Neste artigo, traz-se a discussão da ideia de vida associativa, concebida em contraposição às determinações técnico-racionalistas que caracterizam o que se denomina como associativismo e, por conseguinte, a maior parte dos estudos a ele direcionados, a partir do acionamento da categoria analítica arena pública – espaço simbólico interatores e interorganizacional que se constitui como um lugar de combates e uma cena de realizações no qual se realizam atividades práticas, sobretudo de negociação e disputa, ao redor de problemas tornados públicos. Utilizando-se de uma aproximação pragmática, reelabora-se conceitualmente a ideia de associação e propõem-se algumas perspectivas pelas quais as associações podem ser observadas com melhor refinamento – são elas, as perspectivas situacional, ocasional, organizacional e institucional. Por fim, demonstra-se, com base em dados bibliográficos e empíricos, como estas perspectivas permitem observar o movimento de ampliação do repertório de resistência de atores sociais em mobilização que através da conjugação de diferentes integrações horizontais e verticais conseguem refratar e ressignificar as tentativas de determinações que recebem nas situações de negociação e disputa em que se inserem. E com tal constatação, pode-se caracterizar a vida associativa como uma via de expansão de processos políticos, simbólicos e econômicos que é constantemente atravessada por ambiguidades e contradições originárias do entrelaçamento das diversas ordens sociais nela coexistentes.