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Primeira categoria
Alucinações telepáticas em que o animal é o
agente
Caso 7 (Impressões)
Eu o encontro no Journal of the S. P. R. (vol. XI, pág.
323). O senhor J. F. Young comunica o incidente que
segue e que lhe é pessoal:
Possuo um cão fox-terrier de cinco anos e que eu mesmo
vi crescer. Sempre gostei muito dos animais, principalmente
dos cães. Este de quem falo retribui enormemente meu
afeto, tanto que não posso ir a lugar nenhum, nem sequer
deixar meu quarto, sem que ele me siga constantemente. É
um tremendo caçador de ratos; como a despensa é às vezes
frequentada por esses roedores, coloquei ali uma caminha,
bastante confortável, para Fido. No mesmo cômodo havia
uma fornalha, onde foi incorporado um forno para assar
pães, assim como uma caldeira para a roupa, munida de um
tubo que desemboca na chaminé. À noite, nunca deixei de
acompanhar o cachorro até sua cama antes de me deitar.
“New Road, Lanelly, 13 de novembro de 1904.
Eu já tinha me trocado e ia dormir, quando, de repente,
fui invadido pela inexplicável sensação de um perigo
iminente. Não podia pensar em outra coisa que não fosse
fogo, e a impressão foi tão forte que acabei por me entregar
a ela. Eu me vesti novamente, desci e me pus a vasculhar
cada cômodo do apartamento, a fim de me assegurar de que
tudo estava bem e em ordem. Ao chegar à cozinha, não vi
Fido; supondo
que ele poderia ter saído dali para ir ao andar superior, eu o
chamei em vão. Fui imediatamente à casa de minha cunhada
para saber se ela tinha alguma novidade; porém, ela não
sabia de nada. Comecei a me preocupar. Voltei
imediatamente para a despensa e chamei inúmeras vezes o
cão, embora inutilmente como sempre. Não conseguia
imaginar o que podia ter acontecido. De repente, dei-me
conta de que, se tinha algo que faria o cão responder, era
com certeza a frase “Vamos passear, Fido!”, convite que o
fazia vibrar de felicidade. Eu então a pronunciei e uma
queixa contida, como que atenuada pela distância, chegou
dessa vez até meus ouvidos. Eu recomecei e ouvi
distintamente a queixa de um cão em apuros. Tive tempo
para me certificar de que o barulho vinha de dentro do tubo
que ligava a caldeira à chaminé. Não sabia como fazer para
retirar o cão dali; os minutos eram preciosos e sua vida estava
em perigo. Peguei uma enxada e comecei a romper a muralha
naquele ponto. Finalmente consegui, com bastante
dificuldade, tirar Fido dali, meio sufocado, aturdido pelos
esforços de vômito, com a língua e o corpo completamente
pretos de fuligem. Se tivesse demorado alguns minutos a
mais, meu querido cão estaria morto; e como utilizávamos
raramente a caldeira, provavelmente não teria conhecido o
desfecho de sua história. Minha cunhada foi atraída pelo
barulho; juntos, descobrimos um ninho de ratos dentro da
fornalha, ao lado do tubo. Fido, logicamente, tinha
perseguido um rato dentro do tubo, de tal maneira que não
pôde se virar e sair de lá de dentro.
Tudo isto se passou há alguns meses e foi, então,
publicado na imprensa local. Mas jamais teria pensado
em comunicar o fato a esta Sociedade se não tivesse se
produzido, ente estes fatos, o caso do senhor Henry
Rider Haggard.”
J. F. Young
A senhorita E. Bennett, cunhada do signatário,
confirmou o relato de seu parente.
Para outras informações sobre este episódio, remeto o
leitor ao Journal of the S. P. R., vol. XI, pág. 323.
Este caso de telepatia por “impressão” difere
sensivelmente daqueles que o precedem e onde o traço
característico essencial de impulso telepático consistia na
percepção exata de um chamado emanado de um animal em
apuros e da localização intuitiva do local onde o animal se
encontrava. Aqui, ao contrário, a impressão que acomete o
receptor lhe sugere a ideia de um perigo iminente
relacionado ao fogo. Entretanto, a impressão é forte o
bastante para levá-lo a se vestir com toda pressa e ir
inspecionar a casa; de modo que, ao chegar à cozinha e
perceber a ausência do cão, ele o chama, procura por ele e
o salva. Segue daí que, neste caso, a mensagem telepática
se realiza de maneira imperfeita, adquirindo uma forma
simbólica – o que não diminui em nada seu valor intrínseco,
posto que esta circunstância não constitui de forma alguma
uma dificuldade teórica. Sabe-se que as manifestações
telepáticas, na sua passagem do subconsciente para o
consciente, seguem “a via de menor resistência”,
condicionada pelas idiossincrasias específicas do receptor.
Elas consistem principalmente no “tipo sensorial” do
percipiente (visual, auditivo, motor, etc.) e, em seguida, nas
condições dos meios em que ele vive (hábitos, repetição dos
mesmos incidentes na vida cotidiana). Resulta disso que,
quando o impulso telepático não consegue se realizar na forma
mais direta, ele se transforma numa modalidade de percepção
indireta ou simbólica que traduz com maior ou menor
fidelidade o pensamento do agente telepatizante, mas
permanecendo como sempre relacionado com o pensamento do
agente em questão. Assim sendo, deveríamos dizer que, no
caso que examinamos, o chamado ansioso do cão em apuros
tinha certamente conseguido impressionar o subconsciente do
percipiente, mas, para atingir seu consciente, ele deve ter
perdido grande parte de sua nitidez, transformando-se numa
vaga impressão de perigo iminente relacionado com o fogo, o
que correspondia, mais uma vez à realidade, posto que o
animal se encontrava efetivamente preso e em risco de morte
por asfixia no tubo da fornalha.

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  • 1.
  • 2. Primeira categoria Alucinações telepáticas em que o animal é o agente Caso 7 (Impressões) Eu o encontro no Journal of the S. P. R. (vol. XI, pág. 323). O senhor J. F. Young comunica o incidente que segue e que lhe é pessoal:
  • 3. Possuo um cão fox-terrier de cinco anos e que eu mesmo vi crescer. Sempre gostei muito dos animais, principalmente dos cães. Este de quem falo retribui enormemente meu afeto, tanto que não posso ir a lugar nenhum, nem sequer deixar meu quarto, sem que ele me siga constantemente. É um tremendo caçador de ratos; como a despensa é às vezes frequentada por esses roedores, coloquei ali uma caminha, bastante confortável, para Fido. No mesmo cômodo havia uma fornalha, onde foi incorporado um forno para assar pães, assim como uma caldeira para a roupa, munida de um tubo que desemboca na chaminé. À noite, nunca deixei de acompanhar o cachorro até sua cama antes de me deitar. “New Road, Lanelly, 13 de novembro de 1904.
  • 4. Eu já tinha me trocado e ia dormir, quando, de repente, fui invadido pela inexplicável sensação de um perigo iminente. Não podia pensar em outra coisa que não fosse fogo, e a impressão foi tão forte que acabei por me entregar a ela. Eu me vesti novamente, desci e me pus a vasculhar cada cômodo do apartamento, a fim de me assegurar de que tudo estava bem e em ordem. Ao chegar à cozinha, não vi Fido; supondo que ele poderia ter saído dali para ir ao andar superior, eu o chamei em vão. Fui imediatamente à casa de minha cunhada para saber se ela tinha alguma novidade; porém, ela não sabia de nada. Comecei a me preocupar. Voltei imediatamente para a despensa e chamei inúmeras vezes o cão, embora inutilmente como sempre. Não conseguia imaginar o que podia ter acontecido. De repente, dei-me conta de que, se tinha algo que faria o cão responder, era com certeza a frase “Vamos passear, Fido!”, convite que o fazia vibrar de felicidade. Eu então a pronunciei e uma queixa contida, como que atenuada pela distância, chegou dessa vez até meus ouvidos. Eu recomecei e ouvi
  • 5. distintamente a queixa de um cão em apuros. Tive tempo para me certificar de que o barulho vinha de dentro do tubo que ligava a caldeira à chaminé. Não sabia como fazer para retirar o cão dali; os minutos eram preciosos e sua vida estava em perigo. Peguei uma enxada e comecei a romper a muralha naquele ponto. Finalmente consegui, com bastante dificuldade, tirar Fido dali, meio sufocado, aturdido pelos esforços de vômito, com a língua e o corpo completamente pretos de fuligem. Se tivesse demorado alguns minutos a mais, meu querido cão estaria morto; e como utilizávamos raramente a caldeira, provavelmente não teria conhecido o desfecho de sua história. Minha cunhada foi atraída pelo barulho; juntos, descobrimos um ninho de ratos dentro da fornalha, ao lado do tubo. Fido, logicamente, tinha perseguido um rato dentro do tubo, de tal maneira que não pôde se virar e sair de lá de dentro.
  • 6. Tudo isto se passou há alguns meses e foi, então, publicado na imprensa local. Mas jamais teria pensado em comunicar o fato a esta Sociedade se não tivesse se produzido, ente estes fatos, o caso do senhor Henry Rider Haggard.” J. F. Young A senhorita E. Bennett, cunhada do signatário, confirmou o relato de seu parente. Para outras informações sobre este episódio, remeto o leitor ao Journal of the S. P. R., vol. XI, pág. 323.
  • 7. Este caso de telepatia por “impressão” difere sensivelmente daqueles que o precedem e onde o traço característico essencial de impulso telepático consistia na percepção exata de um chamado emanado de um animal em apuros e da localização intuitiva do local onde o animal se encontrava. Aqui, ao contrário, a impressão que acomete o receptor lhe sugere a ideia de um perigo iminente relacionado ao fogo. Entretanto, a impressão é forte o bastante para levá-lo a se vestir com toda pressa e ir inspecionar a casa; de modo que, ao chegar à cozinha e perceber a ausência do cão, ele o chama, procura por ele e o salva. Segue daí que, neste caso, a mensagem telepática se realiza de maneira imperfeita, adquirindo uma forma simbólica – o que não diminui em nada seu valor intrínseco, posto que esta circunstância não constitui de forma alguma uma dificuldade teórica. Sabe-se que as manifestações telepáticas, na sua passagem do subconsciente para o consciente, seguem “a via de menor resistência”, condicionada pelas idiossincrasias específicas do receptor.
  • 8. Elas consistem principalmente no “tipo sensorial” do percipiente (visual, auditivo, motor, etc.) e, em seguida, nas condições dos meios em que ele vive (hábitos, repetição dos mesmos incidentes na vida cotidiana). Resulta disso que, quando o impulso telepático não consegue se realizar na forma mais direta, ele se transforma numa modalidade de percepção indireta ou simbólica que traduz com maior ou menor fidelidade o pensamento do agente telepatizante, mas permanecendo como sempre relacionado com o pensamento do agente em questão. Assim sendo, deveríamos dizer que, no caso que examinamos, o chamado ansioso do cão em apuros tinha certamente conseguido impressionar o subconsciente do percipiente, mas, para atingir seu consciente, ele deve ter perdido grande parte de sua nitidez, transformando-se numa vaga impressão de perigo iminente relacionado com o fogo, o que correspondia, mais uma vez à realidade, posto que o animal se encontrava efetivamente preso e em risco de morte por asfixia no tubo da fornalha.