Além das conhecidas linguagens de programação, a mídia digital também é constituída de linguagens visuais, sonoras e interativas digitais. O domínio de linguagens digitais é fundamental para o design de interfaces gráficas, pois é frequente a necessidade de traduzir e criar expressões de uma linguagem para outra. Essa competência comunicativa pode ser ampliada através da compreensão de conceitos linguísticos que serão apresentados nessa palestra, tais como metáforas, gestos, signos, rituais, e gêneros. Esta aula está gravada no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=XThJyJByjmw

1. Design de interfaces e
linguagens digitais
Frederick van Amstel @usabilidoido
DADIN - UTFPR
www.usabilidoido.com.br

2. Linguagem no design refere-se à estética consistente numa linha produtos.

3. O design tem explorando as novas
linguagens que a mídia digital oferece, mas a
reflexão estética ainda é muito superficial.

4. Linguagens digitais são aquelas que
utilizam o código binário como material
para construir realidades
compartilhadas.
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5. Interface é um ponto de intersecção entre
diferentes linguagens digitais,
caracterizada pelas atividades de tradução,
interpretação e hibridização de realidades.

6. Linguagem de
Programação
Linguagem de
Máquina
Compiladores
Linguagem do
Pensamento
Linguagem de
Programação
IDEs
Linguagem de
Programação
Linguagem
Interacional
Front end
Linguagem
Interacional
Linguagem
Visual
Interfaces gráficas
Linguagem
Interacional
Linguagem
Corporal
Interfaces tangíveis
Linguagem
Interacional
Linguagem
Verbal
Interfaces conversacionais

7. "Linguagem Interacional são construções coletivas de sentidos e
significados atribuídos a ações humanas mediadas por tecnologias
que visam afetar outros seres humanos e obter deles alguma
reação" (Van Amstel & Gonzatto, 2018, p.4).
Linguagem
Audiovisual
Linguagem
Interacional

8. Todo design é design de interfaces (Bonsiepe, 1997).

9. O designer de interfaces (a.k.a. UI) além
de traduzir, também interpreta e
hibridiza linguagens digitais. Por isso,
para Bonsiepe, ele é autor da interface.

10. As telas são textos.
Os componentes são substantivos.
Os comandos são verbos.
As experiências são os significados.
Os aplicativos são gêneros.
Os textos não tem fim.
Os substantivos se movem.
Os verbos fazem e desfazem.
Os significados são diversos.
Os gêneros são movediços.

12. Designers de interface não são os únicos
autores da interface, nem tampouco os
únicos criadores das linguagens digitais.

13. Linguagens digitais são projetos coletivos
tal como linguagens naturais culturais.
Projetos coletivos são orientados pela
disputa por realidades compartilhadas.

14. O Brasil tem 154 línguas
indígenas, porém, quase
todas ameaçadas.

15. Lingua Franca
Vernáculo
Vernáculo
Vernác
ulo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernác
ulo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernáculo
Vernácu
Vernáculo

16. As ocas do povo Xingu são exemplos de arquitetura vernacular.

17. Os abridores de letras fazem design vernacular (Letras que Flutuam).

18. Design de meme é um exemplo de design vernacular digital.

19. Design de interfaces de usuário também tem seus vernaculares.

20. O design moderno e a arquitetura moderna se
esforçam para impor uma lingua franca (uma
ordem universal) sobre as formas vernaculares
de projeto através do metadesign.

21. O metadesign costuma impor valores de uma cultura sobre outra.

22. UI guidelines, design systems e templates são exemplos de metadesign.

23. A padronização completa das interfaces emperraria seu desenvolvimento.

24. Assim como na linguagem verbal,
existem preconceitos linguísticos
vinculados ao grupo social de quem fala
as linguagens digitais.
(Bagno, 1999)

25. O preconceito linguístico nega a realidade das pessoas oprimidas.

26. Usuarismo: falantes reduzidos a operários usuários (Gonzatto, 2018).

27. Designers oprimem usuários porque são oprimidos por seus chefes.

28. O Design Livre liberta as pessoas do usuarismo (designlivre.org).

29. Design Livre é mais do que usar softwares livres no design (Pencil Project).

30. Design Livre é produzir novas ferramentas de design (ProtoPattern).

31. Design Livre é abrir o código no nível meta (Plataforma Corais).

32. Toda linguagem possui uma dimensão ética
e, por conseguinte, estética.

33. As linguagens digitais
precisam da estética do
oprimido para superar a
exclusão inerente ao código
binário.

34. Essa estética não é moderna, nem pós-
moderna. É anti-moderna.

35. Afrofuturismo em Black Panther (2018)

36. Futurismo asiático em Leila (2019).

37. Xamanismo digital em Midnight Gospel (2020)

38. Obrigado!
Frederick van Amstel @usabilidoido
DADIN - UTFPR
www.usabilidoido.com.br