SlideShare a Scribd company logo
1 of 4
Download to read offline
A Crise de 1383-1385
A Crise de 1383–1385 foi um período de
guerra civil e anarquia na História de Portugal,
também conhecido como Interregno, uma vez
que não existia rei no poder.
A crise começou com a morte do rei
Fernando de Portugal, que não gerou herdeiros
masculinos.
Apesar de as Cortes de Coimbra terem
escolhido, em 1385, um novo rei, João I de Portugal, o rei João I
de Castela não desistiu de tentar conquistar um novo reino para si
e invadiu Portugal.
O exército castelhano era muito mais numeroso mas, mesmo
assim, foi derrotado na batalha de Aljubarrota graças à táctica
inventada naquela altura à qual deram o nome de "táctica do
quadrado".
Os exércitos portugueses foram comandados, mais uma vez,
por Nuno Álvares Pereira, nomeado por João I de
Portugal Condestável do Reino.
Em 1383, Fernando I de Portugal estava a morrer.
Do seu casamento com Leonor Teles de Menezes apenas
uma rapariga, a infanta Beatriz
de Portugal, havia sobrevivido à
infância.
O casamento dela era, por
esse motivo, uma questão
estratégica para o futuro do
reino.
Ao sabor das vicissitudes do pai nas suas guerras com
Castela (Guerras fernandinas), a infanta foi sucessivamente
prometida em casamento a dois príncipes castelhanos, a um inglês
e, de novo, a um castelhano, Fernando, filho segundo de João I de
Castela.
O casamento de Beatriz acabou por ser decidido, por
proposta de seu pai, pelo tratado de Salvaterra de Magos,
negociado em março de 1383 e posterior, portanto, ao Tratado de
Elvas (1382) que terminou a terceira guerra fernandina contra
Castela em agosto de 1382.
Pelas disposições do tratado de Salvaterra, João I de
Castela desposaria Beatriz de Portugal e o filho varão que
nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal, se
entretanto Fernando I morresse sem herdeiros.
O casamento foi celebrado logo em maio de 1383, mas era
uma solução mal vista pela maioria dos portugueses, uma vez que
poderia implicar, caso Beatriz falecesse antes de seu marido e sem
filhos, a união dinástica de Portugal e Castela e a consequente
perda da independência portuguesa.
Muitas personalidades quer da nobreza, quer da classe de
mercadores e comerciantes estavam contra esta opção, mas não se
encontravam unidos quanto à escolha alternativa.
Dois candidatos emergiram, ambos meios-irmãos bastardos
do rei moribundo:
Uma das medidas que o Mestre tomou foi nomear o jovem Nuno
Álvares fronteiro do Alentejo.
Entregou-lhe 1.000 homens para defender a região.
Enquanto se dirigia para lá, o fronteiro foi recrutanto mais
homens, num total de 1.200.
Uma força castelhana estava junto do Crato e Nuno Álvares
pretendia expulsá-la.
No dia 6 de Abril dá-se a batalha dos Atoleiros, a primeira
batalha ganha por D. Nuno.
De seguida vai conquistando algumas vilas para o partido do
Mestre.
É-lhe prometida a entrega de Vila Viçosa, mas era uma
armadilha onde foi morto o irmão Fernão Pereira.
Em Maio, o rei de Castela cerca Lisboa por terra e mar.
O acampamento é atacado por peste negra e só em 3 de
Setembro é levantado o cerco.
Durante o cerco, D. Nuno vai ao castelo de Palmela onde
manda fazer uma grande fogueira para ser vista em Lisboa.
O Mestre responde com outra fogueira no castelo de S.
Jorge.
Na Páscoa, chegaram a Portugal as tropas inglesas enviadas
em resposta ao pedido de ajuda feito por João de Avis.
Apesar de não serem um grande contingente, contavam-se à
volta de 600 homens, eram tropas na sua maioria veteranas
da Guerra dos Cem Anos, bem treinados nas tácticas de sucesso
da infantaria inglesa.
Entre o contingente inglês, encontrava-se uma divisão
de archeiros, que haviam provado o seu valor contra cargas de
cavalaria (ver batalha de Crecy, por exemplo).
Os partidários de João de Avis organizam uma reunião
das Cortes em Coimbra.
É aí que, a 6 de Abril, é aclamado João I, Rei de Portugal,
primeiro da Dinastia de Avis, afirmando a independência de
Portugal.
Num dos seus primeiros éditos reais, João I nomeia Nuno
Álvares Pereira, Condestável de Portugal.
Pouco depois o Condestável, com duzentos homens de
armas, parte dos quais sem montadas, e o rei partem para o
Minho, para o libertar em somente dois meses, graças ao apoio
dos povos, do domínio de Castela.
Em Castela, João I não desiste da conquista de Portugal,
enviando, pouco depois da aclamação de Coimbra, uma
expedição punitiva.
O resultado é a batalha de Trancoso em Maio, onde as tropas
de fidalgos da Beira, aliados de então de João I de Portugal,
obtêm uma importante vitória.
Com esta derrota, o rei de Castela resolve avançar com um
enorme exército, que vinho a preparando desde a derrota no cerco
de Lisboa, para pôr termo àquilo que considera uma rebelião.
Na segunda semana de Junho, a maioria do exército de
Castela, comandado pelo rei em pessoa, acompanhado por um
contingente de cavalaria francesa, entra em Portugal pelo Norte.
O poder dos números estava francamente do lado de
Castela: João I de Castela contava com cerca de 32.000 homens,
para os apenas 6.500 à disposição de João I de Portugal.
A coluna dirige-se imediatamente para Sul, na direção de
Lisboa e Santarém, as principais cidades do reino.
Entretanto, João I e o Condestável encontravam-se em
Alenquer. Depois de alguma discussão, conclui-se que os
castelhanos não podem levantar novo cerco a Lisboa, incapaz de
resistir a nova provação.
Como o conselho não se decidia, D. Nuno decide partir com
a sua hoste para Tomar, mandando dizer ao rei que lá o esperaria.
João I decide juntar-se ao condestável em Tomar e
interceptar o inimigo nas imediações de Leiria, perto da vila
de Aljubarrota.
A 14 de Agosto, o exército castelhano, bastante lento dado o
seu enorme contingente, encontra finalmente as tropas
portuguesas, reforçadas com o destacamento inglês.
O resultado deste encontro será a Batalha de Aljubarrota, travada
ao estilo das batalhas de Crecy e Azincourt, onde a táctica usada
permitia a pequenos exércitos resistir a grandes contingentes e
cargas de cavalaria.
O uso de fundibulários, lançadores de dardos, besteiros e
arqueiros nos flancos e de armadilhas na frente de combate para
impedir a progressão da cavalaria, face às quatrocentas lanças dos
portugueses, constituem os principais elementos.
O exército castelhano não só foi derrotado como praticamente
aniquilado.
As perdas da batalha de Aljubarrota foram de tal forma
graves que impediram Juan I de Castela de tentar nova invasão
nos anos seguintes.
Com esta vitória, João I afirma-se como rei de Portugal,
pondo um fim ao interregno e à anarquia da Crise de 1383-1385.
O reconhecimento de Castela chegaria apenas em 1411 com a
assinatura do tratado de Ayllón-Segovia.
A aliança Luso-Inglesa seria renovada em 1386 no Tratado
de Windsor e fortalecida com o casamento de João I com Filipa
de Lencastre (filha de João de Gaunt). O tratado, que, ainda em
vigor, vem a ser a mais antiga aliança do mundo, estabeleceu um.
Trabalho realizado por Carlos Rodrigo
Gonçalves Nº4 5ºA

More Related Content

What's hot (19)

Vasco Da Gama
Vasco Da GamaVasco Da Gama
Vasco Da Gama
 
Vasco da Gama - Prof. Altair Aguilar
Vasco da Gama - Prof. Altair AguilarVasco da Gama - Prof. Altair Aguilar
Vasco da Gama - Prof. Altair Aguilar
 
Vasco da gama
Vasco da gamaVasco da gama
Vasco da gama
 
Os LusiAdas (Canto Iv) 9 D
Os LusiAdas (Canto Iv)  9 DOs LusiAdas (Canto Iv)  9 D
Os LusiAdas (Canto Iv) 9 D
 
Pedro álvares cabral
Pedro álvares cabralPedro álvares cabral
Pedro álvares cabral
 
Nuno áLvares Pereira
Nuno áLvares PereiraNuno áLvares Pereira
Nuno áLvares Pereira
 
Descobridores portugueses
Descobridores portuguesesDescobridores portugueses
Descobridores portugueses
 
1241002727 trabalho de_cidadania
1241002727 trabalho de_cidadania1241002727 trabalho de_cidadania
1241002727 trabalho de_cidadania
 
20 Datas Da HistóRia De Portugal
20 Datas Da HistóRia De Portugal20 Datas Da HistóRia De Portugal
20 Datas Da HistóRia De Portugal
 
D. João II
D. João IID. João II
D. João II
 
8 Chegada à índia
8 Chegada à índia8 Chegada à índia
8 Chegada à índia
 
20 Datas Da História De Portugal
20  Datas Da  História De  Portugal20  Datas Da  História De  Portugal
20 Datas Da História De Portugal
 
Descobrimentos
DescobrimentosDescobrimentos
Descobrimentos
 
Pedro áLvares Cabral Acabado
Pedro áLvares Cabral AcabadoPedro áLvares Cabral Acabado
Pedro áLvares Cabral Acabado
 
7º Rivalidade luso castelhana Tratado de Tordesilhas
7º Rivalidade luso castelhana Tratado de Tordesilhas7º Rivalidade luso castelhana Tratado de Tordesilhas
7º Rivalidade luso castelhana Tratado de Tordesilhas
 
Chegada à índia e descoberta do brasil
Chegada à índia e descoberta do brasilChegada à índia e descoberta do brasil
Chegada à índia e descoberta do brasil
 
Descoberta Do Brazil
Descoberta Do BrazilDescoberta Do Brazil
Descoberta Do Brazil
 
Crespb descobrimento do brasil profess.amani
Crespb descobrimento do brasil profess.amaniCrespb descobrimento do brasil profess.amani
Crespb descobrimento do brasil profess.amani
 
A Expansao Portuguesa Diana Nº9 8ºD
A Expansao Portuguesa Diana Nº9 8ºDA Expansao Portuguesa Diana Nº9 8ºD
A Expansao Portuguesa Diana Nº9 8ºD
 

Viewers also liked (10)

Dinis courela 5.º a
Dinis courela   5.º aDinis courela   5.º a
Dinis courela 5.º a
 
Powerpoint tatiana 6º a escudo
Powerpoint tatiana 6º a   escudoPowerpoint tatiana 6º a   escudo
Powerpoint tatiana 6º a escudo
 
A primeira república portuguesa
A primeira república portuguesaA primeira república portuguesa
A primeira república portuguesa
 
O despotismo pombalino
O despotismo pombalinoO despotismo pombalino
O despotismo pombalino
 
1820 e o Triunfo Dos Liberais
1820 e o Triunfo Dos Liberais1820 e o Triunfo Dos Liberais
1820 e o Triunfo Dos Liberais
 
O Absolutismo
O AbsolutismoO Absolutismo
O Absolutismo
 
As causas da rev 1820
As causas da rev 1820As causas da rev 1820
As causas da rev 1820
 
As Invasões Francesas
As Invasões FrancesasAs Invasões Francesas
As Invasões Francesas
 
Friso CronolóGico
Friso CronolóGicoFriso CronolóGico
Friso CronolóGico
 
Portugal Na Segunda Metade Do Século XIX
Portugal Na Segunda Metade Do Século XIXPortugal Na Segunda Metade Do Século XIX
Portugal Na Segunda Metade Do Século XIX
 

Similar to Carlos gonçalves 5.º a

Contextualização batalha de aljubarrota
Contextualização batalha de aljubarrotaContextualização batalha de aljubarrota
Contextualização batalha de aljubarrota
Antónia Mancha
 
A Crise De 1383 1385 1
A Crise De 1383 1385 1A Crise De 1383 1385 1
A Crise De 1383 1385 1
helder33701
 
A Crise De 1383 1385
A Crise De 1383 1385A Crise De 1383 1385
A Crise De 1383 1385
guest6ebf5d0
 
Teste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumos
Teste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumosTeste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumos
Teste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumos
Acima da Média
 
D. Beatriz e a Crise de 1383-85
D. Beatriz e a Crise de 1383-85D. Beatriz e a Crise de 1383-85
D. Beatriz e a Crise de 1383-85
Carol Guedes
 
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade NacionalA Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
Hist8
 
resumo de história 5º ano
resumo de história 5º anoresumo de história 5º ano
resumo de história 5º ano
Sara Ferreira
 
Invasões Francesas em Portugal
Invasões Francesas em PortugalInvasões Francesas em Portugal
Invasões Francesas em Portugal
becresforte
 
7 arevoluode1383-85
7 arevoluode1383-857 arevoluode1383-85
7 arevoluode1383-85
R C
 
Ate a segunda dinastia
Ate a segunda dinastiaAte a segunda dinastia
Ate a segunda dinastia
Froncky
 
Até a segunda dinastia
Até a segunda dinastiaAté a segunda dinastia
Até a segunda dinastia
Froncky
 
A Revolução de 1383 / 85
A Revolução de 1383 / 85A Revolução de 1383 / 85
A Revolução de 1383 / 85
guesta5baa8
 

Similar to Carlos gonçalves 5.º a (20)

Contextualização batalha de aljubarrota
Contextualização batalha de aljubarrotaContextualização batalha de aljubarrota
Contextualização batalha de aljubarrota
 
A Crise De 1383 1385 1
A Crise De 1383 1385 1A Crise De 1383 1385 1
A Crise De 1383 1385 1
 
D. joao i História
D. joao i HistóriaD. joao i História
D. joao i História
 
As crises do século xiv
As crises do século xivAs crises do século xiv
As crises do século xiv
 
Acrisede1383 13851-090625104725-phpapp02
Acrisede1383 13851-090625104725-phpapp02Acrisede1383 13851-090625104725-phpapp02
Acrisede1383 13851-090625104725-phpapp02
 
A Crise De 1383 1385
A Crise De 1383 1385A Crise De 1383 1385
A Crise De 1383 1385
 
Teste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumos
Teste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumosTeste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumos
Teste de história 5. crise em portugal no seculo xiv resumos
 
D. Beatriz e a Crise de 1383-85
D. Beatriz e a Crise de 1383-85D. Beatriz e a Crise de 1383-85
D. Beatriz e a Crise de 1383-85
 
Crise 1383 1385
Crise 1383 1385Crise 1383 1385
Crise 1383 1385
 
Invasões francesas
Invasões francesasInvasões francesas
Invasões francesas
 
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade NacionalA Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
A Revol. 1383 E A FormaçãO Da Identidade Nacional
 
resumo de história 5º ano
resumo de história 5º anoresumo de história 5º ano
resumo de história 5º ano
 
Invasões Francesas em Portugal
Invasões Francesas em PortugalInvasões Francesas em Portugal
Invasões Francesas em Portugal
 
7 arevoluode1383-85
7 arevoluode1383-857 arevoluode1383-85
7 arevoluode1383-85
 
Historia de Portugal
Historia de PortugalHistoria de Portugal
Historia de Portugal
 
Ate a segunda dinastia
Ate a segunda dinastiaAte a segunda dinastia
Ate a segunda dinastia
 
Até a segunda dinastia
Até a segunda dinastiaAté a segunda dinastia
Até a segunda dinastia
 
História de portugal1
História de portugal1História de portugal1
História de portugal1
 
Portugal no século xiv
Portugal no século xivPortugal no século xiv
Portugal no século xiv
 
A Revolução de 1383 / 85
A Revolução de 1383 / 85A Revolução de 1383 / 85
A Revolução de 1383 / 85
 

More from vanessasequeira (7)

Pediculose
Pediculose  Pediculose
Pediculose
 
Fim da monarquia e implantação da república
Fim da monarquia e implantação da repúblicaFim da monarquia e implantação da república
Fim da monarquia e implantação da república
 
Visita de estudo a coimbra
Visita de estudo a coimbraVisita de estudo a coimbra
Visita de estudo a coimbra
 
Novo estado rute-6 i-b
Novo estado rute-6 i-bNovo estado rute-6 i-b
Novo estado rute-6 i-b
 
Fundamentação teórica carla vanessa_sequeira
Fundamentação teórica carla vanessa_sequeiraFundamentação teórica carla vanessa_sequeira
Fundamentação teórica carla vanessa_sequeira
 
Os Muçulmanos na Península Ibérica
Os Muçulmanos na Península IbéricaOs Muçulmanos na Península Ibérica
Os Muçulmanos na Península Ibérica
 
Um sonho feliz história
Um sonho feliz   históriaUm sonho feliz   história
Um sonho feliz história
 

Recently uploaded

Recently uploaded (20)

"Nós Propomos! Escola Secundária em Pedrógão Grande"
"Nós Propomos! Escola Secundária em Pedrógão Grande""Nós Propomos! Escola Secundária em Pedrógão Grande"
"Nós Propomos! Escola Secundária em Pedrógão Grande"
 
Descrever e planear atividades imersivas estruturadamente
Descrever e planear atividades imersivas estruturadamenteDescrever e planear atividades imersivas estruturadamente
Descrever e planear atividades imersivas estruturadamente
 
Unidade 4 (Texto poético) (Teste sem correção) (2).docx
Unidade 4 (Texto poético) (Teste sem correção) (2).docxUnidade 4 (Texto poético) (Teste sem correção) (2).docx
Unidade 4 (Texto poético) (Teste sem correção) (2).docx
 
Alemanha vs União Soviética - Livro de Adolf Hitler
Alemanha vs União Soviética - Livro de Adolf HitlerAlemanha vs União Soviética - Livro de Adolf Hitler
Alemanha vs União Soviética - Livro de Adolf Hitler
 
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
 
Livro infantil: A onda da raiva. pdf-crianças
Livro infantil: A onda da raiva. pdf-criançasLivro infantil: A onda da raiva. pdf-crianças
Livro infantil: A onda da raiva. pdf-crianças
 
Slides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptx
Slides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptxSlides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptx
Slides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptx
 
Abuso Sexual da Criança e do adolescente
Abuso Sexual da Criança e do adolescenteAbuso Sexual da Criança e do adolescente
Abuso Sexual da Criança e do adolescente
 
livro para educação infantil conceitos sensorial
livro para educação infantil conceitos sensoriallivro para educação infantil conceitos sensorial
livro para educação infantil conceitos sensorial
 
Campanha 18 de. Maio laranja dds.pptx
Campanha 18 de.    Maio laranja dds.pptxCampanha 18 de.    Maio laranja dds.pptx
Campanha 18 de. Maio laranja dds.pptx
 
HISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIA
HISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIAHISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIA
HISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIA
 
Apresentação sobre Robots e processos educativos
Apresentação sobre Robots e processos educativosApresentação sobre Robots e processos educativos
Apresentação sobre Robots e processos educativos
 
ROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdf
ROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdfROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdf
ROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdf
 
O que é, de facto, a Educação de Infância
O que é, de facto, a Educação de InfânciaO que é, de facto, a Educação de Infância
O que é, de facto, a Educação de Infância
 
Atividade do poema sobre mãe de mário quintana.pdf
Atividade do poema sobre mãe de mário quintana.pdfAtividade do poema sobre mãe de mário quintana.pdf
Atividade do poema sobre mãe de mário quintana.pdf
 
Geometria para 6 ano retas angulos .docx
Geometria para 6 ano retas angulos .docxGeometria para 6 ano retas angulos .docx
Geometria para 6 ano retas angulos .docx
 
CONCORDÂNCIA NOMINAL atividade ensino médio ead.pptx
CONCORDÂNCIA NOMINAL atividade ensino médio  ead.pptxCONCORDÂNCIA NOMINAL atividade ensino médio  ead.pptx
CONCORDÂNCIA NOMINAL atividade ensino médio ead.pptx
 
Meu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livro
Meu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livroMeu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livro
Meu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livro
 
Nós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º ano
Nós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º anoNós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º ano
Nós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º ano
 
Planejamento 2024 - 1º ano - Matemática 38 a 62.pdf
Planejamento 2024 - 1º ano - Matemática  38 a 62.pdfPlanejamento 2024 - 1º ano - Matemática  38 a 62.pdf
Planejamento 2024 - 1º ano - Matemática 38 a 62.pdf
 

Carlos gonçalves 5.º a

  • 1. A Crise de 1383-1385 A Crise de 1383–1385 foi um período de guerra civil e anarquia na História de Portugal, também conhecido como Interregno, uma vez que não existia rei no poder. A crise começou com a morte do rei Fernando de Portugal, que não gerou herdeiros masculinos. Apesar de as Cortes de Coimbra terem escolhido, em 1385, um novo rei, João I de Portugal, o rei João I de Castela não desistiu de tentar conquistar um novo reino para si e invadiu Portugal. O exército castelhano era muito mais numeroso mas, mesmo assim, foi derrotado na batalha de Aljubarrota graças à táctica inventada naquela altura à qual deram o nome de "táctica do quadrado". Os exércitos portugueses foram comandados, mais uma vez, por Nuno Álvares Pereira, nomeado por João I de Portugal Condestável do Reino. Em 1383, Fernando I de Portugal estava a morrer. Do seu casamento com Leonor Teles de Menezes apenas uma rapariga, a infanta Beatriz de Portugal, havia sobrevivido à infância. O casamento dela era, por esse motivo, uma questão estratégica para o futuro do reino. Ao sabor das vicissitudes do pai nas suas guerras com Castela (Guerras fernandinas), a infanta foi sucessivamente prometida em casamento a dois príncipes castelhanos, a um inglês e, de novo, a um castelhano, Fernando, filho segundo de João I de Castela. O casamento de Beatriz acabou por ser decidido, por proposta de seu pai, pelo tratado de Salvaterra de Magos, negociado em março de 1383 e posterior, portanto, ao Tratado de
  • 2. Elvas (1382) que terminou a terceira guerra fernandina contra Castela em agosto de 1382. Pelas disposições do tratado de Salvaterra, João I de Castela desposaria Beatriz de Portugal e o filho varão que nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal, se entretanto Fernando I morresse sem herdeiros. O casamento foi celebrado logo em maio de 1383, mas era uma solução mal vista pela maioria dos portugueses, uma vez que poderia implicar, caso Beatriz falecesse antes de seu marido e sem filhos, a união dinástica de Portugal e Castela e a consequente perda da independência portuguesa. Muitas personalidades quer da nobreza, quer da classe de mercadores e comerciantes estavam contra esta opção, mas não se encontravam unidos quanto à escolha alternativa. Dois candidatos emergiram, ambos meios-irmãos bastardos do rei moribundo: Uma das medidas que o Mestre tomou foi nomear o jovem Nuno Álvares fronteiro do Alentejo. Entregou-lhe 1.000 homens para defender a região. Enquanto se dirigia para lá, o fronteiro foi recrutanto mais homens, num total de 1.200. Uma força castelhana estava junto do Crato e Nuno Álvares pretendia expulsá-la. No dia 6 de Abril dá-se a batalha dos Atoleiros, a primeira batalha ganha por D. Nuno. De seguida vai conquistando algumas vilas para o partido do Mestre. É-lhe prometida a entrega de Vila Viçosa, mas era uma armadilha onde foi morto o irmão Fernão Pereira. Em Maio, o rei de Castela cerca Lisboa por terra e mar. O acampamento é atacado por peste negra e só em 3 de Setembro é levantado o cerco. Durante o cerco, D. Nuno vai ao castelo de Palmela onde manda fazer uma grande fogueira para ser vista em Lisboa. O Mestre responde com outra fogueira no castelo de S. Jorge. Na Páscoa, chegaram a Portugal as tropas inglesas enviadas em resposta ao pedido de ajuda feito por João de Avis.
  • 3. Apesar de não serem um grande contingente, contavam-se à volta de 600 homens, eram tropas na sua maioria veteranas da Guerra dos Cem Anos, bem treinados nas tácticas de sucesso da infantaria inglesa. Entre o contingente inglês, encontrava-se uma divisão de archeiros, que haviam provado o seu valor contra cargas de cavalaria (ver batalha de Crecy, por exemplo). Os partidários de João de Avis organizam uma reunião das Cortes em Coimbra. É aí que, a 6 de Abril, é aclamado João I, Rei de Portugal, primeiro da Dinastia de Avis, afirmando a independência de Portugal. Num dos seus primeiros éditos reais, João I nomeia Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal. Pouco depois o Condestável, com duzentos homens de armas, parte dos quais sem montadas, e o rei partem para o Minho, para o libertar em somente dois meses, graças ao apoio dos povos, do domínio de Castela. Em Castela, João I não desiste da conquista de Portugal, enviando, pouco depois da aclamação de Coimbra, uma expedição punitiva. O resultado é a batalha de Trancoso em Maio, onde as tropas de fidalgos da Beira, aliados de então de João I de Portugal, obtêm uma importante vitória. Com esta derrota, o rei de Castela resolve avançar com um enorme exército, que vinho a preparando desde a derrota no cerco de Lisboa, para pôr termo àquilo que considera uma rebelião. Na segunda semana de Junho, a maioria do exército de Castela, comandado pelo rei em pessoa, acompanhado por um contingente de cavalaria francesa, entra em Portugal pelo Norte. O poder dos números estava francamente do lado de Castela: João I de Castela contava com cerca de 32.000 homens, para os apenas 6.500 à disposição de João I de Portugal. A coluna dirige-se imediatamente para Sul, na direção de Lisboa e Santarém, as principais cidades do reino. Entretanto, João I e o Condestável encontravam-se em Alenquer. Depois de alguma discussão, conclui-se que os
  • 4. castelhanos não podem levantar novo cerco a Lisboa, incapaz de resistir a nova provação. Como o conselho não se decidia, D. Nuno decide partir com a sua hoste para Tomar, mandando dizer ao rei que lá o esperaria. João I decide juntar-se ao condestável em Tomar e interceptar o inimigo nas imediações de Leiria, perto da vila de Aljubarrota. A 14 de Agosto, o exército castelhano, bastante lento dado o seu enorme contingente, encontra finalmente as tropas portuguesas, reforçadas com o destacamento inglês. O resultado deste encontro será a Batalha de Aljubarrota, travada ao estilo das batalhas de Crecy e Azincourt, onde a táctica usada permitia a pequenos exércitos resistir a grandes contingentes e cargas de cavalaria. O uso de fundibulários, lançadores de dardos, besteiros e arqueiros nos flancos e de armadilhas na frente de combate para impedir a progressão da cavalaria, face às quatrocentas lanças dos portugueses, constituem os principais elementos. O exército castelhano não só foi derrotado como praticamente aniquilado. As perdas da batalha de Aljubarrota foram de tal forma graves que impediram Juan I de Castela de tentar nova invasão nos anos seguintes. Com esta vitória, João I afirma-se como rei de Portugal, pondo um fim ao interregno e à anarquia da Crise de 1383-1385. O reconhecimento de Castela chegaria apenas em 1411 com a assinatura do tratado de Ayllón-Segovia. A aliança Luso-Inglesa seria renovada em 1386 no Tratado de Windsor e fortalecida com o casamento de João I com Filipa de Lencastre (filha de João de Gaunt). O tratado, que, ainda em vigor, vem a ser a mais antiga aliança do mundo, estabeleceu um. Trabalho realizado por Carlos Rodrigo Gonçalves Nº4 5ºA