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0891
85-0152
CIP-~rasil. C.1talogação-na-Publtcação
Camara Br:isileir:i do Livro. SP
Ortnwano, Gisela Swetlana, J943.
A in~or~ação no rádio · 0s grupos de poder e
a determmaçao dos conteúdos / Gisela Swetlana
Ortriwano. - São Paulo . Summus, I985.
(Novas buscas cm comunicação ; v. 3)
Bibliografia.
1.. ~ádio - B~a~il 2. _
Rádio - Brasil - Aspec-
tos poltucos 3. Rad101ornahsmo - Brasil 4. Rádio -
Brasil - Leis e regulamentos 5. Rádio - Pro~ra-
mas - Brasil 1. Título. -
17. e 18. CDD-384.540981
17. e 18. -070.190981
I7. -384.5440981
I8. -384.54430981
CDU-347.763(81)
lodices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Rádio : Aspectos políticos 384.540981
(17. e 18.)
2. Brasil : Rádio : Comunicações 384.540981 ( 17. e 18.)
3. Brasil : Rádio : Comunicações : Direito comercial
347.763(81) (CDU)
4. Brasil : Rádio : Programas : Comunicações
384.5440981 ( 17.) 384.5443098 l (18. )
5. Brasil : Radiodifusão 384.540981 (17. e 18. )
6. Brasil : Radiojornalismo 070.190981 ( 17. e 18. )
l
A INFORMACÃO NO RÁDIO
os grupos C.:.! poder e
3 dcterminttcão dos
conteúdos
gisela swetlana ortriwano
summua •dllorlal
nttse caso. Por tudo isso a sua e 1
çbc&amos sobre ,◄ lnior~ão no R~~ ~ - e ,~ s.:oncl~io a que
'º e:: . ime,1gcnte, competente.
A obra da Profa. G~la Ortriw .
tecida. pela abrangcncia d . ano, pela seneJadc com que é
.-.elo roedrtismo do voluU: :em~:que se propôs reunir_ e ~xplicitar,
.,ela clareza e simplicidade d r l.{ue .Ú(uÇ~ u•~ r~u~ e ordenar,
. : u conteúdo passa . a .orma. pela substancia nquíssima de
t1tbliografia n~Clonal d~ 1~
1
~~rt ao que de melhor existe na
tãncia para profissio . orna ismo. um trabaiho de extrema impor-
que representa par,i":~· rra estudantes e. pelo ~xcmplo contundente
' u iosos. professores de Comunic:ição.
Por tudo is50 honra m .d
obscrvaç~ E d • 1 - e ter s1 o convidado a registrar estas
· aque as homenagens que recebemos como privilégio.
12
Santos. setembro de 1984
Walter Sampaio
I.
O RADIO NO BRASIL
O Rio de Janeiro é considerada a primeira cidade brasileira a
instalar uma emissora de rádio. Antes disso, porém, experiências
já eram feitas por alguns amadores, existindo documentos que provam
que o rádio, no Brasil, nasceu cm Recife, no dia 6 de abril de 1919,
quando, com um transmissor importado da França. foi inaugurada
a Rádio Clube de Pernambuco por óscar Moreira Pinto, que depois
se associou a Augusto Pereira e João Cardoso Ayres.1
Qficialmente, o rádio é inaugurado a_7 de setem_t,
_
ro de.. !922,
como parte ..d.as comemoras;ões do Cguenário da-1J1Q~~
quand-9_, através_g~ aQ_~pto~,s.- ~c;iahu~ -.imll9.r~do_s ~ a.
ocasião, al""1ns compQ.n~ntcs da ~Qricdade carioca puderam puvir cm
casa <Lllit@nO_d_o ~~te....E.pitá_çio r.~oa. A Westinghouse havia
instalado uma emissora, cujo transmissor. de 500 watts. estava
localizado no alto do Corcovado. Durante alguns dias. após a inau-
guração, foram transmitidas...QJKr._~_di(~tamcnte .@ Teatro ~unifi~l
do Rio de JaneirQ.c_}.. _
<!_çmQ_nstração _p~blica ~ausou_i~p~cto,_ mas as
transmiss§es (_oram logo en~erradas por falta de u~ _
projeto que_ lhes
d~ _C..Qntinuid--ªde.
1. A FASE DE IMPLANTAÇÃO
,. Ilefinitivamcnte,..P.9<!_
~Ill_Qs_ç~erar 20 de abril de 19'P como_
lL_
data_cJ,e:iDS.1ª-~
--d~ã.p
~ ~Jy_~ü....$. qQª°-9.9.S~~
- a
funcionar a R,ádio Soci~.Jde do_Rio. de Jawàlil,..Jqndag;i_pçr RoquetJ~
'finto e tl.CIQ'... M~~ jm~ L~m.isso@.J ~
.!!l.-~l:Who niti_
damente
educativo.,.
1. Sampaio, Walter. lorfta!ismo audiovisual, p. 19.
13
.. _
Mas o ra~io nascia como_~-eio ·J:: dit~. !1~º J~ masss1. e ,e
dingi:i a quem t1ve~sc poder :iquismvo p·:..ra mandar buscar no exterior
o~ .iparelhos receptore~. ent:io muuo -:arn~. 1ambef11 a progrJUnaçào
rg__o estava voltad~. para atingir aos ob1erivos a. que se propunham
se~ fundadores: L~ a~a_
da c
_
:into 1m 1:1ouco de cducacão. de
en~ino__
e. d:...a!e~ja··. Nasceu como- um .:~orêenmmt:nto ã~~ ciectuais
e cient~st~s e strns.J .iní!li_dad_~r;un .b.a.~::i.mente...i:ulturais. educativas
e._ altru1sucas.
' No iníci_
o,.q__uvia_:se ~pcrai.CQ.l]J 9jscº-.?_..:ffiprcs1_ados RW2S_próp.rios
ouvintes, reqta1s_de poesia, conccrtosL palestras cultwais etc.. sempre
uma pr?gramaçao muito "~eleta... apesar de Roquettc Pinto estar
convencido, desde o míc10. de que o radio se transformaria num
meio de comunicação de massa./E. de'iào a essa certeza e à vontade
~e divulgar a ciência pelas camadas populares. muitas iniciativas
roram tomadas no sentido da implantação efetiva da radiodifusão
no Brasil.
t-..ctinda nos :1nos :o, o radio já começa a espalhar-se_ps:1º.Je.rri.-
tório brasileiro. As primeiras emissoras tjnh.am semp_rc: em sua dcno-
ll!inagQ__os t~ mos
_ "c!1:1be.. O_l!.~
·sq,cie_s!adf:._pois _na_verda~cirun
ç_~mo 12_lubes_ou__a~SQciações fo_I.madas pelos iq_eals!._as que aç__re_
ditavam _
na pote_!:!cia)idap e do
_ novo meio.
'(-..ics~a mi.JI1e1_r;;-fa~~·-o rágjo_se _
m:intinh'LfQ.ll1 mensaiidades_pagas
pel_
os que possuiam aparelhos receptores,. por Q.
O<!_ÇQ..~ eventuais de
entidades privadas ou públicas e. muito raramerue, çom a jns.erção
de _anú_!!S!Qs..rn9s_
_ que. a.. rjgor, eram proibid<>i ~la ie~js!aÇ,io da
,época, .E também eram feitos ·a pelos para que os interessadõs
adetíssem à emissora como sócios. ajudando a mantê-la. Mas, como
diz Renato ~·1urce. "a constância não é uma virtude muito brasileira.
aepois de alguns meses. ninguém mais pagava".: E o rádio_luta.va
CQDl. ctifi&J.tl®d.
~s.....S1:IIL estrut_y_ra CCQJJQ.tnko~fina.nceir.a .que pudesse
iayQLeg,LQ...$U desCJ1vo1vimento. _ . __ _ . . __ _
___
--- André Casquei :viadrid salienta que, durante o decênio de 20.
"a cultura popular não tinha acesso ao rádio, que não se caracteri-
zava como entretenimento de massa·•_. sendo "veículo de formas de
diversão__individualista,_ familiar ou particular, _
m_
uito _pou~~ _!X
_
ti:n-
sn:a.s.:,:. E· esse quadro se evideric
,a "pelo pequeno número de emis-
soras instaladas. _o pouco intçresse _ga própria sociedade global,
relativªmen_t~ _a__o Jádio'' 3
~- O rádio continua na onda. Vfsão, 22-3-1976, p. 81.
3. .taúnd. Andre C.1squeJ. Aspectov JcJ teluad1od1f11stlo hrasileira. ~,pe•
c1fic~mente. pp. 3~-39.
2. O RADIO COMERCIAL

fA partir do início do decênio de . . o rádio sofre transformação
radical. Em 1931_. quand_g_surg_e o pr~-:-..t.:u is,cu~_nto_ sobre radi<?-
difusão. o rádio f?rasileirQ jª estava cc. rometido com 0s ··_
re~la~~-·
- 9s anúncios dague~1._,..111~ - P"'" _{arantir sua sobrev1venc1a. ~
>- - - - -- ... -
v ubJ_içjdª d~ fgi l)Srmi.J.id4__P.2,: meio do Decreto n.0
21. l1 r..
de 1.0 de· mãiço·aê .l 932, que regulãmc
ntou o Decreto n.J :-0.04T.
de maio de 193I. primeiro diploma legal sobre a radiodifusão. ~urgido
nove anos após a implantação do rádio no país. As primeiras emis-
soras a entrar em operação. antes do Decreto n.0
10.047. obuveram
suas licenças com base na regulamentação da radiotelegraiia. o
Regulamento para Serviços de Radiotelegrafia e Radiocelefoma.
Decreto n.0 16.657, de 5 de novembro de l924.4~ ~e;:gp ~,...
~ rtir dos anos 30, P.reocu2,ar-g~ri11mcnte _COJ!l o novo meio.
que definia ~omo "servii;p de. interesse: oac1on.i!l. e de. fi~lidi,1dc
educativa". regulam
~ng_
o
_...Q_seu J unciop-ª_mento e pass~C!_qo '! iJ!la-
gmar maneiras de_fil.oporcionar-lhe j)ascs econômicas mais~sólidas,
concretizad(!S, ~lo Decretq ni '].1.11 I,_ ql!_e_autorizaya i! _
v_esculaç:io
de propaganda pelo rádiÕ. tendo limitado sua manifestação, nuc1al-
m
_
e~'- ª 10~ da programação, pos~eriormente elevada p~ 20"& e.
a_tualm_c;_nte, fixi3da em 25% ...- ·
.i,. A introdução de mensagens comerciais transfigura imediatamente"
o rádio: o que era ·'erudito", ''educativo··. ·'cultural.. passa a traos-1
formar-se em ·'popular'', voltado ao lazer e à diversão. O i.:omércio:
e a indústria forçam os programadores a mudar de linha: parai
atingir o público, os ·'reclames·· não podiam interromper conceno~.
mas passaram a pontilhar entre execuções de música JX>pular. horanos1
humorísticos e outras atrações que foram surgindo e passaram J
dominar a programação.Y •
'Com o ad~__g_~ _ru!.b!icida~_as ~ssc,_ras ~aro- d.e ~
~rg31nizar. 1:omo ~ll!,P!Csas para di~putar o mer~ A c~tiçicr
teve, ongmalmentc, três fac:::tas: desen.volv1mento técnico. stc.Uus da
emissora e sua popularidade..,..,i_preocupação "cducauva~ foi sendo
deixada de lado_e..,_ em s~u l~gar.., começaram a se ~mpor M interesse~
rrr~ç__~tis.•
1"As transformações surgidas no país a partir tia RevolucJo de
1930, com o desJX>ntar Je novas forças, como o comerc10 e :1 mous-
tria. que precisavam colocar seus produtos no mercado 101crno.
aliados a mudanças na própria estrutura administrativa feJerul. com
a forte centralização do poder cxccuuvo engendra® por G (!Ui lv
4. Lopes, Saint•Clair. Com.111t1cQ,;ào - rad1
od1fusão nort". p.. ~:.
V -
arga.s. sao o contexto q_
ue favorece a expansão da radiodifusão· o
radio mostra-se um meio extremamente ericaz para · ·
½troduçãa_dc esJjmulos ao consumo. - tnCC:!:J;!Vª!.....J
.,.Qs_cmru_csários come_s"'àm-a ECr~ber q ,di é · ·
efietCl}tC p~ra_ div
-ulgar-scÜs produtos do qi: isr:ek
ulos~Ul~O mat_s
11•--· ...... ·... -.. vtdo ao graod · d - - nn~os.
v e numero e :inalfabetos.., Para · ··
~urgem então novas fun - d" · · " .........,.,
r . çocs, . netamente ligadas ao desenvolvimento
~d~•co_ e, ~conõmt~- do pais. ·'Vencidos .:>s ultimos obstáculos de
m Jur1d1ca, 9 radio ~~aria a serviço da vida cç_onQm.ica nado-
nal todas , as , uas ~~c?-~•ahdadcs~ consolidando-~. definitivamente,
como
1
vei~lo pubhcttano de múltiplos objetiv~ de expressão
popu ar e integração nacional.·• s
"com o ~ádio co~ercial incipiente, não tendo ainda lUJlil estru-
~~ra bur~crát~~a ori_ant.Zada, os primeiros profissionais - chamados
programistas -:- adquirem espaço nas estaç~ ~rodqic:m _prQ&ra-
mas e_reven<!_ern._mtervalos Pª-ra anunciantes.l'Faziam .de tudo: contato,
r~daç_:10, ~~u~ão e apresentação. À medida que o- nível de impro-
v1saçao .,dun_
m_
uia, for~m-sc articulando as equipes. "'E. ao mesmo
te~ o rácho '21l~ª~_
um P-r~e~ de rdormulaçao .™.ural.
amphapqp sc_
us rcc~TS?s, para poder atender ~ novas au:ihu.içõ~_na.
procç_sso_da 1~d~stnal_1~ãQ._ da urbaniza~o._(ja ~ciali1;1~ e_da
teCI!Qlogia. Ina integrar-se em outros níveis da realidade nacional e
passaria a responder às necessidades coletivas como meio recreaúvo
e informativo, manipulador da opinião"~• '
"'Para cumprir melhor o seu papel. o rádio não pode mais viver
apenas da improvisação. Precisa mudar, para poder fazer face à nova
situação. Estntlura-se @.IDQ_ i;m12r~inv~ ~. passa a contratar
artis~s. e prpQ!!!.Q.f!u"Os programas são preparados com antecedência
e a preocupação está voltada para conseguir cada vez maior audiência,
popularizando-se, criando os primeiros ídolos populares. "A lingua-
~~o!f>Ijca. _aos _p~ucos~ vai, ~endo aprendida_:.. M,ais colggu_i_~!.
mais dtreta,......de entend1mento_Jac1l~ om$a a ln.Yi<!i( togas as
emissões . .,, Os programadores passam a ter horário certo e a pro-
gramação. como um todo, é distribuída de modo racional no tempo." 7
1-Com a publicidade como suporte da programação, o objetivo
principal passa a ser o de alcançar grandes audiências, mercado
para os produtos anunciados. Assim, "opera-se radical mudarlca na
fQ.Dlla e oo conteúdo dos pro.gramas. buscando-se uma_ lin~ai
eclética. de maior apelo às emoções, intimista, livre, comunicativa.
J.nicm-.i.e ~ r_pfissionalização na área da criatividade radiof.ônjça'! . . "•
5. Madrid. André Casquei. Op. cir.. p. 39.
6. lbid, p. 42.
7. Costella. Antonio. Comunicação - do grito ao satélite, p. 181.
8. Madrid. André Casquei. Op. cir.• p. 42.
16
l( Logo no início desses-ª!loLl.Q.... ..Q.. ~ - J ai:ru,élll já veicul~a
propãganda política e, em deteqp.inadQr epis_9dios. como a Revoluçao
Constitucionalista de 1932, em São r'aulo, conclamou o pov~ em
favor da causa política, com César Ladeira ganha~d'? fama nacional
como locutor oficial da Revolução, atr"-"..:S da Radio Rccordit"q~e.
aliás, foi pioneira em múltiplos sentidos. Primeira lide~ _
de aud1enc1a,
introduziu a programação política, ao trazer os P?~ticos aos se.us
microfones - para " palestras instrutivas", como ~1zi:3 seu pr~prie-
tário, Paulo Machado de Carvalho. Depois, orgamzan~ ª. cad~ta de
emissoras paulistas na propaganda da Revolução Const1tuc1onahsta e,
cm 1934, toma-se agente da reviravolta que se operaria na progra-
mação das emissoras brasileiras logo a seguir.
,._
A._JkÇ.Q~tQ.L.UILru>.vo...m.od.elo...d.e_pll2gram.iç.ão o(ianizado
por César Ladeira, introd!1.zi11d~ULC~t......PJQfisswn& e_e~clusiv;o, com
remuneração mensal. A partir daí. oomec,a__LÇQ[Jjda__e-ªs gr~ndes
emisSQ.@LE_
Ontratam a "p_e~o _
de q,i,m2'.'~tr~JQ9..Y1ª.rCS e orquestras
fjlarmônicas.'t E mesmo as emissoras de pequeno porte procuram
também ter o seu pessoal fixo. Essa mudança aguçou - ou mesmo
desencadeou - o espírito de concorrência entre as emissoras. inclusive
as de outros Estados, que imitaram a programação lançada pela
Record.
>- Em 1935, ocorrem dois fatos marcantes para o desenvolvimento
da programação nas emissoras brasileiras. A Rádio Kosmos, de São
Paulo. depois Rádio América. cria o primeiro auditório e, a parti
daí, "vul&ari~am-se as u:.urupj~~-CQJJl_-ª partig~:k) _
go _púl,Hc9.
i.Jlclusiv~...9LJ)rogrnn1as_de ®ditório".' Paralelamente, é inaugurad
no Rio de Janeiro a Rádio Jornal do Brasil, que "estabeleceria um
sistemática de programas fundamentada na informação, dentro d
conduta austera, que a norteia até os dias prcsentes'°.tº
"'E o rádio brasileiro vai encontrando seu caminho, definindo sua~
'
linha de atuação e assumindo um papel cada vez mais importante .~
na vida política e econômica do país. _
Getúlio Vargas foi o primeiro
ggv~mant~ j?rasileiro a ver no rádio &ran,de.. im.pottânçia poijtiç_a. E
passa a utilizá-lo den_
tro de um m09elo autoritári~
~Logo após a Revolµ~ão~e 3Q.. hav~ sid.Q_qifillq_~ e.Q.artarneuto
Qf_i~iaL d~.froQ_~nda - .RQf, encarregado de uma seção de r:ídio
que antecedeu a "Hora do Brasil". Em.J_934. o DOP foj tLans1ºrm:ld0
em Dca,artamenlo de Propaganda e Difusão Cultural, surgindo então
"A Voz do Brasil". Posteriormente, o Dccr~Q_I}-~ l.91 5. de :.7 de
dezembro de 1939, criava_Q ..Qc~.imento_ de Imprensa e Prop3-
ganda - DIP, diretamente ligado à Presidência da República e
9. Costella, Antonio, Op. ci1.• pp. 181-182.
10. Madrid, André Casquei. Op. cit., p. 58.
17
que ~ubsutu1u o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural
''lÇ11._d_2 ,i._ sçu e_
ngi_
rgg _a.!is~aj_ização e c~nsura nãp_s_
<
L d.ç_ cQDtcúd~
da~ ••~;ogram~ço~s rad1otomc~s. _
c,~mo as do cinema, teatro e jor-
na1~ . . Depo~s. A Voz do Brasil passou a ser responsabilidade d~
Agencia Nacional. atuaJ Empresa Brasileira de Notícias - EBN.'<
P~ ~.,,,., ~- yi,.ta econômico, o _rádio pa~sou a receb_
c,r çada
vez mais mvesumentos publicitários. que acabam fortalecendo um
vasto ra!!lo de atividades. o d~ ~g~n_
cias E~Qlic1tárias. - - -
~esse ambiente, s~rge um marco muito importante: é inaugurada
a _
em1s~ora que acabana por tornar-se ê maior lend~ rádiQ.. brasi-
l~ As ll...ho.ras.. ~o dia Q d_e ..s_e_tembro de.1 936, um gongo soou
tre~ vezes e, a seguir. a voz de Celso Guimarães anunciava: ·'Alô.
Alo. ~rasil! Está no ar a R~dio Nacional do Rio de Janejr~~ Para
~odre Casqu~l Madrid. o início. de s_
uas atividades representou o
fa~o ~ue_sena ? _
marco da mais séna transformação ocorrida na
rad1od1fusao bras1le1ra, até o advento da televisão. -fA partir da Rádio
Nac_
ioaal do ~o_Qe Janeiro, o r_
ádio de~volv~-s-~9r~anjzad.Q_
J ui~
crattcamC:_nte".12
O conselho de administração da Rádio Nacional era
formado por oito divisões especializadas. sob as ordens de um diretor
geral - Yitor Costa - , que se esforçava na produção de programas
que fossem capazes de atrair grande público "A gigantesca ergam~
zação vr tia-se de dez maestros, 124 músicos, 33 locutores. 55 radia-
tores, 39 radiatrizes. 52 cantores, 44 cantoras, 18 produtores. 13
repórteres, 24 redatores, quatro secretários de redação e cerca de
240 funcionários administrativos.·· 13
Contava com seis estúdios, um
auditório de 500 lugares, operando com dois transmissores par~
ondas médias (25 e 50 kW), e dois para ondas curtas (cada um
com 50 kW) , conseguindo cobrir todo o território e até o exterior
com seu sinal que chegava a atingir a América do Norte, a Europa
e a África. A época_. _
às portas do Estadq_}íovq,_ .Q. rádio já l!ra
fenômeno de ~assas e suas mensagens alcançavam a mais ampla
divuli~ção,x-
_
wE~ 1~~p. o Qoyerno decidiy gue a Rádio Nacional "tinha..su~
ser u~ mo-de- afirmação -'ÍCL..regime"f e "Getúlio Vârgas
decretou a encampação da empresa A Noite, à qual pertencia a
emissora'J. " Miriam Goldfeder, que realizou um trabalho analisando
a Rádio Nacional. procurando identificar "seu significado políti-
co-ideológico mais amplo, a partir da função ocupada por ela no
11. Federico, Maria Elvira 8. Hwória da comunicação - rddio <! tv
no Brasil. p. 63.
12. Madrid. André Casquei. Op. cit.. p. 58.
13. Costella, Antonio. Op. cit.. p. 182-183.
14. :',.1iranda. Orlando. A era do rádio. ln: .Vosso Século, Abril Cultural.
n.li 17. p. 72.
18
conjunto das praticas sociais do período''. conclui q_ue _''as razões
maiores de sua eficácia ultrapassariam. ~ evidente. o ambno cultural
propriamente dito. e poderiam ~
er lc lizada~ no conj~~t~> Jas rela_-
ções sociais, econômicas e políticas :e tenam perm,uoo a amola
penetração de seu projeto. Cumpre.fOS portanto. ~ ~preend~r a ~
Rádio Nacional no conjunto dos me. ni:,mos de legrnmação . ide_:>- t
lógica acionados direta ou indiretamente pelo sis:..:....:. ~: ~--•""-'.:º "
política. vale dizer. como prática cultural, com auton_omia e _
atuaçao t;
específicas destinada no entanto em última instância. a reiterar o o
. . ' .,.. . ~
quadro geral dos valores dominantes no período. _
:EiliL...~QI<l1t:
c;lcveria .atu~ mQ_um. meQllls,mo d.e_,anJra.i.e_.s
~ ~~110~~'2- a H
l!lª9!S...ll~P...eç_t~tivas _
sQ.Çiaj_s dentro dos limites compatív_
eis com.
o sistema como um todo·•-~
· •o decênio de 30 foi importante para que o rádio se definisse1
cm seus caminhos e encontrasse ,o seu rumo na fase seguinte. acom-
panhando e auxiliando o desenvolvimento nacional como um tcda.,
"O impacto do rádio sobre a sociedade brasileira a partir de meados
da década de 30 foi muito mais profundo do que aquele que a
televisão viria a produzir trinta anos depois. De certa forma. oi
jornalismo impresso, ainda erudito. tinha apenas relativa eficácia_ '·a'
grande maioria da população nacional era analfabeta). O rad10 1
comercial e a popularização do .veículo implicaram a criação de um
elo entre o indivíduo e a coletividade. mostrando-se capaz não apenas~
de vender produtos e ditar 'modas'. como 'também de mobilizar,
massas. levando-as a uma participação ativa na vida nacional. Os
progressos da industrialização ampliavam o mercado consumidor,·
criando as condições para a padronização de gostos. crenças e valores.'j
.ÁAs classes médias urbanas (principal público ouvinte do rádio )
passariam a se considerar parte integrante do universo simbôlicoi
representado pela nação. Pelo rádio. o indivíduo encontra a nação .!
de forma idílica: não a nação ela própria. mas a imagem que deta
se está formando." '~ _ _ . •
__ 1:: assim pr~paraq9~@dio eniaJlOS anos!9~ a chamada 'épo<:a
de oürõ-dõ rádio brasileiro·•~ Cada vez mais as emtSsoras começm ·
a sentir a concorrencia ex.istênte entre elas. "Corno a ún ica man.eua
de atrair o anúncio é garantir-lhe maior penetração. inicia-se uma
guerra pela conquista de publicas sempre maiores. :Síl àn.sü. ~e
angariar ouvintes, inclusi:; os ~'f::r~
~os analfabetos a ::_.og,,ra-
macão de certas emisso as v~(:__ - - - riz:ÍndÕ. ã cxêm o d:i
~ádio Nacional &1a J>ªClt: dS:WJs prognmaçõcs s:o&ãg, m;us dq stuc
!S)_populara descem ao popularssro ,.3A hi]X
I) giyçl... ..
1S. Goldfeder. ~iriam. Por trás das ondas da Rcwio S ac:c>rit1l. p. 40
1gnfo do autorl.
16. Miranda. Orlando. Op. cit.. p. n.
17. Costella. Antonio. Op. crt • p '. !13
l 9
. Ê a guerr~ pela audiência, com as emissoras concorrendo entre
s1 para garant_
lf o faturam~nto. Cada uma delas procura mostrar
ma1_0~ PÇQl,!land~~e, f_
ator_ 1mporta!)t~ para que os anunciantes- se
ci~c1~1ssçm pelo ,1~ve§.t~!!t~ d~...?gas_ v.erbas. E também -à~ conCÕr-
rencia entre o radio e os ~e1culos impressos começa a ser discutida.
. -~ cli°:a _
é propício para q"ue o lbope - Instituto Brasileiro de
Op1mao P_ubhca e Estatística - inicie suas :itividades. Fundado a
13 de ma10 de 1942. suas pesquisas iniciais eram bastante simpli-
ficadas. Co~ o passa~ dos anos. foram sendo sofisticadas. Hoje, 0
lbo~. possui u~a eq~~pe de 1.200 entrevistadores e um computador
de ultima ~eraçao, ut1hzado para fazer os relatórios que são vendidos
aos seus clientes.
. Com o acirramento da disputa pelas verbas. não só entre as
emissoras mas também com relação a outros meios, muitas vezes
os resulta~os apresentado~ pelo Ibope foram postos em dúvida.
Outras ~nttc!ades de pesquisa de audiência foram surgindo, normal-
mente l1ga~as às grandes agências de publicidade, interessadas no
bom encaminhamento das verbas de seus clientes.
J<o ..d~o.__de 40 vê o surgimento da primeira radionov~_hl -
cm 19-42.- Ja ao ac pela Rádio Nacional do Rio de Janei~o, '.:Em
Busca da Felicidade". O gênero prolifera rapidamente, fazendo parte
da programação da maioria das emissoras da época e dos anos
seguintes. Em 1945, só a própria Rádio Nacional transmitia 14
novel<1.s cli_iuiamente.)( -
(AJ_gul!!_as erJlissqras ~om~am a especializar-se em determinados
campq,s de atividade. A Rádiq__P_
anamcrican_a, de São Paulo, a partir
de 1947, transforma-se na "Emis~or:_a dos Esportes"~ conseguindo
liderança de audiência e introduzindo muitas inovações nas transmis-
sões esportivas.~ também a fase em que o radiojornalismo começa
a sur_gir como atividade mais estruturad~ COl.ll ..Q !an_çam_
e..lllQ_JÍe
alguns jornais que marcaram definitivamente o gênero. Entre~
merecem destaque o "Repórter E~~ "Grande Jornal Falado Tuei"
e o "Matutínq_!up1'~
"'Em 1941, por necessidade imperiosa de nos colocarmos a par
da II Guerra Mundial, surgiu o 'Repórter Esso'r exatamente às
12h45m do dia 28 de agosto, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro,
precedido do prefixo que se tornaria célebre, composto de fanfarras
e clarins, de autoria do Maestro Carioca.·• 1
• !Com seu slogan de
" ~ nb.iL..OCJ.llM da _históri_a:, _o R~pórre~ Esso, .du_ra~te os_ ~7
an.9s em que esteve no a~ .QC:.!!..em primeira ~ao_as ..2!}_nc1pa1s ~oucias
do Brasil e do n.:rn.lliill- A voz grave e modulada de Heron Domm~es.
18. Sampaio, Walter.
20
locutor exclusivo do Repórter Esso durante 18 anos. tornou-se popular
cm todo o Brasil...frreparado pela ur - Unitcd Press lnternational,
seguia as normas rígidas e funcionai:. dos noticiários raàíofônicos
norte-americanos. ~~ços. _várias_ .mi.~soras .b~s_pass_aram
~ambém a_transmitir o ·'Repórt~t _
Es. ..,_<llle foi extj_~1t9_ nQ_ dia 3l
.J.cr ucLs,111i,,1v Yx 19§8._
1
9 Pontual. mu1·.J gente costumava acerr~-
: _
,.
relógio ao ouvir sua característica. "Q ·&_~r_ter ~ssg' ~~nst1tu1u
~voluçáQ e uma seJ11ente beofa.zcja. q1J-e lo~o fruuf1cou no
rádio brasileiro.'y io
Em 1942, a Rádio Tupi de São Paulo também começa a s~~
tradição jornalística, colocando--oo ar o "Grande Jornal Falado _
Tupi .
criado por Coripheu de Azevedo Marques e Armando Bcrtom. com
uma hora de duração diária.•o "Repórter _
Esso·• e o ''Gran~ JorpaJ
Falado Tupi" foram l!ll'JS.QS..l!!!J'2rtantcs par
.!._!lUC_o _r~Qi.OjQi,I.l~!iSI!lO
b.rasjlcjro fos$e_ eQcpntrIDldo ~u.a ~filliçfto, .QS canti.!lhos d~ uma
lin&Yagem própria para o mcj.Q,_gei.xando de _ser apcn~__a .::temua
ao microfone'' das notícias doL,jw::nais.jmpr_cssQs,
;,. No horário da manhã. o "Matmino-Tupi'·. também criado por
Coriphcu de Azevedo Marques, cuja primeira edição foi ao ar a 3
de abril de 1946, é outro marco importante,; Foram 10.187 edições.
a última a 31 de janeiro de 1977.
3. OS NOVOS RUMOS
XA "época de ouro·• do rádio termina. coincidentcmente, com
o surgimento no Brasil de um novo meio: a televi~ão. _Qu_
ªº?º'
surge, ela vai buscar no__!'~dl~ ~eus primcir~s profiss1oi:ia1~ 1mua1
seus quadros e cariegã:~som ~la a .pµ_
blicidade. Para enfrentar :i
concorrênciã -cõm a televisão. o rádio precisava procurar uma noval
linguagem, mais econômica.,(
XA.os poucos, ele vai encontrando novos rumos. 1'1.Q..J.!liCJO
_, _f9i
reduzido à fase do vitroliio: muita música e _ pouc9s .pcQiiamas
produzidos/Como o faturamento era menor. as emissor~ passaram
a investir menos. tanto em produção quanto cm equipamento e
pessoal técnico e artístico...Jo rádio aptcnd~ -'ª ,)-
~ ! ~ .as~ c
estrelas por disc:Js e fitas gravadas, as novel~ pelas . n~~•~1as ~ as
brincadeiras dc...auditório_pelos_scrviço.s de unltdade publi<:a. f Qt s~
encaminhando ..nq_s~ntidp de ~1ender .!:S~ ecessidades reg1onais.
princjpalmente ãO nível ·da informação. Cõmeça :i :1centuar-se :i
espêcjaljzacão dªs.smissor~. prQCutando_c.ada._yma d_cbs._ um .Plililiq>
19. E atenção: acabou o Repóncr Esso. V~,a. ~-1-1969. r. <7
20. Sampaio. Walter. Op. ci r.. p. 2~.
1
cspec1fico)f Ja não era mais poss1vel manter produções tão caras
quanto as do período antcnor: a especializ:,cão vai se acentuando
cacfa vez mais. principalmente nas grandes cidades. As emissoras
-;nuadas f!as ci9ades d_
c menor ~~ n~o pj!der_
am _aço_rnminjlar essa
tendência e tiv<:ram que continuar """'_,,,_,;t~ " ..,r;,.;al variado_:'.
,. Q ra~iojo~li_
smo _g_~nha___gr~n~e impulso. Um novo tipo de
programaçao noticiosa foi lançado pela R.iàio Bandeirantes de
São Paulo. em 1954, mostrando-se revoluciom.rio e influenci~do
-i _
programa~ão d~ outras emissoras. A Bandeirantes. ·'fez-se pio-
neira no sistema intensivo de noticiário . . em que as notícias
com um minuto de duração entravam a cada quinze minutos e. nas
horas cheias. em boletins de três minutos·•_
:,,
"Mas é na área da eletrônis~ g~c o rádio ~ncontra i.eu mi!i.L(Q.n_c
aliado, que vai permitir que ele explore piênãmcnre seu potencial~
o transistor começa a revolucionar o mercado x
Esse componente eletrônico foi apresentado ao mundo em ~3
de dezembro de 1947. pelos cientistas norte-americanos John Bardecn,
Walter Brattain e William Schockley, que receberam o Prêmio Nobel
de Física em 1956.
Das produções caras, com multidões de contratados, o rádio
parte agora para uma comunicação ágil. noticiosa e de serviços.
Aliado a outros avanços tecnológicos.io · tor deu ao rádio
Sl!Urincipalarm~ de fatu~ !!le!lto_
: é_p~sível ouvi!: _!:ádio a gual~er
hora e cm qualque_r__lu_gar. não _precisando m~~o às tomadas.
Já no final do decênio, em 19'59,Jo rádio brasileiro está em condições _
de acelerar -suá- corrida-para um radiojornalismÕ- mais atuante: -ao
vivo, permitindo que reportagens fossem transmitidas diretamente
da rua e entrevistas realizadas fora dos estúdios. "Com- os-aperfei-
çoamentos verificados na parte eletrônica das estações móveis -
carros com transmissores volantes - em muito se reduziu o volume
e o peso dos equipamentos técnicos, com sensível melhQra. também.,
na qualidade da transmisão.·• 22
As emissoras de maior porte passam
a uhhzar cada vez mais acentuadamente as unidades móveis, agili-
zando a transmissão da informaçãoj
1 QutrQ ,rn~suura guc o rádio tentasse deixar de perder ~~e~
par.a.....a !CkYisão.,J íllD.bém foi dado em 1959. A Rádio Jornal do
Brasil. do Rio de Janeiro, lança um tipo de programa que seria
depois adotado pelas emissoras ~e todo_o país: gs servicos d_
e ucj-
lidade ~~~ª· A inovação foi mtroduZJda pelo 1ornahsta Remaldo
1 1 tb,d.. p 22.
22. Vampré. Cktáv10 Augusto. Rmus e l'·oluçâo do rádio e da te/ei·istio.
p 132
lardim, Que teY~ como objetivoJ!"'~es.çr o , di~loe:o c~m ~
ouvintes. Inicialmente, o Serviçg_clL Jtlhdad~ P~bltca-- s~giu na:
rn_di9$=-aivulgfill@-11QlétS 9e ~ CllilQQ.L, oerdt~QL- _
Po~te@i::me_
nte,
os seryjcos vão se ampliandp. che~ o a cnar, ~etorcs _
e_x~=-
dentro das e~:~:--:.::.: 1'J,.,cc:~ 'llesma .ha, a Radio Pan~m . ·
~ãoPaulo iiistâroú um serviço particular de meteorologia. Outras
• . - í d ego etc...-~
emissoras dão as cond1çoes das estradas. o enas e empr
' Rád. T · bc
'm no Rio de Janeiro,
Na mesma epoca. a 10 am010. tam
pr.ocurava outra altematiY.a_paJ~ as. rádios· inl.LoJlllL-0
- ~e.IDa de.
"~Sª exclusivamente_ músj~--- pl~ncjado por José _Maur~- ~ s~a-~
duas alternativas passam a caracterizar a programaçao radiofomc.
nos anos 60. . . -:,
J '
"A tendência à programação musical torna-se cada vez mais
acentuada dentro de determinado tipo de emissoras, que alcança
inclusive grande sucesso comercial. A Rádio Excelsior, de São Paulo.
lança sua new face em 1968 e durante muitos anos permanece como
emissora exclusivam~ntc musical~
..{Ainda no decênio de 60, começam a operar as Pfimcir_a~-
~missoras. em, FM - rreg~ mõ®lãda-: Iificiahrienfê - fõrilêCem
"música -ambiente'' para assinantes interessados em ter um back-
grouru{ q~c parecesse apropriado ao tipo de ambiente. ''de~c melo-
dias suaves para hospitais e residências até música alegre e _
estimulante
para indústrias e escritórios".23
Nos últimos anos: as em1ss~r~s F:-1
têm sido as responsáveis por uma ebulição no meto que o radio nao
conhecia desde o surgimento da televisão, ·no início dos anos 50.--t-
(A primeira emissora brasileira a expl?rar esse _
s_
erviço fo,i .a
Rádio Imprensa, do Rio de Janeiro. Postenormcntc. Jª no dccemo
de 70, esse tipo de transmissão utilizaria canais abertos. surgmdo
am número bastante elevado de emissoras operando em FM, todas
voltadas para a programação exclusivamente musical. A primeira
emissora a operar exclusivamente nas ondas da freqüência moduJada
foi a Rádio Difusora de São Paulo - FM. Mas há os que contestam
a primazia da Difusora nesse setor. uma vez que a Rádio Eldorado
de São Paulo. quando foi fundada, em 1958, transmitia em ondas
médias e "por questão de prestígio usava também a FM para
transmitir só música. fora da faixa comercial".~
Um outro 1m1po de emissor~ começa a dar ênf;J.Sc à_pr.~a.Dlil-
cão mais "falada·•. que busçava reencontrar o di:ilo,gs:i com o publico.
Suq~em programas de troca de informações, como o "Show da
23. Vende-se música a domicilio e ao gosto do frcgues. i·eja , :1-1-1%9.
p. 65.
24. A radio do~ ricos. Veia. 9-12-1970. pp. 84-8~.
/1' ~fanhã". na Rádio Panamericana. de São P3~lo. onde o locutor
Kali! Filho montou uma verdadeira rede de troca de iniormacões.
que 1am Jesde receitas culinarias a fontes de pes-iuisa para trab~lhos
escola_
res. A mesma Panamericana cria. em l 467. uma equipe de
1ornahsmo bem esuuturada_. que faz com que .1 imagem da propria
cm1~sora mude, de esportiva, para jornalísth:.1 e: d:: ,::~:;:_.,.;::: ~-=-
serviços. A reportagem de rua e intensificada. .! .i infoillli!.Ção _p_as_sa ~
a _
.:st~_r prese:_1te .nãC? mais~ horarios lixos. mas __no ~rriom..emQ..@ ~
qucv o f?to acontece._ a....9,l;!_alqyer~ ora~oo__dia__gl! .Jl!.-n~i~e:J( ·--- ~
ç m 12 de mato de 1969 e cnada a RJàio ~ulher. de Sãõ. li
Paulo. a primeira emissora brasileira a se especiaiizar exclusivamente ~
em assuntos femininos, fundamentada cm moldes norte-americanos 5
e e~ropeus. A base de sua programação eram assumas como moda. _ r-
hore,.;copo, música romàntica. consultórios etc.( ,. - - _ _ _ J
-
~ partir de_ mead~s de . 7_
0? começa a transformação para que
~ rad1_
0 conseguisse ~a1r defu~m~am_ente d':' ~arasmo em que caiu
a partir dos anos 50. A tendenc1a a especialização mostrou-se cada
vez maior.•:.s emissoras pàssaram a identificar-se com determinadas
faixas sócio-econômico-culturais, procurando diri&ir-sc ;."e,ã;'l!~b_us·-
ca.nd? sua linguagem nos próprios padrões das dasses que deseja_vam
atmgu:.;
Com o aumento da potência das emissoras pequenas e a
criação de muitas novas, surge uma segunda__et~a no processo de
especialização: ,tas grandes emissoras tentam ganhar os diyersÔ$
se.sm..!:!l..!52l.. ge
_ público
.i.. mantençlo ..J?!Q&ramas q~c atinjam diferentes
faixas, em diferentes horários/'
J. e · soras voltadas ara a informa ão am liaram ainda mais
scys scai~fc .iruensificando _o uso as unidadeLmóveis,, de. uans:
m1ssão, com par_ticipação cada vez maior do re_pórter ag_ V
iY.Q,
dizendo onde está, o horário, improvisando sua~ falas,4 Em 1980,
aRãdio Jornal do-13rãsil.cioRio de- Janeírõ.-parte para uma pro-
gramação baseada na dinâmica dos fatos, com informação ao vivo.
aproximando-se da rádio ali news nos moldes norte-americanos. em
que as notícias constituem o " prato de resistência".
/Q Governo mostra sua preocupação em relação --ª-ex-!lilnsão e
ao conteúdo da radiodifusão sonora, criando......._em 1976. a Radíobrá~
- - Emp~sa Braslfeíra de Raciiod1rusão. Pela 1Ci que a insutuiu. a
.B,adiobrás ~ ~alidades_bisicª-s: ~ ~qi.zar _e~ocas ..oper.á:
las 5! explor(!r QS ~vi_
çgs _de radiodifus!o do Governo F~deral;
mont"ir e op~ SUª-...Qr_Q_Fria rede -ae -repet~o e retransmissão de
radiodifusão)texplora
_.!]dÕ·_ 9li 1..
e~~q!_vQ~ s_
eryiços; .realizar a difusão
de programação educativa, protj_uzida _Qelo. ór~o ~ederal próprio,
bem co
_
n:io produzir e difundir programação informativa e de recrea-
24
ção; prOIJIQYS! e estimular a _for.!llaçãQ e Q_ trei~a~~!lt__º _d~ -~~~l
eseeciali_~c!_o
..1 neces~á~i~ . _
às _
atividctc!_es J~ ~1!Q1~q1fuJag .e pr~star
serviços espec1alizados no _.9J!lJ!O..Ji~ . .:!!.C?91ÚJ~ao. _
A~ualmente, o
Sistema Radiobrás é formado por 38 e1 ssoras de radio e_ u~a de
televisão, atendendo a duas prioridac 1.:n suas, ~ransm1~soes: a
região Amazônica e o serviço incernac: al. A Rad10 ~acto~al ?e
Brasília transmite para o exterior ooticíáno sobre o Brasil em mgles.
alemão, castelhan0, francês e português.
No final do decênio de 70, algumas emissoras de São ~aulo
sentiram a necessidade de se unir para melhor poderem agir no
sentido de expandir o meio.. (.As~!!Jl· com a finalidade de de~end~r
os interesses de ~u~s ~ a_
d~Ioi fundada
~ T'8:,7:J.2_
8
~~~:eda9_e
Ceqt.(~J de Rádip. Entre -os...ot;,jetjvos da _
enu~e _
estão o. ~onâlec1-
mento dq imagem do rádio melhor comunicação com o mercado,
m~_
daitça n~ metod9lqgi_
a de 'pesqu,sã de _-a~êli~nêja,.._cep.trãiização ~as
informações sobre o meíoeaprõcura da valorização comerc1aly
,., Uma outra inoyl!_ç_iíQ_
J!2_sci9..~Js,~nos 19 foram a~ -agências. de
p.I.Q.dy_ç.ãQ -radi.Qfônicã; -qüur.9d~em ptogra_II!?_LCOrt.. artJ~tas fªf!lQSos
.~--ª~SYJllOS de mfer'ess~=aõ-..lliômen..to,- 'lc;ndendõ_?S _grav~çõe_s- _para
emissÕras de menor 1?..ºr~ ___g~ '!!ã.Q têm-êÕnd~ej-tle .::ealizau~o_-
d~ões dessuipo)r .t o caso do Studio Free, que at~nge mais de 400
emissoras em todo o território nacional._::Mediante contrato remune-
rado com as emissoras. o Studio fornece a programação e também
o patrocinador, com "o ohietivo de levar às pequenas emissoras
uma programação atualizada. com cast sem ultrajar as características
locais de cada rádio··.:.s
Outro exemplo é a Rede L&C de Rádio. Fundada em 1969.
mas apresentada como rede apenas em 1982, é considerada pioneira
na produção de programação integrada, atendendo a cerca de 80
emissoras (AM e FM) . Em agosto de 1983, a L&C lançou o primeiro
Jornai -Nácional de Rádio, transmitido por 60 emissoras implantadas
em 16 Estados, via Embratel. Para Luís Casali, um dos proprietários
da L&C, "a rede vende um .;omercial dentro de uma programaçpo
que o anunciante já conhece, dando-lhe maior segurança e credi-
bilidade" .26
4"' Uma série de recentes aperfeiçoamentos tecnológicos têm permi-
tido que o rádÍÕ.corisigac aaã-vez -melho
rescondições de transmissão.
ressaltando sua potencialidade como meio. J,,
25. Depoimento Je Walter Guerreiro. proprietário do Studio Free. ln:
60 anos de rádio. Rt,·ma Propaganda. janeiro 1983, p. 62.
26. Luís & Carlos. pesquisa e programação cm rede. Jornal Ja .-tesp.
outubro 1982. p. 3.
/ N~ -úiamos dias de. 198.2. a RádiQ ).Qmal do.. BI.aS.il FM, do
Rio de Janeiro, tornava-se a pioneira na utilização do co.mp.aç_t__d.i~c
audio digital. ou seja. o disco . cligit~l COIQ ~ imra...a..J ascr.,._ A parur
lho 1 1 ,1,. abril de 1983. também a Rádio Cidade. do mesmo grupo.
passava a usar o sistema.27
E, a 12 de março de 1984, era a '..;..
da Rádio Cultura FM. de São Paulo.::.s Entre as vantagens do
compact disc audio digital estão o registro de todas as freqüências
'iOnoras. a separação mais nítida dos canais de estéreo, a diminuição
da distorção, ao mesmo tempo que não há desgaste, qualquer que
seja o número de vezes que o disco é executado: a reprodução do
som é feita mediante . leitura ótica, a raio laser.
lit0um1 renovacão tecnoló~iç_a,_ é a PQssibilida~ .tr~nsmis~~o
pçr ondas méài~ J.Q.m:.JQ
~ téreo . -9-AM estéreq. Nos Esfãdos
Unidos estão sendo realizadas algumas experiências e. aqui no Brasil,
já há emissoras interessadas na implantação do AM estéreo, que •.
permitiri~ oferecer um som de melhor qualidade, equiparável ao
das FM.
E. embora ainda pouco uulizados pelo rádio em transmissões
nacionais ou internacionais. os sistemas de comunicação por satélite
são uma realidade. agilizando o processo e possibilitando a concre-
tização das grandes redes de emissoras com programação unificada
~ simultânea.
/Nesse rápido histórico do desenvolvimento do rádio no Brasil.
deixamos de falar de um assunto muito importante: _o jornalismo
espor.uvo_ A o.missà.0 i;stá li&ada à própria ine.x-Atencia ik ma...terial
bibliográfico a respeito.)'São encontradas algumas citações esporá-
dicas. mas até hoje ainda não foi feito um trabalho que mostre a
participação do esporte no desenvolvimento do jornalismo radiofônico
e do próprio meio na procura de sua linguagem.
"' Q rádio esportivo sempre fQL.muito--.lll!.llifip<!nte,._.Jllilito viQrilnte,
g~ 'l._í!.QQ._p,.Qlêmicas. um dos setores mais op_inativos de todJl a
pr9gramacãoJ(
yAs transmissões
7sportivas desde o ~~ício se _
ca~~cterizaram por
apresentar um jornalismo de natureza substanttv~ em seu grau
máximo. com a ··recriação·· do fato para o ouvmte com toda a
emocionalidade que as palavras podem conseguir. ~ cri~ção de
..imagens mentais" é tão poderosa, a. ponto de ser _m~1to mais ~m?-
cionante ouvir uma partida pelo rádio do que ass1st1-la no propno
estádio. o torcedor vai ao estádio, mas leva seu " radinho'' para saber
--- -
27. o ,om Lle vanguarda do sistema JB agora na era do laser. Jornal
d,, HruJ,/, 17-4-1983. _ ..,
:'.!< Cultura transmite com laser. Fo/1,a de Suo Paulo, -9-2-1 984.
.:o
Yoque está acontecendo .. . .Ou assiste ·, imagem na televis~.º · º. uvin~o]·
a narração do rádio. A presença do ·epórter de campo , ª.
:º~r;~:
nhando todos os movimentos - e "1 -, oretensamente. os pe .
- b ' ma conquista
mentos'' - das equipes durante a di ta. e ta~ ✓ u
do rádio esportivo. informando e pre~,..ndn '-P"v1
r •
Com relação ao aspecto tecnológico. a presença do espor;e
também foi imponantl!. Os problemas técn!cos precisavam ser resa -
vidas e as soluções encontradas eram aplicadas a out~as situações.
· no deveu às
A formação de redes - cadeias de emissoras - mu
transmissões de eventos esportivos
~ icolau Tuma é considerado o pioneir9__ -~~ _os locuto res
esportivos Narrou a primeira partida de futebol q~ Q rádio t~~~,s-
mitiu: 10 de fevereiro de 1932. Já em 1938. outr.g_l.QçJ:!!or. b~a~~lesro
.= Gagliano Neto - transmitia. diretamente da Fran'i.ª· -~ s J~gos
--'1a-CQ12.L.d~ m1o. #-
.X A partir d~ a R:ídjo Panamericana. comecu ~- }e ~pe- ,
cializac e pouc.o___tempa depois se transformou na "Em1~ orn__.9_?S v
Esportes"~ alcançando liderança de audiência. Nos anos _
so. em Sao
Paulo. a disputa - no campo das transmissões ~spomvas_ -:- era
entre a Panamericana e a Bandeirantes, com sucessiva alternanc1a na
preferência popular.
Por outro lado. nos últimos anos, a iminência da realizaçio
das Copas do Mundo tem aumentado a rivalidade entre as emiss~ras.
que investem não só em equipamentos para melhor levar os tat~s
até o público, como também em profissionais. ~lguns .d?s quais
passam a ser disputados a "peso de ouro" . E o propno radio espor-
tivo tem-se oreanizado: o que antes era feito totalmente de impro-
viso. hoje em dia Já está sendo planejado. Efeitos sonoros especiais
para situações específicas durante a transmissão, pautas com assumos
a serem abordados etc.
E não foi apenas com relação_ao ~ l que► ªs Uílrlfillissoes
e.s.portivas se des.eovQI.Y.e.tam. J á -11QL .anos 30, o rádi_
q_ tr~nsmirm
cwnpeticQ
es automobilístkas. como as gt.,!e_ ~ rilf!! s e~liz3das ~o
"Circuito da _,µáyea·· no Rio de JaneirQ.. ~ - mais ~ r<!e.,_ com~3s
iorernaciaoaís>'Q bo~ também já teve presença marcante no r.td:'1
esportivo.
As transmissões esportivas e sua contribuição para o desenvol-
vimento do jornalismo radiofônico e do próprio rádio seria•n assunto
para um trabalho específico. aliás de muita oportunidadç em i_11n.5Jo
da ausência de pesquisas nesse campoJ do_P.rogresstHl J esapJn>
cimento dos profissionais gue ·'vjvetam·• - e criaram - ~
, rádh-'
esportivo e que constituem. praticam~n~ ǧ único, ··lrqui, o,··
existentes.
-l. TE:--oE.:--;cIA ATUAL
,.Pelo breve histórico do desenvolvimento do rádio no Brasil.
podemos vcrific:ir que o processo segue paralelo ao do próprio
dcsenvojvimemo do país. O rádio de caráter nacional, com a pro-
grnmaçao de uma uruca emissora atingindo Jirctamente todo o
território. deixou de ter razão de existir, voltando-se mais para
os :1spectos r~giona1s. ligado à comunidade em que atua. A rü~or.
R9<Jemos considerar que nunca o rádio brasileiro chegou a ter carac.-
tenst1cas realmente nacionais, comexceção deJ1mas '29Ycas emissoras.
C(L
mo a R.ídjo NacionaLdtlio de JanciJ;·p.t
Ho1e em dia. a interligação se faz através de emissoras regionais.
" num intercâmbio de informações que se processa no ar, em sistema
de integração instantânea·•. como diz André Casquei 1adrid. que
continua: "A nova modalidade estabelece uma rede de notícias. que
possibilita às audiências. . . o contato imediato com a realidade
nacional. a visão do universo de fatos que se desenrolaram nas
principais regiões do Pais. o conhecimento dcs problemas de cada
Estado da União. .P rádio, através da j_n(ru:macão, '2testa um noyo
serviço Je Unidade Nacional".i->
.ilf:>e :naneira geral~ há uma forte dependência aos centros de
desenvo¾vimento do sistema econõmico vigenre no país. uma vez
que o râ<lio - falando só das emissoras cômercíais - vive exclÚsi-
vams_nte do. fatu!:a_
mento originado pel-ª publ_icj_d_
~ ··Assim, ele
cresceu quando a publicidade precisou dele. definhou quando ela
põde lançar mão de outros meios e agora recupera-se porque o
sistema mercantil pressente que o seu uso volta a ser imoortante
para alcançar maior mercado consumidor.-'°'_
O que tem regido, por-
tanto, a e3pansão _
QQ rádio não são QLinteresses e necessidades da
p.o.p.ula~io. mas ª -~oinçia__s:Qmercial, o que explica a aHenai;ão de
seu conteúdo sobre os problemas imediatos.'!JO
A. Especialização das emissoras
Dentro da tendência cada vez mais marcante de especialização
das emissoras, podemos identificar duas correntes:
a) emissoras que se especializam, como um todo. em oferecer
programação para uma faixa determinada de público, dando opção
aos nnunciantes cujos produtos possam interessar aquele público;
29. Madrid. André Casquei. Op. cll.• pp. 62-63.
30. Motta. Luiz Gonzaga. O rádio no Brasil: alienação ou consciência
crítica. Jn: Cuderno~ ele Com1111icução Abepec. Ano T. n.0
2. 1979. p. 23.
28
b) emissoras especializando diferr~tes horários de sua progr:i-
mação para difcrentes faixas. visando atingi~ o maior público
possível, ou seja, oferecendo opções i: todo tipo de anunciante.
A especialização, que de certa fo~ t sempre e~i~tiu, uma vez
y ....,; ,: ;,i'ip<>ssível cobrir bem todos os ... .:npos de at1v1da~.. "'."""-:i"
se acentuou, principalmente a partir da implantação e do de~envol-
vimento das emissoras FM, acabando por mostrar-se uma !ormula
eficaz para que o rádio pudesse encontrar outra vez ,º .cammh? _da
expansão. "Definindo seus próprios caminhos, ?. rad1~ br_
asilet.ro
distanciou-se do fausto, aproximando-se de um ideano muito simples:
mais faturamento com menos gasto." 31
...A especialização para garantir a sobr~YiY..ê~
- fQL~aroi-
IlWlJJ1.ÇQJU[ad.o. a.penas pelo_
_tádio, _IJl~ no entc:ruku.Q.....S.Q.ci.ó.iO
Gabriel Cono.....d~..J.Q®Ã çs..lJlei.Q.S qye com~
~»Lª- chamada ~'.i!ld~tria
cultural",.. ou seja, "o conjunto articulado de todos os meios de
comunicação; é o conjunto de todas as grandes empresas. incluindo
rádio, TV. disco, livro. revista etc." 32 "".}: a especializaç~g....Jlç_<ü>ou
ocorrendo pela nec;;~rudade de ate.~CLJllc:1:kad.P, qndc ..existem
diversas faixas sócio-econômicas g_y_e_ ~i~am serJ~Joradas adç_-
/ Quadamentc..A--
A procura de campo para se expandir, por meio da especiali-
zação, acabou por estabelecer duas tendências nítidas no rádio de
hoje em dia. Artur da Távola as chama de "Rádio de Alta Estimu-
lação" e "Rádio de Baixa Estimulação" e assim as caracteriza: 33
Rádio de Alta Estimulação
1. é mobilizador
2. uso de estímulos sonoros per-
manentes
3. caráter de urgência: aqui e
agora. o fato e a notícia
Rádio de Baira Estimulação
t. desmobilizante; é um l'ádio de
lazer
2. bailo uso de estímulos sonoros.
pois opera jmtamente sobre
quem quer se desligar da inten•
sa participação na sociedade
moderna
3. é menos urgente
1
31. O rádio con~inua na o~~a. Visão. 22-3-1976, pp. 78-79.
32. Cohn, Gabnel. ln: Vmra. Isabel. Rádio - ele nunca esteve Lão
vivo. Singular & Plural. n." S, abril 1979, p. 62.
33. Távola. Anur da. Um veículo fone à espera de programas criativos.
ln: Cadernos de Jornalismo. 2.~ ed.• Sindicato dos Jornalistas Profissionais de
Porto Alegre. n.0
1, s/d.• p. 16.
29
__,.;
Rti,110 Je Alta Estimulação Rádio Je Baira Estimulação
4 . mwto serviço e esponc 4. pouca Jtividade de serviço
~- proximidade da comunidade
1
J • ....,_, "~ uma fala ainda elabo-
rada e oistame do colóquio
6. comunicadore5 individualizados 6. comunicadores não individuali-
rcm geral disc-jóqueis famosos) zados: raramente se conhece
o nome e a vida de seus lo-
cutorcs
7. tem elenco e produtores 7. radioiornaiismo generalizante
com notícias em forma de pe-
quenas manchetes
8. humor e descontração 8. quase nunca personaliza seu ou-
vinte. salvo cm escolhas de dis-
cosem moda por telefone
9. sempre que pode. personaliza o 9. a participação vem através da
ouvinte música contempor.àoea e seus
principais temas cm voga
10. trabalha permanentemente com 10. promove uma sensação de sta-
análises de audiência tus para seus ouvintes
11. estimula o sentimento de soli- 11. seriedade e distanciamento
dariedadc e participação nos
principais acontecimentos da co-
munidade
12. proximidade da cultura popular 12. tende para a cultura de classe
e de base brasileira médi!l e de base estrangeira
~ssas tendências, também chamadas de rádio de mobilização ~
rádio de re/cyamrn.ra _(ou desmobilizaçio}, representam uma linha
geral _
~ dem~rcatQila_go rádio contemporâneQ.
4
,o rádio de mobilização procura tornar o ouvinte participante . ~
da transmissão, mantendo um ritmo sempre dinâmico. O jornalismo} ➔
é incentivado e o critério da "proximidade" ganha destaque, com J
o noticiário tendendo para assuntos locais e para a prestação de
serviços à comunidade. -f
" No extremo oposto, está o rádio de, reiqxamentoJ •'feito para
desmobilizar quem já foi exageradamente mobilizado por um tipo de
vida de muito trabalho, de muito stress, muito ruído, barulho e
30
violência". O jornalismo, nesse caso, "~ diminuído na sua ênfase".
apresentando "notícias internacionais. - )tícias gerais"'.~
...+-oc maneira geral, o rádio de n. ;ili:.ação está voltado para
a fala, enquanto o rádio de rela:xame :mde para a música...,f
A::..:- j;.. 'T~-:~!:l acredita que, def.'Ois da tendência do rádio
·•extremamente cristalizado, tudo prontinho, tudo gravado. tudo ~eito
de antemãoº' voltou a fase do rádio ao vivo, "porque nada subsritui
o mistério d; instantâneo, a pulsão do instanu que passa. O instante
que passa está carregado de mistério; tudo pode acontecer no
instante".35 E, someme ao vivo, o rádio pode transmitir. o ''in~tante
que passa" no momento exato em que está passando.
B. Formação de redes
-~ formação de redes nacionais. com_g~z~as - º-
~J!~_cçn1enf1S
de emissoras regionais trammitindo uma pro&ramacão uo,ifiçada.
pai;a os mais diversos pontos da. país, é pma rcali®d.c..s~a..
mais presente,.,
"-o objetivo principal dessa nova tendência está li&ado unica-
mente a fatores econõmicos: fortalecer o rádio como alternativa
publicitária. procurando obter maior lucratividade com menor inves-
timento. As emissoras Que fazem pane de yma rede
......L
ccebem~
mesmo tempç, proifamação e patrocinad2r.,,-
As produtoras radiofônicas - como as já citadas Studio Free
e L&C -, trabalham com uma estratégia totalmente voltada para
o mercado publicitário. As agências e os anunciantes podem saber
com antecedência a programação em que seus anúncios serão inse-
ridos, definindo o tipo de público que pretendem atingir. com maior
segurança quanto à veiculação dos comerciais uma ve:z que são
gravados junto com a programação unificada. Assim, são o(crecid:is
facilidades operacionais. sendo necessária uma única oper..ação para
que os anúncios sejam transmitidos por todas as emissoras filiadas
à rede que foram programadas, com tabela de preços unifi~da.
. "A L&C, considerada a pioneira na produção de progr.i.maç5o
mtegrada, desenvolveu um sistema de atuação bast:mtc sofisticado.
~ P.r?gramação musical, as vinheta:§ e Q§ comemais, 5ã9 ..ir)lYados
antecipadamente . e o material .~ _
enviadQ._ P.2t:...!!!~lo!,ç__s do correio.
Para atender aos pedidos musicais. foram ~ ~ ~ ~
ns_ -
· -
34. ldt!m. Algumas idéias sobre rádio. O Globo. l-8-19&1.
JS. ldttm. Sendo entrevistado sobre rádio. O Globo. S-6-!98i l gnfo
do autor).
31
vol.CS m~ ulinas ou feminiµas - q'!_~ ~ e:1cem peh.> mcstpo nome
em.. todas ~ - localidades. A programação nacional reserva espaços
para l prciuação de scrv,ço e as entrad.1s publicitárias locais.
Ouanto ao j(!fna.Jismo. as emissoras intcgr:!das na rctransmissãQ.. d-9
Jornal Nacional J o ~ ádio - via Embratet - . _tê~ ~a~.mi
veicularem notícias consideradas de "interesse nacional" e produzem
._e u no~iciário local.;, , >
-1 Studio Free fornece programas ·'de acordo com a necessidade
de cada publico - desde a pro~ amação ,·.uai até o humorismo••.;.
além de vinhetas. aberturas, prclixos. efeitos especiais etc.t
"De maneira geral, as produtoras radiofônicas oferecem à3
em1ssoras_11m a~met1to de audiência e consc;_q!!cntsr, retomo financ.ei.c.a.
ao mesmo tempo em que _prometem não ::ilterar as _
criaç~~ locais~
;, Mas nem só as agências produtoras estão empenhadas na
formação de redes transmilindo programação e publicidade unifica-
das. T ambém as emissoras. pnncipalmente as pertencentes a um só
grupo concessionário. têm se movimentado co sentido de estabelecer
estratégias para a criação de redes de rádio, a exemplo do que
acontec...:u com a televisão. Basicamente,. 9s qbjetjvos sãç os mesmos:
obter r<. tomo ün.mcciro m.á&i.tno co01 invcstimen.to. mínimo.,..-
-4 Vanos são os exemplos que podem ser citados.17
O Sistema
Globo dç .~ údio é formado por 13 emissoras AM e. cinco ~ •
atuando nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo. Mmas Gerais.
Pernambuco, Rio G rande do Sul e em Brasília. Não tem nem pro-
gramação nem esquema comercial unificado, mas essa situação já
começa a mudar. Duas são as linhas básicas na programação: a de
serviço, em que se alternam info~ação. espo_ne e música: _
sob o
comando de comunicadores locais, e a musical, com musicas e
informação apresentadas por locutores. Na área comercial, apesar de
não existir um esquema unificado, cada praça procura vender as
demais e atende aos interessados na programação em toda a rede.
0 que pode ser realizado em uma só operação financeira.Y
A Divisão Rádio da RBS - Rede Brasil Sul de Comunicações
_ tem 13 emissoras distribuídas pelo Rio Grande do Sul, Santa
Ca~arina e Brasília. As cinco rádios AM não operam em rede. As
oito FM. que formam a Rede Atlântica FM, mantêm uma mes~a
linha básica, embora cada emissora possa. montar sua programaç~o
dentro de um esquema de horários determinados. .Os pro~amas ~ao
levados ao ar ao vivo, com comunicadores locais, mas e possivel
36. Rádio e sociedade. ln:
janeiro 1983, p. 62.
60 anos de rádio, Re,,ista Propaganda,
37. Dados extraídos de " Panorama do
R e1·isra Propaf!anda. janeiro 1983, pp. 81-86.
32
rádio". In: 60 anos de rádio,
haver programação em rede uma vez que os programas vão ?o ar
em horários simultâneos.
Formada por uma emissora Ai, ' cinco FM próprias e uma
FM afiliada, a Rede .Maoçb~t.e de &;: - L .pera no Rio de Janeiro,
São Paulo, Bahia. Pernambuco, Alago-. e em Brasília. Existe uma
administração central, um ' sistema comercial único e uma linha de
programação padronizada para a rede FM. Apesar dessa linha
padrão, cada emissora FM faz sua programação localmente. com
seus próprios programadores e apresentadores e um esquema de
jornalismo também específico de cada praça. No Rio de Janeiro
funciona o grupo que estabelece a linha padrão e assessora todas as
emissoras, incluindo operações administrativas, técnicas, comerciais
e de programação.
~ primeira rede brasileira de EM foi a TransaI]Jérica. Hoje,
conta com 28 emissoras, em quatro modalidades: seis emissoras
próprias (número máximo permitido pela legislação), 16 afiliadas
que recebem programação e são comercializadas pela Rede, três
afiliadas que apenas recebem programação e três afiliadas que são
apenas comercializadas. Atinge os Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Paraná, Bahia, Minas Gerais, Sergipe, Pará,
Santa Catarina, Maranhão, Paraíba, Mato Grosso e Brasília. A
programação é dividida em dois segmentos: um nacional, em rede,
correspondendo a 50% do tempo, apresentando sucessos musicais
e programas especiais; outro. local, feito por cada emissora. ocupan-
do o restante do tempo...r-
Música, jornalismo e prestação de serviço é a linha básica de
programação adotada pela Rede Capital de Comunicação, formada
por oito emissoras AM e duas FM, operando em São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do
Sul, Acre e Brasília. A programação musical apresenta os principais
sucessos e, no campo do jornalismo, as matérias são tratadas con-
forme a linguagem do público-alvo pretendido pela rede.
Os exemplos mostram que as redes de rádio estão sendo estru-
turadas, visando a melhor exploração das potencialidades comerciais
do meio. E, .,
com a possibilidade de emissão por satélite. as redes
poderão ser cada vez mais ágeis. ª ™ ntando sua___cª p-ªci~~ de
transmitir PIOifamacão unificada. ao mesmo tempo em que podem
ampliar sua abrangência na conquista de novas emisso_m..x-
XA maior crítica gue tem sido feita a essa tendência de form~ç_ão
de redes, divulgando os mesmo~ P.I.Qgramas em çiiy~_tegiQes do
país, é a que diz ~ ito ~ questãoda...Qreservação das características
c.uUY.rais. Assim como aconteceu. ~Qm ~ t~Q.... ll.9Iª _
_g ~~dio
corre o risco de apresentar programas - inclusive os jornalístic_
os
desvinculad_o_j_ ~ _r_cali®.d~ 1
~ª1....$
__rdenQQ_coJ.I1 isso _a força da
33
proxim_jàade, da pr?gramação feita com base em hábitos e cos_tumc.s
~~ili~_._c.Q..m Q _
hn~~Jar ga _própria região. A proru.m?,_ção.....bo_mº-
~cne!zada pa~sa a gannar espa50
.J a criaúvidadc local não tem como
manifestar-se e o d d b Ih t· - - - - -
_ _____ _ me[fa o e_tra a o 1
_
ca_cada_ vç~ !!lais restrito..(
e. Rádios livres
liza." 40
E são diversos os tipos de problemas a serem enfrentados]
"De um lado existe a questão da li ·údação do monopólio. como
condição inicial para o desenvolvime. das rádios livres e do outro
a questão muito mais ampla do contr •b publicidade comercial.:.-'
1
"No Brasil. o fenõmeno das ráà .. livres só come_s9-1La ~anhac.
lmP.ulso ncs~s ..-ª_nQLfil)..,.__p.rin,Çij2ilmÇ11~ ..a pª-f.nr _gLdiY!lgacão~~
imprensa da proliferação dc._:'cádios pirat~.: ~ L rulª-Si...e.Jtaulist.1 d~
. Se um _
dos caminhos do rádio atual é a concentração cada vez Sorocaba. Segundo algumas fontes, lá chegaram a existir em operação
m~i?r cm s15tcmas de exploração comercial. buscando formas mais 42 emissoras clandestinas de FM durante o verão de 82...f'Depois que
eficientes de comercialização para a obtenção do lucro e permitindo as rádios livres tornaram-se conhecidas fora dos limites da cidade'',
ª~ mesmo tempo, que o monopólio de controle do Estado sej~ o Dentei anunciou uma fiscalização rigorosa e "as 15 rádios que
~fi~41;2. no_ extr.~mo oposto vamos encontrar as 'jádios livres" Q!J ~~>-'"> operavam até o início de março deste ano já não transmitem mais":
2
radio; pirat_as , gu_e . tentam .,ÇLuebr-ª!._ esse_ rn.Qn,2P9li9 estatal. Pro- , ' .,kj medo maior dos responsáveis por essas transmissões é a ru:naiida~
cur_
an ° abnr possibilidades para uma apropriação coletiva dos ✓ J-1~
y>- prevista no art. 70 do DecretQ.:lei !L.?._236 dL.f.-ª-._<;!e fe~.9_Q_
e
:~º~~?sentam uma mensa2em altema?va cujo objetivo é atini,ir. ~•f . 1967. que complementa e modifica o Cqdigo Bi:_asileiro_
_ge_ Tefç_
c~
~ -:- ai~ s 11:randc~sas. mas as aunonas e os grupos sacialroeote,~ .-..),' municacões: "Constitui crime punível com a pena de detenrão de
mar&:JnabzadQS 1,, 'C - . - - - - __:x: -- -
-~ 1 (um) a 2 (do1~l__
anos. i!Yffi_e!!{_~da da metade s~_liguver dano a
. 1A_s emissoras de rádio clandestinas existiram desde O início d] terceir~,- ~ insra_la~ão o»_ utiliz~cão_..QLJ..elecomuni~ç_õ~.~ - Mê!.fl
__a
rad1od1f~são. Mas, a partir dos anos 70. 0 fenómeno das rádios livres obs,crvanC1a do dtS'20Sto nesta Lc1e nos reiwlamentos ,t
ganhou impulso ~olítico, associado a movimentos libertários, princi- /( As rádios livres de Sorocaba não são um caso isolado no
pal~ente na ltáha e na França. E proliferam as emissoras locais Brasil. Pequenos transmissores clandestinos têm sido localizados em
muitas da~ _quais transmitiam para um raio pouco maior do qu~ diversas cidades. De maneira ~raL por enguanto. as emissor~
um quarteirao!<- çlandestinas brasjlejras têm sido vistas como atividade de adolc,sccnt~
Na Itália. onde o movimento atual começou, as rádios livres procurando um meio pro;-rio de expressão. "Com a chegada das
"tornara~-se verd~deiras rádios populares e abriram caminho para férias escolares, os jovens resolveram canalizar seus conhecimentos
o posterior aparecimento dos canais de televisão livres".ll Entretanto para uma outra atividade: a pirataria aérea. Esquemas circulavam
"esma~adas entre a interferência lançada pelo monopólio e a apati~ de mão em mão e as peças podiam ser compradas em qualquer loja
da maior parte da população, as rádios livres francesas jamais estive- especializada. Nessa época'', referindo-se ao verão de 82, "com
ram a ponto de se tornarem rádios populares, tiveram sempre que pouco mais de cinco mil cruzeiros. qualquer adolescente poderia ter
1
a sua própria rádio".'-"
contentar-se com o seu pape menor de rádios piratas. Na realidade,
falava-se muito destas rádios mas estas rádios falavam muito
pouco".39
À!::m vários países a palavra escrita é relativamente livre, mas
a liberdade de expressão da palavra falada - e da imagem - ,
tem esLarrad 1 sistematicamente no monopólio da radiodifusão. Porém
a problemáti ;a não se resume nisso. "O ponto mais importante
para os anim~.dores das rádios livres populares é aquele que permite
ao conjunto l!os meios técnicos e humanos estabelecer um verda-
deiro sistema l!e feedback entre os ouvintes e a equipe que o rea-
38. Spindcl, Arnaldo. Rádio - a crônica da palavra assassinada. In:
Singular & Plural, n.0 5. óbril 1979, p. 63.
39. lbid.. p. t~.
34
~lgumas vozes têm s,e levanlíld__o cei.Yifil!icAndo aJteraçõe-s no
Código Brasileiro de Telecqmu~~ões_,_ de (Qrma ~e ~eja permitida
a existência de um espaço para emis,wras alterna~ de ™1lQ
aicancc e que não cxpJoccro a publicidade comerei~. se um dia
o assunto chegar a ser discutido no Congresso Nf cional, o alena de
um jovem animador das rádios livres não poderá deixar de ser
levado em consideração: "E. muito fácil montar um transmissor e o
40. Guattari. F~lix. As rádios livres populares. ln: Sineular & Plural
n.0
5. abril 1979, p. 66. · ·
41. lbid.. p. 67.
42. Carvalho. Mário César. Rádios livres quertm legalização. Folha de
São Paulo. 4-4-1984.
43. Idem. Os jovens piratas do espaço. ln: Critica d.:. Informação.
n.0
6, fevereiro/ março 1984, p. 22.
35
Dentei não tem condições de colocar uma perua rastreadora em
cada cidade brasileira·"
l Sem dúvida, a grande faciljdade tecnológic.J para a montagem
de um transmissor de FM, aliada à potencialidade do rádio como
meio de ~:-'.:-:5:- Arf' -if'ls,.ios e da criatividade individual, poderão
colocar cada vez mais em xeque as normas legais hoje existentes,
abnnôo catninho para uma efcúva utilização desse novo tipo de
exploração do rádio.,f'
44. lbid., p. 23.
36

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  • 1. 0891 85-0152 CIP-~rasil. C.1talogação-na-Publtcação Camara Br:isileir:i do Livro. SP Ortnwano, Gisela Swetlana, J943. A in~or~ação no rádio · 0s grupos de poder e a determmaçao dos conteúdos / Gisela Swetlana Ortriwano. - São Paulo . Summus, I985. (Novas buscas cm comunicação ; v. 3) Bibliografia. 1.. ~ádio - B~a~il 2. _ Rádio - Brasil - Aspec- tos poltucos 3. Rad101ornahsmo - Brasil 4. Rádio - Brasil - Leis e regulamentos 5. Rádio - Pro~ra- mas - Brasil 1. Título. - 17. e 18. CDD-384.540981 17. e 18. -070.190981 I7. -384.5440981 I8. -384.54430981 CDU-347.763(81) lodices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Rádio : Aspectos políticos 384.540981 (17. e 18.) 2. Brasil : Rádio : Comunicações 384.540981 ( 17. e 18.) 3. Brasil : Rádio : Comunicações : Direito comercial 347.763(81) (CDU) 4. Brasil : Rádio : Programas : Comunicações 384.5440981 ( 17.) 384.5443098 l (18. ) 5. Brasil : Radiodifusão 384.540981 (17. e 18. ) 6. Brasil : Radiojornalismo 070.190981 ( 17. e 18. ) l A INFORMACÃO NO RÁDIO os grupos C.:.! poder e 3 dcterminttcão dos conteúdos gisela swetlana ortriwano summua •dllorlal
  • 2. nttse caso. Por tudo isso a sua e 1 çbc&amos sobre ,◄ lnior~ão no R~~ ~ - e ,~ s.:oncl~io a que 'º e:: . ime,1gcnte, competente. A obra da Profa. G~la Ortriw . tecida. pela abrangcncia d . ano, pela seneJadc com que é .-.elo roedrtismo do voluU: :em~:que se propôs reunir_ e ~xplicitar, .,ela clareza e simplicidade d r l.{ue .Ú(uÇ~ u•~ r~u~ e ordenar, . : u conteúdo passa . a .orma. pela substancia nquíssima de t1tbliografia n~Clonal d~ 1~ 1 ~~rt ao que de melhor existe na tãncia para profissio . orna ismo. um trabaiho de extrema impor- que representa par,i":~· rra estudantes e. pelo ~xcmplo contundente ' u iosos. professores de Comunic:ição. Por tudo is50 honra m .d obscrvaç~ E d • 1 - e ter s1 o convidado a registrar estas · aque as homenagens que recebemos como privilégio. 12 Santos. setembro de 1984 Walter Sampaio I. O RADIO NO BRASIL O Rio de Janeiro é considerada a primeira cidade brasileira a instalar uma emissora de rádio. Antes disso, porém, experiências já eram feitas por alguns amadores, existindo documentos que provam que o rádio, no Brasil, nasceu cm Recife, no dia 6 de abril de 1919, quando, com um transmissor importado da França. foi inaugurada a Rádio Clube de Pernambuco por óscar Moreira Pinto, que depois se associou a Augusto Pereira e João Cardoso Ayres.1 Qficialmente, o rádio é inaugurado a_7 de setem_t, _ ro de.. !922, como parte ..d.as comemoras;ões do Cguenário da-1J1Q~~ quand-9_, através_g~ aQ_~pto~,s.- ~c;iahu~ -.imll9.r~do_s ~ a. ocasião, al""1ns compQ.n~ntcs da ~Qricdade carioca puderam puvir cm casa <Lllit@nO_d_o ~~te....E.pitá_çio r.~oa. A Westinghouse havia instalado uma emissora, cujo transmissor. de 500 watts. estava localizado no alto do Corcovado. Durante alguns dias. após a inau- guração, foram transmitidas...QJKr._~_di(~tamcnte .@ Teatro ~unifi~l do Rio de JaneirQ.c_}.. _ <!_çmQ_nstração _p~blica ~ausou_i~p~cto,_ mas as transmiss§es (_oram logo en~erradas por falta de u~ _ projeto que_ lhes d~ _C..Qntinuid--ªde. 1. A FASE DE IMPLANTAÇÃO ,. Ilefinitivamcnte,..P.9<!_ ~Ill_Qs_ç~erar 20 de abril de 19'P como_ lL_ data_cJ,e:iDS.1ª-~ --d~ã.p ~ ~Jy_~ü....$. qQª°-9.9.S~~ - a funcionar a R,ádio Soci~.Jde do_Rio. de Jawàlil,..Jqndag;i_pçr RoquetJ~ 'finto e tl.CIQ'... M~~ jm~ L~m.isso@.J ~ .!!l.-~l:Who niti_ damente educativo.,. 1. Sampaio, Walter. lorfta!ismo audiovisual, p. 19. 13
  • 3. .. _ Mas o ra~io nascia como_~-eio ·J:: dit~. !1~º J~ masss1. e ,e dingi:i a quem t1ve~sc poder :iquismvo p·:..ra mandar buscar no exterior o~ .iparelhos receptore~. ent:io muuo -:arn~. 1ambef11 a progrJUnaçào rg__o estava voltad~. para atingir aos ob1erivos a. que se propunham se~ fundadores: L~ a~a_ da c _ :into 1m 1:1ouco de cducacão. de en~ino__ e. d:...a!e~ja··. Nasceu como- um .:~orêenmmt:nto ã~~ ciectuais e cient~st~s e strns.J .iní!li_dad_~r;un .b.a.~::i.mente...i:ulturais. educativas e._ altru1sucas. ' No iníci_ o,.q__uvia_:se ~pcrai.CQ.l]J 9jscº-.?_..:ffiprcs1_ados RW2S_próp.rios ouvintes, reqta1s_de poesia, conccrtosL palestras cultwais etc.. sempre uma pr?gramaçao muito "~eleta... apesar de Roquettc Pinto estar convencido, desde o míc10. de que o radio se transformaria num meio de comunicação de massa./E. de'iào a essa certeza e à vontade ~e divulgar a ciência pelas camadas populares. muitas iniciativas roram tomadas no sentido da implantação efetiva da radiodifusão no Brasil. t-..ctinda nos :1nos :o, o radio já começa a espalhar-se_ps:1º.Je.rri.- tório brasileiro. As primeiras emissoras tjnh.am semp_rc: em sua dcno- ll!inagQ__os t~ mos _ "c!1:1be.. O_l!.~ ·sq,cie_s!adf:._pois _na_verda~cirun ç_~mo 12_lubes_ou__a~SQciações fo_I.madas pelos iq_eals!._as que aç__re_ ditavam _ na pote_!:!cia)idap e do _ novo meio. '(-..ics~a mi.JI1e1_r;;-fa~~·-o rágjo_se _ m:intinh'LfQ.ll1 mensaiidades_pagas pel_ os que possuiam aparelhos receptores,. por Q. O<!_ÇQ..~ eventuais de entidades privadas ou públicas e. muito raramerue, çom a jns.erção de _anú_!!S!Qs..rn9s_ _ que. a.. rjgor, eram proibid<>i ~la ie~js!aÇ,io da ,época, .E também eram feitos ·a pelos para que os interessadõs adetíssem à emissora como sócios. ajudando a mantê-la. Mas, como diz Renato ~·1urce. "a constância não é uma virtude muito brasileira. aepois de alguns meses. ninguém mais pagava".: E o rádio_luta.va CQDl. ctifi&J.tl®d. ~s.....S1:IIL estrut_y_ra CCQJJQ.tnko~fina.nceir.a .que pudesse iayQLeg,LQ...$U desCJ1vo1vimento. _ . __ _ . . __ _ ___ --- André Casquei :viadrid salienta que, durante o decênio de 20. "a cultura popular não tinha acesso ao rádio, que não se caracteri- zava como entretenimento de massa·•_. sendo "veículo de formas de diversão__individualista,_ familiar ou particular, _ m_ uito _pou~~ _!X _ ti:n- sn:a.s.:,:. E· esse quadro se evideric ,a "pelo pequeno número de emis- soras instaladas. _o pouco intçresse _ga própria sociedade global, relativªmen_t~ _a__o Jádio'' 3 ~- O rádio continua na onda. Vfsão, 22-3-1976, p. 81. 3. .taúnd. Andre C.1squeJ. Aspectov JcJ teluad1od1f11stlo hrasileira. ~,pe• c1fic~mente. pp. 3~-39. 2. O RADIO COMERCIAL fA partir do início do decênio de . . o rádio sofre transformação radical. Em 1931_. quand_g_surg_e o pr~-:-..t.:u is,cu~_nto_ sobre radi<?- difusão. o rádio f?rasileirQ jª estava cc. rometido com 0s ··_ re~la~~-· - 9s anúncios dague~1._,..111~ - P"'" _{arantir sua sobrev1venc1a. ~ >- - - - -- ... - v ubJ_içjdª d~ fgi l)Srmi.J.id4__P.2,: meio do Decreto n.0 21. l1 r.. de 1.0 de· mãiço·aê .l 932, que regulãmc ntou o Decreto n.J :-0.04T. de maio de 193I. primeiro diploma legal sobre a radiodifusão. ~urgido nove anos após a implantação do rádio no país. As primeiras emis- soras a entrar em operação. antes do Decreto n.0 10.047. obuveram suas licenças com base na regulamentação da radiotelegraiia. o Regulamento para Serviços de Radiotelegrafia e Radiocelefoma. Decreto n.0 16.657, de 5 de novembro de l924.4~ ~e;:gp ~,... ~ rtir dos anos 30, P.reocu2,ar-g~ri11mcnte _COJ!l o novo meio. que definia ~omo "servii;p de. interesse: oac1on.i!l. e de. fi~lidi,1dc educativa". regulam ~ng_ o _...Q_seu J unciop-ª_mento e pass~C!_qo '! iJ!la- gmar maneiras de_fil.oporcionar-lhe j)ascs econômicas mais~sólidas, concretizad(!S, ~lo Decretq ni '].1.11 I,_ ql!_e_autorizaya i! _ v_esculaç:io de propaganda pelo rádiÕ. tendo limitado sua manifestação, nuc1al- m _ e~'- ª 10~ da programação, pos~eriormente elevada p~ 20"& e. a_tualm_c;_nte, fixi3da em 25% ...- · .i,. A introdução de mensagens comerciais transfigura imediatamente" o rádio: o que era ·'erudito", ''educativo··. ·'cultural.. passa a traos-1 formar-se em ·'popular'', voltado ao lazer e à diversão. O i.:omércio: e a indústria forçam os programadores a mudar de linha: parai atingir o público, os ·'reclames·· não podiam interromper conceno~. mas passaram a pontilhar entre execuções de música JX>pular. horanos1 humorísticos e outras atrações que foram surgindo e passaram J dominar a programação.Y • 'Com o ad~__g_~ _ru!.b!icida~_as ~ssc,_ras ~aro- d.e ~ ~rg31nizar. 1:omo ~ll!,P!Csas para di~putar o mer~ A c~tiçicr teve, ongmalmentc, três fac:::tas: desen.volv1mento técnico. stc.Uus da emissora e sua popularidade..,..,i_preocupação "cducauva~ foi sendo deixada de lado_e..,_ em s~u l~gar.., começaram a se ~mpor M interesse~ rrr~ç__~tis.• 1"As transformações surgidas no país a partir tia RevolucJo de 1930, com o desJX>ntar Je novas forças, como o comerc10 e :1 mous- tria. que precisavam colocar seus produtos no mercado 101crno. aliados a mudanças na própria estrutura administrativa feJerul. com a forte centralização do poder cxccuuvo engendra® por G (!Ui lv 4. Lopes, Saint•Clair. Com.111t1cQ,;ào - rad1 od1fusão nort". p.. ~:.
  • 4. V - arga.s. sao o contexto q_ ue favorece a expansão da radiodifusão· o radio mostra-se um meio extremamente ericaz para · · ½troduçãa_dc esJjmulos ao consumo. - tnCC:!:J;!Vª!.....J .,.Qs_cmru_csários come_s"'àm-a ECr~ber q ,di é · · efietCl}tC p~ra_ div -ulgar-scÜs produtos do qi: isr:ek ulos~Ul~O mat_s 11•--· ...... ·... -.. vtdo ao graod · d - - nn~os. v e numero e :inalfabetos.., Para · ·· ~urgem então novas fun - d" · · " .........,., r . çocs, . netamente ligadas ao desenvolvimento ~d~•co_ e, ~conõmt~- do pais. ·'Vencidos .:>s ultimos obstáculos de m Jur1d1ca, 9 radio ~~aria a serviço da vida cç_onQm.ica nado- nal todas , as , uas ~~c?-~•ahdadcs~ consolidando-~. definitivamente, como 1 vei~lo pubhcttano de múltiplos objetiv~ de expressão popu ar e integração nacional.·• s "com o ~ádio co~ercial incipiente, não tendo ainda lUJlil estru- ~~ra bur~crát~~a ori_ant.Zada, os primeiros profissionais - chamados programistas -:- adquirem espaço nas estaç~ ~rodqic:m _prQ&ra- mas e_reven<!_ern._mtervalos Pª-ra anunciantes.l'Faziam .de tudo: contato, r~daç_:10, ~~u~ão e apresentação. À medida que o- nível de impro- v1saçao .,dun_ m_ uia, for~m-sc articulando as equipes. "'E. ao mesmo te~ o rácho '21l~ª~_ um P-r~e~ de rdormulaçao .™.ural. amphapqp sc_ us rcc~TS?s, para poder atender ~ novas au:ihu.içõ~_na. procç_sso_da 1~d~stnal_1~ãQ._ da urbaniza~o._(ja ~ciali1;1~ e_da teCI!Qlogia. Ina integrar-se em outros níveis da realidade nacional e passaria a responder às necessidades coletivas como meio recreaúvo e informativo, manipulador da opinião"~• ' "'Para cumprir melhor o seu papel. o rádio não pode mais viver apenas da improvisação. Precisa mudar, para poder fazer face à nova situação. Estntlura-se @.IDQ_ i;m12r~inv~ ~. passa a contratar artis~s. e prpQ!!!.Q.f!u"Os programas são preparados com antecedência e a preocupação está voltada para conseguir cada vez maior audiência, popularizando-se, criando os primeiros ídolos populares. "A lingua- ~~o!f>Ijca. _aos _p~ucos~ vai, ~endo aprendida_:.. M,ais colggu_i_~!. mais dtreta,......de entend1mento_Jac1l~ om$a a ln.Yi<!i( togas as emissões . .,, Os programadores passam a ter horário certo e a pro- gramação. como um todo, é distribuída de modo racional no tempo." 7 1-Com a publicidade como suporte da programação, o objetivo principal passa a ser o de alcançar grandes audiências, mercado para os produtos anunciados. Assim, "opera-se radical mudarlca na fQ.Dlla e oo conteúdo dos pro.gramas. buscando-se uma_ lin~ai eclética. de maior apelo às emoções, intimista, livre, comunicativa. J.nicm-.i.e ~ r_pfissionalização na área da criatividade radiof.ônjça'! . . "• 5. Madrid. André Casquei. Op. cir.. p. 39. 6. lbid, p. 42. 7. Costella. Antonio. Comunicação - do grito ao satélite, p. 181. 8. Madrid. André Casquei. Op. cir.• p. 42. 16 l( Logo no início desses-ª!loLl.Q.... ..Q.. ~ - J ai:ru,élll já veicul~a propãganda política e, em deteqp.inadQr epis_9dios. como a Revoluçao Constitucionalista de 1932, em São r'aulo, conclamou o pov~ em favor da causa política, com César Ladeira ganha~d'? fama nacional como locutor oficial da Revolução, atr"-"..:S da Radio Rccordit"q~e. aliás, foi pioneira em múltiplos sentidos. Primeira lide~ _ de aud1enc1a, introduziu a programação política, ao trazer os P?~ticos aos se.us microfones - para " palestras instrutivas", como ~1zi:3 seu pr~prie- tário, Paulo Machado de Carvalho. Depois, orgamzan~ ª. cad~ta de emissoras paulistas na propaganda da Revolução Const1tuc1onahsta e, cm 1934, toma-se agente da reviravolta que se operaria na progra- mação das emissoras brasileiras logo a seguir. ,._ A._JkÇ.Q~tQ.L.UILru>.vo...m.od.elo...d.e_pll2gram.iç.ão o(ianizado por César Ladeira, introd!1.zi11d~ULC~t......PJQfisswn& e_e~clusiv;o, com remuneração mensal. A partir daí. oomec,a__LÇQ[Jjda__e-ªs gr~ndes emisSQ.@LE_ Ontratam a "p_e~o _ de q,i,m2'.'~tr~JQ9..Y1ª.rCS e orquestras fjlarmônicas.'t E mesmo as emissoras de pequeno porte procuram também ter o seu pessoal fixo. Essa mudança aguçou - ou mesmo desencadeou - o espírito de concorrência entre as emissoras. inclusive as de outros Estados, que imitaram a programação lançada pela Record. >- Em 1935, ocorrem dois fatos marcantes para o desenvolvimento da programação nas emissoras brasileiras. A Rádio Kosmos, de São Paulo. depois Rádio América. cria o primeiro auditório e, a parti daí, "vul&ari~am-se as u:.urupj~~-CQJJl_-ª partig~:k) _ go _púl,Hc9. i.Jlclusiv~...9LJ)rogrnn1as_de ®ditório".' Paralelamente, é inaugurad no Rio de Janeiro a Rádio Jornal do Brasil, que "estabeleceria um sistemática de programas fundamentada na informação, dentro d conduta austera, que a norteia até os dias prcsentes'°.tº "'E o rádio brasileiro vai encontrando seu caminho, definindo sua~ ' linha de atuação e assumindo um papel cada vez mais importante .~ na vida política e econômica do país. _ Getúlio Vargas foi o primeiro ggv~mant~ j?rasileiro a ver no rádio &ran,de.. im.pottânçia poijtiç_a. E passa a utilizá-lo den_ tro de um m09elo autoritári~ ~Logo após a Revolµ~ão~e 3Q.. hav~ sid.Q_qifillq_~ e.Q.artarneuto Qf_i~iaL d~.froQ_~nda - .RQf, encarregado de uma seção de r:ídio que antecedeu a "Hora do Brasil". Em.J_934. o DOP foj tLans1ºrm:ld0 em Dca,artamenlo de Propaganda e Difusão Cultural, surgindo então "A Voz do Brasil". Posteriormente, o Dccr~Q_I}-~ l.91 5. de :.7 de dezembro de 1939, criava_Q ..Qc~.imento_ de Imprensa e Prop3- ganda - DIP, diretamente ligado à Presidência da República e 9. Costella, Antonio, Op. ci1.• pp. 181-182. 10. Madrid, André Casquei. Op. cit., p. 58. 17
  • 5. que ~ubsutu1u o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural ''lÇ11._d_2 ,i._ sçu e_ ngi_ rgg _a.!is~aj_ização e c~nsura nãp_s_ < L d.ç_ cQDtcúd~ da~ ••~;ogram~ço~s rad1otomc~s. _ c,~mo as do cinema, teatro e jor- na1~ . . Depo~s. A Voz do Brasil passou a ser responsabilidade d~ Agencia Nacional. atuaJ Empresa Brasileira de Notícias - EBN.'< P~ ~.,,,., ~- yi,.ta econômico, o _rádio pa~sou a receb_ c,r çada vez mais mvesumentos publicitários. que acabam fortalecendo um vasto ra!!lo de atividades. o d~ ~g~n_ cias E~Qlic1tárias. - - - ~esse ambiente, s~rge um marco muito importante: é inaugurada a _ em1s~ora que acabana por tornar-se ê maior lend~ rádiQ.. brasi- l~ As ll...ho.ras.. ~o dia Q d_e ..s_e_tembro de.1 936, um gongo soou tre~ vezes e, a seguir. a voz de Celso Guimarães anunciava: ·'Alô. Alo. ~rasil! Está no ar a R~dio Nacional do Rio de Janejr~~ Para ~odre Casqu~l Madrid. o início. de s_ uas atividades representou o fa~o ~ue_sena ? _ marco da mais séna transformação ocorrida na rad1od1fusao bras1le1ra, até o advento da televisão. -fA partir da Rádio Nac_ ioaal do ~o_Qe Janeiro, o r_ ádio de~volv~-s-~9r~anjzad.Q_ J ui~ crattcamC:_nte".12 O conselho de administração da Rádio Nacional era formado por oito divisões especializadas. sob as ordens de um diretor geral - Yitor Costa - , que se esforçava na produção de programas que fossem capazes de atrair grande público "A gigantesca ergam~ zação vr tia-se de dez maestros, 124 músicos, 33 locutores. 55 radia- tores, 39 radiatrizes. 52 cantores, 44 cantoras, 18 produtores. 13 repórteres, 24 redatores, quatro secretários de redação e cerca de 240 funcionários administrativos.·· 13 Contava com seis estúdios, um auditório de 500 lugares, operando com dois transmissores par~ ondas médias (25 e 50 kW), e dois para ondas curtas (cada um com 50 kW) , conseguindo cobrir todo o território e até o exterior com seu sinal que chegava a atingir a América do Norte, a Europa e a África. A época_. _ às portas do Estadq_}íovq,_ .Q. rádio já l!ra fenômeno de ~assas e suas mensagens alcançavam a mais ampla divuli~ção,x- _ wE~ 1~~p. o Qoyerno decidiy gue a Rádio Nacional "tinha..su~ ser u~ mo-de- afirmação -'ÍCL..regime"f e "Getúlio Vârgas decretou a encampação da empresa A Noite, à qual pertencia a emissora'J. " Miriam Goldfeder, que realizou um trabalho analisando a Rádio Nacional. procurando identificar "seu significado políti- co-ideológico mais amplo, a partir da função ocupada por ela no 11. Federico, Maria Elvira 8. Hwória da comunicação - rddio <! tv no Brasil. p. 63. 12. Madrid. André Casquei. Op. cit.. p. 58. 13. Costella, Antonio. Op. cit.. p. 182-183. 14. :',.1iranda. Orlando. A era do rádio. ln: .Vosso Século, Abril Cultural. n.li 17. p. 72. 18 conjunto das praticas sociais do período''. conclui q_ue _''as razões maiores de sua eficácia ultrapassariam. ~ evidente. o ambno cultural propriamente dito. e poderiam ~ er lc lizada~ no conj~~t~> Jas rela_- ções sociais, econômicas e políticas :e tenam perm,uoo a amola penetração de seu projeto. Cumpre.fOS portanto. ~ ~preend~r a ~ Rádio Nacional no conjunto dos me. ni:,mos de legrnmação . ide_:>- t lógica acionados direta ou indiretamente pelo sis:..:....:. ~: ~--•""-'.:º " política. vale dizer. como prática cultural, com auton_omia e _ atuaçao t; específicas destinada no entanto em última instância. a reiterar o o . . ' .,.. . ~ quadro geral dos valores dominantes no período. _ :EiliL...~QI<l1t: c;lcveria .atu~ mQ_um. meQllls,mo d.e_,anJra.i.e_.s ~ ~~110~~'2- a H l!lª9!S...ll~P...eç_t~tivas _ sQ.Çiaj_s dentro dos limites compatív_ eis com. o sistema como um todo·•-~ · •o decênio de 30 foi importante para que o rádio se definisse1 cm seus caminhos e encontrasse ,o seu rumo na fase seguinte. acom- panhando e auxiliando o desenvolvimento nacional como um tcda., "O impacto do rádio sobre a sociedade brasileira a partir de meados da década de 30 foi muito mais profundo do que aquele que a televisão viria a produzir trinta anos depois. De certa forma. oi jornalismo impresso, ainda erudito. tinha apenas relativa eficácia_ '·a' grande maioria da população nacional era analfabeta). O rad10 1 comercial e a popularização do .veículo implicaram a criação de um elo entre o indivíduo e a coletividade. mostrando-se capaz não apenas~ de vender produtos e ditar 'modas'. como 'também de mobilizar, massas. levando-as a uma participação ativa na vida nacional. Os progressos da industrialização ampliavam o mercado consumidor,· criando as condições para a padronização de gostos. crenças e valores.'j .ÁAs classes médias urbanas (principal público ouvinte do rádio ) passariam a se considerar parte integrante do universo simbôlicoi representado pela nação. Pelo rádio. o indivíduo encontra a nação .! de forma idílica: não a nação ela própria. mas a imagem que deta se está formando." '~ _ _ . • __ 1:: assim pr~paraq9~@dio eniaJlOS anos!9~ a chamada 'épo<:a de oürõ-dõ rádio brasileiro·•~ Cada vez mais as emtSsoras começm · a sentir a concorrencia ex.istênte entre elas. "Corno a ún ica man.eua de atrair o anúncio é garantir-lhe maior penetração. inicia-se uma guerra pela conquista de publicas sempre maiores. :Síl àn.sü. ~e angariar ouvintes, inclusi:; os ~'f::r~ ~os analfabetos a ::_.og,,ra- macão de certas emisso as v~(:__ - - - riz:ÍndÕ. ã cxêm o d:i ~ádio Nacional &1a J>ªClt: dS:WJs prognmaçõcs s:o&ãg, m;us dq stuc !S)_populara descem ao popularssro ,.3A hi]X I) giyçl... .. 1S. Goldfeder. ~iriam. Por trás das ondas da Rcwio S ac:c>rit1l. p. 40 1gnfo do autorl. 16. Miranda. Orlando. Op. cit.. p. n. 17. Costella. Antonio. Op. crt • p '. !13 l 9
  • 6. . Ê a guerr~ pela audiência, com as emissoras concorrendo entre s1 para garant_ lf o faturam~nto. Cada uma delas procura mostrar ma1_0~ PÇQl,!land~~e, f_ ator_ 1mporta!)t~ para que os anunciantes- se ci~c1~1ssçm pelo ,1~ve§.t~!!t~ d~...?gas_ v.erbas. E também -à~ conCÕr- rencia entre o radio e os ~e1culos impressos começa a ser discutida. . -~ cli°:a _ é propício para q"ue o lbope - Instituto Brasileiro de Op1mao P_ubhca e Estatística - inicie suas :itividades. Fundado a 13 de ma10 de 1942. suas pesquisas iniciais eram bastante simpli- ficadas. Co~ o passa~ dos anos. foram sendo sofisticadas. Hoje, 0 lbo~. possui u~a eq~~pe de 1.200 entrevistadores e um computador de ultima ~eraçao, ut1hzado para fazer os relatórios que são vendidos aos seus clientes. . Com o acirramento da disputa pelas verbas. não só entre as emissoras mas também com relação a outros meios, muitas vezes os resulta~os apresentado~ pelo Ibope foram postos em dúvida. Outras ~nttc!ades de pesquisa de audiência foram surgindo, normal- mente l1ga~as às grandes agências de publicidade, interessadas no bom encaminhamento das verbas de seus clientes. J<o ..d~o.__de 40 vê o surgimento da primeira radionov~_hl - cm 19-42.- Ja ao ac pela Rádio Nacional do Rio de Janei~o, '.:Em Busca da Felicidade". O gênero prolifera rapidamente, fazendo parte da programação da maioria das emissoras da época e dos anos seguintes. Em 1945, só a própria Rádio Nacional transmitia 14 novel<1.s cli_iuiamente.)( - (AJ_gul!!_as erJlissqras ~om~am a especializar-se em determinados campq,s de atividade. A Rádiq__P_ anamcrican_a, de São Paulo, a partir de 1947, transforma-se na "Emis~or:_a dos Esportes"~ conseguindo liderança de audiência e introduzindo muitas inovações nas transmis- sões esportivas.~ também a fase em que o radiojornalismo começa a sur_gir como atividade mais estruturad~ COl.ll ..Q !an_çam_ e..lllQ_JÍe alguns jornais que marcaram definitivamente o gênero. Entre~ merecem destaque o "Repórter E~~ "Grande Jornal Falado Tuei" e o "Matutínq_!up1'~ "'Em 1941, por necessidade imperiosa de nos colocarmos a par da II Guerra Mundial, surgiu o 'Repórter Esso'r exatamente às 12h45m do dia 28 de agosto, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, precedido do prefixo que se tornaria célebre, composto de fanfarras e clarins, de autoria do Maestro Carioca.·• 1 • !Com seu slogan de " ~ nb.iL..OCJ.llM da _históri_a:, _o R~pórre~ Esso, .du_ra~te os_ ~7 an.9s em que esteve no a~ .QC:.!!..em primeira ~ao_as ..2!}_nc1pa1s ~oucias do Brasil e do n.:rn.lliill- A voz grave e modulada de Heron Domm~es. 18. Sampaio, Walter. 20 locutor exclusivo do Repórter Esso durante 18 anos. tornou-se popular cm todo o Brasil...frreparado pela ur - Unitcd Press lnternational, seguia as normas rígidas e funcionai:. dos noticiários raàíofônicos norte-americanos. ~~ços. _várias_ .mi.~soras .b~s_pass_aram ~ambém a_transmitir o ·'Repórt~t _ Es. ..,_<llle foi extj_~1t9_ nQ_ dia 3l .J.cr ucLs,111i,,1v Yx 19§8._ 1 9 Pontual. mu1·.J gente costumava acerr~- : _ ,. relógio ao ouvir sua característica. "Q ·&_~r_ter ~ssg' ~~nst1tu1u ~voluçáQ e uma seJ11ente beofa.zcja. q1J-e lo~o fruuf1cou no rádio brasileiro.'y io Em 1942, a Rádio Tupi de São Paulo também começa a s~~ tradição jornalística, colocando--oo ar o "Grande Jornal Falado _ Tupi . criado por Coripheu de Azevedo Marques e Armando Bcrtom. com uma hora de duração diária.•o "Repórter _ Esso·• e o ''Gran~ JorpaJ Falado Tupi" foram l!ll'JS.QS..l!!!J'2rtantcs par .!._!lUC_o _r~Qi.OjQi,I.l~!iSI!lO b.rasjlcjro fos$e_ eQcpntrIDldo ~u.a ~filliçfto, .QS canti.!lhos d~ uma lin&Yagem própria para o mcj.Q,_gei.xando de _ser apcn~__a .::temua ao microfone'' das notícias doL,jw::nais.jmpr_cssQs, ;,. No horário da manhã. o "Matmino-Tupi'·. também criado por Coriphcu de Azevedo Marques, cuja primeira edição foi ao ar a 3 de abril de 1946, é outro marco importante,; Foram 10.187 edições. a última a 31 de janeiro de 1977. 3. OS NOVOS RUMOS XA "época de ouro·• do rádio termina. coincidentcmente, com o surgimento no Brasil de um novo meio: a televi~ão. _Qu_ ªº?º' surge, ela vai buscar no__!'~dl~ ~eus primcir~s profiss1oi:ia1~ 1mua1 seus quadros e cariegã:~som ~la a .pµ_ blicidade. Para enfrentar :i concorrênciã -cõm a televisão. o rádio precisava procurar uma noval linguagem, mais econômica.,( XA.os poucos, ele vai encontrando novos rumos. 1'1.Q..J.!liCJO _, _f9i reduzido à fase do vitroliio: muita música e _ pouc9s .pcQiiamas produzidos/Como o faturamento era menor. as emissor~ passaram a investir menos. tanto em produção quanto cm equipamento e pessoal técnico e artístico...Jo rádio aptcnd~ -'ª ,)- ~ ! ~ .as~ c estrelas por disc:Js e fitas gravadas, as novel~ pelas . n~~•~1as ~ as brincadeiras dc...auditório_pelos_scrviço.s de unltdade publi<:a. f Qt s~ encaminhando ..nq_s~ntidp de ~1ender .!:S~ ecessidades reg1onais. princjpalmente ãO nível ·da informação. Cõmeça :i :1centuar-se :i espêcjaljzacão dªs.smissor~. prQCutando_c.ada._yma d_cbs._ um .Plililiq> 19. E atenção: acabou o Repóncr Esso. V~,a. ~-1-1969. r. <7 20. Sampaio. Walter. Op. ci r.. p. 2~. 1
  • 7. cspec1fico)f Ja não era mais poss1vel manter produções tão caras quanto as do período antcnor: a especializ:,cão vai se acentuando cacfa vez mais. principalmente nas grandes cidades. As emissoras -;nuadas f!as ci9ades d_ c menor ~~ n~o pj!der_ am _aço_rnminjlar essa tendência e tiv<:ram que continuar """'_,,,_,;t~ " ..,r;,.;al variado_:'. ,. Q ra~iojo~li_ smo _g_~nha___gr~n~e impulso. Um novo tipo de programaçao noticiosa foi lançado pela R.iàio Bandeirantes de São Paulo. em 1954, mostrando-se revoluciom.rio e influenci~do -i _ programa~ão d~ outras emissoras. A Bandeirantes. ·'fez-se pio- neira no sistema intensivo de noticiário . . em que as notícias com um minuto de duração entravam a cada quinze minutos e. nas horas cheias. em boletins de três minutos·•_ :,, "Mas é na área da eletrônis~ g~c o rádio ~ncontra i.eu mi!i.L(Q.n_c aliado, que vai permitir que ele explore piênãmcnre seu potencial~ o transistor começa a revolucionar o mercado x Esse componente eletrônico foi apresentado ao mundo em ~3 de dezembro de 1947. pelos cientistas norte-americanos John Bardecn, Walter Brattain e William Schockley, que receberam o Prêmio Nobel de Física em 1956. Das produções caras, com multidões de contratados, o rádio parte agora para uma comunicação ágil. noticiosa e de serviços. Aliado a outros avanços tecnológicos.io · tor deu ao rádio Sl!Urincipalarm~ de fatu~ !!le!lto_ : é_p~sível ouvi!: _!:ádio a gual~er hora e cm qualque_r__lu_gar. não _precisando m~~o às tomadas. Já no final do decênio, em 19'59,Jo rádio brasileiro está em condições _ de acelerar -suá- corrida-para um radiojornalismÕ- mais atuante: -ao vivo, permitindo que reportagens fossem transmitidas diretamente da rua e entrevistas realizadas fora dos estúdios. "Com- os-aperfei- çoamentos verificados na parte eletrônica das estações móveis - carros com transmissores volantes - em muito se reduziu o volume e o peso dos equipamentos técnicos, com sensível melhQra. também., na qualidade da transmisão.·• 22 As emissoras de maior porte passam a uhhzar cada vez mais acentuadamente as unidades móveis, agili- zando a transmissão da informaçãoj 1 QutrQ ,rn~suura guc o rádio tentasse deixar de perder ~~e~ par.a.....a !CkYisão.,J íllD.bém foi dado em 1959. A Rádio Jornal do Brasil. do Rio de Janeiro, lança um tipo de programa que seria depois adotado pelas emissoras ~e todo_o país: gs servicos d_ e ucj- lidade ~~~ª· A inovação foi mtroduZJda pelo 1ornahsta Remaldo 1 1 tb,d.. p 22. 22. Vampré. Cktáv10 Augusto. Rmus e l'·oluçâo do rádio e da te/ei·istio. p 132 lardim, Que teY~ como objetivoJ!"'~es.çr o , di~loe:o c~m ~ ouvintes. Inicialmente, o Serviçg_clL Jtlhdad~ P~bltca-- s~giu na: rn_di9$=-aivulgfill@-11QlétS 9e ~ CllilQQ.L, oerdt~QL- _ Po~te@i::me_ nte, os seryjcos vão se ampliandp. che~ o a cnar, ~etorcs _ e_x~=- dentro das e~:~:--:.::.: 1'J,.,cc:~ 'llesma .ha, a Radio Pan~m . · ~ãoPaulo iiistâroú um serviço particular de meteorologia. Outras • . - í d ego etc...-~ emissoras dão as cond1çoes das estradas. o enas e empr ' Rád. T · bc 'm no Rio de Janeiro, Na mesma epoca. a 10 am010. tam pr.ocurava outra altematiY.a_paJ~ as. rádios· inl.LoJlllL-0 - ~e.IDa de. "~Sª exclusivamente_ músj~--- pl~ncjado por José _Maur~- ~ s~a-~ duas alternativas passam a caracterizar a programaçao radiofomc. nos anos 60. . . -:, J ' "A tendência à programação musical torna-se cada vez mais acentuada dentro de determinado tipo de emissoras, que alcança inclusive grande sucesso comercial. A Rádio Excelsior, de São Paulo. lança sua new face em 1968 e durante muitos anos permanece como emissora exclusivam~ntc musical~ ..{Ainda no decênio de 60, começam a operar as Pfimcir_a~- ~missoras. em, FM - rreg~ mõ®lãda-: Iificiahrienfê - fõrilêCem "música -ambiente'' para assinantes interessados em ter um back- grouru{ q~c parecesse apropriado ao tipo de ambiente. ''de~c melo- dias suaves para hospitais e residências até música alegre e _ estimulante para indústrias e escritórios".23 Nos últimos anos: as em1ss~r~s F:-1 têm sido as responsáveis por uma ebulição no meto que o radio nao conhecia desde o surgimento da televisão, ·no início dos anos 50.--t- (A primeira emissora brasileira a expl?rar esse _ s_ erviço fo,i .a Rádio Imprensa, do Rio de Janeiro. Postenormcntc. Jª no dccemo de 70, esse tipo de transmissão utilizaria canais abertos. surgmdo am número bastante elevado de emissoras operando em FM, todas voltadas para a programação exclusivamente musical. A primeira emissora a operar exclusivamente nas ondas da freqüência moduJada foi a Rádio Difusora de São Paulo - FM. Mas há os que contestam a primazia da Difusora nesse setor. uma vez que a Rádio Eldorado de São Paulo. quando foi fundada, em 1958, transmitia em ondas médias e "por questão de prestígio usava também a FM para transmitir só música. fora da faixa comercial".~ Um outro 1m1po de emissor~ começa a dar ênf;J.Sc à_pr.~a.Dlil- cão mais "falada·•. que busçava reencontrar o di:ilo,gs:i com o publico. Suq~em programas de troca de informações, como o "Show da 23. Vende-se música a domicilio e ao gosto do frcgues. i·eja , :1-1-1%9. p. 65. 24. A radio do~ ricos. Veia. 9-12-1970. pp. 84-8~.
  • 8. /1' ~fanhã". na Rádio Panamericana. de São P3~lo. onde o locutor Kali! Filho montou uma verdadeira rede de troca de iniormacões. que 1am Jesde receitas culinarias a fontes de pes-iuisa para trab~lhos escola_ res. A mesma Panamericana cria. em l 467. uma equipe de 1ornahsmo bem esuuturada_. que faz com que .1 imagem da propria cm1~sora mude, de esportiva, para jornalísth:.1 e: d:: ,::~:;:_.,.;::: ~-=- serviços. A reportagem de rua e intensificada. .! .i infoillli!.Ção _p_as_sa ~ a _ .:st~_r prese:_1te .nãC? mais~ horarios lixos. mas __no ~rriom..emQ..@ ~ qucv o f?to acontece._ a....9,l;!_alqyer~ ora~oo__dia__gl! .Jl!.-n~i~e:J( ·--- ~ ç m 12 de mato de 1969 e cnada a RJàio ~ulher. de Sãõ. li Paulo. a primeira emissora brasileira a se especiaiizar exclusivamente ~ em assuntos femininos, fundamentada cm moldes norte-americanos 5 e e~ropeus. A base de sua programação eram assumas como moda. _ r- hore,.;copo, música romàntica. consultórios etc.( ,. - - _ _ _ J - ~ partir de_ mead~s de . 7_ 0? começa a transformação para que ~ rad1_ 0 conseguisse ~a1r defu~m~am_ente d':' ~arasmo em que caiu a partir dos anos 50. A tendenc1a a especialização mostrou-se cada vez maior.•:.s emissoras pàssaram a identificar-se com determinadas faixas sócio-econômico-culturais, procurando diri&ir-sc ;."e,ã;'l!~b_us·- ca.nd? sua linguagem nos próprios padrões das dasses que deseja_vam atmgu:.; Com o aumento da potência das emissoras pequenas e a criação de muitas novas, surge uma segunda__et~a no processo de especialização: ,tas grandes emissoras tentam ganhar os diyersÔ$ se.sm..!:!l..!52l.. ge _ público .i.. mantençlo ..J?!Q&ramas q~c atinjam diferentes faixas, em diferentes horários/' J. e · soras voltadas ara a informa ão am liaram ainda mais scys scai~fc .iruensificando _o uso as unidadeLmóveis,, de. uans: m1ssão, com par_ticipação cada vez maior do re_pórter ag_ V iY.Q, dizendo onde está, o horário, improvisando sua~ falas,4 Em 1980, aRãdio Jornal do-13rãsil.cioRio de- Janeírõ.-parte para uma pro- gramação baseada na dinâmica dos fatos, com informação ao vivo. aproximando-se da rádio ali news nos moldes norte-americanos. em que as notícias constituem o " prato de resistência". /Q Governo mostra sua preocupação em relação --ª-ex-!lilnsão e ao conteúdo da radiodifusão sonora, criando......._em 1976. a Radíobrá~ - - Emp~sa Braslfeíra de Raciiod1rusão. Pela 1Ci que a insutuiu. a .B,adiobrás ~ ~alidades_bisicª-s: ~ ~qi.zar _e~ocas ..oper.á: las 5! explor(!r QS ~vi_ çgs _de radiodifus!o do Governo F~deral; mont"ir e op~ SUª-...Qr_Q_Fria rede -ae -repet~o e retransmissão de radiodifusão)texplora _.!]dÕ·_ 9li 1.. e~~q!_vQ~ s_ eryiços; .realizar a difusão de programação educativa, protj_uzida _Qelo. ór~o ~ederal próprio, bem co _ n:io produzir e difundir programação informativa e de recrea- 24 ção; prOIJIQYS! e estimular a _for.!llaçãQ e Q_ trei~a~~!lt__º _d~ -~~~l eseeciali_~c!_o ..1 neces~á~i~ . _ às _ atividctc!_es J~ ~1!Q1~q1fuJag .e pr~star serviços espec1alizados no _.9J!lJ!O..Ji~ . .:!!.C?91ÚJ~ao. _ A~ualmente, o Sistema Radiobrás é formado por 38 e1 ssoras de radio e_ u~a de televisão, atendendo a duas prioridac 1.:n suas, ~ransm1~soes: a região Amazônica e o serviço incernac: al. A Rad10 ~acto~al ?e Brasília transmite para o exterior ooticíáno sobre o Brasil em mgles. alemão, castelhan0, francês e português. No final do decênio de 70, algumas emissoras de São ~aulo sentiram a necessidade de se unir para melhor poderem agir no sentido de expandir o meio.. (.As~!!Jl· com a finalidade de de~end~r os interesses de ~u~s ~ a_ d~Ioi fundada ~ T'8:,7:J.2_ 8 ~~~:eda9_e Ceqt.(~J de Rádip. Entre -os...ot;,jetjvos da _ enu~e _ estão o. ~onâlec1- mento dq imagem do rádio melhor comunicação com o mercado, m~_ daitça n~ metod9lqgi_ a de 'pesqu,sã de _-a~êli~nêja,.._cep.trãiização ~as informações sobre o meíoeaprõcura da valorização comerc1aly ,., Uma outra inoyl!_ç_iíQ_ J!2_sci9..~Js,~nos 19 foram a~ -agências. de p.I.Q.dy_ç.ãQ -radi.Qfônicã; -qüur.9d~em ptogra_II!?_LCOrt.. artJ~tas fªf!lQSos .~--ª~SYJllOS de mfer'ess~=aõ-..lliômen..to,- 'lc;ndendõ_?S _grav~çõe_s- _para emissÕras de menor 1?..ºr~ ___g~ '!!ã.Q têm-êÕnd~ej-tle .::ealizau~o_- d~ões dessuipo)r .t o caso do Studio Free, que at~nge mais de 400 emissoras em todo o território nacional._::Mediante contrato remune- rado com as emissoras. o Studio fornece a programação e também o patrocinador, com "o ohietivo de levar às pequenas emissoras uma programação atualizada. com cast sem ultrajar as características locais de cada rádio··.:.s Outro exemplo é a Rede L&C de Rádio. Fundada em 1969. mas apresentada como rede apenas em 1982, é considerada pioneira na produção de programação integrada, atendendo a cerca de 80 emissoras (AM e FM) . Em agosto de 1983, a L&C lançou o primeiro Jornai -Nácional de Rádio, transmitido por 60 emissoras implantadas em 16 Estados, via Embratel. Para Luís Casali, um dos proprietários da L&C, "a rede vende um .;omercial dentro de uma programaçpo que o anunciante já conhece, dando-lhe maior segurança e credi- bilidade" .26 4"' Uma série de recentes aperfeiçoamentos tecnológicos têm permi- tido que o rádÍÕ.corisigac aaã-vez -melho rescondições de transmissão. ressaltando sua potencialidade como meio. J,, 25. Depoimento Je Walter Guerreiro. proprietário do Studio Free. ln: 60 anos de rádio. Rt,·ma Propaganda. janeiro 1983, p. 62. 26. Luís & Carlos. pesquisa e programação cm rede. Jornal Ja .-tesp. outubro 1982. p. 3.
  • 9. / N~ -úiamos dias de. 198.2. a RádiQ ).Qmal do.. BI.aS.il FM, do Rio de Janeiro, tornava-se a pioneira na utilização do co.mp.aç_t__d.i~c audio digital. ou seja. o disco . cligit~l COIQ ~ imra...a..J ascr.,._ A parur lho 1 1 ,1,. abril de 1983. também a Rádio Cidade. do mesmo grupo. passava a usar o sistema.27 E, a 12 de março de 1984, era a '..;.. da Rádio Cultura FM. de São Paulo.::.s Entre as vantagens do compact disc audio digital estão o registro de todas as freqüências 'iOnoras. a separação mais nítida dos canais de estéreo, a diminuição da distorção, ao mesmo tempo que não há desgaste, qualquer que seja o número de vezes que o disco é executado: a reprodução do som é feita mediante . leitura ótica, a raio laser. lit0um1 renovacão tecnoló~iç_a,_ é a PQssibilida~ .tr~nsmis~~o pçr ondas méài~ J.Q.m:.JQ ~ téreo . -9-AM estéreq. Nos Esfãdos Unidos estão sendo realizadas algumas experiências e. aqui no Brasil, já há emissoras interessadas na implantação do AM estéreo, que •. permitiri~ oferecer um som de melhor qualidade, equiparável ao das FM. E. embora ainda pouco uulizados pelo rádio em transmissões nacionais ou internacionais. os sistemas de comunicação por satélite são uma realidade. agilizando o processo e possibilitando a concre- tização das grandes redes de emissoras com programação unificada ~ simultânea. /Nesse rápido histórico do desenvolvimento do rádio no Brasil. deixamos de falar de um assunto muito importante: _o jornalismo espor.uvo_ A o.missà.0 i;stá li&ada à própria ine.x-Atencia ik ma...terial bibliográfico a respeito.)'São encontradas algumas citações esporá- dicas. mas até hoje ainda não foi feito um trabalho que mostre a participação do esporte no desenvolvimento do jornalismo radiofônico e do próprio meio na procura de sua linguagem. "' Q rádio esportivo sempre fQL.muito--.lll!.llifip<!nte,._.Jllilito viQrilnte, g~ 'l._í!.QQ._p,.Qlêmicas. um dos setores mais op_inativos de todJl a pr9gramacãoJ( yAs transmissões 7sportivas desde o ~~ício se _ ca~~cterizaram por apresentar um jornalismo de natureza substanttv~ em seu grau máximo. com a ··recriação·· do fato para o ouvmte com toda a emocionalidade que as palavras podem conseguir. ~ cri~ção de ..imagens mentais" é tão poderosa, a. ponto de ser _m~1to mais ~m?- cionante ouvir uma partida pelo rádio do que ass1st1-la no propno estádio. o torcedor vai ao estádio, mas leva seu " radinho'' para saber --- - 27. o ,om Lle vanguarda do sistema JB agora na era do laser. Jornal d,, HruJ,/, 17-4-1983. _ .., :'.!< Cultura transmite com laser. Fo/1,a de Suo Paulo, -9-2-1 984. .:o Yoque está acontecendo .. . .Ou assiste ·, imagem na televis~.º · º. uvin~o]· a narração do rádio. A presença do ·epórter de campo , ª. :º~r;~: nhando todos os movimentos - e "1 -, oretensamente. os pe . - b ' ma conquista mentos'' - das equipes durante a di ta. e ta~ ✓ u do rádio esportivo. informando e pre~,..ndn '-P"v1 r • Com relação ao aspecto tecnológico. a presença do espor;e também foi imponantl!. Os problemas técn!cos precisavam ser resa - vidas e as soluções encontradas eram aplicadas a out~as situações. · no deveu às A formação de redes - cadeias de emissoras - mu transmissões de eventos esportivos ~ icolau Tuma é considerado o pioneir9__ -~~ _os locuto res esportivos Narrou a primeira partida de futebol q~ Q rádio t~~~,s- mitiu: 10 de fevereiro de 1932. Já em 1938. outr.g_l.QçJ:!!or. b~a~~lesro .= Gagliano Neto - transmitia. diretamente da Fran'i.ª· -~ s J~gos --'1a-CQ12.L.d~ m1o. #- .X A partir d~ a R:ídjo Panamericana. comecu ~- }e ~pe- , cializac e pouc.o___tempa depois se transformou na "Em1~ orn__.9_?S v Esportes"~ alcançando liderança de audiência. Nos anos _ so. em Sao Paulo. a disputa - no campo das transmissões ~spomvas_ -:- era entre a Panamericana e a Bandeirantes, com sucessiva alternanc1a na preferência popular. Por outro lado. nos últimos anos, a iminência da realizaçio das Copas do Mundo tem aumentado a rivalidade entre as emiss~ras. que investem não só em equipamentos para melhor levar os tat~s até o público, como também em profissionais. ~lguns .d?s quais passam a ser disputados a "peso de ouro" . E o propno radio espor- tivo tem-se oreanizado: o que antes era feito totalmente de impro- viso. hoje em dia Já está sendo planejado. Efeitos sonoros especiais para situações específicas durante a transmissão, pautas com assumos a serem abordados etc. E não foi apenas com relação_ao ~ l que► ªs Uílrlfillissoes e.s.portivas se des.eovQI.Y.e.tam. J á -11QL .anos 30, o rádi_ q_ tr~nsmirm cwnpeticQ es automobilístkas. como as gt.,!e_ ~ rilf!! s e~liz3das ~o "Circuito da _,µáyea·· no Rio de JaneirQ.. ~ - mais ~ r<!e.,_ com~3s iorernaciaoaís>'Q bo~ também já teve presença marcante no r.td:'1 esportivo. As transmissões esportivas e sua contribuição para o desenvol- vimento do jornalismo radiofônico e do próprio rádio seria•n assunto para um trabalho específico. aliás de muita oportunidadç em i_11n.5Jo da ausência de pesquisas nesse campoJ do_P.rogresstHl J esapJn> cimento dos profissionais gue ·'vjvetam·• - e criaram - ~ , rádh-' esportivo e que constituem. praticam~n~ ǧ único, ··lrqui, o,·· existentes.
  • 10. -l. TE:--oE.:--;cIA ATUAL ,.Pelo breve histórico do desenvolvimento do rádio no Brasil. podemos vcrific:ir que o processo segue paralelo ao do próprio dcsenvojvimemo do país. O rádio de caráter nacional, com a pro- grnmaçao de uma uruca emissora atingindo Jirctamente todo o território. deixou de ter razão de existir, voltando-se mais para os :1spectos r~giona1s. ligado à comunidade em que atua. A rü~or. R9<Jemos considerar que nunca o rádio brasileiro chegou a ter carac.- tenst1cas realmente nacionais, comexceção deJ1mas '29Ycas emissoras. C(L mo a R.ídjo NacionaLdtlio de JanciJ;·p.t Ho1e em dia. a interligação se faz através de emissoras regionais. " num intercâmbio de informações que se processa no ar, em sistema de integração instantânea·•. como diz André Casquei 1adrid. que continua: "A nova modalidade estabelece uma rede de notícias. que possibilita às audiências. . . o contato imediato com a realidade nacional. a visão do universo de fatos que se desenrolaram nas principais regiões do Pais. o conhecimento dcs problemas de cada Estado da União. .P rádio, através da j_n(ru:macão, '2testa um noyo serviço Je Unidade Nacional".i-> .ilf:>e :naneira geral~ há uma forte dependência aos centros de desenvo¾vimento do sistema econõmico vigenre no país. uma vez que o râ<lio - falando só das emissoras cômercíais - vive exclÚsi- vams_nte do. fatu!:a_ mento originado pel-ª publ_icj_d_ ~ ··Assim, ele cresceu quando a publicidade precisou dele. definhou quando ela põde lançar mão de outros meios e agora recupera-se porque o sistema mercantil pressente que o seu uso volta a ser imoortante para alcançar maior mercado consumidor.-'°'_ O que tem regido, por- tanto, a e3pansão _ QQ rádio não são QLinteresses e necessidades da p.o.p.ula~io. mas ª -~oinçia__s:Qmercial, o que explica a aHenai;ão de seu conteúdo sobre os problemas imediatos.'!JO A. Especialização das emissoras Dentro da tendência cada vez mais marcante de especialização das emissoras, podemos identificar duas correntes: a) emissoras que se especializam, como um todo. em oferecer programação para uma faixa determinada de público, dando opção aos nnunciantes cujos produtos possam interessar aquele público; 29. Madrid. André Casquei. Op. cll.• pp. 62-63. 30. Motta. Luiz Gonzaga. O rádio no Brasil: alienação ou consciência crítica. Jn: Cuderno~ ele Com1111icução Abepec. Ano T. n.0 2. 1979. p. 23. 28 b) emissoras especializando diferr~tes horários de sua progr:i- mação para difcrentes faixas. visando atingi~ o maior público possível, ou seja, oferecendo opções i: todo tipo de anunciante. A especialização, que de certa fo~ t sempre e~i~tiu, uma vez y ....,; ,: ;,i'ip<>ssível cobrir bem todos os ... .:npos de at1v1da~.. "'."""-:i" se acentuou, principalmente a partir da implantação e do de~envol- vimento das emissoras FM, acabando por mostrar-se uma !ormula eficaz para que o rádio pudesse encontrar outra vez ,º .cammh? _da expansão. "Definindo seus próprios caminhos, ?. rad1~ br_ asilet.ro distanciou-se do fausto, aproximando-se de um ideano muito simples: mais faturamento com menos gasto." 31 ...A especialização para garantir a sobr~YiY..ê~ - fQL~aroi- IlWlJJ1.ÇQJU[ad.o. a.penas pelo_ _tádio, _IJl~ no entc:ruku.Q.....S.Q.ci.ó.iO Gabriel Cono.....d~..J.Q®Ã çs..lJlei.Q.S qye com~ ~»Lª- chamada ~'.i!ld~tria cultural",.. ou seja, "o conjunto articulado de todos os meios de comunicação; é o conjunto de todas as grandes empresas. incluindo rádio, TV. disco, livro. revista etc." 32 "".}: a especializaç~g....Jlç_<ü>ou ocorrendo pela nec;;~rudade de ate.~CLJllc:1:kad.P, qndc ..existem diversas faixas sócio-econômicas g_y_e_ ~i~am serJ~Joradas adç_- / Quadamentc..A-- A procura de campo para se expandir, por meio da especiali- zação, acabou por estabelecer duas tendências nítidas no rádio de hoje em dia. Artur da Távola as chama de "Rádio de Alta Estimu- lação" e "Rádio de Baixa Estimulação" e assim as caracteriza: 33 Rádio de Alta Estimulação 1. é mobilizador 2. uso de estímulos sonoros per- manentes 3. caráter de urgência: aqui e agora. o fato e a notícia Rádio de Baira Estimulação t. desmobilizante; é um l'ádio de lazer 2. bailo uso de estímulos sonoros. pois opera jmtamente sobre quem quer se desligar da inten• sa participação na sociedade moderna 3. é menos urgente 1 31. O rádio con~inua na o~~a. Visão. 22-3-1976, pp. 78-79. 32. Cohn, Gabnel. ln: Vmra. Isabel. Rádio - ele nunca esteve Lão vivo. Singular & Plural. n." S, abril 1979, p. 62. 33. Távola. Anur da. Um veículo fone à espera de programas criativos. ln: Cadernos de Jornalismo. 2.~ ed.• Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Porto Alegre. n.0 1, s/d.• p. 16. 29
  • 11. __,.; Rti,110 Je Alta Estimulação Rádio Je Baira Estimulação 4 . mwto serviço e esponc 4. pouca Jtividade de serviço ~- proximidade da comunidade 1 J • ....,_, "~ uma fala ainda elabo- rada e oistame do colóquio 6. comunicadore5 individualizados 6. comunicadores não individuali- rcm geral disc-jóqueis famosos) zados: raramente se conhece o nome e a vida de seus lo- cutorcs 7. tem elenco e produtores 7. radioiornaiismo generalizante com notícias em forma de pe- quenas manchetes 8. humor e descontração 8. quase nunca personaliza seu ou- vinte. salvo cm escolhas de dis- cosem moda por telefone 9. sempre que pode. personaliza o 9. a participação vem através da ouvinte música contempor.àoea e seus principais temas cm voga 10. trabalha permanentemente com 10. promove uma sensação de sta- análises de audiência tus para seus ouvintes 11. estimula o sentimento de soli- 11. seriedade e distanciamento dariedadc e participação nos principais acontecimentos da co- munidade 12. proximidade da cultura popular 12. tende para a cultura de classe e de base brasileira médi!l e de base estrangeira ~ssas tendências, também chamadas de rádio de mobilização ~ rádio de re/cyamrn.ra _(ou desmobilizaçio}, representam uma linha geral _ ~ dem~rcatQila_go rádio contemporâneQ. 4 ,o rádio de mobilização procura tornar o ouvinte participante . ~ da transmissão, mantendo um ritmo sempre dinâmico. O jornalismo} ➔ é incentivado e o critério da "proximidade" ganha destaque, com J o noticiário tendendo para assuntos locais e para a prestação de serviços à comunidade. -f " No extremo oposto, está o rádio de, reiqxamentoJ •'feito para desmobilizar quem já foi exageradamente mobilizado por um tipo de vida de muito trabalho, de muito stress, muito ruído, barulho e 30 violência". O jornalismo, nesse caso, "~ diminuído na sua ênfase". apresentando "notícias internacionais. - )tícias gerais"'.~ ...+-oc maneira geral, o rádio de n. ;ili:.ação está voltado para a fala, enquanto o rádio de rela:xame :mde para a música...,f A::..:- j;.. 'T~-:~!:l acredita que, def.'Ois da tendência do rádio ·•extremamente cristalizado, tudo prontinho, tudo gravado. tudo ~eito de antemãoº' voltou a fase do rádio ao vivo, "porque nada subsritui o mistério d; instantâneo, a pulsão do instanu que passa. O instante que passa está carregado de mistério; tudo pode acontecer no instante".35 E, someme ao vivo, o rádio pode transmitir. o ''in~tante que passa" no momento exato em que está passando. B. Formação de redes -~ formação de redes nacionais. com_g~z~as - º- ~J!~_cçn1enf1S de emissoras regionais trammitindo uma pro&ramacão uo,ifiçada. pai;a os mais diversos pontos da. país, é pma rcali®d.c..s~a.. mais presente,., "-o objetivo principal dessa nova tendência está li&ado unica- mente a fatores econõmicos: fortalecer o rádio como alternativa publicitária. procurando obter maior lucratividade com menor inves- timento. As emissoras Que fazem pane de yma rede ......L ccebem~ mesmo tempç, proifamação e patrocinad2r.,,- As produtoras radiofônicas - como as já citadas Studio Free e L&C -, trabalham com uma estratégia totalmente voltada para o mercado publicitário. As agências e os anunciantes podem saber com antecedência a programação em que seus anúncios serão inse- ridos, definindo o tipo de público que pretendem atingir. com maior segurança quanto à veiculação dos comerciais uma ve:z que são gravados junto com a programação unificada. Assim, são o(crecid:is facilidades operacionais. sendo necessária uma única oper..ação para que os anúncios sejam transmitidos por todas as emissoras filiadas à rede que foram programadas, com tabela de preços unifi~da. . "A L&C, considerada a pioneira na produção de progr.i.maç5o mtegrada, desenvolveu um sistema de atuação bast:mtc sofisticado. ~ P.r?gramação musical, as vinheta:§ e Q§ comemais, 5ã9 ..ir)lYados antecipadamente . e o material .~ _ enviadQ._ P.2t:...!!!~lo!,ç__s do correio. Para atender aos pedidos musicais. foram ~ ~ ~ ~ ns_ - · - 34. ldt!m. Algumas idéias sobre rádio. O Globo. l-8-19&1. JS. ldttm. Sendo entrevistado sobre rádio. O Globo. S-6-!98i l gnfo do autor). 31
  • 12. vol.CS m~ ulinas ou feminiµas - q'!_~ ~ e:1cem peh.> mcstpo nome em.. todas ~ - localidades. A programação nacional reserva espaços para l prciuação de scrv,ço e as entrad.1s publicitárias locais. Ouanto ao j(!fna.Jismo. as emissoras intcgr:!das na rctransmissãQ.. d-9 Jornal Nacional J o ~ ádio - via Embratet - . _tê~ ~a~.mi veicularem notícias consideradas de "interesse nacional" e produzem ._e u no~iciário local.;, , > -1 Studio Free fornece programas ·'de acordo com a necessidade de cada publico - desde a pro~ amação ,·.uai até o humorismo••.;. além de vinhetas. aberturas, prclixos. efeitos especiais etc.t "De maneira geral, as produtoras radiofônicas oferecem à3 em1ssoras_11m a~met1to de audiência e consc;_q!!cntsr, retomo financ.ei.c.a. ao mesmo tempo em que _prometem não ::ilterar as _ criaç~~ locais~ ;, Mas nem só as agências produtoras estão empenhadas na formação de redes transmilindo programação e publicidade unifica- das. T ambém as emissoras. pnncipalmente as pertencentes a um só grupo concessionário. têm se movimentado co sentido de estabelecer estratégias para a criação de redes de rádio, a exemplo do que acontec...:u com a televisão. Basicamente,. 9s qbjetjvos sãç os mesmos: obter r<. tomo ün.mcciro m.á&i.tno co01 invcstimen.to. mínimo.,..- -4 Vanos são os exemplos que podem ser citados.17 O Sistema Globo dç .~ údio é formado por 13 emissoras AM e. cinco ~ • atuando nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo. Mmas Gerais. Pernambuco, Rio G rande do Sul e em Brasília. Não tem nem pro- gramação nem esquema comercial unificado, mas essa situação já começa a mudar. Duas são as linhas básicas na programação: a de serviço, em que se alternam info~ação. espo_ne e música: _ sob o comando de comunicadores locais, e a musical, com musicas e informação apresentadas por locutores. Na área comercial, apesar de não existir um esquema unificado, cada praça procura vender as demais e atende aos interessados na programação em toda a rede. 0 que pode ser realizado em uma só operação financeira.Y A Divisão Rádio da RBS - Rede Brasil Sul de Comunicações _ tem 13 emissoras distribuídas pelo Rio Grande do Sul, Santa Ca~arina e Brasília. As cinco rádios AM não operam em rede. As oito FM. que formam a Rede Atlântica FM, mantêm uma mes~a linha básica, embora cada emissora possa. montar sua programaç~o dentro de um esquema de horários determinados. .Os pro~amas ~ao levados ao ar ao vivo, com comunicadores locais, mas e possivel 36. Rádio e sociedade. ln: janeiro 1983, p. 62. 60 anos de rádio, Re,,ista Propaganda, 37. Dados extraídos de " Panorama do R e1·isra Propaf!anda. janeiro 1983, pp. 81-86. 32 rádio". In: 60 anos de rádio, haver programação em rede uma vez que os programas vão ?o ar em horários simultâneos. Formada por uma emissora Ai, ' cinco FM próprias e uma FM afiliada, a Rede .Maoçb~t.e de &;: - L .pera no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia. Pernambuco, Alago-. e em Brasília. Existe uma administração central, um ' sistema comercial único e uma linha de programação padronizada para a rede FM. Apesar dessa linha padrão, cada emissora FM faz sua programação localmente. com seus próprios programadores e apresentadores e um esquema de jornalismo também específico de cada praça. No Rio de Janeiro funciona o grupo que estabelece a linha padrão e assessora todas as emissoras, incluindo operações administrativas, técnicas, comerciais e de programação. ~ primeira rede brasileira de EM foi a TransaI]Jérica. Hoje, conta com 28 emissoras, em quatro modalidades: seis emissoras próprias (número máximo permitido pela legislação), 16 afiliadas que recebem programação e são comercializadas pela Rede, três afiliadas que apenas recebem programação e três afiliadas que são apenas comercializadas. Atinge os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Bahia, Minas Gerais, Sergipe, Pará, Santa Catarina, Maranhão, Paraíba, Mato Grosso e Brasília. A programação é dividida em dois segmentos: um nacional, em rede, correspondendo a 50% do tempo, apresentando sucessos musicais e programas especiais; outro. local, feito por cada emissora. ocupan- do o restante do tempo...r- Música, jornalismo e prestação de serviço é a linha básica de programação adotada pela Rede Capital de Comunicação, formada por oito emissoras AM e duas FM, operando em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre e Brasília. A programação musical apresenta os principais sucessos e, no campo do jornalismo, as matérias são tratadas con- forme a linguagem do público-alvo pretendido pela rede. Os exemplos mostram que as redes de rádio estão sendo estru- turadas, visando a melhor exploração das potencialidades comerciais do meio. E, ., com a possibilidade de emissão por satélite. as redes poderão ser cada vez mais ágeis. ª ™ ntando sua___cª p-ªci~~ de transmitir PIOifamacão unificada. ao mesmo tempo em que podem ampliar sua abrangência na conquista de novas emisso_m..x- XA maior crítica gue tem sido feita a essa tendência de form~ç_ão de redes, divulgando os mesmo~ P.I.Qgramas em çiiy~_tegiQes do país, é a que diz ~ ito ~ questãoda...Qreservação das características c.uUY.rais. Assim como aconteceu. ~Qm ~ t~Q.... ll.9Iª _ _g ~~dio corre o risco de apresentar programas - inclusive os jornalístic_ os desvinculad_o_j_ ~ _r_cali®.d~ 1 ~ª1....$ __rdenQQ_coJ.I1 isso _a força da 33
  • 13. proxim_jàade, da pr?gramação feita com base em hábitos e cos_tumc.s ~~ili~_._c.Q..m Q _ hn~~Jar ga _própria região. A proru.m?,_ção.....bo_mº- ~cne!zada pa~sa a gannar espa50 .J a criaúvidadc local não tem como manifestar-se e o d d b Ih t· - - - - - _ _____ _ me[fa o e_tra a o 1 _ ca_cada_ vç~ !!lais restrito..( e. Rádios livres liza." 40 E são diversos os tipos de problemas a serem enfrentados] "De um lado existe a questão da li ·údação do monopólio. como condição inicial para o desenvolvime. das rádios livres e do outro a questão muito mais ampla do contr •b publicidade comercial.:.-' 1 "No Brasil. o fenõmeno das ráà .. livres só come_s9-1La ~anhac. lmP.ulso ncs~s ..-ª_nQLfil)..,.__p.rin,Çij2ilmÇ11~ ..a pª-f.nr _gLdiY!lgacão~~ imprensa da proliferação dc._:'cádios pirat~.: ~ L rulª-Si...e.Jtaulist.1 d~ . Se um _ dos caminhos do rádio atual é a concentração cada vez Sorocaba. Segundo algumas fontes, lá chegaram a existir em operação m~i?r cm s15tcmas de exploração comercial. buscando formas mais 42 emissoras clandestinas de FM durante o verão de 82...f'Depois que eficientes de comercialização para a obtenção do lucro e permitindo as rádios livres tornaram-se conhecidas fora dos limites da cidade'', ª~ mesmo tempo, que o monopólio de controle do Estado sej~ o Dentei anunciou uma fiscalização rigorosa e "as 15 rádios que ~fi~41;2. no_ extr.~mo oposto vamos encontrar as 'jádios livres" Q!J ~~>-'"> operavam até o início de março deste ano já não transmitem mais": 2 radio; pirat_as , gu_e . tentam .,ÇLuebr-ª!._ esse_ rn.Qn,2P9li9 estatal. Pro- , ' .,kj medo maior dos responsáveis por essas transmissões é a ru:naiida~ cur_ an ° abnr possibilidades para uma apropriação coletiva dos ✓ J-1~ y>- prevista no art. 70 do DecretQ.:lei !L.?._236 dL.f.-ª-._<;!e fe~.9_Q_ e :~º~~?sentam uma mensa2em altema?va cujo objetivo é atini,ir. ~•f . 1967. que complementa e modifica o Cqdigo Bi:_asileiro_ _ge_ Tefç_ c~ ~ -:- ai~ s 11:randc~sas. mas as aunonas e os grupos sacialroeote,~ .-..),' municacões: "Constitui crime punível com a pena de detenrão de mar&:JnabzadQS 1,, 'C - . - - - - __:x: -- - -~ 1 (um) a 2 (do1~l__ anos. i!Yffi_e!!{_~da da metade s~_liguver dano a . 1A_s emissoras de rádio clandestinas existiram desde O início d] terceir~,- ~ insra_la~ão o»_ utiliz~cão_..QLJ..elecomuni~ç_õ~.~ - Mê!.fl __a rad1od1f~são. Mas, a partir dos anos 70. 0 fenómeno das rádios livres obs,crvanC1a do dtS'20Sto nesta Lc1e nos reiwlamentos ,t ganhou impulso ~olítico, associado a movimentos libertários, princi- /( As rádios livres de Sorocaba não são um caso isolado no pal~ente na ltáha e na França. E proliferam as emissoras locais Brasil. Pequenos transmissores clandestinos têm sido localizados em muitas da~ _quais transmitiam para um raio pouco maior do qu~ diversas cidades. De maneira ~raL por enguanto. as emissor~ um quarteirao!<- çlandestinas brasjlejras têm sido vistas como atividade de adolc,sccnt~ Na Itália. onde o movimento atual começou, as rádios livres procurando um meio pro;-rio de expressão. "Com a chegada das "tornara~-se verd~deiras rádios populares e abriram caminho para férias escolares, os jovens resolveram canalizar seus conhecimentos o posterior aparecimento dos canais de televisão livres".ll Entretanto para uma outra atividade: a pirataria aérea. Esquemas circulavam "esma~adas entre a interferência lançada pelo monopólio e a apati~ de mão em mão e as peças podiam ser compradas em qualquer loja da maior parte da população, as rádios livres francesas jamais estive- especializada. Nessa época'', referindo-se ao verão de 82, "com ram a ponto de se tornarem rádios populares, tiveram sempre que pouco mais de cinco mil cruzeiros. qualquer adolescente poderia ter 1 a sua própria rádio".'-" contentar-se com o seu pape menor de rádios piratas. Na realidade, falava-se muito destas rádios mas estas rádios falavam muito pouco".39 À!::m vários países a palavra escrita é relativamente livre, mas a liberdade de expressão da palavra falada - e da imagem - , tem esLarrad 1 sistematicamente no monopólio da radiodifusão. Porém a problemáti ;a não se resume nisso. "O ponto mais importante para os anim~.dores das rádios livres populares é aquele que permite ao conjunto l!os meios técnicos e humanos estabelecer um verda- deiro sistema l!e feedback entre os ouvintes e a equipe que o rea- 38. Spindcl, Arnaldo. Rádio - a crônica da palavra assassinada. In: Singular & Plural, n.0 5. óbril 1979, p. 63. 39. lbid.. p. t~. 34 ~lgumas vozes têm s,e levanlíld__o cei.Yifil!icAndo aJteraçõe-s no Código Brasileiro de Telecqmu~~ões_,_ de (Qrma ~e ~eja permitida a existência de um espaço para emis,wras alterna~ de ™1lQ aicancc e que não cxpJoccro a publicidade comerei~. se um dia o assunto chegar a ser discutido no Congresso Nf cional, o alena de um jovem animador das rádios livres não poderá deixar de ser levado em consideração: "E. muito fácil montar um transmissor e o 40. Guattari. F~lix. As rádios livres populares. ln: Sineular & Plural n.0 5. abril 1979, p. 66. · · 41. lbid.. p. 67. 42. Carvalho. Mário César. Rádios livres quertm legalização. Folha de São Paulo. 4-4-1984. 43. Idem. Os jovens piratas do espaço. ln: Critica d.:. Informação. n.0 6, fevereiro/ março 1984, p. 22. 35
  • 14. Dentei não tem condições de colocar uma perua rastreadora em cada cidade brasileira·" l Sem dúvida, a grande faciljdade tecnológic.J para a montagem de um transmissor de FM, aliada à potencialidade do rádio como meio de ~:-'.:-:5:- Arf' -if'ls,.ios e da criatividade individual, poderão colocar cada vez mais em xeque as normas legais hoje existentes, abnnôo catninho para uma efcúva utilização desse novo tipo de exploração do rádio.,f' 44. lbid., p. 23. 36