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"Resposta à Folha de São Paulo", em março de 2008
1. ---- Original Message -----
From: Folha Online
> To: erramos.online@ folha.com. br
> Sent: Tuesday, March 04, 2008 4:19 PM
> Subject: [online/ilustrada] Comunicar erros: Ana Paula Maravalho
Leitor: Ana Paula Maravalho
E-mail: maravalho@uol. com.br
URL: http://www1. folha.uol. com.br/folha/ ilustrada/ ult90u365796. shtml
Comentários:
Na matéria "Promotores vao investigar racismo na SPFW", ha o seguinte texto:
"Segundo dados do IBGE de 2006, 6,9% da população brasileira se declaram negros,
42,6% dizem ser pardos e 49,7% consideram-se brancos". Na verdade, segundo dados
do IBGE, 6,9% da populaçao se declaram PRETOS; 42,6% se declaram PARDOS.
NEGROS é a soma de PRETOS + PARDOS, o que totaliza 49,5% da populaçao
brasileira.
Ana Paula,
a editoria pondera que não há erro e esclarece:
O texto informa que 'Segundo dados do IBGE de 2006, 6,9% da população
brasileira se declaram negros'.
De acordo com a resposta da assessoria de imprensa, o IBGE não usa a
termilogia "negro" para a denominação de raça em suas pesquisas. Seria o
caso de pedir correção de nomenclatura, uma vez que a porcentagem está
correta?
Abaixo, segue explicação do IBGE sobre a autoclassificaçã o de raças.
A investigação de cor ou raça ocorre de acordo com a autoclassificaçã o da
pessoa entrevistada em uma das seguintes opções:
Branca - para a pessoa que se enquadrou como branca;
Preta - para a pessoa que se enquadrou como preta;
Amarela - para a pessoa que se enquadrou como de raça amarela de origem
japonesa, chinesa, coreana etc;
Parda - para a pessoa que se enquadrou como parda ou se declarou
mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça;
2. Indígena - para a pessoa que se declarou como indígena ou índia.
A tabela abaixo é da publicação mais recente do IBGE sobre cor ou raça
("Síntese de Indicadores Sociais 2007" , baseada na "Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios 2006" ).
Tabela - População total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça
2006
População
Distribuição percentual, por cor ou raça
Total (%)
(1 000 Amarela
pessoas) Branca Preta Parda ou
indígena
Brasil 187 228 49,7 6,9 42,6 0,8
Atenciosamente,
Mário Magalhães
Ombudsman - Folha de S.Paulo
Al. Barão de Limeira, 425 - 8o. andar
01202-900 - São Paulo - SP
Telefone: 0800 159000
Fax: (11) 3224-3895
ombudsma@uol. com.br
http://www.folha. com.br/ombudsman /
Manifestação:
o texto é de janeiro. Para verificação e eventual correção ou resposta à
leitora.
Caro Mario Magalhães:
Ha um problema com a editoria. Se o IBGE nao usa a terminologia "negro"
para a denominaçao de raça em suas pesquisas, porque a reportagem atribui
ao IBGE a terminologia de "negro" para o item "preto"? Como bem indicou a
citaçao da nomenclatura utilizada pelo IBGE, esta se divide em: branca, preta,
parda, amarela e indigena. A porcentagem de 6,9% corresponde à populaçao
autodeclarada "preta", e a porcentagem de 42,6% à populaçao autodeclarada
3. "parda". Portanto, ha erro no texto da reportagem que anuncia 6,9% como a
populaçao autodeclarada "negros" (cf. : "Segundo dados do IBGE de 2006,
6,9% da população brasileira se declaram negros, 42,6% dizem ser pardos e
49,7% consideram-se brancos").
Por outro lado, no atual estagio do debate racial nos meios de comunicaçao,
certamente nao escapa à editoria da Folha, dado o seu elevado nivel
jornalistico, a informaçao de que o termo "negros" não é utilizado pelo IBGE,
mas sim pelos movimentos negros e pela academia, significando a soma das
categorias censitarias "preto" e "pardo" do IBGE. A substituiçao do termo
"preto" por "negro", ao se noticiar os percentuais demograficos, na verdade,
obedece antes a uma orientaçao politica de desqualificaç ao da magnitude do
percentual da populaçao negra no Brasil. Para uma parcela da imprensa
nacional, esta tem sido uma estratégia de manipulaçao da opinião publica, ao
confundir propositadamente dados que, portanto, têm sido expostos à exaustão
e estão ao alcance de qualquer reporter minimamente qualificado para
pesquisar as fontes dos dados que publica e moralmente comprometido a
reproduzi-las fielmente, em nome da informaçao correta. Esperemos que este
não seja o caso da Folha, e que, reconhecendo o erro, possa repara-lo em
outras matérias sobre o tema.
Cordialmente,
Ana Paula Maravalho