2. Sumário
ž Introdução...........................................................................02
ž Biografia..............................................................................03
ž Obras publicadas no Brasil.................................................04
ž Prêmios recebidos..............................................................05
ž Poemas e análises.............................................................06
— Fraseador.......................................................................................06
— Sobre Sucatas................................................................................07
— Bocó...............................................................................................08
— Fontes............................................................................................09
— Peraltagem.....................................................................................10
ž Questões de vestibular........................................................11
ž Conclusão............................................................................13
ž Anexos.................................................................................14
ž Bibliografia...........................................................................15
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3. Introdução
Este trabalho apresenta informações sobre Manoel de Barros e os
principais fatos que ficaram marcados na vida do poeta modernista.
Além disso, será feita uma análise de uma série de poemas feitos
pelo autor, levando em conta suas principais características e o estilo que
ele busca empregar nas palavras.
Por fim, serão exibidas e comentadas duas questões de vestibular
que tem relação com o livro Memórias Inventadas, de Manoel de Barros.
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4. Manoel de Barros - Biografia
Manoel de Barros nasceu no Beco da Marinha, beira do Rio Cuiabá em
1916. Mudou-se para Corumbá, onde se fixou de tal forma que chegou a ser
considerado corumbaense. Atualmente mora em Campo Grande. É advogado,
fazendeiro e poeta. Escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas sua
revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade quando ainda estudava no
Rio de Janeiro.
É autor de várias obras pelas quais recebeu prêmios. Em 1969
recebeu o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra
Gramática Expositiva do Chão e, em 1997 o livro Sobre Nada recebeu um
prêmio de âmbito nacional.
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5. Obras publicadas no Brasil
ž 1937 Poemas concebidos sem pecado; ž 1999 Exercícios de ser criança;
ž 1942 Face imóvel; ž 2000 Ensaios fotográficos;
ž 1956 Poesias; ž 2001 Retrato do artista quando coisa;
ž 1960 Compêndio para uso dos ž 2001 O fazedor de amanhecer (infantil);
pássaros; ž 2001 Poeminhas pescados numa fala
ž 1966 Gramática expositiva do chão; de João;
ž 1974 Matéria de poesia; ž 2001 Tratado geral das grandezas do
ž 1982 Arranjos para assobio; ínfimo (Ilustrações de Martha Barros);
ž 1985 Livro de pré-coisas (Ilustração da ž 2003 Memórias inventadas (A infância)
capa: Martha Barros); (Ilustrações de Martha Barros);
ž 1989 O guardador das águas; ž 2003 Cantigas para um passarinho à
ž 1990 Poesia quase toda; toa;
ž 1991 Concerto a céu aberto para solos ž 2004 Poemas rupestres (Ilustrações de
de aves; Martha Barros);
ž 1993 O livro das ignorãças; ž 2005 Memórias inventadas II (A
segunda infância) (Ilustrações de Martha
ž 1996 Livro sobre nada (Ilustrações de Barros);
Wega Nery);
ž 2007 Memórias inventadas III (A terceira
ž 1998 Retrato do artista quando coisa infância) (Ilustrações de Martha Barros);
(Ilustrações de Millôr Fernandes);
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6. Prêmios Recebidos
ž 1960 Prêmio Orlando Dantas - Diário de Notícias, com o livro "Compêndio para uso dos
pássaros";
ž 1966 Prêmio Nacional de poesias, com o livro "Gramática expositiva do chão";
ž 1969 Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, com o livro "Gramática expositiva
do chão";
ž 1989 Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Poesia, como o livro "O guardador de
águas";
ž 1990 Prêmio Jacaré de Prata da Secretaria de Cultura de Mato Grosso do Sul como
melhor escritor do ano;
ž 1996 Prêmio Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional, com o livro "Livro das ignorãças";
ž 1997 Prêmio Nestlé de Poesia, com o livro "Livro sobre nada ;
ž 1998 Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra;
ž 2000 Prêmio Odilo Costa Filho - Fundação do Livro Infanto Juvenil, com o livro "Exercício
de ser criança";
ž 2000 Prêmio Academia Brasileira de Letras, com o livro "Exercício de ser criança";
ž 2002 Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria livro de ficção, com "O fazedor de
amanhecer";
ž 2005 Prêmio APCA de melhor poesia, com o livro "Poemas rupestres";
ž 2006 Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira, com o livro "Poemas rupestres". 5
7. Fraseador
Hoje eu completei oitenta e cinco anos. O poeta nasceu
Análise:
de treze. Naquela ocasião escrevi uma carta aos meus pais,
que moravam na fazenda, contando que eu já O poema Fraseador conta a
decidira o que queria ser no meu futuro. Que eu não história de Manoel de Barros que na
queria ser doutor. Nem doutor de curar nem doutor de época estava completando 85 anos,
fazer casa nem doutor de medir terras. Que eu queria mas ele diz que desde de garoto pra
era ser fraseador. Meu pai ficou meio vago depois de ler ser mais exato aos 13 anos já havia
colocado em sua cabeça que queria
a carta. Minha mãe inclinou a cabeça. Eu queria ser
ser um escritor, ele fez uma carta
fraseador e não doutor. Então, o meu irmão mais velho para seus pais para explicar que não
perguntou: Mas esse tal de fraseador bota mantimento queria ser médico, arquiteto ou
em casa? Eu não queria ser doutor, eu só queria ser coisas desse tipo e sim queria ser
fraseador. Meu irmão insistiu: Mas se fraseador um escritor, falar daquilo que ocorre
não bota mantimento em casa, nós temos que botar uma em seu cotidiano. Ele também diz
enxada na mão desse menino pra ele deixar de variar. A que não teve tanto o apoio e
incentivo dos pais quanto a isso até
mãe baixou a cabeça um pouco mais. O pai continuou
porque eles não entendiam o sonho
meio vago. Mas não botou enxada. desse menino em ser escritor, mas
também eles nunca interferiram e
deixaram ele escolher o que
realmente queria para sua vida ser
um escritor.
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8. Sobre Sucatas
Isto porque a gente foi criada em lugar onde não tinha brinquedo
Análise:
fabricado. Isto porque a gente havia que fabricar os nossos brinquedos:
eram boizinhos de osso, bolas de meia, automóveis de lata. Também a Infância em que
gente fazia de conta que sapo é boi de cela e viajava de sapo. Outra era as crianças que
ouvir nas conchas as origens do mundo. Estranhei muito quando, mais deviam montar seus
tarde, precisei de morar na cidade. Na cidade, um dia, contei para brinquedos com o que
minha mãe que vira na Praça um homem montado no cavalo de pedra a tinham.
mostrar uma faca comprida para o alto. Minha mãe corrigiu que não era
A importância dada
uma faca, era uma espada. E que o homem era um herói da nossa pelo homem a
história. Claro que eu não tinha educação de cidade para saber que objetos que com o
herói era um homem sentado num cavalo de pedra. Eles eram pessoas tempo acabam virando
antigas da história que algum dia defenderam a nossa Pátria. Para mim sucatas esquecidas
aqueles homens em cima da pedra eram sucata. Seriam sucata da pela nobreza.
história. Porque eu achava que uma vez no vento esses homens seriam
O que torna esse
como trastes, como qualquer pedaço de camisa nos ventos. Eu me
Brasil lindo é a
lembrava dos espantalhos vestidos com as minhas camisas. O mundo era biodiversidade natural
um pedaço complicado para o menino que viera da roça. Não vi das aves, arvores etc.
nenhuma coisa mais bonita na cidade do que um passarinho. Vi que E logo são elas que
tudo o que o homem fabrica vira sucata: bicicleta, avião, automóvel. Só o merecem toda nossa
que não vira sucata é ave, árvore, rã, pedra. Até nave espacial vira sucata. atenção.
Agora eu penso uma garça branca de brejo ser mais linda que uma nave
espacial. Peço desculpas por cometer essa verdade. 7
9. Bocó
Quando o moço estava a catar caracóis e pedrinhas Foi o que o moço colheu em seus
na beira do rio até duas horas da tarde, ali também Nhá trinta e dois dicionários. E ele se
Velina Cuê estava. A velha paraguaia estimou.
de ver aquele moço a catar caracóis na beira do
rio até duas horas da tarde, balançou a cabeça
Análise:
de um lado para o outro ao gesto de quem estivesse
com pena do moço, e disse a palavra bocó. O moço O poema destaca a importância de
ouviu a palavra bocó e foi para casa correndo saber o significado de uma palavra,
a ver nos seus trinta e dois dicionários que coisa mostrando o personagem
era ser bocó. Achou cerca de nove expressões que pesquisando entusiasmadamente
sugeriam símiles a tonto. E se riu de gostar. E as definições do termo Bocó ,
separou para ele os nove símiles. Tais: Bocó é depois que uma velha paraguaia
cita essa palavra se referindo a ele.
sempre alguém acrescentado de criança. Bocó é
E quando ele descobre, se sente
uma exceção de árvore. Bocó é um que gosta de muito empolgado e também ri com
conversar bobagens profundas com as águas. Bocó as todas as definições que
é aquele que fala sempre com sotaque das suas encontrou no dicionário.
origens. É sempre alguém obscuro de mosca. É
alguém que constrói sua casa com pouco cisco.
É um que descobriu que as tardes fazem parte de
haver beleza nos pássaros. Bocó é aquele que
olhando para o chão enxerga um verme sendo-o.
Bocó é uma espécie de sânie com alvoradas. 8
10. Fontes
Três personagens me ajudaram a compor estas criança que me escreve. Os
memórias. Quero dar ciência delas. Uma, criança; pássaros, os andarilho se a criança
dois, os passarinhos; três, os andarilhos. A em mim são meus colaboradores
criança me deu a semente da palavra. Os passarinhos destas memórias inventadas e
me deram o desprendimento das coisas da terra. E os doadores de suas fontes.
andarilhos, a presciência da natureza de Deus. Análise:
Quero falar primeiro dos andarilhos, do uso em O poema Fontes fala sobre os andarilhos
primeiro lugar que eles faziam da ignorância. que são os seres humanos, os passarinhos
são a liberdade e a criança que são doadoras
Sempre eles sabiam tudo sobre o nada. E ainda de suas origens.
multiplicavam o nada por zero - o que lhes dava Ele começa com uma critica negativa
uma linguagem de chão. Para nunca saber onde sobre os humanos, que acham que sabem
tudo mas não sabe nada, E ainda
chegavam. E para sempre de surpresa. multiplicam o nada por zero . Mas logo em
Eles não afundavam estradas, mas inventavam seguida ele faz uma critica positiva aos
caminhos. Essa é a pré-ciência que sempre vi nos humanos porque mesmo inventando
caminhos os humanos o ensinaram a amar a
andarilhos. Eles me ensinaram a amar a natureza. natureza.
Bem que eu pude prever que os que fogem da natureza Logo após ele fala sobre os passarinhos
um dia voltam pra ela. Aprendi com os passarinhos que não precisam de tecnologia para serem
livres , felizes e sonhadores.
a liberdade. Eles dominam o mais leve sem precisar Por ultimo ele agradece aos
ter motor nas costas. E são livres para pousar em colaboradores destas memórias inventadas
qualquer tempo nos lírios ou nas pedras - sem se e doadores de suas fontes .
O poema fala sobre aqueles que o
machucarem. E aprendi com eles ser disponível ajudaram a compor estas memórias
para sonhar. O outro parceiro de sempre foi a 9
11. Peraltagem
O canto distante da sariema encompridava a tarde.
E porque a tarde ficasse mais comprida a gente sumia dentro dela.
E quando o grito da mãe nos alcançava
a gente já estava do outro lado do rio.
O pai nos chamou pelo berrante.
Na volta fomos encostando pelas paredes da casa pé ante pé.
Com receio de um carão do pai.
Logo a tosse do avô acordou o silêncio da casa.
Mas não apanhamos nem.
E nem levamos carão nem.
A mãe só falou que eu iria viver leso fazendo só essas coisas.
O pai completou: ele precisava ver outras coisas Análise:
além de ficar ouvindo só o canto dos pássaros.
E a mãe disse mais: esse menino vai passar a vida Podemos observar que esse
enfiando água no espeto! poema fala de um menino que
passava tardes e tardes brincando e
Foi quase.
se divertindo na mata, observando o
canto dos pássaros. Um garoto que
além de sua mãe e seu pai reclamar
continuava fazendo a mesmas coisas
todos os dias.
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12. Questões de vestibular
Texto 1:
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é o meu neto. Ele foi
estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me
fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço.
Minha Vó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo mundo riu. Porque aquela
preposição deslocada podia fazer da informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a
beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser um instrumento de rir. De outra feita,
no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém.
Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a
brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar da palavra engavetada.
Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do
que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudades: Ai morena, não
me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão
do vaqueiro.
(BARROS, Manoel de. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Editora Planeta, 2003).
01. O objetivo do autor do texto é:
A) Apresentar a recepção que a avó lhe deu nas férias e como ela o etiquetou, ao lhe apresentar aos amigos.
B) Apresentar uma crítica ao comportamento da avó.
C) Discutir metalingüisticamente como as palavras deslocadas informam mais.
D) Discutir problemas de regência verbal
E) Apresentar como as palavras e construções, usadas de modo imprevisto, podem produzir mais efeitos. 11
13. Questões de vestibular
02. Observe as alternativas abaixo, relacione-as ao texto de Manoel de Barros e assinale a
opção de acordo com as respostas.
1. As palavras descongelam-se, libertam-se da sua hibernação dicionarista, e perturbam como um
achado surpreendente .
2. Não gosto das palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito as que vivem de barriga no
chão tipo água pedra sapo. [...] Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática
3. Logo pensei em escovar palavras. Porque eu havia lido em algum lugar que as palavras eram
conchas de clamores antigos. Eu sabia também que as palavras possuem no corpo muitas
oralidades remontadas e muitas significâncias remontadas. Eu queria então escovar cada palavra
para escutar o primeiro esgar de cada uma .
4. Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia .
A) Quando as alternativas 1, 2 e 3 estiverem corretas
B) Quando as alternativas 1 e 3 estiverem corretas
C) Quando as alternativas 2 e 4 estiverem corretas
D) Quando somente a alternativa 4 estiver correta
E) Quando todas as alternativas estiverem corretas
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14. Considerações Finais
Depois de ter visto tudo sobre as obras, a história e
toda a vida de Manoel de Barros que é um dos escritores
de maior sucesso e importância do Brasil. Concluímos que
Brasil.
é necessário saber não só da vida de um escritor, mas sim
de vários outros escritores que através de suas obras, nos
relembra, ensina e explica muitas questões, como por
exemplo um trecho do poema Fontes que fala sobre nós
humanos.
humanos. Sempre eles sabiam tudo sobre o nada. E ainda
nada.
multiplicavam o nada por zero . Essa afirmação nos lembra
que nós na maioria das vezes somos ignorantes e não
queremos escutar os outros
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16. Referências Bibliográficas
ž INFOESCOLA. Manoel de Barros. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/escritores/manoel-de-barros/>
Acesso em: 26 mai. 2011.
ž PROJETO RELEITURAS. Manoel de Barros - Biografia. Disponível em:
<http://www.releituras.com/manoeldebarros_bio.asp>
Acesso em: 26 mai. 2011.
ž FUNDAÇÃO MANOEL DE BARROS. Disponível em:
<http://www.fmb.org.br/index.php>
Acesso em: 01 jun. 2011.
ž UNIVÁS UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ. Disponível em:
<www.univas.edu.br/univas/processoseletivo/provas/2007_Medicina_Estudo_
texto.doc>
Acesso em: 06 jun. 2011.
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17. Integrantes do Grupo
Denny Lira Nº 11
Gabriel Vieira Fortes Trindade Nº 15
Gustavo Frutuoso Guedes
Luis Henrique Silva Frutuoso
Luiz Felipe de Oliveira Gomes Cunha
Nº 17
Nº 21
Nº 22
3° A