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VIVIANE LOIOLA GUERRA
A CULTURA, OS SÍMBOLOS
E A SOCIEDADE
Trabalho apresentado à disciplina
Sociologia e Antropologia II do Curso de
Administração Geral da Faculdade Batista
de Vitória da Serra, como requisito parcial
para avaliação.
Orientador: Flávio Valdir Kirst
Serra
2008
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo mostrar as diferenças existentes na cultura, seu
entendimento e suas aplicações simbológicas na sociedade, suas modificações e como
essas mudanças pela busca de novos conhecimentos projetam enriquecimento na
cultura e desenvolvimento da sociedade.
Palavra-chave: Cultura, Simbologia da Cultura, Símbolos e Sociedade.
ABSTRACT
O presente trabalho tem por objetivo mostrar as diferenças existentes na cultura, seu
entendimento e suas aplicações simbológicas na sociedade, suas modificações e como
essas mudanças pela busca de novos conhecimentos projetam enriquecimento na
cultura e desenvolvimento da sociedade.
Palavra-chave: Cultura, Simbologia da Cultura, Símbolos e Sociedade.
2
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 6
2 CULTURA E SOCIEDADE 7
3 CULTURA: ORIGEM, SIGNIFICADO E
CARACTERÍSTICAS
7
4 CONTEÚDO E ESTRUTURA DA
CULTURA
7
5 PARTICIPAÇÃO, TIPOS, PROCESSOS
CULTURAIS
8
6 SÍMBOLOS E A CULTURA 9
7 CONCLUSÃO 9
8 TRABALHO DE CAMPO: INSTRUMENTO
DE ENTREVISTA
10
9 ANÁLISE GERAL 10
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
3
LISTA DE ANEXOS
ANEXO I PESQUISA DE CAMPO / ENTREVISTA:
CULTURA X SOCIEDADE X SÍMBOLOS
11
4
1 - INTRODUÇÂO
A vida social é regulada por sistemas de símbolos que nos impulsionam para agir,
interagir e nos organizar.
Os símbolos e as normas / regras que ele contém podem parecer uma obrigação,
especialmente num mundo moderno, em que a revolução da informação está sempre
gerando novos sistemas de símbolos.
O homem opera com um código genético e um cultural, e sem símbolos ou cultura
ficariam perdidos e o mundo como nós o conhecemos desmoronaria.
A informação que orienta grande parte da atividade humana é simbólica e não genética.
Marca as mudanças ocorridas no tempo, em que o nível de conhecimento, as crenças,
os costumes e o modo de vida se alteram buscando atender as suas necessidades do
indivíduo como ser social e a entender os grupos em que vivem.
Portanto, partimos do princípio que cada nova descoberta foi influenciada pelas
anteriores e também a será pelas posteriores para que as necessidades da sociedade
sejam satisfeitas.
É um ciclo multiplicativo, na qual o conhecimento é o fator mais importante na
incansável busca do enriquecimento cultural.
5
2 - CULTURA E SOCIEDADE
Na sociologia e Antropologia, a cultura é “o conjunto complexo de conhecimento,
crenças, arte, moral, lei costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos
adquiridos pelo homem na sociedade” (1)
.
A cultura não se restringe somente a certos campos do conhecimento, envolve as
ações, idéias e artefatos que os indivíduos aprendem, praticam em conjunto e prezam.
E através da cultura o homem adquire conhecimentos técnicos e necessários para sua
sobrevivência, podendo assim, controlar seu meio ambiente.
Todas as pessoas existentes na sociedade possuem cultura e todas as sociedades
também. E cada sociedade possui sua forma de identificação, seus próprios valores e
suas complexidades de costumes.
Todas as civilizações são exemplos especiais de cultura, diferentes em quantidade,
pelo conteúdo e complexidade de suas normas, das culturas dos povos chamados não
civilizados ou pelas suas tradições culturais particulares que se acham associadas ao
desenvolvimento da vida urbana.
A cultura então, representa a resposta do homem as suas necessidades básicas que
devem ser satisfeitas para o organismo sobreviver. Representa o modo de vida e os
indivíduos a aprendem no transcurso de suas vidas nos grupos em que nascem e
vivem.
3 - CULTURA: ORIGEM, SIGNIFICADO E CARACTERÍSTICAS
Portanto, a cultura é dinâmica e sofre modificações de geração para geração, passando
por transformações que possam gerar desenvolvimento, paradas ou retrocessos.
Somente quando os componentes de uma cultura se harmonizam, há a integração
cultural.
4 - CONTEÚDO E ESTRUTURA DA CULTURA
O conteúdo da cultura abrange as culturas materiais que consiste nos bens, os
produtos concretos, as técnicas, as construções, as normas e costumes que
regularizam seu uso; e nas normas espirituais expressadas através das idéias, das
crenças, do conhecimento e dos valores.
Sua estrutura é composta por traços culturais, complexos culturais e padrões culturais,
políticos, religiosos, recreativos, ilegais e outros.
Cultura é, portanto, “o complexo de configurações mentais que, em forma de
produtos do comportamento e produção material, constitui o modo principal que
tem o homem de adaptar-se ao meio total, controlando-o, mudando-o,
transmitindo e perpetuando os modos acumulados de fazê-lo” (2)
.
6
1 – Tylor, apud Melville j. Herskovits, Antropologia Cultura, v.I (São Paulo, mestre Jou, 1963), p. 31.
2 – Ashley Montagu, ob. Cit., p.131
5 - PARTICIPAÇÃO, TIPOS, PROCESSOS CULTURAIS
Os conhecimentos e costumes de uma cultura podem ser classificados de acordo com
a participação e peculiaridades dos indivíduos. Essas peculiaridades podem ser
universais, especialidade, alternativas e individuais.
São baseadas nas tradições, nos costumes, idéias e hábitos conhecidos e praticados
por todos os componentes do grupo; nos hábitos e idéias pertencentes somente a
determinados grupos de sexo, de idade, profissionais, religiosos; podem variar
amplamente e estar vinculadas à livre escolha ou nas características pessoais dos
indivíduos que não são compartilhadas por outrem.
As peculiaridades universais e especialidades, por serem mais estáveis formam o
núcleo da cultura.
A maneira de viver de um grupo social implica nas normas de comportamento e através
dos padrões obrigatórios e universais, que são os usos, os costumes e as Leis.
Os usos são padrões que foram estabelecidos tempos atrás, mas sofreram
modificações de acordo com o tempo, como as formas de etiqueta, rotinas de trabalho,
maneiras de cortejar, de vestir, a linguagem, etc.
Os costumes são as normas sancionadas com rigor essenciais e importantes ao bem-
estar da sociedade e aparecem como normas reguladoras de toda a cultura. Possuem
um comportamento tido como desejável, apesar de restringir e limitar a conduta, como
guiar um carro, cuidado e trato com as crianças, enterro dos mortos, etc.
Sua não conformidade provoca desaprovação moral, são tabus, ou seja, formas de
expressão e limitação da vida em grupo.
Os costumes têm o mesmo esquema cultural dos usos, mas seus desvios são
considerados muito mais graves.
As Leis são “regras de comportamento formuladas e impostas por uma autoridade
especial” (3)
. As leis servem para diferentes propósitos: impor os costumes aceitos pelo
grupo cultural, regular as novas situações fora dos costumes, substituem costume
antigos e ineficazes, congregam os padrões reais com as idéias e valores ativos, como
a monogamia, bem-estar da esposa e dos filhos, a punição do roubo, do estupro, etc.
A linha de divisão entre as leis e os costumes é difícil de ser traçada, assim como os
costumes podem se tornar leis, as leis também podem se tornar costumes.
O crescimento, o desenvolvimento, a difusão cultural, a aculturação, a estagnação, o
declínio e demora cultural são aspectos dinâmicos aos quais as culturas estão sujeitos.
A mudança é qualquer alteração na cultura onde os elementos novos superam os
antigos que caíram em desuso e estão relacionadas às inovações, a aceitação social, a
eliminação seletiva e a integração.
A difusão cultural é a “transferência culturais de uma região a outra, ou de uma
parte da cultura a outra” (4)
.
A aculturação é a fusão de duas culturas diferentes que entrando em contato contínuo,
originam mudanças nos padrões da cultura de ambos os grupos. A transmissão cultural
realiza-se quando dois povos têm contato contínuo entre si.
3 – John Biesanz e Mavis Biesanz, ob. Cit, p. 58.
4 – Willian F. ogburn e Meyer F. Nimkoff, ob. Cit. P. 777
7
A estagnação ocorre quando o povo se mantém isolados e a cultura se mantém
estática, modificando-se apenas em conseqüência de ações externas.
Se os elementos culturais desaparecem, temos o declínio cultural. As condições
religiosas ou sociais podem ocasionar a queda de um complexo cultural.
Se o crescimento no movimento total de uma cultura não se processa no mesmo ritmo,
essa diferença de movimento provoca o retardo ou demora cultural.
6 - SÍMBOLOS E A CULTURA
A cultura é o sistema de símbolos que uma população cria e usa para organizar-se,
facilitar a interação e para regular o comportamento.
Há muitos sistemas de símbolos dentre uma população, mas entre os mais importantes
estão:
 Os sistemas de linguagem que as pessoas usam na comunicação;
 Os sistemas de tecnologias que incorporam o conhecimento sobre o dominar o
meio ambiente;
 Os sistemas de valores que dizem respeito aos princípios de bom e mau, de
certo e errado;
 Os sistemas de crença que organizam as cognições das pessoas sobre o que
deveria existir e realmente existe em situações e espaços específicos;
 Os sistemas normativos que dão expectativas gerais e específicas sobre como
as pessoas devem se comportar em diversas situações;
 Os estoques de conhecimento, que dispõem de informação implícita que as
pessoas inconscientemente usam para compreender as situações.
A cultura varia dentro e entre as sociedades, e essa situação geralmente leva ao
conflito entre aqueles que possuem valores, crenças ou normas diferentes. Alguns
conflitos permanecem no nível simbólico, mas o conflito geralmente surge o combate
aberto entre as partes com crenças diferentes.
Os sistemas de símbolos geralmente revelam contradições e incoerências, uma
situação que pode colocar os indivíduos em conflito pessoal, e às vezes grupal.
O etnocentrismo é um subproduto inevitável das diferenças culturais, com indivíduos
que vêem como inferiores os símbolos culturais distintos dos seus. O etnocentrismo
produz preconceitos que geralmente vêm à tona em conflitos declarados.
7 – CONCLUSÃO
Conclui-se que a cultura é fator mais importante na convivência em sociedade,
determinando seu modo de vida e nossas relações em sociedade.
A cultura vive em constante renovação e necessitamos entender a nós mesmo e o
mundo social de forma mais ampla, para que se torne cada vez mais rica e abrangente.
8
O individuo como parte da cultura tem que buscar entendimento dos símbolos, pois é
essa simbologia que nos proporciona adaptação no meio, nossa interação com os
outros, nossa interpretação de vivência e nossa própria organização em sociedade.
8 - TRABALHO DE CAMPO: INSTRUMENTO DE ENTREVISTA
Trata-se do testemunho escrito de um indivíduo sobre sua experiência de vida e possui
cerca de dez páginas. Foram gastas aproximadamente 02 horas para alcançar o
objetivo, que consiste em uma entrevista com a finalidade de se aprofundar em seus
conhecimentos culturais e fazê-lo se expressar como individuo participante da
sociedade sobre diversos assuntos discutidos em sala de aula referente à cultura, a
sociedade e as simbologias presentes em sua vivência.
9 - ANÁLISE GERAL
O entrevistado se manteve a vontade e demonstrou bastante seriedade nos assuntos
abordados.
Ficou claro que possui domínio da língua falada, da língua escrita, na linguagem da
informática, nos conhecimentos gerais, além de permanecer em constante aprendizado,
se atualizando e se aperfeiçoando.
Acompanha o desenvolvimento do progresso tecnológico, com atuação constante na
área de informática, internet e mídia em geral, além de conhecimentos voltados para o
meio ambiente e nossas riquezas naturais.
Preserva conceitos aprendidos em família e tem consciência das mudanças ocorridas.
Têm opinião própria muito forte em relação à cultura, ao uso da liberdade que possui,
ao progresso em geral, de sua atuação e êxito na sociedade.
Dedica-se a Faculdade, aos estudos, se preocupa com o aprendizado e na sua
estabilidade profissional. Possui religiosidade pouco acentuada. No momento não se
relaciona afetivamente com ninguém e têm certa habilidade em assuntos como a
desigualdade social, os idosos, a educação, a economia e a política no nosso país.
Em relação às normas e as leis impostas pela sociedade expressou sua opinião de
forma pouco confortável, mas com uma visão bem abrangente e questionadora.
Dentro da intenção inicial da entrevista e pelo contexto abordado, aparentemente o
entrevistado possui consciência de seu papel na sociedade, têm o conhecimento
cultural absorvido de suas gerações anteriores e adquirido em conseqüência das suas
mudanças cotidianas, possui domínio dos mais variados assuntos e se enquadra com
facilidade nos padrões e normas estabelecidos pela nossa cultura.
10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. São Paulo: Atlas, 1986.
TURNER, Jonathan. Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books,
1999.
9
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DA SERRA
FACULDADE BATISTA DA SERRA
PESQUISA DE CAMPO / ENTREVISTA: CULTURA X SOCIEDADE X SÍMBOLOS
Bom dia, meu nome é Viviane Guerra, sou estudante matriculada no curso de
Administração Geral da FABAVI – Faculdade Batista de Vitória e estou efetuando uma
pesquisa para a disciplina Sociologia e Antropologia com a finalidade de avaliar seus
conhecimentos culturais, seus valores e crenças enquanto cidadão participante da
sociedade. Garantimos que todas as informações prestadas serão utilizadas somente
para fins científicos e mantidas em anonimato. Para isso necessito da sua colaboração
em falar um pouco da sua história de vida e responder a algumas perguntas:
ENTREVISTADOR: Fale um pouco de sua vida: sua idade, local de nascimento,
sua infância, residência atual, formação educacional, etc.
ENTREVISTADO:
10
ENTREVISTADOR: Você é casado, solteiro,...? Tem filhos?
ENTREVISTADO: Sou solteiro, não tenho filhos e adoro essa condição (risos).
ENTREVISTADOR: O que você espera para o seu futuro da sua família?
ENTREVISTADO: Prosperidade, União, Saúde. Quando você possui saúde e anda no
caminho certo, as portas se abrem. Se a família permanecer unida e trabalhar junta, as
conquistas se tornam mais fáceis.
ENTREVISTADOR: Você acredita em DEUS? Segue uma doutrina? Isso é uma
opção sua ou foi estimulado pela sua família?
ENTREVISTADO: Sim. Sou católico não praticante (deu uma pausa). É uma opção
(outra pausa), apesar de ter recebido educação religiosa através da Igreja Católica,
ainda não consigo me identificar com ela. Acredito que DEUS está em todas as coisas
e habita em nós, se estiver em nosso coração, estaremos bem.
ENTREVISTADOR: Acredita que a religião possa ser um fator determinante para a
formação de uma pessoa?
ENTREVISTADO: Acredito sim. Acho que quando você aprende os conceitos, passa a
pensar mais no que é certo ou errado. Por mais que venha a desviar, sempre tentará
retornar ao caminho certo. Antigamente aprendia-se religião não somente em casa com
os pais, mas também nas escolas. Hoje os pais trabalham e grande parte não tem
tempo ou interesse de passar esses ensinamentos aos seus filhos que crescem
desprovidos de amor e respeito pelo próximo, mandamento primeiro da religião.
ENTREVISTADOR: Existe alguma tradição de família que continua em prática no
decorrer dos anos?
ENTREVISTADO: Possuo descendência italiana, família grande que gosta de festa
(ficou entusiasmado) e tudo é motivo para se unir e comemorar, aniversários, Natal,
Ano Novo, Páscoa.
Uma parte também possui religiosidade acentuada e freqüenta a igreja regularmente.
ENTREVISTADOR: Na evolução do ser humano, as pessoas trazem consigo
conceitos aprendidos em família e vão aprimorando com a vivência e as
necessidades pessoais e da sociedade. O que você mantém até hoje dos
ensinamentos de seus pais?
ENTREVISTADO: Aprendi muitas coisas com meus pais que sempre foram de extrema
importância na minha vida como a humildade, o respeito pelos mais velhos, ser cordial
com as pessoas. (Pausa) Todos os conceitos que os pais consideram ser sinônimo de
boa educação quando somos crianças e que utilizamos quando adultos para nos
adequar as regras da sociedade. Pessoalmente me proporciona boas amizades, bons
relacionamentos profissionais e me mantém ativo no meu meio.
ENTREVISTADOR: Consegue fazer uma comparação entre a criação de seus pais,
a sua criação e a criação das crianças e jovens na atualidade?
11
ENTREVISTADO: Nossa!!! (suspirou), aconteceram muitas mudanças. Antigamente só
o homem estudava e trabalhava, e era criado para ser o provedor da casa. Se tivesse
interesse por alguma moça tinha que pedir permissão aos pais para namorar e eram
vigiados constantemente. As mulheres eram criadas e permaneciam obrigatoriamente
castas até se casarem e serem esposas submissas, muitas delas não estudavam,
havia mais educação religiosa e às crianças quase não era permitido estarem juntos
aos adultos. Os idosos eram visto com mais respeito.
Na minha época já havia uma grande diferença, as mudanças fizeram com que a
criação acompanhasse o progresso. O direito a escola era igual para todos, mas
meninos brincavam com meninos e meninas com meninas. Havia uma liberdade
controlada pelos pais em relação aos envolvimentos amorosos. As mulheres
começavam a parecer com mais fluência no mercado de trabalho e o estudo
educacional passou a ser para elas objeto de grande importância, os homens que já
trabalhavam passaram a se especializar mais, as crianças apareciam mais em família
com seus questionamentos, etc.
Atualmente (risos), os jovens possuem vontade própria e uma visão meio equivocada
de liberdade, os pais já não possuem tanta voz ativa, namoram quando querem e quem
quer e muitas vezes os pais não ficam nem sabendo, uns estudam por achar que é
obrigação enquanto outros se preocupam em aprender mais para conseguir uma
melhor colocação no mercado. Existe uma diversidade muito grande nos
comportamentos em família e sociedade, uns continuam seguindo os ensinamentos
dos pais, outros perderam completamente o respeito pelas pessoas.
È muito complexo falar sobre isso. As coisas foram acontecendo de acordo com as
mudanças ocorridas no cotidiano das pessoas e com isso não existe hoje muito tempo
para os pais estarem acompanhando o que acontece com os seus fora do ambiente
familiar.
ENTREVISTADOR: Quais mudanças ocorreram nesses valores que você
considera mais importante e que afetam diretamente a vida em sociedade?
ENTREVISTADO: Acho que é a falta de amor (pequena pausa), de respeito pela vida e
pelas pessoas, pelos valores. Hoje filho mata os pais, pais agridem os filhos, as
pessoas matam e morrem por nada ou pela crueldade de outros (outra pausa). Isso é
falta de amor
.
ENTREVISTADOR: Você falou em valores. O que são esses valores para você? O
que mudou nos valores das pessoas?
ENTREVISTADO:
ENTREVISTADOR: O que te traria satisfação pessoal hoje?
ENTREVISTADO: Estabilidade profissional. Conseguir um emprego melhor ou passar
em um concurso público. Ter a certeza de que minha vida no futuro possa ser mais
tranqüila.
12
ENTREVISTADOR: Você tem perspectivas de realizar todas?
ENTREVISTADO: Perspectivas todos nós temos, mas vivemos num país estável com
uma economia instável na qual o mercado de trabalho cresce e com ele o número de
desempregados concorrentes. Venho me aprimorar a todo tempo, sempre pensando
nisso.
ENTREVISTADOR: O que considera mais importante: sorte ou oportunidade?
ENTREVISTADO: Com certeza é a oportunidade, podemos nos encontrar com ela de
vez em quando (risos), sorte é coisa para poucos.
ENTREVISTADOR: É importante na vida saber enxergar as oportunidades? Já
perdeu alguma por não conseguir identificá-la?
ENTREVISTADO: Importantíssimo. Devemos estar atentos sempre, já perdi algumas
oportunidades sim, todo mundo já passou por isso, perdi um emprego numa empresa
pequena uma vez que se tornou bem grande depois, me arrependi bastante. Acontece
(meio indignado).
ENTREVISTADOR: O que você almeja para o futuro? O que gostaria que
acontecesse para pudesse ter uma vivência diferente?
ENTREVISTADO: Eu espero um futuro digno, onde a pessoas possam viver com
harmonia, sem violência, com mais tranqüilidade e com condições adequadas para
isso.
ENTREVISTADOR: Tem medo de envelhecer?
ENTREVISTADO: Não, de forma alguma. É mais uma etapa natural da vida.
ENTREVISTADO: Qual é sua postura hoje em relação ao envelhecimento e aos
idosos?
ENTREVISTADO: Seria demagogia dizer que envelhecer é bom, ninguém quer. Mas
acho que os idosos deveriam ser mais respeitados, mais ouvidos, mais acompanhados.
Necessitam de atenção, carinho, dedicação.
Possuem experiência de vida e sabedoria além do nosso conhecimento. Conseguem
viver bem com as mudanças e administrar suas necessidades numa realidade em que
as pessoas esquecem que vão envelhecer e que poderão se encontrar no lugar deles
um dia.
ENTREVISTADOR: Diga cinco coisas na qual não conseguiria viver sem.
ENTREVISTADO: Minha família, minha casa, meus amigos, trabalhar e aprender
sempre.
ENTREVISTADOR: Diga três coisas que poderiam tornar sua vida melhor.
ENTREVISTADO: Um automóvel, um bom emprego e dinheiro sobrando.
ENTREVISTADOR: Quais são os critérios para o sucesso individual?
ENTREVISTADO: Uma boa educação, vontade de crescer, de ser mais e fazer cada
vez mais em prol de você mesmo.
13
ENTREVISTADOR: Você está estudando? Instituição pública ou privada?
ENTREVISTADO: Sim, me especializando. Privada.
ENTREVISTADOR: Você acha que existe muita diferença no método de ensino?
ENTREVISTADO: Existe sim, e muita. A escola pública sofre mais com essa diferença,
não só no método de ensino, como na estrutura física e econômica. A diversidade de
pessoas que usufruem dela também se torna um fato complicador, além da baixa
remuneração dos profissionais de ensino. Recebem recursos controlados para serem
aplicados no ensino e muitas vezes na alimentação para que consigam fazer que os
alunos permaneçam na escola.
A escola privada arrecada recursos que são aplicados cada vez mais em melhorias de
estruturas, com bons profissionais, com novas metodologias, e possuem um nível mais
elevado de alunos.
ENTREVISTADOR: Olhando para trás, o que mudou na educação do país? Da
época dos seus pais, para sua época e para a atualidade?
ENTREVISTADO: A educação obteve um pequeno avanço com programas que o
governo tem criado no intuito de colocar as crianças na sala de aula. Não concordo
que para as crianças estarem na escola o governo tenha que pagar por isso, dar
estrutura para essas crianças é uma coisa, manter os pais acomodados em sua
responsabilidade é outra. Muita coisa mudou, mais ainda precisamos avançar muito.
Na minha época, estudei até a 7ª série em escola pública porque meus pais não tinham
condições de me colocar em uma escola melhor. Só depois fui para a particular, mas
meus pais sempre acompanharam e me exigiram seriedade e boas notas.
Hoje vejo como isso foi bom para minha formação, tenho certeza de que aprendi.
Continuo estudando hoje por vontade própria e sou eu quem paga, o que é um
estímulo maior inclusive pelas dificuldades e privações que eu passo para isso.
ENTREVISTADOR: O ensino no Brasil é visto como prioridade do governo, mas
na prática, isso ainda não funciona muito bem. Você acha que esse fator existe
por falha do governo atuante, pela falta de interesse da sociedade ou pela
desigualdade social?
ENTREVISTADO: Acho que existe pela falha dos três. O governo deveria fazer valer o
direito ao ensino, com profissionais mais bem remunerados e instituições mais
instruídas quanto à realidade do ensino público.
Enquanto o governo quer que as crianças freqüentem as escolas, as escolas estão
mandando eles pra casa porque foram para a aula de chinelo (indignado) ou a calça
não está de acordo com o uniforme (fiquei chocada com isso). Eles vão à escola e ela
manda que eles de voltem pra casa, ficam pelas ruas até dar o horário por que se não
ainda vão sofrer represálias dentro de casa, eu já vi isso (apontou o dedo para si)..
A nossa sociedade não deveria ser tão hipócrita não desempenhando seu papel,
fechando os olhos para isso, isso também é desigualdade social, como se não
bastasse que a grande maioria tenha que optar entre estudar ou trabalhar.
Se o governo diz que toda criança tem que estar na escola, a sociedade tem que cobrar
para que todos tenham seu direito assistido.
14
ENTREVISTADOR: As pessoas estão buscando cada vez mais aprimorar seus
conhecimentos. Como você está se preparando atualmente para acompanhar
essa demanda?
ENTREVISTADO: Estudando, me especializando, lendo mais, pesquisando mais,
fazendo cursos, e me mantendo atualizado junto ao mercado.
ENTREVISTADOR: Conhecimento tem limites?
ENTREVISTADO: Nunca. Não se pode ter limites quando se quer aprender.
Conhecimento é tudo hoje em dia.
ENTREVISTADOR: Você trabalha? Qual o ramo?
ENTREVISTADO: Sim. No comércio, em área administrativa.
ENTREVISTADOR: Fale um pouco da empresa que você trabalha. Das pessoas,
do ambiente, das suas perspectivas de crescimento.
ENTREVISTADO: A empresa é voltada para o comércio, venda e distribuição em geral.
Possui cerca de 80 funcionários internos (administrativos e operacionais) e externos
(vendedores). Como toda empresa é bastante atribulada no quesito trabalho, mas
nesse caso é porque nem tudo segue normas estabelecidas, existem critérios de
exceções que interferem diretamente na execução das atividades. Tem uma excelente
estrutura física, muito espaço físico, bons equipamentos e máquinas, um bom
rendimento financeiro, mas não investem em treinamentos e não se preocupam muito
com benefícios para os funcionários. O ambiente de trabalho é saudável na medida do
possível, mesmo por que em todo ambiente de trabalho existem diferenças, mas nada
que seja muito anormal.
Pelo fato da empresa possuir características familiares, não há muitas possibilidades de
crescimento, todos os funcionários já estão adequados a suas funções e muitos já
ocupam os cargos à vários anos ( um certo desânimo), o que torna as expectativas de
crescimento profissional um pouco mais difícil.
ENTREVISTADOR: Você demonstra certa insatisfação em relação à empresa que
trabalha e a seu crescimento profissional, está fazendo algo para mudar isso?
ENTREVISTADO: Não chega a ser uma insatisfação. Sempre esperamos retorno nas
coisas que fazemos e às vezes tenho a impressão que lá, nada vai mudar. Estou
sondado, ando namorando o mercado, mas tenho percebido que apesar das inúmeras
oportunidades que aparecem, muitas exigem coisa absurdas para algumas funções
sem necessidade e com uma remuneração abaixo da minha atual.
Está muito difícil e a concorrência é muito grande, tanto para quem precisa trabalhar e
não tem qualificação quanto para as empresa que querem contratar e não encontra os
profissionais.
ENTREVISTADOR: O que é necessário para alcançar o sucesso profissional?
ENTREVISTADO: Conhecimento, habilidade, aperfeiçoamento, dedicação,
oportunidades e acima de tudo gostar do que se faz.
ENTREVISTADOR: Assiste televisão? Quais seus programas preferidos?
15
ENTREVISTADO: Muito pouco. Jornal da Globo, Repórter Record, Domingo
Espetacular, Fantástico, Documentários no FUTURA. Gosto muito de telejornais, é a
única coisa que realmente prende a minha atenção. A televisão tem ficado muito fútil
em sua programação, deveriam aproveitar melhor esse instrumento que é de extrema
importância.
ENTREVISTADOR: Lê jornal? Tem acesso a internet?
ENTREVISTADO: Muito pouco, quase não tenho tempo de ler jornais. Mas internet
acesso muito, faço muitas pesquisas e acompanho as notícias. Passo muito tempo na
frente do computador, na minha casa, no meu trabalho que exige muito, nos meus
estudos para a faculdade e para minha curiosidade (risos).
ENTREVISTADOR: Como você vê a participação da mídia nas campanhas
oferecidas pelo governo, seja na área da saúde, do meio ambiente, da educação?
ENTREVISTADOR: É o melhor método para atingir a sociedade. A mídia colabora
bastante com a divulgação dessas campanhas que são de extrema importância para o
conhecimento da população em geral. Acho inclusive, que o governo deveria utilizá-la
cada vez mais. É um setor muito caro que precisa ser mais aproveitado. É pena que em
tempo de tanta tecnologia, ainda existam tantas pessoas sem acesso a ela.
ENTREVISTADOR: O avanço da tecnologia em nível mundial te preocupa?
ENTREVISTADO: Depende do tipo de avanço. Uma pesquisa para encontrar a cura
para o câncer e salvar a vida de muitas pessoas, as novas tecnologias de mídia que
surgem trazendo mais conhecimento para as pessoas, os novos equipamentos que
favorecem o comércio e a indústria em geral, são avanços tecnológicos que de certa
forma são benéficos e necessários para a população.
Agora, as indústrias bélicas que fabricam armamentos cada vez mais poderosos, os
países que investem seu dinheiro em armas nucleares e biológicas e outras coisas
desse tipo, são tecnologias perigosas e que geram preocupações a nível mundial.
ENTREVISTADOR: Como enxerga esse crescimento? Acredita que ele possui
uma ação positiva ou negativa na realidade em que você vive?
ENTREVISTADO: Crescimento sempre é bom se gerar desenvolvimento. Nem todo
crescimento é benéfico para a população. Tem que ser muito bem estudado e
planejado. Depende muito de onde acontece e por que acontece.
Se esse crescimento representar maior número de empresas e empregos, será muito
bom. Se gerar mais imposto, fechamento de empresas e desemprego, não será nada
bom.
ENTREVISTADOR: E no futuro, acha possível que tanta tecnologia possa
desencadear um alto índice de desemprego ou que haverá uma corrida contra o
tempo para a população se adequar a essas mudanças?
ENTREVISTADO: Já estamos nesse futuro, a todo tempo inventam máquinas para
substituir a mão de obra humana, mas isso não chega a ser um complicador, por que
toda máquina necessita ser operada e para isso é necessário pessoas. Cada vez que
um novo modelo tecnológico chega ao mercado, existe a chance de se ter um número
mais complexo de comandos e funções. Para essa demanda teremos que nos
16
aperfeiçoar e nos atualizar em apertar botões, usar teclados, acessórios ópticos,
manuais, teorias, etc.
ENTREVISTADOR: O Brasil vive em constante crescimento e existe uma
especulação muito grande relacionada às riquezas naturais e as grandes
empresas que possuem o monopólio para explorá-las. Você acha que o Brasil
sabe valorizar suas riquezas naturais?
ENTREVISTADO:
ENTREVISTADOR: Em época que todos se preocupam como o meio ambiente,
como você se relaciona com a natureza?
ENTREVISTADO: Não disponho de muito tempo, mas tento fazer a coisa certa. A
melhor forma de se relacionar com a natureza é tendo consciência do que ela
representa em nossas vidas. Olhando para ela com mais atenção e dando a ela a
importância que merece.
ENTREVISTADOR: Nessa relação você acha que domina a natureza? A natureza
domina você? Ou vivem em harmonia?
ENTREVISTADO: Harmonia não existe, nesse caso é dominante contra dominador e
vice-versa. Por mais que se façam campanhas, que gastem em publicidade e que
discutam o assunto em reuniões internacionais, de nada servirá se a cultura da
população em relação ao assunto não for mudada. O homem tira da natureza em forma
destruição, poluição, queimadas e desmatamento. A natureza se rebela contra o
homem em forma de aquecimento global, erosão, degelo da calota polar, baixa
umidade do ar, etc.
As pessoas têm que se conscientizar que se não cuidarem, não terão do que usufruir.
ENTREVISTADOR: O que faz nas horas vagas?
ENTREVISTADO: Curto a minha família, a minha casa. Passo a semana inteira fora de
casa, dividido entre trabalho e estudos. Nas horas vagas quero qualidade de vida junto
aos meus, necessito descansar, conversar, ter atenção e dar atenção.
ENTREVISTADOR: Tem namorada? E seus amigos?
ENTREVISTADO: No momento não estou me relacionando com ninguém e quanto aos
meus amigos, a maioria está como eu, tempo sobrando é para família, nos falamos
sempre por telefone, e-mail ou quando marcamos para estudar. Com os outros
mantenho contato, mas já estão casados e vivendo em outra realidade com seus
problemas familiares, voltados para sua própria vida.
ENTREVISTADOR: Você não tem intenção de constituir família?
17
ENTREVISTADO: Todo mundo têm, mas ainda não é à hora. Estou muito focado em
meu investimento pessoal, meu trabalho, meus estudos, meu futuro. Preciso de
liberdade para concluir tudo isso. Uma família nesse momento iria causar um
retardamento nesse processo.
ENTREVISTADOR: Qual é a importância da liberdade para você?
ENTREVISTADO: É tudo. È a responsabilidade que tenho sobre mim mesmo de poder
expressar a minha vontade, minhas ações, de fazer o que gosto e expor meus
sentimentos sem que para isso seja necessária a interferência da sociedade.
ENTREVISTADOR: Acha que somos livres quando contrariamos as normas da
sociedade? Ou quando controlamos nossa liberdade para nos adequar a essas
regras?
ENTREVISTADO: (pausa para pensar) Somos livres quando fazemos o que queremos
de forma correta. Não é preciso se privar de nada se tiver consciência dos seus atos, a
sociedade cobra conduta, moralidade e isso nós mesmos deveríamos nos cobrar.
ENTREVISTADOR: Em sua opinião a sociedade estabelece as normas
deliberadamente ou são realmente importantes para uma convivência saudável?
ENTREVISTADO: Acho que são muito importantes sim, mas educação vem de berço e
com ela as noções de comportamento para uma convivência saudável, saber se
comportar é algo que se aprender em casa, na sociedade nós aprendemos a nos
adequar as situações diversas. Nossa sociedade é hipócrita demais, criam-se normas
de conduta e fala-se em não fazer isso ou aquilo, mas na prática fazem julgamentos
muitas vezes sem sentido, polemizam alguns assuntos desnecessariamente e não dão
a importância devida ao que realmente interessa.
ENTREVISTADOR: E as leis do nosso país, acha que são justas?
ENTREVISTADO: Difícil falar sobre isso (pensando). As leis foram constituídas numa
época que atendiam as necessidades da sociedade. Atualmente algumas ainda
funcionam muito bem, outras necessitam ser revistas com certa URGENCIA para evitar
a deturpação de seu sentido. Depende muito da situação em que é aplicada e por
quem é aplicada.
ENTREVISTADOR: E a justiça que as julga?
ENTREVISTADO: Nossa!!! (pensando). A justiça tenta na medida do possível estar
acatando o que diz a lei, mas existem essas deturpações que podem prejudicar
bastante na decisão final. O fato mais importante e que deve ser revisto em relação à
justiça é a demora no andamento dos processos, os profissionais da área que se
deixam corromper pela corrupção e que não investigam devidamente as provas
técnicas e não analisam devidamente a documentação. Acompanhamos alguns casos
pela televisão e sabemos que a justiça só anda se for pressionada pela mídia ou se
desencadear a revolta da população.
A justiça é o órgão maior que deveria fazer valer os direitos da população de se sentir
seguro, de não ser agredido, lesado; mas algumas vezes acaba refletindo exatamente
o contrário, passando a impressão de que todos nós estamos abandonados.
ENTREVISTADOR: E isso, é justo com a população?
18
ENTREVISTADO: Não. Mas nós somos culpados por isso a partir do momento que não
tomamos atitude, que não nos aprofundamos no assunto. Infelizmente existe a cultura
de dizer que sempre foi assim e que nada vai mudar.
Elegemos nossos representantes políticos não somente para nos garantir melhoria na
educação, na habitação, no bem estar social, na segurança; mas para que também
estejamos amparados pela lei. Eu ou você sozinhos, não podemos fazer nada, mas se
as comunidades ou a população se unirem e pressionarem esses políticos, é bem
possível que consigam levar ao Congresso Nacional a nossa indignação e a
necessidade de mudanças.
O grande problema hoje, é que todos se calam, somente se manifestam quando um
crime hediondo aparece na mídia e chama nossa atenção a ponto de fazer com que
nos sintamos ameaçados, aí demonstramos nossa revolta e acompanhamos até que a
prisão do meliante seja efetuada. Muitas vezes nem ficamos sabendo se será
condenado e “se” condenado, será mantida a prisão. Enfim, esquecemos e nos
acomodamos.
Somos vítimas do nosso próprio silêncio e isso não acontece somente em relação à
justiça, mas em muitos outros setores da sociedade.
Perguntar se a justiça é justa é cômodo, difícil é nos perguntarmos se estamos sendo
justos com nós mesmos, não nos manifestando, não exigindo, não pressionando.
ENTREVISTADOR: Nós votamos, escolhemos nosso candidato. Você acha que o
candidato eleito deveria fazer mais pela população ou somos nós, os
responsáveis por não cobrarmos nosso direito como cidadão?
ENTREVISTADO: Nós é que somos responsáveis. O erro não está em votar em
alguém que só dá as caras de quatro em quatro anos. O erro está em se contentar com
sorrisos, abraços e favores antes das eleições e passar os próximos quatro anos sem
cobrar as promessas de campanhas e os nossos direitos que são garantidos por lei que
não são cumpridos.
O político sempre vai estar lá, seja no Assembléia ou no Congresso, usufruindo o
direito que lhe foi concedido de nos representar, ganhando salário exorbitante em cima
do seu trabalho suado e se corrompendo ao sistema.
Nossa política é um sistema obscuro, fala-se em notas curtas sobre o que deveria ser
de interesse da população e dão ênfase a discussões de partidos, desavenças de
políticos corruptos. Só não falam das mudanças que são necessárias para atender as
necessidades da população.
De uns tempos pra cá, até que estão tentando melhorar essa caricatura, mas ainda tem
que acontecer muita coisa, muitas mudanças. Não somente na política, mas também
na mentalidade da população.
ENTREVISTADOR: Essas mudanças podem ser consideradas positivas ou
negativas?
ENTREVISTADO: (pensando) Depende de quem der o primeiro passo.
Corre-se o risco dos políticos tomarem a iniciativa de mudanças, se comprometendo
mais com a sociedade, cobrando mais do governo, exigindo a criação e o cumprimento
de novas leis, tentando tornar nosso sistema mais rígido e mais justo e a população
não estar preparada para se adequar a essas mudanças.
19
A população também pode tomar a atitude de cobrar dos políticos todas essas
mudanças e causar um colapso no sistema político por eles se sentirem acuados.
Os políticos devem deixar a demagogia de lado, descer os degraus da sociedade, ver a
real situação de vivência das pessoas e fazer valer seu poder de promover as
mudanças.
A população tem que se envolver e aprender mais sobre política, obter um nível maior
de argumentação para defender os seus direitos.
Se as mudanças serão negativas ou positivas vai depender da capacidade de
entendimento de cada um.
ENTREVISTADOR: Para você, qual é a importância do indivíduo na cultura?
ENTREVISTADO: TODA. Quanto mais um indivíduo aprende, interage com as pessoas
e participa da sociedade, mais rica fica a nossa cultura e mais destacado será o
indivíduo através do conhecimento adquirido.
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Cultura, os símbolos e a sociedade

  • 1. VIVIANE LOIOLA GUERRA A CULTURA, OS SÍMBOLOS E A SOCIEDADE Trabalho apresentado à disciplina Sociologia e Antropologia II do Curso de Administração Geral da Faculdade Batista de Vitória da Serra, como requisito parcial para avaliação. Orientador: Flávio Valdir Kirst
  • 2. Serra 2008 RESUMO O presente trabalho tem por objetivo mostrar as diferenças existentes na cultura, seu entendimento e suas aplicações simbológicas na sociedade, suas modificações e como essas mudanças pela busca de novos conhecimentos projetam enriquecimento na cultura e desenvolvimento da sociedade. Palavra-chave: Cultura, Simbologia da Cultura, Símbolos e Sociedade. ABSTRACT O presente trabalho tem por objetivo mostrar as diferenças existentes na cultura, seu entendimento e suas aplicações simbológicas na sociedade, suas modificações e como essas mudanças pela busca de novos conhecimentos projetam enriquecimento na cultura e desenvolvimento da sociedade. Palavra-chave: Cultura, Simbologia da Cultura, Símbolos e Sociedade. 2
  • 3. ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO 6 2 CULTURA E SOCIEDADE 7 3 CULTURA: ORIGEM, SIGNIFICADO E CARACTERÍSTICAS 7 4 CONTEÚDO E ESTRUTURA DA CULTURA 7 5 PARTICIPAÇÃO, TIPOS, PROCESSOS CULTURAIS 8 6 SÍMBOLOS E A CULTURA 9 7 CONCLUSÃO 9 8 TRABALHO DE CAMPO: INSTRUMENTO DE ENTREVISTA 10 9 ANÁLISE GERAL 10 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10 3
  • 4. LISTA DE ANEXOS ANEXO I PESQUISA DE CAMPO / ENTREVISTA: CULTURA X SOCIEDADE X SÍMBOLOS 11 4
  • 5. 1 - INTRODUÇÂO A vida social é regulada por sistemas de símbolos que nos impulsionam para agir, interagir e nos organizar. Os símbolos e as normas / regras que ele contém podem parecer uma obrigação, especialmente num mundo moderno, em que a revolução da informação está sempre gerando novos sistemas de símbolos. O homem opera com um código genético e um cultural, e sem símbolos ou cultura ficariam perdidos e o mundo como nós o conhecemos desmoronaria. A informação que orienta grande parte da atividade humana é simbólica e não genética. Marca as mudanças ocorridas no tempo, em que o nível de conhecimento, as crenças, os costumes e o modo de vida se alteram buscando atender as suas necessidades do indivíduo como ser social e a entender os grupos em que vivem. Portanto, partimos do princípio que cada nova descoberta foi influenciada pelas anteriores e também a será pelas posteriores para que as necessidades da sociedade sejam satisfeitas. É um ciclo multiplicativo, na qual o conhecimento é o fator mais importante na incansável busca do enriquecimento cultural. 5
  • 6. 2 - CULTURA E SOCIEDADE Na sociologia e Antropologia, a cultura é “o conjunto complexo de conhecimento, crenças, arte, moral, lei costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na sociedade” (1) . A cultura não se restringe somente a certos campos do conhecimento, envolve as ações, idéias e artefatos que os indivíduos aprendem, praticam em conjunto e prezam. E através da cultura o homem adquire conhecimentos técnicos e necessários para sua sobrevivência, podendo assim, controlar seu meio ambiente. Todas as pessoas existentes na sociedade possuem cultura e todas as sociedades também. E cada sociedade possui sua forma de identificação, seus próprios valores e suas complexidades de costumes. Todas as civilizações são exemplos especiais de cultura, diferentes em quantidade, pelo conteúdo e complexidade de suas normas, das culturas dos povos chamados não civilizados ou pelas suas tradições culturais particulares que se acham associadas ao desenvolvimento da vida urbana. A cultura então, representa a resposta do homem as suas necessidades básicas que devem ser satisfeitas para o organismo sobreviver. Representa o modo de vida e os indivíduos a aprendem no transcurso de suas vidas nos grupos em que nascem e vivem. 3 - CULTURA: ORIGEM, SIGNIFICADO E CARACTERÍSTICAS Portanto, a cultura é dinâmica e sofre modificações de geração para geração, passando por transformações que possam gerar desenvolvimento, paradas ou retrocessos. Somente quando os componentes de uma cultura se harmonizam, há a integração cultural. 4 - CONTEÚDO E ESTRUTURA DA CULTURA O conteúdo da cultura abrange as culturas materiais que consiste nos bens, os produtos concretos, as técnicas, as construções, as normas e costumes que regularizam seu uso; e nas normas espirituais expressadas através das idéias, das crenças, do conhecimento e dos valores. Sua estrutura é composta por traços culturais, complexos culturais e padrões culturais, políticos, religiosos, recreativos, ilegais e outros. Cultura é, portanto, “o complexo de configurações mentais que, em forma de produtos do comportamento e produção material, constitui o modo principal que tem o homem de adaptar-se ao meio total, controlando-o, mudando-o, transmitindo e perpetuando os modos acumulados de fazê-lo” (2) . 6
  • 7. 1 – Tylor, apud Melville j. Herskovits, Antropologia Cultura, v.I (São Paulo, mestre Jou, 1963), p. 31. 2 – Ashley Montagu, ob. Cit., p.131 5 - PARTICIPAÇÃO, TIPOS, PROCESSOS CULTURAIS Os conhecimentos e costumes de uma cultura podem ser classificados de acordo com a participação e peculiaridades dos indivíduos. Essas peculiaridades podem ser universais, especialidade, alternativas e individuais. São baseadas nas tradições, nos costumes, idéias e hábitos conhecidos e praticados por todos os componentes do grupo; nos hábitos e idéias pertencentes somente a determinados grupos de sexo, de idade, profissionais, religiosos; podem variar amplamente e estar vinculadas à livre escolha ou nas características pessoais dos indivíduos que não são compartilhadas por outrem. As peculiaridades universais e especialidades, por serem mais estáveis formam o núcleo da cultura. A maneira de viver de um grupo social implica nas normas de comportamento e através dos padrões obrigatórios e universais, que são os usos, os costumes e as Leis. Os usos são padrões que foram estabelecidos tempos atrás, mas sofreram modificações de acordo com o tempo, como as formas de etiqueta, rotinas de trabalho, maneiras de cortejar, de vestir, a linguagem, etc. Os costumes são as normas sancionadas com rigor essenciais e importantes ao bem- estar da sociedade e aparecem como normas reguladoras de toda a cultura. Possuem um comportamento tido como desejável, apesar de restringir e limitar a conduta, como guiar um carro, cuidado e trato com as crianças, enterro dos mortos, etc. Sua não conformidade provoca desaprovação moral, são tabus, ou seja, formas de expressão e limitação da vida em grupo. Os costumes têm o mesmo esquema cultural dos usos, mas seus desvios são considerados muito mais graves. As Leis são “regras de comportamento formuladas e impostas por uma autoridade especial” (3) . As leis servem para diferentes propósitos: impor os costumes aceitos pelo grupo cultural, regular as novas situações fora dos costumes, substituem costume antigos e ineficazes, congregam os padrões reais com as idéias e valores ativos, como a monogamia, bem-estar da esposa e dos filhos, a punição do roubo, do estupro, etc. A linha de divisão entre as leis e os costumes é difícil de ser traçada, assim como os costumes podem se tornar leis, as leis também podem se tornar costumes. O crescimento, o desenvolvimento, a difusão cultural, a aculturação, a estagnação, o declínio e demora cultural são aspectos dinâmicos aos quais as culturas estão sujeitos. A mudança é qualquer alteração na cultura onde os elementos novos superam os antigos que caíram em desuso e estão relacionadas às inovações, a aceitação social, a eliminação seletiva e a integração. A difusão cultural é a “transferência culturais de uma região a outra, ou de uma parte da cultura a outra” (4) . A aculturação é a fusão de duas culturas diferentes que entrando em contato contínuo, originam mudanças nos padrões da cultura de ambos os grupos. A transmissão cultural realiza-se quando dois povos têm contato contínuo entre si. 3 – John Biesanz e Mavis Biesanz, ob. Cit, p. 58. 4 – Willian F. ogburn e Meyer F. Nimkoff, ob. Cit. P. 777 7
  • 8. A estagnação ocorre quando o povo se mantém isolados e a cultura se mantém estática, modificando-se apenas em conseqüência de ações externas. Se os elementos culturais desaparecem, temos o declínio cultural. As condições religiosas ou sociais podem ocasionar a queda de um complexo cultural. Se o crescimento no movimento total de uma cultura não se processa no mesmo ritmo, essa diferença de movimento provoca o retardo ou demora cultural. 6 - SÍMBOLOS E A CULTURA A cultura é o sistema de símbolos que uma população cria e usa para organizar-se, facilitar a interação e para regular o comportamento. Há muitos sistemas de símbolos dentre uma população, mas entre os mais importantes estão:  Os sistemas de linguagem que as pessoas usam na comunicação;  Os sistemas de tecnologias que incorporam o conhecimento sobre o dominar o meio ambiente;  Os sistemas de valores que dizem respeito aos princípios de bom e mau, de certo e errado;  Os sistemas de crença que organizam as cognições das pessoas sobre o que deveria existir e realmente existe em situações e espaços específicos;  Os sistemas normativos que dão expectativas gerais e específicas sobre como as pessoas devem se comportar em diversas situações;  Os estoques de conhecimento, que dispõem de informação implícita que as pessoas inconscientemente usam para compreender as situações. A cultura varia dentro e entre as sociedades, e essa situação geralmente leva ao conflito entre aqueles que possuem valores, crenças ou normas diferentes. Alguns conflitos permanecem no nível simbólico, mas o conflito geralmente surge o combate aberto entre as partes com crenças diferentes. Os sistemas de símbolos geralmente revelam contradições e incoerências, uma situação que pode colocar os indivíduos em conflito pessoal, e às vezes grupal. O etnocentrismo é um subproduto inevitável das diferenças culturais, com indivíduos que vêem como inferiores os símbolos culturais distintos dos seus. O etnocentrismo produz preconceitos que geralmente vêm à tona em conflitos declarados. 7 – CONCLUSÃO Conclui-se que a cultura é fator mais importante na convivência em sociedade, determinando seu modo de vida e nossas relações em sociedade. A cultura vive em constante renovação e necessitamos entender a nós mesmo e o mundo social de forma mais ampla, para que se torne cada vez mais rica e abrangente. 8
  • 9. O individuo como parte da cultura tem que buscar entendimento dos símbolos, pois é essa simbologia que nos proporciona adaptação no meio, nossa interação com os outros, nossa interpretação de vivência e nossa própria organização em sociedade. 8 - TRABALHO DE CAMPO: INSTRUMENTO DE ENTREVISTA Trata-se do testemunho escrito de um indivíduo sobre sua experiência de vida e possui cerca de dez páginas. Foram gastas aproximadamente 02 horas para alcançar o objetivo, que consiste em uma entrevista com a finalidade de se aprofundar em seus conhecimentos culturais e fazê-lo se expressar como individuo participante da sociedade sobre diversos assuntos discutidos em sala de aula referente à cultura, a sociedade e as simbologias presentes em sua vivência. 9 - ANÁLISE GERAL O entrevistado se manteve a vontade e demonstrou bastante seriedade nos assuntos abordados. Ficou claro que possui domínio da língua falada, da língua escrita, na linguagem da informática, nos conhecimentos gerais, além de permanecer em constante aprendizado, se atualizando e se aperfeiçoando. Acompanha o desenvolvimento do progresso tecnológico, com atuação constante na área de informática, internet e mídia em geral, além de conhecimentos voltados para o meio ambiente e nossas riquezas naturais. Preserva conceitos aprendidos em família e tem consciência das mudanças ocorridas. Têm opinião própria muito forte em relação à cultura, ao uso da liberdade que possui, ao progresso em geral, de sua atuação e êxito na sociedade. Dedica-se a Faculdade, aos estudos, se preocupa com o aprendizado e na sua estabilidade profissional. Possui religiosidade pouco acentuada. No momento não se relaciona afetivamente com ninguém e têm certa habilidade em assuntos como a desigualdade social, os idosos, a educação, a economia e a política no nosso país. Em relação às normas e as leis impostas pela sociedade expressou sua opinião de forma pouco confortável, mas com uma visão bem abrangente e questionadora. Dentro da intenção inicial da entrevista e pelo contexto abordado, aparentemente o entrevistado possui consciência de seu papel na sociedade, têm o conhecimento cultural absorvido de suas gerações anteriores e adquirido em conseqüência das suas mudanças cotidianas, possui domínio dos mais variados assuntos e se enquadra com facilidade nos padrões e normas estabelecidos pela nossa cultura. 10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. São Paulo: Atlas, 1986. TURNER, Jonathan. Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books, 1999. 9
  • 10. FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DA SERRA FACULDADE BATISTA DA SERRA PESQUISA DE CAMPO / ENTREVISTA: CULTURA X SOCIEDADE X SÍMBOLOS Bom dia, meu nome é Viviane Guerra, sou estudante matriculada no curso de Administração Geral da FABAVI – Faculdade Batista de Vitória e estou efetuando uma pesquisa para a disciplina Sociologia e Antropologia com a finalidade de avaliar seus conhecimentos culturais, seus valores e crenças enquanto cidadão participante da sociedade. Garantimos que todas as informações prestadas serão utilizadas somente para fins científicos e mantidas em anonimato. Para isso necessito da sua colaboração em falar um pouco da sua história de vida e responder a algumas perguntas: ENTREVISTADOR: Fale um pouco de sua vida: sua idade, local de nascimento, sua infância, residência atual, formação educacional, etc. ENTREVISTADO: 10
  • 11. ENTREVISTADOR: Você é casado, solteiro,...? Tem filhos? ENTREVISTADO: Sou solteiro, não tenho filhos e adoro essa condição (risos). ENTREVISTADOR: O que você espera para o seu futuro da sua família? ENTREVISTADO: Prosperidade, União, Saúde. Quando você possui saúde e anda no caminho certo, as portas se abrem. Se a família permanecer unida e trabalhar junta, as conquistas se tornam mais fáceis. ENTREVISTADOR: Você acredita em DEUS? Segue uma doutrina? Isso é uma opção sua ou foi estimulado pela sua família? ENTREVISTADO: Sim. Sou católico não praticante (deu uma pausa). É uma opção (outra pausa), apesar de ter recebido educação religiosa através da Igreja Católica, ainda não consigo me identificar com ela. Acredito que DEUS está em todas as coisas e habita em nós, se estiver em nosso coração, estaremos bem. ENTREVISTADOR: Acredita que a religião possa ser um fator determinante para a formação de uma pessoa? ENTREVISTADO: Acredito sim. Acho que quando você aprende os conceitos, passa a pensar mais no que é certo ou errado. Por mais que venha a desviar, sempre tentará retornar ao caminho certo. Antigamente aprendia-se religião não somente em casa com os pais, mas também nas escolas. Hoje os pais trabalham e grande parte não tem tempo ou interesse de passar esses ensinamentos aos seus filhos que crescem desprovidos de amor e respeito pelo próximo, mandamento primeiro da religião. ENTREVISTADOR: Existe alguma tradição de família que continua em prática no decorrer dos anos? ENTREVISTADO: Possuo descendência italiana, família grande que gosta de festa (ficou entusiasmado) e tudo é motivo para se unir e comemorar, aniversários, Natal, Ano Novo, Páscoa. Uma parte também possui religiosidade acentuada e freqüenta a igreja regularmente. ENTREVISTADOR: Na evolução do ser humano, as pessoas trazem consigo conceitos aprendidos em família e vão aprimorando com a vivência e as necessidades pessoais e da sociedade. O que você mantém até hoje dos ensinamentos de seus pais? ENTREVISTADO: Aprendi muitas coisas com meus pais que sempre foram de extrema importância na minha vida como a humildade, o respeito pelos mais velhos, ser cordial com as pessoas. (Pausa) Todos os conceitos que os pais consideram ser sinônimo de boa educação quando somos crianças e que utilizamos quando adultos para nos adequar as regras da sociedade. Pessoalmente me proporciona boas amizades, bons relacionamentos profissionais e me mantém ativo no meu meio. ENTREVISTADOR: Consegue fazer uma comparação entre a criação de seus pais, a sua criação e a criação das crianças e jovens na atualidade? 11
  • 12. ENTREVISTADO: Nossa!!! (suspirou), aconteceram muitas mudanças. Antigamente só o homem estudava e trabalhava, e era criado para ser o provedor da casa. Se tivesse interesse por alguma moça tinha que pedir permissão aos pais para namorar e eram vigiados constantemente. As mulheres eram criadas e permaneciam obrigatoriamente castas até se casarem e serem esposas submissas, muitas delas não estudavam, havia mais educação religiosa e às crianças quase não era permitido estarem juntos aos adultos. Os idosos eram visto com mais respeito. Na minha época já havia uma grande diferença, as mudanças fizeram com que a criação acompanhasse o progresso. O direito a escola era igual para todos, mas meninos brincavam com meninos e meninas com meninas. Havia uma liberdade controlada pelos pais em relação aos envolvimentos amorosos. As mulheres começavam a parecer com mais fluência no mercado de trabalho e o estudo educacional passou a ser para elas objeto de grande importância, os homens que já trabalhavam passaram a se especializar mais, as crianças apareciam mais em família com seus questionamentos, etc. Atualmente (risos), os jovens possuem vontade própria e uma visão meio equivocada de liberdade, os pais já não possuem tanta voz ativa, namoram quando querem e quem quer e muitas vezes os pais não ficam nem sabendo, uns estudam por achar que é obrigação enquanto outros se preocupam em aprender mais para conseguir uma melhor colocação no mercado. Existe uma diversidade muito grande nos comportamentos em família e sociedade, uns continuam seguindo os ensinamentos dos pais, outros perderam completamente o respeito pelas pessoas. È muito complexo falar sobre isso. As coisas foram acontecendo de acordo com as mudanças ocorridas no cotidiano das pessoas e com isso não existe hoje muito tempo para os pais estarem acompanhando o que acontece com os seus fora do ambiente familiar. ENTREVISTADOR: Quais mudanças ocorreram nesses valores que você considera mais importante e que afetam diretamente a vida em sociedade? ENTREVISTADO: Acho que é a falta de amor (pequena pausa), de respeito pela vida e pelas pessoas, pelos valores. Hoje filho mata os pais, pais agridem os filhos, as pessoas matam e morrem por nada ou pela crueldade de outros (outra pausa). Isso é falta de amor . ENTREVISTADOR: Você falou em valores. O que são esses valores para você? O que mudou nos valores das pessoas? ENTREVISTADO: ENTREVISTADOR: O que te traria satisfação pessoal hoje? ENTREVISTADO: Estabilidade profissional. Conseguir um emprego melhor ou passar em um concurso público. Ter a certeza de que minha vida no futuro possa ser mais tranqüila. 12
  • 13. ENTREVISTADOR: Você tem perspectivas de realizar todas? ENTREVISTADO: Perspectivas todos nós temos, mas vivemos num país estável com uma economia instável na qual o mercado de trabalho cresce e com ele o número de desempregados concorrentes. Venho me aprimorar a todo tempo, sempre pensando nisso. ENTREVISTADOR: O que considera mais importante: sorte ou oportunidade? ENTREVISTADO: Com certeza é a oportunidade, podemos nos encontrar com ela de vez em quando (risos), sorte é coisa para poucos. ENTREVISTADOR: É importante na vida saber enxergar as oportunidades? Já perdeu alguma por não conseguir identificá-la? ENTREVISTADO: Importantíssimo. Devemos estar atentos sempre, já perdi algumas oportunidades sim, todo mundo já passou por isso, perdi um emprego numa empresa pequena uma vez que se tornou bem grande depois, me arrependi bastante. Acontece (meio indignado). ENTREVISTADOR: O que você almeja para o futuro? O que gostaria que acontecesse para pudesse ter uma vivência diferente? ENTREVISTADO: Eu espero um futuro digno, onde a pessoas possam viver com harmonia, sem violência, com mais tranqüilidade e com condições adequadas para isso. ENTREVISTADOR: Tem medo de envelhecer? ENTREVISTADO: Não, de forma alguma. É mais uma etapa natural da vida. ENTREVISTADO: Qual é sua postura hoje em relação ao envelhecimento e aos idosos? ENTREVISTADO: Seria demagogia dizer que envelhecer é bom, ninguém quer. Mas acho que os idosos deveriam ser mais respeitados, mais ouvidos, mais acompanhados. Necessitam de atenção, carinho, dedicação. Possuem experiência de vida e sabedoria além do nosso conhecimento. Conseguem viver bem com as mudanças e administrar suas necessidades numa realidade em que as pessoas esquecem que vão envelhecer e que poderão se encontrar no lugar deles um dia. ENTREVISTADOR: Diga cinco coisas na qual não conseguiria viver sem. ENTREVISTADO: Minha família, minha casa, meus amigos, trabalhar e aprender sempre. ENTREVISTADOR: Diga três coisas que poderiam tornar sua vida melhor. ENTREVISTADO: Um automóvel, um bom emprego e dinheiro sobrando. ENTREVISTADOR: Quais são os critérios para o sucesso individual? ENTREVISTADO: Uma boa educação, vontade de crescer, de ser mais e fazer cada vez mais em prol de você mesmo. 13
  • 14. ENTREVISTADOR: Você está estudando? Instituição pública ou privada? ENTREVISTADO: Sim, me especializando. Privada. ENTREVISTADOR: Você acha que existe muita diferença no método de ensino? ENTREVISTADO: Existe sim, e muita. A escola pública sofre mais com essa diferença, não só no método de ensino, como na estrutura física e econômica. A diversidade de pessoas que usufruem dela também se torna um fato complicador, além da baixa remuneração dos profissionais de ensino. Recebem recursos controlados para serem aplicados no ensino e muitas vezes na alimentação para que consigam fazer que os alunos permaneçam na escola. A escola privada arrecada recursos que são aplicados cada vez mais em melhorias de estruturas, com bons profissionais, com novas metodologias, e possuem um nível mais elevado de alunos. ENTREVISTADOR: Olhando para trás, o que mudou na educação do país? Da época dos seus pais, para sua época e para a atualidade? ENTREVISTADO: A educação obteve um pequeno avanço com programas que o governo tem criado no intuito de colocar as crianças na sala de aula. Não concordo que para as crianças estarem na escola o governo tenha que pagar por isso, dar estrutura para essas crianças é uma coisa, manter os pais acomodados em sua responsabilidade é outra. Muita coisa mudou, mais ainda precisamos avançar muito. Na minha época, estudei até a 7ª série em escola pública porque meus pais não tinham condições de me colocar em uma escola melhor. Só depois fui para a particular, mas meus pais sempre acompanharam e me exigiram seriedade e boas notas. Hoje vejo como isso foi bom para minha formação, tenho certeza de que aprendi. Continuo estudando hoje por vontade própria e sou eu quem paga, o que é um estímulo maior inclusive pelas dificuldades e privações que eu passo para isso. ENTREVISTADOR: O ensino no Brasil é visto como prioridade do governo, mas na prática, isso ainda não funciona muito bem. Você acha que esse fator existe por falha do governo atuante, pela falta de interesse da sociedade ou pela desigualdade social? ENTREVISTADO: Acho que existe pela falha dos três. O governo deveria fazer valer o direito ao ensino, com profissionais mais bem remunerados e instituições mais instruídas quanto à realidade do ensino público. Enquanto o governo quer que as crianças freqüentem as escolas, as escolas estão mandando eles pra casa porque foram para a aula de chinelo (indignado) ou a calça não está de acordo com o uniforme (fiquei chocada com isso). Eles vão à escola e ela manda que eles de voltem pra casa, ficam pelas ruas até dar o horário por que se não ainda vão sofrer represálias dentro de casa, eu já vi isso (apontou o dedo para si).. A nossa sociedade não deveria ser tão hipócrita não desempenhando seu papel, fechando os olhos para isso, isso também é desigualdade social, como se não bastasse que a grande maioria tenha que optar entre estudar ou trabalhar. Se o governo diz que toda criança tem que estar na escola, a sociedade tem que cobrar para que todos tenham seu direito assistido. 14
  • 15. ENTREVISTADOR: As pessoas estão buscando cada vez mais aprimorar seus conhecimentos. Como você está se preparando atualmente para acompanhar essa demanda? ENTREVISTADO: Estudando, me especializando, lendo mais, pesquisando mais, fazendo cursos, e me mantendo atualizado junto ao mercado. ENTREVISTADOR: Conhecimento tem limites? ENTREVISTADO: Nunca. Não se pode ter limites quando se quer aprender. Conhecimento é tudo hoje em dia. ENTREVISTADOR: Você trabalha? Qual o ramo? ENTREVISTADO: Sim. No comércio, em área administrativa. ENTREVISTADOR: Fale um pouco da empresa que você trabalha. Das pessoas, do ambiente, das suas perspectivas de crescimento. ENTREVISTADO: A empresa é voltada para o comércio, venda e distribuição em geral. Possui cerca de 80 funcionários internos (administrativos e operacionais) e externos (vendedores). Como toda empresa é bastante atribulada no quesito trabalho, mas nesse caso é porque nem tudo segue normas estabelecidas, existem critérios de exceções que interferem diretamente na execução das atividades. Tem uma excelente estrutura física, muito espaço físico, bons equipamentos e máquinas, um bom rendimento financeiro, mas não investem em treinamentos e não se preocupam muito com benefícios para os funcionários. O ambiente de trabalho é saudável na medida do possível, mesmo por que em todo ambiente de trabalho existem diferenças, mas nada que seja muito anormal. Pelo fato da empresa possuir características familiares, não há muitas possibilidades de crescimento, todos os funcionários já estão adequados a suas funções e muitos já ocupam os cargos à vários anos ( um certo desânimo), o que torna as expectativas de crescimento profissional um pouco mais difícil. ENTREVISTADOR: Você demonstra certa insatisfação em relação à empresa que trabalha e a seu crescimento profissional, está fazendo algo para mudar isso? ENTREVISTADO: Não chega a ser uma insatisfação. Sempre esperamos retorno nas coisas que fazemos e às vezes tenho a impressão que lá, nada vai mudar. Estou sondado, ando namorando o mercado, mas tenho percebido que apesar das inúmeras oportunidades que aparecem, muitas exigem coisa absurdas para algumas funções sem necessidade e com uma remuneração abaixo da minha atual. Está muito difícil e a concorrência é muito grande, tanto para quem precisa trabalhar e não tem qualificação quanto para as empresa que querem contratar e não encontra os profissionais. ENTREVISTADOR: O que é necessário para alcançar o sucesso profissional? ENTREVISTADO: Conhecimento, habilidade, aperfeiçoamento, dedicação, oportunidades e acima de tudo gostar do que se faz. ENTREVISTADOR: Assiste televisão? Quais seus programas preferidos? 15
  • 16. ENTREVISTADO: Muito pouco. Jornal da Globo, Repórter Record, Domingo Espetacular, Fantástico, Documentários no FUTURA. Gosto muito de telejornais, é a única coisa que realmente prende a minha atenção. A televisão tem ficado muito fútil em sua programação, deveriam aproveitar melhor esse instrumento que é de extrema importância. ENTREVISTADOR: Lê jornal? Tem acesso a internet? ENTREVISTADO: Muito pouco, quase não tenho tempo de ler jornais. Mas internet acesso muito, faço muitas pesquisas e acompanho as notícias. Passo muito tempo na frente do computador, na minha casa, no meu trabalho que exige muito, nos meus estudos para a faculdade e para minha curiosidade (risos). ENTREVISTADOR: Como você vê a participação da mídia nas campanhas oferecidas pelo governo, seja na área da saúde, do meio ambiente, da educação? ENTREVISTADOR: É o melhor método para atingir a sociedade. A mídia colabora bastante com a divulgação dessas campanhas que são de extrema importância para o conhecimento da população em geral. Acho inclusive, que o governo deveria utilizá-la cada vez mais. É um setor muito caro que precisa ser mais aproveitado. É pena que em tempo de tanta tecnologia, ainda existam tantas pessoas sem acesso a ela. ENTREVISTADOR: O avanço da tecnologia em nível mundial te preocupa? ENTREVISTADO: Depende do tipo de avanço. Uma pesquisa para encontrar a cura para o câncer e salvar a vida de muitas pessoas, as novas tecnologias de mídia que surgem trazendo mais conhecimento para as pessoas, os novos equipamentos que favorecem o comércio e a indústria em geral, são avanços tecnológicos que de certa forma são benéficos e necessários para a população. Agora, as indústrias bélicas que fabricam armamentos cada vez mais poderosos, os países que investem seu dinheiro em armas nucleares e biológicas e outras coisas desse tipo, são tecnologias perigosas e que geram preocupações a nível mundial. ENTREVISTADOR: Como enxerga esse crescimento? Acredita que ele possui uma ação positiva ou negativa na realidade em que você vive? ENTREVISTADO: Crescimento sempre é bom se gerar desenvolvimento. Nem todo crescimento é benéfico para a população. Tem que ser muito bem estudado e planejado. Depende muito de onde acontece e por que acontece. Se esse crescimento representar maior número de empresas e empregos, será muito bom. Se gerar mais imposto, fechamento de empresas e desemprego, não será nada bom. ENTREVISTADOR: E no futuro, acha possível que tanta tecnologia possa desencadear um alto índice de desemprego ou que haverá uma corrida contra o tempo para a população se adequar a essas mudanças? ENTREVISTADO: Já estamos nesse futuro, a todo tempo inventam máquinas para substituir a mão de obra humana, mas isso não chega a ser um complicador, por que toda máquina necessita ser operada e para isso é necessário pessoas. Cada vez que um novo modelo tecnológico chega ao mercado, existe a chance de se ter um número mais complexo de comandos e funções. Para essa demanda teremos que nos 16
  • 17. aperfeiçoar e nos atualizar em apertar botões, usar teclados, acessórios ópticos, manuais, teorias, etc. ENTREVISTADOR: O Brasil vive em constante crescimento e existe uma especulação muito grande relacionada às riquezas naturais e as grandes empresas que possuem o monopólio para explorá-las. Você acha que o Brasil sabe valorizar suas riquezas naturais? ENTREVISTADO: ENTREVISTADOR: Em época que todos se preocupam como o meio ambiente, como você se relaciona com a natureza? ENTREVISTADO: Não disponho de muito tempo, mas tento fazer a coisa certa. A melhor forma de se relacionar com a natureza é tendo consciência do que ela representa em nossas vidas. Olhando para ela com mais atenção e dando a ela a importância que merece. ENTREVISTADOR: Nessa relação você acha que domina a natureza? A natureza domina você? Ou vivem em harmonia? ENTREVISTADO: Harmonia não existe, nesse caso é dominante contra dominador e vice-versa. Por mais que se façam campanhas, que gastem em publicidade e que discutam o assunto em reuniões internacionais, de nada servirá se a cultura da população em relação ao assunto não for mudada. O homem tira da natureza em forma destruição, poluição, queimadas e desmatamento. A natureza se rebela contra o homem em forma de aquecimento global, erosão, degelo da calota polar, baixa umidade do ar, etc. As pessoas têm que se conscientizar que se não cuidarem, não terão do que usufruir. ENTREVISTADOR: O que faz nas horas vagas? ENTREVISTADO: Curto a minha família, a minha casa. Passo a semana inteira fora de casa, dividido entre trabalho e estudos. Nas horas vagas quero qualidade de vida junto aos meus, necessito descansar, conversar, ter atenção e dar atenção. ENTREVISTADOR: Tem namorada? E seus amigos? ENTREVISTADO: No momento não estou me relacionando com ninguém e quanto aos meus amigos, a maioria está como eu, tempo sobrando é para família, nos falamos sempre por telefone, e-mail ou quando marcamos para estudar. Com os outros mantenho contato, mas já estão casados e vivendo em outra realidade com seus problemas familiares, voltados para sua própria vida. ENTREVISTADOR: Você não tem intenção de constituir família? 17
  • 18. ENTREVISTADO: Todo mundo têm, mas ainda não é à hora. Estou muito focado em meu investimento pessoal, meu trabalho, meus estudos, meu futuro. Preciso de liberdade para concluir tudo isso. Uma família nesse momento iria causar um retardamento nesse processo. ENTREVISTADOR: Qual é a importância da liberdade para você? ENTREVISTADO: É tudo. È a responsabilidade que tenho sobre mim mesmo de poder expressar a minha vontade, minhas ações, de fazer o que gosto e expor meus sentimentos sem que para isso seja necessária a interferência da sociedade. ENTREVISTADOR: Acha que somos livres quando contrariamos as normas da sociedade? Ou quando controlamos nossa liberdade para nos adequar a essas regras? ENTREVISTADO: (pausa para pensar) Somos livres quando fazemos o que queremos de forma correta. Não é preciso se privar de nada se tiver consciência dos seus atos, a sociedade cobra conduta, moralidade e isso nós mesmos deveríamos nos cobrar. ENTREVISTADOR: Em sua opinião a sociedade estabelece as normas deliberadamente ou são realmente importantes para uma convivência saudável? ENTREVISTADO: Acho que são muito importantes sim, mas educação vem de berço e com ela as noções de comportamento para uma convivência saudável, saber se comportar é algo que se aprender em casa, na sociedade nós aprendemos a nos adequar as situações diversas. Nossa sociedade é hipócrita demais, criam-se normas de conduta e fala-se em não fazer isso ou aquilo, mas na prática fazem julgamentos muitas vezes sem sentido, polemizam alguns assuntos desnecessariamente e não dão a importância devida ao que realmente interessa. ENTREVISTADOR: E as leis do nosso país, acha que são justas? ENTREVISTADO: Difícil falar sobre isso (pensando). As leis foram constituídas numa época que atendiam as necessidades da sociedade. Atualmente algumas ainda funcionam muito bem, outras necessitam ser revistas com certa URGENCIA para evitar a deturpação de seu sentido. Depende muito da situação em que é aplicada e por quem é aplicada. ENTREVISTADOR: E a justiça que as julga? ENTREVISTADO: Nossa!!! (pensando). A justiça tenta na medida do possível estar acatando o que diz a lei, mas existem essas deturpações que podem prejudicar bastante na decisão final. O fato mais importante e que deve ser revisto em relação à justiça é a demora no andamento dos processos, os profissionais da área que se deixam corromper pela corrupção e que não investigam devidamente as provas técnicas e não analisam devidamente a documentação. Acompanhamos alguns casos pela televisão e sabemos que a justiça só anda se for pressionada pela mídia ou se desencadear a revolta da população. A justiça é o órgão maior que deveria fazer valer os direitos da população de se sentir seguro, de não ser agredido, lesado; mas algumas vezes acaba refletindo exatamente o contrário, passando a impressão de que todos nós estamos abandonados. ENTREVISTADOR: E isso, é justo com a população? 18
  • 19. ENTREVISTADO: Não. Mas nós somos culpados por isso a partir do momento que não tomamos atitude, que não nos aprofundamos no assunto. Infelizmente existe a cultura de dizer que sempre foi assim e que nada vai mudar. Elegemos nossos representantes políticos não somente para nos garantir melhoria na educação, na habitação, no bem estar social, na segurança; mas para que também estejamos amparados pela lei. Eu ou você sozinhos, não podemos fazer nada, mas se as comunidades ou a população se unirem e pressionarem esses políticos, é bem possível que consigam levar ao Congresso Nacional a nossa indignação e a necessidade de mudanças. O grande problema hoje, é que todos se calam, somente se manifestam quando um crime hediondo aparece na mídia e chama nossa atenção a ponto de fazer com que nos sintamos ameaçados, aí demonstramos nossa revolta e acompanhamos até que a prisão do meliante seja efetuada. Muitas vezes nem ficamos sabendo se será condenado e “se” condenado, será mantida a prisão. Enfim, esquecemos e nos acomodamos. Somos vítimas do nosso próprio silêncio e isso não acontece somente em relação à justiça, mas em muitos outros setores da sociedade. Perguntar se a justiça é justa é cômodo, difícil é nos perguntarmos se estamos sendo justos com nós mesmos, não nos manifestando, não exigindo, não pressionando. ENTREVISTADOR: Nós votamos, escolhemos nosso candidato. Você acha que o candidato eleito deveria fazer mais pela população ou somos nós, os responsáveis por não cobrarmos nosso direito como cidadão? ENTREVISTADO: Nós é que somos responsáveis. O erro não está em votar em alguém que só dá as caras de quatro em quatro anos. O erro está em se contentar com sorrisos, abraços e favores antes das eleições e passar os próximos quatro anos sem cobrar as promessas de campanhas e os nossos direitos que são garantidos por lei que não são cumpridos. O político sempre vai estar lá, seja no Assembléia ou no Congresso, usufruindo o direito que lhe foi concedido de nos representar, ganhando salário exorbitante em cima do seu trabalho suado e se corrompendo ao sistema. Nossa política é um sistema obscuro, fala-se em notas curtas sobre o que deveria ser de interesse da população e dão ênfase a discussões de partidos, desavenças de políticos corruptos. Só não falam das mudanças que são necessárias para atender as necessidades da população. De uns tempos pra cá, até que estão tentando melhorar essa caricatura, mas ainda tem que acontecer muita coisa, muitas mudanças. Não somente na política, mas também na mentalidade da população. ENTREVISTADOR: Essas mudanças podem ser consideradas positivas ou negativas? ENTREVISTADO: (pensando) Depende de quem der o primeiro passo. Corre-se o risco dos políticos tomarem a iniciativa de mudanças, se comprometendo mais com a sociedade, cobrando mais do governo, exigindo a criação e o cumprimento de novas leis, tentando tornar nosso sistema mais rígido e mais justo e a população não estar preparada para se adequar a essas mudanças. 19
  • 20. A população também pode tomar a atitude de cobrar dos políticos todas essas mudanças e causar um colapso no sistema político por eles se sentirem acuados. Os políticos devem deixar a demagogia de lado, descer os degraus da sociedade, ver a real situação de vivência das pessoas e fazer valer seu poder de promover as mudanças. A população tem que se envolver e aprender mais sobre política, obter um nível maior de argumentação para defender os seus direitos. Se as mudanças serão negativas ou positivas vai depender da capacidade de entendimento de cada um. ENTREVISTADOR: Para você, qual é a importância do indivíduo na cultura? ENTREVISTADO: TODA. Quanto mais um indivíduo aprende, interage com as pessoas e participa da sociedade, mais rica fica a nossa cultura e mais destacado será o indivíduo através do conhecimento adquirido. 20