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Unidade Curricular de
Neuropsicologia
Prof. Doutora Teresa Andrade
Escola Superior de Saúde Egas
Moniz
Primeiras Intervenções com
interesse para a Neuropsicologia
Deformações Intencionais
Primeiros estudos Anatómicos
Estudos de Vesálio
Contributos de Gall
Contributos de Broca
O Caso Phineas Gage
Contributos de Egas Moniz
Conceitos Base de Fisiologia Nervosa
 Embora o Sistema Nervoso seja uma
unidade funcional, o seu estudo é por uma
questão prática dividido em duas partes:
1) Sistema Nervoso Central ( cérebro e
espinal medula) e
 2) Sistema Nervoso Periférico (fibras
nervosas não protegidas por massa óssea
que fazem a ligação entre o S.N. Central e
o resto do corpo.
Células base
 Os neurónios são geralmente constituídos por
uma célula nucleada ou corpo celular, da qual
podem sair diferentes prolongamentos.
 Entre estes prolongamentos encontramos as
dendrites (gr dendros= ramos de árvore), que
podem chegar a 200 por célula e os axónios (gr
axon= cabo), e que terminam em botões
sinápticos. Os axónios podem variar no seu
comprimento de 1mm a 1 metro, conforme o
local para onde transportam o seu estímulo.
Micro estruturas do Sistema Nervoso
Micro estruturas do Sistema Nervoso
As sinapses:
 A corrente nervosa culmina geralmente nas sinapses
químicas, já que as sinapses eléctricas são mais raras
(músculo cardíaco, músculo intestinal e retina).
 Nas sinapses químicas encontram-se envolvidos os
neurotransmissores que são produzidos no botão terminal e
armazenados em vesículas sinápticas que são, por acção da
corrente eléctrica que flui no axónio, libertadas na fenda
sináptica. Uma vez libertados são captados pela membrana
pós-sináptica de um outro neurónio, órgão ou músculo.
 Cada neurónio produz geralmente apenas um
neurotransmissor específico.
 O efeito do neurotransmissor libertado no terminal pré-
sináptico é produzir na membrana pós-sináptica uma
resposta excitatória ou inibitória do potencial de acção.
Substâncias Psicoactivas vs Neurotransmissores:
 Muitas substâncias que consumimos diariamente como o
café ou o tabaco, interferem na transmissão sináptica. Por
esse motivo dizemos que são substâncias psicoactivas.
 Estas substâncias são diferentes dos neurotransmissores
endógenos porque estes devem, para serem como tal
considerados, satisfazer pelo menos 3 critérios:
 Têm de estar presentes no interior da célula nervosa,
conjuntamente com as células responsáveis pela sua
síntese;
 Têm de se encontrar ao nível da sinapse enzimas capazes
de provocar a sua inactivação ou degradação;
 Têm de estar presentes na sinapse no momento da
activação da célula seguinte.
Locus das alterações neuropsicológicas
por substâncias psicoactivas
A Organização Macro do Sistema Nervoso:
 O Cérebro pode ser estudado de um modo major
olhando quer para as estruturas internas, quer
para o seu aspecto exterior.
 Internamente podemos considerar 4 grandes
estruturas ou divisões:
 Tronco Cerebral: constituído pela medula
oblongata, pela ponte e pelo mesencéfalo.
 Cerebelo
 Cérebro ou Telencéfalo
 Diencéfalo: constituído pelo tálamo, hipotálamo
e epitálamo ou hipófise.
Divisões Major
Os Dois Hemisférios:
 Hemisfério Direito : Controlo da parte
esquerda do corpo, percepção da música,
Reconhecimento de rostos e imagens 3D,
Imaginação e criatividade, Capacidade
Artística, globalidade
 Hemisfério Esquerdo: Controlo da parte
direita do corpo, Linguagem falada e
escrita, Raciocínio Científico, Detalhes e
partes.
O Corpo Caloso
 Em 1950 as
experiências Split
Brain de Roger
Sperry, vieram
demonstrar a
importância de
uma outra
estrutura: o corpo
caloso
O Sistema Nervoso Autónomo
Nervos craneanos
Avaliação Neurológica
Exame Neurológico e Técnicas
Complementares
Primeiro Momento de Avaliação
Acesso à História Clínica do paciente, perspectiva do
próprio e das pessoas próximas (sinais, sintomas,
acidentes, padrões e hábitos comportamentais)
Observação de aspectos relevantes tais como simetria
facial, lateralidade dominante, gestos dominantes, rigidez
postural, expressão verbal e não verbal…
Breve avaliação de aspectos da memória, orientação
espácio-temporal, funcionamento motor, cognitivo e
linguístico ( Provas de Testes Globais e MMS)
Exame Breve do Estado Mental (Mini Mental State
Examination)
 Perguntar: Qual é a época e a data em que nos encontramos (Ano,
estação, data, dia da semana, mês)?
 Perguntar: Onde é que nos encontramos agora (país, cidade, local
especifico da cidade, nome do hospital , piso ou serviço)?
 Pedir para nomear três objectos visualizados ( árvore, pente e mesa).
 Pedir para soletrar a palavra Mundo ao contrário.
 Pedir para dizer de novo os três objectos que nomeou há pouco
 Mostrar ao paciente um lápis e um relógio e pedir-lhe para os nomear.
 Pedir ao paciente para repetir esta frase: “Nem sins, nem nãos, nem ses”.
 Pedir ao paciente para efectuar uma ordem em três fases: “ agarre nesta
folha de papel com a sua mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no
chão”
 Mostrar ao paciente um cartão com a seguinte frase “feche os olhos” e
pedir-lhe para efectuar o que lhe é pedido no cartão.
 Pedir ao paciente para escrever uma frase qualquer em papel, depois de
lhe fornecer lápis e caneta.
 Mostrar ao paciente um cartão com uma figura geométrica e pedir-lhe que
a copie em papel.
Segundo Momento de Avaliação
 Segundo Momento:
Corresponde a uma avaliação
física utilizando:
Fita métrica Estetoscópio,
Otoscópio, Diapasão,
Lanterna, Cotonetes,
Espátulas de Madeira,
Martelinho, Café, Sal e
Açúcar, Tubos de plástico,
Alfinetes, Moedas, Chaves
e Esfignomanómetro.
Terceiro Momento de Avaliação
 Avaliação cuidadosa
da integridade dos
nervos cranianos para
explorar áreas de
potencial lesão
Técnicas auxiliares de Diagnóstico
 Electroencefalograma:
Permite obter
amostras da
actividade eléctrica
que decorre no córtex
cerebral, através de
eléctrodos colocados
de forma standard no
crânio. As flutuações
eléctricas são
amplificadas e
transcritas em papel
por um polígrafo
Padrões Dominantes de Ondas
Cerebrais
Onda Alfa: De 8 a 13 C/s. EmOnda Alfa: De 8 a 13 C/s. Em
situação de relaxamento com olhossituação de relaxamento com olhos
fechadosfechados
Onda Beta: De 14 a 30 C/s. EmOnda Beta: De 14 a 30 C/s. Em
Actividades Físicas e Mentais emActividades Físicas e Mentais em
alertaalerta
Onda Teta: De 5 a 7 C/s. EmOnda Teta: De 5 a 7 C/s. Em
Crianças e Adolescentes e emCrianças e Adolescentes e em
pessoas que fazem meditaçãopessoas que fazem meditação
Onda Delta: De 0,5 a 4 C/s.Onda Delta: De 0,5 a 4 C/s.
Sono ProfundoSono Profundo
Outras ondas
Onda Gama: De 36 a 44 C/s.Onda Gama: De 36 a 44 C/s.
Elevados níveis deElevados níveis de
concentraçãoconcentração
Onda Kapa: 10 C/s. Encontradas em algumas pessoas a pensarOnda Kapa: 10 C/s. Encontradas em algumas pessoas a pensar
de olhos abertosde olhos abertos
Onda Lambda: Ondas triangulares como resposta a estimulosOnda Lambda: Ondas triangulares como resposta a estimulos
visuaisvisuais
Onda Mi: Onda entre os 9 e os 11 C/s sobre o sulco de rolandoOnda Mi: Onda entre os 9 e os 11 C/s sobre o sulco de rolando
Ondas fusiformes de Sono: com uma frequência de 12 a 14 C/sOndas fusiformes de Sono: com uma frequência de 12 a 14 C/s
Complexos K: Ondas fusiformes provocadas pela audição deComplexos K: Ondas fusiformes provocadas pela audição de
ruídos fortes durante o sonoruídos fortes durante o sono
Padrões de Sono e EEG
Angiografia
 Utilizada para ajudar a
diagnosticar doenças
como o enfarte do
miocárdio, placas
ateroescleróticas
calcificadas ou AVC
 Uma tintura ou meio
de contraste, pode ser
injectada numa artéria
ou veia introduzida
num cateter inserido
numa artéria
periférica e empurrada
através do vaso até
ser colocada no local
pretendido.
Angiografia
 A angiografia das carótidas, às vezes, é levada a
cabo quando o paciente sofre de ataques de
isquémia passageiros para ver se há uma
obstrução ou estreitamento substancial numa das
artérias carótidas.
 A angiografia cerebral é usada para a presença
de um aneurisma no cérebro ou para ajudar a
visualizar um tumor cerebral antes da cirurgia.
 Uma angiografia das artérias coronárias,
combinada frequentemente com a cateterização
cardíaca, é usada para identificar os lugares
estreitos ou obstruções nas artérias.
Tomografia Axial Computorizada
 Tem por base a radiografia
tradicional e permite analisar
com grande detalhe várias
“fatias” cerebrais.
 Vários feixes de raios X são
apontados circularmente e
posteriormente fornecem uma
imagem tridimensional do
cérebro
 Técnica rápida, segura e
precisa (cerca de 25
minutos), sem contra
indicações graves
 Preciso na detecção de
tumores, AVC, Traumas,
atrofias e intrusões
Tomografia Axial Computorizada
Imagiologia por Ressonância Magnética
 Como grande vantagem
apresenta o facto de não
usar raios X e de ter uma
melhor resolução de
imagem.
 Utiliza átomos de
hidrogénio que se
comportam como
magnetos que são
atraídos por compostos
semelhantes.
 Permite para além do corte
axial também o corte
sagital e frontal
Imagiologia por Ressonância Magnética
 É a técnica mais
sensível para a
detecção de lesões
cerebrais
 Levanta alguns
problemas do ponto
de vista da segurança
devido à sua natureza
magnética ( ex.:
pacemakers, próteses
metálicas, aparelhos
dentários ou auditivos,
piercings…)
Imagiologia por Ressonância magnética
 A duração de um
exame de MRI pode
demorar entre 1 a
várias horas tornando
o seu uso difícil em
determinados
pacientes
 A sua maior vantagem
é permitir uma
verdadeira análise
química das funções
cerebrais
Tomografia por Emissão de Positrões
 Nesta técnica, é injectada
uma forma de glucose
radioactiva que
posteriormente é
metabolizada pelo cérebro,
deixando o traço de
radioactividade que é
depois captado em
imagem
 Procura medir o grau de
actividade metabólica em
diferentes regiões
cerebrais através do grau
de consumo de glucose
Tomografia por Emissão de Positrões
 A TEP possui duas grandes
áreas de aplicação: 1) o
acesso às funções
metabólicas do cérebro e
2) a medição do grau de
actividade neuronal.
 Para medir o grau de
actividade neuronal
associa-se a glicose
radioactiva a um
psicofármaco conhecido e
assim detectamos os
centros onde actua (ex.:
núcleos dopaminérgicos )
Tomografia Computorizada por
Emissão de Monofotões
 Tecnologia com
características
semelhantes à TAC e
à PET, que ao invés de
detectar radiação X
detecta raios gama
emitidos durante mais
tempo e portanto mais
fáceis de captar.
 Permite gerar imagens
tridimensionais do
cérebro
Magnetoencefalografia
 Esta Técnica resulta de um
aperfeiçoamento
significativo do EEG e gera
correntes magnéticas
exteriormente ao cérebro
permitindo aceder a áreas
específicas que o EEG não
alcança.
 Está associado a um
programa informático que
permite detectar com
precisão alterações
patológicas da corrente
eléctrica cerebral e ser
usada como meio
complementar da RMI
Tumores Cerebrais
A Memória
 A Memória é o aspecto
central na definição do
tempo humano e na
organização desse
mesmo tempo
 As queixas
englobando Memória e
Atenção são as mais
comuns no âmbito da
Neurologia
Teorias em torno da memória
 Teoria da Reconstrução Activa:
A Memória não é o mero reviver de situações já
ocorridas, mas um processo de reconstrução
activa a partir de alguns elementos nucleares
armazenados.
À medida que o tempo passa vão-se perdendo
detalhes e a reconstrução é feita tendo por base
elementos compatíveis com a experiência mas
errados
Teoria dos dois tipos de Memória
 Broadbent propôs a existência de uma
Memória a Curto Prazo e de uma Memória
a Longo Prazo, Teoria que ganhou
consistência após a descrição do caso H.M.
 Uma experiência foi feita pedindo a
estudantes que repetissem 24 sequências
de 9 dígitos. De três em três sequências
era repetida a mesma sequência.
Demonstrou-se a aprendizagem por
repetição
Teorias de Memória
 A Memória a curto –Prazo
para Hebb corresponde a
um processo activo de
duração limitada enquanto
que a Memória a longo
Prazo envolve uma real
alteração de estruturas
Quanto maior o número de
repetições maior a
probabilidade de uma
memória ficar consolidada
e tornar-se uma memória
a longo prazo.
Memória Declarativa e Procedimental
 Uma outra designação para os diferentes
tipos de memória surge do termos ou não
consciência da memória formada.
 A memória declarativa deriva da formação
de novas memórias às quais temos acesso
consciente
 Mas mesmo quando não nos lembramos
podemos ter formado memórias que se
revelam no nosso melhor ou pior
desempenho, sem que para tal
necessitemos de ter consciência
A Memória e o Cérebro
 Existem três termos para descrever diferentes
tipos de perdas de memória:
 1) Amnésia: perda total ou parcial de memória,
 2) Amnésia Retrógrada: dificuldade ou
incapacidade para recordar eventos anteriores ao
início da amnésia, e
 3) Amnésia Anterógrada: dificuldade ou
incapacidade em recordar ou formar novas
memórias posteriormente ao início da amnésia
 As doenças ou situações mais associadas a perda
de memória são: traumatismos cranianos, AVC,
infecções virais do cérebro, , doenças
degenerativas do tipo Alzheimer, demência de
Korsakoff.
 Os procedimentos envolvendo neurocirurgia,
sobretudo para o controlo da epilepsia de grande
mal, também acarretam muitas vezes perdas
definitivas de memória, bem como a terapia
electroconvulsiva.
Áreas Cerebrais e Perda de Memória
 Na memória a Curto
Prazo parecem ser
sobretudo as
estruturas corticais a
desempenhar a maior
parte das funções
envolvidas no
processamento e
retenção
Áreas Cerebrais e Perda de Memória
Nas Memórias a longo
Prazo são sobretudo as
áreas do lobo temporal,
diencéfalo, amígdala e
hipocampo as envolvidas
Lesões no temporal dto
diminuem a memória não
verbal (rostos, melodias…)
e no temporal esquerdo a
memória de material
verbal (histórias, palavras,
números). Por vezes,
lesões no lobo frontal
afectam a organização
mnésica do tempo
Amnésia Diencefálica
 Acontece em duas
situações específicas:
pacientes com lesões
focais na zona média
do tálamo e
 pacientes com
demência ou síndrome
de Korsakoff
 Compreende seis
sintomas base:
 Amnésia Anterógrada
 Amnésia retrógrada
extensa
 Confabulação
 Conversação pobre
 Ausência de consciência do
problema
 Apatia
 Pode no caso da Dem
Korsakoff ser revertida
com vit B1 e acompanhada
por atrofia dos lobos
frontais em 80% dos casos
O Caso H.M
 Em 1953 Scotville realizou uma cirurgia
de hipocampectomia bilateral num
paciente com um caso severo de epilepsia
de grande mal
 Apesar de ter melhorado das suas crises
este paciente ficou com danos extensos e
permanentes ao nível da sua memória
 H.M, foi então estudado durante 3
décadas por Brenda Milner
Caso H.M
Caso H.M
 A memória anterior à intervenção ficou
bem preservada
 Veste-se e cuida-se sem diferença visível
 É educado e socialmente adaptado
 A compreensão e produção da linguagem
é normal
 Compreende material verbal complexo e
mesmo anedotas
Caso H.M
 Incapacidade para lembrar qualquer
informação ou evento ocorrido depois da
cirurgia (ex: volta sempre à casa antiga
mesmo decorridos 10 anos de mudança)
 Não reage ao condicionamento clássico,
nem a choques ministrados
 Não reconhece estados internos (fome,
fadiga, dor, frio)
 Esquece tudo num período de dois
minutos
A amnésia retrógrada de H.M.
0
10
20
30
40
50
60
70
1940s 1950s 1960s 1970s
-
%Correctas
Reconhecimento de caras famosas
por década
H.M.
Controlo
Domínios Intactos da Memória
A memória a curto-prazo
para dígitos é normal em
H.M.
A memória procedimental
esté igualmente intacta
Caso R.B.
Caso R.B
 Após um acidente isquémico decorrente de
um bypass coronário, R.B. apresentou
uma severa amnésia anterógrada e uma
moderada amnésia retrógrada reportando-
se aos dois anos anteriores ao bypass.
 Após a sua morte a autópsia revelou uma
lesão bilateral circunscrita à zona CA1 do
hipocampo.
Caso E. P
Infecção por Herpes Simplex com consequente
destruição bilateral do hipocampo.
Consequência mais grave: amnésia anterógrada e
amnésia retrógrada
Apresenta um QI normal, bom relacionamento
interpessoal e boa capacidade de comunicação
Mantém-se em apoio permanente e para ele existe
apenas o momento em que está
Dia a Dia
EP mantém rotinas muito controladas mas pode
tomar 3 pequenos almoços sem noção de o ter
feito
Anda sempre com uma pulseira onde se explica a
sua condição para o caso de se perder e para ele
próprio se lembrar do que se passa com ele, uma
vez que não tem consciência de ter perda de
memória.
Se não tiver relógio nunca sabe em que altura do
dia se encontra.
Não sabe a idade que tem.
Apresenta indícios de memória procedimental
(ex: para onde vira, num caminho que realizou
várias vezes)
Estratégias
Aprendeu um caminho que passou a realizar
com regularidade
Apanha e trás para casa muitos objectos que
encontra por não saber se eram ou não seus
(ex: carteiras, chaves, etc) e não sabe explicar
como os encontrou ou onde.
Também aprendeu intuitivamente a reconhecer
as pessoas com quem fala todos os dias.
Sindrome de Savant e Hipermnésia
 Sindrome de Savant
Os portadores de Síndrome de Savant possuem
uma memória extraordinária – são capazes de
decorar livros inteiros depois de uma única leitura
ou tocar uma música com perfeição após a
primeira audição. No entanto eles possuem ao
mesmo tempo sérios défices de desenvolvimento,
como uma grande dificuldade para falar e se
relacionar socialmente
Caso S. e Caso Peek
Casos Savant
Keem Peek: o cientista de 53 anos de idade, que foi a base para o
personagem de Dustin Hoffman em "Rain Man", diz ter
memorizado cada página dos livros dos 9000 que já leu além de
ler em média 8 a 12 segundos por página (com cada olho lendo
uma página diferente de forma independente), mas essa
reivindicação não foi testada com rigor científico.
Outro cientista, Stephen Wiltshire, tem sido chamado de "câmara
humana" por sua habilidade para criar desenhos de uma cena,
depois de olhar para ela durante apenas alguns segundos.
Hipermnésias
 Hipermnésia

Hipermnésia refere-se a uma capacidade excessiva de
memorizar. Existem vários casos de indivíduos que
conseguem recordar com exactidão o que almoçaram há
muitos meses e a que horas, bem como decorar uma lista
extensíssima de algarismos e depois ditá-la.
 Na hipermnésia não existe um verdadeiro aumento da
memória mas antes uma maior facilidade na evocação dos
elementos mnésicos, normalmente limitados a períodos
específicos ou a eventualidades específicas ou, ainda, a
experiências revestidas de forte carga afectiva.
Estudos Humanos das Emoções
 Grande parte dos estudos
realizados em seres
humanos têm por base o
estudo da expressão facial.
 A expressão facial é
considerada um dos
aspectos mais salientes
para perceber as
alterações emocionais nas
pessoas
 Os estudos mais
abrangentes alguma vez
conduzidos nesta área
devem-se a Paul Ekman
O Trabalho de Paul Ekman
 Este autor demonstrou a existência de
aspectos universais nas expressões faciais
espontâneas e representadas que eram
extensíveis a culturas muito diferentes por
todo o mundo.
 As expressões universalmente
reconhecidas são seis: medo, raiva,
repulsa, tristeza, alegria e surpresa.
Alguns estudos apontam para a existência
de uma sétima expressão que seria o
contentamento
Os primeiros estudos
 Um estudo pioneiro nesta área foi o de
Duchenne, um anatomista francês que foi o
primeiro a postular que eram os movimentos dos
músculos faciais os responsáveis pela produção
de expressões emocionais especificas
 Os seus métodos passavam pela estimulação
eléctrica de vários grupos musculares seguidos de
fotografia. O resultado desta investigação foi um
mapeamento detalhado da musculatura facial e
das diferentes expressões emocionais produzidas.
As experiências de Duchenne
Estudo do Sorriso
 Embora o sorriso pareça
remeter apenas para a
expressão de uma das
emoções básicas , vários
estudos parecem
demonstrar que o sorriso
se liga a muitas outras
variantes sinalizadoras de
estados internos e que
inclusive detemos
marcadores específicos
para identificar “sorrisos
verdadeiros”
Estudos do Sorriso
 Ekman estudou e gravou os sorrisos de
enfermeiras quando mentiam ou diziam a
verdade acerca de um filme que tinham visto.
 Verificou que nos sorrisos que mentiam havia
uma inclinação do arco zigmático mais próxima
da que acompanha a manifestação de emoções
negativas.
 Verificou também diferenças significativas em
sorrisos que ocorrem em situações embaraçosas,
de compaixão, de ouvinte, de submissão social ,
entre outras.
Expressão Emocional em situações de
deficiência
 Vários estudos muito interessantes
demonstraram que crianças cegas e
surdas de nascença apresentam
precisamente a mesma gama de variações
nas suas expressões faciais que qualquer
outra criança sem estas restrições.
Salientam-se nesta área os estudos de
Jane Thompson com crianças vítimas dos
efeitos da Talidomida durante a gravidez.
Os olhos
 Especificamente no
rosto têm sido muito
estudados os olhos,
sobretudo no que
concerne o contacto
visual e a dilatação
pupilar (pupilometria)
 O tamanho da pupila
pode ser afectado por
múltiplos factores
comportamentais e
emocionais
Experiências realizadas
Invariantes
 Heckard Hess verificou
que o tamanho das
pupilas aumenta em
função do interesse
que os estímulos nos
suscitam
 Demonstrou também
que tendemos a
considerar mais
agradáveis as imagens
de pessoas com
pupilas mais dilatadas
Reabilitação Neuropsicológica
 Processo de
avaliação e
intervenção que
pretende
recuperar,
maximizar ou
tornar viável algum
grau de autonomia
em meio
controlado ( com
apoio de terceiros)
Casos Estudados
 Caso Jack:
 Amnésia anterógrada
provocada por anóxia
devida a
envenenamento por
monóxido de carbono
 e por crises
epileptiformes graves
na sequência de
ressuscitação após 20
minutos inconsciente
 Aparência cuidada e
modos agradáveis
 Queixas gerais: Nunca
se lembra onde
estaciona o carro,
marca vários
encontros com amigos
ao mesmo tempo e
em lugares diferentes,
Nunca se lembra em
que é que gastou o
seu dinheiro
Passos para a reabilitação
 Aceder aos níveis
base de Atenção,
Pensamento e
Concentração, de
forma a
diagnosticas as
suas forças e
fraquezas e assim
estruturar uma
intervenção
 Fazer com ajuda de
terceiros um
registo
sistematizado das
principais falhas
em casa, de modo
a identificar a
gravidade da perda
mnésica
Avaliação formal Neuropsicológica
 Avaliação Emocional,
Comportamental e
Neuropsicolológica
 Uso de Baterias
apropriadas ( Rey,TAT;
WAIS, Escala Rivermed
de memória
comportamental,
Entrevista
Autobiográfica (Infância,
Adolescência e vida
adulta, ano anterior,
semana passada)
Ratios de Memória Global
(pág 30 do caso Jack)
Diários semanais de
memória (págs 31 a 34)
Estratégias de Coping
mnésicas utilizadas
regularmente (pág 35)
Escala comparativa de
funcionamento (antes e
após a anóxia) e das
principais dificuldades
apresentadas agora
Conclusões base para o início da
Reabilitação
 As principais
alterações para pior
constatadas depois da
anóxia são: 1)
Lembrar-se dos
nomes de pessoas que
só viu 1 ou 2 vezes, 2)
Lembrar-se onde
colocou uma coisa, 3)
Lembrar-se de algo
que lhe foi dito, lhe
contaram ou do que
leu
 Ao longo da semana o
mais identificado foi:
1)Esquecer-se do que
é dito a meio de uma
conversa telefónica, 2)
Não saber nunca onde
deixou o carro,
3)Marcar várias coisas
ao mesmo tempo se
não usar agenda,4)
Esquecer-se de coisas
combinadas e de onde
gasta o dinheiro
Tratamento Prescrito
 Reabilitação
Mnésica 1h semana
individualmente e
2h semana em
grupo com várias
pessoas com lesões
afectando a
memória de forma
semelhante
 Foco nas principais
dificuldades
identificadas e
desenvolvimento
de mneumónicas e
placement
 (ex moedas , locais
e frases )
 “ Penny Bookshelf”
Em casa
 Reorganização de
espaço, limpar
gavetas e espaços
visíveis e etiquetá-los
para Jack se lembrar
que deve colocar as
suas coisas em locais
específicos e sempre
no mesmo local
 Antes de pousar
alguma coisa fazer
pausa e olhar à volta
tinha de fazer uma
pausa, procurar as
etiquetas e só depois
arrumar (12 semanas
de treino hospitalar e
diário em casa e
começou a melhorar)
Agendas em casa e no
bolso
Quadro de Actividades
Diárias
No parque de estacionamento
 Para resolver a
dificuldade em
lembrar-se de onde
estacionou o carro,
 Durante várias
semanas foram
escolhidos carros
aleatórios em 6
parques e Jack
tinha de encontrar
 3 pistas periféricas
 Um bloco de notas
acompanhava-o
sempre
 Como a memória
visual estava mais
preservada isto foi
bastante útil
Estrutura Final do Processo de
Reabilitação
 Jack usa pistas
visuais especificas
para se lembrar
das coisas que tem
para fazer.
 Anda sempre com
agendas onde
coloca
antecipadamente
um plano das suas
acções
 Usa filmes como
meio de se
recordar de
aspectos
específicos do
passado, uma vez
que a memória
visual não está
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Slides de Apoio para a Unidade Curricular de Neuropsicologia

  • 1. Slides de Apoio para a Unidade Curricular de Neuropsicologia Prof. Doutora Teresa Andrade Escola Superior de Saúde Egas Moniz
  • 2. Primeiras Intervenções com interesse para a Neuropsicologia
  • 10. Conceitos Base de Fisiologia Nervosa  Embora o Sistema Nervoso seja uma unidade funcional, o seu estudo é por uma questão prática dividido em duas partes: 1) Sistema Nervoso Central ( cérebro e espinal medula) e  2) Sistema Nervoso Periférico (fibras nervosas não protegidas por massa óssea que fazem a ligação entre o S.N. Central e o resto do corpo.
  • 11. Células base  Os neurónios são geralmente constituídos por uma célula nucleada ou corpo celular, da qual podem sair diferentes prolongamentos.  Entre estes prolongamentos encontramos as dendrites (gr dendros= ramos de árvore), que podem chegar a 200 por célula e os axónios (gr axon= cabo), e que terminam em botões sinápticos. Os axónios podem variar no seu comprimento de 1mm a 1 metro, conforme o local para onde transportam o seu estímulo.
  • 12. Micro estruturas do Sistema Nervoso
  • 13. Micro estruturas do Sistema Nervoso
  • 14. As sinapses:  A corrente nervosa culmina geralmente nas sinapses químicas, já que as sinapses eléctricas são mais raras (músculo cardíaco, músculo intestinal e retina).  Nas sinapses químicas encontram-se envolvidos os neurotransmissores que são produzidos no botão terminal e armazenados em vesículas sinápticas que são, por acção da corrente eléctrica que flui no axónio, libertadas na fenda sináptica. Uma vez libertados são captados pela membrana pós-sináptica de um outro neurónio, órgão ou músculo.  Cada neurónio produz geralmente apenas um neurotransmissor específico.  O efeito do neurotransmissor libertado no terminal pré- sináptico é produzir na membrana pós-sináptica uma resposta excitatória ou inibitória do potencial de acção.
  • 15.
  • 16. Substâncias Psicoactivas vs Neurotransmissores:  Muitas substâncias que consumimos diariamente como o café ou o tabaco, interferem na transmissão sináptica. Por esse motivo dizemos que são substâncias psicoactivas.  Estas substâncias são diferentes dos neurotransmissores endógenos porque estes devem, para serem como tal considerados, satisfazer pelo menos 3 critérios:  Têm de estar presentes no interior da célula nervosa, conjuntamente com as células responsáveis pela sua síntese;  Têm de se encontrar ao nível da sinapse enzimas capazes de provocar a sua inactivação ou degradação;  Têm de estar presentes na sinapse no momento da activação da célula seguinte.
  • 17. Locus das alterações neuropsicológicas por substâncias psicoactivas
  • 18.
  • 19.
  • 20. A Organização Macro do Sistema Nervoso:  O Cérebro pode ser estudado de um modo major olhando quer para as estruturas internas, quer para o seu aspecto exterior.  Internamente podemos considerar 4 grandes estruturas ou divisões:  Tronco Cerebral: constituído pela medula oblongata, pela ponte e pelo mesencéfalo.  Cerebelo  Cérebro ou Telencéfalo  Diencéfalo: constituído pelo tálamo, hipotálamo e epitálamo ou hipófise.
  • 22.
  • 23.
  • 24. Os Dois Hemisférios:  Hemisfério Direito : Controlo da parte esquerda do corpo, percepção da música, Reconhecimento de rostos e imagens 3D, Imaginação e criatividade, Capacidade Artística, globalidade  Hemisfério Esquerdo: Controlo da parte direita do corpo, Linguagem falada e escrita, Raciocínio Científico, Detalhes e partes.
  • 25. O Corpo Caloso  Em 1950 as experiências Split Brain de Roger Sperry, vieram demonstrar a importância de uma outra estrutura: o corpo caloso
  • 26. O Sistema Nervoso Autónomo
  • 28. Avaliação Neurológica Exame Neurológico e Técnicas Complementares
  • 29. Primeiro Momento de Avaliação Acesso à História Clínica do paciente, perspectiva do próprio e das pessoas próximas (sinais, sintomas, acidentes, padrões e hábitos comportamentais) Observação de aspectos relevantes tais como simetria facial, lateralidade dominante, gestos dominantes, rigidez postural, expressão verbal e não verbal… Breve avaliação de aspectos da memória, orientação espácio-temporal, funcionamento motor, cognitivo e linguístico ( Provas de Testes Globais e MMS)
  • 30. Exame Breve do Estado Mental (Mini Mental State Examination)  Perguntar: Qual é a época e a data em que nos encontramos (Ano, estação, data, dia da semana, mês)?  Perguntar: Onde é que nos encontramos agora (país, cidade, local especifico da cidade, nome do hospital , piso ou serviço)?  Pedir para nomear três objectos visualizados ( árvore, pente e mesa).  Pedir para soletrar a palavra Mundo ao contrário.  Pedir para dizer de novo os três objectos que nomeou há pouco  Mostrar ao paciente um lápis e um relógio e pedir-lhe para os nomear.  Pedir ao paciente para repetir esta frase: “Nem sins, nem nãos, nem ses”.  Pedir ao paciente para efectuar uma ordem em três fases: “ agarre nesta folha de papel com a sua mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no chão”  Mostrar ao paciente um cartão com a seguinte frase “feche os olhos” e pedir-lhe para efectuar o que lhe é pedido no cartão.  Pedir ao paciente para escrever uma frase qualquer em papel, depois de lhe fornecer lápis e caneta.  Mostrar ao paciente um cartão com uma figura geométrica e pedir-lhe que a copie em papel.
  • 31. Segundo Momento de Avaliação  Segundo Momento: Corresponde a uma avaliação física utilizando: Fita métrica Estetoscópio, Otoscópio, Diapasão, Lanterna, Cotonetes, Espátulas de Madeira, Martelinho, Café, Sal e Açúcar, Tubos de plástico, Alfinetes, Moedas, Chaves e Esfignomanómetro.
  • 32. Terceiro Momento de Avaliação  Avaliação cuidadosa da integridade dos nervos cranianos para explorar áreas de potencial lesão
  • 33. Técnicas auxiliares de Diagnóstico  Electroencefalograma: Permite obter amostras da actividade eléctrica que decorre no córtex cerebral, através de eléctrodos colocados de forma standard no crânio. As flutuações eléctricas são amplificadas e transcritas em papel por um polígrafo
  • 34. Padrões Dominantes de Ondas Cerebrais Onda Alfa: De 8 a 13 C/s. EmOnda Alfa: De 8 a 13 C/s. Em situação de relaxamento com olhossituação de relaxamento com olhos fechadosfechados Onda Beta: De 14 a 30 C/s. EmOnda Beta: De 14 a 30 C/s. Em Actividades Físicas e Mentais emActividades Físicas e Mentais em alertaalerta Onda Teta: De 5 a 7 C/s. EmOnda Teta: De 5 a 7 C/s. Em Crianças e Adolescentes e emCrianças e Adolescentes e em pessoas que fazem meditaçãopessoas que fazem meditação Onda Delta: De 0,5 a 4 C/s.Onda Delta: De 0,5 a 4 C/s. Sono ProfundoSono Profundo
  • 35. Outras ondas Onda Gama: De 36 a 44 C/s.Onda Gama: De 36 a 44 C/s. Elevados níveis deElevados níveis de concentraçãoconcentração Onda Kapa: 10 C/s. Encontradas em algumas pessoas a pensarOnda Kapa: 10 C/s. Encontradas em algumas pessoas a pensar de olhos abertosde olhos abertos Onda Lambda: Ondas triangulares como resposta a estimulosOnda Lambda: Ondas triangulares como resposta a estimulos visuaisvisuais Onda Mi: Onda entre os 9 e os 11 C/s sobre o sulco de rolandoOnda Mi: Onda entre os 9 e os 11 C/s sobre o sulco de rolando Ondas fusiformes de Sono: com uma frequência de 12 a 14 C/sOndas fusiformes de Sono: com uma frequência de 12 a 14 C/s Complexos K: Ondas fusiformes provocadas pela audição deComplexos K: Ondas fusiformes provocadas pela audição de ruídos fortes durante o sonoruídos fortes durante o sono
  • 37. Angiografia  Utilizada para ajudar a diagnosticar doenças como o enfarte do miocárdio, placas ateroescleróticas calcificadas ou AVC  Uma tintura ou meio de contraste, pode ser injectada numa artéria ou veia introduzida num cateter inserido numa artéria periférica e empurrada através do vaso até ser colocada no local pretendido.
  • 38. Angiografia  A angiografia das carótidas, às vezes, é levada a cabo quando o paciente sofre de ataques de isquémia passageiros para ver se há uma obstrução ou estreitamento substancial numa das artérias carótidas.  A angiografia cerebral é usada para a presença de um aneurisma no cérebro ou para ajudar a visualizar um tumor cerebral antes da cirurgia.  Uma angiografia das artérias coronárias, combinada frequentemente com a cateterização cardíaca, é usada para identificar os lugares estreitos ou obstruções nas artérias.
  • 39. Tomografia Axial Computorizada  Tem por base a radiografia tradicional e permite analisar com grande detalhe várias “fatias” cerebrais.  Vários feixes de raios X são apontados circularmente e posteriormente fornecem uma imagem tridimensional do cérebro  Técnica rápida, segura e precisa (cerca de 25 minutos), sem contra indicações graves  Preciso na detecção de tumores, AVC, Traumas, atrofias e intrusões
  • 41. Imagiologia por Ressonância Magnética  Como grande vantagem apresenta o facto de não usar raios X e de ter uma melhor resolução de imagem.  Utiliza átomos de hidrogénio que se comportam como magnetos que são atraídos por compostos semelhantes.  Permite para além do corte axial também o corte sagital e frontal
  • 42. Imagiologia por Ressonância Magnética  É a técnica mais sensível para a detecção de lesões cerebrais  Levanta alguns problemas do ponto de vista da segurança devido à sua natureza magnética ( ex.: pacemakers, próteses metálicas, aparelhos dentários ou auditivos, piercings…)
  • 43. Imagiologia por Ressonância magnética  A duração de um exame de MRI pode demorar entre 1 a várias horas tornando o seu uso difícil em determinados pacientes  A sua maior vantagem é permitir uma verdadeira análise química das funções cerebrais
  • 44. Tomografia por Emissão de Positrões  Nesta técnica, é injectada uma forma de glucose radioactiva que posteriormente é metabolizada pelo cérebro, deixando o traço de radioactividade que é depois captado em imagem  Procura medir o grau de actividade metabólica em diferentes regiões cerebrais através do grau de consumo de glucose
  • 45. Tomografia por Emissão de Positrões  A TEP possui duas grandes áreas de aplicação: 1) o acesso às funções metabólicas do cérebro e 2) a medição do grau de actividade neuronal.  Para medir o grau de actividade neuronal associa-se a glicose radioactiva a um psicofármaco conhecido e assim detectamos os centros onde actua (ex.: núcleos dopaminérgicos )
  • 46. Tomografia Computorizada por Emissão de Monofotões  Tecnologia com características semelhantes à TAC e à PET, que ao invés de detectar radiação X detecta raios gama emitidos durante mais tempo e portanto mais fáceis de captar.  Permite gerar imagens tridimensionais do cérebro
  • 47. Magnetoencefalografia  Esta Técnica resulta de um aperfeiçoamento significativo do EEG e gera correntes magnéticas exteriormente ao cérebro permitindo aceder a áreas específicas que o EEG não alcança.  Está associado a um programa informático que permite detectar com precisão alterações patológicas da corrente eléctrica cerebral e ser usada como meio complementar da RMI
  • 49. A Memória  A Memória é o aspecto central na definição do tempo humano e na organização desse mesmo tempo  As queixas englobando Memória e Atenção são as mais comuns no âmbito da Neurologia
  • 50. Teorias em torno da memória  Teoria da Reconstrução Activa: A Memória não é o mero reviver de situações já ocorridas, mas um processo de reconstrução activa a partir de alguns elementos nucleares armazenados. À medida que o tempo passa vão-se perdendo detalhes e a reconstrução é feita tendo por base elementos compatíveis com a experiência mas errados
  • 51. Teoria dos dois tipos de Memória  Broadbent propôs a existência de uma Memória a Curto Prazo e de uma Memória a Longo Prazo, Teoria que ganhou consistência após a descrição do caso H.M.  Uma experiência foi feita pedindo a estudantes que repetissem 24 sequências de 9 dígitos. De três em três sequências era repetida a mesma sequência. Demonstrou-se a aprendizagem por repetição
  • 52. Teorias de Memória  A Memória a curto –Prazo para Hebb corresponde a um processo activo de duração limitada enquanto que a Memória a longo Prazo envolve uma real alteração de estruturas Quanto maior o número de repetições maior a probabilidade de uma memória ficar consolidada e tornar-se uma memória a longo prazo.
  • 53. Memória Declarativa e Procedimental  Uma outra designação para os diferentes tipos de memória surge do termos ou não consciência da memória formada.  A memória declarativa deriva da formação de novas memórias às quais temos acesso consciente  Mas mesmo quando não nos lembramos podemos ter formado memórias que se revelam no nosso melhor ou pior desempenho, sem que para tal necessitemos de ter consciência
  • 54. A Memória e o Cérebro  Existem três termos para descrever diferentes tipos de perdas de memória:  1) Amnésia: perda total ou parcial de memória,  2) Amnésia Retrógrada: dificuldade ou incapacidade para recordar eventos anteriores ao início da amnésia, e  3) Amnésia Anterógrada: dificuldade ou incapacidade em recordar ou formar novas memórias posteriormente ao início da amnésia
  • 55.  As doenças ou situações mais associadas a perda de memória são: traumatismos cranianos, AVC, infecções virais do cérebro, , doenças degenerativas do tipo Alzheimer, demência de Korsakoff.  Os procedimentos envolvendo neurocirurgia, sobretudo para o controlo da epilepsia de grande mal, também acarretam muitas vezes perdas definitivas de memória, bem como a terapia electroconvulsiva.
  • 56. Áreas Cerebrais e Perda de Memória  Na memória a Curto Prazo parecem ser sobretudo as estruturas corticais a desempenhar a maior parte das funções envolvidas no processamento e retenção
  • 57. Áreas Cerebrais e Perda de Memória Nas Memórias a longo Prazo são sobretudo as áreas do lobo temporal, diencéfalo, amígdala e hipocampo as envolvidas Lesões no temporal dto diminuem a memória não verbal (rostos, melodias…) e no temporal esquerdo a memória de material verbal (histórias, palavras, números). Por vezes, lesões no lobo frontal afectam a organização mnésica do tempo
  • 58. Amnésia Diencefálica  Acontece em duas situações específicas: pacientes com lesões focais na zona média do tálamo e  pacientes com demência ou síndrome de Korsakoff  Compreende seis sintomas base:  Amnésia Anterógrada  Amnésia retrógrada extensa  Confabulação  Conversação pobre  Ausência de consciência do problema  Apatia  Pode no caso da Dem Korsakoff ser revertida com vit B1 e acompanhada por atrofia dos lobos frontais em 80% dos casos
  • 59. O Caso H.M  Em 1953 Scotville realizou uma cirurgia de hipocampectomia bilateral num paciente com um caso severo de epilepsia de grande mal  Apesar de ter melhorado das suas crises este paciente ficou com danos extensos e permanentes ao nível da sua memória  H.M, foi então estudado durante 3 décadas por Brenda Milner
  • 61. Caso H.M  A memória anterior à intervenção ficou bem preservada  Veste-se e cuida-se sem diferença visível  É educado e socialmente adaptado  A compreensão e produção da linguagem é normal  Compreende material verbal complexo e mesmo anedotas
  • 62. Caso H.M  Incapacidade para lembrar qualquer informação ou evento ocorrido depois da cirurgia (ex: volta sempre à casa antiga mesmo decorridos 10 anos de mudança)  Não reage ao condicionamento clássico, nem a choques ministrados  Não reconhece estados internos (fome, fadiga, dor, frio)  Esquece tudo num período de dois minutos
  • 63. A amnésia retrógrada de H.M. 0 10 20 30 40 50 60 70 1940s 1950s 1960s 1970s - %Correctas Reconhecimento de caras famosas por década H.M. Controlo
  • 64. Domínios Intactos da Memória A memória a curto-prazo para dígitos é normal em H.M. A memória procedimental esté igualmente intacta
  • 66. Caso R.B  Após um acidente isquémico decorrente de um bypass coronário, R.B. apresentou uma severa amnésia anterógrada e uma moderada amnésia retrógrada reportando- se aos dois anos anteriores ao bypass.  Após a sua morte a autópsia revelou uma lesão bilateral circunscrita à zona CA1 do hipocampo.
  • 67. Caso E. P Infecção por Herpes Simplex com consequente destruição bilateral do hipocampo. Consequência mais grave: amnésia anterógrada e amnésia retrógrada Apresenta um QI normal, bom relacionamento interpessoal e boa capacidade de comunicação Mantém-se em apoio permanente e para ele existe apenas o momento em que está
  • 68. Dia a Dia EP mantém rotinas muito controladas mas pode tomar 3 pequenos almoços sem noção de o ter feito Anda sempre com uma pulseira onde se explica a sua condição para o caso de se perder e para ele próprio se lembrar do que se passa com ele, uma vez que não tem consciência de ter perda de memória. Se não tiver relógio nunca sabe em que altura do dia se encontra. Não sabe a idade que tem. Apresenta indícios de memória procedimental (ex: para onde vira, num caminho que realizou várias vezes)
  • 69. Estratégias Aprendeu um caminho que passou a realizar com regularidade Apanha e trás para casa muitos objectos que encontra por não saber se eram ou não seus (ex: carteiras, chaves, etc) e não sabe explicar como os encontrou ou onde. Também aprendeu intuitivamente a reconhecer as pessoas com quem fala todos os dias.
  • 70. Sindrome de Savant e Hipermnésia  Sindrome de Savant Os portadores de Síndrome de Savant possuem uma memória extraordinária – são capazes de decorar livros inteiros depois de uma única leitura ou tocar uma música com perfeição após a primeira audição. No entanto eles possuem ao mesmo tempo sérios défices de desenvolvimento, como uma grande dificuldade para falar e se relacionar socialmente
  • 71. Caso S. e Caso Peek
  • 72. Casos Savant Keem Peek: o cientista de 53 anos de idade, que foi a base para o personagem de Dustin Hoffman em "Rain Man", diz ter memorizado cada página dos livros dos 9000 que já leu além de ler em média 8 a 12 segundos por página (com cada olho lendo uma página diferente de forma independente), mas essa reivindicação não foi testada com rigor científico. Outro cientista, Stephen Wiltshire, tem sido chamado de "câmara humana" por sua habilidade para criar desenhos de uma cena, depois de olhar para ela durante apenas alguns segundos.
  • 73. Hipermnésias  Hipermnésia  Hipermnésia refere-se a uma capacidade excessiva de memorizar. Existem vários casos de indivíduos que conseguem recordar com exactidão o que almoçaram há muitos meses e a que horas, bem como decorar uma lista extensíssima de algarismos e depois ditá-la.  Na hipermnésia não existe um verdadeiro aumento da memória mas antes uma maior facilidade na evocação dos elementos mnésicos, normalmente limitados a períodos específicos ou a eventualidades específicas ou, ainda, a experiências revestidas de forte carga afectiva.
  • 74. Estudos Humanos das Emoções  Grande parte dos estudos realizados em seres humanos têm por base o estudo da expressão facial.  A expressão facial é considerada um dos aspectos mais salientes para perceber as alterações emocionais nas pessoas  Os estudos mais abrangentes alguma vez conduzidos nesta área devem-se a Paul Ekman
  • 75. O Trabalho de Paul Ekman  Este autor demonstrou a existência de aspectos universais nas expressões faciais espontâneas e representadas que eram extensíveis a culturas muito diferentes por todo o mundo.  As expressões universalmente reconhecidas são seis: medo, raiva, repulsa, tristeza, alegria e surpresa. Alguns estudos apontam para a existência de uma sétima expressão que seria o contentamento
  • 76. Os primeiros estudos  Um estudo pioneiro nesta área foi o de Duchenne, um anatomista francês que foi o primeiro a postular que eram os movimentos dos músculos faciais os responsáveis pela produção de expressões emocionais especificas  Os seus métodos passavam pela estimulação eléctrica de vários grupos musculares seguidos de fotografia. O resultado desta investigação foi um mapeamento detalhado da musculatura facial e das diferentes expressões emocionais produzidas.
  • 78. Estudo do Sorriso  Embora o sorriso pareça remeter apenas para a expressão de uma das emoções básicas , vários estudos parecem demonstrar que o sorriso se liga a muitas outras variantes sinalizadoras de estados internos e que inclusive detemos marcadores específicos para identificar “sorrisos verdadeiros”
  • 79. Estudos do Sorriso  Ekman estudou e gravou os sorrisos de enfermeiras quando mentiam ou diziam a verdade acerca de um filme que tinham visto.  Verificou que nos sorrisos que mentiam havia uma inclinação do arco zigmático mais próxima da que acompanha a manifestação de emoções negativas.  Verificou também diferenças significativas em sorrisos que ocorrem em situações embaraçosas, de compaixão, de ouvinte, de submissão social , entre outras.
  • 80. Expressão Emocional em situações de deficiência  Vários estudos muito interessantes demonstraram que crianças cegas e surdas de nascença apresentam precisamente a mesma gama de variações nas suas expressões faciais que qualquer outra criança sem estas restrições. Salientam-se nesta área os estudos de Jane Thompson com crianças vítimas dos efeitos da Talidomida durante a gravidez.
  • 81. Os olhos  Especificamente no rosto têm sido muito estudados os olhos, sobretudo no que concerne o contacto visual e a dilatação pupilar (pupilometria)  O tamanho da pupila pode ser afectado por múltiplos factores comportamentais e emocionais
  • 83. Invariantes  Heckard Hess verificou que o tamanho das pupilas aumenta em função do interesse que os estímulos nos suscitam  Demonstrou também que tendemos a considerar mais agradáveis as imagens de pessoas com pupilas mais dilatadas
  • 84. Reabilitação Neuropsicológica  Processo de avaliação e intervenção que pretende recuperar, maximizar ou tornar viável algum grau de autonomia em meio controlado ( com apoio de terceiros)
  • 85. Casos Estudados  Caso Jack:  Amnésia anterógrada provocada por anóxia devida a envenenamento por monóxido de carbono  e por crises epileptiformes graves na sequência de ressuscitação após 20 minutos inconsciente  Aparência cuidada e modos agradáveis  Queixas gerais: Nunca se lembra onde estaciona o carro, marca vários encontros com amigos ao mesmo tempo e em lugares diferentes, Nunca se lembra em que é que gastou o seu dinheiro
  • 86. Passos para a reabilitação  Aceder aos níveis base de Atenção, Pensamento e Concentração, de forma a diagnosticas as suas forças e fraquezas e assim estruturar uma intervenção  Fazer com ajuda de terceiros um registo sistematizado das principais falhas em casa, de modo a identificar a gravidade da perda mnésica
  • 87. Avaliação formal Neuropsicológica  Avaliação Emocional, Comportamental e Neuropsicolológica  Uso de Baterias apropriadas ( Rey,TAT; WAIS, Escala Rivermed de memória comportamental, Entrevista Autobiográfica (Infância, Adolescência e vida adulta, ano anterior, semana passada) Ratios de Memória Global (pág 30 do caso Jack) Diários semanais de memória (págs 31 a 34) Estratégias de Coping mnésicas utilizadas regularmente (pág 35) Escala comparativa de funcionamento (antes e após a anóxia) e das principais dificuldades apresentadas agora
  • 88. Conclusões base para o início da Reabilitação  As principais alterações para pior constatadas depois da anóxia são: 1) Lembrar-se dos nomes de pessoas que só viu 1 ou 2 vezes, 2) Lembrar-se onde colocou uma coisa, 3) Lembrar-se de algo que lhe foi dito, lhe contaram ou do que leu  Ao longo da semana o mais identificado foi: 1)Esquecer-se do que é dito a meio de uma conversa telefónica, 2) Não saber nunca onde deixou o carro, 3)Marcar várias coisas ao mesmo tempo se não usar agenda,4) Esquecer-se de coisas combinadas e de onde gasta o dinheiro
  • 89. Tratamento Prescrito  Reabilitação Mnésica 1h semana individualmente e 2h semana em grupo com várias pessoas com lesões afectando a memória de forma semelhante  Foco nas principais dificuldades identificadas e desenvolvimento de mneumónicas e placement  (ex moedas , locais e frases )  “ Penny Bookshelf”
  • 90. Em casa  Reorganização de espaço, limpar gavetas e espaços visíveis e etiquetá-los para Jack se lembrar que deve colocar as suas coisas em locais específicos e sempre no mesmo local  Antes de pousar alguma coisa fazer pausa e olhar à volta tinha de fazer uma pausa, procurar as etiquetas e só depois arrumar (12 semanas de treino hospitalar e diário em casa e começou a melhorar) Agendas em casa e no bolso Quadro de Actividades Diárias
  • 91. No parque de estacionamento  Para resolver a dificuldade em lembrar-se de onde estacionou o carro,  Durante várias semanas foram escolhidos carros aleatórios em 6 parques e Jack tinha de encontrar  3 pistas periféricas  Um bloco de notas acompanhava-o sempre  Como a memória visual estava mais preservada isto foi bastante útil
  • 92. Estrutura Final do Processo de Reabilitação  Jack usa pistas visuais especificas para se lembrar das coisas que tem para fazer.  Anda sempre com agendas onde coloca antecipadamente um plano das suas acções  Usa filmes como meio de se recordar de aspectos específicos do passado, uma vez que a memória visual não está danificada

Editor's Notes

  1. So we talked about HMs anterograde amnesia with temporally graded retrograde amnesia. In general, he can remember what he learned in the years prior to the surgey (with the exception of a few years immediately prior to the surgery), but he can no longer learn anything, or can he? Tests of working memory reveal that HM is normal, he can immediately reproduce a list of numbers as long as that of control subjects. the memory deficit becomes evident as soon as his immediate memory span is exceeded or after a delay with some distraction. As listed previously, early studies tried everything on HM and finally researchers stumbled on a form of learning that HM coud do: habit learning. This is tested using the mirror-star tracing task. Describe task here. This test seems quite simple, but in fact, normal subjects require some time to successfully do the task. HM showed strikingly increased performance on the task over training, in spite of the fact that he could not remember ever performing the task or seeing the apparatus.