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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
CURSO: PEDAGOGIA, 7º SEMESTRE - MATUTINO.
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DOCENTE: PATRÍCIA MAGRIS
DISCENTE: TAMIRES SOUTO



                             DIFERENÇA x DIFERENTE



       Como discernir o que diferença e o que é diferente? De acordo com o Dicionário
Aurélio da Língua Portuguesa, tem-se diferença como “qualidade de diferente; falta de
semelhança ou igualdade” e diferente como “que não é igual; que não coincide; que
difere, diverge; divergente, diverso, desigual”.

       No dicionário filosófico, diferença trata-se da “determinação da alteridade. A
alteridade não implica em si, nenhuma determinação. ‘As coisas só podem diferir se tem
em comum a coisa em que diferem’”. Segundo Mora, também em um dicionário de
filosofia: Aristóteles distinguiu a diferença de espécie e a de gênero. Para diferenciar
duas entidades, é preciso determinar em que diferem. A diferença opõe-se á unidade,
mas os mesmo tempo não pode ser entendida sem certa unidade.

       Esse mesmo dicionário relata ainda mais duas concepções, a de Hegel, a qual a
diferença está “ligada a identidade (algo de dentro)”, e a de Kant que aborda a
“diferença como conceito de reflexão que não se aplica as coisas em si, mas aos
fenômenos”.

       De certa forma diferença tem a ver com o sujeito, com o seu interior, com o
desejo de mudar o que é comum, nos dias atuais é difícil encontrar alguém a qual queira
fazer a diferença porque estamos acostumados ao que já está pronto, ao que é cômodo.
A diferença não é uma relação entre o um e o outro. Ela é simplesmente uma
metamorfose, considero-a assim por ser algo que se refere ao interior do sujeito, ou seja,
está sempre em movimento, em mudança.

       Diferente é uma especificidade da pessoa, um modo de se vestir, de falar, é o
excesso ou a falta de algo que um tem e outro não, tem muito a ver com relação e está
ligado a mais de uma pessoa. Ao contrário da diferença que não pede respeito, boa
vontade, tolerância, o diferente pede, isso por que entra a questão das leis. Na
constituição federal, art. 5º, diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, com direito a vida, á liberdade, á igualdade (no que se refere a lei), á
segurança, isto é tratar uma pessoa que julgamos ser diferente só porque ela não é igual
a nós resulta numa violação a constituição.

         Um ponto interessante sobre o diferente é que o diferente pode ser mais de uma
coisa e não impede que essa pessoa encontre outras pessoas com essa mesma coisa, por
exemplo, alguém pode me considerar diferente pelo meu modo de vestir ou por eu ter
alguma deficiência e num outro local ter alguém com o mesmo estilo ou deficiência que
o meu.

         É com estranheza que se olham uns aos outros, quando não se percebe no outro
apenas um espelho daquilo que está simbolicamente delimitado como o que tem que ser
igual.

         Trazendo a temática, os conceitos para a área da educação, entendo que a
diferença pode ser relacionada com o fazer, com a prática. Como disse anteriormente no
2º parágrafo, a diferença se relaciona com mudança, sendo assim na educação podemos
sair do tradicional para fazer o diferencial, é como o vídeo Fábula animada sobre o
docente que não sabe escutar, preparado por Easythings, para transmitir o VI
Internacional EducaRed 2011 , um espaço concebido para professores em que toda a
América Latina pode aprender, partilhar experiências, e debate, sobre educação e novas
tecnologias. O vídeo reporta a questão de mudar a prática utilizada em sala de aula e
adequar as tecnologias no ensino, ou seja, fazer a diferença.

         A forma como os diferentes têm sido considerados na escola pode conduzir à
desigualdade e até mesmo à exclusão escolar, isso quando não tenta tornar todos os
alunos iguais. No entanto tem alguns alunos considerados diferentes por terem situações
de desvantagem, dificuldade, deficiência, desvio, tão presentes quando focalizamos o
processo de ensino aprendizagem, que precisa serem trabalhados, mas que devem
considerar as suas particularidades de cada um.
Num universo de bilhões de indivíduos não tem como todos serem iguais, o bom
é sermos todos diferentes, não podemos exigir que o outro seja igual só por que o jeito
dele não nos agrada.




REFERÊNCIAS

ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

CONSTITUICAO: República Federativa do Brasil, 1988. Salvador: Brasiliense.

Fábula      animada      sobre     el     docente     al   que     no      escuchaban.
http://blogs.educared.org/encuentro/2011/09/02/una-fabula-animada-sobre-lo-que-
representa-el-vi-encuentro-internacional-educared/.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua
portuguesa. 4 ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2009.

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Diferente x diferença

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CURSO: PEDAGOGIA, 7º SEMESTRE - MATUTINO. DISCIPLINA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA DOCENTE: PATRÍCIA MAGRIS DISCENTE: TAMIRES SOUTO DIFERENÇA x DIFERENTE Como discernir o que diferença e o que é diferente? De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, tem-se diferença como “qualidade de diferente; falta de semelhança ou igualdade” e diferente como “que não é igual; que não coincide; que difere, diverge; divergente, diverso, desigual”. No dicionário filosófico, diferença trata-se da “determinação da alteridade. A alteridade não implica em si, nenhuma determinação. ‘As coisas só podem diferir se tem em comum a coisa em que diferem’”. Segundo Mora, também em um dicionário de filosofia: Aristóteles distinguiu a diferença de espécie e a de gênero. Para diferenciar duas entidades, é preciso determinar em que diferem. A diferença opõe-se á unidade, mas os mesmo tempo não pode ser entendida sem certa unidade. Esse mesmo dicionário relata ainda mais duas concepções, a de Hegel, a qual a diferença está “ligada a identidade (algo de dentro)”, e a de Kant que aborda a “diferença como conceito de reflexão que não se aplica as coisas em si, mas aos fenômenos”. De certa forma diferença tem a ver com o sujeito, com o seu interior, com o desejo de mudar o que é comum, nos dias atuais é difícil encontrar alguém a qual queira fazer a diferença porque estamos acostumados ao que já está pronto, ao que é cômodo. A diferença não é uma relação entre o um e o outro. Ela é simplesmente uma metamorfose, considero-a assim por ser algo que se refere ao interior do sujeito, ou seja, está sempre em movimento, em mudança. Diferente é uma especificidade da pessoa, um modo de se vestir, de falar, é o excesso ou a falta de algo que um tem e outro não, tem muito a ver com relação e está
  • 2. ligado a mais de uma pessoa. Ao contrário da diferença que não pede respeito, boa vontade, tolerância, o diferente pede, isso por que entra a questão das leis. Na constituição federal, art. 5º, diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, com direito a vida, á liberdade, á igualdade (no que se refere a lei), á segurança, isto é tratar uma pessoa que julgamos ser diferente só porque ela não é igual a nós resulta numa violação a constituição. Um ponto interessante sobre o diferente é que o diferente pode ser mais de uma coisa e não impede que essa pessoa encontre outras pessoas com essa mesma coisa, por exemplo, alguém pode me considerar diferente pelo meu modo de vestir ou por eu ter alguma deficiência e num outro local ter alguém com o mesmo estilo ou deficiência que o meu. É com estranheza que se olham uns aos outros, quando não se percebe no outro apenas um espelho daquilo que está simbolicamente delimitado como o que tem que ser igual. Trazendo a temática, os conceitos para a área da educação, entendo que a diferença pode ser relacionada com o fazer, com a prática. Como disse anteriormente no 2º parágrafo, a diferença se relaciona com mudança, sendo assim na educação podemos sair do tradicional para fazer o diferencial, é como o vídeo Fábula animada sobre o docente que não sabe escutar, preparado por Easythings, para transmitir o VI Internacional EducaRed 2011 , um espaço concebido para professores em que toda a América Latina pode aprender, partilhar experiências, e debate, sobre educação e novas tecnologias. O vídeo reporta a questão de mudar a prática utilizada em sala de aula e adequar as tecnologias no ensino, ou seja, fazer a diferença. A forma como os diferentes têm sido considerados na escola pode conduzir à desigualdade e até mesmo à exclusão escolar, isso quando não tenta tornar todos os alunos iguais. No entanto tem alguns alunos considerados diferentes por terem situações de desvantagem, dificuldade, deficiência, desvio, tão presentes quando focalizamos o processo de ensino aprendizagem, que precisa serem trabalhados, mas que devem considerar as suas particularidades de cada um.
  • 3. Num universo de bilhões de indivíduos não tem como todos serem iguais, o bom é sermos todos diferentes, não podemos exigir que o outro seja igual só por que o jeito dele não nos agrada. REFERÊNCIAS ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. CONSTITUICAO: República Federativa do Brasil, 1988. Salvador: Brasiliense. Fábula animada sobre el docente al que no escuchaban. http://blogs.educared.org/encuentro/2011/09/02/una-fabula-animada-sobre-lo-que- representa-el-vi-encuentro-internacional-educared/. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4 ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2009.