O documento discute a evolução do jornalismo digital, incluindo a queda de receita de publicidade impressa e o crescimento de plataformas digitais. Também aborda novos modelos de negócios como paywalls digitais e a importância de APIs e redes sociais para o jornalismo.
5. - Pelo sexto ano consecutivo, a receita de publicidade dos impressos americanos caiu
7,3%. Para cada dólar ganho no mundo digital, há uma perda de 16 dólares no universo
físico, dos papeis
- Na TV a cabo, a cobertura de eventos ao vivo durante o dia, que geralmente exige uma
equipe e correspondente, caiu 30% de 2007 a 2012, enquanto programas de entrevistas
cresceram 31%.
- No crescente mercado de publicidade móvel, seis empresas compartilham 72% de um
mercado de US$ 2,6 bilhões (um crescimento de 80% em 2012) e nenhuma delas é de
produção de notícias: Pandora, Google, Millenial Media; Apple iAds, Facebook e Twitter.
Eles são rivais ou novas vitrines de conteúdo?
Fonte: The State of The News Media 2013
Números nada animadores
6. - Artigo publicado no dia 9 na Columbia Journalism Review. Link: http://bit.ly/ZX05Wg
- O quarto item deste texto chama atenção: o caos é um ótimo elemento para a
criatividade
- Vivemos um momento disruptivo, de mudanças no Jornalismo Digital. Chegou o
momento de experimentar novos formatos ao maior interessado: consumidor final.
Furos de reportagem, textos longos ou curtos: há espaço – pequeno – mas teremos
muitos e muitos formatos (e recursos) presentes para melhorar ainda mais nosso
Jornalismo.
O outro lado da história
7. - Você gosta de produzir extensas reportagens e utilizar recursos multimídia para
deixá-la ainda mais atraente? Terá, portanto, espaço no universo digital
- Você gosta de participar de eventos em tempo real e produzir textos “hard news” in
loco?
- Você gosta da área de negócios e tecnologia em Jornalismo? Também terá espaço.
E será dessa fatia que pretendemos conversar hoje.
O outro lado da história
8. - Para quem deseja trabalhar na área digital:
o ambiente seleciona o melhor adaptado.
- Portanto, não pense que exercer a função
é saber apenas escrever, ler, fazer pautas,
apurar e produzir reportagens. Transcende
essas características – que são
imprescindíveis, claro.
- É necessário conhecer APIs, Design
Responsivo, Colaboração, Creative
Commons, Data Visualization, Facebook,
plataformas Apple, Mashups, SEO, “Mídia
Social”, Twitter e Wordpress.
“Darwinismo Jornalístico”
11. - Menor consumo de publicações impressas (jornais e revistas). De acordo com o
estudo "Indicadores de Mercado", elaborado pelo Interactive Advertising Bureau (IAB
Brasil) em 2012, a internet superou os jornais e já é a segunda mídia no Brasil (atrás
apenas da TV aberta), alcançando 12% do total (display+search)
- Custos para reportagem são altíssimos: viagens, hospedagem, transporte...
Publicações necessitam de conteúdos exclusivos e diferenciados para sobreviver.
- Erramos ao entrar no mundo digital sem planejar sua sustentabilidade financeira e
testar soluções publicitárias
- Cultura de “internet é grátis”: notícias, filmes, músicas...
- E os leitores que adquiriram a revista ou o jornal em todas essas ocasiões, como se
sentem?
- Existem brechas para tentar reparar o erro comercial de distribuir conteúdos
gratuitamente, sem um modelo de negócio viável
- Resumo: o Brasil está sempre um passo atrás...
Por que o Jornalismo se movimenta tanto?
12. “O iPad é o maior avanço na leitura de banheiro da história da humanidade”. (GEMMEL, Matt)
- O Jornalismo possui uma relação íntima com a tecnologia. A criação de novas
plataformas – dispositivos móveis como celulares, smartphones e tablets – criam uma
necessidade imediata de apresentar conteúdos (sem ao menos conhecer seu
ecossistema).
- O Jornalismo tentou ocupar o espaço de quase todas as plataformas descritas
anteriormente: comunidades no Orkut, páginas e aplicativos no Facebook, perfis no
Twitter e jornalismo especializado em uma plataforma. No caso, o iPad.
Novas plataformas, novos modelos
13. - Em fevereiro de 2011, durante a apresentação da
segunda versão do iPad, da Apple, o australiano Rupert
Murdoch, dono de mais de 50 jornais em todo o
mundo – inclusive o The Wall Street Journal –
surpreendeu o mundo ao anunciar o The Daily,
primeiro jornal para iPad.
- O modelo de negócios envolvia a venda de
exemplares digitais avulsos por 0,99 dólares ou uma
assinatura anual de 39,99 dólares.
- A proposta era inovar com conteúdo exclusivo,
incluindo grandes reportagens, vídeos, fotografias em
360 graus e infográficos interativos. Não foi o que
aconteceu.
O início – e o fim – do The Daily
14. - Não havia motivação para que seus leitores
pagassem pelo conteúdo. Desde a primeira edição,
reportagens eram provenientes de agências de
notícias – disponíveis em outras publicações gratuitas.
- Projeto durou menos de dois anos. Em dezembro,
Murdoch anunciou o fim da publicação.
- Lição: uma plataforma não revitaliza e modifica o
curso de uma empresa de Jornalismo!
O início – e o fim – do The Daily
15. Novos modelos, novas experimentações
- Recentemente, uma série de publicações
importantes em todo o mundo começou a
seguir um lema guiado pelo jornal britânico
The Guardian, em junho de 2011: “digital
first”
- Pensar no universo digital primeiro
pressupõe contratações nas redações on-line,
se adaptar às demandas de seus leitores e,
sobretudo, ofertar conteúdos interativos e
interessantes aos maiores interessados.
16. As medidas para o “digital first”
- Adaptar-se seu conteúdo a todas as plataformas disponíveis para consumo de
conteúdo: smartphones ou tablets com sistemas operacionais Android (Google), Apple
(iOS), Windows Mobile (Microsoft), Symbian (Nokia), além de apps para televisão e
softwares em desktops
- Criar aplicativos exclusivos e disponíveis para essas plataformas demandam custos e
dificuldade na atualização deles aos serviços, uma vez que esses sistemas mudam
mensalmente/semestralmente
- Há algum tempo, portanto, era necessário desenvolver, no máximo, cinco produtos
diferentes para atender esse mercado. Tornou-se impraticável. Chegou o momento,
contudo, de avaliar todas essas plataformas e desenhar produtos jornalísticos mais
flexíveis – responsivos.
17. As medidas para o “digital first”
- Projetar sites jornalísticos responsivos pressupõe projetar seu conteúdo para ser
atendido prontamente não só a um monitor de computador, mas a um tablet, um
telefone celular, um brinquedo – usando técnicas avançadas de CSS3. No exterior,
esse cenário começa a ganhar maior destaque.
- Nas últimas semanas, publicações como The Guardian, NPR, TIME e BBC adotaram o
design responsivo – Boston Globe, do grupo do The New York Times, fez seu uso em
dezembro de 2011. No Brasil, o Globo.com é o único serviço digital de notícias do país
a fazer tal uso.
18. - Você pagaria para consumir informação na web?
- Em 2012, 450 dos 1.380 diários impressos do país adotaram algum tipo de cobrança
digital – muito em função do sucesso do modelo do The New York Times.
- No último dia 25, a empresa revelou o seu balanço financeiro: lucro operacional "quase
dobrou" para US$ 23 milhões (devido a "corte de custos e ligeiro aumento nas
assinaturas corporativas digitais“). As assinaturas pagas para produtos digitais do New
York Times e também para o Boston Globe, da mesma empresa, totalizaram 708 mil no
primeiro trimestre, com um crescimento de 45% em relação ao ano passado.
- Nos próximos meses, a empresa pretende investir em internet, comércio eletrônicos e
jogos. Deixo, contudo, uma questão: é o que o New York Times faz de melhor no mundo
da comunicação? É a hora de experimentar modelos de negócio
Muro de pagamento
19. - Recentemente, a companhia produziu uma extensa – e detalhada – série de seis
reportagens sobre 16 esquiadores apanhados em uma avalanche no estado de
Washington, em 19 de fevereiro.
- Link: http://nyti.ms/11tOl0q
Snowfall: reportagem que virou verbo
20. - Foram necessários seis meses e onze profissionais para produzir um conteúdo que, na
página principal da empresa de notícia, teria poucas horas de destaque. É importante
destacar: muitos outros sites de notícia já produziram conteúdos similares.
- Na ocasião, o The New York Times só inovou no quesito modelo de negócio – o que,
aliás, foi pouco discutido: a adesão ao universo dos livros. A reportagem multimídia está
à venda em quatro modelos. É a estratégia conhecida na web como e-singles.
Snowfall: reportagem que virou verbo
21. O “universo social”
- Dois terços dos americanos muitas vezes procuram uma notícia completa depois de
ouvir de amigos ou familiares sobre um evento. Aqui está o poder do “social”
Fonte: The State of The News Media 2013
- Plataformas de redes sociais: novas vitrines do Jornalismo Digital
- A página principal não tem mais o poder de dez anos atrás
- Twitter, Facebook e tantas outras redes sociais são plataformas de comunicação –
posteriormente, de conteúdo. É importante diferenciar esses dois conceitos.
23. A importância de Paul Baran
- Diagrama de Paul Baran é o combustível que reforça a importância de uma publicação
mais próxima ao leitor: menos centralizada e mais distribuída
24. - O Jornalismo ganha muito com as APIs públicas
- APIs: Application Programming Interface. Se Twitter e Facebook fossem um bolo, a API
seria o fermento: desenvolvedores criam serviços atrelados ao site. Twitter gastou 48
milhões de dólares em duas plataformas criadas por terceiros: buscas e clients de
postagem.
- “No mundo da tecnologia, tornar-se uma plataforma na qual os aplicativos de
terceiros possam operar é como encontrar o Santo Graal e dispor de todos os seus
poderes sobrenaturais” (KIRKPATRICK, David, 2010)
- “Queremos um ecossistema que não favoreça nossos próprios aplicativos”, já dizia
Mark Zuckerberg em 2007
Mapa + APIs = Jornalismo
25. - APIs do Foursquare (maior serviço de geolocalização do mundo) + APIs do TripAdvisor
(maior serviço de comentários relativos à hospedagem) + notícias de VEJA geolocalizadas
Mapa + APIs = Jornalismo
26. Segunda tela
- Segunda tela: hábito de usar a internet para comentar um programa televisivo em
tempo real
- A transmissão de eventos esportivos é o tipo de programa de TV que mais provoca
burburinho na web. Responde por 44% das “conversas” relacionadas a programas de
TV em plataformas de redes sociais. Os dados foram coletados no mercado americano
pela SocialGuide e levam em conta o número de mensagens publicadas no Twitter.
28. • Recentemente, a
Universidade de Columbia
criou um Mestrado que
pretende unir disciplinas
tecnológicas às jornalísticas:
Master of Science Program
in Computer Science and
Journalism.
• Universidade de Nova York
lançou o mestrado em
Jornalismo Empreendedor:
inovação, dados e nossa
profissão como um modelo
de negócio.
Relação causa-efeito: vivemos uma nova era