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IRA
Irish Republican Army
Para entender o conflito é necessário voltar na história. No século XII, a ilha da
Irlanda começou a ser conquistada pelos reis da Inglaterra. Desde então a região passou a
ser dominada pelo RU. Em 1534, após divergências contra a igreja católica, o rei Henrique
VIII deu inicio à Reforma Anglicana,estabelecendo uma religião protestante oficial em seus
domínios. A maioria dos ingleses e galeses submeteu-se ao anglicanismo; mas os irlandeses
permaneceram inteiramente católicos, até mesmo como forma de preservar sua identidade
nacional perante os dominadores ingleses. Desde então diversos líderes, como rainha
Elizabeth e Oliver Cromwell, massacraram revoltas na Irlanda.
            Em 1905, os nacionalistas irlandeses fundaram o Sinn Fein (“Nós Sozinhos”), partido
político que lutaria pela independência do país utilizando meios legais. Em contrapartida,
os protestantes afiaram a Força de Voluntários do Ulster – formação paramilitar destinada a
apoiar as tropas britânicas na Irlanda. A essa altura, o Ulster já era uma região
industrializada onde os protestantes haviam se tornado maioria, graças à forte imigração de
operários ingleses, escoceses e galeses.
            O conflito é basicamente religioso (anglicanos x católicos), com a apelação a
unidade nacional. Para evidenciar o confronto basta observar a 2ª Grande Guerra, quando,
diferentemente das outros estados da Commonwealth( comunidade britânica das nações), a
Irlanda permaneceu neutra no grande conflito mundial.
            Em 1949, a Irlanda desligou-se da commonwealth e proclamou sua independência ao
Reino Unido, com o nome de República da Irlanda ou Eire (seu nome céltico original).
            Devido à grande deficiência econômica do novo país, muitos católicos do sul acabaram
migrando para a Irlanda do Norte, compondo 40% da população da região.
Em 1956, surgiu na Irlanda do Norte o IRA (Irish Republican Army ou Exército
Republicano Irlandês); organização terrorista cujo objetivo é promover a anexação da
Irlanda
do Norte ao Eire. Desde então, essa entidade vem promovendo atentados contra
autoridades
britânicas e membros da comunidade protestante da Irlanda do Norte. Sua ação de maior
repercussão ocorreu em 1979: a explosão da lancha pilotada pelo almirante lorde
Mountbatten,
herói da Segunda Guerra Mundial e tio da rainha Elizabeth II.
           Entretanto, as forças britânicas também atacaram e causaram diversas morte,
como no
episódio do "Dominngo Sangrento de 1972", quando soldados ingleses mataram 14 civis
católicos em Belfast.
           Oficialmente, o governo do Eire repudia a atuação do IRA. Mas este conta com
a simpatia de parte da população do Sul e tem o apoio de praticamente toda a comunidade
católica do Norte. Além disso, o IRA utiliza o partido Sinn Fein como seu porta-voz e
representante político (ou “braço político”, como se costuma dizer).
           Em 1972, o governo britânico suspendeu a autonomia administrativa da Irlanda
do Norte e colocou a região sob seu controle direto, em um regime quase de ocupação
militar.
A situação do conflito amenizou-se com um acordo firmado em 1998, com
iniciativa de Tony Blair, ministro trabalhista do RU, e com a presença de
representantes do Sinn Fein, com o primeiro-ministro do Eire; houve até uma
intervenção do então presidente estadunidense Bill Clinton.
Mesmo com o acordo ainda ocorreram confrontos recente, como:
           Irlanda do Norte, voltou a ser palco de confrontos entre a polícia e unionistas que
contestam a redução de dias em que a bandeira britânica deve ficar hasteada.
           Algumas horas depois do início das discussões entre representantes políticos e
religiosos para tentar colocar fim a esse período de violência, novos conflitos surgiram. Tijolos,
garrafas e coquetéis molotov foram atirados contra a polícia, que respondeu com balas de borracha
e jato de água.
           As revoltas começaram no dia 3 de dezembro quando os unionistas souberam que o
Conselho Municipal, onde os nacionalistas irlandeses são maioria, decidiram hastear a bandeira
apenas 17 dias por ano em datas especiais, por exemplo no dia do aniversário da rainha Elizabeth II.
           A comunidade protestante, que defende a bandeira como símbolo do domínio da Grã-
Bretanha sobre o território da Irlanda do Norte, não gostou da decisão e, desde então, a violência
tomou conta das ruas de Belfast.
           O premiê da Irlanda do Norte, Peter Robinson, do Partido Unionista Democrático (DUP,
protestante), que considera esse tipo de violência "injustificável" e "vergonhosa", afirmou: "Os
responsáveis prejudicam gravemente a causa que pretendem defender, e são manipulados pelos
grupos dissidentes que buscam aproveitar as menores oportunidades para fazer suas aspirações
terroristas avançarem".
           De acordo com um balanço da polícia, desde o início dos confrontos 52 policiais ficaram
feridos, 70 pessoas foram detidas e 47 indiciadas.
Em maio de 2008, um novo atentado à bomba ligado ao IRA feriu um policial. Esses dois
episódios acabaram confundindo a opinião pública. Afinal de contas, o IRA acabou ou continua sendo
uma ameaça latente? De fato, a grande maioria que engrossava as fileiras do movimento irlandês
chegou à conclusão de que a via da luta armada não fazia mais sentido. Porém, a declaração de
cessar fogo de 2005 acabou estabelecendo um “racha” que dividiu o IRA em três diferentes facções.
            A primeira e a maior dessas facções é o chamado IRA Provisional. Entre 1969 e 1997, este
grupo foi responsável por uma série de ações terroristas, focos de guerrilha e atentados ocorridos na
Inglaterra e na própria Irlanda do Norte. Em seu auge, o IRA Provisional tornou-se a maior organização
do continente europeu. No entanto, o início das negociações na década de 1990 desarticulou as ações
de assalto do grupo provisional.
            Os diálogos iniciais se deram entre os diversos grupos políticos norte-irlandeses e o
governo do Reino Unido. Uma das mais expressivas vias de negociação foi estabelecida com o partido
Sinn Fein, que representava politicamente as tendências separatistas irlandesas. No ano de 1996,
grupos mais radicais negavam-se a reconhecer o esforço político britânico e, por isso, realizaram uma
série de pequenos ataques. No ano seguinte, esse mesmo grupo fundou o chamado IRA Real.
            O IRA Real estabeleceu um segundo momento de ruptura política interna dentro do
movimento terrorista irlandês. No ano de 1986, disputas pelo controle político do Irish Republican Army
deram origem a um grupo dissidente anterior chamado de O grupo da Continuidade. Os dois recentes
atentados atribuídos ao IRA foram arquitetados por esses dois grupos de ruptura.
            Em comunicado enviado ao diário "The Guardian", a nova organização terrorista assinala
que criou uma "estrutura unificada sob um só comando" para servir "como um Exército Republicano
Irlandês".
            O grupo armado se nutre principalmente de membros do IRA Autêntico, separado do IRA
em 1997 e responsável um ano depois pelo atentado de Omagh
            A coalizão se completa com voluntários da Ação Republicana Contra as Drogas , que opera
na cidade de Derry, e de um grupo de facções republicanas independentes localizadas em Belfast e
zonas rurais, conhecido como Óglaigh na hÉireann.
            A nova organização, aponta o diário, deverá unir forças para aumentar o número de
ataques contra as forças de segurança e outros alvos britânicos na região.
Os extremistas de ambos os lados ainda apostam em ações
violentas, cujo impacto desestabilize o acordo conseguido. Em 2001, nem o
IRA nem os unionistas entregaram suas armas às autoridades. Essa situação,
somada a atos de violência mais ou menos endêmicos, tornam incerto o futuro
da Irlanda do Norte.
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  • 2. Para entender o conflito é necessário voltar na história. No século XII, a ilha da Irlanda começou a ser conquistada pelos reis da Inglaterra. Desde então a região passou a ser dominada pelo RU. Em 1534, após divergências contra a igreja católica, o rei Henrique VIII deu inicio à Reforma Anglicana,estabelecendo uma religião protestante oficial em seus domínios. A maioria dos ingleses e galeses submeteu-se ao anglicanismo; mas os irlandeses permaneceram inteiramente católicos, até mesmo como forma de preservar sua identidade nacional perante os dominadores ingleses. Desde então diversos líderes, como rainha Elizabeth e Oliver Cromwell, massacraram revoltas na Irlanda. Em 1905, os nacionalistas irlandeses fundaram o Sinn Fein (“Nós Sozinhos”), partido político que lutaria pela independência do país utilizando meios legais. Em contrapartida, os protestantes afiaram a Força de Voluntários do Ulster – formação paramilitar destinada a apoiar as tropas britânicas na Irlanda. A essa altura, o Ulster já era uma região industrializada onde os protestantes haviam se tornado maioria, graças à forte imigração de operários ingleses, escoceses e galeses. O conflito é basicamente religioso (anglicanos x católicos), com a apelação a unidade nacional. Para evidenciar o confronto basta observar a 2ª Grande Guerra, quando, diferentemente das outros estados da Commonwealth( comunidade britânica das nações), a Irlanda permaneceu neutra no grande conflito mundial. Em 1949, a Irlanda desligou-se da commonwealth e proclamou sua independência ao Reino Unido, com o nome de República da Irlanda ou Eire (seu nome céltico original). Devido à grande deficiência econômica do novo país, muitos católicos do sul acabaram migrando para a Irlanda do Norte, compondo 40% da população da região.
  • 3. Em 1956, surgiu na Irlanda do Norte o IRA (Irish Republican Army ou Exército Republicano Irlandês); organização terrorista cujo objetivo é promover a anexação da Irlanda do Norte ao Eire. Desde então, essa entidade vem promovendo atentados contra autoridades britânicas e membros da comunidade protestante da Irlanda do Norte. Sua ação de maior repercussão ocorreu em 1979: a explosão da lancha pilotada pelo almirante lorde Mountbatten, herói da Segunda Guerra Mundial e tio da rainha Elizabeth II. Entretanto, as forças britânicas também atacaram e causaram diversas morte, como no episódio do "Dominngo Sangrento de 1972", quando soldados ingleses mataram 14 civis católicos em Belfast. Oficialmente, o governo do Eire repudia a atuação do IRA. Mas este conta com a simpatia de parte da população do Sul e tem o apoio de praticamente toda a comunidade católica do Norte. Além disso, o IRA utiliza o partido Sinn Fein como seu porta-voz e representante político (ou “braço político”, como se costuma dizer). Em 1972, o governo britânico suspendeu a autonomia administrativa da Irlanda do Norte e colocou a região sob seu controle direto, em um regime quase de ocupação militar.
  • 4. A situação do conflito amenizou-se com um acordo firmado em 1998, com iniciativa de Tony Blair, ministro trabalhista do RU, e com a presença de representantes do Sinn Fein, com o primeiro-ministro do Eire; houve até uma intervenção do então presidente estadunidense Bill Clinton.
  • 5. Mesmo com o acordo ainda ocorreram confrontos recente, como: Irlanda do Norte, voltou a ser palco de confrontos entre a polícia e unionistas que contestam a redução de dias em que a bandeira britânica deve ficar hasteada. Algumas horas depois do início das discussões entre representantes políticos e religiosos para tentar colocar fim a esse período de violência, novos conflitos surgiram. Tijolos, garrafas e coquetéis molotov foram atirados contra a polícia, que respondeu com balas de borracha e jato de água. As revoltas começaram no dia 3 de dezembro quando os unionistas souberam que o Conselho Municipal, onde os nacionalistas irlandeses são maioria, decidiram hastear a bandeira apenas 17 dias por ano em datas especiais, por exemplo no dia do aniversário da rainha Elizabeth II. A comunidade protestante, que defende a bandeira como símbolo do domínio da Grã- Bretanha sobre o território da Irlanda do Norte, não gostou da decisão e, desde então, a violência tomou conta das ruas de Belfast. O premiê da Irlanda do Norte, Peter Robinson, do Partido Unionista Democrático (DUP, protestante), que considera esse tipo de violência "injustificável" e "vergonhosa", afirmou: "Os responsáveis prejudicam gravemente a causa que pretendem defender, e são manipulados pelos grupos dissidentes que buscam aproveitar as menores oportunidades para fazer suas aspirações terroristas avançarem". De acordo com um balanço da polícia, desde o início dos confrontos 52 policiais ficaram feridos, 70 pessoas foram detidas e 47 indiciadas.
  • 6. Em maio de 2008, um novo atentado à bomba ligado ao IRA feriu um policial. Esses dois episódios acabaram confundindo a opinião pública. Afinal de contas, o IRA acabou ou continua sendo uma ameaça latente? De fato, a grande maioria que engrossava as fileiras do movimento irlandês chegou à conclusão de que a via da luta armada não fazia mais sentido. Porém, a declaração de cessar fogo de 2005 acabou estabelecendo um “racha” que dividiu o IRA em três diferentes facções. A primeira e a maior dessas facções é o chamado IRA Provisional. Entre 1969 e 1997, este grupo foi responsável por uma série de ações terroristas, focos de guerrilha e atentados ocorridos na Inglaterra e na própria Irlanda do Norte. Em seu auge, o IRA Provisional tornou-se a maior organização do continente europeu. No entanto, o início das negociações na década de 1990 desarticulou as ações de assalto do grupo provisional. Os diálogos iniciais se deram entre os diversos grupos políticos norte-irlandeses e o governo do Reino Unido. Uma das mais expressivas vias de negociação foi estabelecida com o partido Sinn Fein, que representava politicamente as tendências separatistas irlandesas. No ano de 1996, grupos mais radicais negavam-se a reconhecer o esforço político britânico e, por isso, realizaram uma série de pequenos ataques. No ano seguinte, esse mesmo grupo fundou o chamado IRA Real. O IRA Real estabeleceu um segundo momento de ruptura política interna dentro do movimento terrorista irlandês. No ano de 1986, disputas pelo controle político do Irish Republican Army deram origem a um grupo dissidente anterior chamado de O grupo da Continuidade. Os dois recentes atentados atribuídos ao IRA foram arquitetados por esses dois grupos de ruptura. Em comunicado enviado ao diário "The Guardian", a nova organização terrorista assinala que criou uma "estrutura unificada sob um só comando" para servir "como um Exército Republicano Irlandês". O grupo armado se nutre principalmente de membros do IRA Autêntico, separado do IRA em 1997 e responsável um ano depois pelo atentado de Omagh A coalizão se completa com voluntários da Ação Republicana Contra as Drogas , que opera na cidade de Derry, e de um grupo de facções republicanas independentes localizadas em Belfast e zonas rurais, conhecido como Óglaigh na hÉireann. A nova organização, aponta o diário, deverá unir forças para aumentar o número de ataques contra as forças de segurança e outros alvos britânicos na região.
  • 7. Os extremistas de ambos os lados ainda apostam em ações violentas, cujo impacto desestabilize o acordo conseguido. Em 2001, nem o IRA nem os unionistas entregaram suas armas às autoridades. Essa situação, somada a atos de violência mais ou menos endêmicos, tornam incerto o futuro da Irlanda do Norte.