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SEI- UNIP
CURSO: Formação de professores do ensino superior
Módulo I - Unidade 5
Quem é o aluno do Ensino Superior
Profa. Dra. Márcia Meneghel Bardou de Carvalho
Na unidade II, buscamos construir e analisar a identidade do professor, que para
alguns, poderia não estar ainda muito definida. Mas, alunos?
Será que necessitamos realmente identificá-los?
.
Consideremos inicialmente que identificar significa dar uma identidade,
elaborar uma caracterização que possibilite reconhecer o indivíduo, ou o
grupo, em situações específicas, ou gerais. Ou seja, reconhecer traços
que possam distinguir classificar os indivíduos
Bem, voltemos ao questionamento, possivelmente muitos concordarão e
apresentarão como justificativa:
-“Claro, o aluno é o sujeito do processo ensino-aprendizagem”.
-“ O docente existe para que o discente aprenda”.
-“ Nós, professores e alunos, somos parceiros, somos construtores de um novo
conhecimento”.
Pimenta & Anastasiou ( 2002,p:229), justificam essa necessidade e assinalam que :
“ .... cabe aos professores, institucionalmente organizados, proceder ao
conhecimento e à identificação de seus alunos, o que pensam, o que sabem, suas
expectativas, a visão que têm do que é ser profissional da área escolhida ...”
Colocações estas extremante válidas quando nos detemos para observar que a base
do processo ensino-aprendizagem está centrada na relação professor-aluno que,
antes de tudo, é uma relação social.
Ao referir relações sociais, interação professor-aluno, descartamos um aspecto deste
contexto: a impessoalidade. Não devemos coletivizar nossos alunos, ou ainda,
como alguns se referem, nossa clientela. Partimos do pressuposto que assim como
nós professores, o aluno é uma pessoa, é um ser único e que, em determinado
contexto, “está aluno”. E, a forma mais fácil de estabelecer relacionamentos pessoais
com os estudantes, de acordo com Lowman (2004, p: 78), é aprender seus nomes.
O autor, pensando nas possíveis interpelações dos colegas, apresenta estratégias
que possibilitam ao professor memorizá-los, tanto em classes de poucos alunos,
como de centenas.Por exemplo, monte uma ficha de dados dos alunos, solicitando
que estes indiquem como gostariam de ser chamados, eu tenho uma aluna chamada
Sonia Regina que detesta ser chamada por Sonia ! Faça apresentações na primeira
aula, peça que apresentem colegas, isto colabora na própria integração entre os
alunos, que por vezes, não se conhecem. Concentre seu olhar para os alunos
enquanto faz a chamada, forme uma imagem visual de seus alunos; quando se
dirigir ao aluno e não se lembrar de seu nome peça ajuda à classe, ou mesmo ao
aluno, um:
poderá servir como desencadeador para um relacionamento mais próximo.Converse
com os alunos e fale sobre as dificuldades em memorizar todos os nomes, mas
saliente o quanto isto é importante para você!
Muitas vezes pela pressa, despersonalizar o aluno facilita sem dúvida, o aspecto do
trabalho administrativo do professor, mantemos um distanciamento cômodo, mas isto
não é o aspecto essencial nas relações professor-aluno.Nós nos envolvemos,
enquanto professores e alunos, em relações muito mais complexas, como a
produção de um novo saber, a transformação de um indivíduo, a formação de um
profissional, sem ainda referir o nosso “caso maior” que seria o de transformação da
própria realidade!
Gil (2006,p: 38), ao referir-se aos desafios atuais do professor universitário, cita
STOER E CORTESÃO, assinalando que o professor deve estar atento
especialmente para os aspectos da multiculturalidade, ou seja :
“ ... sensível à heterogeneidade, ao arco-íris de culturas que tem nas mãos quando
trabalha com seus alunos. Que não sofra de daltonismo cultural, que leva a admitir
que todos os estudantes são idênticos , com saberes e necessidades semelhantes e
a subaproveitar a riqueza na diversidade de símbolos, significados, padrões e
manifestações que se acham presentes na sociedade e nas escolas.”
- Desculpe mas ainda não guardei o seu nome –
Continuemos nossa conversa .Falemos um pouco mais do aluno!
Consideramos inicialmente um aspecto que caracteriza o aluno, são adultos, bem
pelo menos esperamos que já sejam...
Esses adultos têm origens, realidades sociais,características físicas, psicológicas, da
mais diversa ordem.Apresentam motivos e necessitam de motivações diferentes
para aprender. Construíram crenças e descrenças em relação a nós professores e
ao próprio ensino superior...
Cada um interpreta um fato, uma foto, uma canção, um conto de forma particular...
Como são diferentes as pessoas!
E nós nos propondo a caracterizar essas pessoas! Como?
Eis a “ Torre de Babel”!!!!!!!!!.
Quem são os nossos alunos?????
São os questionadores, são os
apáticos, são os “sabe tudo”,os “não tô nem ai”, os que ameaçam, os ameaçados, os
bons, os ótimos, os fracos, os certinhos, os drogados ,os heteros e os
homossexuais, as mães, os empresários, os empregados......
Então, retomando, as características de nossos alunos dizem respeito a:
Sexo,idade,personalidade,formação escolar,educação familiar,diferenças
culturais,socioeconômicas,capacidade intelectual, interesses,etc, etc...
Se quisermos nos aprofundar neste âmbito da diversidade do alunado do ensino
superior, poderíamos abordar ainda as questões raciais e/ ou étnicas, o que nos
levaria até a discussões sobre as famosas cotas, mas não é este o nosso objetivo
aqui e agora.
É relevante ainda considerar que a diversidade das faixas etárias , principalmente
em relação à antecipação do processo de escolarização, tem trazido para o ensino
superior um público mais jovem, ainda ‘imaturo “, pouco motivado e comprometido
com a aprendizagem , visto que suas escolhas profissionais ainda não se definiram
claramente e o ensino superior não é garantia de um emprego estável no futuro.
.Por outro lado, vale ressaltar , apoiando-nos em Pimenta & Anastasiou, que se torna
necessário ao professor refletir sobre o sistema de ensino “ produtor” desse aluno
que chega ao ensino superior. Para estas autoras os alunos vêm de um sistema de
ensino que centralizou esforços para prepará-los para os vestibulares, valorizando a
memorização, a lógica da exclusão, o vale tudo de passar no vestibular, não no
aprender.Muitos de nós professores fomos professores dos “ cursinhos” e nos
especializamos em preparar “aulas show”, onde éramos os atores, quase únicos ,
sem preocupações em participação dos alunos, nem em identificá-los , apenas
Devemos considerar aqui, que as exigências das organizações e da
própria sociedade por profissionais com formação em nível superior,
sem dúvida, têm provocado sérias alterações no modelo típico dos
cursos superiores de dez, vinte anos, direcionados então para uma
classe privilegiada. “Uma elite”, era como se referiam aos alunos do
ensino superior, daquela época.
O processo de democratização (também considerado de
massificação , por alguns autores) possibilitou o acesso das
“camadas desfavorecidas” ao ensino superior.
explicar conteúdos e garantir o interesse e memorização dos alunos; lembram-se
das “musiquinhas”, dos versos, das batidas ritmadas para gravar fórmulas,
classificações, etc. ?
Bem, então não podemos reclamar que os alunos apresentam falta de domínio da
língua materna, que não saibam interpretar textos, pois não aprenderam a ler....
Sobre este aspecto Pimenta & Anastasiou (2002,p.237) admitem que :
“ Sobre a elevada heterogeneidade em cada classe, a diversidade de maturidade
dos alunos e o aluno trabalhador, convém admitir que lidar com o diferente não é
fácil.Embora no nível discursivo se proclame a importância da diversidade, ao entrar
numa sala de aula, seria mais fácil não ter de lidar com tamanha diversidade quanto
ao domínio do conhecimento”.
- Ora, mas além de tudo eles ( os alunos ) são desinteressados!
Com certeza vocês podem ressaltar este aspecto, mas cabe uma nova reflexão : O
que nos propomos a mudar para motivá-los ? Como trabalhamos com os problemas
da alienação do alunado frente à própria vida e a sua formação profissional e
cidadã?
Proponho um exercício para vocês:
Selecionem duas ou três de suas classes e, com base na diversidade
observada, tracem as características das mesmas, construindo um
perfil e identificando a diversidade e complexidade que os alunos do
ensino superior nos apresentam.
Qual o objetivo de nossa proposta?
Ora, torna- se necessário conhecer nossos alunos para podermos estabelecer
nossos planos de ensino, de aula; precisamos conhecer a quem dirigimos nossas
ações para traçar objetivos, selecionar conteúdos, estratégias e instrumentos de
avaliação, de forma coerente e direcionada à realidade .Isto é, o ensino, enquanto
atividade sistematizada, exige um planejamento e este se inicia com um
diagnóstico, que possibilitará caracterizar os alunos,do curso,do semestre, da
classe....
Além do que, não nos relacionamos com desconhecidos!
Consideramos que há alunos que exigem do professor um esforço muito grande para
estabelecer um relacionamento interpessoal, criam verdadeiras “barricadas’ e nelas
se escondem. São alunos chamados “ problemas”. Podem querer uma atenção
especial do professor e por este motivo criam toda sorte de circunstâncias para
desestruturar a aula, ou então, fazem parecer estar ausentes da sala. Podemos
inferir que seria uma postura de proteção / defesa ?
Esta preocupação em conhecer o alunado levou, a partir da década de 1960, ao
desenvolvimento de pesquisas, nos EUA e Europa, buscando o estabelecimento de
tipologias de estudantes universitários. Embora em contextos culturais específicos e
circunscritos temporalmente, essas tipologias podem facilitar ao professor o
reconhecimento de determinadas características do alunado e sua atuação junto aos
mesmos.
Gil (2006, p 43) e Lowman ( 2004, p. 87) , citam algumas dessas tipologias:
- Classificação de Mann (1970) que enfoca os aspectos emocionais, classifica os
alunos em :
submissos, dependentes -ansiosos, trabalhadores desencorajados, estudantes
independentes, heróis, franco-atiradores, os que buscam atenção e os silenciosos.
- Classificação de Astin (1993), enfocando aspectos psicossociais, classifica os
alunos em :
sábios, ativistas sociais, artistas, hedonistas, líderes, direcionados para o status e
estudantes descomprometidos.
- Classificação de Kuh, Hu e Vésper ( 2000), classificam os estudantes
considerando seu engajamento em atividades universitárias:
desengajados, recreadores, socializadores,acadêmicos, cientistas, individualistas,
artistas, esforçados, intelectuais e convencionais.
Há , com certeza, inúmeras outras categorizações de alunos do ensino superior,
utilizando ora enfoques relacionados ao emocional, ora ao social , ou a ambos , ou
mesmo utilizando outras variáveis pertinentes ao contexto deste nível de ensino.
Podemos ressaltar que no Brasil Castanho, Machado e Furlani, dentre outros,
buscaram evidenciar a importância do reconhecimento da diversidade para o bom
resultado do processo ensino aprendizagem no ensino superior. Nosso objetivo ao
citá-las é de observar a diversidade de como se aborda e entende o alunado do
ensino superior e a complexidade das características pessoais e grupais , o que
deve, por conseqüência, gerar uma postura mais atenta do professor ao procurar
conhecê-los. Buscamos a individualização na abordagem, pois esta poderá colaborar
para que o aluno desenvolva seu potencial acadêmico em plenitude.
O objetivo desta unidade, entretanto, não é apenas apresentar um perfil ou as
características do aluno do ensino superior, temos segundas intenções! Vocês
observaram?
Pretendemos ampliar a compreensão do significado e o alcance pedagógico de se
identificar o corpo discente, não apenas com tabelas e gráficos, mas como
pessoas com as quais nos relacionaremos, mesmo
que de forma virtual,como estamos fazendo, e, que é desse relacionamento que
surgirão os importantes diálogos (por favor esqueçam discursos e monólogos), que
desencadearão todo o processo pedagógico/educativo. Para reforçar essa nossa
colocação podemos citar Sordi ( 1997,p.67):
“Detecta-se que, quanto maior o esforço do professor em dialogar com a classe,
trazendo a realidade do trabalho para a sala de aula, despertando a curiosidade ou
trabalhando conteúdos significativos à profissão, cresce a motivação e participação
dos estudantes, o que constitui terreno fértil para incutir novas bases científicas,
filosóficas e éticas para o ensino.”
.
Masetto, apud Sordi (1997,p:67), reforça nossas considerações, quando se refere
às relações construídas em sala de aula :
” sala de aula como espaço de convivência, que articula vida e realidade, lugar de
encontro, explorados pelo professor e aluno,parceiros no ato de desvelar e construir
o conhecimento”.
Nesta relação, onde o professor torna-se um facilitador, ocorre uma aprendizagem
diferente, de qualidade, os sentimentos tornam-se parte do processo e o grau de
confiança e empatia possibilitam uma verdadeira interação social e a promoção do
conhecimento.
Voltamo-nos mais uma vez para a concepção Freiriana, pois esta nos deixa claro
que, para que a interação social promova o conhecimento, torna-se necessário o
diálogo, visto como relação epistemológica, onde o objeto a ser conhecido vincula os
dois sujeitos cognitivos, levando-os a refletirem juntos sobre o objeto, como cita
Wanderley:
“ Pensar a relação sujeito e objeto.Cada filosofia aborda essa relação de uma
perspectiva própria,ora privilegiando as determinações pessoais e particulares,ora
privilegiando as determinações estruturais, ora buscando a síntese de múltiplas
determinações. Categorias analíticas, tais como, dialética, contradição, totalidade,
movimento, conflito, sistema, entre outras importantes, devem ser conhecidas e
orientarão as teorias e práticas educacionais. A integração social com o individual
exige uma busca constante do docente.” Wanderley,L. E. W.(1992, p:7).
A colocação acima de Wanderley, sintetiza a nossa preocupação com a
necessidade de uma busca incessante pela compreensão das relações e interações
homem /homem, homem/ mundo, para o desenvolvimento de uma prática docente
coerente, fundamentada e comprometida e esta, sem dúvida, tem início a partir do
momento em que conhecemos nossos alunos e com eles passamos a interagir.
As relações interpessoais estabelecidas entre professor – aluno, como concluímos,
exercem importante influência no processo ensino-aprendizagem , reforçando este
posicionamento , lançamos mão também , da fala de MARCHAND(1985), apud Gil
(2006, p:56):
“professor-aluno formam um par educativo devendo, portanto, ser considerados
como uma unidade”.
A relação professor/aluno, educador/educando, do ponto de vista da pedagogia aqui
proposta, pressupõe a reciprocidade, ou seja, a interação entre as pessoas, onde o
educador ao conhecer seu aluno identifica o que ele tem de único e essencial e ai
acaba modificando a sua própria atuação frente ao aluno, à sala , à vida.
Conseqüentemente o educador se modifica....Fica claro que o papel tradicional do
professor , mero transmissor de conhecimentos , de há muito precisa ser revisto.
Masetto (2003, p: 40) valoriza a importância das relações sociais e cita Sacristán e
Gómez:
“É preciso transformar a vida da sala de aula e da escola , de modo que possam
vivenciar-se práticas sociais e intercâmbios acadêmicos que induzam à
solidariedade, à colaboração, à experimentação compartilhada, assim como o
conhecimento e a cultura que estimulem a busca, o contraste, a crítica, a iniciativa e
a criação[.....]a aprendizagem de normas , valores de interação social [...] vão
constituindo paulatinamente as representações e normas de conduta”.
Ora , ao estabelecermos nossas relações sociais com os alunos, identificando-os,
respeitando-os em suas peculiaridades, estaremos desencadeando um processo de
aprendizagem social, mediante a nossa própria prática em sala de aula.
Talvez, nossa verdadeira intenção ao trabalharmos esta Unidade seja o de lançar o
desafio não apenas de identificar um perfil do aluno , mas que no decorrer dos
encontros em sala de aula, na cumplicidade das conversas, nas trocas de
experiências possamos sim, construir uma caracterização dos nossos alunos. E,
mediante o nosso aprendizado quando buscarmos descrever -“Quem é o aluno do
ensino superior”- começaremos com :
Seres humanos, capazes, pensantes,
questionadores, comprometidos....
Bibliografia de Base :
FREIRE, P. & SCHOR, I. Medo e Ousadia – O Cotidiano do Professor. R. J. Paz e
Terra, 1997.
GIL, A. C. Didática do ensino superior .São Paulo . Editora Atlas, 2006.
LOWMAN, J. Dominando as técnicas de ensino. São Paulo. Editora Atlas, 2004.
MASETTO, M. T. Competências Pedagógicas do Professor Universitário. Summus
Ed. São Paulo, 2003.
PIMENTA, S.G.& ANASTASIOU,L.G.C. Docência no ensino superior Cortez ed. São
Paulo, 2002.
SORDI, M. R. L. A aula universitária em questão: espaço de descoberta ou de
reprodução? In:Rev. de Educação, F.E. PUC- Campinas,1997, Vol 1, nº 3, 59-74.
WANDERLEY, L. E. W. Compromissos filosóficos e políticos do docente. In:
D’ANTOLA, A. A prática docente na Universidade. E.P.U. São Paulo: 1992.
Nota: Sugiro que visitem o site do MEC/INEP para comparar a realidade de seus alunos com os
resultados do Censo da Educação Superior.
Texto de base,elaborado em 2006, revisto e ampliado em abril de 2007.

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  • 1. SEI- UNIP CURSO: Formação de professores do ensino superior Módulo I - Unidade 5 Quem é o aluno do Ensino Superior Profa. Dra. Márcia Meneghel Bardou de Carvalho Na unidade II, buscamos construir e analisar a identidade do professor, que para alguns, poderia não estar ainda muito definida. Mas, alunos? Será que necessitamos realmente identificá-los? . Consideremos inicialmente que identificar significa dar uma identidade, elaborar uma caracterização que possibilite reconhecer o indivíduo, ou o grupo, em situações específicas, ou gerais. Ou seja, reconhecer traços que possam distinguir classificar os indivíduos Bem, voltemos ao questionamento, possivelmente muitos concordarão e apresentarão como justificativa: -“Claro, o aluno é o sujeito do processo ensino-aprendizagem”. -“ O docente existe para que o discente aprenda”. -“ Nós, professores e alunos, somos parceiros, somos construtores de um novo conhecimento”. Pimenta & Anastasiou ( 2002,p:229), justificam essa necessidade e assinalam que : “ .... cabe aos professores, institucionalmente organizados, proceder ao conhecimento e à identificação de seus alunos, o que pensam, o que sabem, suas expectativas, a visão que têm do que é ser profissional da área escolhida ...” Colocações estas extremante válidas quando nos detemos para observar que a base do processo ensino-aprendizagem está centrada na relação professor-aluno que, antes de tudo, é uma relação social. Ao referir relações sociais, interação professor-aluno, descartamos um aspecto deste contexto: a impessoalidade. Não devemos coletivizar nossos alunos, ou ainda, como alguns se referem, nossa clientela. Partimos do pressuposto que assim como nós professores, o aluno é uma pessoa, é um ser único e que, em determinado contexto, “está aluno”. E, a forma mais fácil de estabelecer relacionamentos pessoais com os estudantes, de acordo com Lowman (2004, p: 78), é aprender seus nomes. O autor, pensando nas possíveis interpelações dos colegas, apresenta estratégias
  • 2. que possibilitam ao professor memorizá-los, tanto em classes de poucos alunos, como de centenas.Por exemplo, monte uma ficha de dados dos alunos, solicitando que estes indiquem como gostariam de ser chamados, eu tenho uma aluna chamada Sonia Regina que detesta ser chamada por Sonia ! Faça apresentações na primeira aula, peça que apresentem colegas, isto colabora na própria integração entre os alunos, que por vezes, não se conhecem. Concentre seu olhar para os alunos enquanto faz a chamada, forme uma imagem visual de seus alunos; quando se dirigir ao aluno e não se lembrar de seu nome peça ajuda à classe, ou mesmo ao aluno, um: poderá servir como desencadeador para um relacionamento mais próximo.Converse com os alunos e fale sobre as dificuldades em memorizar todos os nomes, mas saliente o quanto isto é importante para você! Muitas vezes pela pressa, despersonalizar o aluno facilita sem dúvida, o aspecto do trabalho administrativo do professor, mantemos um distanciamento cômodo, mas isto não é o aspecto essencial nas relações professor-aluno.Nós nos envolvemos, enquanto professores e alunos, em relações muito mais complexas, como a produção de um novo saber, a transformação de um indivíduo, a formação de um profissional, sem ainda referir o nosso “caso maior” que seria o de transformação da própria realidade! Gil (2006,p: 38), ao referir-se aos desafios atuais do professor universitário, cita STOER E CORTESÃO, assinalando que o professor deve estar atento especialmente para os aspectos da multiculturalidade, ou seja : “ ... sensível à heterogeneidade, ao arco-íris de culturas que tem nas mãos quando trabalha com seus alunos. Que não sofra de daltonismo cultural, que leva a admitir que todos os estudantes são idênticos , com saberes e necessidades semelhantes e a subaproveitar a riqueza na diversidade de símbolos, significados, padrões e manifestações que se acham presentes na sociedade e nas escolas.” - Desculpe mas ainda não guardei o seu nome –
  • 3. Continuemos nossa conversa .Falemos um pouco mais do aluno! Consideramos inicialmente um aspecto que caracteriza o aluno, são adultos, bem pelo menos esperamos que já sejam... Esses adultos têm origens, realidades sociais,características físicas, psicológicas, da mais diversa ordem.Apresentam motivos e necessitam de motivações diferentes para aprender. Construíram crenças e descrenças em relação a nós professores e ao próprio ensino superior... Cada um interpreta um fato, uma foto, uma canção, um conto de forma particular... Como são diferentes as pessoas! E nós nos propondo a caracterizar essas pessoas! Como? Eis a “ Torre de Babel”!!!!!!!!!. Quem são os nossos alunos?????
  • 4. São os questionadores, são os apáticos, são os “sabe tudo”,os “não tô nem ai”, os que ameaçam, os ameaçados, os bons, os ótimos, os fracos, os certinhos, os drogados ,os heteros e os homossexuais, as mães, os empresários, os empregados...... Então, retomando, as características de nossos alunos dizem respeito a: Sexo,idade,personalidade,formação escolar,educação familiar,diferenças culturais,socioeconômicas,capacidade intelectual, interesses,etc, etc... Se quisermos nos aprofundar neste âmbito da diversidade do alunado do ensino superior, poderíamos abordar ainda as questões raciais e/ ou étnicas, o que nos levaria até a discussões sobre as famosas cotas, mas não é este o nosso objetivo aqui e agora. É relevante ainda considerar que a diversidade das faixas etárias , principalmente em relação à antecipação do processo de escolarização, tem trazido para o ensino superior um público mais jovem, ainda ‘imaturo “, pouco motivado e comprometido com a aprendizagem , visto que suas escolhas profissionais ainda não se definiram claramente e o ensino superior não é garantia de um emprego estável no futuro. .Por outro lado, vale ressaltar , apoiando-nos em Pimenta & Anastasiou, que se torna necessário ao professor refletir sobre o sistema de ensino “ produtor” desse aluno que chega ao ensino superior. Para estas autoras os alunos vêm de um sistema de ensino que centralizou esforços para prepará-los para os vestibulares, valorizando a memorização, a lógica da exclusão, o vale tudo de passar no vestibular, não no aprender.Muitos de nós professores fomos professores dos “ cursinhos” e nos especializamos em preparar “aulas show”, onde éramos os atores, quase únicos , sem preocupações em participação dos alunos, nem em identificá-los , apenas Devemos considerar aqui, que as exigências das organizações e da própria sociedade por profissionais com formação em nível superior, sem dúvida, têm provocado sérias alterações no modelo típico dos cursos superiores de dez, vinte anos, direcionados então para uma classe privilegiada. “Uma elite”, era como se referiam aos alunos do ensino superior, daquela época. O processo de democratização (também considerado de massificação , por alguns autores) possibilitou o acesso das “camadas desfavorecidas” ao ensino superior.
  • 5. explicar conteúdos e garantir o interesse e memorização dos alunos; lembram-se das “musiquinhas”, dos versos, das batidas ritmadas para gravar fórmulas, classificações, etc. ? Bem, então não podemos reclamar que os alunos apresentam falta de domínio da língua materna, que não saibam interpretar textos, pois não aprenderam a ler.... Sobre este aspecto Pimenta & Anastasiou (2002,p.237) admitem que : “ Sobre a elevada heterogeneidade em cada classe, a diversidade de maturidade dos alunos e o aluno trabalhador, convém admitir que lidar com o diferente não é fácil.Embora no nível discursivo se proclame a importância da diversidade, ao entrar numa sala de aula, seria mais fácil não ter de lidar com tamanha diversidade quanto ao domínio do conhecimento”. - Ora, mas além de tudo eles ( os alunos ) são desinteressados! Com certeza vocês podem ressaltar este aspecto, mas cabe uma nova reflexão : O que nos propomos a mudar para motivá-los ? Como trabalhamos com os problemas da alienação do alunado frente à própria vida e a sua formação profissional e cidadã? Proponho um exercício para vocês: Selecionem duas ou três de suas classes e, com base na diversidade observada, tracem as características das mesmas, construindo um perfil e identificando a diversidade e complexidade que os alunos do ensino superior nos apresentam. Qual o objetivo de nossa proposta? Ora, torna- se necessário conhecer nossos alunos para podermos estabelecer nossos planos de ensino, de aula; precisamos conhecer a quem dirigimos nossas ações para traçar objetivos, selecionar conteúdos, estratégias e instrumentos de avaliação, de forma coerente e direcionada à realidade .Isto é, o ensino, enquanto atividade sistematizada, exige um planejamento e este se inicia com um diagnóstico, que possibilitará caracterizar os alunos,do curso,do semestre, da classe.... Além do que, não nos relacionamos com desconhecidos! Consideramos que há alunos que exigem do professor um esforço muito grande para estabelecer um relacionamento interpessoal, criam verdadeiras “barricadas’ e nelas se escondem. São alunos chamados “ problemas”. Podem querer uma atenção especial do professor e por este motivo criam toda sorte de circunstâncias para
  • 6. desestruturar a aula, ou então, fazem parecer estar ausentes da sala. Podemos inferir que seria uma postura de proteção / defesa ? Esta preocupação em conhecer o alunado levou, a partir da década de 1960, ao desenvolvimento de pesquisas, nos EUA e Europa, buscando o estabelecimento de tipologias de estudantes universitários. Embora em contextos culturais específicos e circunscritos temporalmente, essas tipologias podem facilitar ao professor o reconhecimento de determinadas características do alunado e sua atuação junto aos mesmos. Gil (2006, p 43) e Lowman ( 2004, p. 87) , citam algumas dessas tipologias: - Classificação de Mann (1970) que enfoca os aspectos emocionais, classifica os alunos em : submissos, dependentes -ansiosos, trabalhadores desencorajados, estudantes independentes, heróis, franco-atiradores, os que buscam atenção e os silenciosos. - Classificação de Astin (1993), enfocando aspectos psicossociais, classifica os alunos em : sábios, ativistas sociais, artistas, hedonistas, líderes, direcionados para o status e estudantes descomprometidos. - Classificação de Kuh, Hu e Vésper ( 2000), classificam os estudantes considerando seu engajamento em atividades universitárias: desengajados, recreadores, socializadores,acadêmicos, cientistas, individualistas, artistas, esforçados, intelectuais e convencionais. Há , com certeza, inúmeras outras categorizações de alunos do ensino superior, utilizando ora enfoques relacionados ao emocional, ora ao social , ou a ambos , ou mesmo utilizando outras variáveis pertinentes ao contexto deste nível de ensino. Podemos ressaltar que no Brasil Castanho, Machado e Furlani, dentre outros, buscaram evidenciar a importância do reconhecimento da diversidade para o bom resultado do processo ensino aprendizagem no ensino superior. Nosso objetivo ao citá-las é de observar a diversidade de como se aborda e entende o alunado do ensino superior e a complexidade das características pessoais e grupais , o que deve, por conseqüência, gerar uma postura mais atenta do professor ao procurar conhecê-los. Buscamos a individualização na abordagem, pois esta poderá colaborar para que o aluno desenvolva seu potencial acadêmico em plenitude. O objetivo desta unidade, entretanto, não é apenas apresentar um perfil ou as características do aluno do ensino superior, temos segundas intenções! Vocês observaram? Pretendemos ampliar a compreensão do significado e o alcance pedagógico de se identificar o corpo discente, não apenas com tabelas e gráficos, mas como
  • 7. pessoas com as quais nos relacionaremos, mesmo que de forma virtual,como estamos fazendo, e, que é desse relacionamento que surgirão os importantes diálogos (por favor esqueçam discursos e monólogos), que desencadearão todo o processo pedagógico/educativo. Para reforçar essa nossa colocação podemos citar Sordi ( 1997,p.67): “Detecta-se que, quanto maior o esforço do professor em dialogar com a classe, trazendo a realidade do trabalho para a sala de aula, despertando a curiosidade ou trabalhando conteúdos significativos à profissão, cresce a motivação e participação dos estudantes, o que constitui terreno fértil para incutir novas bases científicas, filosóficas e éticas para o ensino.” . Masetto, apud Sordi (1997,p:67), reforça nossas considerações, quando se refere às relações construídas em sala de aula : ” sala de aula como espaço de convivência, que articula vida e realidade, lugar de encontro, explorados pelo professor e aluno,parceiros no ato de desvelar e construir o conhecimento”. Nesta relação, onde o professor torna-se um facilitador, ocorre uma aprendizagem diferente, de qualidade, os sentimentos tornam-se parte do processo e o grau de confiança e empatia possibilitam uma verdadeira interação social e a promoção do conhecimento. Voltamo-nos mais uma vez para a concepção Freiriana, pois esta nos deixa claro que, para que a interação social promova o conhecimento, torna-se necessário o diálogo, visto como relação epistemológica, onde o objeto a ser conhecido vincula os dois sujeitos cognitivos, levando-os a refletirem juntos sobre o objeto, como cita Wanderley: “ Pensar a relação sujeito e objeto.Cada filosofia aborda essa relação de uma perspectiva própria,ora privilegiando as determinações pessoais e particulares,ora privilegiando as determinações estruturais, ora buscando a síntese de múltiplas determinações. Categorias analíticas, tais como, dialética, contradição, totalidade, movimento, conflito, sistema, entre outras importantes, devem ser conhecidas e orientarão as teorias e práticas educacionais. A integração social com o individual exige uma busca constante do docente.” Wanderley,L. E. W.(1992, p:7).
  • 8. A colocação acima de Wanderley, sintetiza a nossa preocupação com a necessidade de uma busca incessante pela compreensão das relações e interações homem /homem, homem/ mundo, para o desenvolvimento de uma prática docente coerente, fundamentada e comprometida e esta, sem dúvida, tem início a partir do momento em que conhecemos nossos alunos e com eles passamos a interagir. As relações interpessoais estabelecidas entre professor – aluno, como concluímos, exercem importante influência no processo ensino-aprendizagem , reforçando este posicionamento , lançamos mão também , da fala de MARCHAND(1985), apud Gil (2006, p:56): “professor-aluno formam um par educativo devendo, portanto, ser considerados como uma unidade”. A relação professor/aluno, educador/educando, do ponto de vista da pedagogia aqui proposta, pressupõe a reciprocidade, ou seja, a interação entre as pessoas, onde o educador ao conhecer seu aluno identifica o que ele tem de único e essencial e ai acaba modificando a sua própria atuação frente ao aluno, à sala , à vida. Conseqüentemente o educador se modifica....Fica claro que o papel tradicional do professor , mero transmissor de conhecimentos , de há muito precisa ser revisto. Masetto (2003, p: 40) valoriza a importância das relações sociais e cita Sacristán e Gómez: “É preciso transformar a vida da sala de aula e da escola , de modo que possam vivenciar-se práticas sociais e intercâmbios acadêmicos que induzam à solidariedade, à colaboração, à experimentação compartilhada, assim como o conhecimento e a cultura que estimulem a busca, o contraste, a crítica, a iniciativa e a criação[.....]a aprendizagem de normas , valores de interação social [...] vão constituindo paulatinamente as representações e normas de conduta”. Ora , ao estabelecermos nossas relações sociais com os alunos, identificando-os, respeitando-os em suas peculiaridades, estaremos desencadeando um processo de aprendizagem social, mediante a nossa própria prática em sala de aula. Talvez, nossa verdadeira intenção ao trabalharmos esta Unidade seja o de lançar o desafio não apenas de identificar um perfil do aluno , mas que no decorrer dos encontros em sala de aula, na cumplicidade das conversas, nas trocas de experiências possamos sim, construir uma caracterização dos nossos alunos. E, mediante o nosso aprendizado quando buscarmos descrever -“Quem é o aluno do ensino superior”- começaremos com : Seres humanos, capazes, pensantes, questionadores, comprometidos....
  • 9. Bibliografia de Base : FREIRE, P. & SCHOR, I. Medo e Ousadia – O Cotidiano do Professor. R. J. Paz e Terra, 1997. GIL, A. C. Didática do ensino superior .São Paulo . Editora Atlas, 2006. LOWMAN, J. Dominando as técnicas de ensino. São Paulo. Editora Atlas, 2004. MASETTO, M. T. Competências Pedagógicas do Professor Universitário. Summus Ed. São Paulo, 2003. PIMENTA, S.G.& ANASTASIOU,L.G.C. Docência no ensino superior Cortez ed. São Paulo, 2002. SORDI, M. R. L. A aula universitária em questão: espaço de descoberta ou de reprodução? In:Rev. de Educação, F.E. PUC- Campinas,1997, Vol 1, nº 3, 59-74. WANDERLEY, L. E. W. Compromissos filosóficos e políticos do docente. In: D’ANTOLA, A. A prática docente na Universidade. E.P.U. São Paulo: 1992. Nota: Sugiro que visitem o site do MEC/INEP para comparar a realidade de seus alunos com os resultados do Censo da Educação Superior. Texto de base,elaborado em 2006, revisto e ampliado em abril de 2007.