Este estudo analisou conversas no Twitter sobre a votação do impeachment entre 11-17/04/2016. A palavra "impeachment" teve maior volume de menções, porém neutras. Já "golpe" foi usado por quem era contra a saída de Dilma, defendendo a democracia. Personalidades como Dilma, Cunha e Bolsonaro foram muito citadas.

1. Votaçãodo
impeachment
18.04.2016
Manifestações digitais

2. Este estudo tem como objetivo analisar de forma quantitativa e qualitativa as
conversas acerca da votação do impeachment, ocorridas no Twitter entre os dias 11
e 17 de abril de 2016. Para esta análise, direcionamos o olhar aos grupos pró e
contra a permanência do atual governo a partir de uma dicotomia simples e
semântica: “impeachment” e “golpe”.
Impeachment
ou golpe?

3. entre11 e 17 de abril
3.245.259
Confirmando as expectativas, os termos "impeachment" e "golpe" mostraram suas relações com os grupos favorável e contrário à saída
de Dilma Rousseff da presidência.
Ao longo da última semana, o número de menções à palavra “impeachment” foi muito superior à palavra “golpe”. Entretanto,
“impeachment" tem a contribuição, no volume, de menções neutras que apenas se referem ao processo que o termo denomina.
No dia da votação, a “#impeachmentday”, usada pelos internautas para comentar a cobertura do plenário, alcançou os Trendings Topics
mundiais do Twitter. No geral, os tweets daqueles que são “contra o golpe” enviaram mensagens de apoio e reproduziram falas dos
políticos que votaram “não”, dentre os quais Jean Wyllys foi o mais citado. Também houve menções de repúdio aos que votaram pelo
afastamento de Dilma, principalmente Jair Bolsonaro por seu discurso em louvor à ditadura. Já do lado favorável ao impeachment, muitos
dos tweets manifestaram expectativa e confiança pelo resultado favorável, terminando com celebração do resultado final.
Discussões sobre expectativas pós-impeachment também pontuaram o período, seja pelas especulações acerca da formação de um
governo Temer e suas consequências, bem como os rumos das investigações sobre a corrupção no país e a continuidade da Lava Jato e
das denúncias contra Eduardo Cunha.
tweets

4. 264,276
204,229 226,885 227,790
177,040
345,910
1,799,129
200,366
140,478 141,794 163,673
119,951
235,758
1,468,337
72,934
71,490 91,912 71,305 64,213
119,636 373,865
11-Apr-16 12-Apr-16 13-Apr-16 14-Apr-16 15-Apr-16 16-Apr-16 17-Apr-16
Total Impeachment Golpe
Linha do tempo e depoimentos no Twitter
11/4
Comissão especial
da Câmara aprovao
pedidode
impeachment.
Vazamentodoáudio
de Michel Temer.
12/4
Deputados dabase
aliada anunciam que
votarão afavor do
impeachment.
Temer é alvo de
impeachment.
Câmara recorre.
13/4
Governocomeçaa
destituir membrosda
base quevotaram a
favor do
impeachment.
Dilma faz
pronunciamentoe diz
que estáconfiantena
vitória na Câmara.
14/4
STF rejeita pedidoda
AGU para suspender
a votaçãono
domingo(17).
Temer se reúnecom
aliados a favor do
impeachment.
15/4
ArticulaçãodoPMDB
gera especulações
sobre a composição
e desempenho de
eventual governo
Temer.
Artigo do NY Times
fala das acusações
contra políticos pró-
impeachment.
16/4
Dilma afirma que,
após impeachment,
os sucessores
acabarãocom
programas sociais;
Temer desmente.
Cunha negaalmejar
a vice-presidência.
17/4
Dia da votação.
Manifestações
tomam o país.
PT avalia propor
novas eleições.
Base: 3.245.259 depoimentos.
Repercussão do
áudio deMichel
Temer e da
aprovaçãoda
Comissão especial
na Câmara.
Tweets de políticos
sobre suasposições
em relação ao
processoe um tweet
da própria
presidente.
Jornalistas e veículos
comentam a
debandadade
aliados doGoverno.
Veículosfazem
balançodevotos pró
impeachment e a
repercussãodo
pedidoaoSTF para
suspensão do
processo.
Pronunciamentode
Dilma divulgadona
páginadoperfil
“Dilma Bolada”
Pronunciamentode
Dilma divulgadoem
sua páginaoficial no
Twitter
Comentários sobrea
cobertura.
Principais acontecimentos do dia Principais assuntos no Twitter Período: 11 a 17/4/2016.

5. Impeachment Golpe
2.470.357 Menções
no Twitter
60%43% 57%
865.355 Menções
no Twitter
40%
Base: 3.245.259 depoimentos.
X
Visão Geral
Período: 11 a 17/4/2016.

6. Impeachment GolpeX
Estados
São Paulo
Minas Gerais
Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
São Paulo
Minas Gerais
Rio Grande do Sul
Rio de Janeiro
Paraná
26,1%
13,3%
11,1%
10,1%
5,9%
24,6%
12,7%
10,45%
9,8%
6,9%
Base: 25.000 depoimentos.
Período: 11 a 17/4/2016.

7. Dilma
Cunha
Bolsonaro
Personagens
Conversas sobre "golpe"faziam um contraponto, defendendoa democracia e
respeito aovotopopular.
O apoio à Dilma decorria,principalmente, dofatodeter ganhadonas urnase à
inexistênciade provas concretasde suairresponsabilidade fiscal.
Os personagensmais criticados foram Cunha, tachadode"comandantedo
golpe” e Bolsonaropeloelogio aoGolpe de64.
Dilma
Cunha
Lula
13,5%
6,3%
1,3%
7,63%
5,98%
2,27%
Como esperado, Dilma foi a principal personagem das menções a
"impeachment",em geral com tom negativo.
Muito citado como corrupto, Cunha foi alvo de críticas por presidir a votação
mesmo tendodiversasdenúncias contrasi.
Nas referências a Lula, falou-se sobre suas manobraspara obter votos contra o
impeachment e também pelo fato de seu ex-ministro, o deputado Alfredo
Nascimento, ter votadoa favor.
Impeachment GolpeX
Base: 865.355 depoimentos.Base: 2.470.357 depoimentos.
Período: 11 a 17/4/2016.Período: 11 a 17/4/2016.

8. Hashtags
Impeachment Golpe
#impeachmentday
#impeachment
#mapadoimpeachment
#foradilma
#tchauquerida
#forapt
#nãovaitergolpe*
#respeiteasurnas
#impeachmentday
#golpeaquinãopassa
#decidapelademocracia
#golpe
151.093 6,12%
130.724 5,29%
36.097 1,46%
11.087 0,45%
10.829 0,44%
7.477 0,30%
24.807 2,86%
23.023 2,66%
22.756 2,63%
9.370 1,08%
9.102 1,05%
6.960 0,80%
As principais hashtags marcavam apoio à saída de Dilma Rousseff. A
#impeachmentday se referia também a outros aspectos neutros da
cobertura, enquanto #mapadoimpeachment trazia link para o site que
listava o perfil dos deputados e suas intenções de voto. O site do
movimento Vem Pra Rua, ainda disponibilizava e incentivava o envio de
mensagens aos congressistas.
As hashtags reforçavam o caráter davotaçãodeantíteseà democracia.
Foram usadas também para indicar os pontos de concentração dos
manifestantes contra o impeachment e criticar cobertura da mídia nas
ruas.
Ao contrarário dos porta-vozes pró-impeachment, que foram dispersos, o
perfil de Dilma e da DilmaBoladaforam os principais influenciadores.
*Soma dostermos “#nãovaitergolpe” e “#naovaitergolpe
Impeachment GolpeX
Base: 865.355 depoimentos.Base: 2.470.357 depoimentos.
Período: 11 a 17/4/2016.Período: 11 a 17/4/2016.

9. AssuntosImpeachment Golpe
Conversas sobre o impeachment de Dilma foram bastante relacionadas a Cunha e
às votações ocorridas na segunda e no domingo.
Um grande motivador de comentários foi a corrupção de diversos dos envolvidos.
Notícias sobre o posicionamento do STF foram assunto ao longoda semana.
Já no domingo, piadas que previam as questões que o ENEM abordaria no futuro
ilustram a participação dos mais jovens no assunto.
Também referenciando as duas votações da semana, "golpe" confirmou
relação com “impeachment”, retratado como "vergonha" e "ameaça à
democracia".
O STF foi visto tanto como golpista quanto legitimador, pois indicavarespeito
ao rito jurídico.
O blog "O Antagonista" usou o termo para desqualificar articulações que
visavam evitar o impeachment.
Base: 865.355 depoimentos.Base: 2.470.357 depoimentos.
Impeachment GolpeX
*O gráfico descreve como as palavras-chave se relacionaram com outros termos
frequentemente mencionados. A intensidade e espessura das linhas indicam a
força com que os termos foram citados uns com os outros: linhas mais escuras
indicam mais relações, as pontilhadas mostram menor volume.
Período: 11 a 17/4/2016.Período: 11 a 17/4/2016.

10. Os destaques do domingo - Impeachment
O deputado Jair Bolsonaro
foi um dos grandes
entusiatas do Domingo a
favor do impeachment.
O “eu voto sim” viralizou no
Twitter, sendo usado tanto
em apoio ao impeachment
quanto em piadas.
A hashtag #tchauquerida foi
muito utilizada ironicamente
para a saída da presidenta.

11. Os destaques do domingo - Golpe
Os pronuciamentos do
deputado Jean Wyllys
foram muito replicados no
dia da votação.
A citação ao Golpe de 64 e
a cusparada de Jean
Wyllys foram assuntos de
muitas conversas já perto
do fim da votação.
O deputado que deu o voto
342 foi visto como exemplo
de “hipocrisia” na luta
contra a corrupção.
Tweet de março de 2015 de
Michel Temer,
contradizendo sua posição
atual, foi muito replicado.
Influenciadores da internet
opinaram sobre a legitimidade
do processo de impeachment
da presidenta.

12. Memes/Piadas mais compartilhadas
Citações dos deputados
ao votarem eram muito
semelhantes, em sua
maioria agradecendo a
familiares e a Deus.
Citações dos deputados
ao votarem eram muito
semelhantes, em sua
maioria agradecendo a
familiares e a Deus.
Deputados
dispersarem do foco
da votação.
Manifestantes
jogaram vôlei na
barreira que dividia
manifestantes em
Brasília.

13. Principais
Vozes

14. SIM! CÂMARA APROVA O
IMPEACHMENT!
Tiririca é nosso, arrá, urru!
Governo contava com voto dele,
mas ele notou que palhaçada
tem limite.
90,3 Mil
seguidores
63 Tweets sobreo
impeachment
Marcelo Castro (PMDB-PI) vota
contra o golpe
#RespeitemAsUrnas
Estamos aqui para impedir um
golpe, para lutar contra um
golpe contra a democracia, diz
@Patrus_Ananias
Impeachment GolpeX
657 Mil
seguidores
16 Tweets sobreo
impeachment
36 Mil
seguidores
150 Tweets sobreo
golpe
450 Mil
seguidores
81 Tweets sobreo
golpe

15. Metodologia
Período – 11/04/2016 a 17/04/2016
Canal: Twitter
Ferramentas de pesquisa: Sysomos
Palavras Chave: “impeachment” e “golpe”

16. Obrigado