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Pós-colheita de frutas:
armazenamento e transporte




                        JULIANA SANCHES
                     Pesquisadora Científica

                        Instituto Agronômico
          Centro de Engenharia e Automação
                     jsanches@iac.sp.gov.br
PERDAS PÓS-COLHEITA


BRASIL: até 50%

•   grande dimensão territorial
•   dispersão na produção
•   distância dos centros de consumo e exportação
•   demora excessiva na comercialização
•   produto de baixa qualidade
•   embalagem inadequada
•   condições climáticas (calor e umidade)

•   deficiência da rede de armazenamento
•   transporte inadequado
ATENÇÃO




    FRUTA É PRODUTO VIVO!

Pós-colheita não aumenta a QUALIDADE


   O que acontece na produção e na colheita,
   reflete em pós-colheita
ARMAZENAMENTO


                     USO DO FRIO




                                        o frio não lhe restitui a
O alimento deve ser sadio                  qualidade perdida




      Mais rápido possível (entre a colheita e o preparo)



              Não deve ser interrompida
ARMAZENAMENTO




          FRUTA É PRODUTO VIVO!


                  RESPIRAÇÃO



            Frutos climatéricos e não climatéricos
ARMAZENAMENTO


            EFEITO DE TEMPERATURAS NA RESPIRAÇÃO


                                         RESPIRAÇÃO
    FRUTA          TEMPERATURA (°c)    (mL.CO2. kg .-1 .h-1)

NÃO CLIMATÉRICA            0                     1,5
                           5                     4,0
   LARANJA                15                     9,0
                          21                     15
                          32                     26
                          38                     42


  CLIMATÉRICA             7,5                    27
                          10                     41
   ABACATE                15                     73
                          20                    165
                          25                    200
ARMAZENAMENTO



     ETILENO                    Quando acumulado no interior
                                       do ambiente



                                    • Aumento da respiração
                        • Estimula as atividades metabólicas
                    • Reduz a vida útil das frutas e hortaliças




                                    Cuidado ao armazenar diferentes
EFEITO ENVELHECEDOR                 produtos hortícolas num mesmo
                                               ambiente




 •KMNO4: “seqüestrador” de etileno, mancha o fruto
 •1-MCP (1-metilciclopropeno): interrompe a formação do etileno
ARMAZENAMENTO



                            ODORES



          produção de                          associadas ao amadurecimento e
        aromas voláteis                            a mistura desses odores




                        INDESEJÁVEL


  odor produzido por:                     será absorvido por:
     abacates                                  abacaxi
    cebola seca                          maçã, aipo, pêras
    cebola verde                        milho, figo, cogumelos
       citros                          carnes, ovos, produtos lácteos
     gengibre                                    berinjela
      maçã              aipo, carne, cebolas, figos, ovos, produtos lácteos, repolho,
                                                   cenoura
COMPATIBILIDADE DURANTE O ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

             frutas   Hort.     Lat.     peixes    carnes     aves    ovos   flores

 frutas        +!

  Hort.        +!      +!

laticinios     -       +!          +

 peixes        -        -          -        +

 carnes        -        -          !        -         +

  aves         -        -          !        -         +           +

  ovos         -       +!          +        -         -           -    +

 flores        -       +!          -        -         -           -    -      +!
(-) não podem ser armazenados juntos
(+) podem ser armazenados juntos
(+!) podem ser armazenados juntos, mas nem todos
(!) com cuidados especiais, alguns podem ser armazenados juntos
ARMAZENAMENTO




                     TEMPERATURA




   •   Maneira de medir o calor

   •   Calor aumenta - velocidade respiratória também
       aumenta

   •   Dentro da faixa de 0 ° a 30 ° a cada 10° de
                                 C        C,        C
       aumento na temperatura, a velocidade respiratória
       pode duplicar, triplicar e até quadruplicar;

   •   Produto destinado ao consumo ‘in natura’ não devem
       ser congelados.
ARMAZENAMENTO


                ‘CHILLING INJURY’ – DANO POR FRIO


       FRIAGEM                      exposição de produtos hortícolas sob
                                    temperatura abaixo da recomendada
     - Perda de sabor;
     - Amolecimento e afundamento de áreas da superfície;
     - Colapso e escurecimento da casca e da superfície da polpa;
     - Amadurecimento desuniforme ou inibição do amadurecimento;
     - Aparecimento de áreas aquosas sob a casca.
Frutas e hortaliças susceptíveis a distúrbios fisiológicos durante o
                      armazenamento refrigerado
PRODUTOS           Temp. mais baixa que pode ser armaz. sem problemas (°C)
Maçãs                                     2,2 – 3,3
Abacate                                   4,4 – 12,8
Banana                                   11,7 – 13,3
Berinjela                                    7,2
Pepino                                       7,2
Manga                                    10,0 – 12,8
melão                                     7,2 – 10,0
Melancia                                     4,4
Quiabo                                       7,2
Mamão                                        7,2
Abacaxi                                   7,2 – 10,0
Batata                                       3,3
Abóbora                                     12,8
Batata doce                                 12,8
Tomate maduro                             7,2 – 10,0
ARMAZENAMENTO


                UMIDADE - TRANSPIRAÇÃO


     FRUTAS                    alto conteúdo de água (70 a 95%)


    Sempre perdem água, quando:



    - Conteúdo de água no ar (umidade absoluta) é menor que o
    conteúdo de água disponível para a evaporação no produto.
    - A temperatura aumenta.

                                       perda de aparência

       transpiração                     perda de textura
                                       perda de peso


 Ideal: 85-95% UR
ARMAZENAMENTO


                     PALETES


DADOS DA EMBALAGEM       DADOS DA CARGA NO PALETE
                               N°de caixas por nível
    Produto
                               N°de níveis por carga
    Dimensões                  N°de caixas por carga
    Material                   Peso das caixas
    Peso bruto                 Peso do palete
                               Peso total
                               Dimensões totais
ARMAZENAMENTO                   PALETES


                                              DIMENSÕES (mm)

Exemplo de disposição correta de               a         b
    caixas sobre o palete                    1.200     1.000

                                                c         h
                                             100 mm    126 mm




                                                                a


                                   h
                                       c
                                                 b
              1
ARMAZENAMENTO


  Algumas técnicas de armazenamento aliadas ao uso do frio



Atmosfera Modificada    adição ou remoção de gases -
                        composição atmosférica diferente do
Atmosfera Controlada    ar normal


                        passiva
Atmosfera Modificada
                        ativa



 A composição da atmosfera não é
 precisamente controlada,
 aonde as mudanças ocorrem
 intencionalmente ou não
ARMAZENAMENTO
                                      As características do produto e a
                                      permeabilidade da embalagem são agregadas,
 Atmosfera Modificada
                                      produzindo atmosfera apropriada no interior
      PASSIVA                         através do consumo de O2 e produção de CO2
                                      pela respiração
Permeabilidade aos gases:
O2    entrada
CO2   saída

                                      A atmosfera no interior da embalagem pode ser
Atmosfera Modificada                  ativamente estabelecida e ajustada (vácuo
      ATIVA                           moderado e injeção da mistura gasosa desejada
                                      antes da selagem a quente).

                                      Remoção e substituição da atm com mistura
                                      gasosa desejada – uso de absorvedores
                                      (removem CO2, O2 ou etileno).
 Vantagens:

 Rápido estabelecimento da atm desejada;
 Absorvedores de etileno: retardam o aumento climatérico
 Custos adicionais
ARMAZENAMENTO


                   Atmosfera Controlada

      Respiração    em ambientes com baixas concentrações de O2

   Ar tem 21% de O2 - menos 10% - a respiração diminui

      Cuidado – se a concentração de O2 são menores de 2-4% o
              metabolismo fermentativo substitui o aeróbico.


    Ar tem 0,03% de CO2 - maior que 0,03% - a respiração diminui

Elevadas concentrações de CO2: reduz a sensitividade ao etileno; pode
minimizar o crescimento de bactérias e fungos (acima de 10%).

Os níveis de O2 e CO2 devem ser estabelecidos para cada produto!!!

                             De maneira geral:
                        2 a 8% de O2 e 5 a 15% CO2
ARMAZENAMENTO

              TRATAMENTOS ESPECIAIS




Quarentenários: Imersão em água quente (moscas das frutas).
Adição de fungicida na água de tratamento - opcional.

Aplicação de cera;

Ozônio;

Uso de pré-resfriamento; etc
TRANSPORTE


  Transporte ADEQUADO              fundamental na manutenção da
                                            qualidade



Fatores que afetam a qualidade   Cuidados especiais no
durante o transporte             transporte
• Injúrias por amassamento no    • Minimizar o manuseio;
empilhamento;                    • Proteção contínua de
• Abrasões ou vibrações contra   temperatura e umidade relativa;
superfícies ásperas durante o
                                 • Assegurar boas condições de
transporte;
                                 higiene ao produto;
• Manuseio no carregamento e
                                 • Usar veículos refrigerados para
Descarregamento;
                                 a distribuição
• Variações de temperatura,
umidade relativa
e gases.
TRANSPORTE
Tecnologia Pós-colheita

       Instituto Agronômico
Centro de Engenharia e Automação


                                      Equipe

                        Antônio Loureiro Lino
                             Gláucia M. Dias
                            Juliana Sanches
                                 Patrícia Cia
                              Silvia Antoniali
Laboratório de Tecnologia Pós-colheita de Frutas, Hortaliças e Plantas
                  Ornamentais – CEA, Jundiaí, SP
                   Inaugurado em julho de 2009
Laboratório de Tecnologia Pós-colheita de Frutas, Hortaliças e
          Plantas Ornamentais - CEA – Jundiaí, SP
                Inaugurado em julho de 2009




                                ÁREA DE ATUAÇÃO

                             Desenvolvimento das cadeias de
                             produção de frutas, flores e hortaliças
                             buscando inovações tecnológicas
                             que prolonguem a longevidade pós-
                             colheita, agregando valor e atuando
                             na redução de perdas dos produtos
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO

EFEITO DE INJÚRIAS MECÂNICAS NA QUALIDADE PÓS-
COLHEITA DE FRUTAS




       CORTE                   IMPACTO
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE PROCESSAMENTO DE
IMAGENS PARA CLASSIFICAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO



          PÓS-COLHEITA DE FRUTAS DE CAROÇO


Pêssegos, nectarinas e ameixas em diferentes regiões de SP


• Curva de maturação

• Armazenamento refrigerado

• Climatizada x não climatizada

• Caracterização



                                  Financiamento: CNPq e FAPESP
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO



                 PÓS-COLHEITA DE MAÇÃ E PÊRA



Produção de macieira e pereira em região de baixa incidência de frio
em São Paulo




 • Caracterização

 • Armazenamento refrigerado
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO


                   PÓS-COLHEITA DE UVA DE MESA


Redução de perdas de uva de mesa cv. Niagara Rosada através de manejo pré e
pós-colheita
Efeitos do ácido naftalenoacético, cloreto de cálcio e do manejo pós-colheita
na redução das perdas de uva ‘Niagara Rosada’ e ‘Centtennial Seedless’ em
diferentes regiões vitícolas do Estado de São Paulo

Influência de porta-enxertos na videira ‘Niagara Rosada’ cultivada nas
regiões leste e noroeste do estado de São Paulo


• Armazenamento refrigerado
• Utilização de filmes flexíveis
• Irradiação UV-C
• Características físicas dos cachos e bagas
                                          Financiamento: CNPq e FAPESP
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO



        MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA CONTROLE DE
           DOENÇAS PÓS-COLHEITA DE GOIABAS



Estudo de métodos alternativos, potenciais indutores de resistência, para o
controle pós-colheita da antracnose (Colletotrichum sp.) em goiabas




                                                    Financiamento: FAPESP
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO



   CONTROLE DE DOENÇAS PÓS-COLHEITA EM MAMÕES




• Efeito de produtos alternativos no controle de antracnose
• Produto químico
• Conservação pós-colheita
• Armazenamento refrigerado e ambiente
• Características físicas




                                  Financiamento: Iniciativa privada
PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO



                  PÓS-COLHEITA DE ABACAXI




• Região de Guaraçaí
• Armazenamento refrigerado
• Determinação do ponto de colheita de ‘Smooth Cayenne’
•Transporte – danos mecânicos

•Características físicas e químicas de novos cultivares IAC

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Pós colheita em Frutas: pesquisa, armazenagem e transporte

  • 1. Pós-colheita de frutas: armazenamento e transporte JULIANA SANCHES Pesquisadora Científica Instituto Agronômico Centro de Engenharia e Automação jsanches@iac.sp.gov.br
  • 2. PERDAS PÓS-COLHEITA BRASIL: até 50% • grande dimensão territorial • dispersão na produção • distância dos centros de consumo e exportação • demora excessiva na comercialização • produto de baixa qualidade • embalagem inadequada • condições climáticas (calor e umidade) • deficiência da rede de armazenamento • transporte inadequado
  • 3. ATENÇÃO FRUTA É PRODUTO VIVO! Pós-colheita não aumenta a QUALIDADE O que acontece na produção e na colheita, reflete em pós-colheita
  • 4. ARMAZENAMENTO USO DO FRIO o frio não lhe restitui a O alimento deve ser sadio qualidade perdida Mais rápido possível (entre a colheita e o preparo) Não deve ser interrompida
  • 5. ARMAZENAMENTO FRUTA É PRODUTO VIVO! RESPIRAÇÃO Frutos climatéricos e não climatéricos
  • 6. ARMAZENAMENTO EFEITO DE TEMPERATURAS NA RESPIRAÇÃO RESPIRAÇÃO FRUTA TEMPERATURA (°c) (mL.CO2. kg .-1 .h-1) NÃO CLIMATÉRICA 0 1,5 5 4,0 LARANJA 15 9,0 21 15 32 26 38 42 CLIMATÉRICA 7,5 27 10 41 ABACATE 15 73 20 165 25 200
  • 7. ARMAZENAMENTO ETILENO Quando acumulado no interior do ambiente • Aumento da respiração • Estimula as atividades metabólicas • Reduz a vida útil das frutas e hortaliças Cuidado ao armazenar diferentes EFEITO ENVELHECEDOR produtos hortícolas num mesmo ambiente •KMNO4: “seqüestrador” de etileno, mancha o fruto •1-MCP (1-metilciclopropeno): interrompe a formação do etileno
  • 8. ARMAZENAMENTO ODORES produção de associadas ao amadurecimento e aromas voláteis a mistura desses odores INDESEJÁVEL odor produzido por: será absorvido por: abacates abacaxi cebola seca maçã, aipo, pêras cebola verde milho, figo, cogumelos citros carnes, ovos, produtos lácteos gengibre berinjela maçã aipo, carne, cebolas, figos, ovos, produtos lácteos, repolho, cenoura
  • 9. COMPATIBILIDADE DURANTE O ARMAZENAMENTO REFRIGERADO frutas Hort. Lat. peixes carnes aves ovos flores frutas +! Hort. +! +! laticinios - +! + peixes - - - + carnes - - ! - + aves - - ! - + + ovos - +! + - - - + flores - +! - - - - - +! (-) não podem ser armazenados juntos (+) podem ser armazenados juntos (+!) podem ser armazenados juntos, mas nem todos (!) com cuidados especiais, alguns podem ser armazenados juntos
  • 10. ARMAZENAMENTO TEMPERATURA • Maneira de medir o calor • Calor aumenta - velocidade respiratória também aumenta • Dentro da faixa de 0 ° a 30 ° a cada 10° de C C, C aumento na temperatura, a velocidade respiratória pode duplicar, triplicar e até quadruplicar; • Produto destinado ao consumo ‘in natura’ não devem ser congelados.
  • 11. ARMAZENAMENTO ‘CHILLING INJURY’ – DANO POR FRIO FRIAGEM exposição de produtos hortícolas sob temperatura abaixo da recomendada - Perda de sabor; - Amolecimento e afundamento de áreas da superfície; - Colapso e escurecimento da casca e da superfície da polpa; - Amadurecimento desuniforme ou inibição do amadurecimento; - Aparecimento de áreas aquosas sob a casca.
  • 12. Frutas e hortaliças susceptíveis a distúrbios fisiológicos durante o armazenamento refrigerado PRODUTOS Temp. mais baixa que pode ser armaz. sem problemas (°C) Maçãs 2,2 – 3,3 Abacate 4,4 – 12,8 Banana 11,7 – 13,3 Berinjela 7,2 Pepino 7,2 Manga 10,0 – 12,8 melão 7,2 – 10,0 Melancia 4,4 Quiabo 7,2 Mamão 7,2 Abacaxi 7,2 – 10,0 Batata 3,3 Abóbora 12,8 Batata doce 12,8 Tomate maduro 7,2 – 10,0
  • 13. ARMAZENAMENTO UMIDADE - TRANSPIRAÇÃO FRUTAS alto conteúdo de água (70 a 95%) Sempre perdem água, quando: - Conteúdo de água no ar (umidade absoluta) é menor que o conteúdo de água disponível para a evaporação no produto. - A temperatura aumenta. perda de aparência transpiração perda de textura perda de peso Ideal: 85-95% UR
  • 14. ARMAZENAMENTO PALETES DADOS DA EMBALAGEM DADOS DA CARGA NO PALETE N°de caixas por nível Produto N°de níveis por carga Dimensões N°de caixas por carga Material Peso das caixas Peso bruto Peso do palete Peso total Dimensões totais
  • 15. ARMAZENAMENTO PALETES DIMENSÕES (mm) Exemplo de disposição correta de a b caixas sobre o palete 1.200 1.000 c h 100 mm 126 mm a h c b 1
  • 16. ARMAZENAMENTO Algumas técnicas de armazenamento aliadas ao uso do frio Atmosfera Modificada adição ou remoção de gases - composição atmosférica diferente do Atmosfera Controlada ar normal passiva Atmosfera Modificada ativa A composição da atmosfera não é precisamente controlada, aonde as mudanças ocorrem intencionalmente ou não
  • 17. ARMAZENAMENTO As características do produto e a permeabilidade da embalagem são agregadas, Atmosfera Modificada produzindo atmosfera apropriada no interior PASSIVA através do consumo de O2 e produção de CO2 pela respiração Permeabilidade aos gases: O2 entrada CO2 saída A atmosfera no interior da embalagem pode ser Atmosfera Modificada ativamente estabelecida e ajustada (vácuo ATIVA moderado e injeção da mistura gasosa desejada antes da selagem a quente). Remoção e substituição da atm com mistura gasosa desejada – uso de absorvedores (removem CO2, O2 ou etileno). Vantagens: Rápido estabelecimento da atm desejada; Absorvedores de etileno: retardam o aumento climatérico Custos adicionais
  • 18. ARMAZENAMENTO Atmosfera Controlada Respiração em ambientes com baixas concentrações de O2 Ar tem 21% de O2 - menos 10% - a respiração diminui Cuidado – se a concentração de O2 são menores de 2-4% o metabolismo fermentativo substitui o aeróbico. Ar tem 0,03% de CO2 - maior que 0,03% - a respiração diminui Elevadas concentrações de CO2: reduz a sensitividade ao etileno; pode minimizar o crescimento de bactérias e fungos (acima de 10%). Os níveis de O2 e CO2 devem ser estabelecidos para cada produto!!! De maneira geral: 2 a 8% de O2 e 5 a 15% CO2
  • 19. ARMAZENAMENTO TRATAMENTOS ESPECIAIS Quarentenários: Imersão em água quente (moscas das frutas). Adição de fungicida na água de tratamento - opcional. Aplicação de cera; Ozônio; Uso de pré-resfriamento; etc
  • 20. TRANSPORTE Transporte ADEQUADO fundamental na manutenção da qualidade Fatores que afetam a qualidade Cuidados especiais no durante o transporte transporte • Injúrias por amassamento no • Minimizar o manuseio; empilhamento; • Proteção contínua de • Abrasões ou vibrações contra temperatura e umidade relativa; superfícies ásperas durante o • Assegurar boas condições de transporte; higiene ao produto; • Manuseio no carregamento e • Usar veículos refrigerados para Descarregamento; a distribuição • Variações de temperatura, umidade relativa e gases.
  • 22. Tecnologia Pós-colheita Instituto Agronômico Centro de Engenharia e Automação Equipe Antônio Loureiro Lino Gláucia M. Dias Juliana Sanches Patrícia Cia Silvia Antoniali
  • 23. Laboratório de Tecnologia Pós-colheita de Frutas, Hortaliças e Plantas Ornamentais – CEA, Jundiaí, SP Inaugurado em julho de 2009
  • 24. Laboratório de Tecnologia Pós-colheita de Frutas, Hortaliças e Plantas Ornamentais - CEA – Jundiaí, SP Inaugurado em julho de 2009 ÁREA DE ATUAÇÃO Desenvolvimento das cadeias de produção de frutas, flores e hortaliças buscando inovações tecnológicas que prolonguem a longevidade pós- colheita, agregando valor e atuando na redução de perdas dos produtos
  • 25. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO EFEITO DE INJÚRIAS MECÂNICAS NA QUALIDADE PÓS- COLHEITA DE FRUTAS CORTE IMPACTO
  • 26. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS PARA CLASSIFICAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS
  • 27. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO PÓS-COLHEITA DE FRUTAS DE CAROÇO Pêssegos, nectarinas e ameixas em diferentes regiões de SP • Curva de maturação • Armazenamento refrigerado • Climatizada x não climatizada • Caracterização Financiamento: CNPq e FAPESP
  • 28. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO PÓS-COLHEITA DE MAÇÃ E PÊRA Produção de macieira e pereira em região de baixa incidência de frio em São Paulo • Caracterização • Armazenamento refrigerado
  • 29. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO PÓS-COLHEITA DE UVA DE MESA Redução de perdas de uva de mesa cv. Niagara Rosada através de manejo pré e pós-colheita Efeitos do ácido naftalenoacético, cloreto de cálcio e do manejo pós-colheita na redução das perdas de uva ‘Niagara Rosada’ e ‘Centtennial Seedless’ em diferentes regiões vitícolas do Estado de São Paulo Influência de porta-enxertos na videira ‘Niagara Rosada’ cultivada nas regiões leste e noroeste do estado de São Paulo • Armazenamento refrigerado • Utilização de filmes flexíveis • Irradiação UV-C • Características físicas dos cachos e bagas Financiamento: CNPq e FAPESP
  • 30. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA CONTROLE DE DOENÇAS PÓS-COLHEITA DE GOIABAS Estudo de métodos alternativos, potenciais indutores de resistência, para o controle pós-colheita da antracnose (Colletotrichum sp.) em goiabas Financiamento: FAPESP
  • 31. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO CONTROLE DE DOENÇAS PÓS-COLHEITA EM MAMÕES • Efeito de produtos alternativos no controle de antracnose • Produto químico • Conservação pós-colheita • Armazenamento refrigerado e ambiente • Características físicas Financiamento: Iniciativa privada
  • 32. PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO PÓS-COLHEITA DE ABACAXI • Região de Guaraçaí • Armazenamento refrigerado • Determinação do ponto de colheita de ‘Smooth Cayenne’ •Transporte – danos mecânicos •Características físicas e químicas de novos cultivares IAC