1) O documento descreve a trajetória histórica da educação ambiental desde as primeiras discussões na década de 1960 até as conferências internacionais realizadas pela ONU. 2) A primeira conferência mundial sobre meio ambiente ocorreu em Estocolmo em 1972, resultando na Declaração de Estocolmo. 3) Posteriormente, a Conferência de Belgrado em 1975 focou na formulação de princípios para programas de educação ambiental e resultou na Carta de Belgrado.
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Artigo bioterra v14_n2_06
1. 39
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 14 - Número 2 - 2º Semestre 2014
BREVE HISTÓRICO DA TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
INTERNACIONAL ATÉ NOSSAS ESCOLAS BRASILEIRAS DE HOJE
Vitor Nascimento1; Adriano Faria2
RESUMO
Pretende se com este trabalho responder questões que giram em torno da atividade proposta pelo tema
Educação Ambiental sendo o tema central. Foi feito um levantamento sobre a sua origem e algumas
das principais conferencia e acontecimento, desde o debate no clube de Roma, conferencia de
Estocolmo, rio-92 entre outras, sobre o tema. Chegou se a conclusão que Desde a década de 1960
muitas questões foram levantadas perante as problemáticas ambientais, Em meio a essa metamorfose
mundial surgiria a atualmente tão requisitada Educação Ambiental. Este artigo tem o objetivo de
proporcionar aos leitores um melhor entendimento sobre a criação e trajetória da educação ambiental
por meio de argumentos e teorias de especialistas do campo ambiental. Foram analisadas e
interpretadas as ideias dos autores com objetivo de correlacionar suas ideias a respeito do tema
Educação Ambiental por meio de um levantamento teórico bibliográfico. Cuja intenção é de
incentivar construção do conhecimento e a discursão sobre as questões ambientais.
Palavras-chave: Educação ambiental, principais acontecimentos, teorias.
BRIEF HISTORY OF THE PATH OF INTERNATIONAL ENVIRONMENTAL
EDUCATION TO OUR SCHOOLS BRAZILIAN TODAY
ABSTRACT
It is intended with this work to answer questions concerning the activity proposed by the theme
Environmental Education being the central theme. A survey about its origin was carried out and some
of the main lecture and event, from the debate at Rome Club, Stockholm Conference, rio-92 among
others, about the theme. It is concluded that since the 1960s many questions have been raised before
the environmental issues. Within that world’s metamorphosis the currently so-requested
Environmental Education would emerge. This articles aims to provide the readers with a better
understanding about the creation and trajectory of environmental education through arguments and
theories by experts in environmental field. The authors’ ideas were analyzed and interpreted aiming
to correlate their ideas about the theme Environmental Education through a bibliographical theoretical
survey whose intention is to incentivize knowledge building and the speech about the environmental
issues.
Keywords: Environmental education, main events, theories.
2. 40
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas a questão ambiental
veio à tona por conta da constante preocupação
com o meio ambiente. Isso porque a exploração
do meio ambiente tomou grandes proporções e os
desastres estavam se tornando cada vez mais
constantes. De modo geral o homem estava
percebendo que não era mais viável explorar os
recursos naturais do planeta sem se preocupar
com o meio em que vivemos.
Com isso fez se necessário o
levantamento dessa pesquisa de forma teórica
bibliográfica para se ter, um melhor
conhecimento sobre a trajetória e
desenvolvimento da educação ambiental mundial
e brasileira.
Fábio Cascino (2000) argumenta que a
preocupação com meio ambiente também
ocasionou diversas mobilizações populares como
os movimentos ativistas e os movimentos
ambientalistas não governamentais no início na
década de 60, (pós-segunda guerra mundial) por
conta do mundo está vivenciando o período da
“guerra fria”, ou seja, na percepção das pessoas
da época a “crise ambiental” deveria ser mais
preocupante do que as diferenças políticas
internacionais como a disputa armamentista entre
as duas potências da época, Estados Unidos e
União Soviética.
Para Reigota (2009) a educação
ambiental tem uma história quase oficial isso por
que com crise ambiental estabelecida houve a
necessidade de se discutir os problemas
ambientais do mundo em debates internacionais.
É importante citar pelo menos dois deles, que
foram o de 1972 em Estocolmo na Suécia, onde
foi realizado a primeira Conferência Mundial de
Meio Ambiente Humano e em 1992 no Brasil
onde foi à vez da conferência para o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92 (eco-92),
promovidos pela UNESCO.
Dias (1994) argumenta que os aspectos
ambientais relacionam se, isto é, o “ambiente
total” é formado pelos diversos aspectos
demonstrados, sendo eles: os científicos,
políticos, éticos, sociais, tecnológicos,
ecológicos, culturais e econômicos que se
comportam de certa forma dependendo do caso,
um aspecto pode ter preponderância sobre os
outros [...] uma vez que cada parcela estaria
pulsando, contorcendo-se, sofrendo dilatações e
contrações contínuas, como células vivas em um
tecido. (DIAS, 1994, p.26). Dessa maneira fica
visível a interpretação que o autor faz para
esclarecer que a questão ambiental é como um
“tecido celular” não é direcionado apenas para o
campo ecológico, mas é relacionada diretamente
com todos os aspectos, que dependendo da
necessidade interferem no “ambiente total”.
O trabalho trata se de uma breve analise
sobre a prática de EA e sua e trajetória ate os dias
de hoje no Brasil. O objetivo é relacionar
bibliograficamente as ideias de autores para que
se possa compreender os problemas ambientais
que já foram resolvidos e os que precisam
avançar para uma solução.
Faz se necessário conhecer melhor à
história da educação ambiental desde sua criação
até nossas escolas de hoje, para que possamos
com recomendações, documentos e exemplos
solucionar problemas pertinentes à educação
ambiental.
Espera se obter um ganho ao intelecto
dos leitores principalmente aqueles interessados
em Educação Ambiental e sua trajetória. Os
mesmos poderão de forma mais critica analisar,
discutir e ate mesmo propor soluções para alguns
problemas referentes ao tema, podendo levar tais
conhecimentos às pessoas de seu meio, o que
seria um incentivo a mais para melhorar o
desenvolvimento de uma Educação Ambiental.
ORIGENS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O desfecho da Segunda guerra mundial
em 1945 pronunciava o início do período da
chamada “guerra fria” entre os Estados Unidos e
a URSS, as corridas armamentista e espacial
renderam em muitas inovações tecnológicas. Daí
então se iniciava a década de 60 e as ações do
homem no ambiente e de uma nova geração que
crescia vivenciando o mundo em constante
transformação começava a emergir. O autor Dias
(1994) argumenta que nas décadas de 50 para 60
surgiriam os primeiros relatos sobre essas
transformações.
3. 41
[...] impulsionado por avanços
tecnológicos, o homem
ampliou a sua capacidade de
produzir alterações no
ambiente natural,
notadamente nos países mais
desenvolvidos, e na década
seguinte os efeitos negativos
sobre a qualidade de vida já
eram evidentes. Em 1962 a
jornalista Rachel Carson
Lançava seu livro Primavera
Silenciosa, que se tornaria um
clássico na história do
movimento ambientalista
mundial, com grande
repercussão. (DIAS, 1994, p.
20-21).
Antes mesmo de se ouvir falar em
movimento ambientalista houve muitas
personalidades como o de Thoreau e Gandhi
citados por Cascino (2000) e também pessoas
comuns como a jornalista Rachel Carson que
lançou sua obra intitulada, “Primavera
silenciosa”, ao demonstrarem suas opiniões em
suas obras os mesmos adquiriam os postos de
ícones do movimento ambientalista por
inspirarem lideres ambientalistas do ano de 1968,
isso rendeu em diversos tipos de mobilizações
nos quais algumas não tinham muito a haver com
o ambientalismo.
Os movimentos foram provocados
principalmente por conta dos vários tipos de
violência e as guerras declaradas e pronunciadas
como o caso da “guerra fria” que impuseram o
temor da humanidade e assim criou-se a ideia de
que “o fim da terra” perpassaria primeiramente
na falta de recursos naturais disponíveis e isso era
a principal característica de uma crescente crise
ambiental que vinha crescendo pelo mundo.
Dentre os vários movimentos que
ocorreram é importante destacar o evento de
Paris em 1968 que anunciava exatamente o
sentimento da população quanto aos
acontecimentos catastróficos naturais e sociais
que as potências mundiais como os Estados
Unidos proporcionavam nesse período.
Pour une planète plus bleu era
o slogan, a palavra de ordem,
a frase-chave do movimento.
Os estudantes de Paris
clamavam pelo novo:
“Queremos um planeta mais
azul”. Paris 68, o maio
revolucionário, indicava para
o mundo que existia algo novo
no ar, que alguma coisa
diferente estava nascendo no
pensamento humano.
(CASCINO, 2000, p. 31).
O evento de 1968 em Paris começava a
dar sinais da insatisfação da população mundial
perante as ações dos chefes de Estado com
relação às guerras e ao modo como à natureza
estava sendo destruída para favorecer os modos
de produção capitalista, isso agravou os
constantes movimentos ambientais. A
preocupação em ter “um planeta mais azul” como
mencionado era a demonstração clara de uma
mudança de percepção das pessoas da época.
Os autores Cascino (2000), Dias (1994) e
Reigota (2009) argumentam sobre as conclusões
que o Clube de Roma em 1968 teve sobre as
atividades que o ser humano desenvolvia na
época, essa reunião deu origem em 1972 ao livro
“Limites do crescimento” e gerou muitas
controvérsias entre os estudiosos da América
latina, já que no referido relatório era citado
bastante o aumento da população de baixa renda.
O Clube de Roma em 1972 publicava seu
relatório The Limits of Growth. Denunciava que
o crescente consumo mundial levaria a
humanidade a um limite de crescimento e
possivelmente a um colapso. (DIAS, 1994, p.
21). O clube de Roma para Reigota (2009)
alavancou o interesse de um órgão internacional,
no caso a ONU.
Um dos méritos dos debates
das conclusões do Clube de
Roma foi colocar o problema
ambiental em nível planetário,
e como consequência disso, a
organização das Nações
Unidas realizou em 1972, em
Estocolmo, Suécia, a Primeira
Conferência Mundial de Meio
Ambiente Humano.
(REIGOTA, 2009, p. 23).
Apesar de haverem tido algumas
discordâncias entre os estudiosos da época, as
discursões do relatório do clube de Roma
renderam em uma preocupação por parte da
ONU em discutir as problemáticas ambientais
em nível mundial e não mais apenas entre os
próprios países, já que um ambiente local poderia
afetar todo o meio global a ONU a partir de 1972
iniciaria definitivamente uma discussão
4. 42
internacional sobre meio ambiente e educação
ambiental por meio de suas conferências.
Confêrencias e Acontecimentos Sobre
Educação Ambiental Internacionais e
Nacional
Conferência de Estocolmo (1972).
As conferências internacionais realizadas
pela ONU através da UNESCO iniciariam no ano
de 1972 em Estocolmo na Suécia como já
mencionado. Impulsionada principalmente pelo
documento publicado pelo clube de Roma em
1972 a ONU concentrava suas ações para a
realização da Primeira Conferência Mundial
sobre Meio Ambiente Humano. Segundo Dias
(1994, p. 21) a Conferência de Estocolmo, como
ficou conhecida, gerou a Declaração sobre o
Ambiente Humano e estabeleceu o Plano de
Ação Mundial com o objetivo de inspirar e
orientar a humanidade para a preservação e
melhoria do ambiente humano. Isso anunciava
que no encontro da Suécia já se tinham as
primeiras metas a serem atingidas após o término
de sua realização.
[...] mediante a Declaração de
Estocolmo, um conjunto de
princípios para o manejo
ecologicamente racional do
meio ambiente. Além de
incorporar as questões
ambientais da agenda
internacional, esta declaração
representou o início de um
diálogo entre países
industrializados e países em
desenvolvimento, a respeito
da vinculação que existe entre
o crescimento econômico, a
poluição dos bens globais (ar,
água e oceanos) e o bem-estar
dos povos de todo o mundo.
Para alguns, esta ainda é uma
questão aberta e muito
utilizada em favor dos capitais
transnacionais e seus
interesses econômicos.
(CASCINO, 2000, p. 37).
O autor Cascino (2000) argumenta que a
primeira conferência levantou questões a respeito
do meio ambiente por meio do que ficou
conhecido como declaração de Estocolmo. Essa
declaração apresentou um dos primeiros diálogos
entre os países ditos “ricos” e “pobres” e
proporcionou discussões sobre as formas como o
desenvolvimento econômico vinha interferindo
no ambiente natural, o que ficou claro é que o
assunto em questão ainda estava longe de ser
resolvido e que as ideias tiradas de lá ainda
serviriam apenas para ser noção de todo o
ocorrido e que para o autor ainda seria possível
encontrar pessoas se beneficiando disso para
adquirirem mais recursos econômicos.
Conferência de Belgrado (1975).
A princípio foram debatidas as questões
que ficaram em “aberto” no primeiro debate
sobre meio ambiente, mas o que realmente
emergia naquele encontro seria para Dias (1994)
e Reigota (2009) a formulação dos princípios e
orientações para um programa de educação
ambiental em proporção global. O tema principal
em questão nessa conferência foi segundo Dias
(1994) e Reigota (2009) a necessidade de haver
uma nova ética global que promovesse a
erradicação de vários problemas ambientais e
sociais. Após o término da conferência foi
elaborada aquilo que se denominou de a Carta de
Belgrado.
Na carta de Belgrado segundo Dias
(1994) é destacado em seu texto as seguintes
questões:
O que se busca é a erradicação
das causas básicas da pobreza,
da fome, do analfabetismo, da
poluição, da exploração e
dominação. Não é mais
aceitável lidar com esses
problemas cruciais de uma
forma fragmentária. [...] Nós
necessitamos de uma nova
ética global – uma ética que
promova atitudes e
comportamentos para os
indivíduos e sociedades, que
sejam consonantes com o
lugar da humanidade dentro
da biosfera; que reconheça e
responda com sensibilidade às
complexas e dinâmicas
relações entre a humanidade e
a natureza, entre os povos. [...]
Antes que essas mudanças de
prioridades sejam atingidas,
milhões de indivíduos
deverão ajustar as suas
próprias prioridades e assumir
uma ética global
individualizada, refletindo no
seu comportamento para
5. 43
melhoria da qualidade do
meio ambiente e da vida de
todas as pessoas. (DIAS,
1994, p. 59-60).
O autor Dias (1994) afirma que as
conclusões tiradas desse encontro e explicitadas
no documento a Carta de Belgrado, ainda são
consideradas um importante fundamento
conceitual mesmo que tenham sido completadas
várias décadas desde sua formulação. Outra
afirmação que Dias (1994) faz é que a carta de
Belgrado é uma ampliação da obra intitulada a
“Ética da Terra” e recomendado por Leopoldo
desde o final da década de 40.
Segundo Reigota (2009, p. 53) na Carta
de Belgrado foram definidos seis objetivos
indicativos da educação ambiental, no qual se
buscava promover o desenvolvimento dos
seguintes objetivos: conscientização,
conhecimento, comportamento, competência,
capacidade de avaliação e participação. O autor
Reigota (2009) cita e comenta sobre cada uma
delas, no entanto aqui serão destacados apenas
três desses objetivos.
Segundo Reigota (2009) o objetivo
conscientização constava na Carta de Belgrado
de 1975 como uma necessidade de levar os
indivíduos a desenvolverem uma consciência
ambiental por meio da demonstração dos
problemas ambientais que o planeta sofria. Na
visão o autor:
“Conscientizar” significa que
a educação ambiental deve
procurar chamar a atenção
para os problemas planetários
que afetam a todos, pois a
camada de ozônio, o
desmatamento da Amazônia,
as armas nucleares, o
desaparecimento de culturas
milenares etc. são questões só
aparentemente distantes da
realidade dos alunos e das
alunas. Um dos problemas
desse objetivo é o próprio
termo “conscientização” que é
muito utilizado entre nós e que
geralmente é remetido ao
pensamento pedagógico de
Paulo Freire. O problema é
que uma pessoa não passa
automaticamente a sua
consciência sobre qualquer
tema a outra pessoa, apenas
pela transmissão de
conhecimentos. (REIGOTA,
2009, p. 53-54).
A conscientização é algo que não pode ser
alcançado apenas por meio do conhecimento, não
se pode impor o ato de se conscientizar por meio
da educação, a mesma depende da própria forma
como pessoa vai agir se vai fazer algo ou não isso
depende muito da conscientização pessoal que
cada um desenvolve no decorrer da vida.
Outro objetivo citado na Carta de
Belgrado é o conhecimento que segundo Reigota
(2009) apresenta a ideia de levar os indivíduos a
obterem uma compreensão essencial do ambiente
global, dos problemas que estão interligados ao
ambiente e do papel crítico que o ser humano tem
em meio a tudo isso. Na visão do autor:
O conhecimento
proporcionado pela ciência e
pelas culturas não
necessariamente
escolarizadas sobre o meio
ambiente precisa ser
democratizado. As pessoas
devem ter acesso a eles.
Assim, a educação ambiental
não transmite só o
conhecimento científico, mas
enfatiza e provoca a
necessidade de diálogo entre
todo tipo de conhecimento
[...]. (REIGOTA, 2009, p. 54).
O conhecimento em termos gerais pode
ser adquirido tanto fora da escola quanto dentro,
no entanto ainda é notória que a democratização
do conhecimento ainda dar “passos” bem curtos,
principalmente em países subdesenvolvidos nos
quais a educação formal e informal encontra-se
precárias. O objetivo comportamento da Carta de
Belgrado segundo Reigota (2009) baseia-se em
levar os indivíduos a um sentimento profundo de
interesse pelo meio ambiente através da
demonstração da vontade de contribuir com a
proteção e qualidade do meio. Na visão do autor:
Não adianta só falar do meio
ambiente, mas também mudar
os comportamentos
individuais e sociais. Os
exemplos aqui podem ser
vários, dos mais simples aos
mais complexos, tais como
não fumar nos lugares
coletivos, não destruir
árvores, economizar energia e
6. 44
água, além de outros recursos
básicos [...]. Porém, mudar
comportamentos, objetivo
muito recorrente e dos mais
buscados na educação
ambiental, não é simples. O
que leva uma pessoa ou grupo
a mudar um comportamento
considerado de alto impacto
ambiental? A educação
ambiental precisa ficar atenta
para não cair nem fomentar
um discurso moralista de
“bom comportamento”, mas
discutir e aprofundar a
complexidade psicológica,
social, econômica, cultural e
ecológica de cada
comportamento, individual
e/ou coletivo, que se quer
mudar, sugerir e buscar
alternativas. (REIGOTA,
2009, p.55-56).
A mudança de comportamento vem
sendo ao longo dos tempos um dos objetivos
mais requisitados da educação ambiental, não se
pode entender este objetivo apenas como uma
maneira de ensinar e praticar o “bom
comportamento” com relação ao meio, até
porque se estaria criando como o próprio autor
citou um “discurso moralista” que não contribui
quase que em nada nas discussões no qual são
necessárias para se entender o porquê de
determinadas pessoas estarem agindo de tal
forma quanto ao meio ambiente em que se
encontram? E isso se revela como uma questão
que deve ser compreendida por todos que
almejarem seguir este objetivo proposto.
Conferência de Tbilisi (1977).
No ano de 1977 em Tbilisi na Geórgia
(ex-URSS) Segundo Cascino (2000), Dias
(1994) e Reigota (2009 realizou-se através da
UNESCO a Primeira Conferência Internacional
sobre Educação Ambiental). Neste importante
encontro sobre EA foram revelados os primeiros
trabalhos associados ao tema realizados em
vários países, o evento também corroborou os
objetivos da EA elaborados em Belgrado e
contribui para a criação dos princípios da
educação ambiental, após anos de discussões
sobre o tema este evento ainda é considerado o
mais significativo na história da EA.
A Declaração da Conferência
Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação
Ambiental destaca a seguinte questão segundo
Dias (1994):
Mediante a utilização dos
avanços da ciência e da
tecnologia, a educação deve
desempenhar uma função
capital com vistas a criar a
consciência e a melhorar
compreensão dos problemas
que afetam o meio ambiente.
Essa educação há de fomentar
a elaboração de
comportamentos positivos de
conduta com respeito ao meio
ambiente e à utilização dos
seus recursos pelas nações.
(DIAS, 1994, p. 62).
A declaração aponta uma questão
considerada crucial desde a formulação dos
objetivos da Carta de Belgrado de 1975,
percebemos que a lógica desse trecho da
declaração de Tbilisi cita questões que devem ser
seguidas conforme o que foi estabelecido nos
objetivos conscientização e comportamento de
Belgrado. Em Tbilisi houve debates para se
analisar as atividades propostas por Belgrado,
sendo assim, foram apresentados por diversos
países considerados para Dias (1994) Países
Membros aos quais receberam algumas
recomendações ao término dessa conferência.
É imprescindível deixar de comentar
sobre as Recomendações da Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental
aos Países Membros de 1977, sendo assim será
destacada uma das questões da recomendação nº
1 de Tbilisi. Segundo Cunha (2010):
Um objetivo fundamental da
educação ambiental é lograr
que os indivíduos e a
coletividade compreendam a
natureza complexa do meio
ambiente natural e do meio
ambiente criado pelo homem,
resultante a integração de seus
aspectos biológicos, físico,
sociais, econômicos e
culturais, e adquiram os
conhecimentos, os valores, os
comportamentos e as
habilidades práticas para
participar responsável e
eficazmente da prevenção e
solução dos problemas
ambientais, e da gestão da
questão da qualidade do meio
7. 45
ambiente. (CUNHA, 2010, p.
27 apud UNESCO, 1997).
A Educação Ambiental tem como
objetivo fundamental proporcionar atividades e
ações coletivas entre os indivíduos participantes,
para que assim seja viável a criação de propostas
críticas visando não somente o entendimento dos
problemas ambientais mais também a fim de
concretizar futuramente algumas mudanças de
percepções que serão importantes para a
sustentabilidade do meio ambiente não só natural
como também do ambiente social do qual o ser
humano está inserido.
Conferência de Moscou (1987).
Em 1987 cerca de dez anos haviam se
passado desde o último grande encontro
internacional, pois seria exatamente nesse
mesmo ano que ocorreria em Moscou (ainda
como URSS) segundo Cascino (2000), Dias
(1994) e Reigota (2009) o Segundo Congresso
internacional de Educação Ambiental da
UNESCO. Para Dias (1994) este evento teve
como finalidade discutir as conquistas e
dificuldades da educação ambiental desde o
congresso de Tbilisi bem como também o
desenvolvimento de ações internacionais para as
áreas da EA e formação ambiental, visando
projeções para a década de 90.
Quanto ao que deveria ser feito na
formação de pessoal a conferência de Moscou
segundo Dias (1994) diz que:
Com o objetivo de promover
treinamento aos docentes em
serviço e aos docentes em
processo de formação,
encarregados da EA formal
(escolar) e não formal (extra-escolar),
foram recomendadas
as ações: a) promoção de
treinamento para docentes em
formação. b) promoção de
treinamento para docentes em
serviço. (DIAS, 1994, p. 88
apud MOSCOU 1987).
Essa é umas das prioridades estabelecidas
em Moscou (1987) o que revela que a EA a partir
dessa conferência começa a emergir em diversos
campos de ensino, sejam esses escolares ou não
escolares, a conferência de Moscou é marcada
pela preocupação não apenas de promover a EA,
mas também na formação dos que iram trabalha-la
no campo educacional.
Ainda em 1987 foi elaborado o relatório
intitulado “Nosso futuro comum”, segundo
Cascino (2000), Dias (1994) e Reigota (2009),
esse relatório foi formulado por um grupo de
especialistas e pela primeira-ministra da Noruega
Gro Harlem Brundtland, no qual haviam
analisado a situação do meio ambiente e no modo
como o desenvolvimento econômico agia no
ambiente global, para isso foram realizadas
várias reuniões em diferentes cidades do mundo,
o relato dessas reuniões ficaria conhecido como
o Relatório de Brundtland e serviria de referência
para os demais debates realizados nos anos
seguintes.
Conferência do Rio de Janeiro (1992).
Em 1992 foi realizado um dos debates
sobre o meio ambiente mais comentado nos
últimos anos, ou seja, 1992 foi a vez segundo
Cascino (2000), Dias (1994) e Reigota (2009) da
Conferência sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento que ficou conhecida como
Rio-92 (ou Eco-92).
Cascino (2000) afirma que este evento
teve uma repercussão internacional imediata na
maneira como as sociedades de vários países se
organizavam, o número de ONGs cresceu
bastante em relação há anos anteriores o que
demonstrava o quanto a realização da Rio 92 foi
impactante no mundo.
Dias (1994) argumenta que a Rio 92 por
meio do Cap. 4, Seção IX da agenda 21
praticamente confirmou as recomendações de
Tbilisi para a EA. Dias (1994) afirma ainda que
ficou evidente a necessidade de um enfoque
interdisciplinar para a EA, também são citadas as
prioridades que teriam que ser tomadas conforme
a conferência: a) reorientar a educação para o
desenvolvimento sustentável; b) aumentar os
esforços para proporcionar informações sobre o
meio ambiente, que possam promover a
conscientização popular; c) promover
treinamento. (DIAS, 1994, p. 110). Com isso fica
claro qual foi à principal finalidade para
realização da Rio 92, sendo assim não é errado
dizer que a promoção do conceito de
sustentabilidade foi a principal meta a ser
conquistada com essa conferência e a criação da
agenda 21 é o exemplo mais expressivo em meio
a tudo isso.
8. 46
Sobre a Conferência do Rio em 1992
Reigota (2009) afirma que:
Nos vinte anos que se
passaram, entre as
conferências mundiais de
Estocolmo e do Rio de Janeiro
houve uma considerável
mudança na noção de meio
ambiente. Na primeira se
pensava basicamente na
relação do ser humano com a
natureza; na segunda, o
enfoque é pautado pela ideia
de desenvolvimento
econômico, dito sustentável,
ideia que se consolida na
conferência de
Johannesburgo. (REIGOTA,
2009, p. 29).
A Rio92 seguiu uma tendência de
conceituação sobre desenvolvimento sustentável
emergida ainda no Relatório de Brundtland ou
“Nosso futuro comum”, no qual foram
formulados os primeiros conceitos sobre
desenvolvimento sustentável. A ideia que o autor
Reigota (2009) afirma é clara e ao mesmo tempo
preocupante, já que o órgão internacional ONU
por meio da UNESCO organizou esses eventos
internacionais sobre meio ambiente e EA e
aparentemente demonstra que aos poucos a
supremacia econômica das grandes potências
começa demonstrar sinais de intervenção, o que
dá a impressão através disso é a possibilidade de
talvez isso se tornar viável aos interesses
econômicos de alguns países.
Conferência de Johannesburgo (2002).
Em 2002 não correspondendo à mesma
expectativa de 1992, foi realizado em
Johannesburgo na África do Sul, segundo
Reigota (2009) a Conferência das Nações Unidas
para o Desenvolvimento Sustentável que ficou
mais conhecida como Rio+10. Reigota (2009)
afirma ainda que essa conferência teve como
mérito dá a chance aos cidadãos do continente
africano de participarem do evento
demonstrando as dificuldades que o continente
enfrentava como as doenças sexualmente
transmissíveis, a falta de saneamento básico, o
analfabetismo e a pobreza em geral.
A conferência é marcada por ter sido
realizada em um período conturbado por conta
justamente de um ano antes de ocorrido o ataque
aéreo aos Estados Unidos e isso era a principal
causa da Rio+10 ter sido tão esquecida, ou seja,
“ofuscada” nesse período de tempo, ou seja não
apresentou muitos avanços
Porém Reigota (2009) tem uma visão um
pouco diferente e muito mais crítica sobre esse
período que marcou a realização desta
conferência.
Essa Conferência que ficou
conhecida como Rio+10,
tinha como objetivo avaliar as
aplicações e progressos das
diretrizes estipuladas no Rio
de Janeiro. Realizada num
momento de grande tensão
internacional, logo após o
atentado de 11 de setembro e,
poucos meses antes da
invasão americana no Iraque
[...]. Para muitos analistas, a
Rio+10 foi um fracasso por
não ter possibilitado o avanço
efetivo das diretrizes e
promessas apresentadas no
Rio de Janeiro. Para outros, o
fracasso da Rio+10 está
relacionada com o próprio
fracasso das Nações Unidas,
“prisioneira” dos interesses
das grandes potências,
principalmente dos Estados
Unidos. (REIGOTA, 2009, p.
26-27).
O grande problema da segurança que o
mundo perpassava nos primeiros anos do século
XXI demonstrou que a ONU não possuía tanta
autonomia como se achava que tinha para tais
eventualidades que envolvesse as grandes
potências e isso explicitou uma determinada
limitação desse órgão internacional. Mas apesar
de tudo Reigota (2009) argumenta que em todas
as conferências e documentos elaborados foi
citada a educação ambiental e mais ainda, as
ações perante a prática da temática ao longo dos
anos só veio crescendo, mostrando que a EA ao
longo dos anos veio se estabelecendo em meio a
inúmeros fatos históricos da humanidade.
Princípios da Educação Ambiental no Brasil.
A crise ambiental dos anos 60, os
primeiros documentos elaborados sobre o meio
ambiente e os grandes encontros proporcionados
9. 47
pelas conferências internacionais refletiram
direto ou indiretamente para os brasileiros, sendo
assim é conveniente destacar através de uma
breve descrição alguns pontos cruciais da
educação ambiental no Brasil.
Para Reigota (2009) O Brasil desde o
período do encontro de Estocolmo em 1972
adotou uma posição de “abrir as portas” para a
instalação de indústrias de origem estrangeira,
pois o país oferecia uma facilidade maior para o
funcionamento poluidor dessas empresas, a
forma como o Brasil conduzia sua política
ambiental era significativamente direcionado
para o desenvolvimento econômico do país.
Simultaneamente a isso o país vivenciava o
regime militar. No início da década de 70 foi
criado à secretaria especial do meio ambiente
(SEMA) subordinada ao ministério dos
transportes, no qual o secretário responsável era
o ecólogo Paulo Nogueira que exerceu um papel
extremamente importante a favor do meio
ambiente no Brasil na época da ditadura militar.
Segundo Reigota (2009) sobre a maciça
presença da mídia no campo da educação
ambiental antes e após a realização da Rio 92
notou-se que principalmente no período de
tempo pós-constituição de 1988 houve uma
grande sequência de “primeiros” encontros
nacionais de EA espalhados pelo Brasil. Sobre os
encontros nacionais de EA no país, destaca-se
segundo Dias (1994) o Encontro Nacional de
Politicas e Metodologias para EA realizado no
ano de 1991 em Brasília/DF.
A educação ambiental brasileira após a
Rio 92 emergiu como uma nova tendência da
educação brasileira, no meio de vários encontros
que ocorreram pós-constituição de 1988, notou
se também que além da política nacional está em
constante readaptação a recente democracia
estabelecida no país à educação brasileira
começa a dar passos largos referentes à EA no
Brasil.
PCN’s parâmetros curriculares nacionais e o
tema transversal meio ambiente.
A constituição e a educação brasileira no
final da década de 80 perpassavam por
modificações em sua configuração o que de certa
forma contribui com a realização da Rio 92 o que
rendeu mais adeptos da EA no Brasil facilitando
a sua instauração definitiva no país, isso gerou
um maior comprometimento por parte do poder
público brasileiro em proporcionar a EA através
da educação brasileira. Um importante passo foi
dado com a constituição de 1988, quando a
Educação Ambiental se tornou exigência a ser
garantida pelos governos federal, estaduais e
municipais (PCN, 1998, p. 181 apud § 1º, VI
artigo 255).
Os PCN’s Segundo Cordiolli (2006) não
foram criados para ser uma nova norma para a
educação brasileira como era o caso dos DCN’s,
no entanto a partir do governo de FHC as
políticas implementadas fizeram com que a
proposta curricular se tornasse um efetivo plano
educacional, ou seja, os PCN’s que a princípio
era apenas uma proposta passou a ser um efetivo
orientador do processo educacional. A educação
ambiental no Brasil seria então desenvolvida nas
escolas por meio do que os PCN’s
recomendavam através do tema transversal meio
ambiente
A prática do tema meio ambiente é tratada
pelos PCN’s da seguinte maneira:
Nos Parâmetros Curriculares
Nacionais os conteúdos de
Meio Ambiente foram
integrados às áreas, numa
relação de transversalidade,
de modo que impregne toda a
prática educativa e, ao mesmo
tempo, crie uma visão global e
abrangente da questão
ambiental, visualizando os
aspectos físicos e histórico-sociais,
assim como as
articulações entre a escala
local e planetária desses
problemas. (PCN, 1998, p.
193).
A característica que se adquiri ao
trabalhar o tema meio ambiente de forma
transversal ressalta a ideia de a educação
ambiental deva ser vista de forma abrangente
tanto do ponto de vista local quanto do global
visando uma participação direta ou indireta de
diversos ramos do conhecimento que almejam
um conhecimento explicito sobre a temática de
maneira integradora (que, aliás, lembra muito a
proposta pedagógica do método da
interdisciplinaridade) e que ao fim poderá
proporcionar uma resposta positiva perante o
tema explorado.
10. 48
A educação ambiental na escola.
A escola é o local mais requerido para o
desenvolvimento das práticas da educação
ambiental sempre lembrando que nesse meio de
ensino formal a EA é considerada apenas mais
uma das inúmeras variedades de atividades que
uma escola deve proporcionar. O meio escolar é
onde se encontra vários profissionais da área de
educação, aonde cabe principalmente aos
professores encontrar maneiras que possibilitem
a realização da educação ambiental na escola.
O ambiente escolar deve ser um local que
ofereça condições tanto humanas quanto
estruturais para a viabilização da educação
ambiental em seu espaço, pensando nisso, no
decorrer de décadas após a crise de 68 ainda nos
encontramos em pleno aprendizado sobre a
questão ambiental no planeta, diversos são os
exemplos de assuntos que foram sendo
levantados e elaborados sobre o meio ambiente,
educação ambiental, e sustentabilidade através
das várias conferências internacionais realizadas
pela UNESCO, houve também mobilização no
Brasil por meio de congressos nacionais de EA,
elaborações de legislações ambientais e criação
de PCN’s com os temas transversais.
METODOLOGIA
O trabalho foi feito no primeiro semestre
de 2013 no município de Santana no estado do
Amapá, onde foi feito uma pesquisa teórica
qualitativa e bibliográfica a respeito do tema
educação ambiental. Através de leituras foram
analisadas as ideias, artigos, livros e alguns
arquivos da internet de autores voltados para o
campo Ambiental, proporcionando uma espécie
de dialogo entre eles em torno do tema para que
se possa ter uma ideia conjunta e critica sobre a
trajetória e avanços da educação ambiental até os
dias de hoje, foram pesquisadas também algumas
Legislações Ambientais brasileiras, elaborando
assim um breve histórico sobre o tema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o decorrer desta pesquisa
constatamos que a educação ambiental surgiu em
meio a vários acontecimentos caraterizados por
representarem uma crise no mundo e que
consequentemente devido o fato de as pessoas da
época terem presenciado a degradação do
“ambiente global” essa crise ocorrida na década
de 1960 se expressaria como crise ambiental, que
após alguns anos revelaria o surgimento e
princípios da educação ambiental através de
conferências internacionais promovidas pela
UNESCO.
Com o levantamento bibliográfico
percebemos que as questões ambientais surgem
em um momento conturbado da humanidade,
diante a, radicais transformações da sociedade
que começavam a se preocupar com o futuro e
com os rumos que o desenvolvimento econômico
impusera.
No estudo sobre educação ambiental
muito já se avançou porem esses avanços são
pouco divulgados.
As maiores conferencias sobre meio
ambiente foram promovidas pela UNESCO,
órgão da ONU. Vimos que a mesma possui
pontos fracos principalmente quando se trata dos
países mais ricos, nesse caso pesa muito o fator
econômico, que na maioria das vezes vai contra
todos os princípios ambientais acarretando
grandes problemas.
Destacou se bastante sobre a primeira
conferencia mundial sobre meio ambiente
humano em Estocolmo no ano de 1972, era onde
surgia com maior ênfase as diretrizes sobre
questões ambientais, porem pode se ver que
nessa época ainda não havia a preocupação com
o desenvolvimento sustentável, tema este que
seria destacado na rio-92 em 1992. Esta
conferencia é considerada como o maior
encontro sobre educação ambiental até hoje. Nela
surgia o termo sustentabilidade que segundo
nossos autores relacionava o desenvolvimento
econômico com o desenvolvimento ambiental.
Nessa conferencia foi criado à famosa agenda 21
que até hoje é um importante documento no
campo ambiental.
Nas ultimas décadas o Brasil também
voltava se apenas ao desenvolvimento
econômico pouco se preocupando com questões
ambientais, porem foram criados alguns órgãos
voltados para esta érea. Houveram conferencias
para se discutir questões ambientais e foram
criados os PCN´s que proporão o tema meio
ambiente de forma transversal, o que segundo o
mesmo é o mais ideal.
11. 49
As escolas são muito importantes nesse
processo onde deve se trabalhar a educação
ambiental tambem de forma interdisciplinar.
Conferencia sobre meio ambiente,
criação de órgãos, estudos, projetos sustentáveis,
amadurecimento das ideias, todos estes foram e
são muito importantes para elaboração e
desenvolvimento da educação ambiental.
Precisamos esta ciente da importância
desses acontecimentos cujo proporcionaram um
maior interesse, conhecimento e dialogo sobre
questões e problemas ambientais.
Com o passar de décadas as formulações
sobre educação ambiental começariam a surgir
no Brasil, fato esse, é percebido após a
constituição de 1988 quando se iniciaram no país
os primeiros debates sobre o tema. Ainda no
Brasil observamos por meio de nossos autores
que os PCN’s com o tema transversal meio
ambiente visa à realização da educação
ambiental na escola através do método da
transversalidade.
Portanto nossas escolas devem estar
preparadas para proporcionar a educação
ambiental, precisa que os professores estejam
cientes da importância de se trabalhar esse tema,
cada disciplina contribuindo de alguma forma,
para que nossos alunos possam aprender e
desenvolver uma consciência ambiental
saudável.
É evidente que o
aprofundamento de processos
educativos ambientais
apresenta se como uma
condição sine qua non para
construir uma nova
racionalidade ambiental que
possibilite modalidades de
relações entre a sociedade e a
natureza entre o
conhecimento cientifico e as
intervenções técnicas do
mundo, nas relações entre os
grupos sociais diversos e entre
os diferentes países em um
novo modelo ético, centrado
no respeito e no direito a vida
em todos os aspectos.
(MEDINA, 2008, p.05).
Precisamos nos sensibilizar da
importância dessas mudanças, tanto ambientais
sociais e tecnológicas das ultimas décadas para
que possamos seguir para um futuro mediante
atitudes conscientes e chegarmos a um dos
maiores dos objetivos da educação ambiental. O
art. 225 expresso na carta magna brasileira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente.
Legislação Ambiental Básica. Consultoria
Jurídica. Brasília, UNESCO, 2008. Disponível
em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0016/001611
/161188por.pdf>. Acesso em: 10 de jan. de
2012.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e
quarto ciclos: apresentação dos temas
transversais. Brasília (DF): MEC/SEF, 1998.
CASCINO, Fabio. Educação Ambiental:
princípios história formação de professores.
2ª ed – São Paulo (SP) Editora: SENAC São
Paulo, 2000.
CORDIOLLI, Marcos. A Formação de valores
e padrões de conduta na sala de aula: notas
para um debate conceitual sobre
transversalidade. A Casa de Astérion. Curitiba,
2006. Disponível em:
<http://cordiolli.files.wordpress.com/2009/06/co
rdiolli_e002_formacao_de_valores_ed01_print1
.pdf> Acesso em: 03 de dez. de 2011.
DIAS, Genebaldo Freire, Educação
Ambiental: princípios e práticas. 3ª ed.
Editora: Gaia, São Paulo, 1994.
LEFF, Henrique. Epistemologia Ambiental. 4ª
edição, São Paulo: Cortez, 2007.
Medina, Naná Mininni. Artigo: Breve
histórico da Educação Ambiental
Redação do Portal do Meio Ambiente 2008.
Disponível em:
http://www.abides.org.br/Artigos/View.aspx?art
igoID=126&area=, 27/06/08
REIGOTA, Marcos. O que é educação
ambiental? 2ª ed. Revista e ampliada – São
Paulo, Coleção primeiros passos, Editora:
Brasiliense, 2009.
12. 50
______________________________________
1-Vitor Nascimento, aluno de pós-graduação
IBPEX Educação Ambiental e Sustentabilidade,
graduado em Geografia, Universidade Federal do
Amapá.
2- Prof. Adriano A Faria: Mestre em Educação e
Doutorando em Educação pela Universidade
Tuiuti do Paraná. Possui formação em Filosofia,
Marketing e Pedagogia; Pós-graduação em
Metodologia do Ensino na Educação Superior,
Especialização em EAD, Formação de Docentes
e de Orientadores Acadêmicos em EAD e
também, MBA em Planejamento e Gestão
Estratégica, pela Faculdade FACINTER-Curitiba-
PR.