O documento discute o desenvolvimento da mediunidade de forma equilibrada e consciente, enfatizando a necessidade de estudo, orientação espírita segura e evitar excessos. Deve-se ter cautela com espíritos inferiores no início e buscar o desenvolvimento da faculdade apenas em momentos oportunos.
2. I. ORIENTAÇÃO GERAL DO
DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE.
• 1. Noções Gerais - Têm-se procurado processos para a
formação de médiuns, como se tem buscado diagnóstico
para a mediunidade.
• É importante, porém, que procuremos a orientação
nitidamente espírita, esclarecedora e segura, a fim de que
a educação da mediunidade se efetue normal e
equilibradamente e, ainda, de que o médium se desenvolva
e se eduque com conhecimento de causa, para evitar os
percalços e os desenganos.
3. • 2. Indícios de mediunidade - A pessoa que se apresenta
como candidata a médium deve, antes de tudo, verificar se
possui a faculdade, através de indícios que poderão ser
caracterizados como sintomas de mediunidade.
• Todavia, é importante saber que estes sinais não são
uniformes, mas se apresentam de múltiplas maneiras e,
apenas por eles não se pode diagnosticar a existência da
faculdade, com certeza absoluta.
• Não se pode, só pelos sinais, afirmar "a priori" que alguém
possui este ou aquele tipo de faculdade. Só a experimentação
perseverante, sensata e desprovida de condicionamentos,
poderá confirmar ou não o desabrochamento de uma
faculdade.
4. • Muito importante é que, no caso de suspeita de
mediunidade, o candidato a médium recorra a
meios seguros, em locais que lhe inspirem
segurança e certeza da real prática mediúnica
espírita, pois uma faculdade em vias de
desenvolvimento requer boa orientação.
• Quando mal orientada, torna-se canal de
perturbação.
5. • 3. Dificuldades do principiante - "O desejo natural de todo
aspirante a médium é o de poder confabular com o Espírito das
pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderar a sua
impaciência, porquanto a comunicação com determinado Espírito
apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam
impossível ao principiante. "Trata-se de obstáculos resultantes
da própria organização mediúnica em desabrochamento e das
condições espirituais da entidade. Daí o não aconselhamento da
evocação ostensiva de certos Espíritos, deixando aos
Orientadores Espirituais o auxílio ao desenvolvimento da
faculdade do médium.
• Lembremos que a manifestação dos Espíritos atende a
condições gerais e específicas. Assim, "para que um Espírito
possa comunicar-se é preciso que haja entre ele e o médium
relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem
instantaneamente. Só à medida que a faculdade se desenvolve é
que o médium adquire, pouco a pouco, a aptidão necessária
para pôr-se em comunicação com o Espírito que se apresente.
• Pode dar-se, pois, que aquele com quem o médium deseja
comunicar-se não esteja em condições propícias a fazê-lo,
embora se ache presente, como também pode acontecer que
não tenha possibilidade nem permissão para acudir ao chamado
que lhe é dirigido.“ AK - LM
6. • 4. Condições para o desenvolvimento correto – As
condições mais importantes que devem ser observadas no
desenvolvimento e educação de uma faculdade mediúnica são
"a calma e o recolhimento, juntos ao desejo ardente e à firme
vontade de conseguir-se o intuito.
• Por vontade, não entendemos aqui uma vontade efêmera, que
age com intermitências e que outras preocupações
interrompem a cada momento; mas, uma vontade séria,
perseverante, contínua, sem impaciência, sem febricitação,
sem pressa.
• A solidão, o silêncio e o afastamento de tudo o que possa ser
causa de distração favorecem o recolhimento (concentração)".
• O exercício com regularidade, assíduo e sério é
fundamental no desenvolvimento mediúnico.
• Como pré-requisito essencial, para o desenvolvimento, diz-nos
Kardec: "no médium aprendiz, a fé não é condição rigorosa.
Sem dúvida" - prossegue - "secunda-lhe os esforços, mas não
é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa
vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente
incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu mau grado,
enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova
que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica."
7. • Por outro lado, o desenvolvimento mediúnico dentro de um
grupo organizado para tal fim apresenta uma série de
condições favoráveis.
• "Os que se reúnem com um intento comum formam um
todo coletivo, cuja força e sensibilidade se encontram
acrescidas por uma espécie de influência magnética", que
satura o ambiente de fluidos propícios e, "entre os Espíritos
atraídos por esse concurso de vontades, estarão,
provavelmente, alguns que descobrirão nos assistentes o
instrumento que lhes convenha". AK - LM
• Além da atividade mediúnica, em si, o trabalho no grupo
espírita leva-nos a "viver em circunstâncias e agrupamentos
humanos que nos permitirão o exercício da humildade
legítima, entrosando-nos em trabalhos de equipe com
esquecimento de nós mesmos. Evitemos as sessões
espíritas nos lares.
• “A organização espiritual não se improvisa."
• O ambiente do Centro Espírita está em permanente ação e
é formado como um posto de socorro diverso, sob a
orientação e desempenho dos bons Espíritos.
8. • 5. Necessidade de estudo - Para que o futuro médium se
desenvolva consciente e adequadamente, é fundamental que se
empenhe no conhecimento através do estudo. Mesmo com a
faculdade desenvolvida, jamais poderá "crer-se dispensado de
qualquer instrução mais, porquanto apenas terá vencido uma
resistência material”.
• Do ponto a que chegou é que começam as verdadeiras
dificuldades, só que ele mais do que nunca precisa dos conselhos
da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil
armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se pretender muito cedo
voar com suas próprias asas, não tardará em ser vítima de
Espíritos mentirosos, que não se descuidarão de lhe explorar a
presunção."
9. • 6. Presença de Espíritos inferiores - "O escolho com que topa
a maioria dos médiuns principiantes é o de terem de haver-se
com Espíritos inferiores (ver a Escala Espírita em "O Livro dos
Espíritos") e devem dar-se por felizes quando não são Espíritos
levianos.
• Toda a atenção precisam pôr, em que tais Espíritos não
assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem
sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles.
• É ponto esse de tal modo capital, sobretudo em começo, que,
não sendo tomadas as precauções necessárias, podem perder-
se os frutos das mais belas faculdades."
10. • 7. Momentos oportunos para a manifestação - "Uma vez
desenvolvida e educada a faculdade, é essencial que o médium
não abuse dela.. . Deve lembrar- se de que ela lhe foi dada para o
bem e não, para a satisfação de vã curiosidade. Convém,
portanto, que só se utilize dela nas ocasiões oportunas e não, a
todo momento. Não lhe estando os Espíritos ao dispor a toda
hora, corre o risco de ser enganado por mistificadores.
• Bom é que, para evitar esse mal, adote o sistema de só trabalhar
em dias e horas determinados, porque assim se entregará ao
trabalho em condições de maior recolhimento e os Espíritos que o
queiram auxiliar, estando prevenidos, se disporão a prestar esse
auxílio."
11. II. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
MEDIÚNICO ESPÍRITA-CRISTÃO
• 1. Iniciação - Sob o ponto de vista espírita, a
mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias;
é um mandato que nos é outorgado pela Espiritualidade
superior, a fim de ser fielmente desempenhado.
• Dessa forma o aspirante à mediunidade, à luz da
Doutrina Espírita, deve partir da conscientização de
seus ensinamentos e esforçar-se desde o início de sua
formação e informação mediúnica, por ser um
ESPÍRITA-CRISTÃO.
12. 2. Trabalhos complementares
• 2.1 Evangelho no Lar - "É a
renovação do clima espiritual do
lar sob as luzes do Evangelho
Redivivo, porque o lar é a usina
maior das energias de que somos
carentes para o nosso trânsito
terreno e é onde compensamos
nossas vibrações psíquicas em
reajustamento... . Evangeliza os
Espíritos, nossos desafetos, que
se jungem conosco em todas as
atividades cotidianas."
13. • 2.2 Trabalho assistencial -
"Rompimento com o
egoísmo, compelindo-nos a
interessar-nos pelo próximo,
auxiliando-o nos seus
lances expiatórios,
probatórios ou missionários,
até o limite de nossa
capacidade de servir" (grupo
de costura, socorro fluídico pelo
passe, visita aos enfermos,
amparo aos órfãos, cooperação
com as obras de assistência,
conforto moral aos
desesperados, etc.).
14. • 2.3 Reforma íntima - "Revisão e reconstrução dos
hábitos, permutando os vícios por virtudes
legitimamente cristãs, que são as únicas que
sobreviverão eternamente e que nos abrirão as
portas de planos mais elevados que os atuais."
• Dentro destes critérios de desenvolvimento da
mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha
a desabrochar, tenhamos a certeza de que nos
estaremos desenvolvendo espiritualmente e
capacitando-nos para a verdadeira mediunidade com
Jesus - a Mediunidade do Bem.
16. Irradiação – Base do Fenômeno
• Vivemos todos nós, os encarnados e os desencarnados,
em um meio comum formado de Fluido Cósmico ou
Universal.
Nos encontramos mergulhados
nessa “substancia primitiva” que
absorvemos inconscientemente,
por varias portas, destacando-se no
perispírito os centros de força vital,
também chamados de “chakras”,
esta é uma expressão oriental.
17. Centro Coronário
• Liga os planos espiritual e material;
supõe-se que se relacione materialmente
com a epífise.
18. Centro Cerebral
• É o responsável pelo funcionamento dos centros superiores
da inteligência e do sistema nervoso central; relaciona-se
materialmente com os lobos frontais do cérebro, segundo
André Luiz.
19. Centro Laríngeo
• É o responsável pela respiração e pelos órgãos da fonação.
20. Centro Cardíaco
• É responsável pelo funcionamento do coração e
do aparelho circulatório.
22. Centro Esplênico
• Responsável pelo funcionamento do Baço, pela formação e
reposição das defesas orgânicas através do sangue, relaciona-se
materialmente com o plexo mesentérico e baço.
23. Centro Genésico ou Básico
• Responsável pelo
funcionamento dos
órgãos de reprodução e
das emoções daí
advindas; relaciona-se
materialmente com os
plexos sacro e
hipogástrico.
24. Irradiação
• O Fluido Universal, ao ser absorvido
por um destes centros de força,
chakras ou plexos, é metabolizado em
fluido vital e canalizado para todo o
organismo, com maior ou menor
intensidade, de acordo com o estado
emocional da criatura, irradiando-se
posteriormente em seu derredor,
formando o que poderíamos chamar
de atmosfera fluídica.
• É fácil compreender que pela
qualidade de nossa atmosfera
fluídica, pela sua tonalidade e
extensão, pelo seu brilho e sensação
que causa, seremos facilmente
identificáveis.
• No processo de irradiação,
transmitimos aos outros, pelo
mecanismo da nossa vontade, a
carga de força vital de que dispomos
para doar.
Bibliografia: André Luiz – Evolução em dois mundos, cap. II
25. • BIBLIOGRAFIA:
Allan Kardec - "O Livro dos Médiuns" - 2ª.parte -
Cap. XVII - itens 208,209,211,217 e 218
André Luiz – Evolução em dois mundos, Cap. II
Emmanuel – Fonte Viva, Cap. 150.