veteranos voltaram para casa viciados.
  • 100. LSD • O químico alemão Albert Hofmann trabalhava no laboratório Sandoz, em 1938, investigando um medicamento para ativar a circulação. Testava a ergotamina, princípio ativo do fungo do centeio, que ele sintetizou e chamou dietilamida. Tomou uma dose pequena e sentiu um efeito sutil. Somente em 19 de abril de 1943 Hofmann resolveu testar uma dose maior. O químico, então com 37 anos, voltou para casa de bicicleta. Teve a primeira viagem de ácido de que se tem notícia: “Vi figuras fantásticas de plasticidade e coloração”, contou. Apresentou o LSD (iniciais em alemão de ácido lisérgico) a amigos médicos. Hofmann hoje tem 100 anos e é um dos integrantes do comitê que escolhe o Prêmio Nobel.
  • 101. • O americano Timothy Leary se encarregou de ser um dos embaixadores do LSD pelo mundo. Doutor em psicologia clínica de Harvard, ministrava a droga para seus pacientes e a recomendava a alunos do campus – até ser expulso pela universidade, em 1963. Na época a cidade de São Francisco começava a se tornar capital da cultura hippie. Uma das principais atrações eram shows de rock para uma platéia encharcada de ácido fabricado em laboratórios clandestinos. Os freqüentadores pregavam o amor livre, a vida em comunidade e veneravam religiões orientais. O lema deles você conhece: “paz e amor”.
  • 102. • Em 1967, o movimento era capaz de reunir até 100 mil pessoas num parque. As farras lisérgicas muitas vezes acabavam em sexo coletivo. Não é à toa que o ano tenha entrado para história como Summer of Love, o “verão do amor”.
  • 103. Ópio • O suco leitoso tirado da papoula branca é consumido há cerca de 5 mil anos no sudoeste da Ásia, em ilhas do Mediterrâneo e no Oriente Médio. Fez parte até da mitologia grega – era usado para venerar a deusa Demeter. A lenda dizia que, após ter sua filha Proserpina raptada, Demeter passou a procurá-la. Encontrou e comeu sementes de papoula, diminuindo a dor da perda. A imagem da deusa, então, ficou ligada à papoula – e rituais em sua homenagem incluíram o uso da droga. O nome ópio vem do grego opin, ou suco. A chegada da civilização romana não diminuiu a sua popularidade, inclusive para fins medicinais. “O ópio era a aspirina de seu tempo. No ano 312, havia na cidade de Roma 793 estabelecimentos que o distribuíam”, afirma Antonio Escohotado, em O Livro das Drogas.
  • 104. • Na época das navegações, a Inglaterra chegou a monopolizar a venda mundial de ópio. Entre os principais importadores estava a China, apesar de o produto ser proibido lá desde 1729. A luta contra o contrabando levou a um conflito militar entre os dois países, que durou de 1839 a 1842 e ficou conhecido como Guerra do Ópio. Os ingleses venceram e obrigaram a China a permitir o comércio da droga. Ficaram também com o território de Hong Kong, que só foi devolvido em 1997.
  • 106. Filmes com temática das drogasFilmes com temática das drogas.. • 1- “A vida não é um sonho” (Requiem For a Dream, USA, roteiro de Hubert Selby Junior, direção Darren Aronofsky, 2000, 102 min); • 2- “Bicho de Sete Cabeças” (roteiro de Luiz Bolognesi para livro de Austregésilo Carrano Bueno, direção de Laís Bodanky, 2001, 88 min); • 3- “Profissão de Risco” (Blow, USA, roteiro de Bruce Porter, David McKenna, Nick Cassavetes, direção de Ted Damme, 2001, 124 min); • 4- “Jovens, Loucos e Rebeldes” (Dazed and Confused, USA, roteiro e direção de Richard Linklater, 1993, 103 min); • 5- “Eu, Christiane F. – 13 anos, Drogada e Prostituida” (Christiane F. - Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, DE, roteiro de Herman Weigel, Kai Hermann, Horst Rleck, direção de Ulrich Edel, 1981, 136 min); • 6- “Traffic” (USA, Roteiro de Stephen Gaghan, direção de Steven Soderbergh, 2000, 147 min); • 7- “Trainspotting – Sem Limites” (Trainspotting, VG, Roteiro de John Hodge, direção de Danny Boyle, 1996, 94 min);
  • 107. Filmes com temática das drogas.Filmes com temática das drogas. • 8- “Meu Nome não é Johnny” (roteiro de Guilherme Fiúza, Mariza Leão, Mauro Lima, direção de Mauro Lima, 2008, 118 min); • 9- “Vicio Maldito” (Days of Wine and Roses, USA, Roteiro de J. P. Miller, Direção de Blake Edwardes, 1962, 117 min); • 10- “Más Companhias” (The Chumscrubber, DE, roteiro de Zac Stanford, baseado em história de Arie Posin, direção de Arie Posin, 2005, 108 min.); • 11- “Maria Cheia de Graça” (Maria, Llena eres de Gracia, Colômbia, USA, roteiro e direção de Joshua Marston, 2009, 101 min); • 12- “Despedida em Las Vegas” (Leaving Las Vegas, USA, roteiro de John O'Brien, Mike Figgis, direção de Mike Figgis, 1995, 122 min.); • 13- “Drugstore Cowboy” (Drugstore Cowboy, USA, roteiro de Gus Van Sant, Daniel Yost direção de Gus Van Sant, 1989, 102 min); • 14- “Scarface” (Scarface, USA, roteiro de Oliver Stone, direção de Brian de Palma, 1983, 168 min);
  • 108. Filmes com temática das drogasFilmes com temática das drogas.. • 15- “Sexta-Feira em Apuros” (Friday, USA, roteiro de Ice Cube, DJ Pooh, Direção de F. Gary Gray, 1995, 91 min); • 16- “Medo e Delírio” (Fear and Loathing in Las Vegas, USA, roteiro Adaptação:Terry Gilliam, Tony Grisoni, Alex Cox (crédito apenas) Tod Davies (crédito apenas) Romance: Hunter S. Thompson, direção de Terry Gilliam, 1998, 118 min).
  • 109. Para saber mais • Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas - Henrique Carneiro, Elsevier, 2005 • O Livro das Drogas - Antonio Escohotado, Dynamis, 1995 • Se Liga! O Livro das Drogas - Myltainho Severiano da Silva, Record, 1997 • Álcool e Drogas na História do Brasil - Org. Renato Pinto Venâncio e Henrique Carneiro, Alameda e PUCMinas, 2005 • http://www.neip.info/ • http://www.erowid.org/psychoactives/psychoactives.shtml