2. Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri.
Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não.
Que cura a alma seu mal profundo,
Que bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.
Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter.
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.
Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar,
Sob os palmares, à luz da lua,
Sente-se o frio de haver luar.
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.
1. Salvador Dali
3. Não sei se é sonho, se realidade
• Tema: Oposição entre o sonho e a realidade
• Divisão do poema em três partes
Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri.
Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter.
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.
DESCRIÇÃO VALORATIVA DA
TERRA DO SONHO
4. Não sei se é sonho, se realidade
• Tema: Oposição entre o sonho e a realidade
• Divisão do poema em três partes
Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar,
Sob os palmares, à luz da lua,
Sente-se o frio de haver luar.
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.
DESVALORIZAÇÃO DA TERRA DO
SONHO
5. Não sei se é sonho, se realidade
• Tema: Oposição entre o sonho e a realidade
• Divisão do poema em três partes
Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não.
Que cura a alma seu mal profundo,
Que bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.
CONSCIÊNCIA DA REALIDADE
6. Análise Formal
Não |sei | se é |so|nho, |se |rea|li|da| (de),
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri.
Poema regular, constituído por:
quatro sextilhas
Esquema rimático:
rima cruzada
rima emparelhada
Métrica:
9 sílabas métricas – Versos eneassilábicos
A
B
A
B
C
C
7. Figuras de Estilo
Aliteração em (s)
Antítese e paradoxo
Talvez palmares inexistentes,
Não sei se é sonho, se realidade,
Áleas longínquas sem poder ser,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Interrogação retórica
Que na ilha extrema do sul se olvida.
Encavalgamento
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri
Hipálage
A vida é jovem e o amor sorri
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
Elipse
Mas já sonhada se desvirtua
Sinestesia
Sente-se o frio de haver luar.
8. Paralelismo
Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não.
Que cura a alma seu mal profundo,
Que bem nos entra no coração.
Anáfora
Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não.
Que cura a alma seu mal profundo,
Que bem nos entra no coração.