ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
2ª Parte 6º Modulo
1. II Parte do Módulo 6
ANÁLISE e COMENTÁRIO CRÍTICO a RESPEITO das BEs
Após a leitura atenta e exaustiva de quatro relatórios de avaliação externa sou
levada a concluir que a diversidade de situações e até de análises feitas pela inspecção
é diferente e bastante diversificada, mesmo sendo os mesmos os campos de análise e
tópicos descritores.
As BEs são também pela leitura dos documentos muito diferentes,
encontrando-se também em patamares diferentes, 2º a avaliação. Ora se na escola, na
generalidade desses relatórios, o acompanhamento e a supervisão da prática lectiva
ainda não constituem dinâmicas consistentes, naturalmente que as BEs, que tentam
fazer o melhor estão ainda a sentir dificuldades.
Os dirigentes dos Agrupamentos quer ao nível de topo, quer dos níveis
intermédios e as estruturas de apoio são fortemente motivadas, empenhadas e
activas, o que é reconhecido por toda a comunidade educativa. Neste contexto
recorre-se a formas inovadoras de formação de jovens que aderem aos projectos, com
vista à melhoria do desempenho dos docentes e das aprendizagens dos alunos, a BE
parece-me estar incluída nestas formas inovadoras referidas, sendo que na avaliação
feita tive muitas vezes que interferir, calhar erradamente, que é da BE que se trata.
Um dos pontos focados e bastante comum é o da avaliação, dos vários
sectores e o seu funcionamento na Escola. por isso, me parece quase imprescindível
esta formação na área por parte dos P.B., embora não possa deixar de referir o tempo
exíguo para cada uma das tarefas propostas, o que faz com que os comentários críticos
não assentem num processo de reflexão mais consistente, o que levaria a melhores
resultados. Teremos de entender este processo como um ponto de partida.
Alguns alunos, referidos e ouvidos pela inspecção, demonstraram
desconhecimento de algumas iniciativas apresentadas como emblemáticas, por
exemplo, na BE e Clubes de uma das escolas a Sá Couto . Aqui apraz-me dizer que em
comunidades escolares muito grandes, como é o caso de um agrupamento, é natural
2. que se se entrevistam meia dúzia de alunos cuja percepção do trabalho possa ser
deturpada se esses alunos estiverem desmotivados, pois, nós todos sabemos que a
motivação e capacidade de trabalho não é igual em todos os alunos.
Os agrupamentos analisados, e penso que nos outros também será assim, o
ambiente social é heterogéneo, no entanto, nas expectativas dos pais o PNL e as BEs
são referidos como actividades, iniciativas e espaço que visam a melhoria das
aprendizagens nos domínios da Língua Portuguesa, e a BE já é encarada como local de
aprendizagem.
Num dos agrupamentos refere-se por exemplo:” A BE/CRE da Escola sede do
agrupamento revela uma configuração recente do espaço e equipamentos. A
intervenção realizada facilita o acesso, melhorou a sua organização e permite o
acompanhamento dos alunos quando a frequentam”, não foi, porém, referido que os
recursos existentes em espaços como este não são devidamente aproveitados tendo
em conta a dispersão geográfica e a falta de transportes que permitam a deslocação
dos alunos. Parece-me dever ter sido referido no relatório.
Claro que a realidade de outros espaços de BE/CRE não têm as características
da referida. Então aí, as dificuldades serão necessariamente maiores pois a juntar aos
transportes temos as dificuldades de recursos materiais e de espaço.
Nestes agrupamentos o PNL, como projecto de âmbito nacional, valoriza o
espaço da BE/CRE que está na base destes projectos implementados.
A auto-avaliação é em relação a vários sectores da escola feita de uma forma
incipiente, devendo entrar numa dinâmica em que a avaliação do agrupamento tenha
como objectivo melhorar o funcionamento de todos os sectores da escola e aqui entra
de uma forma importante a auto-avaliação da BE.
Das várias avaliações externas surgiram pontos fortes e fracos, mas a
inexistência de um processo sistemático de auto-avaliação está presente nos relatórios
analisados.
Os PE do Agrupamento, pela leitura realizada, parece-me que identificaram
com clareza os problemas prioritários e definem os objectivos e as estratégias para os
combater.
Num dos relatórios avaliados diz-se “… que não existe uma estratégia global,
intencional e consequente para avaliar a qualidade do trabalho desenvolvido pelas
3. várias escolas do Agrupamento”. Aqui parece antever-se algum “divórcio”do trabalho
da BE/CRE com essas escolas. Será que é assim?
As actividades da BE são por vezes referidas como integrando
actividades/projectos locais e nacionais de grande visibilidade como o Entre-Palavras,
de forma a responsabilizar os alunos e servir para divulgar os seus pequenos/grandes
sucessos individuais ou colectivos. Neste aspecto penso exactamente o mesmo
fazendo uso da minha experiência como PB.
Ora, parece-me ser de inferir da leitura dos relatórios, que esta tónica é posta
mais ou menos em evidência em todos os relatórios, o que me leva a concluir que a BE
está a caminhar bem, com vista ao sucesso dos alunos e do processo ensino-
aprendizagem.
Num dos relatórios lidos refere-se claramente que são desenvolvidas acções
com o objectivo de facilitar a integração dos alunos do primeiro ciclo na escola sede,
por exemplo “… o projecto “O contador e encantador de histórias”desenvolvido pela
BE da Escola”. Este é um de muitos, pois, cada vez mais a BE é um pólo aglutinador de
gentes e saberes.
A BE num dos relatórios surge referido da seguinte forma “ destaca-se ainda o
trabalho desenvolvido pela BE/CRE na dinamização de uma série de actividades que de
uma forma particular, contribuem para o aprofundamento da língua portuguesa, assim
como, a utilização das TIC em contexto educativo e lúdico, permitindo exercitar várias
competências e mobilizar aprendizagens múltiplas (por exemplo a dinamização de
blogs na internet). Neste ponto acho que os outros relatórios esquecem esta análise
concreta do projecto da BE.
A BE é reconhecida, de uma forma mais ou menos evidente, como um espaço
bastante frequentado por alunos e docentes mas não é claramente referido em todos
os relatórios ou pelo menos da mesma forma. No relatório da Sá Couto, que conheço
bem, não me pareceu ter sido prioritária a avaliação do espaço e projecto da BE.
Pela leitura dos relatórios sou ainda levada a concluir que o enfoque neste ou
naquele sector depende da pessoa que investiga e elabora o relatório, pois parece-me
difícil unicamente através de papéis cruzados e audiência de uma parte da
comunidade educativa saber o que se vive na realidade na comunidade escolar, que
fica dependente de quem expõe e ouve relatos e depois os transforma em relatórios.
4. Eu acho que a avaliação deve ser vivida no terreno e deve ser feita através da
observação directa, associando-a ao processo já utilizado.
As BEs estão agora a começar a ser reconhecidas e a integrar-se cada vez mais
no todo que é a Escola. Em 2007/2008 verifiquei, por ex:, que na Escola Infante D.
Henrique, em Viseu, no relatório que li, que a BE é referida concretamente, o que não
aconteceu com a Escola Domingos Capela - Silvalde, e Escola Sá Couto se diz:” As duas
BEs escolares integradas na Rede Nacional de BEs, uma sede e outra no Jardim de
Infância e Escola do 1º ciclo de Junqueiros, são espaços agradáveis, funcionais e
suficientemente dotadas de recursos. As acções desenvolvidas têm contribuído para as
aprendizagens dos alunos e para a promoção do sucesso educativo, designadamente
através da dinamização de encontros abertos à comunidade e com a presença de
escritores convidados.
No âmbito deste projecto são distribuídos baús de livros às outras unidades,
embora nem sempre de forma célere”.
Ao comparar os três relatórios lidos e analisados, na medida do possível, devido
aos constrangimentos de tempo, pois sou daqueles que acham que “depressa e bem
não faz ninguém”, as BEs nestes relatórios são tratadas de forma diferenciada sendo
dada maior notoriedade a umas do que as outras. Em minha opinião, a BE é muito
importante por ser um pólo aglutinador de trabalho e ao mesmo tempo um centro de
recursos importante para o apoio a professores e alunos, no processo
ensino/aprendizagem.
Através de relatórios deste tipo, sem vivências no terreno e interacção com os
participantes dos projectos, parece-me que a imagem que passa pode não ser a mais
visível e certa.
No final ainda li por curiosidade outros relatórios entre eles o do Agrupamento
Vale d’Este - Viatodos – Barcelos, não vejo referências á BE nem á importância dela
para as Escolas do Agrupamento.
O ponto 3 Organização e Gestão Escolar onde se avalia o desenvolvimento de
Actividades com vista ao sucesso dos alunos não é referida a BE/CRE.
O Agrupamento não tem BE/CRE ou a equipa de avaliação não achou relevante
referi-la?
5. Esta análise crítica foi a possível pelos constrangimentos de tempo, mas
despertou em mim alguma curiosidade por explorar esta temática para o processo
agora iniciado de auto-avaliação das BEs.
Os processos de avaliação externa versam os mesmos campos de análise e
utilizam os mesmos tópicos descritores, porém, em relação ás BEs, parece-me que os
relatórios não se debruçam muito claramente e a avaliação parece-me muito
superficial. Esperemos que a partir de agora as coisas se modifiquem e a BE/CRE passe
a ser valorizada como merece, mesmo em processos de avaliação.
Relatórios de avaliação externa das Escolas analisados:
1- Agrupamento de Escolas Vale D’Este Viatodos BARCELOS- 2008
2- Agrupamento Vertical de Escolas Domingos Capela ESPINHO-2007
3- Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique Viseu- 2008
4- Agrupamento de Escolas Sá Couto ESPINNHO- 2007
10 Nov.2009
Cândida Ribeiro