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População: Teorias Demográficas
      Em 2003, o planeta contava com
cerca de 6,3 bilhões de habitantes. Do
início dos anos 1970 até 2003, o
crescimento da população mundial caiu
de 2,1% para 1,2% ao ano, o número de
mulheres que utilizam algum método
anticoncepcional aumentou de 10% para
50% e o número médio de filhos por
mulher (taxa de fecundidade) em países
desenvolvidos caiu de 6 para 2,7.


      Ainda assim, esse ritmo continua elevado e, caso se mantenha, a população
do planeta será de 9 bilhões em 2050.


      Desde a antiguidade, o crescimento populacional é tema de reflexão para
muitos estudiosos que se preocupam com o equilíbrio entre a organização da
sociedade, a dinâmica demográfica e a exploração dos recursos naturais.


      Na China, há mais de mil anos, textos apontavam as vantagens do que era
considerada a quantidade ideal de pessoas para manter um hipotético equilíbrio
entre a disponibilidade de terras e a população local, indicando que o governo
deveria incentivar as migrações de zonas muito povoadas para outras com menor
densidades de ocupação. Na Grécia antiga, Platão e Aristóteles advertiram, como
fez Malthus na Inglaterra muitos séculos depois, que não seria possível aumentar
as áreas de cultivo na mesma velocidade do crescimento populacional, o que
tenderia a aumentar os níveis de pobreza e a escassez de
alimentos ao longo de sucessivas gerações.


      Somente a partir do século XVIII, com o
desenvolvimento do capitalismo, o crescimento
populacional passou a ser estudado como um fato
positivo, uma vez que, quanto mais pessoas houvesse, mais consumidores também
haveria.


      Nessa época, foi publicada a primeira teoria demográfica de grande
repercussão, formulada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1766-
1834). Ao final da Segunda Guerra Mundial surgiu outra teoria demográfica
importante, a ―neomalthusiana‖, e, em resposta à ela, representantes dos países
 subdesenvolvidos elaboraram a chamada ―teoria reformista‖, com conclusões
 inversas às das duas teorias demográficas anteriores.


          Conheça três teorias demográficas de destaque, surgidas a partir do século
 XVIII e outros conceitos básicos sobre demografia.



          Características e crescimento da população mundial: Países com mais de
          100 milhões de habitantes em 1950, 2003 e 2050



 Características e crescimento da população
 mundial


                       • Países com mais de 100 milhões de habitantes em 1950, 2003 e 2050

                  Países com mais de 100 milhões de habitantes em 1950, 2003 e 2050*
                1950                                   2003                                 2050*
                     População                                  População                             População
Ordem     País                  Ordem            País                      Ordem         País
                   (em milhões)                               (em milhões)                          (em milhões)
  1     China             555           1    China                 1 304     1     Índia               1 531
  2     Índia             350           2    Índia                 1 085     2     China               1 305
        Estados                              Estados                               Estados
  3                       150           3                              294   3                          409
        Unidos                               Unidos                                Unidos
  4     Rússia            103           4    Indonésia                 220   4     Paquistão            349
                                        5    Brasil                    178   5     Indonésia            294
                                        6    Paquistão                 154   6     Nigéria              258
                                        7    Bangladesh                147   7     Bangladesh           255
                                        8    Rússia                    143   8     Brasil               233
                                        9    Japão                     128   9     Etiópia              171
                                                                                   Rep. Dem.
                                       10    Nigéria                   124   10                         152
                                                                                   do Congo
                                       11    México                    103   11    México               140
                                                                             12    Egito                127
                                                                             13    Filipinas            127
                                                                             14    Vietnã               118
                                                                             15    Japão**              110
                                                                             16    Irã                  105
                                                                             17    Uganda               103
                                                                             18    Rússia**             101
ONU — Organização das Nações Unidas. Disponível em: <www.un.org/esa/population>. Acesso em: 14 abr. 2004.
*Estimativa.
**Em 2003, a população russa e japonesa apresentavam crescimento populacional negativo, o que explica a
previsão de redução no contingente.


                                                       Bibliografia:
http://www.scipione.com.br/ap/ggb/unidade6_c1_a03.htm.
                                       (acesso em 20/08/2006)
  Por que a população mundial está envelhecendo? Uma análise que explica o
fenômeno do envelhecimento populacional verificado nos países desenvolvidos e a
tendência de "encolhimento" populacional nessas nações.
  Revolução Industrial e Crescimento Demográfico : uma reflexão sobre a
importância da industrialização da sociedade no crescimento demográfico dos
países europeus entre os séculos XVIII e XIX.
  Taxas - Fundamentos básicos para a leitura de dados demográficos : Taxa de
natalidade, taxa de mortalidade, taxa de crescimento vegetativo, taxa de
fecundidade, taxa de mortalidade infantil.
  Teoria de Malthus : a mais famosa teoria demográfica, suas concepções,

reflexões e considerações.

  Teoria neomalthusiana: teoria que, embora com postulados totalmente diferentes
daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma conclusão.
   Teoria reformista (marxista) : teoria elaborada em resposta aos malthusianos,
que chega à conclusão inversa às teorias malthusianas, e muito mais adequada aos
interesses terceiro-mundistas.




Por que a população está envelhecendo?



      A partir da Segunda Guerra, os avanços na ciência médica – principalmente
a descoberta dos antibióticos – aliados à urbanização causaram uma grande queda
nas taxas de mortalidade, mesmo em países pobres. O crescimento vegetativo
aumentou em todo o planeta até a década de 1970. A partir desse período, as
taxas de mortalidade – em condições normais, excluindo-se, portanto, os países
que sofreram guerras, epidemias ou grandes desastres – tenderam a estabilizar-se
em níveis próximos a 0,6% nos países desenvolvidos e
a continuar apresentando pequenas quedas nos países
subdesenvolvidos.


       Em alguns países desenvolvidos, as alterações
comportamentais criadas pela urbanização e a melhoria
do padrão de vida causaram uma queda tão acentuada
dos índices de natalidade que, em alguns anos, o índice
de crescimento vegetativo chegou a ser negativo. Nos
países subdesenvolvidos, de forma geral, embora as
taxas de natalidade e de mortalidade venham declinando, a do crescimento
vegetativo continua elevada, acima de 1,7% ao ano.


        Atualmente, o que se verifica na média mundial é uma queda dos índices de
natalidade e mortalidade, embora em alguns países as taxas ainda se mantenham
muito elevadas. Essa queda está relacionada principalmente ao êxodo rural (saída
de pessoas do campo em direção às cidades) e suas conseqüências no
comportamento demográfico, como:




        Maior custo para criar os filhos: é mais caro e difícil criar filhos na
    cidade, pois é necessário adquirir maior quantidade de alimentos básicos,
    que não são mais cultivados pela família. Além disso, o ingresso dos
    dependentes no mercado de trabalho urbano costuma acontecer mais tarde
    que no campo, e as necessidades gerais de consumo – com vestuário,
    lazer, medicamentos, transportes, energia, saneamento e comunicação –
    aumentam substancialmente.
    .
        Acesso a método anticoncepcionais: no meio urbano, as pessoas
    passaram a residir próximo a farmácias, hospitais e postos de saúde,
    tomando contato com a pílula anticoncepcional, os preservativos, os
    métodos de esterilização, entre outros métodos contraceptivos.
    .
        Trabalho feminino extradomiciliar: no meio urbano, aumenta
    sensivelmente o percentual de mulheres que trabalham fora e
    desenvolvem carreira profissional. Para essas mulheres, sucessivas
    gravidezes acarretam queda no padrão de vida e comprometem sua
    atividade profissional.
    .
        Aborto: por ser uma ação ilegal na maioria dos países, os índices de
    abortos clandestinos são desconhecidos. Sabe-se, porém, que a
    urbanização elevou bastante a sua ocorrência, contribuindo para uma
    queda da natalidade.
    .
        Acesso a assistência médica, saneamento básico e programas de
    vacinação: nas cidades, a expectativa de vida é maior que no campo.
    Portanto, com a urbanização, principalmente nos países subdesenvolvidos,
    caem as taxas de mortalidade. Mas isso não significa que a população
    esteja vivendo melhor. Em muitos casos, está apenas vivendo mais.
.
            A partir da Segunda Guerra, os avanços na ciência médica –
    principalmente a descoberta dos antibióticos – aliados à urbanização
    causaram uma grande queda nas taxas de mortalidade, mesmo em países
    pobres. O crescimento vegetativo aumentou em todo o planeta até a
    década de 1970. A partir desse período, as taxas de mortalidade – em
    condições normais, excluindo-se, portanto, os países que enfrentaram
    guerras, epidemias ou grandes desastres – tenderam a estabilizar-se em
    níveis próximos a 0,6% nos países desenvolvidos e a continuar
    apresentando pequenas quedas nos países subdesenvolvidos.


            Em alguns países desenvolvidos, as alterações comportamentais
    criadas pela urbanização e a melhoria do padrão de vida causaram uma
    queda tão acentuada dos índices de natalidade que, em alguns anos, o
    índice de crescimento vegetativo chegou a ser negativo. Nos países
    subdesenvolvidos, de forma geral, embora as taxas de natalidade e de
    mortalidade venham declinando, a de crescimento vegetativo continua
    elevada, acima de 1,7% ao ano.

                                          Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia
                                          Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São
                                          Paulo : Scipione, 2005. p.435.




Revolução Industrial e Crescimento
Demográfico



        Calcula-se que, neste início do século XXI, a cada ano, mais de 80 milhões
de pessoas passem a habitar a Terra, uma população equivalente à da Alemanha.
Esses novos seres humanos concentram-se principalmente na África, na Ásia e na
América Latina. Justamente nessas regiões estão situados os países que
apresentam os maiores índices de crescimento demográfico do mundo.


        No decorrer da
história da humanidade,
de modo geral, o ritmo de
crescimento populacional
foi lento. A natalidade                      Peste Negra na Idade Média

elevada era acompanhada
pela mortalidade quase
na mesma proporção. A
fome, as epidemias e as
catástrofes naturais
chegavam a dizimar
povos inteiros.
       Foi a partir dos
séculos XVII e XVIII que
o crescimento da
população acelerou-se.
Inicialmente, foi um
fenômeno restrito à
Europa, decorrente das
transformações no modo
de vida trazidas pela
Revolução Industrial.


      A Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, teve forte repercussão na
organização socioespacial: houve intenso processo de migração do campo para a
cidade, além de mudanças de hábitos e novas relações de trabalho. As condições
de vida nas áreas industriais eram inicialmente precárias, mas aos poucos
ocorreram melhorias sanitárias significativas, e a população urbana passou a ter
acesso a serviços de saúde. A Revolução Industrial, enfim, não foi apenas uma
transformação no modo de produzir mercadorias, mas uma transformação
tecnológica e científica que atingiu todas as áreas do conhecimento, entre elas a
medicina.


                                                  A solução de problemas sanitários
                                          e o avanço da medicina contribuíram para
                                          a diminuição da mortalidade infantil e da
                                          mortalidade da população em geral.


                                          A elevação da expectativa de vida levou
                                          ao aumento do número de habitantes nos
                                          países que primeiramente se
                                          industrializaram.
       A vacina contra a varíola foi a                       A VARÍOLA
descoberta médica mais importante para o                      Classificada como uma das enfermidades mais
                                                              devastadoras da humanidade, a varíola foi
crescimento populacional entre o final do                     considerada erradicada pela Organização Mundial
                                                              de Saúde (OMS) em 1980. No entanto, a doença
século XVIII e o início do século XIX. Graças                 voltou às manchetes de jornais em virtude da
                                                              suposição de que ela pudesse ser utilizada como
a ela e a outros fatores, as taxas de                         arma biológica.

mortalidade se reduziram, e a natalidade
                                                              Acredi
permaneceu por longo tempo (cerca de 100                      ta-se
                                                              que a
anos) em patamares elevados.                                  varíola
                                                              tenha
                                                              surgid
                                                              o há
         Outros fatores são considerados                      mais
                                                              de
responsáveis pela aceleração do crescimento                   três
                                                              mil
populacional dos países industrializados                      anos,
                                                              provav
europeus do século XIX, como a utilização                     elmen
                                                              te na
generalizada do trabalho infantil nesse                       Índia
                                                              ou no
período, que pode ter estimulado o aumento                    Egito.
                                                              De lá
do número de filhos para elevar a renda                       para
                                                              cá, ela
familiar. Assim, o crescimento populacional                   se espalhou pelo mundo, causou inúmeras
                                                              epidemias, aniquilou populações inteiras (como
seria resultado não apenas da diminuição da                   diversos povos indígenas brasileiros) e mudou o
                                                              curso da história. Marcas causadas pela doença
mortalidade, mas também do aumento da                         foram encontradas na face da múmia do faraó
                                                              Ramsés II. A doença atingiu também
natalidade.                                                   personagens importantes da história ocidental,
                                                              como a rainha Maria II, da Inglaterra, o rei Luiz I,
                                                              da Espanha, o imperador José I, da Áustria, e o
                                                              rei Luiz XV, da França.


                                                              O vírus da varíola pertence à mesma família dos
                                                              vírus causadores de doenças próprias do gado
                                                              bovino (a varíola bovina) e de outros animais.


                                                              No dia 14 de maio de 1796, o médico inglês
                                                              Edward Jenner retirou pequena quantidade de
                                                              sangue das mãos de uma camponesa que havia
                                                              sido infectada com o vírus bovino e o inoculou em
                                                              um garoto de oito anos. Com o tempo,
                                                              constatou-se que a criança havia se tornado
                                                              imune à varíola. Jenner realizou esse
                                                              experimento após observar que pessoas antes
                                                              infectadas com o vírus da varíola bovina (bem
       Trabalho infantil e feminino em indústria têxtil       mais branda) nunca manifestavam a varíola
                              .                               humana: estava descoberta a vacina contra a
            Países mais populosos em 2003                     enfermidade. A descoberta de Jenner mudou a
                                          população           história da imunologia – a própria palavra vacina
                      país                                    vem do latim vaccinus, de vacca (vaca).
                                         (em milhões)
                                                              (FERREIRA, Pablo. Assessoria de Imprensa da Fiocruz,
   1      China                              1304             http://www.fiocruz.br/ccs/glossario/variola.htm -
   2      Índia                              1065             acesso em 24/03/2004 - adaptado ) in LUCCI,
   3      Estados Unidos                      294             Elian Alabi ett all. Território e sociedade no
                                                              mundo globalizado – geografia geral e do Brasil.
   4      Indonésia                           220             São Paulo : Saraiva, 2005. p.316.
   5      Brasil                              178
   6      Paquistão                           153


                                                          Bibliografia: LUCCI, Elian Alabi ett all. Território e
                                                          sociedade no mundo globalizado – geografia geral e do
                                                          Brasil. São Paulo : Saraiva, 2005. p.31
Taxas Demográficas - Fundamentos básicos

.

         1 -Taxa de natalidade


             Número de nascidos vivos* em um ano por mil
     habitantes. É a relação entre os nascimentos anuais e a
     população total, expressa por mil habitantes.
     .
     *não incluiu os natimortos
     .
     Exemplo:
     .
                       Nascimentos anuais: 775.000
                       População total: 55.173.000 habitantes
                       Taxa de natalidade:
                                                                     ??
                                775.000 x 1000 =   14%o
                                        55.173.000
                     .
                     Taxa de natalidade é 14%o ou 14/1000 (lê- 0
                     se catorze crianças nascidas vivas para cada
                                                                    /
                                                                  00??
                     grupo de mil habitantes num ano)
                     .
     .
         Expressa-se o resultado anterior assim: 1,4%   =   "Hum vírgula
                               quatro por cento"
     .
         2 -Taxa de mortalidade


             Número de óbitos em um ano por mil habitantes. É
     calculada a partir da relação entre óbitos anuais, multiplicados
     por mil, e a população. Exemplo:
     .
                 Óbitos anuais: 335.000
                 População total: 55.173.000 habitantes
                 Taxa de mortalidade:

                               335.000 x 1000 =   6%o
                                    55.173.000
                 .
                 Taxa de mortalidade é 6%o ou 6/1000 (lê-se
                 seis pessoas morreram para cada grupo de mil
                 habitantes num ano)
                 .
     .
Expressa-se o resultado anterior assim: 0,6%   =   "Zero vírgula seis
                             por cento"

            As taxas de natalidade e de mortalidade são
expressas em porcentagem. Assim, baseando-se nos dados dos

exemplos acima (14%o e       6%o), concluímos que a:
     taxa de natalidade =   1,4% / taxa de mortalidade =
                             0,6%.
..
     3 -Taxa de crescimento vegetativo


        Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de
mortalidade. Conforme exemplos de taxas de natalidade e
mortalidade anteriores, subtraímos a menor da maior assim:
.
            Taxa de natalidade:    14%o
            Taxa de mortalidade:    -6%o
            Crescimento vegetativo: 8%o

            Crescimento vegetativo: 8%o ou 8%
            Obs: a taxa de crescimento vegetativo é também
            denominada taxa de crescimento natural. Assim,
            baseando-se no resultado do exemplos acima
            concluímos que o crescimento vegetativo é de
            0,8%.

.
     4 -Taxa de fecundidade


        Número médio de filhos por mulher em idade de procriar,
ou seja, entre 15 e 49 anos.
         A taxa de fecundidade da mulher brasileira caiu de 6,28
filhos, em 1960, para 2,38 filhos, em 2000. Nas famílias mais
pobres, a queda da fecundidade está muito relacionada à
esterilização. As mulheres pobres têm dificuldade de acesso a
informações e a serviços de contracepção, e muitas vezes
acabam optando pela esterilização logo após o primeiro parto.
         Em 1970 a mulher brasileira tinha, em média, 5,8
filhos. Trinta anos depois, esta média era de 2,3 filhos.
No mundo, no final do século XX, a taxa de fecundidade
era de 2,9 filhos por mulher, Nos países mais desenvolvidos
esta taxa era de 1,5, e nos países menos desenvolvidos, em
torno de 3,2.
        Segundo a ONU, a taxa média de fecundidade
necessária para a reposição da população é de 2,1 filhos por
mulher. Os dados da tabela a seguir mostram que, enquanto
em muitos países essa taxa supera esse valor, em outros ela é
inferior. Nesses casos, ou esses países incentivam a natalidade
(caso dos Países Baixos, que na década de 1990 estava com
crescimento populacional negativo) e aceitam a entrada de
imigrantes (caso da Itália), ou suas populações tendem a
diminuir, como mostram projeções da ONU para 2050.
                       Taxa de crescimento populacional
                        Taxa de crescimento da
                                                       Taxa de
      Países            população entre 2000 e 2005 (%
                                                       fecundidade
                        ao ano)
      Somália                          4,2                      7
      Afeganistão                      3,9                      7
      Arábia Saudita                   2,9                      5
      Paraguai                         2,4                      4
      Índia                            1,5                      3
      Brasil                           1,2                      2
      Estados Unidos                   1,0                      2
      China                            0,7                      2
      Países Baixos                    0,5                      2
      Alemanha                         0,1                      1
      Itália                          -0,1                      1
      Rússia                          -0,5                      1

      ONU: Divisão de Estatísticas. Disponível em http://unstats.um.org.
      Acesso em: 14 abr. 2004.
      Divisão de estatísticas do Banco Mundial. Disponível em
      http://devdata.worldbank.org. Acesso em 14 abr. 2004.
.
Leia mais em http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/fecundidade.html
.

                                         Bibliografia: LUCCI, Elian Alabi ett all. Território e
sociedade no mundo globalizado – geografia geral e do
                                           Brasil. São Paulo : Saraiva, 2005. p.315.
                                           Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia
                                           Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São
                                           Paulo : Scipione, 2005. p.434.




Teoria de Malthus



                 Em 1798,
                 Malthus publicou
                 seu Ensaio sobre
                 a população, no
                 qual desenvolveu
                 uma teoria
demográfica que se apoiava
basicamente em dois
postulados:
         1) crescimento da
população;


         2) produção de
alimentos.


             A população, se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais,
etc., tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria, portanto, em progressão
geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um fator variável, que cresceria sem
parar.


           O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em
progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...) e possuiria certo limite de produção,
por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes.


         Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de
crescimento populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento da
produção de alimentos (progressão geométrica versus progressão aritmética).
Previu também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada
estariam esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela
agropecuária e, no entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo.


  Conseqüências da dinâmica demográfica malthusiana:


        A conseqüência disso seria a fome, ou seja, a falta de alimentos para
abastecer as necessidades de consumo do planeta, e as mortes, doenças, guerras
civis, disputas por territórios, etc.


  Proposta de Malthus:


        Para evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era pastor da
Igreja Anglicana, na época contrária aos métodos anticoncepcionais, propunha que
as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimenta-
los.


  Falhas da teoria de Malthus:


       Hoje, verifica-se que suas previsões não se concretizaram: a população do
planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos se acelerou graças
ao desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo,
a quantidade produzida aumentou, uma vez que a produtividade (quantidade
produzida por área; toneladas de arroz por hectare, por exemplo) também vem
aumentando ao longo das décadas.




   Por que Malthus errou?


       Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de
previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a coleta de
dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do
comportamento demográfico em uma determinada região, com população
predominantemente rural, e as considerou válidas para todo o planeta no
transcorrer da história, sem considerar os progressos técnicos advindos da natural
evolução humana. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução
demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura.
Reflexões finais                .
                                  .
                                  .
                                  .
Desde que Malthus apresentou
sua teoria, são comuns os
discursos que relacionam de
forma simplista a ocorrência
da fome no planeta ao
crescimento populacional. A
fome que castiga mais da
metade da população mundial
é resultado da má distribuição
da renda e não da carência na
produção de alimentos. Nos        Nesta foto, crianças vasculham um lixão em busca de alimento e
                                  objetos que possam vender por uns poucos trocados.
primeiros anos do século XXI,
a produção agropecuária
mundial era suficiente para
alimentar cerca de 9 bilhões de
pessoas, enquanto a população
do planeta era pouco superior
a 6 bilhões. A fome existe
porque as pessoas não
possuem o dinheiro necessário
para suprir suas necessidades
básicas, fenômeno este
facilmente observável no
Brasil, onde, apesar do enorme
volume de alimentos
exportados e de as prateleiras
dos supermercados estarem
sempre lotadas, a panela de
muitos trabalhadores
permanece vazia ou sua
alimentação é muito mal
balanceada.

                                               Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia
                                               Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São
                                               Paulo : Scipione, 2005. p.431.
Teoria Neomalthusiana

       Com o fim da Segunda Guerra, foi
realizada uma conferência de paz em 1945,
em São Francisco (Estados Unidos), que deu
origem à Organização das Nações Unidas
(ONU). Na ocasião, foram discutidas
estratégias de desenvolvimento, para evitar a
eclosão de um novo conflito militar em escala
mundial. Havia apenas um ponto de consenso
entre os participantes: a paz depende da
harmonia entre os povos e, portanto, da
diminuição das desigualdades econômicas no
planeta. Assim sendo, como explicar e, mais
difícil ainda, enfrentar a questão da miséria
nos países subdesenvolvidos?




  Por que os países desenvolvidos defendem o neomalthianismo?


                                         Esses países (subdesenvolvidos) buscaram
                                 identificar a raiz de seus problemas na colonização
                                 de exploração realizada em seus territórios e na
                                 desigualdade das relações comerciais que
                                 caracterizaram o colonialismo e o imperialismo. Por
                                 isso, passaram a propor amplas reformas nas
                                 relações econômicas, em escala planetária, que
                                 diminuiriam as vantagens comerciais e, portanto, o
                                 fluxo de capitais e a evasão de divisas dos países
                                 subdesenvolvidos em direção aos desenvolvidos (o
que não é vantajoso para estes últimos).


  Qual foi a solução dos países desenvolvidos?


       Neste contexto histórico, foi formulada a teoria demográfica
neomalthusiana, uma tentativa de explicar a ocorrência da fome e do atraso nos
países subdesenvolvidos. Ela é defendida por setores da população e dos governos
dos países desenvolvidos – e por alguns setores dos países subdesenvolvidos – com
o intuito de se esquivarem das questões econômicas.
       Segundo essa teoria, uma numerosa população jovem, resultante das
elevadas taxas de natalidade verificadas em quase todos
os países subdesenvolvidos, necessitaria de grandes
investimentos sociais em educação e saúde. Com isso,
sobrariam menos recursos para serem investidos nos
setores agrícola e industrial, o que impediria o pleno
desenvolvimento das atividades econômicas e, conseqüentemente, da melhoria das
condições de vida da população.


       Ainda segundo os neomalthusianos, quanto maior o número de habitantes
de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído
pelos agentes econômicos.




  Hum... está parecendo que já assisti esse filme...


       Verifica-se que essa teoria, embora com postulados totalmente diferentes
daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma conclusão: o crescimento
populacional é o responsável pela ocorrência da miséria.


  Propostas para reduzir a pobreza, segundo os neomalthusianos.


       Seus defensores passam a propor, então, programas de controle da
natalidade nos países subdesenvolvidos mediante a
disseminação de métodos anticoncepcionais. É uma tentativa
de enfrentar os problemas socioeconômicos partindo
exclusivamente de posições contrárias à natalidade, e ainda
acobertar os efeitos danosos dos baixos salários e das
péssimas condições de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos, apenas com
base em uma argumentação demográfica.


       Além do mais, afirmar que os países subdesenvolvidos desperdiçam em
investimentos sociais um dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtivo é
uma conclusão bastante simplista.

                                           Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia
                                           Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São
                                           Paulo : Scipione, 2005. p.432.
Teoria Reformista (ou marxista)



      Na mesma época em que foi criada a teoria neomalthusiana,
representantes dos países subdesenvolvidos elaboraram, em resposta, a teoria
reformista (ou marxista), que chega a uma conclusão inversa à das duas teorias
demográficas anteriores.
  População jovem e numerosa é atraso socioeconômico?


      Uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas taxas de
natalidade, não é causa, mas conseqüência do subdesenvolvimento. Em países
desenvolvidos, marcados por um elevado padrão de vida
da população, o controle da natalidade ocorreu de
maneira simultânea à melhoria da qualidade de vida da
população, além de ter sido passado espontaneamente
de uma geração para outra à medida que foram se
alterando os modos e os projetos de vida das famílias,
as quais, em geral, passaram a ter menos filhos ao longo do século XX. Uma
população jovem numerosa só se tornou empecilho ao desenvolvimento das
atividades econômicas nos países subdesenvolvidos porque não foram realizados
investimentos sociais, principalmente em educação e saúde.
  Investimentos sociais são fatores de atraso?


      Essa situação gerou um imenso contingente
de mão-de-obra sem qualificação, que
continuamente ingressa no mercado de trabalho.
Tal realidade tende a rebaixar o nível médio de
produtividade por trabalhador e a empobrecer
enormes parcelas da população desses países. É
necessário o enfrentamento, em primeiro lugar, das questões sociais e
econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.
Quando o cotidiano familiar transcorre
                                     em condições miseráveis e as pessoas não têm
                                     consciência das determinações econômicas e
                                     sociais às quais estão submetidas, vivendo de
                                     subempregos, em submoradias e
                                     subalimentadas, como esperar que elas
                                     estejam preocupadas em gerar menos filhos?




  Argumentos à favor da teoria reformista


       Para os defensores dessa corrente, a tendência
de controle espontâneo da natalidade é facilmente
                            verificável ao se comparar a
                            taxa de natalidade entre as
                            famílias brasileiras de classe
                            baixa e as de classe média. À
                            medida que as famílias obtêm condições dignas de vida
                            – educação, assistência médica, acesso à informação,
                            etc. -, tendem a ter menos filhos.


Os investimentos em educação são fundamentais para a melhoria de todos os
indicadores sociais. No mundo inteiro, quanto maior a escolaridade da mulher,
menor tende ser o número de filhos e também menor a taxa de mortalidade
infantil (importante indicador de qualidade de vida).


       Essa teoria, enfim, é a mais realista, por analisar os problemas
econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva, partindo de situações reais
do dia-a-dia das pessoas.




                                            Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia
                                            Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São
                                            Paulo : Scipione, 2005. p.433.

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TEORIA DA POPULAÇÃO - DEMOGRAFIA

  • 1. População: Teorias Demográficas Em 2003, o planeta contava com cerca de 6,3 bilhões de habitantes. Do início dos anos 1970 até 2003, o crescimento da população mundial caiu de 2,1% para 1,2% ao ano, o número de mulheres que utilizam algum método anticoncepcional aumentou de 10% para 50% e o número médio de filhos por mulher (taxa de fecundidade) em países desenvolvidos caiu de 6 para 2,7. Ainda assim, esse ritmo continua elevado e, caso se mantenha, a população do planeta será de 9 bilhões em 2050. Desde a antiguidade, o crescimento populacional é tema de reflexão para muitos estudiosos que se preocupam com o equilíbrio entre a organização da sociedade, a dinâmica demográfica e a exploração dos recursos naturais. Na China, há mais de mil anos, textos apontavam as vantagens do que era considerada a quantidade ideal de pessoas para manter um hipotético equilíbrio entre a disponibilidade de terras e a população local, indicando que o governo deveria incentivar as migrações de zonas muito povoadas para outras com menor densidades de ocupação. Na Grécia antiga, Platão e Aristóteles advertiram, como fez Malthus na Inglaterra muitos séculos depois, que não seria possível aumentar as áreas de cultivo na mesma velocidade do crescimento populacional, o que tenderia a aumentar os níveis de pobreza e a escassez de alimentos ao longo de sucessivas gerações. Somente a partir do século XVIII, com o desenvolvimento do capitalismo, o crescimento populacional passou a ser estudado como um fato positivo, uma vez que, quanto mais pessoas houvesse, mais consumidores também haveria. Nessa época, foi publicada a primeira teoria demográfica de grande repercussão, formulada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1766- 1834). Ao final da Segunda Guerra Mundial surgiu outra teoria demográfica
  • 2. importante, a ―neomalthusiana‖, e, em resposta à ela, representantes dos países subdesenvolvidos elaboraram a chamada ―teoria reformista‖, com conclusões inversas às das duas teorias demográficas anteriores. Conheça três teorias demográficas de destaque, surgidas a partir do século XVIII e outros conceitos básicos sobre demografia. Características e crescimento da população mundial: Países com mais de 100 milhões de habitantes em 1950, 2003 e 2050 Características e crescimento da população mundial • Países com mais de 100 milhões de habitantes em 1950, 2003 e 2050 Países com mais de 100 milhões de habitantes em 1950, 2003 e 2050* 1950 2003 2050* População População População Ordem País Ordem País Ordem País (em milhões) (em milhões) (em milhões) 1 China 555 1 China 1 304 1 Índia 1 531 2 Índia 350 2 Índia 1 085 2 China 1 305 Estados Estados Estados 3 150 3 294 3 409 Unidos Unidos Unidos 4 Rússia 103 4 Indonésia 220 4 Paquistão 349 5 Brasil 178 5 Indonésia 294 6 Paquistão 154 6 Nigéria 258 7 Bangladesh 147 7 Bangladesh 255 8 Rússia 143 8 Brasil 233 9 Japão 128 9 Etiópia 171 Rep. Dem. 10 Nigéria 124 10 152 do Congo 11 México 103 11 México 140 12 Egito 127 13 Filipinas 127 14 Vietnã 118 15 Japão** 110 16 Irã 105 17 Uganda 103 18 Rússia** 101 ONU — Organização das Nações Unidas. Disponível em: <www.un.org/esa/population>. Acesso em: 14 abr. 2004. *Estimativa. **Em 2003, a população russa e japonesa apresentavam crescimento populacional negativo, o que explica a previsão de redução no contingente. Bibliografia:
  • 3. http://www.scipione.com.br/ap/ggb/unidade6_c1_a03.htm. (acesso em 20/08/2006) Por que a população mundial está envelhecendo? Uma análise que explica o fenômeno do envelhecimento populacional verificado nos países desenvolvidos e a tendência de "encolhimento" populacional nessas nações. Revolução Industrial e Crescimento Demográfico : uma reflexão sobre a importância da industrialização da sociedade no crescimento demográfico dos países europeus entre os séculos XVIII e XIX. Taxas - Fundamentos básicos para a leitura de dados demográficos : Taxa de natalidade, taxa de mortalidade, taxa de crescimento vegetativo, taxa de fecundidade, taxa de mortalidade infantil. Teoria de Malthus : a mais famosa teoria demográfica, suas concepções, reflexões e considerações. Teoria neomalthusiana: teoria que, embora com postulados totalmente diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma conclusão. Teoria reformista (marxista) : teoria elaborada em resposta aos malthusianos, que chega à conclusão inversa às teorias malthusianas, e muito mais adequada aos interesses terceiro-mundistas. Por que a população está envelhecendo? A partir da Segunda Guerra, os avanços na ciência médica – principalmente a descoberta dos antibióticos – aliados à urbanização causaram uma grande queda nas taxas de mortalidade, mesmo em países pobres. O crescimento vegetativo aumentou em todo o planeta até a década de 1970. A partir desse período, as taxas de mortalidade – em condições normais, excluindo-se, portanto, os países que sofreram guerras, epidemias ou grandes desastres – tenderam a estabilizar-se em níveis próximos a 0,6% nos países desenvolvidos e a continuar apresentando pequenas quedas nos países subdesenvolvidos. Em alguns países desenvolvidos, as alterações comportamentais criadas pela urbanização e a melhoria do padrão de vida causaram uma queda tão acentuada dos índices de natalidade que, em alguns anos, o índice de crescimento vegetativo chegou a ser negativo. Nos países subdesenvolvidos, de forma geral, embora as
  • 4. taxas de natalidade e de mortalidade venham declinando, a do crescimento vegetativo continua elevada, acima de 1,7% ao ano. Atualmente, o que se verifica na média mundial é uma queda dos índices de natalidade e mortalidade, embora em alguns países as taxas ainda se mantenham muito elevadas. Essa queda está relacionada principalmente ao êxodo rural (saída de pessoas do campo em direção às cidades) e suas conseqüências no comportamento demográfico, como: Maior custo para criar os filhos: é mais caro e difícil criar filhos na cidade, pois é necessário adquirir maior quantidade de alimentos básicos, que não são mais cultivados pela família. Além disso, o ingresso dos dependentes no mercado de trabalho urbano costuma acontecer mais tarde que no campo, e as necessidades gerais de consumo – com vestuário, lazer, medicamentos, transportes, energia, saneamento e comunicação – aumentam substancialmente. . Acesso a método anticoncepcionais: no meio urbano, as pessoas passaram a residir próximo a farmácias, hospitais e postos de saúde, tomando contato com a pílula anticoncepcional, os preservativos, os métodos de esterilização, entre outros métodos contraceptivos. . Trabalho feminino extradomiciliar: no meio urbano, aumenta sensivelmente o percentual de mulheres que trabalham fora e desenvolvem carreira profissional. Para essas mulheres, sucessivas gravidezes acarretam queda no padrão de vida e comprometem sua atividade profissional. . Aborto: por ser uma ação ilegal na maioria dos países, os índices de abortos clandestinos são desconhecidos. Sabe-se, porém, que a urbanização elevou bastante a sua ocorrência, contribuindo para uma queda da natalidade. . Acesso a assistência médica, saneamento básico e programas de vacinação: nas cidades, a expectativa de vida é maior que no campo. Portanto, com a urbanização, principalmente nos países subdesenvolvidos, caem as taxas de mortalidade. Mas isso não significa que a população esteja vivendo melhor. Em muitos casos, está apenas vivendo mais.
  • 5. . A partir da Segunda Guerra, os avanços na ciência médica – principalmente a descoberta dos antibióticos – aliados à urbanização causaram uma grande queda nas taxas de mortalidade, mesmo em países pobres. O crescimento vegetativo aumentou em todo o planeta até a década de 1970. A partir desse período, as taxas de mortalidade – em condições normais, excluindo-se, portanto, os países que enfrentaram guerras, epidemias ou grandes desastres – tenderam a estabilizar-se em níveis próximos a 0,6% nos países desenvolvidos e a continuar apresentando pequenas quedas nos países subdesenvolvidos. Em alguns países desenvolvidos, as alterações comportamentais criadas pela urbanização e a melhoria do padrão de vida causaram uma queda tão acentuada dos índices de natalidade que, em alguns anos, o índice de crescimento vegetativo chegou a ser negativo. Nos países subdesenvolvidos, de forma geral, embora as taxas de natalidade e de mortalidade venham declinando, a de crescimento vegetativo continua elevada, acima de 1,7% ao ano. Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo : Scipione, 2005. p.435. Revolução Industrial e Crescimento Demográfico Calcula-se que, neste início do século XXI, a cada ano, mais de 80 milhões de pessoas passem a habitar a Terra, uma população equivalente à da Alemanha. Esses novos seres humanos concentram-se principalmente na África, na Ásia e na América Latina. Justamente nessas regiões estão situados os países que apresentam os maiores índices de crescimento demográfico do mundo. No decorrer da história da humanidade, de modo geral, o ritmo de crescimento populacional
  • 6. foi lento. A natalidade Peste Negra na Idade Média elevada era acompanhada pela mortalidade quase na mesma proporção. A fome, as epidemias e as catástrofes naturais chegavam a dizimar povos inteiros. Foi a partir dos séculos XVII e XVIII que o crescimento da população acelerou-se. Inicialmente, foi um fenômeno restrito à Europa, decorrente das transformações no modo de vida trazidas pela Revolução Industrial. A Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, teve forte repercussão na organização socioespacial: houve intenso processo de migração do campo para a cidade, além de mudanças de hábitos e novas relações de trabalho. As condições de vida nas áreas industriais eram inicialmente precárias, mas aos poucos ocorreram melhorias sanitárias significativas, e a população urbana passou a ter acesso a serviços de saúde. A Revolução Industrial, enfim, não foi apenas uma transformação no modo de produzir mercadorias, mas uma transformação tecnológica e científica que atingiu todas as áreas do conhecimento, entre elas a medicina. A solução de problemas sanitários e o avanço da medicina contribuíram para a diminuição da mortalidade infantil e da mortalidade da população em geral. A elevação da expectativa de vida levou ao aumento do número de habitantes nos países que primeiramente se industrializaram. A vacina contra a varíola foi a A VARÍOLA
  • 7. descoberta médica mais importante para o Classificada como uma das enfermidades mais devastadoras da humanidade, a varíola foi crescimento populacional entre o final do considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1980. No entanto, a doença século XVIII e o início do século XIX. Graças voltou às manchetes de jornais em virtude da suposição de que ela pudesse ser utilizada como a ela e a outros fatores, as taxas de arma biológica. mortalidade se reduziram, e a natalidade Acredi permaneceu por longo tempo (cerca de 100 ta-se que a anos) em patamares elevados. varíola tenha surgid o há Outros fatores são considerados mais de responsáveis pela aceleração do crescimento três mil populacional dos países industrializados anos, provav europeus do século XIX, como a utilização elmen te na generalizada do trabalho infantil nesse Índia ou no período, que pode ter estimulado o aumento Egito. De lá do número de filhos para elevar a renda para cá, ela familiar. Assim, o crescimento populacional se espalhou pelo mundo, causou inúmeras epidemias, aniquilou populações inteiras (como seria resultado não apenas da diminuição da diversos povos indígenas brasileiros) e mudou o curso da história. Marcas causadas pela doença mortalidade, mas também do aumento da foram encontradas na face da múmia do faraó Ramsés II. A doença atingiu também natalidade. personagens importantes da história ocidental, como a rainha Maria II, da Inglaterra, o rei Luiz I, da Espanha, o imperador José I, da Áustria, e o rei Luiz XV, da França. O vírus da varíola pertence à mesma família dos vírus causadores de doenças próprias do gado bovino (a varíola bovina) e de outros animais. No dia 14 de maio de 1796, o médico inglês Edward Jenner retirou pequena quantidade de sangue das mãos de uma camponesa que havia sido infectada com o vírus bovino e o inoculou em um garoto de oito anos. Com o tempo, constatou-se que a criança havia se tornado imune à varíola. Jenner realizou esse experimento após observar que pessoas antes infectadas com o vírus da varíola bovina (bem Trabalho infantil e feminino em indústria têxtil mais branda) nunca manifestavam a varíola . humana: estava descoberta a vacina contra a Países mais populosos em 2003 enfermidade. A descoberta de Jenner mudou a população história da imunologia – a própria palavra vacina país vem do latim vaccinus, de vacca (vaca). (em milhões) (FERREIRA, Pablo. Assessoria de Imprensa da Fiocruz, 1 China 1304 http://www.fiocruz.br/ccs/glossario/variola.htm - 2 Índia 1065 acesso em 24/03/2004 - adaptado ) in LUCCI, 3 Estados Unidos 294 Elian Alabi ett all. Território e sociedade no mundo globalizado – geografia geral e do Brasil. 4 Indonésia 220 São Paulo : Saraiva, 2005. p.316. 5 Brasil 178 6 Paquistão 153 Bibliografia: LUCCI, Elian Alabi ett all. Território e sociedade no mundo globalizado – geografia geral e do Brasil. São Paulo : Saraiva, 2005. p.31
  • 8. Taxas Demográficas - Fundamentos básicos . 1 -Taxa de natalidade Número de nascidos vivos* em um ano por mil habitantes. É a relação entre os nascimentos anuais e a população total, expressa por mil habitantes. . *não incluiu os natimortos . Exemplo: . Nascimentos anuais: 775.000 População total: 55.173.000 habitantes Taxa de natalidade: ?? 775.000 x 1000 = 14%o 55.173.000 . Taxa de natalidade é 14%o ou 14/1000 (lê- 0 se catorze crianças nascidas vivas para cada / 00?? grupo de mil habitantes num ano) . . Expressa-se o resultado anterior assim: 1,4% = "Hum vírgula quatro por cento" . 2 -Taxa de mortalidade Número de óbitos em um ano por mil habitantes. É calculada a partir da relação entre óbitos anuais, multiplicados por mil, e a população. Exemplo: . Óbitos anuais: 335.000 População total: 55.173.000 habitantes Taxa de mortalidade: 335.000 x 1000 = 6%o 55.173.000 . Taxa de mortalidade é 6%o ou 6/1000 (lê-se seis pessoas morreram para cada grupo de mil habitantes num ano) . .
  • 9. Expressa-se o resultado anterior assim: 0,6% = "Zero vírgula seis por cento" As taxas de natalidade e de mortalidade são expressas em porcentagem. Assim, baseando-se nos dados dos exemplos acima (14%o e 6%o), concluímos que a: taxa de natalidade = 1,4% / taxa de mortalidade = 0,6%. .. 3 -Taxa de crescimento vegetativo Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. Conforme exemplos de taxas de natalidade e mortalidade anteriores, subtraímos a menor da maior assim: . Taxa de natalidade: 14%o Taxa de mortalidade: -6%o Crescimento vegetativo: 8%o Crescimento vegetativo: 8%o ou 8% Obs: a taxa de crescimento vegetativo é também denominada taxa de crescimento natural. Assim, baseando-se no resultado do exemplos acima concluímos que o crescimento vegetativo é de 0,8%. . 4 -Taxa de fecundidade Número médio de filhos por mulher em idade de procriar, ou seja, entre 15 e 49 anos. A taxa de fecundidade da mulher brasileira caiu de 6,28 filhos, em 1960, para 2,38 filhos, em 2000. Nas famílias mais pobres, a queda da fecundidade está muito relacionada à esterilização. As mulheres pobres têm dificuldade de acesso a informações e a serviços de contracepção, e muitas vezes acabam optando pela esterilização logo após o primeiro parto. Em 1970 a mulher brasileira tinha, em média, 5,8 filhos. Trinta anos depois, esta média era de 2,3 filhos.
  • 10. No mundo, no final do século XX, a taxa de fecundidade era de 2,9 filhos por mulher, Nos países mais desenvolvidos esta taxa era de 1,5, e nos países menos desenvolvidos, em torno de 3,2. Segundo a ONU, a taxa média de fecundidade necessária para a reposição da população é de 2,1 filhos por mulher. Os dados da tabela a seguir mostram que, enquanto em muitos países essa taxa supera esse valor, em outros ela é inferior. Nesses casos, ou esses países incentivam a natalidade (caso dos Países Baixos, que na década de 1990 estava com crescimento populacional negativo) e aceitam a entrada de imigrantes (caso da Itália), ou suas populações tendem a diminuir, como mostram projeções da ONU para 2050. Taxa de crescimento populacional Taxa de crescimento da Taxa de Países população entre 2000 e 2005 (% fecundidade ao ano) Somália 4,2 7 Afeganistão 3,9 7 Arábia Saudita 2,9 5 Paraguai 2,4 4 Índia 1,5 3 Brasil 1,2 2 Estados Unidos 1,0 2 China 0,7 2 Países Baixos 0,5 2 Alemanha 0,1 1 Itália -0,1 1 Rússia -0,5 1 ONU: Divisão de Estatísticas. Disponível em http://unstats.um.org. Acesso em: 14 abr. 2004. Divisão de estatísticas do Banco Mundial. Disponível em http://devdata.worldbank.org. Acesso em 14 abr. 2004. . Leia mais em http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/fecundidade.html . Bibliografia: LUCCI, Elian Alabi ett all. Território e
  • 11. sociedade no mundo globalizado – geografia geral e do Brasil. São Paulo : Saraiva, 2005. p.315. Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo : Scipione, 2005. p.434. Teoria de Malthus Em 1798, Malthus publicou seu Ensaio sobre a população, no qual desenvolveu uma teoria demográfica que se apoiava basicamente em dois postulados: 1) crescimento da população; 2) produção de alimentos. A população, se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais, etc., tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria, portanto, em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um fator variável, que cresceria sem parar. O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...) e possuiria certo limite de produção, por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes. Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento da produção de alimentos (progressão geométrica versus progressão aritmética). Previu também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada
  • 12. estariam esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo. Conseqüências da dinâmica demográfica malthusiana: A conseqüência disso seria a fome, ou seja, a falta de alimentos para abastecer as necessidades de consumo do planeta, e as mortes, doenças, guerras civis, disputas por territórios, etc. Proposta de Malthus: Para evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era pastor da Igreja Anglicana, na época contrária aos métodos anticoncepcionais, propunha que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimenta- los. Falhas da teoria de Malthus: Hoje, verifica-se que suas previsões não se concretizaram: a população do planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos se acelerou graças ao desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a quantidade produzida aumentou, uma vez que a produtividade (quantidade produzida por área; toneladas de arroz por hectare, por exemplo) também vem aumentando ao longo das décadas. Por que Malthus errou? Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do comportamento demográfico em uma determinada região, com população predominantemente rural, e as considerou válidas para todo o planeta no transcorrer da história, sem considerar os progressos técnicos advindos da natural evolução humana. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura.
  • 13. Reflexões finais . . . . Desde que Malthus apresentou sua teoria, são comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que castiga mais da metade da população mundial é resultado da má distribuição da renda e não da carência na produção de alimentos. Nos Nesta foto, crianças vasculham um lixão em busca de alimento e objetos que possam vender por uns poucos trocados. primeiros anos do século XXI, a produção agropecuária mundial era suficiente para alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas, enquanto a população do planeta era pouco superior a 6 bilhões. A fome existe porque as pessoas não possuem o dinheiro necessário para suprir suas necessidades básicas, fenômeno este facilmente observável no Brasil, onde, apesar do enorme volume de alimentos exportados e de as prateleiras dos supermercados estarem sempre lotadas, a panela de muitos trabalhadores permanece vazia ou sua alimentação é muito mal balanceada. Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo : Scipione, 2005. p.431.
  • 14. Teoria Neomalthusiana Com o fim da Segunda Guerra, foi realizada uma conferência de paz em 1945, em São Francisco (Estados Unidos), que deu origem à Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, foram discutidas estratégias de desenvolvimento, para evitar a eclosão de um novo conflito militar em escala mundial. Havia apenas um ponto de consenso entre os participantes: a paz depende da harmonia entre os povos e, portanto, da diminuição das desigualdades econômicas no planeta. Assim sendo, como explicar e, mais difícil ainda, enfrentar a questão da miséria nos países subdesenvolvidos? Por que os países desenvolvidos defendem o neomalthianismo? Esses países (subdesenvolvidos) buscaram identificar a raiz de seus problemas na colonização de exploração realizada em seus territórios e na desigualdade das relações comerciais que caracterizaram o colonialismo e o imperialismo. Por isso, passaram a propor amplas reformas nas relações econômicas, em escala planetária, que diminuiriam as vantagens comerciais e, portanto, o fluxo de capitais e a evasão de divisas dos países subdesenvolvidos em direção aos desenvolvidos (o que não é vantajoso para estes últimos). Qual foi a solução dos países desenvolvidos? Neste contexto histórico, foi formulada a teoria demográfica neomalthusiana, uma tentativa de explicar a ocorrência da fome e do atraso nos países subdesenvolvidos. Ela é defendida por setores da população e dos governos
  • 15. dos países desenvolvidos – e por alguns setores dos países subdesenvolvidos – com o intuito de se esquivarem das questões econômicas. Segundo essa teoria, uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas em quase todos os países subdesenvolvidos, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, sobrariam menos recursos para serem investidos nos setores agrícola e industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, conseqüentemente, da melhoria das condições de vida da população. Ainda segundo os neomalthusianos, quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído pelos agentes econômicos. Hum... está parecendo que já assisti esse filme... Verifica-se que essa teoria, embora com postulados totalmente diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma conclusão: o crescimento populacional é o responsável pela ocorrência da miséria. Propostas para reduzir a pobreza, segundo os neomalthusianos. Seus defensores passam a propor, então, programas de controle da natalidade nos países subdesenvolvidos mediante a disseminação de métodos anticoncepcionais. É uma tentativa de enfrentar os problemas socioeconômicos partindo exclusivamente de posições contrárias à natalidade, e ainda acobertar os efeitos danosos dos baixos salários e das péssimas condições de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos, apenas com base em uma argumentação demográfica. Além do mais, afirmar que os países subdesenvolvidos desperdiçam em investimentos sociais um dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtivo é uma conclusão bastante simplista. Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo : Scipione, 2005. p.432.
  • 16. Teoria Reformista (ou marxista) Na mesma época em que foi criada a teoria neomalthusiana, representantes dos países subdesenvolvidos elaboraram, em resposta, a teoria reformista (ou marxista), que chega a uma conclusão inversa à das duas teorias demográficas anteriores. População jovem e numerosa é atraso socioeconômico? Uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas conseqüência do subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, marcados por um elevado padrão de vida da população, o controle da natalidade ocorreu de maneira simultânea à melhoria da qualidade de vida da população, além de ter sido passado espontaneamente de uma geração para outra à medida que foram se alterando os modos e os projetos de vida das famílias, as quais, em geral, passaram a ter menos filhos ao longo do século XX. Uma população jovem numerosa só se tornou empecilho ao desenvolvimento das atividades econômicas nos países subdesenvolvidos porque não foram realizados investimentos sociais, principalmente em educação e saúde. Investimentos sociais são fatores de atraso? Essa situação gerou um imenso contingente de mão-de-obra sem qualificação, que continuamente ingressa no mercado de trabalho. Tal realidade tende a rebaixar o nível médio de produtividade por trabalhador e a empobrecer enormes parcelas da população desses países. É necessário o enfrentamento, em primeiro lugar, das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.
  • 17. Quando o cotidiano familiar transcorre em condições miseráveis e as pessoas não têm consciência das determinações econômicas e sociais às quais estão submetidas, vivendo de subempregos, em submoradias e subalimentadas, como esperar que elas estejam preocupadas em gerar menos filhos? Argumentos à favor da teoria reformista Para os defensores dessa corrente, a tendência de controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se comparar a taxa de natalidade entre as famílias brasileiras de classe baixa e as de classe média. À medida que as famílias obtêm condições dignas de vida – educação, assistência médica, acesso à informação, etc. -, tendem a ter menos filhos. Os investimentos em educação são fundamentais para a melhoria de todos os indicadores sociais. No mundo inteiro, quanto maior a escolaridade da mulher, menor tende ser o número de filhos e também menor a taxa de mortalidade infantil (importante indicador de qualidade de vida). Essa teoria, enfim, é a mais realista, por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva, partindo de situações reais do dia-a-dia das pessoas. Bibliografia: MOREIRA, J.C. SENE, Eustáquio. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo : Scipione, 2005. p.433.