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Livro Terceiro: Leis Morais
Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
11.1 – Justiça e direitos naturais
11.2 – Direito de propriedade. Roubo
11.3 – Caridade e amor ao próximo
11.4 – Amor maternal e filial
Referências
Slide:
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Leis morais – conjunto de princípios ou regras relativas à conduta humana.
Fazem parte da Lei Natural de Deus que está gravada em nossa consciência.
É a única lei verdadeira, indispensável à felicidade do homem. É imutável,
perfeita e eterna. Não está sujeita a um tempo nem às circunstâncias.
As leis humanas existem para nortear a vida em sociedade. Elas se modificam
à medida que a humanidade progride. São próprias a uma época e a uma
cultura.
A lei natural ou lei divina divide em duas leis: as leis físicas e as leis morais
Leis físicas – são aquelas que regulam o movimento e a relação com a matéria
bruta. Regulam o princípio material. São objetos de estudos das ciências
humanas.
Leis morais – referem-se ao homem e as suas relações com Deus, com o
próximo e consigo mesmo. Trazem as regras da boa conduta. Fornece as
condições para que se possa distinguir perfeitamente a diferença entre o bem
e o mal.
A fim de facilitar a compreensão, a doutrina espírita divide, didaticamente, a
lei de Deus em dez leis que estão interligadas, não são separadas umas das
outras.
No primeiro capítulo, Kardec analisa as questões relacionadas com a Lei
Divina.
Nos capítulos II ao XI vai demonstrar quais são as Leis, didaticamente
separando-as de acordo com:
- Os deveres do homem para com Deus: Leis de Adoração e do Trabalho;
- Os deveres para consigo mesmo: Leis de Reprodução, Conservação e
Destruição;
- Os deveres para com o próximo: Leis de Sociedade, Progresso, Igualdade
e Liberdade.
Por último relaciona aquela que representa o resumo de todas as Leis: Lei de
justiça, amor e caridade.
- Justiça (dever diante de Deus);
- Amor (diante de si mesmo);
- Caridade (deveres para com o próximo).
Finalizando essa parte, no capítulo XII: Da perfeição moral, vai apresentar o
modo de praticar essas Leis.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
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Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
Essa é a lei mais importante.
A lei de justiça, de amor e de caridade consiste em respeitarmos os direitos de
cada um, em não fazermos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos
fizessem.
A lei de Deus estando gravada em nossa consciência, o sentimento de justiça
é intrínseco ao homem. O progresso moral desenvolve esse sentimento, mas
não cria, pois ele já está ali no nosso íntimo.
Quando ainda próximos da animalidade acabamos confundindo esse
sentimento de justiça com as nossas paixões inferiores e procuramos adequá-
lo às nossas concepções e interesses. Por isso o conceito de justiça não é
igual para todas as pessoas. Quanto mais moralizado é o ser, mais próximo
de Deus é o senso de justiça do homem. Quanto mais imperfeito, mais próximo
da animalidade é esse senso de justiça.
Amor e caridade complementam a lei de justiça porque quando nós amamos
o próximo desejamos fazer todo o bem que seja possível e,
consequentemente, seremos justos para com essa pessoa e a caridade vem
completar esse sentimento.
A verdadeira caridade ensinada por Jesus é a benevolência para com todos,
indulgência para com as imperfeições dos outros e o perdão das ofensas.
- Benevolência no sentido de ajudar, de amparar todas as pessoas;
- Indulgência no sentido de não ver, não olhar os equívocos, as imperfeições
do outro, mas procurar ver o que a pessoa tem de bom, lembrar que nós
também somos imperfeitos e a todo momento estamos necessitando da
indulgência do pai;
- Perdão das ofensas, onde nós conseguimos nos libertar de um peso
gigantesco, através do auto perdão, do perdão do outro. Pedir perdão a Deus.
O perdão nos aproxima da divindade.
Benevolência, indulgência e perdão retrata a verdadeira caridade.
A justiça aliada ao amor e à caridade eleva o ser.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
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11.1 – Justiça e direitos naturais
873 – O sentimento de justiça está na Natureza ou resulta de ideias
adquiridas?
Tanto está na Natureza, que vos revoltais ao pensamento de uma injustiça. O
progresso moral desenvolve, sem dúvida, esse sentimento, mas não o dá:
Deus o colocou no coração do homem. Eis porque encontrareis,
frequentemente, entre os homens simples e primitivos, noções mais exatas da
justiça que entre os que têm muito saber.
Comentários:
Ao estudar as leis morais vimos que a lei de Deus está gravada em nossa
consciência e em nosso coração.
Deus nos criou a sua imagem e semelhança em Espírito, portanto, Ele colocou
as suas leis dentro de cada um de nós.
A lei de Deus está em nós em estado latente, à medida que vamos progredindo
moralmente aquele germe em estado de latência vai eclodindo e vão se
desenvolvendo mais fortemente.
As leis morais são a lei divina estão gravadas em nós para que essa ideia que
já nasce conosco tenha mecanismos para nos conduzir no caminho do bem.
Deus colocou em nós tudo o que necessitamos para o nosso crescimento,
para a nossa evolução.
As experiências da vida são importantes para adquirirmos conhecimento e
assim progredirmos, mas a lei de Deus é o nosso norte, o nosso guia que nos
levará à perfeição e à felicidade e já está em nós. É a voz da nossa
consciência.
O sentimento de justiça já está em nós que recebe a complementação da
civilização, do progresso moral, das experiências reencarnatórias que auxiliam
no desenvolvimento desse sentimento.
874 – Se a justiça é uma lei natural, como ocorre que os homens a
entendam de maneiras tão diferentes, e que um ache justo aquilo que
parece injusto a outro?
É que, frequentemente, aí misturam paixões que alteram esse sentimento,
como a maioria dos outros sentimentos naturais, e fazem ver as coisas sob
um falso ponto de vista.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
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Comentários:
A nossa imperfeição ainda deturpa o real sentido dos sentimentos naturais.
Conseguimos compreender isso facilmente quando percebemos o amor, pois
o amor que estamos acostumados aqui na Terra ainda é um amor egoísta, um
amor que busca a posse, um amor que quando não é retribuído facilmente se
transforma em sentimento de ódio. O amor verdadeiro não é assim.
Ex: Não sou reconhecido naquilo que faço.
Jesus que já tem esses sentimentos na plenitude mostrou para todos nós o
que é realmente o verdadeiro amor, como age aquele que ama: com perdão,
com compreensão, com entendimento, com resignação, com respeito, com
renúncia de si mesmo pelo bem do outro. Nós ainda estamos muito longe
desse sentimento.
Da mesma forma que ocorre com o amor, ocorre com a justiça, com a
caridade, com o perdão, com todas as outras virtudes que nos aproximam do
Pai.
As nossas paixões ainda deturpam, alteram o verdadeiro sentido desses
sentimentos naturais, fato que começamos a ver as coisas por um prisma
falso, pois estamos sob a influência dessas paixões que ainda existem em nós.
Á medida que formos evoluindo e crescendo vamos aos poucos ampliando
nossas percepções de justiça e, portanto, aplicando melhor essa verdade.
875 – Como se pode definir a justiça?
A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um.
875.a) O que determina esses direitos?
Duas coisas os determinam: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens
feito leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis
estabeleceram direitos que puderam variar com o progresso dos
conhecimentos. Vede se vossas leis de hoje, sem serem perfeitas, consagram
os mesmos direitos da Idade Média. Esses direitos antiquados, que vos
parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito
estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça.
Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que, na vida
particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do
tribunal da consciência.
6
Comentários:
Justiça: respeito aos direitos do outro. Até onde chegam os nossos direitos e
começam os nossos deveres.
Isso já é uma grande dificuldade porque nosso orgulho nos faz ver claramente
os nossos direitos, mas temos dificuldade em ver o direito do outro, em
perceber quando estamos desrespeitando o direito do próximo.
O nosso orgulho nos cega. Da mesma forma que vemos o defeito do outro,
mas não enxergamos o nosso.
Quando nós nos colocamos no lugar do outro fica muito mais fácil identificar o
que é direito, o que é justiça. Onde está o meu direito, onde está o direito do
próximo.
Esse conselho não tem erro: basta nos colocarmos no lugar do outro para que
nós possamos saber até que ponto estamos sendo justos, até que ponto
estamos respeitando ou não o direito dos demais.
A lei natural é a lei de Deus, a lei divina, sempre justa, sempre perfeita, sempre
respeita os direitos de todos.
A lei humana é mutável, é adaptada a uma fase da sociedade, da humanidade
terrena, considerando suas culturas, seus costumes. O que é justo para nós
hoje talvez no passado não fosse. À medida que vamos evoluindo as nossas
leis vão se tornando mais justas até chegar o dia em que as leis humanas
serão similares às leis divinas. Essas duas leis vão se ajustando, vão se
unindo. Nesse momento estaremos na condição de Espíritos angélicos,
Espíritos purificados. Nessa fase não precisaremos mais das leis humanas,
pois a lei divina já estará em nosso coração e agiremos com a verdadeira
justiça.
Nessa fase não precisaremos de normas para cumpri-las, mas apenas da
nossa consciência.
876 – Fora do direito consagrado pela lei humana, qual é a base da justiça
fundada sobre a lei natural?
O Cristo vo-la deu: Desejai para os outros o que quereríeis para vós mesmos.
Deus colocou no coração do homem a regra de toda a verdadeira justiça, pelo
desejo de cada um de ver respeitar seus direitos. Na incerteza do que deve
fazer em relação ao seu semelhante em uma dada circunstância, o homem se
pergunta como ele desejaria que se fizesse para com ele em circunstância
semelhante: Deus não poderia dar-lhe um guia mais seguro que a sua própria
consciência.
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Allan Kardec:
O critério da verdadeira justiça é, com efeito, desejar para os outros o
que se desejaria para si mesmo, e não de desejar para si o que se
desejaria para os outros, o que não é a mesma coisa. Como não é natural
querer o mal para si, tomando seu desejo pessoal por modelo ou ponto
de partida, se está certo de não se desejar jamais senão o bem para o
seu próximo. Em todos os tempos, e em todas as crenças, o homem tem
sempre procurado fazer prevalecer o seu direito pessoal. O sublime da
religião cristã tem sido de tomar o direito pessoal por base do direito do
próximo.
Comentários:
Fica muito fácil compreendermos a justiça natural, a justiça divina quando
tomamos por base aquilo nós não gostaríamos que nos fizessem.
Sabemos pela nossa consciência aquilo que não desejamos para nós e
quando tomamos como medida para o outro a mesma medida que tomamos
para nós tudo fica mais claro, mais fácil.
E assim temos condições de visualizar se determinadas atitudes,
pensamentos e emoções que nós temos estão em conformidade ou não com
a justiça divina.
Caso tenhamos dúvida em relação a alguma atitude, a algum proceder e a lei
humana (que ainda é imperfeita) não nos fornecer o suporte, não nos der a
resposta ou informações que desejamos, busquemos na lei de Deus que com
certeza encontraremos a resposta.
877 – A necessidade para o homem de viver em sociedade ocasiona-lhe
obrigações particulares?
Sim, e a primeira de todas é a de respeitar o direito dos seus semelhantes.
Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde
tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e é
isso o que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social
confere direitos e impõe deveres recíprocos.
Comentários:
Lei de sociedade – É necessário a convivência com o outro, pois é através do
outro é que vamos burilando as nossas dificuldades, as nossas imperfeições,
aparando as nossas arestas ainda em desconformidade com o evangelho para
que possamos evoluir.
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Nós precisamos do outro. É através do outro que chegaremos até Deus.
A lei de sociedade faz nascer obrigações, dentre as quais está a justiça,
mesmo sendo ainda imperfeita, pois a justiça perfeita é a divina.
Como ainda estamos muito aquém da perfeição relativa que é a nossa meta,
a nossa justiça também é imperfeita.
Ainda usamos de represálias, quando a justiça aplicada não nos agrada.
Por exemplo, quando nós achamos que o outro está tendo mais direito do que
eu.
Ainda analisamos as situações de uma forma equivocada porque somos
imperfeitos.
O convívio em sociedade faz nascer obrigações que nos levam a vivenciar a
justiça. Tudo está interligado.
O outro é a oportunidade que eu tenho de exercer a caridade e,
principalmente, lapidar as imperfeições.
As leis morais não são leis individuais. Elas estão divididas em dez leis morais
para facilitar a nossa compreensão. Todas juntas compõem a lei divina, a lei
natural que é única e imutável.
Por isso não podemos deixar de considerar o contexto como um todo.
878 – Podendo o homem se iludir sobre a extensão dos seus direitos, o
que pode lhe fazer conhecer o limite?
O limite do direito que reconhece ao seu semelhante em relação a ele, na
mesma circunstância, e reciprocamente.
878.a) Mas se cada um se atribui os direitos de seu semelhante, que se
torna a subordinação para com os superiores? Não é a anarquia de todos
os poderes?
Os direitos naturais são os mesmos para todos os homens, desde o menor até
o maior. Deus não fez uns de um limo mais puro que os outros, e todos são
iguais diante dele. Esses direitos são eternos; os que o homem estabeleceu
perecem com suas instituições. De resto, cada um percebe bem sua força ou
sua fraqueza e saberá ter sempre uma espécie de deferência para aquele que
a mereça pela sua virtude e sua sabedoria. É importante destacar isso, a fim
de que aqueles que se creem superiores conheçam seus deveres, para
merecer essas deferências. A subordinação não estará comprometida,
quando a autoridade for dada à sabedoria.
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Comentários:
Perante Deus todos nós somos iguais, portanto, usufruímos dos mesmos
direitos.
Caso as leis humanas tenham estabelecido direitos e deveres diferentes em
função da hierarquia, da subordinação e estiverem em conformidade com a lei
de Deus eles vão se manter ao longo do tempo, mas se estiverem apropriados
apenas à condição daquela sociedade naquela época eles serão alterados.
Enquanto as leis humanas estabelecerem diferenças entre os irmãos não
estarão reajustadas com as leis divinas e sofrerão alteração com o tempo.
O ser mais evoluído tem mais autoridade moral e, naturalmente há uma
relação de subordinação, de hierarquia. Jamais de exploração ou de
humilhação.
Exemplo: Jesus – percebemos claramente a sua superioridade.
Quem de nós iria se sobrepor à figura de Jesus?
A subordinação quando se faz em função da sabedoria, da evolução, é natural,
é espontânea. Não precisa virar lei ou normas para nos dizer, pois está em
nós.
O que faz com que o homem reconheça os limites dos seus direitos, é colocar-se no lugar
do outro, e sentir as suas limitações. Deus nos inspira sobre as linhas divisórias dos nossos
direitos, onde começa o dever.
O homem sabe, por intuição divina, até onde pode ir, e passar a respeitar seu irmão. Se
analisarmos bem o quanto o próximo nos ajuda a viver, nós nem chegaríamos às fronteiras
a respeitar. O Evangelho de Jesus é um código universal, capaz de levar o homem à
condição de angelitude, pelo elevado procedimento, por despertar nos corações a justiça e
o amor para com Deus e o próximo.
Não devemos ter limites para respeitar, nem para amar, nem para perdoar; os limites foram
feitos por causa do egoísmo e do orgulho, invasores dos direitos alheios, usurpadores dos
esforços dos outros, estabelecendo assim a desarmonia por toda parte.
Os direitos naturais das criaturas são iguais. Deus não iria fazer diferença entre elas,
entretanto, a consciência dentro de cada uma sabe regular os direitos de todos.
879 – Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a
sua pureza?
O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porque praticaria também o amor do
próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.
Comentários:
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A lei de justiça, amor e caridade é uma só lei englobando essas três virtudes
nos mostrando que elas estão interligadas, uma depende da outra, uma não
pode existir sem a outra.
Quem realmente ama é justo e sabe ser caridoso.
É o que estamos tentando fazer porque ainda pensamos em nós, ainda
procuramos fazer aquilo que é justo para nós. Nem sempre aquilo que nos é
justo é também para o nosso irmão.
Pensamos no amor, mas queremos o amor para nós.
Quando precisamos renunciar ao nosso amor pelo outro, nem sempre
queremos, nem sempre encontramos em nosso coração e em nossa mente a
força que precisamos para renunciar a nós pelo outro.
O amor verdadeiro pratica a renúncia. Quando a gente ama, a gente faz a
caridade ao outro sem sofrimento, sem angústia, sem sacrifício. É algo que
nos é prazeroso.
Essas virtudes andam lado a lado. Ao trabalhar uma automaticamente
estaremos trabalhando as demais.
É importante continuarmos tentando mesmo que possamos cair, pois faz parte
do processo educativo, do crescimento. É cair e levantar e continuar tentando
até que consigamos vivenciar a lei em sua plenitude.
O caráter do homem que pratica a justiça em toda a sua pureza, é o do homem reto, ao
qual nunca falta a tranquilidade de consciência. Todavia, esse homem dificilmente aparece
na área terrena. Mesmo estudando os grandes personagens, notaremos uma tendência
para o interesse próprio, para a família a que pertence, ou mesmo para o país em que
nasceu.
A justiça universal, que acompanha os sentimentos puros em todas as forças da justiça
com amor, só a conhecemos em Jesus.
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Um momento…
Antes de negar-se aos apelos da caridade, medite um momento nas aflições
dos outros.
Imagine você no lugar de quem sofre.
Observe os irmãos relegados aos padecimentos da rua e suponha-se
constrangido a semelhante situação.
Repare o doente desamparado e considere que amanhã provavelmente
seremos nós candidatos ao socorro na via pública.
Examine o ancião fatigado e reflita que, se a desencarnação não chegar em
breve, não escapará você da velhice.
Contemple as crianças necessitadas, lembrando os próprios filhinhos.
Quando a ambulância deslize rente ao seu passo, conduzindo o enfermo
anônimo, pondere que, talvez um parente nosso extremamente querido, se
encontre a gemer dentro dela.
Escute pacientemente os companheiros entregues à sombra do grande
infortúnio e recorde que em futuro próximo, é possível estejamos na
travessia das mesmas dificuldades.
Fite a multidão dos ignorantes e dos fracos, cansados e infelizes, julgando-se
entre eles e mentalize a gratidão que você sentiria perante a migalha de
amor que alguém lhe ofertasse.
Pense um momento em tudo isso e você reconhecerá que a caridade para
nós todos é simples obrigação. Psicografado por Chico Xavier pelo espírito
de André Luiz, do livro Mãos Marcadas, por espíritos diversos
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11.2 – Direito de propriedade. Roubo
880 – Qual é o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
O de viver. Por isso, ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu
semelhante, nem de fazer nada que possa comprometer a sua existência
corporal.
Comentários:
O direito à vida é o primeiro direito de todos os direitos naturais do homem.
Precisamos compreender que a lei de conservação, a lei de justiça, amor e
caridade nos impõe o dever para com o nosso irmão, o dever de preservar a
vida de todo ser vivo.
Dever de preservar a vida não apenas dos nossos irmãos em Espírito que já
se encontram no reino hominal, mas o respeito para com a vida se aplica
também na natureza, aos animais. Se ainda precisamos nos alimentarmos da
carne animal que seja feito com respeito, com o mínimo de sofrimento possível
e apenas no exato limite das nossas necessidades porque precisamos
respeitar toda a obra de Deus, inclusive os nossos irmãos menores. Eles
também têm direito à vida. E o mundo vegetal também, enfim, o nosso planeta.
Não devemos atentar contra a vida dos nossos irmãos, dos nossos
semelhantes.
Mesmo em caso de legítima defesa, a doutrina espírita nos orienta que tem
que ser apenas no exato tamanho que nós necessitamos para preservar a
nossa vida, mas que devemos tentar, na medida do possível, preservar a vida
daquele que nos ofende. Nós podemos e devemos nos defender, mas no limite
exato para manter a nossa vida procurando poupar a vida do outro, mesmo
que ele não fizesse o mesmo conosco, mas a nós cabe fazer a justiça de modo
equilibrado.
Aborto
358 – O abortamento voluntário é um crime, qualquer que seja a época da concepção?
Existe sempre crime quando transgredis a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa,
cometerá sempre crime tirando a vida à criança antes de nascer, porque está impedindo,
à alma, de suportar as provas das quais o corpo deveria ser o instrumento.
A doutrina Espírita é terminantemente contra ao aborto.
Todas as pessoas que participaram e incentivaram o aborto têm a sua parcela
de responsabilidade. Não é só a mãe e o pai que irão responder, mas todos
os envolvidos, cada qual na medida da sua responsabilidade no ato.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
13
Tirando daquele Espírito a oportunidade das experiências que ele precisa para
a sua evolução.
359 – No caso em que a vida da mãe estivesse em perigo com o nascimento da criança,
há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?
É preferível sacrificar o ser que não existe ao ser que existe.
Diante de uma gravidez que coloca em risco a vida da mãe, é preferível manter
a vida da mãe e sacrificar a vida daquele ser em formação.
Ou seja, em uma gravidez em que corre o risco de se perder a mãe, entre a
mãe e o filho, é preferível preservar a vida da mãe (que já está consolidada).
É o único caso em que a doutrina espírita considera possível a prática do
aborto para manter a vida da mãe. Não é taxativa a resposta; atentemos para
a palavra “preferível”, portanto, é uma sugestão para situações concretas de
risco da vida da mãe.
O direito à vida é nosso.
O direito à vida é dos nossos irmãos também.
881 – O direito de viver dá ao homem o direito de ajuntar o que necessitar
para viver e repousar, quando não puder mais trabalhar?
Sim, mas deve fazê-lo em família, como a abelha, por um trabalho honesto e
não amontoar como um egoísta. Mesmo alguns animais lhe dão o exemplo da
previdência.
Comentários:
É justo nos preocuparmos em acumular um pouco de bens enquanto nós
temos condições de saúde para trabalhar, pois quando chegarmos na terceira
idade as forças não são as mesmas, nossa saúde já se encontra mais
debilitada.
É justo fazer investimentos, adquirir propriedades, fazer poupanças, sem
egoísmo, sem apego.
Então é correto ser previdente para que no futuro possamos continuar nos
cuidando com calma, com serenidade, nos sentirmos bem diante de tudo.
Esse acúmulo não deve ser pautado no egoísmo, mas no bem-estar de todos,
envolvendo a família em todas as situações. Todos trabalhando por todos.
O exemplo da abelha que faz um trabalho honesto, mas pensa na coletividade.
É trabalho e usufruto coletivo.
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Nós podemos acumular não pensando apenas em nós. Vou acumular porque
eu quero viver bem na minha idade mais avançada, quando tiver não mais a
mesma saúde de atualmente.
Devemos pensar em nossos familiares, nos filhos, pais, irmãos, de forma que
possamos utilizar um pouco daquele recurso também para aliviar a dor do
próximo, para ajudar o próximo.
Não seria utilizar todos os nossos recursos poupados (reservados) para um
momento futuro. Não devemos sair por aí distribuindo tudo de forma
inconsequente para nossos familiares ou para outras pessoas.
O equilíbrio e o bom senso devem estar presentes em todas as situações.
Não devemos ser egoístas e nem pródigos (generosos), mas sim equilíbrio
que deve ser alcançado com amor.
Devemos atentar para a lei do trabalho, pois também precisamos do repouso.
Trabalhar é importante, mas repousar também. Ambos são leis da natureza.
Nós precisamos de equilíbrio em nossas ações.
Não adianta trabalharmos em excesso, muitas vezes, buscando crescer,
melhorar de vida, fornecer certo conforto à família, mas por outro lado
prejudicamos o nosso corpo, a nossa saúde, a nossa família, o nosso lazer,
comprometemos outros valores em nossa vida.
Portanto, esse acúmulo de recursos, essa poupança deve ser efetuada com
muita cautela para que não venha trazer outros prejuízos, como a nossa saúde
física, mental, emocional e a atenção que devemos à família.
ESE – Capítulo XVI – Item Guardar-se da avareza.
O direito de viver é inerente à personalidade humana e a todas as criaturas, por ter sido
tudo criado por Deus. E se têm o direito de viver, têm o de comer, de vestir e de se regalar.
Para tanto, recebem os Espíritos a inteligência, usando dela honestamente para o bem-
estar, favorecendo igualmente aos que trilham conosco os mesmos caminhos. O abuso
daquilo que nos pertence é que nos faz sofrer e o desperdício dos bens materiais nos
complica a vida. A natureza nos dá exemplos de como viver; basta analisarmos os fatos
que ela nos apresenta. (Miramez)
Podemos usar a inteligência para acumular os bens materiais, desde quando isso não
represente egoísmo e orgulho, que nos leve a interromper as dádivas ao nosso próximo.
Quem trabalha para o bem-estar da família se encontra revestido de nobreza, no entanto,
é necessário que a noção de família seja mais elástica, não se restringindo aos nossos
parentes consanguíneos e afins, mas abrangendo a família maior, que é a sociedade.
(Miramez)
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882 – O homem tem o direito de defender o que ajuntou pelo trabalho?
Deus não disse: não furtarás; e Jesus: é preciso dar a César o que pertence a
César?
Allan Kardec:
O que o homem amontoa por um trabalho honesto é uma propriedade
legítima que tem o direito de defender, porque a propriedade que é fruto
do trabalho, é um direito natural tão sagrado como o de trabalhar e de
viver.
Comentários:
Tudo aquilo que obtemos mediante um trabalho honesto é nosso, é legítimo.
Devemos defender a propriedade, defender esses bens que não são
resultados de roubo ou de atitudes equivocadas, erradas, ilegal, mas em
decorrência do nosso próprio esforço e do nosso trabalho.
O “Não roubarás” é no sentido de respeitarmos aquilo que é do outro.
A justiça é clara no sentido de que devemos obedecer e respeitar os direitos
de todos, assim como nós desejamos que os nossos direitos sejam
respeitados precisamos também respeitar dos demais.
Quando Jesus nos diz: “dai a César o que é de César”. Dai a César o que é
dele por direito, os bens materiais, o dinheiro do mundo, pois para Deus são
as riquezas do Espírito, portanto, a cada um segundo as suas obras, a cada
um.
É justo defendermos os bens que tenhamos conseguido como fruto do nosso
trabalho, mas não é o fato de termos o direito de defendermos esses bens que
devemos fazê-lo de forma egoísta.
Não por egoísmo, mas por direito.
Mesmo que esses bens me pertençam por terem sido obtidos em decorrência
do trabalho devo utilizá-los não apenas em meu próprio benefício, mas
também em benefício dos meus irmãos, da humanidade.
A melhor defesa dos bens terrenos é a honestidade, ou seja, se não lesarmos
a ninguém, estaremos construindo defesa segura em todos os lados dos bens
materiais.
Não nos esqueçamos, igualmente, de ajudar aos que precisam do pão, da
veste e do teto.
Deus espera de cada um de nós: humildade, fraternidade e amor.
O dever do cristão é semear vida, para colher vida;
semear a fé, para colher a certeza;
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semear a caridade, para colher a benevolência;
semear o perdão, para colher a amizade;
semear o amor, para colher a felicidade.
Eis as melhores defesas de tudo o que nos pertence na vida. (Miramez)
883 – O desejo de possuir está na Natureza?
Sim, mas quando o homem só deseja para si e para a sua satisfação pessoal,
é egoísmo.
883.a) Não é legítimo, entretanto, o direito de possuir, visto que aquele
que tem de que viver não é carga para ninguém?
Há homens insaciáveis e que acumulam sem proveito para ninguém, ou para
satisfazer suas paixões. Crês que isso seja bem visto por Deus? Aquele que,
ao contrário, amontoa por seu trabalho para ajudar seus semelhantes, pratica
a lei de amor e caridade, e seu trabalho abençoado por Deus.
Comentários:
Depende da intenção.
Qual a intenção que move a pessoa para possuir bens.
É para satisfação do seu interesse pessoal?
É para satisfação do seu egoísmo? É para saciar as suas paixões?
Então são intenções que não estão em consonância com a lei de Deus, uma
vez que temos que combater o orgulho e o egoísmo.
Nós estamos aqui na Terra para aprender a amar, para aplicar a lei de justiça,
de amor e de caridade. Com certeza, o possuir é agradável a Deus desde que
utilizemos os bens para ajudar, para amparar e para socorrer os nossos
semelhantes.
884 – Qual é o caráter da propriedade legítima?
Não há propriedade legítima, senão aquela que foi adquirida sem prejuízo para
outrem (808).
Allan Kardec:
A lei de amor e de justiça, proibindo fazer a outrem o que não
desejáramos que nos fizessem, condena por isso mesmo todo meio de
aquisição contrário a essa lei.
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Comentários:
A legítima propriedade é aquela que é adquirida pelo trabalho honesto em
todos os seus pormenores. Não existe meio termo para a honestidade; ela é
reta em todas as suas circunstâncias de justiça.
Propriedade legítima só é aquela adquirida, conquistada sem prejuízo ao
nosso irmão.
Quando a aquisição das propriedades passa a prejudicar aos outros, ela já
não é legítima. Se não seguimos na linha da justiça, aparece o roubo, ferindo
a lei que nos manda respeitar os direitos alheios.
Digno é o trabalhador do seu salário, mas ele não pode receber o salário sem
o esforço no trabalho proveitoso.
Tudo aquilo que tenho, tudo aquilo que conquistei, todas as minhas
propriedades decorreram de uma aquisição justa?
Será que durante essa aquisição alguém saiu prejudicado?
Será que tenho me esforçado, me dedicado, fazendo o meu melhor no meu
trabalho merecendo dignamente o meu salário?
Às vezes no decorrer da nossa vida desejamos conquistar tantas coisas e
movimentos por esse sentimento de egoísmo, por esse interesse pessoal nós
não nos preocupamos em magoar, em ferir, em prejudicar o outro. Esse não
é o procedimento de um verdadeiro cristão. Essa atitude jamais será legítima
e agradável a Deus.
Se atualmente ao fazermos tais reflexões percebermos que agimos de forma
equivocada no passado, no tocante à aquisição dessas propriedades, desses
bens ainda há tempo de repensar, de corrigir, de fazer o bem.
Reconcilia-te com teu adversário enquanto ele caminha contigo (Mt 5:24)
Como podemos reparar os erros cometidos?
Fazendo o bem. Procurando ver se há meios de desfazer a ilegalidade. Tentar
corrigir aquele erro, aquele mal que foi feito. Se não for possível reverter junto
àquela pessoa podemos procurar corrigir através da prática do bem a outra
pessoa e pouco a pouco ir nos ajustando com a lei.
Toda atitude positiva ou negativa tem consequências perante à lei divina que
serão boas se decorrerem de atitudes positivas, caso contrário iremos colher
dores e sofrimentos.
A legítima propriedade é justa, é sincera, é honesta.
O que desejamos de melhor para nós, ofertamos ao nosso irmão em caminho.
18
885 – Será ilimitado o direito de propriedade?
Sem dúvida, tudo o que é adquirido legitimamente é uma propriedade.
Todavia, como o dissemos, a legislação dos homens, sendo imperfeita,
consagra, frequentemente, direitos de convenção que a justiça natural
reprova. Por isso, eles reformam suas leis à medida que o progresso se
realiza, e que compreendem melhor a justiça. O que parece perfeito num
século, parece bárbaro no século seguinte. (795).
Comentários:
O direito de propriedade se modifica quando é pautado na justiça dos homens
e não na justiça divina.
Tudo o que decorre da lei divina é eterno, pois a lei de Deus é perfeita, não
precisa de mudança e nem sofre alterações no decorrer do progresso.
Mas o que decorre da lei humana, da justiça dos homens é mutável. Aquilo
que é direito de propriedade, mas que decorre da condição de materialidade
provavelmente sofrerá mudanças no decorrer do tempo.
Por isso temos que ter cautela em dizer que o direito de propriedade é
ilimitado.
O direito de propriedade só é ilimitado quando se refere a tudo aquilo que está
em conformidade com a lei de Deus, com a lei natural.
Aquilo que se refere à lei dos homens não há direito ilimitado e vai ser alterado
com o tempo, à medida que evoluímos.
Exemplos:
- Grandes impérios do passado:
 Império Romano – período da história de Roma que se iniciou com
nomeação de Otávio Augusto no ano 27 a.C. e termina com o fim do
Império Romano do Ocidente em 476 d.C. que marca o fim da Idade
Antiga e início o da Idade Média.
 Império Mongol – séculos XIII e XIV foi o maior império de terras
contíguas da história e o segundo maior império em área,
 Império Britânico – O Império Britânico existiu de 1583 a 1997. Foi o
maior império na história da humanidade, chegando a dominar quase
um quarto do planeta.
- No passado os escravos eram propriedades dos senhores. Eles tinham por
lei, direito a essa propriedade, utilizavam do seu próximo como se fosse
realmente um bem, uma mercadoria, uma propriedade. Hoje isso nos
configura como bárbaro. Não conseguimos e não podemos aceitar um
comportamento como esse, embora ainda tenham pessoas que veem as
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pessoas negras como se fossem inferiores, certamente são resquícios dessa
cultura, dessa época que nós vivemos.
Na verdade, o que é ilimitado é a caridade, o amor e o perdão. São situações
em que não há limites. As únicas barreiras são as do coração, os sentimentos.
Conseguindo extrapolar tais barreiras podemos expandir infinitamente pelo
Universo.
A verdadeira propriedade
O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste
mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui
permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas
riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele
possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a
inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e
leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais
utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir
do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua
posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua
bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali
lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura;
aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir. (Evangelho Segundo
o Espiritismo, Capítulo XVI, item 9)
Administrar bem os bens materiais, pois prestaremos contas daquilo que está
sob nossa responsabilidade. Não enterrar, nem desperdiçar os talentos a nós
confiados. Devemos multiplicá-los em benefício da humanidade.
Mensagem:
A vida na Terra é eminentemente transitória.
Por longa que pareça determinada existência, seu término é uma certeza.
O plano espiritual é o ponto de partida e de chegada de todas as almas que renascem na
Terra.
Elas aqui aportam trazendo projetos de trabalho e de crescimento pessoal.
A experiência terrena é como um estágio de aprendizado.
A morada natural dos Espíritos é no plano espiritual.
A ampla maioria dos homens não consegue assimilar essa verdade e os seus inevitáveis
desdobramentos.
Muitos deles vivem na Terra como se nela se centrassem todas as suas aspirações.
Procuram riquezas, poder e projeção social, mesmo à custa de atos vergonhosos.
Agem como se apenas eles e suas famílias fossem importantes.
Nessa ótica, não titubeiam em semear a miséria e a desgraça nas vidas dos outros.
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Enquanto cuidam de seus interesses imediatos, cobrem-se de crimes e desenvolvem
numerosos vícios.
Mesmo quem não chega a extremos, raramente reflete a respeito da razão de sua
existência.
A certeza da morte deveria funcionar como um antídoto para as ilusões mundanas.
A transitoriedade da experiência terrestre faz com que ela se assemelhe à preparação para
uma grande viagem.
Quando alguém vai a um país distante, cuida de levar na bagagem objetos que lá sejam
úteis.
De nada adianta gastar tempo e esforço para amealhar coisas que não poderão atravessar
a fronteira.
Quem assim age corre o risco de chegar sem nada ao seu destino, na qualidade de um
autêntico mendigo.
Sem dúvida é necessário cuidar dos interesses terrenos.
Não há problema algum no desfrute dos bens materiais e muito menos no trabalho que
propicia o seu alcance.
O erro reside em centrar nas coisas mundanas toda atenção, em detrimento dos próprios
interesses eternos.
Fortuna, beleza, poder, nada disso atravessa os portais da eternidade.
É insano comprometer a própria dignidade espiritual com conquistas transitórias.
Sempre chegará o momento de resgatar os equívocos cometidos e de reparar os estragos
causados na vida do semelhante.
Embora o dinheiro e a importância fiquem para trás, os atos indignos praticados na sua
busca são levados na consciência.
Ocorre que também os gestos nobres integram o patrimônio do Espírito em sua jornada de
retorno ao lar.
Na verdade, o homem só possui efetivamente o que pode levar deste mundo.
Tudo o que será constrangido a deixar constitui apenas uma posse transitória.
Assim, nada do que é de uso do corpo é permanente e real.
Já os dons da alma são eternos: uma vez conquistados, jamais são perdidos.
Convém, pois, tratar de desenvolver a inteligência e as qualidades morais, reveladas
mediante uma vida digna.
Elas são o único tesouro que pode ser levado na viagem de regresso ao verdadeiro lar.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVI, item 9 de O evangelho segundo o espiritismo, de
Allan Kardec, ed. Feb
21
11.3 – Caridade e amor ao próximo
886 – Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia
Jesus?
Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias,
perdão das ofensas.
Allan Kardec:
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar
ao próximo é fazer-lhe todo o bem que está ao nosso alcance e que
gostaríamos nos fosse feito a nós mesmos. Tal é o sentido das palavras
de Jesus: Amai-vos uns aos outros, como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não está restrita à esmola. Ela abrange todas
as relações que temos com nossos semelhantes, quer sejam nossos
inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos ordena a
indulgência porque nós mesmos temos necessidade dela. Proíbe-nos de
humilhar o infortúnio, contrariamente ao que se pratica muito
frequentemente. Se uma pessoa rica se apresenta, tem-se por ela mil
atenções, mil amabilidades; se é pobre, parece não haver mais
necessidade de se incomodar com ela. Quanto mais sua posição seja
lastimável, mais se deve respeitar antes de aumentar seu sofrimento pela
humilhação. O homem verdadeiramente bom procura realçar o inferior
aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.
Comentários:
Essa pergunta com sua respectiva resposta jamais deve ser esquecida.
Deveríamos ler todos os dias das nossas vidas para que pudéssemos
compreender o alcance dessas palavras e, principalmente, trabalhá-las em
nosso coração.
Benevolência para com todos – É a caridade pura e irrestrita com todas as
pessoas. Não apenas a caridade material, não apenas a caridade moral, mas
a caridade completa, plena. A caridade material é mais fácil. A caridade moral
é muito mais meritória. Na caridade material doamos o que nós temos, na
moral doamos aquilo que nós somos. Benevolência no sentido de ajudar, de
amparar todas as pessoas. Por isso precisamos continuamente crescermos,
melhorarmos cada vez mais para podermos doar de nós mesmos para o outro.
Usar a bondade em todas as situações, desde o olhar, o falar, o agir. Sempre
a bondade.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
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Ex: Fulano não gosta de mim. Ainda assim devo usar da bondade para com
esse irmão.
Indulgência para com as imperfeições alheias – Como é difícil para nós!
Não destacar os erros e as dificuldades do próximo, mas procurar ver aquilo
que o outro tem de bom, mesmo porque todos nós somos imperfeitos. Nós
também precisamos da indulgência, desse olhar caridoso do outro para
conosco. Somos muitas vezes muito indulgentes com os nossos familiares.
Mesmo conseguindo visualizar as suas dificuldades, os seus defeitos, as suas
sombras, temos o olhar amoroso para ver aquilo que nossos familiares, filhos,
parentes já têm de bom. E assim como fazemos com eles devemos fazer para
com todos os nossos irmãos porque somos filhos de um mesmo pai. Não
julgar, não destacar o erro do próximo, mas ver aquilo que ele já tem de bom.
Procurar destacar as suas virtudes para que ele possa sempre encontrar
ânimo para se corrigir e melhorar. Indulgência no sentido de não ver, não olhar
os equívocos, as imperfeições do outro, mas procurar ver o que a pessoa tem
de bom, lembrar que nós também somos imperfeitos e a todo momento
estamos necessitando da indulgência do pai.
Ex: Vou desmascarar fulano. Situação que muitas vezes envolve também a
calúnia. Essa situação na atualidade é muito comum, principalmente, através
dos compartilhamentos nas redes sociais.
Perdão das ofensas – Nos liberta das amarras que nos prendem ainda à
matéria e ao distanciamento de Deus. O perdão é aquele sentimento difícil,
mas é uma decisão que nos faz caminhar. Enquanto estamos com essas
correntes que nos aprisionam à matéria, jamais conseguiremos nos elevar a
Deus. Perdão das ofensas, onde nós conseguimos nos libertar de um peso
gigantesco, através do auto perdão, do perdão do outro. Pedir perdão a Deus.
O perdão nos aproxima da divindade. Jesus que não devia nada, não tinha
imperfeições, não tinha resgates a fazer perdoou a todos nós, a toda a
humanidade que o crucificou (um Espírito puro que veio nos ensinar o amor).
“Pai, perdoas. Eles não sabem o que fazem.” Se Jesus conseguiu nos mostrar
esse exemplo de perdão, nós também podemos desde que queiramos, que
nos esforcemos para isso. Temos em Jesus o nosso exemplo.
Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar
a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"
Jesus respondeu: "Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete. (Mt 18:21-22)
Buscamos todos os dias sermos felizes. Onde estamos buscando essa
felicidade? Será que estamos buscando em Jesus?
Se assim fizermos conseguiremos exercitar a caridade na concepção e na
amplitude que Jesus deu a essa palavra.
Benevolência, indulgência e perdão retrata a verdadeira caridade.
23
887 – Disse Jesus também: Amai mesmo vossos inimigos. Ora, o amor
por nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais e a
inimizade não provém da ausência de simpatia entre os Espíritos?
Sem dúvida, não se pode ter pelos inimigos um amor terno e apaixonado; não
foi isso que ele quis dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e restituir bem por
mal. Por este meio nos tornamos superiores a eles; pela vingança, colocamo-
nos abaixo deles.
Comentários:
Quando ouvimos o que o Mestre nos disse: “Amai os vossos inimigos”, em um
primeiro momento achamos que temos que ter por aqueles que se colocam
como nossos inimigos o mesmo amor, a mesma alegria, a mesma amizade, a
mesma confiança que temos pelos nossos amigos, nossos familiares e
aquelas pessoas que nos são afins. Não é isso que Jesus quis dizer. Como
teremos o mesmo sentimento se esse sentimento decorre de uma afinidade
de pensamentos, de vibrações?
Uma pessoa que se coloca na condição de inimizade, de desafeto, não há
como termos o mesmo sentimento, mas nós podemos perdoar o mal que nos
foi feito.
Podemos retribuir o mal com o bem.
Podemos não querer ou não desejar o mal para aquela pessoa.
Nós podemos e devemos querer e desejar o bem para aquela pessoa, que ela
cresça, que possa fazer a sua reforma íntima, que possa se transformar em
alguém melhor.
De modo que essa pessoa não cause mais mágoas, prejuízos a outros.
Devemos envolvê-la em nossas preces.
Tudo isso podemos desejar mesmo sem ter o sentimento de amor como nós
temos por aqueles que nos são afins. Isso significa amar os inimigos.
Nós devemos trabalhar o nosso coração, os nossos sentimentos para que a
mágoa, o rancor, o ódio que ainda existe em nosso coração possa ceder lugar
ao amor.
888 – Que pensar da esmola?
O homem reduzido a pedir esmola se degrada moral e fisicamente: ele se
embrutece. Numa sociedade baseada sobre a lei de Deus e a justiça, deve-se
prover a vida do fraco sem humilhação para ele. Ela deve assegurar a
existência daqueles que não podem trabalhar, sem deixar sua vida à mercê
do acaso e da boa vontade.
24
888.a) Reprovais a esmola?
Não, não é a esmola que é reprovável, frequentemente, é a maneira pela qual
é feita. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, se
antecipa ao infeliz sem esperar que ele lhe estenda a mão.
A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; ela está mais no gesto
que no fato. Um serviço feito com delicadeza duplica de valor; se é feito com
ostentação, a necessidade pode fazê-lo aceitar, mas o coração não é tocado
por ele.
Lembrai-vos também que a ostentação, aos olhos de Deus, tira o mérito do
favor. Disse Jesus: Que a vossa mão esquerda ignore o que dá vossa mão
direita; ele vos ensina com isso a não deslustrar a caridade pelo orgulho.
É preciso distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais
necessitado não é sempre aquele que pede; o receio de uma humilhação
retém o verdadeiro pobre e, frequentemente, ele sofre sem se lamentar. É a
este que o homem, verdadeiramente humano, sabe ir procurar sem
ostentação.
Amai-vos uns aos outros é toda a lei, a lei divina pela qual Deus governa os
mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a
atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja seu grau de
adiantamento, sua situação como reencarnação ou erraticidade, está sempre
colocado entre um superior que o guia e o aperfeiçoa, e um inferior diante do
qual tem os mesmos deveres a cumprir. Portanto, sede caridosos, não
somente dessa caridade que vos leva a tirar de vossa bolsa o óbolo que dais
friamente àquele que ousa vo-lo pedir, mas ide ao encontro das misérias
ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos dos vossos semelhantes; em
lugar de menosprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede
dóceis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores, assim como
em relação aos seres mais ínfimos da criação, e tereis obedecido à lei de
Deus. (São Vicente de Paulo)
Comentários:
Não reprova a esmola, mas a maneira como habitualmente ela é dada.
Muitas vezes fazemos a caridade humilhando aquele que recebe.
A verdadeira caridade, a beneficência é aquela que engrandece quem está
recebendo, que auxilia de forma que não fique evidente que estamos ajudando
o outro, mas que seja algo natural, espontâneo para que quem receba aquele
benefício não se sinta humilhado.
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Isso é um desafio para todos nós, pois muitas vezes não sabemos ofertar a
nossa ajuda.
Primeiro, temos dificuldades em dar, em ajudar, em sermos caridosos e depois
temos dificuldades em fazer isso com humildade, com amor, com
benevolência, com a verdadeira caridade.
Devemos refletir para ver de que maneira estamos ajudando, se é realmente
de boa vontade, com carinho, com amor, procurando elevar quem está
recebendo ou se estamos apenas cumprindo uma obrigação.
Outro fato importante, é irmos em busca dos infortúnios ocultos. Não
esperemos que o outro venha pedir. Que estejamos de olhos abertos, atentos
à necessidade do outro.
Muitas pessoas com medo da humilhação que podem sentir diante do ato de
pedir passa por dificuldades calados e cabe a nós (se tivermos olhos para ver)
ir em busca dos infortúnios ocultos. Não esperar que eles nos cheguem.
Adotar todas as medidas para amparar, auxiliar essas pessoas que precisam.
Nós podemos fazer isso, basta sairmos da nossa comodidade que muitas
vezes não olhamos para o próximo, não olhamos para a necessidade do outro
e ficamos absorvidos nos nossos interesses, cultivando o nosso orgulho e o
nosso egoísmo. Basta trabalharmos esse sentimento em nós, pois com
certeza, vamos perceber muitos irmãos que precisam do nosso auxílio, do
nosso amparo.
889 – Não há homens reduzidos à mendicância por suas faltas?
Sem dúvida, mas se uma boa educação moral os houvesse ensinado a
praticar a lei de Deus, eles não cairiam nos excessos que causam sua perda;
é disso sobretudo que depende o melhoramento do vosso globo. (707).
Comentários:
Educação global – família e escola.
Muitas vezes na reencarnação atual somos os responsáveis pelos nossos
infortúnios, pelo nosso sofrimento, pela nossa miséria. Muitos sofrimentos
pelos quais passamos aqui não estavam previstos em nosso planejamento
reencarnatório.
Faltou esforço, dedicação, sabedoria, humildade, compreensão, perdão.
ESE – Capítulo 5 – Bem-aventurados os aflitos.
No item que trata das causas atuais das aflições relata que muitas vezes
buscamos sofrimentos para nós nessa reencarnação em função das nossas
escolhas equivocadas, as quais poderíamos ter evitado se nós tivéssemos
26
refletido um pouco mais e tentado vivenciar o evangelho do nosso Mestre
Jesus.
São provas e sofrimentos que nós não precisaríamos passar na reencarnação
atual.
Precisamos passar por aquelas que estão previstas no nosso planejamento
reencarnatório que nos trarão crescimento, mas essas que buscamos de
forma voluntária na atual reencarnação são dispensáveis.
Muitas vezes optamos pela ausência da lei de Deus em nossas vidas
acabamos caindo nos excessos que nos levam à perdição.
Portanto, muitos sofrimentos que passamos é por conta da nossa
imprevidência, da nossa má conduta diante da vida.
Por isso precisamos repensar tudo o que fazemos e não colocar tudo em
função do planejamento reencarnatório, de vidas passadas.
Uma boa educação com princípios, com esforço, nos livraria de muitas
dificuldades na vida atual.
27
11.4 – Amor maternal e filial
890 – O amor maternal é uma virtude ou um sentimento instintivo comum
aos homens e aos animais?
É uma e outra coisa. A Natureza deu à mãe o amor pelos filhos no interesse
de sua conservação. Mas entre os animais esse amor é limitado às
necessidades materiais e cessa quando os cuidados tornam-se inúteis. Entre
os homens ele persiste por toda a vida, e comporta um devotamento e uma
abnegação que são da virtude. Sobrevive mesmo à morte e segue o filho além
do túmulo. Bem vedes que há nele outra coisa mais do que no animal. (205-
385).
Comentários:
O amor maternal que visualizamos nos animais é esse sentimento instintivo
necessário para que haja a manutenção da vida, a conservação desses
animais que ainda não têm condições de se conduzirem e de manterem a sua
sobrevivência. Então é necessário que haja esse sentimento instintivo, esse
amor maternal para a garantia da sobrevivência deles.
No que se refere ao reino hominal é diferente. Não é apenas a necessidade
de conservação que faz com que o amor maternal exista. O devotamento, a
abnegação são virtudes e que permanece por toda a existência e ainda pode
acompanhar no além-túmulo.
Muitas vezes temos a oportunidade de verificar nas reuniões mediúnicas o
amparo, o auxílio, o trabalho desempenhado pelas mães no plano espiritual.
Em muitos casos essa conexão é fundamental para o amparo dos seus filhos
(encarnados e desencarnados). Muitas vezes os filhos se encontram perdidos
no caminho do erro ou sem se encontrar na espiritualidade (ou mesmo no
plano material), vem a mãe com a sua devoção, com o seu amor, com a sua
renúncia e ampara aquele Espírito aliviando as suas dores e fortalecendo-o
para a mudança de vida, para o despertar para uma vida melhor e mais feliz.
O amor materno não decorre apenas do sentimento instintivo, mas é uma
belíssima virtude adquirida com devotamento e abnegação. É o amor mais
próximo do amor de Deus para conosco, seus filhos muito amados.
No entanto, a razão vem nos alertar para que não possamos traduzir esse amor em apego,
comumente visto em demasia em alguns pais. (Miramez)
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
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891 – Visto que o amor maternal está na Natureza, por que há mães que
odeiam os filhos, e isso desde o seu nascimento?
Algumas vezes, é uma prova escolhida pelo Espírito do filho, ou uma expiação
se ele mesmo foi mau pai ou mãe má ou mau filho, numa outra existência
(392). Em todos os casos, a mãe má não pode ser animada senão por um mau
Espírito que se esforça por dificultar a existência do filho, a fim de que ele
sucumba sob as provas que aceitou; mas esta violação das leis da Natureza
não ficará impune, e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos
que haja superado.
Comentários:
Essa situação pode ser uma prova que o filho escolheu para crescer, para
evoluir, para aprender.
Pode ser uma expiação também quando o filho em reencarnações passadas
foi um mau pai ou uma mãe perversa ou mesmo um filho ruim.
Pela lei de causa e efeito de alguma forma nós sofremos um pouco daquilo
que nós fizemos o outro sofrer.
A lei de causa e efeito não é a lei de talião (olho por olho e dente por dente).
Não significa dizer que tudo aquilo que fiz o outro passar eu sofrerei na mesma
intensidade. Se plantei o mal, colherei o mal, mas apenas o necessário para o
meu aprendizado, para o meu crescimento.
Deus não quer a nossa dor, mas sim o nosso aprendizado.
É provável que um filho que esteja passando por essa condição de uma mãe
que o maltrata ou odeia que ele possa estar em um processo expiatório devido
algo que ele tenha feito, mas conforme a misericórdia divina, ele estará
passando por um sofrimento bem menor do que a infração cometida.
A ocorrência de uma mãe má é porque ali habita ainda um Espírito ruim, um
Espírito imperfeito que de alguma forma cria embaraços para a evolução, para
o desenvolvimento do seu filho e, certamente, vai responder pela sua má
conduta como mãe.
É um Espírito em profundo egoísmo, ainda não conhece o bem.
A mãe que abandona, que maltrata, que age com agressão verbal, física,
emocional, psicológica, que grita, esbraveja, não expressa ternura, carinho,
amor.
É uma relação muito difícil entre a mãe e filhos. Falta diálogo, simpatia,
afetividade, confiança.
Geralmente, as pessoas que agem assim também tem uma relação conjugal
muito difícil, na maioria das vezes, trilhando sua árdua caminhada só, sem o
auxílio de um parceiro.
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Todas as nossas atitudes boas ou ruins têm consequências para com a justiça
divina. Nada fica imune diante da lei de Deus.
É uma prova árdua.
Quanto mais difícil é a prova quando vencemos, mais méritos temos para com
a justiça divina.
As mães que expressam tais sentimentos e atitudes são dignas de
misericórdia, compaixão e ajuda.
Os filhos, cujas mães agem dessa forma e apesar de todo o sofrimento dada
às atitudes de desprezo, indiferença e agressão, devem ser indulgentes
compreendendo suas limitações e imperfeições e não deve faltar a
consideração, o respeito e, principalmente, a gratidão pela oportunidade da
reencarnação e pela manutenção da vida através da alimentação e dos
cuidados, mesmo que precários.
892 – Quando os pais têm filhos que lhes causam desgostos não são
escusáveis por não terem para com eles a ternura que o teriam em caso
contrário?
Não, porque é um fardo que lhes é confiado, e sua missão é a de fazer todos
os esforços para os reconduzir ao bem (582-583). Mas esses desgostos são,
frequentemente, o resultado dos maus costumes que os deixaram tomar
desde o berço: colhem, então, o que semearam.
Comentários:
A paternidade, a maternidade é uma missão de grande responsabilidade.
Os filhos são empréstimo de Deus. Ele confia em nós.
Quando os filhos nos causam desgosto, nos desrespeitam ou não seguem as
nossas orientações, não podemos deixá-los livres ou soltos à própria sorte.
Não podemos dispensar para com eles o cuidado e a atenção devidos.
Temos que nos esforçar sempre para encaminhá-los para o bem.
Nós assumimos um compromisso para com Deus e para com esses Espíritos
também.
Outras vezes o que nós enfrentamos hoje são consequências da nossa
educação equivocada.
Quantas vezes deixamos de educar, deixamos de impor limites, deixamos de
dizer um “não”.
Muitas vezes pelo amor e pela falta de inteligência e tato na condução desse
amor damos demais para os nossos filhos, mimamos demais e a
30
consequência disso no amanhã é exatamente filhos que nos dão desgostos e,
alguns casos, viram as costas para os próprios pais.
Não quer dizer que toda educação equivocada dos nossos filhos a
responsabilidade seja dos pais, mas enquanto pais precisamos fazer uma
reflexão muito profunda e consciente no sentido de perceber se quando
tínhamos que educar realmente fizemos e ainda assim os filhos seguiram pelo
caminho do erro. Nesses casos, a responsabilidade é dos filhos apenas.
Quando os pais tudo fizeram para oferecerem boa educação, para trazerem
os filhos para o amor e para Deus podem ficar com as consciências tranquilas
porque não serão responsabilizados pelas escolhas equivocadas dos filhos
quando eles tudo fizeram para educar.
Portanto, em relação aos maus filhos, os pais podem ou não terem
responsabilidade nesses atos.
Não se deve ficar amargurando diante da decepção em função da conduta do
filho.
Não abandonar o filho. Não acolher o erro, mas acolher o filho.
Com certeza a semente da orientação, do bom caminho foi plantada, cedo ou
tarde ela germinará.
Por isso, amar, amar sempre.
ESE – Capítulo V, item 4 – pág. 54.
ESE – Capítulo XIV, item 9 – pág. 146-148.
Quando os filhos causam desgostos aos pais, em parte pode ser por descuido na sua
educação. Os pais têm a obrigação de educar seus filhos moralmente também, falando e
dando exemplos de retidão de vida, ou pelo menos se esforçando para tal desempenho.
São sementes que devem ser semeadas nos corações que crescem para a luz. Quando
descuidamos, a plantinha tenra pode desviar-se do caminho do amor e da paz.
Convém que os pais entendam sua missão, antes de sê-lo. Se cuidam dos filhos como pais
que entendem sua tarefa e os filhos não correspondem aos seus esforços, a culpa não é
deles; eles cumpriram com as obrigações, mas, de qualquer modo, fica alguma lição nos
caminhos dos filhos que, no amanhã, deverão reconhecer os esforços dos seus pais para
a sua melhoria.
Os maus filhos sempre são maus Espíritos encarnados que vieram à Terra com a finalidade
de se melhorarem moralmente e é neste objetivo que a lei da reencamação opera,
despertando as almas para a luz da verdade. (Miramez)
31
REFERÊNCIAS:
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed.
Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador Gentile. Araras –
SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1983.
MLODINOW, Leonard. De primatas a astronautas: A jornada do homem
em busca do conhecimento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.
SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União,
1987.
XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo
Espírito Emmanuel.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico. Missionários da Luz. 45ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
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XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB,
2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. E a vida continua.... 35ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2021.
Pelo Espírito André Luiz.
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  • 1. 1 Livro Terceiro: Leis Morais Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade 11.1 – Justiça e direitos naturais 11.2 – Direito de propriedade. Roubo 11.3 – Caridade e amor ao próximo 11.4 – Amor maternal e filial Referências Slide: https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/edit_my_uploads
  • 2. 2 Leis morais – conjunto de princípios ou regras relativas à conduta humana. Fazem parte da Lei Natural de Deus que está gravada em nossa consciência. É a única lei verdadeira, indispensável à felicidade do homem. É imutável, perfeita e eterna. Não está sujeita a um tempo nem às circunstâncias. As leis humanas existem para nortear a vida em sociedade. Elas se modificam à medida que a humanidade progride. São próprias a uma época e a uma cultura. A lei natural ou lei divina divide em duas leis: as leis físicas e as leis morais Leis físicas – são aquelas que regulam o movimento e a relação com a matéria bruta. Regulam o princípio material. São objetos de estudos das ciências humanas. Leis morais – referem-se ao homem e as suas relações com Deus, com o próximo e consigo mesmo. Trazem as regras da boa conduta. Fornece as condições para que se possa distinguir perfeitamente a diferença entre o bem e o mal. A fim de facilitar a compreensão, a doutrina espírita divide, didaticamente, a lei de Deus em dez leis que estão interligadas, não são separadas umas das outras. No primeiro capítulo, Kardec analisa as questões relacionadas com a Lei Divina. Nos capítulos II ao XI vai demonstrar quais são as Leis, didaticamente separando-as de acordo com: - Os deveres do homem para com Deus: Leis de Adoração e do Trabalho; - Os deveres para consigo mesmo: Leis de Reprodução, Conservação e Destruição; - Os deveres para com o próximo: Leis de Sociedade, Progresso, Igualdade e Liberdade. Por último relaciona aquela que representa o resumo de todas as Leis: Lei de justiça, amor e caridade. - Justiça (dever diante de Deus); - Amor (diante de si mesmo); - Caridade (deveres para com o próximo). Finalizando essa parte, no capítulo XII: Da perfeição moral, vai apresentar o modo de praticar essas Leis. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
  • 3. 3 Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade Essa é a lei mais importante. A lei de justiça, de amor e de caridade consiste em respeitarmos os direitos de cada um, em não fazermos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem. A lei de Deus estando gravada em nossa consciência, o sentimento de justiça é intrínseco ao homem. O progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não cria, pois ele já está ali no nosso íntimo. Quando ainda próximos da animalidade acabamos confundindo esse sentimento de justiça com as nossas paixões inferiores e procuramos adequá- lo às nossas concepções e interesses. Por isso o conceito de justiça não é igual para todas as pessoas. Quanto mais moralizado é o ser, mais próximo de Deus é o senso de justiça do homem. Quanto mais imperfeito, mais próximo da animalidade é esse senso de justiça. Amor e caridade complementam a lei de justiça porque quando nós amamos o próximo desejamos fazer todo o bem que seja possível e, consequentemente, seremos justos para com essa pessoa e a caridade vem completar esse sentimento. A verdadeira caridade ensinada por Jesus é a benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros e o perdão das ofensas. - Benevolência no sentido de ajudar, de amparar todas as pessoas; - Indulgência no sentido de não ver, não olhar os equívocos, as imperfeições do outro, mas procurar ver o que a pessoa tem de bom, lembrar que nós também somos imperfeitos e a todo momento estamos necessitando da indulgência do pai; - Perdão das ofensas, onde nós conseguimos nos libertar de um peso gigantesco, através do auto perdão, do perdão do outro. Pedir perdão a Deus. O perdão nos aproxima da divindade. Benevolência, indulgência e perdão retrata a verdadeira caridade. A justiça aliada ao amor e à caridade eleva o ser. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
  • 4. 4 11.1 – Justiça e direitos naturais 873 – O sentimento de justiça está na Natureza ou resulta de ideias adquiridas? Tanto está na Natureza, que vos revoltais ao pensamento de uma injustiça. O progresso moral desenvolve, sem dúvida, esse sentimento, mas não o dá: Deus o colocou no coração do homem. Eis porque encontrareis, frequentemente, entre os homens simples e primitivos, noções mais exatas da justiça que entre os que têm muito saber. Comentários: Ao estudar as leis morais vimos que a lei de Deus está gravada em nossa consciência e em nosso coração. Deus nos criou a sua imagem e semelhança em Espírito, portanto, Ele colocou as suas leis dentro de cada um de nós. A lei de Deus está em nós em estado latente, à medida que vamos progredindo moralmente aquele germe em estado de latência vai eclodindo e vão se desenvolvendo mais fortemente. As leis morais são a lei divina estão gravadas em nós para que essa ideia que já nasce conosco tenha mecanismos para nos conduzir no caminho do bem. Deus colocou em nós tudo o que necessitamos para o nosso crescimento, para a nossa evolução. As experiências da vida são importantes para adquirirmos conhecimento e assim progredirmos, mas a lei de Deus é o nosso norte, o nosso guia que nos levará à perfeição e à felicidade e já está em nós. É a voz da nossa consciência. O sentimento de justiça já está em nós que recebe a complementação da civilização, do progresso moral, das experiências reencarnatórias que auxiliam no desenvolvimento desse sentimento. 874 – Se a justiça é uma lei natural, como ocorre que os homens a entendam de maneiras tão diferentes, e que um ache justo aquilo que parece injusto a outro? É que, frequentemente, aí misturam paixões que alteram esse sentimento, como a maioria dos outros sentimentos naturais, e fazem ver as coisas sob um falso ponto de vista. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
  • 5. 5 Comentários: A nossa imperfeição ainda deturpa o real sentido dos sentimentos naturais. Conseguimos compreender isso facilmente quando percebemos o amor, pois o amor que estamos acostumados aqui na Terra ainda é um amor egoísta, um amor que busca a posse, um amor que quando não é retribuído facilmente se transforma em sentimento de ódio. O amor verdadeiro não é assim. Ex: Não sou reconhecido naquilo que faço. Jesus que já tem esses sentimentos na plenitude mostrou para todos nós o que é realmente o verdadeiro amor, como age aquele que ama: com perdão, com compreensão, com entendimento, com resignação, com respeito, com renúncia de si mesmo pelo bem do outro. Nós ainda estamos muito longe desse sentimento. Da mesma forma que ocorre com o amor, ocorre com a justiça, com a caridade, com o perdão, com todas as outras virtudes que nos aproximam do Pai. As nossas paixões ainda deturpam, alteram o verdadeiro sentido desses sentimentos naturais, fato que começamos a ver as coisas por um prisma falso, pois estamos sob a influência dessas paixões que ainda existem em nós. Á medida que formos evoluindo e crescendo vamos aos poucos ampliando nossas percepções de justiça e, portanto, aplicando melhor essa verdade. 875 – Como se pode definir a justiça? A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. 875.a) O que determina esses direitos? Duas coisas os determinam: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens feito leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis estabeleceram direitos que puderam variar com o progresso dos conhecimentos. Vede se vossas leis de hoje, sem serem perfeitas, consagram os mesmos direitos da Idade Média. Esses direitos antiquados, que vos parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça. Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que, na vida particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do tribunal da consciência.
  • 6. 6 Comentários: Justiça: respeito aos direitos do outro. Até onde chegam os nossos direitos e começam os nossos deveres. Isso já é uma grande dificuldade porque nosso orgulho nos faz ver claramente os nossos direitos, mas temos dificuldade em ver o direito do outro, em perceber quando estamos desrespeitando o direito do próximo. O nosso orgulho nos cega. Da mesma forma que vemos o defeito do outro, mas não enxergamos o nosso. Quando nós nos colocamos no lugar do outro fica muito mais fácil identificar o que é direito, o que é justiça. Onde está o meu direito, onde está o direito do próximo. Esse conselho não tem erro: basta nos colocarmos no lugar do outro para que nós possamos saber até que ponto estamos sendo justos, até que ponto estamos respeitando ou não o direito dos demais. A lei natural é a lei de Deus, a lei divina, sempre justa, sempre perfeita, sempre respeita os direitos de todos. A lei humana é mutável, é adaptada a uma fase da sociedade, da humanidade terrena, considerando suas culturas, seus costumes. O que é justo para nós hoje talvez no passado não fosse. À medida que vamos evoluindo as nossas leis vão se tornando mais justas até chegar o dia em que as leis humanas serão similares às leis divinas. Essas duas leis vão se ajustando, vão se unindo. Nesse momento estaremos na condição de Espíritos angélicos, Espíritos purificados. Nessa fase não precisaremos mais das leis humanas, pois a lei divina já estará em nosso coração e agiremos com a verdadeira justiça. Nessa fase não precisaremos de normas para cumpri-las, mas apenas da nossa consciência. 876 – Fora do direito consagrado pela lei humana, qual é a base da justiça fundada sobre a lei natural? O Cristo vo-la deu: Desejai para os outros o que quereríeis para vós mesmos. Deus colocou no coração do homem a regra de toda a verdadeira justiça, pelo desejo de cada um de ver respeitar seus direitos. Na incerteza do que deve fazer em relação ao seu semelhante em uma dada circunstância, o homem se pergunta como ele desejaria que se fizesse para com ele em circunstância semelhante: Deus não poderia dar-lhe um guia mais seguro que a sua própria consciência.
  • 7. 7 Allan Kardec: O critério da verdadeira justiça é, com efeito, desejar para os outros o que se desejaria para si mesmo, e não de desejar para si o que se desejaria para os outros, o que não é a mesma coisa. Como não é natural querer o mal para si, tomando seu desejo pessoal por modelo ou ponto de partida, se está certo de não se desejar jamais senão o bem para o seu próximo. Em todos os tempos, e em todas as crenças, o homem tem sempre procurado fazer prevalecer o seu direito pessoal. O sublime da religião cristã tem sido de tomar o direito pessoal por base do direito do próximo. Comentários: Fica muito fácil compreendermos a justiça natural, a justiça divina quando tomamos por base aquilo nós não gostaríamos que nos fizessem. Sabemos pela nossa consciência aquilo que não desejamos para nós e quando tomamos como medida para o outro a mesma medida que tomamos para nós tudo fica mais claro, mais fácil. E assim temos condições de visualizar se determinadas atitudes, pensamentos e emoções que nós temos estão em conformidade ou não com a justiça divina. Caso tenhamos dúvida em relação a alguma atitude, a algum proceder e a lei humana (que ainda é imperfeita) não nos fornecer o suporte, não nos der a resposta ou informações que desejamos, busquemos na lei de Deus que com certeza encontraremos a resposta. 877 – A necessidade para o homem de viver em sociedade ocasiona-lhe obrigações particulares? Sim, e a primeira de todas é a de respeitar o direito dos seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e é isso o que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social confere direitos e impõe deveres recíprocos. Comentários: Lei de sociedade – É necessário a convivência com o outro, pois é através do outro é que vamos burilando as nossas dificuldades, as nossas imperfeições, aparando as nossas arestas ainda em desconformidade com o evangelho para que possamos evoluir.
  • 8. 8 Nós precisamos do outro. É através do outro que chegaremos até Deus. A lei de sociedade faz nascer obrigações, dentre as quais está a justiça, mesmo sendo ainda imperfeita, pois a justiça perfeita é a divina. Como ainda estamos muito aquém da perfeição relativa que é a nossa meta, a nossa justiça também é imperfeita. Ainda usamos de represálias, quando a justiça aplicada não nos agrada. Por exemplo, quando nós achamos que o outro está tendo mais direito do que eu. Ainda analisamos as situações de uma forma equivocada porque somos imperfeitos. O convívio em sociedade faz nascer obrigações que nos levam a vivenciar a justiça. Tudo está interligado. O outro é a oportunidade que eu tenho de exercer a caridade e, principalmente, lapidar as imperfeições. As leis morais não são leis individuais. Elas estão divididas em dez leis morais para facilitar a nossa compreensão. Todas juntas compõem a lei divina, a lei natural que é única e imutável. Por isso não podemos deixar de considerar o contexto como um todo. 878 – Podendo o homem se iludir sobre a extensão dos seus direitos, o que pode lhe fazer conhecer o limite? O limite do direito que reconhece ao seu semelhante em relação a ele, na mesma circunstância, e reciprocamente. 878.a) Mas se cada um se atribui os direitos de seu semelhante, que se torna a subordinação para com os superiores? Não é a anarquia de todos os poderes? Os direitos naturais são os mesmos para todos os homens, desde o menor até o maior. Deus não fez uns de um limo mais puro que os outros, e todos são iguais diante dele. Esses direitos são eternos; os que o homem estabeleceu perecem com suas instituições. De resto, cada um percebe bem sua força ou sua fraqueza e saberá ter sempre uma espécie de deferência para aquele que a mereça pela sua virtude e sua sabedoria. É importante destacar isso, a fim de que aqueles que se creem superiores conheçam seus deveres, para merecer essas deferências. A subordinação não estará comprometida, quando a autoridade for dada à sabedoria.
  • 9. 9 Comentários: Perante Deus todos nós somos iguais, portanto, usufruímos dos mesmos direitos. Caso as leis humanas tenham estabelecido direitos e deveres diferentes em função da hierarquia, da subordinação e estiverem em conformidade com a lei de Deus eles vão se manter ao longo do tempo, mas se estiverem apropriados apenas à condição daquela sociedade naquela época eles serão alterados. Enquanto as leis humanas estabelecerem diferenças entre os irmãos não estarão reajustadas com as leis divinas e sofrerão alteração com o tempo. O ser mais evoluído tem mais autoridade moral e, naturalmente há uma relação de subordinação, de hierarquia. Jamais de exploração ou de humilhação. Exemplo: Jesus – percebemos claramente a sua superioridade. Quem de nós iria se sobrepor à figura de Jesus? A subordinação quando se faz em função da sabedoria, da evolução, é natural, é espontânea. Não precisa virar lei ou normas para nos dizer, pois está em nós. O que faz com que o homem reconheça os limites dos seus direitos, é colocar-se no lugar do outro, e sentir as suas limitações. Deus nos inspira sobre as linhas divisórias dos nossos direitos, onde começa o dever. O homem sabe, por intuição divina, até onde pode ir, e passar a respeitar seu irmão. Se analisarmos bem o quanto o próximo nos ajuda a viver, nós nem chegaríamos às fronteiras a respeitar. O Evangelho de Jesus é um código universal, capaz de levar o homem à condição de angelitude, pelo elevado procedimento, por despertar nos corações a justiça e o amor para com Deus e o próximo. Não devemos ter limites para respeitar, nem para amar, nem para perdoar; os limites foram feitos por causa do egoísmo e do orgulho, invasores dos direitos alheios, usurpadores dos esforços dos outros, estabelecendo assim a desarmonia por toda parte. Os direitos naturais das criaturas são iguais. Deus não iria fazer diferença entre elas, entretanto, a consciência dentro de cada uma sabe regular os direitos de todos. 879 – Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza? O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porque praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça. Comentários:
  • 10. 10 A lei de justiça, amor e caridade é uma só lei englobando essas três virtudes nos mostrando que elas estão interligadas, uma depende da outra, uma não pode existir sem a outra. Quem realmente ama é justo e sabe ser caridoso. É o que estamos tentando fazer porque ainda pensamos em nós, ainda procuramos fazer aquilo que é justo para nós. Nem sempre aquilo que nos é justo é também para o nosso irmão. Pensamos no amor, mas queremos o amor para nós. Quando precisamos renunciar ao nosso amor pelo outro, nem sempre queremos, nem sempre encontramos em nosso coração e em nossa mente a força que precisamos para renunciar a nós pelo outro. O amor verdadeiro pratica a renúncia. Quando a gente ama, a gente faz a caridade ao outro sem sofrimento, sem angústia, sem sacrifício. É algo que nos é prazeroso. Essas virtudes andam lado a lado. Ao trabalhar uma automaticamente estaremos trabalhando as demais. É importante continuarmos tentando mesmo que possamos cair, pois faz parte do processo educativo, do crescimento. É cair e levantar e continuar tentando até que consigamos vivenciar a lei em sua plenitude. O caráter do homem que pratica a justiça em toda a sua pureza, é o do homem reto, ao qual nunca falta a tranquilidade de consciência. Todavia, esse homem dificilmente aparece na área terrena. Mesmo estudando os grandes personagens, notaremos uma tendência para o interesse próprio, para a família a que pertence, ou mesmo para o país em que nasceu. A justiça universal, que acompanha os sentimentos puros em todas as forças da justiça com amor, só a conhecemos em Jesus.
  • 11. 11 Um momento… Antes de negar-se aos apelos da caridade, medite um momento nas aflições dos outros. Imagine você no lugar de quem sofre. Observe os irmãos relegados aos padecimentos da rua e suponha-se constrangido a semelhante situação. Repare o doente desamparado e considere que amanhã provavelmente seremos nós candidatos ao socorro na via pública. Examine o ancião fatigado e reflita que, se a desencarnação não chegar em breve, não escapará você da velhice. Contemple as crianças necessitadas, lembrando os próprios filhinhos. Quando a ambulância deslize rente ao seu passo, conduzindo o enfermo anônimo, pondere que, talvez um parente nosso extremamente querido, se encontre a gemer dentro dela. Escute pacientemente os companheiros entregues à sombra do grande infortúnio e recorde que em futuro próximo, é possível estejamos na travessia das mesmas dificuldades. Fite a multidão dos ignorantes e dos fracos, cansados e infelizes, julgando-se entre eles e mentalize a gratidão que você sentiria perante a migalha de amor que alguém lhe ofertasse. Pense um momento em tudo isso e você reconhecerá que a caridade para nós todos é simples obrigação. Psicografado por Chico Xavier pelo espírito de André Luiz, do livro Mãos Marcadas, por espíritos diversos
  • 12. 12 11.2 – Direito de propriedade. Roubo 880 – Qual é o primeiro de todos os direitos naturais do homem? O de viver. Por isso, ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer nada que possa comprometer a sua existência corporal. Comentários: O direito à vida é o primeiro direito de todos os direitos naturais do homem. Precisamos compreender que a lei de conservação, a lei de justiça, amor e caridade nos impõe o dever para com o nosso irmão, o dever de preservar a vida de todo ser vivo. Dever de preservar a vida não apenas dos nossos irmãos em Espírito que já se encontram no reino hominal, mas o respeito para com a vida se aplica também na natureza, aos animais. Se ainda precisamos nos alimentarmos da carne animal que seja feito com respeito, com o mínimo de sofrimento possível e apenas no exato limite das nossas necessidades porque precisamos respeitar toda a obra de Deus, inclusive os nossos irmãos menores. Eles também têm direito à vida. E o mundo vegetal também, enfim, o nosso planeta. Não devemos atentar contra a vida dos nossos irmãos, dos nossos semelhantes. Mesmo em caso de legítima defesa, a doutrina espírita nos orienta que tem que ser apenas no exato tamanho que nós necessitamos para preservar a nossa vida, mas que devemos tentar, na medida do possível, preservar a vida daquele que nos ofende. Nós podemos e devemos nos defender, mas no limite exato para manter a nossa vida procurando poupar a vida do outro, mesmo que ele não fizesse o mesmo conosco, mas a nós cabe fazer a justiça de modo equilibrado. Aborto 358 – O abortamento voluntário é um crime, qualquer que seja a época da concepção? Existe sempre crime quando transgredis a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre crime tirando a vida à criança antes de nascer, porque está impedindo, à alma, de suportar as provas das quais o corpo deveria ser o instrumento. A doutrina Espírita é terminantemente contra ao aborto. Todas as pessoas que participaram e incentivaram o aborto têm a sua parcela de responsabilidade. Não é só a mãe e o pai que irão responder, mas todos os envolvidos, cada qual na medida da sua responsabilidade no ato. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
  • 13. 13 Tirando daquele Espírito a oportunidade das experiências que ele precisa para a sua evolução. 359 – No caso em que a vida da mãe estivesse em perigo com o nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe? É preferível sacrificar o ser que não existe ao ser que existe. Diante de uma gravidez que coloca em risco a vida da mãe, é preferível manter a vida da mãe e sacrificar a vida daquele ser em formação. Ou seja, em uma gravidez em que corre o risco de se perder a mãe, entre a mãe e o filho, é preferível preservar a vida da mãe (que já está consolidada). É o único caso em que a doutrina espírita considera possível a prática do aborto para manter a vida da mãe. Não é taxativa a resposta; atentemos para a palavra “preferível”, portanto, é uma sugestão para situações concretas de risco da vida da mãe. O direito à vida é nosso. O direito à vida é dos nossos irmãos também. 881 – O direito de viver dá ao homem o direito de ajuntar o que necessitar para viver e repousar, quando não puder mais trabalhar? Sim, mas deve fazê-lo em família, como a abelha, por um trabalho honesto e não amontoar como um egoísta. Mesmo alguns animais lhe dão o exemplo da previdência. Comentários: É justo nos preocuparmos em acumular um pouco de bens enquanto nós temos condições de saúde para trabalhar, pois quando chegarmos na terceira idade as forças não são as mesmas, nossa saúde já se encontra mais debilitada. É justo fazer investimentos, adquirir propriedades, fazer poupanças, sem egoísmo, sem apego. Então é correto ser previdente para que no futuro possamos continuar nos cuidando com calma, com serenidade, nos sentirmos bem diante de tudo. Esse acúmulo não deve ser pautado no egoísmo, mas no bem-estar de todos, envolvendo a família em todas as situações. Todos trabalhando por todos. O exemplo da abelha que faz um trabalho honesto, mas pensa na coletividade. É trabalho e usufruto coletivo.
  • 14. 14 Nós podemos acumular não pensando apenas em nós. Vou acumular porque eu quero viver bem na minha idade mais avançada, quando tiver não mais a mesma saúde de atualmente. Devemos pensar em nossos familiares, nos filhos, pais, irmãos, de forma que possamos utilizar um pouco daquele recurso também para aliviar a dor do próximo, para ajudar o próximo. Não seria utilizar todos os nossos recursos poupados (reservados) para um momento futuro. Não devemos sair por aí distribuindo tudo de forma inconsequente para nossos familiares ou para outras pessoas. O equilíbrio e o bom senso devem estar presentes em todas as situações. Não devemos ser egoístas e nem pródigos (generosos), mas sim equilíbrio que deve ser alcançado com amor. Devemos atentar para a lei do trabalho, pois também precisamos do repouso. Trabalhar é importante, mas repousar também. Ambos são leis da natureza. Nós precisamos de equilíbrio em nossas ações. Não adianta trabalharmos em excesso, muitas vezes, buscando crescer, melhorar de vida, fornecer certo conforto à família, mas por outro lado prejudicamos o nosso corpo, a nossa saúde, a nossa família, o nosso lazer, comprometemos outros valores em nossa vida. Portanto, esse acúmulo de recursos, essa poupança deve ser efetuada com muita cautela para que não venha trazer outros prejuízos, como a nossa saúde física, mental, emocional e a atenção que devemos à família. ESE – Capítulo XVI – Item Guardar-se da avareza. O direito de viver é inerente à personalidade humana e a todas as criaturas, por ter sido tudo criado por Deus. E se têm o direito de viver, têm o de comer, de vestir e de se regalar. Para tanto, recebem os Espíritos a inteligência, usando dela honestamente para o bem- estar, favorecendo igualmente aos que trilham conosco os mesmos caminhos. O abuso daquilo que nos pertence é que nos faz sofrer e o desperdício dos bens materiais nos complica a vida. A natureza nos dá exemplos de como viver; basta analisarmos os fatos que ela nos apresenta. (Miramez) Podemos usar a inteligência para acumular os bens materiais, desde quando isso não represente egoísmo e orgulho, que nos leve a interromper as dádivas ao nosso próximo. Quem trabalha para o bem-estar da família se encontra revestido de nobreza, no entanto, é necessário que a noção de família seja mais elástica, não se restringindo aos nossos parentes consanguíneos e afins, mas abrangendo a família maior, que é a sociedade. (Miramez)
  • 15. 15 882 – O homem tem o direito de defender o que ajuntou pelo trabalho? Deus não disse: não furtarás; e Jesus: é preciso dar a César o que pertence a César? Allan Kardec: O que o homem amontoa por um trabalho honesto é uma propriedade legítima que tem o direito de defender, porque a propriedade que é fruto do trabalho, é um direito natural tão sagrado como o de trabalhar e de viver. Comentários: Tudo aquilo que obtemos mediante um trabalho honesto é nosso, é legítimo. Devemos defender a propriedade, defender esses bens que não são resultados de roubo ou de atitudes equivocadas, erradas, ilegal, mas em decorrência do nosso próprio esforço e do nosso trabalho. O “Não roubarás” é no sentido de respeitarmos aquilo que é do outro. A justiça é clara no sentido de que devemos obedecer e respeitar os direitos de todos, assim como nós desejamos que os nossos direitos sejam respeitados precisamos também respeitar dos demais. Quando Jesus nos diz: “dai a César o que é de César”. Dai a César o que é dele por direito, os bens materiais, o dinheiro do mundo, pois para Deus são as riquezas do Espírito, portanto, a cada um segundo as suas obras, a cada um. É justo defendermos os bens que tenhamos conseguido como fruto do nosso trabalho, mas não é o fato de termos o direito de defendermos esses bens que devemos fazê-lo de forma egoísta. Não por egoísmo, mas por direito. Mesmo que esses bens me pertençam por terem sido obtidos em decorrência do trabalho devo utilizá-los não apenas em meu próprio benefício, mas também em benefício dos meus irmãos, da humanidade. A melhor defesa dos bens terrenos é a honestidade, ou seja, se não lesarmos a ninguém, estaremos construindo defesa segura em todos os lados dos bens materiais. Não nos esqueçamos, igualmente, de ajudar aos que precisam do pão, da veste e do teto. Deus espera de cada um de nós: humildade, fraternidade e amor. O dever do cristão é semear vida, para colher vida; semear a fé, para colher a certeza;
  • 16. 16 semear a caridade, para colher a benevolência; semear o perdão, para colher a amizade; semear o amor, para colher a felicidade. Eis as melhores defesas de tudo o que nos pertence na vida. (Miramez) 883 – O desejo de possuir está na Natureza? Sim, mas quando o homem só deseja para si e para a sua satisfação pessoal, é egoísmo. 883.a) Não é legítimo, entretanto, o direito de possuir, visto que aquele que tem de que viver não é carga para ninguém? Há homens insaciáveis e que acumulam sem proveito para ninguém, ou para satisfazer suas paixões. Crês que isso seja bem visto por Deus? Aquele que, ao contrário, amontoa por seu trabalho para ajudar seus semelhantes, pratica a lei de amor e caridade, e seu trabalho abençoado por Deus. Comentários: Depende da intenção. Qual a intenção que move a pessoa para possuir bens. É para satisfação do seu interesse pessoal? É para satisfação do seu egoísmo? É para saciar as suas paixões? Então são intenções que não estão em consonância com a lei de Deus, uma vez que temos que combater o orgulho e o egoísmo. Nós estamos aqui na Terra para aprender a amar, para aplicar a lei de justiça, de amor e de caridade. Com certeza, o possuir é agradável a Deus desde que utilizemos os bens para ajudar, para amparar e para socorrer os nossos semelhantes. 884 – Qual é o caráter da propriedade legítima? Não há propriedade legítima, senão aquela que foi adquirida sem prejuízo para outrem (808). Allan Kardec: A lei de amor e de justiça, proibindo fazer a outrem o que não desejáramos que nos fizessem, condena por isso mesmo todo meio de aquisição contrário a essa lei.
  • 17. 17 Comentários: A legítima propriedade é aquela que é adquirida pelo trabalho honesto em todos os seus pormenores. Não existe meio termo para a honestidade; ela é reta em todas as suas circunstâncias de justiça. Propriedade legítima só é aquela adquirida, conquistada sem prejuízo ao nosso irmão. Quando a aquisição das propriedades passa a prejudicar aos outros, ela já não é legítima. Se não seguimos na linha da justiça, aparece o roubo, ferindo a lei que nos manda respeitar os direitos alheios. Digno é o trabalhador do seu salário, mas ele não pode receber o salário sem o esforço no trabalho proveitoso. Tudo aquilo que tenho, tudo aquilo que conquistei, todas as minhas propriedades decorreram de uma aquisição justa? Será que durante essa aquisição alguém saiu prejudicado? Será que tenho me esforçado, me dedicado, fazendo o meu melhor no meu trabalho merecendo dignamente o meu salário? Às vezes no decorrer da nossa vida desejamos conquistar tantas coisas e movimentos por esse sentimento de egoísmo, por esse interesse pessoal nós não nos preocupamos em magoar, em ferir, em prejudicar o outro. Esse não é o procedimento de um verdadeiro cristão. Essa atitude jamais será legítima e agradável a Deus. Se atualmente ao fazermos tais reflexões percebermos que agimos de forma equivocada no passado, no tocante à aquisição dessas propriedades, desses bens ainda há tempo de repensar, de corrigir, de fazer o bem. Reconcilia-te com teu adversário enquanto ele caminha contigo (Mt 5:24) Como podemos reparar os erros cometidos? Fazendo o bem. Procurando ver se há meios de desfazer a ilegalidade. Tentar corrigir aquele erro, aquele mal que foi feito. Se não for possível reverter junto àquela pessoa podemos procurar corrigir através da prática do bem a outra pessoa e pouco a pouco ir nos ajustando com a lei. Toda atitude positiva ou negativa tem consequências perante à lei divina que serão boas se decorrerem de atitudes positivas, caso contrário iremos colher dores e sofrimentos. A legítima propriedade é justa, é sincera, é honesta. O que desejamos de melhor para nós, ofertamos ao nosso irmão em caminho.
  • 18. 18 885 – Será ilimitado o direito de propriedade? Sem dúvida, tudo o que é adquirido legitimamente é uma propriedade. Todavia, como o dissemos, a legislação dos homens, sendo imperfeita, consagra, frequentemente, direitos de convenção que a justiça natural reprova. Por isso, eles reformam suas leis à medida que o progresso se realiza, e que compreendem melhor a justiça. O que parece perfeito num século, parece bárbaro no século seguinte. (795). Comentários: O direito de propriedade se modifica quando é pautado na justiça dos homens e não na justiça divina. Tudo o que decorre da lei divina é eterno, pois a lei de Deus é perfeita, não precisa de mudança e nem sofre alterações no decorrer do progresso. Mas o que decorre da lei humana, da justiça dos homens é mutável. Aquilo que é direito de propriedade, mas que decorre da condição de materialidade provavelmente sofrerá mudanças no decorrer do tempo. Por isso temos que ter cautela em dizer que o direito de propriedade é ilimitado. O direito de propriedade só é ilimitado quando se refere a tudo aquilo que está em conformidade com a lei de Deus, com a lei natural. Aquilo que se refere à lei dos homens não há direito ilimitado e vai ser alterado com o tempo, à medida que evoluímos. Exemplos: - Grandes impérios do passado:  Império Romano – período da história de Roma que se iniciou com nomeação de Otávio Augusto no ano 27 a.C. e termina com o fim do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. que marca o fim da Idade Antiga e início o da Idade Média.  Império Mongol – séculos XIII e XIV foi o maior império de terras contíguas da história e o segundo maior império em área,  Império Britânico – O Império Britânico existiu de 1583 a 1997. Foi o maior império na história da humanidade, chegando a dominar quase um quarto do planeta. - No passado os escravos eram propriedades dos senhores. Eles tinham por lei, direito a essa propriedade, utilizavam do seu próximo como se fosse realmente um bem, uma mercadoria, uma propriedade. Hoje isso nos configura como bárbaro. Não conseguimos e não podemos aceitar um comportamento como esse, embora ainda tenham pessoas que veem as
  • 19. 19 pessoas negras como se fossem inferiores, certamente são resquícios dessa cultura, dessa época que nós vivemos. Na verdade, o que é ilimitado é a caridade, o amor e o perdão. São situações em que não há limites. As únicas barreiras são as do coração, os sentimentos. Conseguindo extrapolar tais barreiras podemos expandir infinitamente pelo Universo. A verdadeira propriedade O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir. (Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XVI, item 9) Administrar bem os bens materiais, pois prestaremos contas daquilo que está sob nossa responsabilidade. Não enterrar, nem desperdiçar os talentos a nós confiados. Devemos multiplicá-los em benefício da humanidade. Mensagem: A vida na Terra é eminentemente transitória. Por longa que pareça determinada existência, seu término é uma certeza. O plano espiritual é o ponto de partida e de chegada de todas as almas que renascem na Terra. Elas aqui aportam trazendo projetos de trabalho e de crescimento pessoal. A experiência terrena é como um estágio de aprendizado. A morada natural dos Espíritos é no plano espiritual. A ampla maioria dos homens não consegue assimilar essa verdade e os seus inevitáveis desdobramentos. Muitos deles vivem na Terra como se nela se centrassem todas as suas aspirações. Procuram riquezas, poder e projeção social, mesmo à custa de atos vergonhosos. Agem como se apenas eles e suas famílias fossem importantes. Nessa ótica, não titubeiam em semear a miséria e a desgraça nas vidas dos outros.
  • 20. 20 Enquanto cuidam de seus interesses imediatos, cobrem-se de crimes e desenvolvem numerosos vícios. Mesmo quem não chega a extremos, raramente reflete a respeito da razão de sua existência. A certeza da morte deveria funcionar como um antídoto para as ilusões mundanas. A transitoriedade da experiência terrestre faz com que ela se assemelhe à preparação para uma grande viagem. Quando alguém vai a um país distante, cuida de levar na bagagem objetos que lá sejam úteis. De nada adianta gastar tempo e esforço para amealhar coisas que não poderão atravessar a fronteira. Quem assim age corre o risco de chegar sem nada ao seu destino, na qualidade de um autêntico mendigo. Sem dúvida é necessário cuidar dos interesses terrenos. Não há problema algum no desfrute dos bens materiais e muito menos no trabalho que propicia o seu alcance. O erro reside em centrar nas coisas mundanas toda atenção, em detrimento dos próprios interesses eternos. Fortuna, beleza, poder, nada disso atravessa os portais da eternidade. É insano comprometer a própria dignidade espiritual com conquistas transitórias. Sempre chegará o momento de resgatar os equívocos cometidos e de reparar os estragos causados na vida do semelhante. Embora o dinheiro e a importância fiquem para trás, os atos indignos praticados na sua busca são levados na consciência. Ocorre que também os gestos nobres integram o patrimônio do Espírito em sua jornada de retorno ao lar. Na verdade, o homem só possui efetivamente o que pode levar deste mundo. Tudo o que será constrangido a deixar constitui apenas uma posse transitória. Assim, nada do que é de uso do corpo é permanente e real. Já os dons da alma são eternos: uma vez conquistados, jamais são perdidos. Convém, pois, tratar de desenvolver a inteligência e as qualidades morais, reveladas mediante uma vida digna. Elas são o único tesouro que pode ser levado na viagem de regresso ao verdadeiro lar. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVI, item 9 de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb
  • 21. 21 11.3 – Caridade e amor ao próximo 886 – Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas. Allan Kardec: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem que está ao nosso alcance e que gostaríamos nos fosse feito a nós mesmos. Tal é o sentido das palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros, como irmãos. A caridade, segundo Jesus, não está restrita à esmola. Ela abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes, quer sejam nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos ordena a indulgência porque nós mesmos temos necessidade dela. Proíbe-nos de humilhar o infortúnio, contrariamente ao que se pratica muito frequentemente. Se uma pessoa rica se apresenta, tem-se por ela mil atenções, mil amabilidades; se é pobre, parece não haver mais necessidade de se incomodar com ela. Quanto mais sua posição seja lastimável, mais se deve respeitar antes de aumentar seu sofrimento pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura realçar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos. Comentários: Essa pergunta com sua respectiva resposta jamais deve ser esquecida. Deveríamos ler todos os dias das nossas vidas para que pudéssemos compreender o alcance dessas palavras e, principalmente, trabalhá-las em nosso coração. Benevolência para com todos – É a caridade pura e irrestrita com todas as pessoas. Não apenas a caridade material, não apenas a caridade moral, mas a caridade completa, plena. A caridade material é mais fácil. A caridade moral é muito mais meritória. Na caridade material doamos o que nós temos, na moral doamos aquilo que nós somos. Benevolência no sentido de ajudar, de amparar todas as pessoas. Por isso precisamos continuamente crescermos, melhorarmos cada vez mais para podermos doar de nós mesmos para o outro. Usar a bondade em todas as situações, desde o olhar, o falar, o agir. Sempre a bondade. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
  • 22. 22 Ex: Fulano não gosta de mim. Ainda assim devo usar da bondade para com esse irmão. Indulgência para com as imperfeições alheias – Como é difícil para nós! Não destacar os erros e as dificuldades do próximo, mas procurar ver aquilo que o outro tem de bom, mesmo porque todos nós somos imperfeitos. Nós também precisamos da indulgência, desse olhar caridoso do outro para conosco. Somos muitas vezes muito indulgentes com os nossos familiares. Mesmo conseguindo visualizar as suas dificuldades, os seus defeitos, as suas sombras, temos o olhar amoroso para ver aquilo que nossos familiares, filhos, parentes já têm de bom. E assim como fazemos com eles devemos fazer para com todos os nossos irmãos porque somos filhos de um mesmo pai. Não julgar, não destacar o erro do próximo, mas ver aquilo que ele já tem de bom. Procurar destacar as suas virtudes para que ele possa sempre encontrar ânimo para se corrigir e melhorar. Indulgência no sentido de não ver, não olhar os equívocos, as imperfeições do outro, mas procurar ver o que a pessoa tem de bom, lembrar que nós também somos imperfeitos e a todo momento estamos necessitando da indulgência do pai. Ex: Vou desmascarar fulano. Situação que muitas vezes envolve também a calúnia. Essa situação na atualidade é muito comum, principalmente, através dos compartilhamentos nas redes sociais. Perdão das ofensas – Nos liberta das amarras que nos prendem ainda à matéria e ao distanciamento de Deus. O perdão é aquele sentimento difícil, mas é uma decisão que nos faz caminhar. Enquanto estamos com essas correntes que nos aprisionam à matéria, jamais conseguiremos nos elevar a Deus. Perdão das ofensas, onde nós conseguimos nos libertar de um peso gigantesco, através do auto perdão, do perdão do outro. Pedir perdão a Deus. O perdão nos aproxima da divindade. Jesus que não devia nada, não tinha imperfeições, não tinha resgates a fazer perdoou a todos nós, a toda a humanidade que o crucificou (um Espírito puro que veio nos ensinar o amor). “Pai, perdoas. Eles não sabem o que fazem.” Se Jesus conseguiu nos mostrar esse exemplo de perdão, nós também podemos desde que queiramos, que nos esforcemos para isso. Temos em Jesus o nosso exemplo. Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete. (Mt 18:21-22) Buscamos todos os dias sermos felizes. Onde estamos buscando essa felicidade? Será que estamos buscando em Jesus? Se assim fizermos conseguiremos exercitar a caridade na concepção e na amplitude que Jesus deu a essa palavra. Benevolência, indulgência e perdão retrata a verdadeira caridade.
  • 23. 23 887 – Disse Jesus também: Amai mesmo vossos inimigos. Ora, o amor por nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provém da ausência de simpatia entre os Espíritos? Sem dúvida, não se pode ter pelos inimigos um amor terno e apaixonado; não foi isso que ele quis dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e restituir bem por mal. Por este meio nos tornamos superiores a eles; pela vingança, colocamo- nos abaixo deles. Comentários: Quando ouvimos o que o Mestre nos disse: “Amai os vossos inimigos”, em um primeiro momento achamos que temos que ter por aqueles que se colocam como nossos inimigos o mesmo amor, a mesma alegria, a mesma amizade, a mesma confiança que temos pelos nossos amigos, nossos familiares e aquelas pessoas que nos são afins. Não é isso que Jesus quis dizer. Como teremos o mesmo sentimento se esse sentimento decorre de uma afinidade de pensamentos, de vibrações? Uma pessoa que se coloca na condição de inimizade, de desafeto, não há como termos o mesmo sentimento, mas nós podemos perdoar o mal que nos foi feito. Podemos retribuir o mal com o bem. Podemos não querer ou não desejar o mal para aquela pessoa. Nós podemos e devemos querer e desejar o bem para aquela pessoa, que ela cresça, que possa fazer a sua reforma íntima, que possa se transformar em alguém melhor. De modo que essa pessoa não cause mais mágoas, prejuízos a outros. Devemos envolvê-la em nossas preces. Tudo isso podemos desejar mesmo sem ter o sentimento de amor como nós temos por aqueles que nos são afins. Isso significa amar os inimigos. Nós devemos trabalhar o nosso coração, os nossos sentimentos para que a mágoa, o rancor, o ódio que ainda existe em nosso coração possa ceder lugar ao amor. 888 – Que pensar da esmola? O homem reduzido a pedir esmola se degrada moral e fisicamente: ele se embrutece. Numa sociedade baseada sobre a lei de Deus e a justiça, deve-se prover a vida do fraco sem humilhação para ele. Ela deve assegurar a existência daqueles que não podem trabalhar, sem deixar sua vida à mercê do acaso e da boa vontade.
  • 24. 24 888.a) Reprovais a esmola? Não, não é a esmola que é reprovável, frequentemente, é a maneira pela qual é feita. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, se antecipa ao infeliz sem esperar que ele lhe estenda a mão. A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; ela está mais no gesto que no fato. Um serviço feito com delicadeza duplica de valor; se é feito com ostentação, a necessidade pode fazê-lo aceitar, mas o coração não é tocado por ele. Lembrai-vos também que a ostentação, aos olhos de Deus, tira o mérito do favor. Disse Jesus: Que a vossa mão esquerda ignore o que dá vossa mão direita; ele vos ensina com isso a não deslustrar a caridade pelo orgulho. É preciso distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado não é sempre aquele que pede; o receio de uma humilhação retém o verdadeiro pobre e, frequentemente, ele sofre sem se lamentar. É a este que o homem, verdadeiramente humano, sabe ir procurar sem ostentação. Amai-vos uns aos outros é toda a lei, a lei divina pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica. Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnação ou erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e o aperfeiçoa, e um inferior diante do qual tem os mesmos deveres a cumprir. Portanto, sede caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar de vossa bolsa o óbolo que dais friamente àquele que ousa vo-lo pedir, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos dos vossos semelhantes; em lugar de menosprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede dóceis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores, assim como em relação aos seres mais ínfimos da criação, e tereis obedecido à lei de Deus. (São Vicente de Paulo) Comentários: Não reprova a esmola, mas a maneira como habitualmente ela é dada. Muitas vezes fazemos a caridade humilhando aquele que recebe. A verdadeira caridade, a beneficência é aquela que engrandece quem está recebendo, que auxilia de forma que não fique evidente que estamos ajudando o outro, mas que seja algo natural, espontâneo para que quem receba aquele benefício não se sinta humilhado.
  • 25. 25 Isso é um desafio para todos nós, pois muitas vezes não sabemos ofertar a nossa ajuda. Primeiro, temos dificuldades em dar, em ajudar, em sermos caridosos e depois temos dificuldades em fazer isso com humildade, com amor, com benevolência, com a verdadeira caridade. Devemos refletir para ver de que maneira estamos ajudando, se é realmente de boa vontade, com carinho, com amor, procurando elevar quem está recebendo ou se estamos apenas cumprindo uma obrigação. Outro fato importante, é irmos em busca dos infortúnios ocultos. Não esperemos que o outro venha pedir. Que estejamos de olhos abertos, atentos à necessidade do outro. Muitas pessoas com medo da humilhação que podem sentir diante do ato de pedir passa por dificuldades calados e cabe a nós (se tivermos olhos para ver) ir em busca dos infortúnios ocultos. Não esperar que eles nos cheguem. Adotar todas as medidas para amparar, auxiliar essas pessoas que precisam. Nós podemos fazer isso, basta sairmos da nossa comodidade que muitas vezes não olhamos para o próximo, não olhamos para a necessidade do outro e ficamos absorvidos nos nossos interesses, cultivando o nosso orgulho e o nosso egoísmo. Basta trabalharmos esse sentimento em nós, pois com certeza, vamos perceber muitos irmãos que precisam do nosso auxílio, do nosso amparo. 889 – Não há homens reduzidos à mendicância por suas faltas? Sem dúvida, mas se uma boa educação moral os houvesse ensinado a praticar a lei de Deus, eles não cairiam nos excessos que causam sua perda; é disso sobretudo que depende o melhoramento do vosso globo. (707). Comentários: Educação global – família e escola. Muitas vezes na reencarnação atual somos os responsáveis pelos nossos infortúnios, pelo nosso sofrimento, pela nossa miséria. Muitos sofrimentos pelos quais passamos aqui não estavam previstos em nosso planejamento reencarnatório. Faltou esforço, dedicação, sabedoria, humildade, compreensão, perdão. ESE – Capítulo 5 – Bem-aventurados os aflitos. No item que trata das causas atuais das aflições relata que muitas vezes buscamos sofrimentos para nós nessa reencarnação em função das nossas escolhas equivocadas, as quais poderíamos ter evitado se nós tivéssemos
  • 26. 26 refletido um pouco mais e tentado vivenciar o evangelho do nosso Mestre Jesus. São provas e sofrimentos que nós não precisaríamos passar na reencarnação atual. Precisamos passar por aquelas que estão previstas no nosso planejamento reencarnatório que nos trarão crescimento, mas essas que buscamos de forma voluntária na atual reencarnação são dispensáveis. Muitas vezes optamos pela ausência da lei de Deus em nossas vidas acabamos caindo nos excessos que nos levam à perdição. Portanto, muitos sofrimentos que passamos é por conta da nossa imprevidência, da nossa má conduta diante da vida. Por isso precisamos repensar tudo o que fazemos e não colocar tudo em função do planejamento reencarnatório, de vidas passadas. Uma boa educação com princípios, com esforço, nos livraria de muitas dificuldades na vida atual.
  • 27. 27 11.4 – Amor maternal e filial 890 – O amor maternal é uma virtude ou um sentimento instintivo comum aos homens e aos animais? É uma e outra coisa. A Natureza deu à mãe o amor pelos filhos no interesse de sua conservação. Mas entre os animais esse amor é limitado às necessidades materiais e cessa quando os cuidados tornam-se inúteis. Entre os homens ele persiste por toda a vida, e comporta um devotamento e uma abnegação que são da virtude. Sobrevive mesmo à morte e segue o filho além do túmulo. Bem vedes que há nele outra coisa mais do que no animal. (205- 385). Comentários: O amor maternal que visualizamos nos animais é esse sentimento instintivo necessário para que haja a manutenção da vida, a conservação desses animais que ainda não têm condições de se conduzirem e de manterem a sua sobrevivência. Então é necessário que haja esse sentimento instintivo, esse amor maternal para a garantia da sobrevivência deles. No que se refere ao reino hominal é diferente. Não é apenas a necessidade de conservação que faz com que o amor maternal exista. O devotamento, a abnegação são virtudes e que permanece por toda a existência e ainda pode acompanhar no além-túmulo. Muitas vezes temos a oportunidade de verificar nas reuniões mediúnicas o amparo, o auxílio, o trabalho desempenhado pelas mães no plano espiritual. Em muitos casos essa conexão é fundamental para o amparo dos seus filhos (encarnados e desencarnados). Muitas vezes os filhos se encontram perdidos no caminho do erro ou sem se encontrar na espiritualidade (ou mesmo no plano material), vem a mãe com a sua devoção, com o seu amor, com a sua renúncia e ampara aquele Espírito aliviando as suas dores e fortalecendo-o para a mudança de vida, para o despertar para uma vida melhor e mais feliz. O amor materno não decorre apenas do sentimento instintivo, mas é uma belíssima virtude adquirida com devotamento e abnegação. É o amor mais próximo do amor de Deus para conosco, seus filhos muito amados. No entanto, a razão vem nos alertar para que não possamos traduzir esse amor em apego, comumente visto em demasia em alguns pais. (Miramez) LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo XI: Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
  • 28. 28 891 – Visto que o amor maternal está na Natureza, por que há mães que odeiam os filhos, e isso desde o seu nascimento? Algumas vezes, é uma prova escolhida pelo Espírito do filho, ou uma expiação se ele mesmo foi mau pai ou mãe má ou mau filho, numa outra existência (392). Em todos os casos, a mãe má não pode ser animada senão por um mau Espírito que se esforça por dificultar a existência do filho, a fim de que ele sucumba sob as provas que aceitou; mas esta violação das leis da Natureza não ficará impune, e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos que haja superado. Comentários: Essa situação pode ser uma prova que o filho escolheu para crescer, para evoluir, para aprender. Pode ser uma expiação também quando o filho em reencarnações passadas foi um mau pai ou uma mãe perversa ou mesmo um filho ruim. Pela lei de causa e efeito de alguma forma nós sofremos um pouco daquilo que nós fizemos o outro sofrer. A lei de causa e efeito não é a lei de talião (olho por olho e dente por dente). Não significa dizer que tudo aquilo que fiz o outro passar eu sofrerei na mesma intensidade. Se plantei o mal, colherei o mal, mas apenas o necessário para o meu aprendizado, para o meu crescimento. Deus não quer a nossa dor, mas sim o nosso aprendizado. É provável que um filho que esteja passando por essa condição de uma mãe que o maltrata ou odeia que ele possa estar em um processo expiatório devido algo que ele tenha feito, mas conforme a misericórdia divina, ele estará passando por um sofrimento bem menor do que a infração cometida. A ocorrência de uma mãe má é porque ali habita ainda um Espírito ruim, um Espírito imperfeito que de alguma forma cria embaraços para a evolução, para o desenvolvimento do seu filho e, certamente, vai responder pela sua má conduta como mãe. É um Espírito em profundo egoísmo, ainda não conhece o bem. A mãe que abandona, que maltrata, que age com agressão verbal, física, emocional, psicológica, que grita, esbraveja, não expressa ternura, carinho, amor. É uma relação muito difícil entre a mãe e filhos. Falta diálogo, simpatia, afetividade, confiança. Geralmente, as pessoas que agem assim também tem uma relação conjugal muito difícil, na maioria das vezes, trilhando sua árdua caminhada só, sem o auxílio de um parceiro.
  • 29. 29 Todas as nossas atitudes boas ou ruins têm consequências para com a justiça divina. Nada fica imune diante da lei de Deus. É uma prova árdua. Quanto mais difícil é a prova quando vencemos, mais méritos temos para com a justiça divina. As mães que expressam tais sentimentos e atitudes são dignas de misericórdia, compaixão e ajuda. Os filhos, cujas mães agem dessa forma e apesar de todo o sofrimento dada às atitudes de desprezo, indiferença e agressão, devem ser indulgentes compreendendo suas limitações e imperfeições e não deve faltar a consideração, o respeito e, principalmente, a gratidão pela oportunidade da reencarnação e pela manutenção da vida através da alimentação e dos cuidados, mesmo que precários. 892 – Quando os pais têm filhos que lhes causam desgostos não são escusáveis por não terem para com eles a ternura que o teriam em caso contrário? Não, porque é um fardo que lhes é confiado, e sua missão é a de fazer todos os esforços para os reconduzir ao bem (582-583). Mas esses desgostos são, frequentemente, o resultado dos maus costumes que os deixaram tomar desde o berço: colhem, então, o que semearam. Comentários: A paternidade, a maternidade é uma missão de grande responsabilidade. Os filhos são empréstimo de Deus. Ele confia em nós. Quando os filhos nos causam desgosto, nos desrespeitam ou não seguem as nossas orientações, não podemos deixá-los livres ou soltos à própria sorte. Não podemos dispensar para com eles o cuidado e a atenção devidos. Temos que nos esforçar sempre para encaminhá-los para o bem. Nós assumimos um compromisso para com Deus e para com esses Espíritos também. Outras vezes o que nós enfrentamos hoje são consequências da nossa educação equivocada. Quantas vezes deixamos de educar, deixamos de impor limites, deixamos de dizer um “não”. Muitas vezes pelo amor e pela falta de inteligência e tato na condução desse amor damos demais para os nossos filhos, mimamos demais e a
  • 30. 30 consequência disso no amanhã é exatamente filhos que nos dão desgostos e, alguns casos, viram as costas para os próprios pais. Não quer dizer que toda educação equivocada dos nossos filhos a responsabilidade seja dos pais, mas enquanto pais precisamos fazer uma reflexão muito profunda e consciente no sentido de perceber se quando tínhamos que educar realmente fizemos e ainda assim os filhos seguiram pelo caminho do erro. Nesses casos, a responsabilidade é dos filhos apenas. Quando os pais tudo fizeram para oferecerem boa educação, para trazerem os filhos para o amor e para Deus podem ficar com as consciências tranquilas porque não serão responsabilizados pelas escolhas equivocadas dos filhos quando eles tudo fizeram para educar. Portanto, em relação aos maus filhos, os pais podem ou não terem responsabilidade nesses atos. Não se deve ficar amargurando diante da decepção em função da conduta do filho. Não abandonar o filho. Não acolher o erro, mas acolher o filho. Com certeza a semente da orientação, do bom caminho foi plantada, cedo ou tarde ela germinará. Por isso, amar, amar sempre. ESE – Capítulo V, item 4 – pág. 54. ESE – Capítulo XIV, item 9 – pág. 146-148. Quando os filhos causam desgostos aos pais, em parte pode ser por descuido na sua educação. Os pais têm a obrigação de educar seus filhos moralmente também, falando e dando exemplos de retidão de vida, ou pelo menos se esforçando para tal desempenho. São sementes que devem ser semeadas nos corações que crescem para a luz. Quando descuidamos, a plantinha tenra pode desviar-se do caminho do amor e da paz. Convém que os pais entendam sua missão, antes de sê-lo. Se cuidam dos filhos como pais que entendem sua tarefa e os filhos não correspondem aos seus esforços, a culpa não é deles; eles cumpriram com as obrigações, mas, de qualquer modo, fica alguma lição nos caminhos dos filhos que, no amanhã, deverão reconhecer os esforços dos seus pais para a sua melhoria. Os maus filhos sempre são maus Espíritos encarnados que vieram à Terra com a finalidade de se melhorarem moralmente e é neste objetivo que a lei da reencamação opera, despertando as almas para a luz da verdade. (Miramez)
  • 31. 31 REFERÊNCIAS: KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: IDE, 2008. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador Gentile. Araras – SP: IDE, 2008. KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. MLODINOW, Leonard. De primatas a astronautas: A jornada do homem em busca do conhecimento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015. SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo Espírito Emmanuel. XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Missionários da Luz. 45ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Nos domínios da Mediunidade. 36ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
  • 32. 32 XAVIER, Chico. Ação e Reação. 30ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. 27ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. 28ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. E a vida continua.... 35ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. https://www.bibliaonline.com.br/ http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html https://super.abril.com.br/historia/os-bastidores-do-livro-dos-espiritos/ https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI- OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111 https://www.youtube.com/playlist?list=PLlRlJDlCghdwROpe8PBZF5_wFxlJqq UnZ https://espirito.org.br https://pt.slideshare.net https://slideplayer.com.br http://www.caminhosluz.com.br