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Ato I

Luís de
Sttau Montei
Autor da peça
 Luís Infante de Lacerda Sttau
Monteiro nasceu no dia 03/04/1926
em Lisboa.
 Filho
do
embaixador
Armindo
Monteiro, viveu parte da infância e
da adolescência em Londres.
 O tempo passado em Inglaterra
possibilitou-lhe o contacto com
movimentos
de
vanguarda
da
literatura
anglo-saxónica
que
foram decisivos para a sua
formação intelectual.
 De regresso a Portugal formou-se
em
direito
na
Faculdade
de
Lisboa, tendo exercido a advocacia
apenas por um breve período de
tempo.
 Apesar da sua paixão por corridas
de automóveis, foi na literatura
 Como

dramaturgo
escreveu
várias peças, mas poucas foram
representadas em Portugal
antes do 25 de Abril devido aos
seus
conteúdos
fortemente
ideológicos.

 O autor chegou mesmo a ser

preso pela PIDE em 1967 após a
publicação de duas peças: A
estátua e Guerra Santa que
criticavam
duramente
a
ditadura e a guerra colonial.

 Luís de Sttau Monteiro destacou-

se ainda pela sua intensa
atividade jornalística tendo
sido colaborador de várias
publicações: ―Diário de Lisboa‖,
―o JornaL‖, ―ExprEsso‖, ―sE7E‖ e
―aLmanaquE‖.

 Escreveu

também

sobre
Felizmente há luar!
A obra


A peça Felizmente há luar! é uma peça épica, inspirada na
teoria marxista, que apela à reflexão, não só no quadro da
representação, como também na sociedade em que se insere. O
teatro de Brecht pretende representar o mundo e o homem em
constante evolução de acordo com as relações sociais.



Estas caraterísticas afastam-se da conceção do teatro
aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o
espetador a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem
como preocupação fundamental levar os espetadores a
pensar, a refletir sobre os acontecimentos passados e a
tomar posição na sociedade em que se insere.



Surge assim a técnica do distanciamento que propõe um
afastamento entre o ator e a personagem e entre o
espetador e a história narrada, para que, de uma forma mais
real e autêntica possam fazer juízos de valor sobre o que
está a ser representado.
Título
 O título da peça aparece duas vezes ao longo da peça, ora
inserido nas falas de um dos elementos do poder – D. Miguel –
ora inserido na fala final de Matilde. Em primeiro lugar é
curioso e simbólico o facto de o título coincidir com as
palavras finais da obra, o que desde logo lhe confere
circularidade.
 Num primeiro momento, o título representa as trevas e o
obscurantismo; num segundo momento, representa a
caminhada da sociedade em busca da liberdade.
 Sentido do Título: Há que imperiosamente lutar no presente
pelo futuro e dizer não à opressão e falta de liberdade, há
Tempo
 Tempo histórico: século XIX
 Tempo da escrita: 1961, época dos conflitos entre a
oposição e o regime salazarista
 Tempo da ação dramática: a ação está
concentrada em 2 dias
 Tempo da narração: informações respeitantes a
eventos não dramatizados, ocorridos no passado,
mas importantes para o desenrolar da ação
Espaço
 Espaço

físico: a ação desenrola-se em
diversos
locais,
exteriores
e
interiores, mas não há nas indicações
cénicas referência a cenários diferentes

 Espaço social: meio social em que estão

inseridas as personagens, havendo vários
espaços sociais, distinguindo-se uns dos
outros pelo vestuário e pela linguagem das
Caraterísticas da obra
 Personagens psicologicamente densas e vivas;
 Comentários irónicos e mordazes;
 Denúncia da hipocrisia da sociedade;
 Defesa intransigente da justiça social;
 Teatro épico: oferece-nos uma análise crítica da
sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a
representar, para levar o espectador a reagir
criticamente e a tomar uma posição;
 Intemporalidade da peça remete-nos para a luta do

ser humano contra a tirania, a opressão, a traição,
a injustiça e todas as formas de perseguição;
 Preocupação com o homem e o seu destino;
 Luta contra a miséria e a alienação;

 Denúncia a ausência de moral;
 Alerta para a necessidade de uma superação com o

surgimento de uma sociedade solidária que permitia
a verdadeira realização do homem.
As personagens são psicologicamente densas,
os comentários são irónicos e mordazes e
denuncia-se a hipocrisia da sociedade, a luta
contra a miséria e a alienação, a
preocupação com o Homem e o seu destino.
Drama narrativo, de carácter social, na
linha de Brecht (exprime a revolta contra o
poder, o homem tem o direito e o dever de
transformar a sociedade em que vive, com o
objetivo de levar o espetador a reagir
Personagens
Gomes Freire De Andrade

 Esta personagem não entra na história, mas á
falada desde o início até ao fim da peça.
 General, militar experiente e talentoso, honrado,
distinto,
estrangeirado,
inteligente,
culto,
generoso, idealista, «santo», solidário, fraterno
para com os mais pobres, Grão-Mestre da Maçonaria,
injustiçado
OS OPRESSORES

A JUNTA DE REGÊNCIA
Beresford – Poder Militar

Marechal inglês, «mau
oficial», arrogante, mercenári
o, pragmático, racional, invej
oso, prepotente, injusto, prote
stante
D.Miguel – Nobreza Aristocrática

Nobre
conservador, reacionário, est
adista, opressor, autoritário,
arrogante, perigoso, antijaco
bino (contra os ideais
modernos da
época), rancoroso, invejoso, in
justo.
Principal Sousa –Poder Religioso

Opressor, cínico, fanático,
reacionário, cruel, rancoroso,
antijacobino, culto,
materialista, racional,
injusto
OS DELATORES

OS CÚMPLICES DOS OPRESSORES
OS TRAIDORES DO POVO
Vicente

Elemento do povo, frustrado,
inteligente , expedito,
manipulador, hipócrita,
interesseiro, cínico,
dissimulado, astuto,
sarcástico, egoísta,
calculista, diligente.
Morais Sarmento

Capitão, «mau oficial», bem
vestido, mundano, ignorante,
covarde, medíocre, mau
carácter, interesseiro, falso,
dissimulado, perverso,
calculista, maçónico.
Andrade Corvo

Capitão, delator,
interesseiro,
materialista, covarde,
falso, dissimulado,
perverso, calculista,
maçónico renegado
POVO
Manuel

É o mais consciente dos
populares; é corajoso.
Denuncia a opressão a que
o povo está sujeito.
Rita
Mulher
sensível, fraterna, so
lidária, apaixonada
pelo marido (Manuel).
Antigo Soldado

Antigo
militar, experiente, alegr
e, brincalhão, contador
de histórias passadas.
Populares

Pobres, miseráveis,
andrajosos.
Didascálias – funções
principais

 Expressão facial / corporal
 Movimentos das personagens
 Entoação
 Entrada e saída de personagens
 Pausas
 O destinatário das falas
 Mudanças na luz
Através das notas à margem do texto,
o autor orienta a interpretação e a
representação da peça. As suas
indicações sobre gestos, movimentos,
posições, tons de voz e cenário remetem
frequentemente para a necessidade de
uma postura crítica por parte do
espetador.
Ato I
 O Antigo Soldado andou na

guerra com o General Gomes
Freire de Andrade e muito o
admira.

 Na opinião de Vicente, Gomes
Freire de Andrade estava do lado
do poder.
 Vicente acredita no dinheiro e na
força.
 Vicente sonhava ter uma
carruagem, criado e libré e o
povo a bater-lhe à porta...
 Vicente desejava ascender

 Vicente diz ser honesto e
dedicado a el-rei.
 Vicente é incumbido por D.
Miguel para vigiar a casa de
Gomes Freire de Andrade.
 Para Beresford, Andrade
Corvo é bom rapaz, bem vestido,
mas ignorante, mau oficial,
pedreiro-livre, ambicioso,
promovido através da denúncia
e não por mérito.
 Andrade Corvo e Morais
Sarmento agem por dinheiro,
uma pensão anual de 800$00.

 A figura de estilo é a
comparação.

 «Os "patriotas" raras vezes
andam sozinhos... Defendemse sempre, andando em
grupo, tal é o conhecimento
que têm de si mesmos...» (p.
48); «Os "patriotas" acabam
sempre por julgar os outros
pelo conceito que de si
próprio têm... Quando querem
crédito para o que dizem,
avançam sempre de prova

 Beresford diz ser um
simples
técnico
estrangeiro, "o mais fiel
e o mais dedicado dos
vassalos
deste
Reino",
materialista
"Troco os meus serviços
por dinheiro" .


 No conflito entre Beresford,
Principal Sousa e D. Miguel
evidencia-se
o
seguinte:.
o
desprezo que Beresford vota a
Portugal
embora
esteja
disposto a colaborar com a
regência para a obtenção dos
seus fins — "Troco os meus
serviços por dinheiro";
a
acusação de mercenário feita
por D. Miguel a Beresford; a
hipocrisia do Principal Sousa
fascinado
pelo
poder;
o
conservantismo de D. Miguel; o
receio que os três manifestam
face ao general Gomes Freire de
Andrade (personagem que não
revelam).

«Notai que não lhe falta
nada:
é
lúcido,
é
inteligente, é idolatrado
pelo povo, é um soldado
brilhante, é grão-mestre da
Maçonaria e é, senhores, um
estrangeirado...».

 Será inimigo de Beresford
quem lhe dificulte a missão
de reorganizar o exército e
quem o possa substituir na
organização
do
mesmo.
Refere estar rodeado de
inimigos: «o clero odeia-me
 O objetivo da conspiração é
implantar no reino o sistema das
 D. Miguel tem como objetivo: exterminar a anarquia e o
jacobinismo;
 Lutar por uma nobreza que mantenha os seus
privilégios;
 Lutar a favor da discriminação social;
 Lutar pela distinção de classes e pela desigualdade
social;
 Lutar contra a democracia, não admitindo que o povo
alguma vez possa eleger os seus chefes.
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Fim

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Ato I: Conflitos de Poder

  • 3.  Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro nasceu no dia 03/04/1926 em Lisboa.  Filho do embaixador Armindo Monteiro, viveu parte da infância e da adolescência em Londres.  O tempo passado em Inglaterra possibilitou-lhe o contacto com movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica que foram decisivos para a sua formação intelectual.  De regresso a Portugal formou-se em direito na Faculdade de Lisboa, tendo exercido a advocacia apenas por um breve período de tempo.  Apesar da sua paixão por corridas de automóveis, foi na literatura
  • 4.  Como dramaturgo escreveu várias peças, mas poucas foram representadas em Portugal antes do 25 de Abril devido aos seus conteúdos fortemente ideológicos.  O autor chegou mesmo a ser preso pela PIDE em 1967 após a publicação de duas peças: A estátua e Guerra Santa que criticavam duramente a ditadura e a guerra colonial.  Luís de Sttau Monteiro destacou- se ainda pela sua intensa atividade jornalística tendo sido colaborador de várias publicações: ―Diário de Lisboa‖, ―o JornaL‖, ―ExprEsso‖, ―sE7E‖ e ―aLmanaquE‖.  Escreveu também sobre
  • 6.  A peça Felizmente há luar! é uma peça épica, inspirada na teoria marxista, que apela à reflexão, não só no quadro da representação, como também na sociedade em que se insere. O teatro de Brecht pretende representar o mundo e o homem em constante evolução de acordo com as relações sociais.  Estas caraterísticas afastam-se da conceção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o espetador a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como preocupação fundamental levar os espetadores a pensar, a refletir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se insere.  Surge assim a técnica do distanciamento que propõe um afastamento entre o ator e a personagem e entre o espetador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica possam fazer juízos de valor sobre o que está a ser representado.
  • 7. Título  O título da peça aparece duas vezes ao longo da peça, ora inserido nas falas de um dos elementos do poder – D. Miguel – ora inserido na fala final de Matilde. Em primeiro lugar é curioso e simbólico o facto de o título coincidir com as palavras finais da obra, o que desde logo lhe confere circularidade.  Num primeiro momento, o título representa as trevas e o obscurantismo; num segundo momento, representa a caminhada da sociedade em busca da liberdade.  Sentido do Título: Há que imperiosamente lutar no presente pelo futuro e dizer não à opressão e falta de liberdade, há
  • 8. Tempo  Tempo histórico: século XIX  Tempo da escrita: 1961, época dos conflitos entre a oposição e o regime salazarista  Tempo da ação dramática: a ação está concentrada em 2 dias  Tempo da narração: informações respeitantes a eventos não dramatizados, ocorridos no passado, mas importantes para o desenrolar da ação
  • 9. Espaço  Espaço físico: a ação desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores, mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes  Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo vários espaços sociais, distinguindo-se uns dos outros pelo vestuário e pela linguagem das
  • 10. Caraterísticas da obra  Personagens psicologicamente densas e vivas;  Comentários irónicos e mordazes;  Denúncia da hipocrisia da sociedade;  Defesa intransigente da justiça social;  Teatro épico: oferece-nos uma análise crítica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representar, para levar o espectador a reagir criticamente e a tomar uma posição;
  • 11.  Intemporalidade da peça remete-nos para a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a traição, a injustiça e todas as formas de perseguição;  Preocupação com o homem e o seu destino;  Luta contra a miséria e a alienação;  Denúncia a ausência de moral;  Alerta para a necessidade de uma superação com o surgimento de uma sociedade solidária que permitia a verdadeira realização do homem.
  • 12. As personagens são psicologicamente densas, os comentários são irónicos e mordazes e denuncia-se a hipocrisia da sociedade, a luta contra a miséria e a alienação, a preocupação com o Homem e o seu destino. Drama narrativo, de carácter social, na linha de Brecht (exprime a revolta contra o poder, o homem tem o direito e o dever de transformar a sociedade em que vive, com o objetivo de levar o espetador a reagir
  • 14. Gomes Freire De Andrade  Esta personagem não entra na história, mas á falada desde o início até ao fim da peça.  General, militar experiente e talentoso, honrado, distinto, estrangeirado, inteligente, culto, generoso, idealista, «santo», solidário, fraterno para com os mais pobres, Grão-Mestre da Maçonaria, injustiçado
  • 15. OS OPRESSORES A JUNTA DE REGÊNCIA
  • 16. Beresford – Poder Militar Marechal inglês, «mau oficial», arrogante, mercenári o, pragmático, racional, invej oso, prepotente, injusto, prote stante
  • 17. D.Miguel – Nobreza Aristocrática Nobre conservador, reacionário, est adista, opressor, autoritário, arrogante, perigoso, antijaco bino (contra os ideais modernos da época), rancoroso, invejoso, in justo.
  • 18. Principal Sousa –Poder Religioso Opressor, cínico, fanático, reacionário, cruel, rancoroso, antijacobino, culto, materialista, racional, injusto
  • 19. OS DELATORES OS CÚMPLICES DOS OPRESSORES OS TRAIDORES DO POVO
  • 20. Vicente Elemento do povo, frustrado, inteligente , expedito, manipulador, hipócrita, interesseiro, cínico, dissimulado, astuto, sarcástico, egoísta, calculista, diligente.
  • 21. Morais Sarmento Capitão, «mau oficial», bem vestido, mundano, ignorante, covarde, medíocre, mau carácter, interesseiro, falso, dissimulado, perverso, calculista, maçónico.
  • 22. Andrade Corvo Capitão, delator, interesseiro, materialista, covarde, falso, dissimulado, perverso, calculista, maçónico renegado
  • 23. POVO
  • 24. Manuel É o mais consciente dos populares; é corajoso. Denuncia a opressão a que o povo está sujeito.
  • 25. Rita Mulher sensível, fraterna, so lidária, apaixonada pelo marido (Manuel).
  • 26. Antigo Soldado Antigo militar, experiente, alegr e, brincalhão, contador de histórias passadas.
  • 28. Didascálias – funções principais  Expressão facial / corporal  Movimentos das personagens  Entoação  Entrada e saída de personagens  Pausas  O destinatário das falas  Mudanças na luz
  • 29. Através das notas à margem do texto, o autor orienta a interpretação e a representação da peça. As suas indicações sobre gestos, movimentos, posições, tons de voz e cenário remetem frequentemente para a necessidade de uma postura crítica por parte do espetador.
  • 30. Ato I
  • 31.  O Antigo Soldado andou na guerra com o General Gomes Freire de Andrade e muito o admira.  Na opinião de Vicente, Gomes Freire de Andrade estava do lado do poder.  Vicente acredita no dinheiro e na força.  Vicente sonhava ter uma carruagem, criado e libré e o povo a bater-lhe à porta...  Vicente desejava ascender  Vicente diz ser honesto e dedicado a el-rei.  Vicente é incumbido por D. Miguel para vigiar a casa de Gomes Freire de Andrade.  Para Beresford, Andrade Corvo é bom rapaz, bem vestido, mas ignorante, mau oficial, pedreiro-livre, ambicioso, promovido através da denúncia e não por mérito.
  • 32.  Andrade Corvo e Morais Sarmento agem por dinheiro, uma pensão anual de 800$00.  A figura de estilo é a comparação.  «Os "patriotas" raras vezes andam sozinhos... Defendemse sempre, andando em grupo, tal é o conhecimento que têm de si mesmos...» (p. 48); «Os "patriotas" acabam sempre por julgar os outros pelo conceito que de si próprio têm... Quando querem crédito para o que dizem, avançam sempre de prova  Beresford diz ser um simples técnico estrangeiro, "o mais fiel e o mais dedicado dos vassalos deste Reino", materialista "Troco os meus serviços por dinheiro" .
  • 33.   No conflito entre Beresford, Principal Sousa e D. Miguel evidencia-se o seguinte:. o desprezo que Beresford vota a Portugal embora esteja disposto a colaborar com a regência para a obtenção dos seus fins — "Troco os meus serviços por dinheiro"; a acusação de mercenário feita por D. Miguel a Beresford; a hipocrisia do Principal Sousa fascinado pelo poder; o conservantismo de D. Miguel; o receio que os três manifestam face ao general Gomes Freire de Andrade (personagem que não revelam). «Notai que não lhe falta nada: é lúcido, é inteligente, é idolatrado pelo povo, é um soldado brilhante, é grão-mestre da Maçonaria e é, senhores, um estrangeirado...».  Será inimigo de Beresford quem lhe dificulte a missão de reorganizar o exército e quem o possa substituir na organização do mesmo. Refere estar rodeado de inimigos: «o clero odeia-me  O objetivo da conspiração é implantar no reino o sistema das
  • 34.  D. Miguel tem como objetivo: exterminar a anarquia e o jacobinismo;  Lutar por uma nobreza que mantenha os seus privilégios;  Lutar a favor da discriminação social;  Lutar pela distinção de classes e pela desigualdade social;  Lutar contra a democracia, não admitindo que o povo alguma vez possa eleger os seus chefes.  A figura de estilo é a hipérbole.
  • 35. Fim