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PSICOLOGIA
OBJETOS, MÉTODOS E IMPLICAÇÕES
PARA A EDUCAÇÃO
Profa. Dra. Maisa H. Altarugio
UFABC
• Fundamenta-se na filosofia racionalista: J.J. Rousseau, R. Descartes,
Espinoza, Leibniz, Kant. Na Psicologia: H. R. Maturana, Chomsky.
•Salienta a importância dos fatores endógenos: as qualidades e
capacidades básicas de cada ser humano – sua personalidade,
seus valores, hábitos, crenças, sua forma de pensar, suas reações
emocionais e mesmo sua conduta social – já se encontrariam
basicamente prontas por ocasião do nascimento, sofrendo pouca
diferenciação e quase nenhuma transformação por ocasião do
nascimento.
• Uma concepção inatista do desenvolvimento humano, vê o
processo de desenvolvimento como o desabrochar de
características internas, genéticas ou constitutivas.
• O ambiente (e, portanto, da educação e do ensino) e as
experiências individuais interferem o mínimo possível no
processo de desenvolvimento.
Para a Educação...
• Na educação, esta concepção tem sido erroneamente ligada a uma
atitude de esperar que alunos ‘amadureçam naturalmente’, ou, mais
grave ainda, de não esperar muito daqueles que por herança genética
ou cultural não apresentam bom prognóstico.
• A responsabilidade está na criança (e no máximo em sua família) e
não na sua relação com o contexto social mais amplo, nem tão pouco
na própria dinâmica interna da escola.
•Portanto, o processo educativo fica assim na dependência de traços
comportamentais ou cognitivos inerentes ao aluno. Gera um certo
imobilismo e resignação provocados pela convicção de que as
diferenças não serão superáveis pela educação.
•Os problemas relativos ao fracasso e evasão escolar são de exclusiva
responsabilidade do aluno.
Concepções como “o homem já nasce pronto”; “pau que nasce torto
morre torto”, ainda aparecem na sociedade e escola.
• Deriva da corrente filosófica empirista: Francis Bacon, Tomás
Hobbes, John Locke e Augusto Comte
• Influência na Psicologia: Ivan Petrovitch Pavlov, John B. Watson,
B.F. Skinner
•Atribui imenso poder à ação do meio e da cultura sobre o
desenvolvimento humano. Ignora o organismo e a hereditariedade
e outros aspectos da conduta humana tais como: o raciocínio, o
desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia, entre outros.
• O indivíduo é passivo frente as pressões do meio, que tem seu
comportamento moldado, manipulado, controlado e determinado
pelas definições do ambiente que vive. Portanto, sua capacidade
de se modificar ou interferir no contexto social e político, no
sentido de transformá-lo e inová-lo é residual, pois apenas
reproduz as características de seu ambiente.
Para a Educação...
• As causas das dificuldades do aluno são atribuídas ao universo
social, como a pobreza, a desnutrição, a composição familiar, ao
ambiente em que vive, à violência da sociedade atual, a
influência da televisão etc.
• É tamanha a força modeladora do aspecto social, que a escola se
torna impotente e sem instrumentos para lidar com a criança.
Ao mesmo tempo...
• Já que o aluno é visto como alguém que se forma a partir das
influências do meio, cabe aos professores a "modelagem" do
caráter e comportamento do indivíduo assim como a transmissão
de um grande volume de conteúdos e conceitos.
http://www.youtube.com/watch?v=YhYZJL-Ni7U
...o indivíduo na multidão adquire, exclusivamente por causa do número, um
sentimento de poder invencível que lhe permite ceder a instintos que, sozinho,
teria, forçosamente refreado. Cederá a eles mais facilmente na medida em que,
sendo a multidão anônima e consequentemente irresponsável, desaparece
inteiramente o sentimento de responsabilidade que sempre detém os indivíduos.
(...) Sabemos hoje que um indivíduo pode ser posto num estado tal que, tendo
perdido sua personalidade consciente, obedeça a todas as sugestões do operador
que o fez perdê-la e cometa os atos mais contrários ao seu caráter e aos seus
hábitos.
(...) Pelo simples fato de fazer parte de uma multidão, o homem desce portanto
vários graus na escala da civilização. Isolado era talvez um indivíduo culto, na
multidão é um instintivo, consequentemente um bárbaro. Possui a
espontaneidade, a violência, a ferocidade e também os entusiasmos e os
heroísmos dos seres primitivos. (...) o indivíduo na multidão é um grão de areia no
meio de outros grãos de areia que o vento agita a seu bel-prazer.
LE BON, Gustave. Psicologia das multidões. São Paulo:MartinsFontes, 2008.
Gustave Le Bon (1841-1931), médico e sociólogo francês. Publicou esta obra em
1895, não sofrendo nenhuma modificação nas edições posteriores. Tornou-se um
clássico traduzido em várias línguas.
1. DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na Educação.
2ª ed.São Paulo: Cortez, 1990
2. VASCONCELLOS, Vera M.R.; VALSINER, Jaan. Psicologia e
educação. In: Perspectiva co-construtivista na psicologia e na
educação. Porto Alegre: Artes Médicas, p.9-27,1995.

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  • 1. PSICOLOGIA OBJETOS, MÉTODOS E IMPLICAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO Profa. Dra. Maisa H. Altarugio UFABC
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7. • Fundamenta-se na filosofia racionalista: J.J. Rousseau, R. Descartes, Espinoza, Leibniz, Kant. Na Psicologia: H. R. Maturana, Chomsky. •Salienta a importância dos fatores endógenos: as qualidades e capacidades básicas de cada ser humano – sua personalidade, seus valores, hábitos, crenças, sua forma de pensar, suas reações emocionais e mesmo sua conduta social – já se encontrariam basicamente prontas por ocasião do nascimento, sofrendo pouca diferenciação e quase nenhuma transformação por ocasião do nascimento. • Uma concepção inatista do desenvolvimento humano, vê o processo de desenvolvimento como o desabrochar de características internas, genéticas ou constitutivas. • O ambiente (e, portanto, da educação e do ensino) e as experiências individuais interferem o mínimo possível no processo de desenvolvimento.
  • 8. Para a Educação... • Na educação, esta concepção tem sido erroneamente ligada a uma atitude de esperar que alunos ‘amadureçam naturalmente’, ou, mais grave ainda, de não esperar muito daqueles que por herança genética ou cultural não apresentam bom prognóstico. • A responsabilidade está na criança (e no máximo em sua família) e não na sua relação com o contexto social mais amplo, nem tão pouco na própria dinâmica interna da escola. •Portanto, o processo educativo fica assim na dependência de traços comportamentais ou cognitivos inerentes ao aluno. Gera um certo imobilismo e resignação provocados pela convicção de que as diferenças não serão superáveis pela educação. •Os problemas relativos ao fracasso e evasão escolar são de exclusiva responsabilidade do aluno. Concepções como “o homem já nasce pronto”; “pau que nasce torto morre torto”, ainda aparecem na sociedade e escola.
  • 9. • Deriva da corrente filosófica empirista: Francis Bacon, Tomás Hobbes, John Locke e Augusto Comte • Influência na Psicologia: Ivan Petrovitch Pavlov, John B. Watson, B.F. Skinner •Atribui imenso poder à ação do meio e da cultura sobre o desenvolvimento humano. Ignora o organismo e a hereditariedade e outros aspectos da conduta humana tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia, entre outros. • O indivíduo é passivo frente as pressões do meio, que tem seu comportamento moldado, manipulado, controlado e determinado pelas definições do ambiente que vive. Portanto, sua capacidade de se modificar ou interferir no contexto social e político, no sentido de transformá-lo e inová-lo é residual, pois apenas reproduz as características de seu ambiente.
  • 10. Para a Educação... • As causas das dificuldades do aluno são atribuídas ao universo social, como a pobreza, a desnutrição, a composição familiar, ao ambiente em que vive, à violência da sociedade atual, a influência da televisão etc. • É tamanha a força modeladora do aspecto social, que a escola se torna impotente e sem instrumentos para lidar com a criança. Ao mesmo tempo... • Já que o aluno é visto como alguém que se forma a partir das influências do meio, cabe aos professores a "modelagem" do caráter e comportamento do indivíduo assim como a transmissão de um grande volume de conteúdos e conceitos.
  • 11.
  • 12.
  • 14.
  • 15. ...o indivíduo na multidão adquire, exclusivamente por causa do número, um sentimento de poder invencível que lhe permite ceder a instintos que, sozinho, teria, forçosamente refreado. Cederá a eles mais facilmente na medida em que, sendo a multidão anônima e consequentemente irresponsável, desaparece inteiramente o sentimento de responsabilidade que sempre detém os indivíduos. (...) Sabemos hoje que um indivíduo pode ser posto num estado tal que, tendo perdido sua personalidade consciente, obedeça a todas as sugestões do operador que o fez perdê-la e cometa os atos mais contrários ao seu caráter e aos seus hábitos. (...) Pelo simples fato de fazer parte de uma multidão, o homem desce portanto vários graus na escala da civilização. Isolado era talvez um indivíduo culto, na multidão é um instintivo, consequentemente um bárbaro. Possui a espontaneidade, a violência, a ferocidade e também os entusiasmos e os heroísmos dos seres primitivos. (...) o indivíduo na multidão é um grão de areia no meio de outros grãos de areia que o vento agita a seu bel-prazer. LE BON, Gustave. Psicologia das multidões. São Paulo:MartinsFontes, 2008. Gustave Le Bon (1841-1931), médico e sociólogo francês. Publicou esta obra em 1895, não sofrendo nenhuma modificação nas edições posteriores. Tornou-se um clássico traduzido em várias línguas.
  • 16. 1. DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na Educação. 2ª ed.São Paulo: Cortez, 1990 2. VASCONCELLOS, Vera M.R.; VALSINER, Jaan. Psicologia e educação. In: Perspectiva co-construtivista na psicologia e na educação. Porto Alegre: Artes Médicas, p.9-27,1995.