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A Influência Branding em Projetos de Comerciais.
Diane dos Santos Oliveira – dianeoliveira.arquiteta@gmail.com
Master em Arquitetura e Ligting
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Cuiabá, MT, (18 - Maio - 2021)
Resumo
O objetivo deste artigo é salientar de que forma a ciência do branding contribui para
a construção de marcas fortes e consolidadas no mercado de consumo. Trata-se de
um levantamento, apresentando exemplos de marcas e como a arquitetura
comercial juntamente com o marketing individualizado contribuem para ampliação de
vendas, busca e fidelidade dos clientes. A arquitetura tem uma interelação com o
Marketing Comercial? Porque essas duas áreas distintas de atuação podem ajudar á
alavancar vendas e a promorcionar o sucesso de uma marca?
Nas proximas páginas essas questóes serão destacadas, a fim de discorrer por meio
de exemplos, pesquisas e aprofundamento técnico.
Palavras-chave: Projetos Comerciais, Design, Branding, Marketing.
1. Introdução
A identidade visual de uma marca pondera sobre o conceito e produto a ser vendido,
essa relação precisa estar em harmonia e relacionar com a Arquitetura Comercial,
seja na fachada, vitrine, design de interiores. Promovem de forma direta o sucesso e
fácil identificação da marca.
Informações visuais como logotipos, símbolos, cores, arranjos gráficos consolidam o
produto no mercado concorrido e competitivo
O autor Mazzolovo expressa (2007:103) “A marca cria um relacionamento
transparente com seu consumidor. Expressa igualmente o ambiente cultural em que
se insere...”
Entre tantas estratégias da marca destaca-se o chamado Branding.
Branding provem do inglês “brand” que significa marca, é uma estratégia de gestão
que visa tornar conhecida do público e presente no mercado. Ocasionar o desejo
pelos produtos, criar contexto forte de identificação com os produtos em torno de
ações voltadas para que o cliente lembre e escolha a marca em uma decisão de
compras.
Um Branding bem estruturado é um dos motivos de uma marca se tornar conhecida
do grande público favorecendo o sucesso e reconhecimento. Atrelando ao Marketing
Digital e Ambientes Instagramáveis.
Esses locais tornaram-se popular pela rede social Instagram, deve ser um
ambiente/cenário/objeto montado que gere interesse e fotos espontâneas no local
para promover o compartilhamento e marcar a loja fortalecendo a marca.
2
Propiciando assim, o denominado marketing espontâneo em que o cliente se torna
parte do marketing da empresa ao compartilhar de forma espontânea em suas redes
sociais algo da empresa.
O ambiente instagramável é uma propensão criativo de explorar o branding da
marca.
Figura 1 – Ambiente Instagramável – Vitrine da Loja Marisa Natal 2018 em São Paulo.
Fonte: Imagem obtida da Internet. (2021)
Planejar a atmosfera de compra de forma competente favorecendo a comunicação
visual, projeto, layout, iluminação, mobiliário, cores, aromas, sons tudo que envolva
o cliente a uma experiência de compra diferenciada. Começando por uma fachada e
vitrines atraente e envolvente que chame a atenção do consumidor.
A Arquitetura Comercial deve ser o elo entre o consumidor e o produto ofertado
como diz Underhill.
O prédio, a locação, tornou-s eum grande anuncio tridimensional de si
mesmo. A sinalização, a posição dos mostruários, o espaço para as
gondolas e para o mobiliário de loja, tudo isso faz aumentar ou dimunuir a
probalidade de cliente comprar determinado item. (UNDERHILL, 2009:28).
Nas paginas á seguir essa tematica será abordada detalhadamente exemplificando
com lojas reais de vários segmentos como o branding e a arquitetura comercal
podem interligar.
3
2. Construção da Identidade da Marca.
A Arquitetura com o auxílio do Branding devemos contextualizar e entender o seu
amplo significado.
Segundo American Marketing Association (2008:12) “Marca é um nome, sinal,
símbolo ou design um combinado de todos esses elementos, com o objetivo de
identificar os bens ou serviços de um vendedor e diferencia-lo de seus
concorrentes”.
Para a autora Wheeler a visão de marca é subjetiva e emotiva:
Aline Wheeler (2008:12) “Marca é a promessa, a grande ideia e as expectativas que
residem na mente de cada consumidor a respeito de um produto, de um serviço ou
de uma empresa”.
Nessas duas definições, percebemos um conceito técnico e objetivo e na segunda
vertente mais singular e emotivo, envolvendo a experiência de cada consumidor com
o produto de forma individualizada. Como cada receptor assimila essas informações
ofertadas pelo Branding.
Na Pirâmide da Ressonância criado por Kotler (2006) refere a construção de uma
marca em 4 etapas:
Figura 2 – Pirâmide de Ressonância
Fonte: Imagens obtidas da Internet (2021)
1- Assegurar sua identificação das pessoas com a marca de imediato.
2- Estabelecer a solidez e o significado na mente do Cliente.
3- Obter Feedback do cliente com relação á marca.
4- Adaptar respostas e vínculos com os clientes.
O conjunto de atributos eu faz uma empresa ser única inclui a marca gráfica, o
ambiente construído e atendimento ao público. É relevante a arquitetura e design de
4
Interiores estejam alinhados com o marketing tornando um reflexo da marca
representada.
O branding eficiente corporifica questões como: qualificação de funcionários,
escolha de fornecedores e material promocional.
O profissional da área de arquitetura contribui e agrega de forma eficientes e
assertiva nos projetos comerciais.
Um branding define a cultura, o posicionamento, as atividades, o publico alvo para o
gerar um projeto de marketing e de arquitetura eficientes e criativo atendendo as
necessidades reais da loja.
Segundo Kotler Branding significa dotar produtos e serviços com o poder da marca.
Está totalmente relacionado a criar diferenças. Para colocar uma marca em um
produto, é necessário ensinar aos consumidores ‘quem’ é o produto. – Batizando-o e
utilizando outros elementos de marca que ajudem a identifica-lo -, bem como o ‘que’
ele se presta e ‘por que’ o consumidor deve se interessar por ele. O branding diz
respeito a criar estruturas mentais e ajudar o consumidor a organizar seu
conhecimento sobre produtos e serviços, de forma que torne sua decisão mais
esclarecida e nesse processo, gere valor à empresa. Pg 269-270 – Administração
em Marketing 12ºed -2006 Kotler, Philip - Keller, Kevin Lane.
A satisfação do empreendedor e do consumidor está relacionado nesse conjunto de
fatores alinhados que provocam a identificação da marca, dos produtos e do layout
da loja atrelado ao aumento de vendas.
Analisando a loja da Adidas. Nesse contexto vemos uma vitrine e layout interno que
relaciona com sucesso aos produtos oferecidos. A logo da fachada inter-relaciona
com o ambiente interno da loja de forma intuitiva, não ofusca os produtos e
destacando somente a iluminação feita com Leds.
Figura 3 – Loja Franquia Adidas- São Paulo SP
Fonte: Imagens obtidas da Internet (2021)
O conceito e logotipo são tão enraizados que se unem ao design de interiores e ao
mobiliário interno com cores escuras e moderno, os destaques ficam somente para
os produtos esportivos, a iluminação de forma geral, esse design se leva de forma
5
globalizada para todos os produtos da marca.
Ao contrário da loja Adidas Originals onde o conceito é de produtos vintage, do
começo da criação da marca que reflete em todo seu design interno com quadros no
mesmo estilo, bancos em capitonê, madeirado, tons de cinza trazendo essa
referência de antigo. Veja a imagem a seguir.
Figura 4 – Loja Adidas Originals Miami EUA
Fonte: Imagens obtidas da Internet (2021)
Esse reconhecimento de uma marca e um produto gera um Branding em um
conjunto de ações ligadas à administração das marcas que promovem o
conhecimento e levam as marcas além da natureza econômica influenciando a vida
das pessoas afim de simplificar e enriquecer.
Outro exemplo dessa temática é as lojas Centauro de produtos esportivos. Em todas
suas lojas apresenta uma pista vermelha que identifica a marca rapidamente.
Figura 4 – Loja Centauro- Cuiabá-
MT.
Fonte: Imagens obtidas da Internet
(2021)
6
3. Origem do Branding.
A origem do Branding diverge em seu período de início existem divergências.
Há autores que defendem sua origem de séculos passados por volta de 1.300 A.C.
Keller e Machado (2006) defendem a prática de artesões para identificarem os
produtos, facilitando o reconhecimento dos clientes. Muitas marcas eram destacadas
em porcelanas antigas, jarros de cerâmica grega e romana. Por volta de 1.266 foi
aprovado uma lei inglesa que determinava colocar a identificação da marca nos
produtos comercializados. Os produtores de tabaco norte-americano já exportavam
por volta de 1.600 com identificação no rotulo.
Alguns autores defendem do início da Revolução Industrial final do século XVIII,
início XIX na origem do consumismo global. Healey 2009.
Ao oposto o professor de Marketing de Oxford, Douglas B. Holt 2003. Defende seu
início no século XX com o surgimento da cultura do consumo, presente até os dias
atuais. Não estabelece somente a venda, mas sim a relação individualizada com o
cliente e de que forma o produto vai chegar até o público alvo.
O que é sabido que essa prática vem sendo praticada de formas parecida, mas não
com essa denominação que é recente.
4. Branding Sensitivy.
O chamado Branding Sensitivy (branding sensorial em Português) expressão nova
do autor Dinarmaques Lindstrom.
A finalidade do Branding Sensorial é garantir uma integração sistemática
dos sentidos á sua comunicação, ao seu produto e aos seus serviços. Isto
estimula a imaginaçã, melhorará seu produto e estabelecerá a fidelidade
dos consumidores com sua marca. (LINDSTROM, 2007:112).
Essas sensações denominadas por Lindstrom reflete na arquitetura afim de criar
mais vínculos com o consumidor, matematizar um desenho de uma logo, um
conceito idealizado em algo construído e palpável. De acordo com seu estudo a
visão é responsável por 58% da importância sensorial, ultrapassando o odor, sabor,
som e toque. Por essa razão projetar um ambiente comercial interliga diretamente
com Branding Sensitivy.
Figura 6 – Branding Sensitivy
Fonte: Imagens optidas da Internet (2021)
7
A) Visão:
A visão entre os cinco sentidos, o marketing faz mais uso. Como a marca será
criada e mostrada ao público. As cores de um logotipo ou publicidade chamam a
atenção do consumidor e estimulam pensamentos, a memória e os tipos
particulares de percepção. (Gobé, 2002,127). A visão de cores e formas ajuda na
relação da marca com o consumidor.
A marca das lojas Farm, franquiada e com lojas em todo Brasil é um exemplo
dessa relação bem-sucedida entre a visão no Branding Sensitivy. Uma loja com o
visual naturalista, cheia de vegetação trazem uma sensação assertiva de
vestuário colorido, tecidos naturais e ambientalistas, conceitos que a marca
defende fortemente refletindo até em sua própria logo que é uma flor estilizada,
simples, delicada e feminina. De O conceito da marca Farm é emocionar através
de uma estampa, e isso é possível se sentir desde que se entra em uma loja
Farm, que conta com um cheiro característico, que se torna o cheiro da marca,
isso também é Branding Sensitivy. A cor da marca também está ligada de forma
muito coesa com seu posicionamento, em que a natureza, a temperatura e as
cores é o centro de tudo. O marrom utilizado na marca analisando a psicologia
das cores nos remete a autenticidade, natureza e orgânico, que é tudo o que a
marca quer transmitir ao seu público.
Figura 7 – Lojas Fram em Cuiabá- Shopping Estação –Cuiabá MT.
Fonte: Imagens produzidas pelo Autor (2021
8
B) Paladar:
Zerbinatti (2017,39) defende que:
As marcas que buscam estimular o sentido do paladar em sua comunicação
estabelecem uma relação de afeto com os consumidores, chegando ainda,
a despertar sensações positivas na medida em que a composição quimica
de alguns alimentos é constituídas por substancias que fabricam
eurotransissores no cerebro, causando sensação de bem-estar e prazer.
(Zerninatti, 2017:39).
É comum lojas de vestuário, spa, salão de beleza, livrarias, etc, oferecem em seu
interior água, café e biscoitos, afim de estabelecer essa relação de intimidade,
proximidade e conforto com o cliente favorecendo a sua permanência por mais
tempo no interior da loja. Em alguns estabelecimentos oferecem até uma mini
lanchonete para os clientes.
Figura 8 – Exemplo de loja com coquetel para clientes.
Fonte: Imagens obtidas da internet, loja não identificada. (2021)
C) Audição:
Esse sentido é de grande importância para decisão de compra, música ambiente
no interior de uma loja provocam sensação de estímulos e bem-estar
possivelmente.
Estudos indicam que atividades como ouvir música estimulam a produção de
endorfinas no corpo, ativando os poderosos centros de prazer no cérebro (Gobé
2002, 199).
Lojas que estimulam com músicas essa relação com o cliente, favorece sentidos
como alegria, relaxamento, felicidade. É importante as músicas escolhidas
9
conversarem com o conceito da marca, em um volume baixo que não atrapalhe a
conversação entre vendedor e cliente, não se torna um ambiente incômodo, alto
e desagradável.
Lojas grande de departamento com vasta opções de consumo como a Renner
franquiada com diversas lojas espalhadas no Brasil, utilizam bastante esse
artificio promovendo o som ambiente em toda a extensão da loja. Os clientes
sentem à vontade em permanecer mais tempo no interior e escolher mais
produtos para compra.
Figura 9 – Lojas Franquiada Renner Várzea Grande Shopping- Várzea Grande MT
Fonte: Imagens produzidas pelo Autor. (2011).
D) Tato:
O tato é o maior órgão do corpo humano, com ele temos a percepção de objetos
e suas formas, peso e texturas. É considerável para o cliente avaliar a qualidade
do produto, pegando, sentindo sua textura e formas. Deve ser planejado pelo
arquiteto visando destacar alguns produtos e deixa-lo de fácil acesso ao cliente.
Gobé (2002,141) diz que “enquanto os sentidos em geral nos informam sobre as
coisas do mundo, muitas vezes é o toque que nos permite finalmente possuir o
mundo, envolve-lo com a nossa consciência”.
10
Figura 10 – Lojas Franquiada Studio Z Shopping Pantanal Cuiabá MT
Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2021)
E) Olfato:
O Olfato tem grande papel na vida de qualquer pessoa, ele contribui para a
identificação de alimentos e cheiros.
É um sentido que conecta com o emocional do cérebro e muitas vezes é
responsável pela melhora de humor, sentindo cheiros que perfumes e fragrâncias.
Usando esse artificio em uma loja, promover um ambiente perfumado, com um
cheiro especifico faz o cliente imediatamente associar o perfume a marca.
Um exemplo dessa oportunidade de Branding Sensitivy é a loja Melissa (loja de
calçados), que utiliza de um aroma de tuffi-frutti característico que faz o cliente sentir
o cheio assim que adentra o interior da loja e associar a marca, inclusive sendo
vendido em algumas ações especiais. Esse marketing Olfativo é de grande
eficiência.
11
Figura 11 – Lojas Melissa Shopping Pantanal Cuiabá MT
Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2021)
5. A Relação da Arquitetura e Branding.
A arquitetura tem como ideal provocar sensações e percepções no espaço
construído.
O ambiente idealizado pelo arquiteto deve proporcionar e caracterizar uma
identidade como o cliente ou marca.
O arquiteto Juhani Pallasma resguarda a ideia quando menciona:
Toda expericencia comovente com a arquitetura é multissessorial, as
caracteristicas de espaço, materia e escala são medidas igualmente por
nossos olhos, ouvidos, nariz, lingua, esqueleto e musculos. A arquitetura
reforça a experiencia existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo e
essa é essencialmente uma experiencia de reforço da identidade pessoal
(Pallasma, 2011,92).
Nesse contexto um projeto comercial eficiente e de resultado deve atentar para
ações de publicidade e marketing promovendo a divulgação da marca e da loja em
si, buscando o reconhecimento e novos clientes.
Com as visões amplas e conjuntas desses elementos é possível promover a
identidade visual.
As fachadas e as vitrines de uma loja é o primeiro estímulo do público com a marca
e os produtos ofertados. Deve-se fazer um projeto que tragam identidade e conecte
com o interior de ambiente.
Vitrines atrativas que convidam e aguçam a curiosidade do público que transita pelo
local. Essa impressão diz muito sobre a marca e os produtos oferecidos. Design
coloridos e bem desenvolvidos, onde os manequins, roupas, produtos sejam
dispostos promovendo uma boa iluminação vão gerar mais atração e
consequentemente mais vendas com resultados de compra positivos, comparados
as vitrines dispostos aleatoriamente sem nenhum olhar técnico de um profissional da
área (arquiteto, design de interiores ou vitrinistas) para compor da melhor forma a
ambientação do espaço.
12
Logo após essa primeira relação com o possível cliente, onde busca sua atenção do
lado de fora da loja. Assim que adentra ao espaço construído pela arquitetura de
interiores, é direcionado até os produtos, as ofertas, os destaques, provadores até
chegar ao caixa e efetuar o pagamento concluindo sua compra.
Essa experiência precisa ser agradável e favorecer o seu retorno. Essas variantes
atrelada a um bom atendimento de funcionários qualificados fazem grande diferença
ao consumidor na sua decisão de compra e retorno ao estabelecimento.
A configuração interna do layout influencia no tipo de mercadoria exposto, como a
arquitetura vai direcionar o cliente. Por exemplo uma loja de Material para
construção não tem a mesma configuração de uma loja roupas, ou do setor
alimentício, ou varejo. Alguns tipos de lojas necessitam de uma configuração interna
especifica e tudo deve ser pensado para facilitar e não dificultar a compra do
produto. O cliente vai favorecer as lojas que oferecem facilidade de compra, até
mesmo o estacionamento e rotas de acesso para chegar na loja devem ser
pensados pelo arquiteto não somente sua fachada e seu interior. Como? Por que
rotas? Como ele vai estacionar o seu carro? Tudo deve ser analisado de forma clara
e objetiva.
O termo layout, de origem inglesa, significa plano, traçado, esboço, arranjo,
esquema. Em arquitetura, é utilizado quando se fala da disposição ou arranjo físico
de determinado ambiente. O layout determina o zoneamento e a funcionalidade,
influenciando a forma como as atividades vão se desenvolver ao estabelecer áreas
de uso e circulações.
Figura 12 – Projeto de Loja de Material para Construção em Cuiabá - MT
Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2021)
O layout do ponto de venda determina a localização de móveis e equipamentos
necessários para seu funcionamento considerando a circulação do público afirma
(Blessa, 2003). O autor Parente (2011, p.301) confirma essa ideia ao afirmar: “A
configuração do layout é determinada pelos padrões de circulação e pela disposição
dos equipamentos de exposição de produtos. Turley e Milliman (2000) enumeram
como componentes do layout: desenho e alocação do espaço, áreas de disposição
de mercadorias, agrupamento de produtos, localização das estações de trabalho e
13
dos equipamentos, posição dos caixas, áreas de espera, organização dos
departamentos, fluxo de tráfego, local para filas de espera, móveis e áreas mortas.
Blessa (2003, p.154) salienta a importância do projeto do layout em ponto de venda,
ao dizer que "o layout de uma loja pode definir seu sucesso ou seu fracasso (...) É
importante saber que o layout não deve ser desenvolvido apenas como modelo de
beleza. Ele precisa ser funcional para facilitar o tráfego, a escolha e a saída do
consumidor".
As decisões de layout, assim como todas as outras escolhas que definem os demais
elementos da atmosfera da loja, devem motivar os consumidores a passar mais
tempo na loja, estimulando-os a visitar os vários departamentos ou segmentos. Ao
definir o layout do ponto de venda se determina como os diferentes setores vão
estar relacionados e distribuídos na loja, quais seções e categorias deverão ocupar
as localizações preferenciais e quais ficarão nas áreas de menor circulação e
visibilidade.
Segundo Parente (2011) o layout do ponto de venda deve proporcionar aos
consumidores um fluxo suave, procurando alcançar um uso eficiente do espaço,
também sendo importante considerar que seu projeto precisa atender a todos os
envolvidos no varejo:
O consumidor deseja que seu processo de compra seja uma experiência
confortável, divertida e estimulante, em que ele possa facilmente localizar e escolher
os produtos. Para o acionista, o bom layout é aquele que, além de maximizar a
satisfação do cliente, também estimula o volume de vendas, favorece a composição
de margem, minimiza os custos operacionais e otimiza a lucratividade da loja. Para o
funcionário, o melhor layout é o que lhe proporciona maior satisfação durante seu
trabalho. Assim, as decisões sobre layout deverão conciliar, de forma equilibrada, os
objetivos de maximizar simultaneamente as vendas, a lucratividade das lojas, a
satisfação e o conforto dos clientes e dos funcionários.
Caberá aos projetistas o desafiante exercício de harmonizar esses distintos
objetivos.
14
Figura 13 – Esquema de Setores de uma loja de roupas comercial.
Fonte: Revista Projetar. V.1, n.3. 2016. (2021)
6. A Relação do Mobiliário e Branding.
O mobiliário na Arquitetura de Interiores influência de forma primordial na relação
cliente e vendas. O cliente não vai ficar em um local desconfortável ou incômodo. A
ergonomia dos móveis nas lojas trazem identidade, aparência e personalidade para
o ambiente.
Marcas fazem o uso de móveis desenhados exclusivamente para atender à
necessidade na loja. Veja alguns exemplos dessa premissa.
A loja de telefonia Vivo projetou a própria cadeira Gogo com braços e pés cromados,
ergonômico que atende a sua necessidade com modelo exclusivo patenteado na cor
exatamente igual de seu logo. Esse mobiliário é comercializado para o público
normalmente.
Figura 14 – Loja Conceito Franquiada Vivo Shopping Avenida Central-Rio de Janeiro RJ
Fonte: Imagens obtidas da internet. (2021)
Nas lojas Tim de celulares algo semelhante acontece. Foi desenvolvido um design
de mobiliário de balcão de atendimento exclusivo para suas franquias com
modernidade e design padrão, identificando a marca pelo público.
15
As lojas no segmento de calçados Carmen Steffens Maison franquiada possui um
mobiliário especifico, no caso uma poltrona vermelha em estilo requintado que
reflete o conceito da marca e está presente em todas as lojas. O grande público
reconhece e assemelha essa poltrona com algo próprio da loja que reflete em seus
calçados mais sofisticação e requinte.
Figura 16 – Lojas Franquiada Carmen Steffens- Shopping Flamboyant GO
Fonte: Imagens obtidas da internet (2021)
7. Projetos de Lojas.
Cada loja é específica e deve ser feito o projeto de forma singular, no entanto existe
alguns condicionantes que devem ser levados em consideração na maioria dos
projetos comerciais.
Figura 15 – Loja franquiada Tim 100%
digital- Boa Vista RR
Fonte: Imagens obtidas da internet (2021)
16
São eles:
- Circulação e Acessibilidade
- Piso
- Iluminação
- Cores
- Pé direito
- Cheiros e Sons.
Circulação e Acessibilidade.
Um bom design mobiliário é importante para atender a acessibilidade da loja, como
rampas de acesso, piso sem obstáculos ou desnível. Deve-se pensar a
acessibilidade como um todo, tanto na área de circulação de cliente como nas áreas
de funcionários, banheiros, estoque e área restrita.
Toda a circulação na loja são pontos chaves do layout, sempre pensando que todos
deve ter acesso ao produto exposto.
Os públicos-alvo vão nortear as características do mix de produtos e o
direcionamento do projeto de circulação e acessibilidade conforme previsto na
Norma 9050/2020 atualizada.
Piso.
O tipo de piso escolhido para a loja deve ser bem planejado pelo profissional
responsável. Existem inúmeras opções como pisos vinílicos, porcelanatos, madeiras
laminadas, concretos entre outros a melhor alternativa vai depender do estilo de
projeto, visando atender a requisitos de acessibilidade e segurança.
A segurança e estética devem servir de aspectos predominantes na decisão
projetual, o equilíbrio entre cores e tonalidades resultam em extensões internas
amplas e harmoniosas. Pisos de fácil manutenção e limpeza devem ser levados em
consideração pelos lojistas.
Iluminação.
A iluminação nas lojas é requisito de grande cuidado e planejamento pelo arquiteto.
A visão do cliente ao produto deve ser de forma clara e nítida sem ofuscamentos de
cores nos produtos iluminados. Elas direcionadas e geral vão compor e destacar
produtos ou objetos como itens em promoção, destaque ou novidades.
No provador é a decisão de compra do cliente e a arquitetura de interiores deve
impulsionar a sua decisão positiva. A iluminação errada ou mal planejada pode dar a
impressão de cores diferentes ou outra tonalidade, mais clara ou mais escuro.
A iluminação do provador deve ser instalada na parte de trás do espelho, iluminando
o cliente à sua frente. Não é indicado a iluminação em cima ou atrás da pessoa. A
iluminação deve ser suave e bem distribuída. Sugiro lâmpadas tubulares ou fitas de
led. Uma luz difusa com o menor de sombra possível vai favorecer a aparência do
cliente. Ela deve ser escondida e somente o seu efeito proporcionado.
As escolhas dos tons das paredes dos provadores devem ser claras e neutras de
forma geral, para não ofuscar os produtos ou roupas.
17
A cor do produto deve ser a mesma, tanto na loja como no ambiente do provador.
Por isso é indicado usar o mesmo IRC (índice de reprodução de cor) nesses
espaços, lâmpadas com IRC acima de 80 são escolhas assertivas. A luz branca
possui variações de tonalidade, ou seja, há brancos mais amarelados, outros mais
azulados. Isto se deve à temperatura de cor de cada lâmpada. Ela é medida em
Kelvin, numa escala que vai de 2400K (amarelada) até 5500K (mais
azulada). Procure usar esses projetos a luz branca neutra, entre 4000K para não
comprometer a leitura de cor das roupas no provador.
Figura 18 –Temperatura da Cor – 4000K indicado para provador de lojas.
Fonte: Imagens obtidas na internet (2021)
Figura 17 –Espelho ideal com ilumonação lateral
e superior.
Fonte: Imagens obtidas da internet (2021)
18
Se é preciso valorizar seu produto, combine a iluminação difusa com algum ponto de
luz focada; isto acentua características de pele e rosto, e enriquece o provador.
Em lojas de vestuário e afim, os provadores precisam de iluminação correta e a mais
neutra possível, pelo fato de não distorcer as tonalidades de cores das roupas.
Iluminação de lojas de Materiais para construção e acabamento, joias, tintas
precisam atentar para a iluminação do ambiente pela mesma situação descrito
acima.
Uma iluminação bem trabalhada tanto na área interna como na externa da fachada
ou vitrine da loja podendo ser com destaques dos letreiros, leds, projetores e
refletores. Reconhecendo essa iluminação diurna e noturna destaca a loja das
demais concorrentes.
8. Considerações Finais.
O branding bem-sucedido, personalizado e bem desenvolvido gera lucros e contribui
para o sucesso da marca ou empresa.
Aliado a Arquitetura Comercial que também é uma forma de linguagem e
comunicação constante promovem um núcleo de ações e estratégias tornando a
marca, arquitetura, interiores únicos e agrupados, para a fácil identificação do
grande público. Os dois juntos (arquitetura + branding) agem como transmissor de
comunicação e ideias ao ouvinte que no caso seria o público consumidor.
Especificar e estudar todas essas ações separadamente desde o logotipo, influência
da cor, fachada, vitrine, arquitetura, iluminação geral, acentuada, dos provadores,
externa, setorização e fluxos, disposição do caixa, vimos que tudo influencia a
criação de um conceito no branding sensitivy.
Utilizando todos os 5 sentidos do cliente e tornando fiel à loja, promovendo
experiências sensoriais positivas e atraentes.
A contar dos exemplos de marcas bem-sucedidas e respeitadas seja na dimensão
internacional, nacional ou estadual, vimos essa relação entre a Arquitetura
Comercial e Marketing eficaz com marcas gigantes do mercado onde sempre são
associados de forma direta.
A arquitetura aliada a publicidade vai acrescentar maiores porcentagens e
vantagens na marca, é uma valiosa sugestão para o crescimento de vendas e
reconhecimento eu valem o investimento.
A curto e longo prazo essas ações em conjunto de forma individualizado vão
promover uma marca consolidada e duradoura no mercado varejista concorrido e
exigente atualmente.
19
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A influência branding em projetos de comerciais.

  • 1. 1 A Influência Branding em Projetos de Comerciais. Diane dos Santos Oliveira – dianeoliveira.arquiteta@gmail.com Master em Arquitetura e Ligting Instituto de Pós-Graduação - IPOG Cuiabá, MT, (18 - Maio - 2021) Resumo O objetivo deste artigo é salientar de que forma a ciência do branding contribui para a construção de marcas fortes e consolidadas no mercado de consumo. Trata-se de um levantamento, apresentando exemplos de marcas e como a arquitetura comercial juntamente com o marketing individualizado contribuem para ampliação de vendas, busca e fidelidade dos clientes. A arquitetura tem uma interelação com o Marketing Comercial? Porque essas duas áreas distintas de atuação podem ajudar á alavancar vendas e a promorcionar o sucesso de uma marca? Nas proximas páginas essas questóes serão destacadas, a fim de discorrer por meio de exemplos, pesquisas e aprofundamento técnico. Palavras-chave: Projetos Comerciais, Design, Branding, Marketing. 1. Introdução A identidade visual de uma marca pondera sobre o conceito e produto a ser vendido, essa relação precisa estar em harmonia e relacionar com a Arquitetura Comercial, seja na fachada, vitrine, design de interiores. Promovem de forma direta o sucesso e fácil identificação da marca. Informações visuais como logotipos, símbolos, cores, arranjos gráficos consolidam o produto no mercado concorrido e competitivo O autor Mazzolovo expressa (2007:103) “A marca cria um relacionamento transparente com seu consumidor. Expressa igualmente o ambiente cultural em que se insere...” Entre tantas estratégias da marca destaca-se o chamado Branding. Branding provem do inglês “brand” que significa marca, é uma estratégia de gestão que visa tornar conhecida do público e presente no mercado. Ocasionar o desejo pelos produtos, criar contexto forte de identificação com os produtos em torno de ações voltadas para que o cliente lembre e escolha a marca em uma decisão de compras. Um Branding bem estruturado é um dos motivos de uma marca se tornar conhecida do grande público favorecendo o sucesso e reconhecimento. Atrelando ao Marketing Digital e Ambientes Instagramáveis. Esses locais tornaram-se popular pela rede social Instagram, deve ser um ambiente/cenário/objeto montado que gere interesse e fotos espontâneas no local para promover o compartilhamento e marcar a loja fortalecendo a marca.
  • 2. 2 Propiciando assim, o denominado marketing espontâneo em que o cliente se torna parte do marketing da empresa ao compartilhar de forma espontânea em suas redes sociais algo da empresa. O ambiente instagramável é uma propensão criativo de explorar o branding da marca. Figura 1 – Ambiente Instagramável – Vitrine da Loja Marisa Natal 2018 em São Paulo. Fonte: Imagem obtida da Internet. (2021) Planejar a atmosfera de compra de forma competente favorecendo a comunicação visual, projeto, layout, iluminação, mobiliário, cores, aromas, sons tudo que envolva o cliente a uma experiência de compra diferenciada. Começando por uma fachada e vitrines atraente e envolvente que chame a atenção do consumidor. A Arquitetura Comercial deve ser o elo entre o consumidor e o produto ofertado como diz Underhill. O prédio, a locação, tornou-s eum grande anuncio tridimensional de si mesmo. A sinalização, a posição dos mostruários, o espaço para as gondolas e para o mobiliário de loja, tudo isso faz aumentar ou dimunuir a probalidade de cliente comprar determinado item. (UNDERHILL, 2009:28). Nas paginas á seguir essa tematica será abordada detalhadamente exemplificando com lojas reais de vários segmentos como o branding e a arquitetura comercal podem interligar.
  • 3. 3 2. Construção da Identidade da Marca. A Arquitetura com o auxílio do Branding devemos contextualizar e entender o seu amplo significado. Segundo American Marketing Association (2008:12) “Marca é um nome, sinal, símbolo ou design um combinado de todos esses elementos, com o objetivo de identificar os bens ou serviços de um vendedor e diferencia-lo de seus concorrentes”. Para a autora Wheeler a visão de marca é subjetiva e emotiva: Aline Wheeler (2008:12) “Marca é a promessa, a grande ideia e as expectativas que residem na mente de cada consumidor a respeito de um produto, de um serviço ou de uma empresa”. Nessas duas definições, percebemos um conceito técnico e objetivo e na segunda vertente mais singular e emotivo, envolvendo a experiência de cada consumidor com o produto de forma individualizada. Como cada receptor assimila essas informações ofertadas pelo Branding. Na Pirâmide da Ressonância criado por Kotler (2006) refere a construção de uma marca em 4 etapas: Figura 2 – Pirâmide de Ressonância Fonte: Imagens obtidas da Internet (2021) 1- Assegurar sua identificação das pessoas com a marca de imediato. 2- Estabelecer a solidez e o significado na mente do Cliente. 3- Obter Feedback do cliente com relação á marca. 4- Adaptar respostas e vínculos com os clientes. O conjunto de atributos eu faz uma empresa ser única inclui a marca gráfica, o ambiente construído e atendimento ao público. É relevante a arquitetura e design de
  • 4. 4 Interiores estejam alinhados com o marketing tornando um reflexo da marca representada. O branding eficiente corporifica questões como: qualificação de funcionários, escolha de fornecedores e material promocional. O profissional da área de arquitetura contribui e agrega de forma eficientes e assertiva nos projetos comerciais. Um branding define a cultura, o posicionamento, as atividades, o publico alvo para o gerar um projeto de marketing e de arquitetura eficientes e criativo atendendo as necessidades reais da loja. Segundo Kotler Branding significa dotar produtos e serviços com o poder da marca. Está totalmente relacionado a criar diferenças. Para colocar uma marca em um produto, é necessário ensinar aos consumidores ‘quem’ é o produto. – Batizando-o e utilizando outros elementos de marca que ajudem a identifica-lo -, bem como o ‘que’ ele se presta e ‘por que’ o consumidor deve se interessar por ele. O branding diz respeito a criar estruturas mentais e ajudar o consumidor a organizar seu conhecimento sobre produtos e serviços, de forma que torne sua decisão mais esclarecida e nesse processo, gere valor à empresa. Pg 269-270 – Administração em Marketing 12ºed -2006 Kotler, Philip - Keller, Kevin Lane. A satisfação do empreendedor e do consumidor está relacionado nesse conjunto de fatores alinhados que provocam a identificação da marca, dos produtos e do layout da loja atrelado ao aumento de vendas. Analisando a loja da Adidas. Nesse contexto vemos uma vitrine e layout interno que relaciona com sucesso aos produtos oferecidos. A logo da fachada inter-relaciona com o ambiente interno da loja de forma intuitiva, não ofusca os produtos e destacando somente a iluminação feita com Leds. Figura 3 – Loja Franquia Adidas- São Paulo SP Fonte: Imagens obtidas da Internet (2021) O conceito e logotipo são tão enraizados que se unem ao design de interiores e ao mobiliário interno com cores escuras e moderno, os destaques ficam somente para os produtos esportivos, a iluminação de forma geral, esse design se leva de forma
  • 5. 5 globalizada para todos os produtos da marca. Ao contrário da loja Adidas Originals onde o conceito é de produtos vintage, do começo da criação da marca que reflete em todo seu design interno com quadros no mesmo estilo, bancos em capitonê, madeirado, tons de cinza trazendo essa referência de antigo. Veja a imagem a seguir. Figura 4 – Loja Adidas Originals Miami EUA Fonte: Imagens obtidas da Internet (2021) Esse reconhecimento de uma marca e um produto gera um Branding em um conjunto de ações ligadas à administração das marcas que promovem o conhecimento e levam as marcas além da natureza econômica influenciando a vida das pessoas afim de simplificar e enriquecer. Outro exemplo dessa temática é as lojas Centauro de produtos esportivos. Em todas suas lojas apresenta uma pista vermelha que identifica a marca rapidamente. Figura 4 – Loja Centauro- Cuiabá- MT. Fonte: Imagens obtidas da Internet (2021)
  • 6. 6 3. Origem do Branding. A origem do Branding diverge em seu período de início existem divergências. Há autores que defendem sua origem de séculos passados por volta de 1.300 A.C. Keller e Machado (2006) defendem a prática de artesões para identificarem os produtos, facilitando o reconhecimento dos clientes. Muitas marcas eram destacadas em porcelanas antigas, jarros de cerâmica grega e romana. Por volta de 1.266 foi aprovado uma lei inglesa que determinava colocar a identificação da marca nos produtos comercializados. Os produtores de tabaco norte-americano já exportavam por volta de 1.600 com identificação no rotulo. Alguns autores defendem do início da Revolução Industrial final do século XVIII, início XIX na origem do consumismo global. Healey 2009. Ao oposto o professor de Marketing de Oxford, Douglas B. Holt 2003. Defende seu início no século XX com o surgimento da cultura do consumo, presente até os dias atuais. Não estabelece somente a venda, mas sim a relação individualizada com o cliente e de que forma o produto vai chegar até o público alvo. O que é sabido que essa prática vem sendo praticada de formas parecida, mas não com essa denominação que é recente. 4. Branding Sensitivy. O chamado Branding Sensitivy (branding sensorial em Português) expressão nova do autor Dinarmaques Lindstrom. A finalidade do Branding Sensorial é garantir uma integração sistemática dos sentidos á sua comunicação, ao seu produto e aos seus serviços. Isto estimula a imaginaçã, melhorará seu produto e estabelecerá a fidelidade dos consumidores com sua marca. (LINDSTROM, 2007:112). Essas sensações denominadas por Lindstrom reflete na arquitetura afim de criar mais vínculos com o consumidor, matematizar um desenho de uma logo, um conceito idealizado em algo construído e palpável. De acordo com seu estudo a visão é responsável por 58% da importância sensorial, ultrapassando o odor, sabor, som e toque. Por essa razão projetar um ambiente comercial interliga diretamente com Branding Sensitivy. Figura 6 – Branding Sensitivy Fonte: Imagens optidas da Internet (2021)
  • 7. 7 A) Visão: A visão entre os cinco sentidos, o marketing faz mais uso. Como a marca será criada e mostrada ao público. As cores de um logotipo ou publicidade chamam a atenção do consumidor e estimulam pensamentos, a memória e os tipos particulares de percepção. (Gobé, 2002,127). A visão de cores e formas ajuda na relação da marca com o consumidor. A marca das lojas Farm, franquiada e com lojas em todo Brasil é um exemplo dessa relação bem-sucedida entre a visão no Branding Sensitivy. Uma loja com o visual naturalista, cheia de vegetação trazem uma sensação assertiva de vestuário colorido, tecidos naturais e ambientalistas, conceitos que a marca defende fortemente refletindo até em sua própria logo que é uma flor estilizada, simples, delicada e feminina. De O conceito da marca Farm é emocionar através de uma estampa, e isso é possível se sentir desde que se entra em uma loja Farm, que conta com um cheiro característico, que se torna o cheiro da marca, isso também é Branding Sensitivy. A cor da marca também está ligada de forma muito coesa com seu posicionamento, em que a natureza, a temperatura e as cores é o centro de tudo. O marrom utilizado na marca analisando a psicologia das cores nos remete a autenticidade, natureza e orgânico, que é tudo o que a marca quer transmitir ao seu público. Figura 7 – Lojas Fram em Cuiabá- Shopping Estação –Cuiabá MT. Fonte: Imagens produzidas pelo Autor (2021
  • 8. 8 B) Paladar: Zerbinatti (2017,39) defende que: As marcas que buscam estimular o sentido do paladar em sua comunicação estabelecem uma relação de afeto com os consumidores, chegando ainda, a despertar sensações positivas na medida em que a composição quimica de alguns alimentos é constituídas por substancias que fabricam eurotransissores no cerebro, causando sensação de bem-estar e prazer. (Zerninatti, 2017:39). É comum lojas de vestuário, spa, salão de beleza, livrarias, etc, oferecem em seu interior água, café e biscoitos, afim de estabelecer essa relação de intimidade, proximidade e conforto com o cliente favorecendo a sua permanência por mais tempo no interior da loja. Em alguns estabelecimentos oferecem até uma mini lanchonete para os clientes. Figura 8 – Exemplo de loja com coquetel para clientes. Fonte: Imagens obtidas da internet, loja não identificada. (2021) C) Audição: Esse sentido é de grande importância para decisão de compra, música ambiente no interior de uma loja provocam sensação de estímulos e bem-estar possivelmente. Estudos indicam que atividades como ouvir música estimulam a produção de endorfinas no corpo, ativando os poderosos centros de prazer no cérebro (Gobé 2002, 199). Lojas que estimulam com músicas essa relação com o cliente, favorece sentidos como alegria, relaxamento, felicidade. É importante as músicas escolhidas
  • 9. 9 conversarem com o conceito da marca, em um volume baixo que não atrapalhe a conversação entre vendedor e cliente, não se torna um ambiente incômodo, alto e desagradável. Lojas grande de departamento com vasta opções de consumo como a Renner franquiada com diversas lojas espalhadas no Brasil, utilizam bastante esse artificio promovendo o som ambiente em toda a extensão da loja. Os clientes sentem à vontade em permanecer mais tempo no interior e escolher mais produtos para compra. Figura 9 – Lojas Franquiada Renner Várzea Grande Shopping- Várzea Grande MT Fonte: Imagens produzidas pelo Autor. (2011). D) Tato: O tato é o maior órgão do corpo humano, com ele temos a percepção de objetos e suas formas, peso e texturas. É considerável para o cliente avaliar a qualidade do produto, pegando, sentindo sua textura e formas. Deve ser planejado pelo arquiteto visando destacar alguns produtos e deixa-lo de fácil acesso ao cliente. Gobé (2002,141) diz que “enquanto os sentidos em geral nos informam sobre as coisas do mundo, muitas vezes é o toque que nos permite finalmente possuir o mundo, envolve-lo com a nossa consciência”.
  • 10. 10 Figura 10 – Lojas Franquiada Studio Z Shopping Pantanal Cuiabá MT Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2021) E) Olfato: O Olfato tem grande papel na vida de qualquer pessoa, ele contribui para a identificação de alimentos e cheiros. É um sentido que conecta com o emocional do cérebro e muitas vezes é responsável pela melhora de humor, sentindo cheiros que perfumes e fragrâncias. Usando esse artificio em uma loja, promover um ambiente perfumado, com um cheiro especifico faz o cliente imediatamente associar o perfume a marca. Um exemplo dessa oportunidade de Branding Sensitivy é a loja Melissa (loja de calçados), que utiliza de um aroma de tuffi-frutti característico que faz o cliente sentir o cheio assim que adentra o interior da loja e associar a marca, inclusive sendo vendido em algumas ações especiais. Esse marketing Olfativo é de grande eficiência.
  • 11. 11 Figura 11 – Lojas Melissa Shopping Pantanal Cuiabá MT Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2021) 5. A Relação da Arquitetura e Branding. A arquitetura tem como ideal provocar sensações e percepções no espaço construído. O ambiente idealizado pelo arquiteto deve proporcionar e caracterizar uma identidade como o cliente ou marca. O arquiteto Juhani Pallasma resguarda a ideia quando menciona: Toda expericencia comovente com a arquitetura é multissessorial, as caracteristicas de espaço, materia e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, lingua, esqueleto e musculos. A arquitetura reforça a experiencia existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo e essa é essencialmente uma experiencia de reforço da identidade pessoal (Pallasma, 2011,92). Nesse contexto um projeto comercial eficiente e de resultado deve atentar para ações de publicidade e marketing promovendo a divulgação da marca e da loja em si, buscando o reconhecimento e novos clientes. Com as visões amplas e conjuntas desses elementos é possível promover a identidade visual. As fachadas e as vitrines de uma loja é o primeiro estímulo do público com a marca e os produtos ofertados. Deve-se fazer um projeto que tragam identidade e conecte com o interior de ambiente. Vitrines atrativas que convidam e aguçam a curiosidade do público que transita pelo local. Essa impressão diz muito sobre a marca e os produtos oferecidos. Design coloridos e bem desenvolvidos, onde os manequins, roupas, produtos sejam dispostos promovendo uma boa iluminação vão gerar mais atração e consequentemente mais vendas com resultados de compra positivos, comparados as vitrines dispostos aleatoriamente sem nenhum olhar técnico de um profissional da área (arquiteto, design de interiores ou vitrinistas) para compor da melhor forma a ambientação do espaço.
  • 12. 12 Logo após essa primeira relação com o possível cliente, onde busca sua atenção do lado de fora da loja. Assim que adentra ao espaço construído pela arquitetura de interiores, é direcionado até os produtos, as ofertas, os destaques, provadores até chegar ao caixa e efetuar o pagamento concluindo sua compra. Essa experiência precisa ser agradável e favorecer o seu retorno. Essas variantes atrelada a um bom atendimento de funcionários qualificados fazem grande diferença ao consumidor na sua decisão de compra e retorno ao estabelecimento. A configuração interna do layout influencia no tipo de mercadoria exposto, como a arquitetura vai direcionar o cliente. Por exemplo uma loja de Material para construção não tem a mesma configuração de uma loja roupas, ou do setor alimentício, ou varejo. Alguns tipos de lojas necessitam de uma configuração interna especifica e tudo deve ser pensado para facilitar e não dificultar a compra do produto. O cliente vai favorecer as lojas que oferecem facilidade de compra, até mesmo o estacionamento e rotas de acesso para chegar na loja devem ser pensados pelo arquiteto não somente sua fachada e seu interior. Como? Por que rotas? Como ele vai estacionar o seu carro? Tudo deve ser analisado de forma clara e objetiva. O termo layout, de origem inglesa, significa plano, traçado, esboço, arranjo, esquema. Em arquitetura, é utilizado quando se fala da disposição ou arranjo físico de determinado ambiente. O layout determina o zoneamento e a funcionalidade, influenciando a forma como as atividades vão se desenvolver ao estabelecer áreas de uso e circulações. Figura 12 – Projeto de Loja de Material para Construção em Cuiabá - MT Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2021) O layout do ponto de venda determina a localização de móveis e equipamentos necessários para seu funcionamento considerando a circulação do público afirma (Blessa, 2003). O autor Parente (2011, p.301) confirma essa ideia ao afirmar: “A configuração do layout é determinada pelos padrões de circulação e pela disposição dos equipamentos de exposição de produtos. Turley e Milliman (2000) enumeram como componentes do layout: desenho e alocação do espaço, áreas de disposição de mercadorias, agrupamento de produtos, localização das estações de trabalho e
  • 13. 13 dos equipamentos, posição dos caixas, áreas de espera, organização dos departamentos, fluxo de tráfego, local para filas de espera, móveis e áreas mortas. Blessa (2003, p.154) salienta a importância do projeto do layout em ponto de venda, ao dizer que "o layout de uma loja pode definir seu sucesso ou seu fracasso (...) É importante saber que o layout não deve ser desenvolvido apenas como modelo de beleza. Ele precisa ser funcional para facilitar o tráfego, a escolha e a saída do consumidor". As decisões de layout, assim como todas as outras escolhas que definem os demais elementos da atmosfera da loja, devem motivar os consumidores a passar mais tempo na loja, estimulando-os a visitar os vários departamentos ou segmentos. Ao definir o layout do ponto de venda se determina como os diferentes setores vão estar relacionados e distribuídos na loja, quais seções e categorias deverão ocupar as localizações preferenciais e quais ficarão nas áreas de menor circulação e visibilidade. Segundo Parente (2011) o layout do ponto de venda deve proporcionar aos consumidores um fluxo suave, procurando alcançar um uso eficiente do espaço, também sendo importante considerar que seu projeto precisa atender a todos os envolvidos no varejo: O consumidor deseja que seu processo de compra seja uma experiência confortável, divertida e estimulante, em que ele possa facilmente localizar e escolher os produtos. Para o acionista, o bom layout é aquele que, além de maximizar a satisfação do cliente, também estimula o volume de vendas, favorece a composição de margem, minimiza os custos operacionais e otimiza a lucratividade da loja. Para o funcionário, o melhor layout é o que lhe proporciona maior satisfação durante seu trabalho. Assim, as decisões sobre layout deverão conciliar, de forma equilibrada, os objetivos de maximizar simultaneamente as vendas, a lucratividade das lojas, a satisfação e o conforto dos clientes e dos funcionários. Caberá aos projetistas o desafiante exercício de harmonizar esses distintos objetivos.
  • 14. 14 Figura 13 – Esquema de Setores de uma loja de roupas comercial. Fonte: Revista Projetar. V.1, n.3. 2016. (2021) 6. A Relação do Mobiliário e Branding. O mobiliário na Arquitetura de Interiores influência de forma primordial na relação cliente e vendas. O cliente não vai ficar em um local desconfortável ou incômodo. A ergonomia dos móveis nas lojas trazem identidade, aparência e personalidade para o ambiente. Marcas fazem o uso de móveis desenhados exclusivamente para atender à necessidade na loja. Veja alguns exemplos dessa premissa. A loja de telefonia Vivo projetou a própria cadeira Gogo com braços e pés cromados, ergonômico que atende a sua necessidade com modelo exclusivo patenteado na cor exatamente igual de seu logo. Esse mobiliário é comercializado para o público normalmente. Figura 14 – Loja Conceito Franquiada Vivo Shopping Avenida Central-Rio de Janeiro RJ Fonte: Imagens obtidas da internet. (2021) Nas lojas Tim de celulares algo semelhante acontece. Foi desenvolvido um design de mobiliário de balcão de atendimento exclusivo para suas franquias com modernidade e design padrão, identificando a marca pelo público.
  • 15. 15 As lojas no segmento de calçados Carmen Steffens Maison franquiada possui um mobiliário especifico, no caso uma poltrona vermelha em estilo requintado que reflete o conceito da marca e está presente em todas as lojas. O grande público reconhece e assemelha essa poltrona com algo próprio da loja que reflete em seus calçados mais sofisticação e requinte. Figura 16 – Lojas Franquiada Carmen Steffens- Shopping Flamboyant GO Fonte: Imagens obtidas da internet (2021) 7. Projetos de Lojas. Cada loja é específica e deve ser feito o projeto de forma singular, no entanto existe alguns condicionantes que devem ser levados em consideração na maioria dos projetos comerciais. Figura 15 – Loja franquiada Tim 100% digital- Boa Vista RR Fonte: Imagens obtidas da internet (2021)
  • 16. 16 São eles: - Circulação e Acessibilidade - Piso - Iluminação - Cores - Pé direito - Cheiros e Sons. Circulação e Acessibilidade. Um bom design mobiliário é importante para atender a acessibilidade da loja, como rampas de acesso, piso sem obstáculos ou desnível. Deve-se pensar a acessibilidade como um todo, tanto na área de circulação de cliente como nas áreas de funcionários, banheiros, estoque e área restrita. Toda a circulação na loja são pontos chaves do layout, sempre pensando que todos deve ter acesso ao produto exposto. Os públicos-alvo vão nortear as características do mix de produtos e o direcionamento do projeto de circulação e acessibilidade conforme previsto na Norma 9050/2020 atualizada. Piso. O tipo de piso escolhido para a loja deve ser bem planejado pelo profissional responsável. Existem inúmeras opções como pisos vinílicos, porcelanatos, madeiras laminadas, concretos entre outros a melhor alternativa vai depender do estilo de projeto, visando atender a requisitos de acessibilidade e segurança. A segurança e estética devem servir de aspectos predominantes na decisão projetual, o equilíbrio entre cores e tonalidades resultam em extensões internas amplas e harmoniosas. Pisos de fácil manutenção e limpeza devem ser levados em consideração pelos lojistas. Iluminação. A iluminação nas lojas é requisito de grande cuidado e planejamento pelo arquiteto. A visão do cliente ao produto deve ser de forma clara e nítida sem ofuscamentos de cores nos produtos iluminados. Elas direcionadas e geral vão compor e destacar produtos ou objetos como itens em promoção, destaque ou novidades. No provador é a decisão de compra do cliente e a arquitetura de interiores deve impulsionar a sua decisão positiva. A iluminação errada ou mal planejada pode dar a impressão de cores diferentes ou outra tonalidade, mais clara ou mais escuro. A iluminação do provador deve ser instalada na parte de trás do espelho, iluminando o cliente à sua frente. Não é indicado a iluminação em cima ou atrás da pessoa. A iluminação deve ser suave e bem distribuída. Sugiro lâmpadas tubulares ou fitas de led. Uma luz difusa com o menor de sombra possível vai favorecer a aparência do cliente. Ela deve ser escondida e somente o seu efeito proporcionado. As escolhas dos tons das paredes dos provadores devem ser claras e neutras de forma geral, para não ofuscar os produtos ou roupas.
  • 17. 17 A cor do produto deve ser a mesma, tanto na loja como no ambiente do provador. Por isso é indicado usar o mesmo IRC (índice de reprodução de cor) nesses espaços, lâmpadas com IRC acima de 80 são escolhas assertivas. A luz branca possui variações de tonalidade, ou seja, há brancos mais amarelados, outros mais azulados. Isto se deve à temperatura de cor de cada lâmpada. Ela é medida em Kelvin, numa escala que vai de 2400K (amarelada) até 5500K (mais azulada). Procure usar esses projetos a luz branca neutra, entre 4000K para não comprometer a leitura de cor das roupas no provador. Figura 18 –Temperatura da Cor – 4000K indicado para provador de lojas. Fonte: Imagens obtidas na internet (2021) Figura 17 –Espelho ideal com ilumonação lateral e superior. Fonte: Imagens obtidas da internet (2021)
  • 18. 18 Se é preciso valorizar seu produto, combine a iluminação difusa com algum ponto de luz focada; isto acentua características de pele e rosto, e enriquece o provador. Em lojas de vestuário e afim, os provadores precisam de iluminação correta e a mais neutra possível, pelo fato de não distorcer as tonalidades de cores das roupas. Iluminação de lojas de Materiais para construção e acabamento, joias, tintas precisam atentar para a iluminação do ambiente pela mesma situação descrito acima. Uma iluminação bem trabalhada tanto na área interna como na externa da fachada ou vitrine da loja podendo ser com destaques dos letreiros, leds, projetores e refletores. Reconhecendo essa iluminação diurna e noturna destaca a loja das demais concorrentes. 8. Considerações Finais. O branding bem-sucedido, personalizado e bem desenvolvido gera lucros e contribui para o sucesso da marca ou empresa. Aliado a Arquitetura Comercial que também é uma forma de linguagem e comunicação constante promovem um núcleo de ações e estratégias tornando a marca, arquitetura, interiores únicos e agrupados, para a fácil identificação do grande público. Os dois juntos (arquitetura + branding) agem como transmissor de comunicação e ideias ao ouvinte que no caso seria o público consumidor. Especificar e estudar todas essas ações separadamente desde o logotipo, influência da cor, fachada, vitrine, arquitetura, iluminação geral, acentuada, dos provadores, externa, setorização e fluxos, disposição do caixa, vimos que tudo influencia a criação de um conceito no branding sensitivy. Utilizando todos os 5 sentidos do cliente e tornando fiel à loja, promovendo experiências sensoriais positivas e atraentes. A contar dos exemplos de marcas bem-sucedidas e respeitadas seja na dimensão internacional, nacional ou estadual, vimos essa relação entre a Arquitetura Comercial e Marketing eficaz com marcas gigantes do mercado onde sempre são associados de forma direta. A arquitetura aliada a publicidade vai acrescentar maiores porcentagens e vantagens na marca, é uma valiosa sugestão para o crescimento de vendas e reconhecimento eu valem o investimento. A curto e longo prazo essas ações em conjunto de forma individualizado vão promover uma marca consolidada e duradoura no mercado varejista concorrido e exigente atualmente.
  • 19. 19 Referências BLESSA, R. Merchandising no ponto-de-venda. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003.154 p. CAMEIRA, S. R. O Branding e a Metodologia de Sistemas de Identidade Visual. 2013. 427 p. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração: Design e Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. CHEVALIER, M.; MAZZALOVO, G. Pró logo: Marcas como Fator de Progresso. São Paulo: Panda Books, 2007. 103 p. GOBÉ, M. A Emoção das Marcas: Conectando Marcas às Pessoas. Tradução de Fulvio Lubisco. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 2002. 127 p;141 p; 199 p. HOLT, B.; D. Como as marcas se tornam ícones: The Principles of Cultural Branding. 2003. KELLER, K.L.; MACHADO, M. Gestão Estratégica de Marcas. Tradução técnica: Arlete Simille Marques. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de Marketing. Tradução técnica: Mônica Rosenberg, Brasil Ramos Fernandes, Claúdia Freire. Revisão técnica: Dilson Gabriel dos Santos. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LINDSTROM, M. Brandsense: a marca multissensorial. Porto Alegre: Editora Bookman. 2007. 240 p. PALLASMAA, J. A Imagem Corporificada: imaginação e imaginário da arquitetura. Porto Alegre: Ed. Bookman. 2013. 152 p. PALLASMAA, J. Os Olhos da Pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Ed. Bookman. 2011. 76 p, 92 p. PARENTE, J. Varejo No Brasil: Gestão e Estratégia. São Paulo: Ed. Atlas, 2000. PARENTE, J. Varejo no Brasil: Gestão e Gstratégia – 1 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 173 p. TURLEY, L. W.; MILLIMAN, Ronald E. Atmospheric Effects on Shopping Behavior: A Review of the Experimental Evidence. Journal of Business Research. v. 49, 2000, p. 193-211. UNDERHILL. P. Vamos ás Compras! A Ciência Do Consumo. Ed. Elsevier 5 ed. 2009, WHEELER, C. Design de Identidade da Marca: guia essencial para toda a equipe de gestão da marca.. 2018. 12 p.
  • 20. 20 ZERBINATTI, A. M. Branding Sensorial: potenciais e limites. São Paulo: Paulus. 2017. 39 p.