2. THOMAS HOBBES
O HOMEM É O LOBO
DO HOMEM
“Homo homini lupus.”
Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Tho
mas_Hobbes_%28portrait%29.jpg
3. THOMAS HOBBES
Nasceu
numa aldeia inglesa, Westport.
Filho de família pobre, mas apoiado por um tio
próspero, estudou em Oxford, tornando-se
preceptor do príncipe de Gales, futuro rei
Carlos II.
Hobbes tinha 5 anos quando morreu Elizabeth
I, última monarca dos Tudor.
Elizabeth governara em consonância com os
interesses da burguesia, tornando o país um
potência naval e mercantilista.
4. THOMAS HOBBES
A
Inglaterra passaria a viver então um período
de turbulência política, fruto da disputa pelo
poder entre a monarquia absolutista e o
parlamento inglês, dominado pela burguesia
puritana.
Esses conflitos se explicitaram durante o
governo do primeiro monarca da dinasia dos
Stuart, Jaime I, que pretendeu fortalecer o
absolutismo invocando a doutrina do direito
divino dos reis.
5. THOMAS HOBBES
Carlos
I entrou em confronto direto com o
parlamento.
Desencadeou-se uma guerra civil na Inglaterra,
que culminaria com a instauração da república
puritana de Cromwell e a decapitação do rei.
Hobbes posicionou-se a favor do poder real e
teve de exilar-se em Paris.
A partir do século XVI, as monarquias
absolutistas eram um regime difundido na
Europa.
6. THOMAS HOBBES
Buscou-se
então fundamentar, no plano teórico,
o poder ilimitado que os monarcas possuíam.
O que daria ao rei tal poder?
RESPOSTAS: a doutrina do direito divino dos
reis, defendida por pensadores franceses como
Jean Bodin e Jacques Bussuet.
Essa doutrina apresenta o poder real como
tendo sido concedido pelo próprio Deus.
A autoridade do rei é perpétua e absoluta, e
suas atitudes não precisam ser justificadas.
7. THOMAS HOBBES
Essa
origem sobrenatural do poder real faz com
que ele ultrapasse o corpo do monarca: o rei
morre mas seu poder não, é transmitido ao seu
sucessor, o que explica a conhecida frase: “O rei
está morto; viva o rei”.
Após a morte de Cromwell (1658), sobe ao trono
da Inglaterra o líder dos monarquistas
revoltosos, Carlos II (1660-1685), que se torna
ditador. Filho de Carlos I e ex-pupilo de
Hobbes, ele acumula todos os poderes em suas
mãos, com a intenção de reinstalar o
absolutismo.
8. THOMAS HOBBES
Hobbes
trabalhou com Francis Bacon,
encontrou-se com Galileu Galilei, polemizou
com Descartes e elaborou um sistema filosófico
completo.
Suas teorias, que levam a extremos a
tendências mecanicistas da época, procuram
explicar toda a realidade.
Essas teorias, porém, não se fecham em si
mesmas; elas se articulam de tal forma que
parecem buscar a resposta para os problemas
práticos do homem, vividos pelo pensador.
9. THOMAS HOBBES
Sua
filosofia foi influenciada pelas idéias de
Bacon e Galileu.
Buscou investigar as causas e propriedades das
coisas.
FILOSOFIA ciência dos corpos, isto é, tudo
que tem existência material.
Os corpos se dividiriam em:
CORPOS
CORPOS
NATURAIS filosofia da natureza;
ARTIFICIAIS ou ESTADOS
filosofia política.
10. THOMAS HOBBES
Toda
a realidade poderia ser explicada a
partir de dois elementos:
Do
Corpo entendido como o elemento
material que existe, independentemente do
nosso pensamento; e
Do Movimento que pode ser determinado
matematicamente.
As
qualidades das coisas seriam
“fantasmas do sensível”, ou seja, efeitos
dos corpos e de seus movimentos.
11. THOMAS HOBBES
As
principais características do empirismo
hobbesiano são, portanto, o materialismo e o
mecanicismo de suas teses.
Uma conseqüência dessa tese é que, no
pensamento de Hobbes, não há lugar para o
acaso e a liberdade, porque os movimentos
resultam necessariamente dos nexos causais
que lhe dão origem.
Não há espaço em sua filosofia para o bem e o
mal como valores universais que deveriam ser
introjetados nas pessoas.
12. THOMAS HOBBES
O
que chamamos de BEM é tão-somente aquilo
que desejamos alcançar.
O que chamamos de MAL é apenas aquilo do
qual fugimos.
O valor fundamental para cada indivíduo seria
a conservação da vida, isto é, a afirmação e o
crescimento de si mesmo.
Cada pessoa sempre tenderá a considerar como
bem o que lhe agrada e mal o que lhe
desagrada ou ameaça.
13. THOMAS HOBBES
Se o bem e o mal são
relativos, isto é, são determinados pelos
indivíduos, como será possível a
convivência entre os homens?
Resposta: Livros: Leviatã e De Cive, nos
quais sustenta a necessidade de um
poder absoluto que mantenha os homens
em sociedade e impeça que eles se
destruam mutuamente.
Pergunta-se:
14. THOMAS HOBBES
Hobbes
formula o que denominamos uma teoria
contratualista para questão da origem das
associações políticas: o medo, a violência, a
necessidade natural de segurança e
tranquilidade teriam levado os homens a
renunciar, por meio de um contrato, à sua
liberdade original em troca de promessa – o
PACTO – feita por todos os membros do grupo
social de se respeitarem mutuamente para a
manutenção da paz.
15. THOMAS HOBBES
Essa
paz alcançada pelo pacto não é algo
estável, pois o homem não tem um disposição
natural para viver em sociedade.
A sociabilidade do homem não é natural como a
das abelhas e a das formigas: elas não
competem por honra e dignidade, não
distinguem bem individual de bem comum, não
se julgam mais sábias que as outras, não são
maledicentes, não se ofendem, por pouco.
A socialização humana é difícil e só ocorre por
meio de um pacto, isto é, artificialmente.
16. THOMAS HOBBES
Já
que a natureza do homem tende sempre ao
descumprimento do pacto, houve a necessidade
de instituir algo mais que obrigasse todos os
homens ao seu cumprimento: um elemento que
reunisse em si todas as forças, vontades e
poderes de cada um.
Para que isso acontecesse foi necessário
realizar um novo pacto, em que cada homem
teria de dizer a cada homem:
“cedo e transfiro meu direito de governar a mim
mesmo a este homem, ou esta assembléia de
homens, ...”
17. THOMAS HOBBES
O
Estado corpo artificial representado por
um ou mais homens, que estariam acima dos
indivíduos, embora fossem criação e
representação destes.
Quem comandasse esse corpo político seria
denominado soberano e possuiria um poder
soberano. Os demais seriam os súditos.
Para atingir seu objetivo, a paz geral, o
soberano deveria exercer um poder despótico,
ou seja, totalitário, absoluto, podendo fazer e
desfazer as leis conforme necessário.
18. THOMAS HOBBES
O
Estado seria um verdadeiro monstro, tanto
assim que Hobbes o compara a Leviatã,
personagem da mitologia fenícia, conhecido
sobretudo pr sua aparição na Bíblia, no Livro
de Jó.
Hobbes se mostra um defensor do absolutismo.
Colocou-se contra a monarquia constitucional,
pois acreditava que a divisão do poder gerava
competições que comprometiam a paz.
Se o soberano não cumprisse sua parte no
pacto, os súditos poderiam desobedecer-lhe,
pois o pacto teria sido quebrado.
19. THOMAS HOBBES
Defendeu
a submissão da Igreja ao Estado,
inserindo-se no processo geral de secularização
do poder que ocorreu na Idade Moderna.
As razões de Estado tornaram-se mais
importantes que as razões teológicas.
A paz civil dependia também da paz religiosa: o
soberano deveria decidir também sobre matéria
religiosa e instituir um culto único e
obrigatório.
Os súditos poderiam deixar de obedecer-lhe
apenas se ele mandasse ultrajar a Deus ou
adorar um homem comum.
20. LA BOÉTIE
Na
contracorrente das teorias absolutistas está
um texto do século XVI, denominado Discurso
da Servidão voluntária (ou Contra um), escrito
pelo jovem filósofo francês, Étienne de la
Boétie.
Trata-se de uma obra original, que traz uma
visão libertária, isto é, de revolta contra a
opressão dos poderosos.
Indignado com a divisão entre aqueles que
mandam e os que obedecem, e sobretudo com a
obediência de muitos a um só.
21. LA BOÉTIE
O
pensador então formula a tese da servidão
voluntária.
O tirano cerca-se de seis cumplices que influem
no governo e se beneficiam de seu poder. Estes
comandam e favorecem seiscentos, os quais, por
sua vez, subjugam seis mil e os elevam, e assim
por diante. Desse modo, cada um de nós
obedece porque tem dentro de si um pequeno
tirano, que deseja ter poder e mandar no outro.
Esse desejo de mandar se explica por outro
desejo: o de possuir.
22. LA BOÉTIE
Pelo
desejo de possuir trocamos a nossa
liberdade, uma vez que servimos
voluntariamente na esperança de que o tirano
nos dê coisas e garanta a propriedade de nosos
bens.
Essa servidão se eterniza porque os homens
não se lembram de que já foram livres e de
como era uma sociedade sem divisões, em que
prevalecia a amizade, a união, o único antídoto
contra a tirania.
23. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COTRIM,
Gilberto. Fundamentos da
Filosofia: história e grandes temas. 16 ed.
reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4.
ed. São Paulo: Ática, 2011.