Gestão regionalizada de resíduos sólidos para municípios de pequeno porte
1. Proposta de Gestão de Resíduos Sólidos para os
Municípios de Pequeno Porte do Estado da Bahia
Situados no Território de Irecê
Sócrates Azevedo Cardoso
Orientador: Renavan Andrade Sobrinho, MSc
Avaliador 1: Clélia Nobre de Oliveira, MSc
Avaliador 2: Samara Fernandes da Silva, MSc
Salvador, 2014
3. 3
Objetivo geral
Elaborar uma proposta de gestão
integrada de resíduos sólidos urbanos
para os municípios integrantes do
Consórcio de Desenvolvimento
Sustentável do Território de Irecê.
4. 4
Objetivos específicos
Caracterizar o perfil e o atual modelo adotado pelos munícipios
integrantes da Região de Desenvolvimento Sustentável.
Apresentar as tecnologias adotadas para a gestão de resíduos sólidos
de acordo com as características do Consórcio de Desenvolvimento
Sustentável de Irecê.
Simular a taxa de resíduos sólidos para a sustentabilidade financeira,
bem como alguns instrumentos econômicos para o consórcio.
Sugerir algumas alternativas para a prestação regionalizada e
associada do manejo de resíduos sólidos.
Contribuir para os estudos de viabilidade técnica e econômico-
financeira do plano intermunicipal de gestão integrada de resíduos
sólidos.
5. 5
Introdução
Ao identificar os maiores problemas mundiais a (ONU, 2000) estabeleceu oito
Objetivos do Milênio que deverão ser atingidos por todos os países até o
término de 2015. Dentre esses se encontra o "Objetivo 7 - Qualidade de vida e
Respeito ao Meio Ambiente“.
No passado os gestores municipais atribuíam, erroneamente, o saneamento
há apenas o esgotamento sanitário, mas, de acordo com a Lei 11.745/07 tem-
se ainda a drenagem urbana e o manejo de águas pluviais e a coleta e o
manejo dos resíduos sólidos urbanos.
Em 2 de agosto de 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada
e sancionada estabelecendo assim um marco civil para a sociedade brasileira
(Lei nº12.305/10).
Contextualização
6. 6
Introdução
Para as cidades de médio ou grande porte, é possível realizar os
serviços de coleta e manejo de resíduos sólidos por folga no orçamento,
mas essa situação hipotética se complica quando se trata de pequenos
municípios, principalmente os localizados no interior da Bahia.
Cerca de 90% dos municípios do estado é compreendido por pequenas
cidades de até 50 mil habitantes.
A Lei nº 12.305/2010, obriga os gestores municipais a encerrarem as
atividades dos lixões até agosto de 2014.
Falta de habilidade técnica no quadro de pessoal das prefeituras
municipais.
Inexistência de um órgão estruturado para a gestão do sistema de
resíduos sólidos nos municípios, projetos inadequados, operação e
manutenção e falta de cobrança pela prestação dos serviços, sobretudo
para destino final.
Definição do Problema e Justificativa
7. 7
Introdução
A sobrecarga nos orçamentos municipais causada pela implantação de um
aterro sanitário sem a respectiva cobrança pelos serviços, principalmente
em municípios pequenos e pobres, leva à falta de sustentabilidade
financeira, pela ausência de fundos para manutenção dos sistemas de
RSU. Um aterro sanitário requer constante manutenção e demanda custos
consideráveis de operação, como energia, combustível, manutenções
diversas, salários de engenheiros, motoristas, operadores de trator,
faxineiros, segurança etc.
A PNRS, considera as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e
social.
Definição do Problema e Justificativa
8. 8
Metodologia
Para atingir os objetivos específicos delineados preferiu-se atentar
aos dados secundários. Esses dados são oriundos, em sua maioria
de:
a)Consulta as legislações pertinentes. Inclui as leis nacionais, estaduais e
os seus respectivos decretos; Levantamento e leitura dos materiais
relacionados com o tema em questão;
b)Identificação e seleção dos trabalhos que tinham haver com as palavras
chaves: gestão associada e integrada de RSU, consórcios públicos, formas
de aplicação de taxas e tarifas e sustentabilidade financeira;
c)Escolha de publicações preferenciais para o embasamento do trabalho
sendo o Plano de Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
do Estado da Bahia, o Sistemas de Informação sobre Saneamento e dos
vários manuais e estudos técnicos elaborados pelo Ministério do Meio
Ambiente.
9. 9
Metodologia
Para apresentar e identificar o melhor modelo para a gestão
integrada e associada dos municípios de pequeno porte do estado
da Bahia , foi escolhido para estudado a RDS de Irecê, mais
especificamente o arranjo de Irecê.
Para atingir o objetivo da simulação da taxa de resíduos sólidos
para a sustentabilidade financeira, foi utilizado a planilha de
dimensionamento disponibilizado pelo MMA, mas com algumas
adaptações de dados de entrada. Algumas etapas podem ser
destacadas, tais como:
llevantamento de dados básicos dos municípios;
ldefinição do valor presente dos investimentos (obras e
equipamentos) necessários para a operação a curto prazo e longo
prazo, respectivamente 2015 e 2033;
ldefinição dos Custos Operacionais mensais.
10. REFERENCIAL TEÓRICO
Gestão
Uma área do conhecimento fundamentada em um conjunto de
princípios, norma se funções elaboradas para disciplinar os fatores
de produção, tendo em vista o alcance de determinados fins como
maximização de lucros o adequada prestação de serviços públicos.
Gerenciamento
O gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações exercidas,
direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL,
2010a).
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11. REFERENCIAL TEÓRICO
Gestão Regionalizada
É a gestão integrada dos resíduos sólidos a partir de soluções
consorciadas e compartilhadas intermunicipais, permitindo
obter ganhos no planejamento, na regulação, na prestação
dos serviços públicos, na redução dos impactos ambientais
adversos, dentre outros aspectos relacionados com o
manejo dos resíduos sólidos.
A gestão associada e regionalizada é atualmente a melhor
forma de diminuir os custos da prestação dos serviços de
manejo resíduos sólidos urbanos para os municípios de
pequeno porte que apresentem características regionais
semelhantes.
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12. REFERENCIAL TEÓRICO
O decreto nº 7.404/2010 que regulamenta a PNRS estabelece
que os municípios com população total inferior a vinte mil
habitantes, deverão identificar a possibilidade de implantação
de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros
municípios, considerando a economia de escala, a
proximidade dos locais estabelecidos e as formas de
prevenção dos riscos ambientais (BRASIL, 2010b).
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13. REFERENCIAL TEÓRICO
Consórcio Público (Lei Federal nº 11.107/2005)
É um instrumento de cooperação federativa no qual entes
federados contratam de forma voluntária obrigações entre si
para atuação conjunta ou integrada na realização de objetivos
de interesse comum. Portanto, a constituição de um consórcio
público tem como ponto de partida a manifestação soberana
de cada ente federativo da intenção de consorciar-se com
outros entes(PEIXOTO, 2008).
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14. REFERENCIAL TEÓRICO
Consórcio Público(Lei Federal nº11.107/05)
O consórcio público é ainda a entidade mais adequada para
realizar a prestação regionalizada dos serviços públicos de
saneamento básico ou, no âmbito da gestão associada, para
exercer as funções de regulação e fiscalização da prestação
regionalizada, inclusive para a delegação conjunta da
prestação dos serviços de titularidade dos municípios
consorciados (PEIXOTO, 2008).
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15. REFERENCIAL TEÓRICO
Prestação de serviço de manejo de resíduos sólidos
Possibilidades para a gestão associada de municípios que integram
consórcios públicos.
15
Fonte: Peixoto, 2008
16. 16
Referencial Teórico
Em 2002, o Governo do Estado da Bahia e a Secretaria de
Desenvolvimento Urbano - SEDUR, por meio da Companhia de
Desenvolvimento Urbano do Estado – CONDER, iniciaram o atendimento
a municípios de pequeno porte com a técnica de aterros sanitários
simplificados, para adequação da destinação final dos resíduos sólidos
urbanos, a fim de reduzir os impactos ambientais negativos provocados
pelos lixões. Ocorre que, embora esses custos de implantação e
operação sejam reduzidos, a situação operacional da maioria dos aterros
sanitários simplificados é deficiente. Alguns prefeitos argumentam que
são insuficientes os recursos financeiros, equipamentos e conhecimento
técnico para operar aterros sanitários, ou, ainda, que não recebem o
apoio necessário do Governo Estadual para executar tal serviço
(SILVEIRA, 2008).
17. REFERENCIAL TEÓRICO
Sustentabilidade financeira para a gestão dos resíduos
sólidos
Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante
remuneração pela cobrança dos serviços. Para a limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços
públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de
suas atividades (Brasil, 2007).
Regularidade, continuidade, funcionalidade e a universalização da
prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos, é preciso adotar mecanismos gerenciais e econômicos
que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como
forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira
(BRASIL, 2010a).
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18. REFERENCIAL TEÓRICO
Pelo princípio do pagamento por serviços ambientais prestados e a
possibilidade de promoção da sustentabilidade operacional e financeira
que diz a Lei nº11.445/2007, é necessário repassar os custos aos usuários
dos serviços públicos oriundos do gerenciamento dos resíduos sólidos
urbanos, através da aplicação de taxas e tarifas aos munícipes da
respectiva área de alcance da gestão associada.
O principal critério distintivo entre taxa e tarifa reside na concessão ou não
do serviço público. Logo, se o Poder Público prestasse diretamente o
serviço, seria remunerado por taxa. Por outro lado, se fosse prestado pelo
concessionário, deveria ser remunerado por tarifa.
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19. REFERENCIAL TEÓRICO
O Supremo Tribunal Federal – STF, entende como específicos e divisíveis
os serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo
ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam
completamente dissociadas de outras serviços públicos de limpeza
realizados em benefício da população em geral e de forma indivisível, tais
como os de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos
(praças, calçadas, vias, ruas, bueiros).
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20. REFERENCIAL TEÓRICO
Os custos típicos para essa gestão de RSU nos países em
desenvolvimento variam de US$ 15 a US$ 30 por tonelada e ainda a
Organização Mundial da Saúde em seus estudos estima que 0,9 a 1,7% da
renda familiar da população pode destinar-se a cobrir os custos de gestão
de resíduos sólidos (OMS, 2002).
Segundo (ABETRE; FGV, 2009), em qualquer plano ou orçamento para
disposição de resíduos em aterros sanitários deve-se levar em conta todas
as etapas de ciclo de vida. Considerando que a operação de um típico
aterro, na maioria das vezes, é para um horizonte de 20 anos e que para o
encerramento e o pós-encerramento, deve ser considerado outros 20
anos, principalmente pelas ações de monitoramento da área, no qual
totaliza um longo período de custos.
20
21. REFERENCIAL TEÓRICO
O preço médio de equilíbrio é de
R$ 101,80/ tonelada.
21
De acordo com a pesquisa feita pela
Cempre, o custo médio da coleta
seletiva nas cidades estudadas é de
R$ 424,00/t. Considerando também
o valor médio da coleta
convencional de R$ 95,00/t, o custo
da coleta seletiva fica em torno de
4,5 vezes maior que o custo da
coleta convencional.
22. RDS-Regiões de Desenvolvimento
Sustentável
Em outubro de 2009 foram propostas para o Estado da Bahia as Regiões de
Desenvolvimento Sustentável – RDS, compatibilizadas com os Territórios de
Identidade. Estes territórios são conceituados como espaços físicos,
geograficamente definidos, geralmente contínuos, caracterizados por critérios
multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a
política.
22
23. RDS-Região de Desenvolvimento Sustentável
de Irecê
A RDS Irecê é composta por 19 municípios, com uma população urbana de
241.321 hab no ano de 2010.
23
24. CDS-Consórcio de Desenvolvimento
Sustentável do Território de Irecê
O CDS – Irecê é uma autarquia do tipo associação pública de
personalidade jurídica.
Tem perfil multifinalitário, isso quer dizer que além da prestação
regionalizada dos serviços de manejo de resíduos sólidos o
consórcio tem outros objetivos como as ações de combate às
secas, infraestruturas, melhorias habitacionais entre outros
interesses. Mas é importante frisar que ele foi constituído
inicialmente para a redução dos custos oriundos da gestão dos
resíduos sólidos urbanos por meio da economia de escala.
24
25. Em matéria de gestão de resíduos sólidos o Consórcio de
Desenvolvimento Sustentável do Território de Irecê, pode ter como
objetivos a prestação de serviços de:
coleta convencional e seletiva do RSU;
operação de unidades de triagem, transbordo, PEVs e
compostagem;
tratamento e destinação final dos rejeitos;
operação do ASC que serve o consórcio;
remediação e encerramento de lixões.
25
26. Atual modelo de destinação final e situação dos catadores
26
Senai; Sedur e IMA
27. Arranjo territorial de Irecê
Em 2012, uma iniciativa conjunta do Governo Federal e Estadual,
firmado entre a União, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente
e o Estado da Bahia por meio da Secretaria de Desenvolvimento
Urbano-SEDUR, elaboraram e disponibilizaram o Plano de
Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, no qual
foram estabelecidos 4 parâmetros determinantes para a constituição
dos arranjos da RDS-Irecê, sendo a população urbana, a unidade
regional, a malha rodoviária, e a distância média entre as sedes
municipais, como mais relevantes.
27
33. Custo da operação da coleta convencional (combustível, mão-de-obra,
EPI, manutenção, etc.), seletiva e tratamento (agua, luz, EPI,
manutenção, combustível, mão-de-obra etc.) e operação da disposição
final (agua, luz, EPI, manutenção, combustível, mão-de-obra, etc.).
Considerando os estudos da ABETRE-FGV e da Cempre, os custos
médios por tonelada, são respectivamente: coleta convencional (R$
95,00); disposição final (R$101.80); e coleta seletiva (R$ 424,00). Os
custos são representados na tabela a seguir.
Fonte: Autor
33
34. O prazo de pagamento e taxa de financiamento do investimento
(mensal - %) considerando que o mesmo deve ser menor do que
a vida útil do sistema e a taxa de financiamento inclui os juros e
inflações. Considerando a taxa de financiamento do investimento
de 0,90% ao mês e prazo de 10 anos para quitação da dívida. O
pagamento do financiamento será de R$ 101.043,14 ao mês.
Para se ter um faturamento mensal de R$ 791.055,97 (Custo
operacional total + pagamento do financiamento) o valor da taxa
será de R$ 18,50, que corresponde a cobrança mensal de cada
economia. A planilha de cálculo está expressa no anexo deste
trabalho.
34
Fonte: Autor
35. ASPECTOS ECONÔMICOS E INCENTIVOS
FINANCEIROS
35
Os municípios da RDS-Irecê não fazem qualquer tipo de cobrança pela gestão
de resíduos sólidos. As prefeituras tentaram até então utilizar as receitas do
IPTU, contudo, considerando a alta inadimplência das taxas vinculadas,
causando maiores dificuldades aos gestores municipais em desenvolver uma
política de metas e técnicas de tratamento viáveis financeiramente (SNIS,
2012).
Em função das metas estabelecidas, é necessário que o CDS-Irecê,
implemente uma combinação de instrumentos econômicos. Tais como:
oTaxa aplicada sobre o manejo de RSU
oTarifas para embalagens e materiais acordados na logística reversa: Os
postos de coleta da logística reversa, como por exemplo, os LEVs e os PEVs,
podem ser criados priorizando a contratação de cooperativas e associações de
catadores de materiais recicláveis, já que estas são as responsáveis por grande
parte do volume de materiais reciclados.
36. INCENTIVOS FINANCEIROS
36
o Tarifas para os geradores diferenciados como os hospitais e
estabelecimentos cujo seus resíduos não foram caracterizados como
domiciliares, caso queiram compartilhar a responsabilidade. Para isso o
CDS-Irecê deve investir em outra unidade que pode ser localizado na própria
área do aterro convencional mas com procedimentos diferenciados caso os
resíduos são caracterizados perigosos como os RSS.
o Incentivos a projetos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e
crédito de carbono no aterro sanitário.
o Taxa verde: incentivo de redução da conta, pela separação de materiais
recicláveis e orgânicos. Favorece a redução na fonte e a eficiência no
tratamento de resíduos sólidos, com alto potencial de inserção da população
no processo de gestão, contribuindo para a separação dos materiais
recicláveis e, eventualmente, para a redução do volume de resíduo gerado
(IPEA, 2012).
o Incentivos à compostagem através de incentivos fiscais e/ou subsídios.
o Incentivos econômicos aos munícipios pela distribuição do ICMS Ecológico
pelo Estado da Bahia.
37. ALTERNATIVAS PARA A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Uma empresa de âmbito específico poderia ser uma melhor solução, uma
vez que as atribuições diretas do consórcio, são multifinalitárias. As
alternativas propostas seriam:
Criação da Empresa Baiana de Saneamento Ecológico-EMBESE,
empresa pública ou autarquia intermunicipal.
Ampliação da atribuição da Empresa Baiana de Águas e
Saneamento-EMBASA S/A, para que a mesma possa ser a responsável
pela prestação regionalizada e associada da gestão de resíduos sólidos.
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39. Alternativa da Criação da Empresa Baiana de
Saneamento Ecológico-EMBESE
Há uma rejeição muito grande por parte dos municípios em
estabelecer novas taxas. Os prefeitos da região não desejam o
desgaste de sua imagem junto ao eleitorado como sendo
responsáveis por mais um tributo. Essa alternativa contornaria o
problema, seria repassar esses serviços a administração indireta
do CDS-Irecê, pois esse ajudaria no processo de instituição de
taxas ou tarifas, já que o peso político da medida ficaria diluído
entre os vários municípios que a adotariam ao mesmo tempo.
39
40. Ampliação da atribuição da Empresa Baiana de
Águas e Saneamento-EMBASA
A Embasa, é responsável pela prestação de serviços, não apenas para os
serviços de água e esgoto mas poderá ser também para a prestação dos
serviços de manejo de resíduos por possuir infra- estrutura como sede
própria, engenheiros, biólogos, assistentes sociais no quadro da empresa
que poderiam ser utilizados, ou providenciar novo concurso público para
compor esse quadro.
Um exemplo de companhia estadual na prestação de manejo de resíduos
sólidos é a Companhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR, que além
de prestar serviços de fornecimento de água tratada, coleta e tratamento
de esgoto sanitário, também presta o serviço de coleta e destinação final
de resíduos sólidos.
40
Fonte: Sanepar
41. 41
Conclusão
O Consórcio da Região de Irecê, poderá se tornar um bom exemplo de
gestão regionalizada de resíduos sólidos, para municípios de pequeno
porte do Estado da Bahia e pode ter a possibilidade de expansão para
outras regiões, desde que comprovada a sua eficiência.
A Região de Desenvolvimento Sustentável de Irecê é uma área de
inúmeras características semelhantes como a identidade cultural, as
atividades econômicas, dentre outras como clima e economia. Mas uma
outra característica importante é a indisponibilidade de recursos próprios
para atingir a meta da qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. Para
isso a gestão regionalizada ou associada tem papel importante, uma vez
que ela possibilitaria um fator de escala e redução dos custos para esses
fins. Contudo, não garante a continuidade das ações ou atividades, pois o
que preencheria essa lacuna é sobretudo a institucionalização do serviço
de manejo de resíduos sólidos, seja a nível estadual ou intermunicipal.
42. Referências
ABETRE; FGV. Estudo sobre os aspectos econômicos e financeiros da implantação e operação de aterros sanitários.
Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos, fundação Getúlio Vargas-Projetos, 2009.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010a. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Brasília, DF. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso: em 05 de maio de 2014.
CEMPRE.Compromisso Empresarial para Reciclagem. Pesquisa de coleta seletiva no Brasil. 2012. Disponível em:
http://www.cempre.org.br/ciclosoft_2012.php Acesso: em 13 de abril de 2014.
CITAR; FUNDACE. Viabilidade econômica da construção e implementação de aterros sanitários: vantagens de modelos
com consórcios municipais, subsídios federais e operação pública ou privada. 100 p. Abril, 2012 Disponível em: <
http://www.fundace.org.br/campanha/viabilidade_economica_aterros.pdf> Acesso em: 7 de abril 2014.
CODEVASF. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba. Termo de referência para elaboração dos
projetos de engenharia e estudos ambientais de obras de infra-estrutura para o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos
urbanos, na forma de consórcios públicos, na bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Agosto de 2013a. Brasília, DF.
IRECE. Notícias. Irecê: 2014. Disponível em: <www.irece.ba.gov.br>. Acesso em: 21 de março 2014.
MMA. Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Manual para implantação de sistema de apropriação e recuperação de custos dos
consórcios prioritários de resíduos sólidos. Projeto internacional de cooperação técnica para a melhoria da gestão ambiental
urbana no brasil. BRA/OEA/08/001. Brasília, DF. 2010a.
PEIXOTO.J.B. Manual de implantação de consórcios público de saneamento/cooperação técnica Funasa e Assemae.
Brasília, 2008.
SEDUR. Bahia. Plano de regionalização da gestão integrada de resíduos sólidos. Salvador, 2012.
SENAI; SEDUR; IMA. Diagnóstico das condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis na região de irecê-ba.
2009. Apresentado no I Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental - I COBESA. Julho de 2010 em Salvador.
Disponível
TCU. Brasil. Tribunal de Contas da União. Relatório de auditoria operacional. Monitoramento no programa resíduos sólidos
urbanos. Brasília-DF, 2011.
42
43. Proposta de Gestão de Resíduos Sólidos para os
Municípios de Pequeno Porte do Estado da Bahia
Situados no Território de Irecê
Sócrates Azevedo Cardoso
Orientador: Renavan Andrade Sobrinho, MSc
Avaliador 1: Clélia Nobre de Oliveira, MSc
Avaliador 2: Samara Fernandes da Silva, MSc
Salvador, 2014