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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella – Sem Tropeçar na Marcha (Editorial de domingo)
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Perdão (Coluna do Irmão João Gira)
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Fraternidade e a Solidariedade: Suas Raízes, Teorias e Prática...
Bloco 5-IrHercule Spoladore – Galo e Bandeirola com os Dizeres “Vigilância e Perseverança” ...
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – O Segredo da Maçonaria
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 7 de agosto e versos do Ir. Sinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 2/32
2006: Pórtico da Lei Maria da Penha
 768 - É eleito o Papa Estêvão IV
 1767 - Alvará que concede privilégios aos directores da Real Fábrica de Chapéus de Pombal para
aquisição de matérias-primas.
 1794 - Tem lugar o último auto-de-fé em Portugal.
 1879 - É registrada a maior precipitação de neve no Brasil, quando a cidade gaúcha de Vacaria ficou
coberta sob 2 metros de gelo.
 1944 - Pablo Picasso termina o famoso quadro O tomateiro.
 1955 - Início dos trabalhos de construção do Metropolitano de Lisboa.
 1991 - Tim Berners-Lee coloca on-line o primeiro website, inaugurando a World Wide Web.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 220º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Nova)
Faltam 146 para terminar este ano bissexto
Dia da Independência da Costa do Marfim
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 3/32
 1998 - Atentados terroristas contra as embaixadas estadunidenses em Quênia e Tanzânia.
 2006 - Sanção da Lei Maria da Penha no Brasil
1850 Fundação do Grande Conselho dos Maçons do Real Arco de Wisconsin, USA.
1869 Primeiro projeto maçônico para emancipação de escravos, de autoria dos IIr.'. Ubaldino do
Amaral e José Leite Penteado.
1877 Fundação da Grande Loja do Novo México, dos Maçons Antigos, Livres e Aceitos, USA.
1891 Fundação da Grande Loja El Potosí, México.
1980 Fundação da Loja Maçônica Ceres nr. 09, de Dourados, MS (GOMS
1989 Supremo Conselho do Rito Moderno Brasileiro dá carta patente para fundação de Capítulos
de Altos Graus do Rito na França.
1992 Fundação da Loja Força e Virtude nr. 27 de Axixá de Tocantins (GLMET)
XXIII Encontro de Estudos
E Pesquisas maçônicas
Florianópolis(SC), 14 e 15 de outubro de 2016
Caros Irmãos.
O XXIII Encontro de Estudos e Pesquisas Maçônicas, que será realizado no Hotel Castelmar, em
Florianópolis nos dias 14 e 15 de outubro próximo, pelo Departamento de Membros
Correspondentes, da Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas, Oriente de
Juiz de Fora, MG, tem o apoio do Grande Oriente de Santa Catarina, do Grande Oriente de Minas
Gerais e da MasonWeb (Sistemas Gestores para o Universo Maçônico).
Enviamos o Folder do Encontro com as informações para os Irmãos relacionados em nossos
arquivos. Caso o Irmão queria recebê-lo novamente, por favor nos comunique que providenciaremos
o envio.
Chamamos sua atenção três pontos importantes. O primeiro ponto, em relação ao Hotel Castelmar,
cujas reservas com preços promocionais estão garantidas apenas até o dia primeiro de setembro
do corrente ano. O segundo ponto, em relação ao prazo para envio dos trabalhos, dia 26 de
setembro. O terceiro ponto é relativo à inscrição que, quando efetuada, deve ter o comprovante de
depósito enviado para meu e-mail (miguel.simao.neto@uol.com.br). Os valores de inscrição constam
no Folder.
Fraternalmente,
Miguel Simão Neto
Coordenador
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 4/32
Ir Newton Agrella - CIM 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"SEM TROPEÇAR NA MARCHA"
Há algum tempo verifica-se em algumas Lojas aqui no Brasil - que obedecem
especialmente ao Rito Escocês Antigo e Aceito - uma anomalia, para não dizer "modismo"
no que se refere a Marcha dos Graus.
A Marcha é uma técnica adotada nos três Graus Simbólicos na Maçonaria Universal.
Historicamente cabe destacar que no Rito Escocês Antigo Aceito desde o seu primeiro ritual
datado de 1804 na França - onde o referido rito teve sua origem - a referência dava conta
sobre "oito passos normais" e que posteriormente com o advento da divisão dos Três Graus
Simbólicos instituiu-se então: Três Passos para o Aprendiz - Dois para o Companheiro e
mais Três para o Mestre (os quais não cabem serem descritos).
O Ritual é claro e direto quando diz: "passos" e o mesmo não faz rigorosamente nenhuma
referência ou orientação dando conta sobre "arrastar os pés" durante a Marcha.
Infelizmente esse "arrasta pé" ficou por conta da imaginação fértil de alguns Maçons que
na vã tentativa de querer emprestar um caráter mais esotérico à Marcha resolveram querer
justificar esse argumento como algo que sugere que o Aprendiz (recém- iniciado) ainda
encontra-se em estado de profundo apego à terra e portanto seus passos ainda estão
arraigados ao chão.
Algo que realmente não explica e que nos parece que não contribui para o
desenvolvimento do recém iniciado à Sublime Ordem.
O substantivo "passo" enseja uma movimentação e uma articulação das pernas levantando-
as normalmente como fazemos ao caminhar. E é isso que o Ritual reproduz.
O emérito Ir.´.Pedro Juk - de notório conhecimento da ritualística maçônica já escreveu em
artigo publicado no JB News:
"...O passo é simplesmente normal desde que sempre se avance primeiro o pé esquerdo e
juntando-se a ele pelos respectivos calcanhares o pé direito formando a esquadria. Essa
“estória” de se arrastar os pés não condiz com a realidade racional da Ordem, assim como
não se sustenta em interpretações pessoais hauridas de conclusões suspeitas. Digo isso
2 – Editorial de domingo –Sem Tropeçar na Marcha
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 5/32
porque desde o primeiro ritual simbólico datado de 1.804 na França, este genuinamente
indicava “passos normais”.
Mesmo para aqueles que sustentam que o pé arrastado sugere a idade infantil essa tese
não se sustenta, já que um bebê primeiro engatinha e posteriormente titubeia os passos até
a sua afirmação, direção e equilíbrio.
Penso que o problema são as consultas embasadas em muitos rituais ultrapassados que
não raras vezes são tomados por uma falsa autenticidade..."
Eis aí um exemplo claro e elucidativo sobre o tema que trouxemos para compartilhar.
Há contudo autores de renomado calibre como por exemplo José Castellani - que sugere
que os passos arrastando-se os pés tem um caráter místico na Marcha do Grau - ao que
este que subscreve discorda, posto que em nenhum ritual maçônico essa peculiaridade aos
passos é manifestada ou descrita.
Além do que, ninguém é rigorosamente dono de qualquer verdade. O que vale sim, é a
história, a prática e a tradição oral e escrita reproduzida em sua autenticidade através dos
Rituais Maçônicos das Potências Maçônicas reconhecidas no Brasil que revelam do alto de
sua propriedade intelectual como o rito deve ser observado e sua ritualística executada.
O autor Rizzardo da Camino outro eminente autor maçônico escreve que a marcha do
Aprendiz deve ser realizada com três passos que formam um ângulo reto. Cada passo
indica a retidão do caminho que o Maçom deve seguir na jornada da vida; e todos os três
unidos indicam que essa reta deve ser conduzida até o Terceiro Grau, ou seja, ao
"superlativo" - sem qualquer indício quanto a arrastarem-se os pés.
A marcha do aprendiz é feita em linha reta, pois, simbolicamente, se sair do caminho reto
não saberá a ele retornar.
Ela tem início quando o Obreiro ingressa no Templo e, no Rito Escocês Antigo e Aceito, ela
é rompida com o pé esquerdo.
A cada passo dado, é formada uma esquad, com a junção dos calc, e sempre à ordem.
Esta é a única exceção em que o Obreiro ao caminhar, o faz estando à ordem.
Em outras oportunidades o Obreiro caminha normalmente pelo Templo sem estar à ordem.
Ficam ai mais alguns pontos para nossos aprofundamentos nos estudos maçônicos, porém
sempre atrelados a uma diretriz que se constitui no Ritual Maçônico.
Vamos portanto, marchar sem tropeçar.
Fraternalmente
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 6/32
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
PERDÃO
“Para as ofensas, a maior arma é o esquecimento.
É no esquecimento que se igualam vingança e perdão”.
(Jorge Luis Borges).
1. Etimologia: Perdão vem do Latim perdonare, de per-, total, completo, mais donare, dar,
entregar, doar.
2. Perdoar é coisa nova: O moderno conceito de perdão, com reconhecimento de culpa,
arrependimento e disposição do ofendido para absolver o ofensor, marca o ápice das conquistas
éticas da civilização ocidental.
Tribos Africanas: Os igbos da Nigéria e os oromos da Etiópia creem que a paz só pode ser
alcançada através do perdão, para o qual não é necessário o arrependimento do agressor.
Antiguidade Clássica: Os gregos e os romanos não assumiam a culpa por seus erros, sempre
atribuídos ao capricho dos deuses. Na tragédia Édipo Rei, de Sófocles (496-406 a.C.), o
personagem mata o pai, casa-se com a mãe e se arrepende, mas não existe perdão, pois Édipo agiu
às cegas.
Budismo: A filosofia fundada quatro séculos antes de Cristo repudia os conceitos de pecado e
culpa. A raiva e o ressentimento são ilusões, que devem ser dissipadas através da meditação.
Antigo Testamento: José enriquece e seus irmãos, que o haviam vendido como escravo no
Egito pedem perdão, mas sem rever sua culpa e apenas para escapar das punições.
Novo Testamento: Jesus, nos Evangelhos, manda perdoar e pedir perdão a Deus, que arbitra se
concede ou não essa dádiva.
Islamismo: A reconciliação é desejável, mas não necessária. Quem perdoa o outro o faz para
obter, depois, o próprio perdão por seus pecados junto a Alá.
Judaísmo: As transgressões que vão de homem a homem, não são expiadas pelo Yom Kipur,
se antes não forem perdoadas pelo próximo. Daí que se costuma pedir previamente o perdão de
nossos semelhantes, se eles não perdoam, Deus não poderá intervir.
Idade Média: No século VI, os povos germânicos seguiam diversos cânones, combinação de
antigos ensinamentos teutônicos, com códigos romanos e Cristianismo. O perdão aos hereges
também exigia sua conversão. Na era medieval, o sofrimento voluntário pela mendicância ou
autoflagelação parecia ser o único caminho para obter o perdão divino. Na vida secular, dívida e
ofensas podiam ser perdoadas, mas isso não incluía arrependimento. Se alguém ferido gravemente
3 – Coluna do Irmão João Gira – Perdão
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 7/32
sobrevivesse por um ano mais um dia, o agressor era automaticamente perdoado. A Reforma
Protestante nasceu, em parte, da revolta com a comercialização das indulgências, uma espécie de
perdão, vendida pelos bispos e pelos papas. No apagar da luzes da Idade Média, a Lei Sálica
predominava no que é hoje a Europa Ocidental. Seus códigos mandavam perdoar hereges
arrependidos desde que se convertessem ao Cristianismo.
Civilizações pré-colombianas: No século XV, uma lei asteca permitia que uma pessoa
confessasse um crime e saísse impune. Mas isso só poderia acontecer uma vez. O objetivo era dar
uma segunda chance aos arrependidos. Os maias (século III-IV) possuíam um ritual de perdão
coletivo. Em meio a cantorias e danças, as pessoas arrependidas se ajoelhavam diante da outra, de
pé.
Iluminismo: O sentido moderno do perdão se materializaria nas reflexões éticas do filósofo
alemão Imannuel Kant, que transferiu do plano divino para o humano a virtude do perdão.
3. Perdão: Perdoar significa desculpar, absolver, evitar. É o estado de ânimo, em que se
encontra alguém, agravado por outrem, seu agressor, e sente-se desagravado. Na Antiguidade
clássica grega pouco se escreveu acerca do perdão. Entende-se que esses filósofos estavam mais
preocupados com a questão do conhecimento racional e da prática de conduta.
Contudo, nas entrelinhas das filosofias de Sócrates e de Platão, considerados os precursores do
Cristianismo, encontramos muitas acepções sobre as virtudes, a questão do bem e do mal, a justiça
e a injustiça etc. O pecado, na Religião, é um agravo a Deus, e o perdão consiste em não se
considerar Deus agravado; ou seja, desagravado. Historicamente considerado, o perdão surge
explicitamente no âmbito do Antigo Testamento, onde o caráter antropomórfico e misericordioso
de Iahweh é suficiente para livrar o pecador do seu pecado. Na dimensão do Novo Testamento,
João Batista pregava o arrependimento do pecador, para que Jesus, depois, perdoasse todos os
seus pecados.
A diferença entre o Antigo e o Novo Testamento é que no Novo o perdão vem através do
Cristo, particularmente pela sua morte redentora na cruz. Ofendido e ofensor estão implícitos no
ato de perdoar. Há muitas situações em que fica difícil distinguir um do outro. Todavia, o bom
senso sugere-nos que devemos ser tolerantes para com as faltas alheias, pois somos passíveis de
incorrer nas mesmas. Por isso, ao ultraje que consideremos grave, sopesemos o móvel de tal juízo.
Como saber o que passa no íntimo do nosso próximo? Que problemas complexos o fizeram agir
desta ou daquela forma? Será que não fomos o primeiro a atirar a pedra?
A vida de Mahatma Gandhi é um exemplo de perdão, embora tenha dito que nunca precisou
perdoar, porque achara que nunca ninguém o tinha ofendido. É um caso raro, porque a maioria de
nós vive enovelado no ego material. Por essa razão o poeta Alexandre Pope disse: Errar é
humano, perdoar é divino. Para que não tenhamos necessidade do perdão, basta que o eu divino
liberte-se do eu mundano, ocasião em que as coisas terrenas não terão forças para corromper as
espirituais. É fácil esquecer as ofensas e amar os inimigos? Como adquirir forças para vencer os
ultrajes?
A reflexão sobre a morte do Cristo é de inestimável ajuda. Jesus, que nada tinha de expiar,
sofreu macerações acerbas para dar-nos o exemplo do perdão incondicional. Por outro lado,
lembremo-nos da dupla recompensa reservada, no além túmulo e nesta existência, para aquele que
soube sacrificar-se por amor ao próximo. Tenhamos em mente que o perdão deve estar sempre
presente em nossos pensamentos, pois é através dele que vamos conseguindo adquirir forças
espirituais para a remoção de todo o mal que envolve o planeta terra. (Sérgio Gregório).
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 8/32
4. Punir e não Vingar: (...) O psicólogo americano Michael Mac-Cullough e autor de Além da
Vingança - A Evolução do Instinto do Perdão enxerga a questão pela lente biológica, todo ser
humano nasce biologicamente equipado para retaliar quando se ressente de alguma ofensa ou
agressão. O biólogo alemão, Keith Jensen acredita que as raízes da vingança precedem o
surgimento do Homo sapiens.
Diz ele: a existência do desejo de vingança entre os chimpanzés sugere que, nos seres
humanos, esse sentimento tem sua origem em um ancestral comum que viveu entre cinco milhões
e sete milhões de anos atrás.
Colocar a culpa no macaco não explica tudo, mas ajuda a lembrar que, por mais anjo decaído
que seja, o homem em seu lugar cativo na escala zoológica. As emoções humanas só podem ser
entendidas quando se leva em conta que, tanto quanto nossos narizes e joelhos, elas foram
moldadas por forças evolutivas no decorrer de milhões de anos. O medo, por exemplo, é uma
emoção útil evolutivamente.
Ele foi vital para a preservação da espécie, por nos manter atento às ameaças potenciais e para
evitar que corrêssemos riscos. A vingança, especulam os antropólogos, deve ter sido um poderoso
elemento de dissuasão, inibindo o agressor e fazendo-o pensar duas vezes antes de atacar de novo.
Sentir, planejar e executar um ato de vingança pode ter também o papel de melhorar o sentido de
cooperação dentro de um grupo de hominídeos. Em uma visão mais requintada, a vingança,
quando voltada para dentro do grupo, transforma-se em punição. Ela é mais cerebral, controlada, e
cumpre uma função bem mais específica no processo evolutivo.
Jeffrey Murphy, autor do livro Acertando as Contas: O Perdão e seus Limites, diz: A herança
evolutiva é rica em valores bastante úteis ao homem moderno. Que qualidades podem existir no
ressentimento? Murphy sugere três: auto-respeito, autodefesa e respeito pela moral. A pessoa que
nunca se ressente, seja de qual for a ofensa, pode ser um santo. Mas a falta de ressentimentos
pode também revelar uma personalidade servil e sem respeito pelos seus direitos e sua condição
de indivíduo livre e moralmente respeitável. Aqui se chega ao nó da questão. O desejo de
vingança constitui uma parte da natureza humana. Ajuda a estabelecer padrões morais no dia a
dia. Ao mesmo tempo pode detonar em forma de violência selvagem. Essa característica cruel
assusta as pessoas e mantém a sociedade de sobreaviso. Por sorte, entre o desejo de vingança e a
execução da ação existe espaço suficiente para o homem exercer aquilo que a Bíblia chama de
livre-arbítrio.
A escolha entre o bem e o mal. Refrear o desejo de vingança não é fácil quando alguém sente o
coração transbordar de fúria. A cultura é um fator determinante na frequência com que os desejos
de retaliação se manifestam numa sociedade. O sentimento de vingança é controlado à medida que
um país se desenvolve economicamente e suas instituições democráticas se tornam sólidas. (Do
Meio-Dia à Meia-Noite).
4. Perdão judicial: O perdão judicial consiste na abolição da culpa de um indivíduo, perante o
Estado, quando este comete delitos sob circunstâncias que estão expressamente definidas no
código penal, sendo assim dispensado de cumprir uma pena, determinação, obrigação ou ordem
judicial. Um exemplo de perdão judicial está descrito no artigo 121, § 5º do Código Penal
Brasileiro: na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária.
5. Família, lugar de perdão. Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos
perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos.
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Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros. Por isso, não há casamento
saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e
sobrevivência espiritual.
Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas.
Sem perdão a família adoece. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria
do coração.
Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que
intoxica e mata. Guardar mágoa no coração em um gesto destrutivo. É autofagia.
Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. E por isso que a família precisa
ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não
de culpa.
O perdão traz alegria aonde a mágoa produziu tristeza; cura onde a mágoa causou doença.
(Papa Francisco, Agosto/2016).
MAÇONARIA
Em Maçonaria substitui-se essa virtude (perdão) pela da tolerância, que é compreensão
elevada do ato agressivo. Quem tolera não se acovarda, nem deixa de se sensibilizar, porém
compreende que o agressor obedeceu a impulsos que não conseguiu controlar, como a paixão e a
emoção. As posturas maçônicas disciplinam esse controle. Perdoar (per e doar) significa dar-se a
si mesmo.
Quem agride espera reação, para então levar avante a agressão; a agressão não correspondida
desarma o agressor. A reação amorosa é fruto de uma disciplina, ou seja, de um exercício que o
maçom aprende nas sessões da sua Loja.
O perdão, quase sempre, é uma reação posterior à agressão, quando ele deveria ser imediato.
Não se confunde tolerância e perdão com covardia, é preciso muita coragem para enfrentar o
agressor com armas tão frágeis e diferentes. O impulso de perdoar revela um caráter bem
formado.
Para finalizar:
Peço perdão, em nome de todos os católicos, por todas as injustiças contra os não católicos no
decorrer da história.
(Papa João Paulo II). Como católico, entendo que foi esta frase que o santificou.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
A FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE: SUAS RAÍZES, TEORIA
E PRÁTICA. O VERDADEIRO MAÇOM DEVE EFETIVAR A
FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE, QUER DENTRO DA LOJA,
QUER FORA DELA.
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS
“Os dois termos, fraternidade e solidariedade, podem ser interpretados
como sendo uma mesma ação, que visa o benefício alheio, mudando apenas
os agentes envolvidos. Se as pessoas que participam da ação são comuns
entre si, então é um ato/ação da fraternidade, senão um ato/ação de
solidariedade.
Socialmente, a fraternidade pode ser considerada como a
conduta que norteia a vida de um indivíduo. ‘Ela é desejada, reclamada e
fixada como objetivo de todas as religiões, instituições sociais, partidos
políticos, etc., estabelecendo o altruísmo contra o egoísmo, a benevolência
contra a malevolência, a tolerância contra a intolerância, o amor contra o
ódio.’
Pelas definições, fica fácil perceber que Fraternidade implica
sempre em um ato de solidariedade, e sendo solidários, muitas vezes
somos fraternos. Quando praticamos alguma boa ação e somos solidários,
a pergunta que devemos nos fazer é: será que estamos sendo fraternos?
Para ilustrar, dar esmola a uma pessoa carente, apesar de ser um ato
solidário, é um ato fraterno (considerando que somos iguais à pessoa que
recebe à ação, no contexto de sociedade)?
Frequentemente confunde-se manifestações de solidariedade e
de amor com procedimentos que na realidade não são mais do que ações
que contribuem para a manutenção de um estado de coisas que é a
suprema negação da Fraternidade, pela injustiça imanente que encerra’.
(Excerto do trabalho do Irmão Nilson Ribeiro Modro, intitulado “Fraternidade”)
4 – A FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE: SUAS RAÍZES, TEORIA E PRÁTICA. O
VERDADEIRO MAÇOM DEVE EFETIVAR A FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE,
QUER DENTRO DA LOJA, QUER FORA DELA.
-José Ronaldo Viega Alves
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INTRODUÇÃO
A palavra solidariedade é algo que nos remete ao próprio desenvolvimento, sobrevivência
e permanência do homem no planeta Terra. Fica difícil imaginar que sem ela permeando as relações
entre os homens, conseguiríamos chegar até aqui.
Mas, se nem privilégio exclusivo da espécie humana ela é, pois, os animais também
possuem sentimento de solidariedade, será que ela é algo que somente pode ser explicado à luz da
evolução de Darwin? Será que ela não é em parte produto das religiões que viram aí um conceito a ser
ampliado, a ser utilizado, a ser explorado ao máximo? E qual seria a diferença entre fraternidade e
solidariedade, no âmbito da Maçonaria? Ou, uma pergunta que sempre me faço: E porque, se tem a
impressão de que alguns Irmãos possuem a ideia restrita de que essas práticas são para ser
exercitadas somente entre Irmãos ou na Loja? Será que mostrar interesse pela saúde de um Irmão, ou
desejo de ajudar a esse Irmão, quando em determinado momento ele esteja passando por dificuldades,
envolve uma espécie de ser fraterno, o que não seria ideal, ou viria antes a condição de solidariedade
que acompanha o homem desde tempos primitivos? Enfim, os assuntos fraternidade e solidariedade
que à primeira vista parecem tão simples, realmente não o são. Há também o fato de que são tênues
as fronteiras, entre uma e outra, e envolvem conceitos religiosos, filosóficos e bíblicos, que é o que
veremos na sequência.
Duas considerações antes, sendo que, em primeiro lugar: em se falando sobre
comportamentos, não se pode generalizar. Em segundo lugar: antes de prosseguir, vamos relembrar
aquele velho e surrado pensamento de que “a teoria é diferente da prática”. Conscientes de ambas
considerações inicias, podemos continuar.
Formulemos ou problematizemos o tipo de questão levantada anteriormente dentro do
nosso universo: Quando um Irmão está doente, e se afasta do nosso convívio, quanto outro Irmão está
adormecido e também se afasta, e por motivos que podem ser o mais variados... Quantos realmente se
preocupam em saber, quantos telefonam, quantos visitam esses Irmãos? Está bem, não vamos falar
de números ou porcentagens, e vamos ser mais diretos e fazer a pergunta aquela não quer calar:
Como é que alguém pode se dizer Irmão, como é que pode se julgar fraterno, ou ao menos solidário
com esses Irmãos? Tudo bem, vão dizer que não é assim, que a Maçonaria não é assim... Então,
vamos fazer o seguinte: consideremos essa situação como hipotética, mas, não deixemos de refletir
sobre ela, afinal, poderia estar acontecendo ou poderá acontecer com muitos Irmãos, em muitos
lugares.
Sobre as questões apontadas no último parágrafo, vide mais adiante o trecho do presente
trabalho que tem por título “Uma lição de como deve ser entendida a fraternidade pelo Maçom”.
Outras questões, ademais, envolvendo fraternidade e solidariedade, sobre o que elas tem
em comum ou o que o Maçom deve ter presente sobre as mesmas, é o que se pretende mostrar aqui,
a partir de agora.
SOLIDARIEDADE: O QUE É?
Vejamos a definição de “Solidariedade” conforme o disposto no “Grande Dicionário
Maçônico Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” de autoria do Irmão Nicola Aslan:
“SOLIDARIEDADE - É a dependência recíproca entre elementos componentes, de modo que, o que
afeta a um, afeta também ao outro. Na Ética, é o dever moral de assistência entre os membros de uma
sociedade, que se julgam formando um todo.
Em Maçonaria, a ideia de solidariedade é apresentada com maior ênfase e como a
própria base da fraternidade, que deve existir entre os Maçons. Este sentimento é continuamente
lembrado pelo giro do Tronco de Solidariedade, que circula em todas as Reuniões maçônicas.”
A SOLIDARIEDADE NA ÉTICA CRISTÃ
Dentro daquilo que compreende a chamada ética cristã, a solidariedade parte da relação
do homem com os seus semelhantes, e pode ser estendida no que tange ao seu entendimento, como
uma outra forma de falar e praticar a lei do amor. Quando somos generosos com os nossos
semelhantes, demonstramos solidariedade. Essa solidariedade significa comunhão de interesses, além
de uma participação nos ideais e benefícios daqueles que são considerados nossos próximos.
(Champlin, pág. 262, 2008)
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A SOLIDARIEDADE E O SEU PAPEL SOCIAL
Alarguemos os horizontes sobre o nosso entendimento para a solidariedade no que tange
ao seu papel social:
“Solidariedade liga o indivíduo com a sociedade; não consiste somente numa ligação geral e
indeterminada do indivíduo ao grupo, mas torna também harmônicos os pormenores dessa conexão.
Como os objetos coletivos são sempre os mesmos, sempre tem os mesmos efeitos. Sua função é
manter intacta a coesão social, ao manter a consciência coletiva em toda a sua vitalidade. Se negada,
perderia sua força se uma reação emocional da comunidade não vier compensar esta parte, ocorre o
relaxamento da solidariedade social.”
A FRATERNIDADE E A IRMANDADE NA ÉTICA CRISTÃ
A Fraternidade é o termo que denota estima respeito e simpatia por aqueles que do ponto
de vista espiritual, são nossos Irmãos, ou que pertencem à mesma religião. Numa definição que fosse
ampliada abarcaria toda a humanidade já que ela descendência comum são todos irmãos. (Champlin,
pág. 816, 2008)
Por sua vez, o termo Irmandade, está relacionado ao tipo de vínculo que une irmãos
literais, ou seja, indivíduos pertencentes à mesma raça, pessoas que são membros de um mesmo
grupo religioso, político, social ou ainda, a uma organização filantrópica. Se for falar, levando em
consideração a Bíblia, existe uma irmandade que congrega a todos os homens, pois é derivada da
paternidade de Deus. O que é necessário dizer, baseado no que foi dito na ultima frase é sobre o fato
de que isso não é colocado em prática, pelo menos com regularidade. Se Deus é Pai de todos os
homens, cada um deles é um ser espiritual, portanto, merece todo o nosso respeito.
Significa dizer então que os problemas da humanidade de ordem pessoal, comunitário,
nacional ou internacional, em grande parte estariam resolvidos, mas, o homem mostra que tem uma
natureza egoísta e se preocupa antes de tudo com a satisfação dos seus mesquinhos interesses
pessoais. (Champlin, pág. 368, 2008)
APONTANDO AS DIFERENÇAS ENTRE SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE
Com base no trabalho dos Professores Silvia Regina Ribeiro Lemos Morais e Robinson
Moreira Tenório da Universidade Federal da Bahia, disponível na Internet e com o sugestivo título de
“Considerações introdutórias sobre as diferenças entre os conceitos de fraternidade e solidariedade”,
em seu resumo que dá início ao mesmo, é dito que “Muito embora haja uma estreita ligação entre elas,
não se pode confundir solidariedade com fraternidade, porque esta detém uma carga significativa mais
ampla que aquela.”
LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE
Já que o assunto é a Fraternidade, antes de adentrar em outros de seus aspectos,
lembremos que as três palavras juntas que pertencem ao lema Liberdade Igualdade e Fraternidade,
nos remetem de imediato à Revolução Francesa, mas, é sempre bom lembrar aos Irmãos que o lema
não tem origem e além do mais, por falar em lema, elas somente foram utilizadas como tal a partir de
1848, na Segunda república.
ACERCA DA FRATERNIDADE
Apesar de ser um princípio basilar da doutrina cristã, na Idade Moderna a Fraternidade
esteve presente como categoria política no lema Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
De acordo com o professor Baggio (Baggio, 2008. Pág.8) após a Revolução de 1789, os
dois princípios Igualdade e Liberdade foram incorporados como elementos políticos, até mesmo
institucionalmente, pois, entraram nas Constituições de vários Estados, enquanto que a Fraternidade
ficou distanciada do contexto político, sendo deixada de lado, virando uma espécie de‘conceito
esquecido’. Mas, também conforme o Professor Baggio (Baggio, 2008. Pág.23) de forma indireta e
através da ideia da solidariedade, foi dada origem à algum tipo de política que visava realizar a
dimensão social da cidadania.
A Fraternidade propriamente dita ficou ausente de estudos nos ambientes acadêmicos e
dos debates políticos, mas, em contrapartida, “a fraternidade tornou-se uma preocupação e ocupação
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de religiosos e de grupos que se responsabilizaram ao longo da história pelo socorro às populações
excluídas e marginalizadas.” (Barros, 2012, pág. 109)
Nos tempos atuais tem havido a nível acadêmico, um resgate e promoção de estudos
referentes à Fraternidade com o intuito de melhor compreendê-la, o que envolve saber da amplitude e
alcance dos seus efeitos.
Já vimos num momento anterior a conotação religiosa do termo, e no que tange ao seu
significado nos dicionários iremos encontrar definições do tipo: parentesco de irmãos, irmandade, amor
ao próximo, paz, concórdia, etc. Complementando a ideia que o termo traduz, a partir do momento que
ele saiu da esfera religiosa, e ganhou uma interpretação do ponto de vista político , deixou de ser visto
como a pura e simples realização do mandamento religioso, mas, sim como uma promoção da
liberdade política de todo cidadão.
Por outro lado para o citado Professor e pesquisador Antonio Baggio (2008, pág. 23) para
que a fraternidade ganhe a dimensão política que merece devem ser cumpridas duas condições: deve
se constituir em critério de decisão política, contribuindo paralelamente com a liberdade e a igualdade e
deve influenciar na maneira como são interpretadas as outras duas categorias políticas, ou seja, a
liberdade e a igualdade.
Há outros significados e utilizações para a solidariedade, por exemplo, no âmbito jurídico
serve para definir uma situação que é estabelecida entre indivíduos, o que se significa dizer que os
mesmo são solidários em uma obrigação (credores ou devedores).
Tanto que no período romano, a expressão era utilizada nas transações comerciais, com
o objetivo de comprometer os integrantes com a responsabilidade de ambos em honrar o negócio que
estava sendo realizado, ou tornar sólido o estabelecido naquele contrato comercial.
No século XIX com o advento da revolução industrial, a solidariedade assume a
conotação de uma resposta comunitária, corporativa e do estado social, em razão da pobreza que
vinha crescendo numa sociedade e num regime onde alguns poucos concentravam enormes riquezas.
Houve uma ampliação do seu significado que passou a ser visto também como uma relação de ajuda
entre grupos de pessoas, além de que, na filosofia foi assimilada por uma corrente que se chamou de
solidarismo.
Com o fato do significado do termo ir ganhando conteúdo e dentro desse conteúdo o
teológico, a expressão solidariedade até passou a ser preferida no lugar de fraternidade, pois,
caracteriza modelos de sociedades comunitárias, onde os bens são divididos e as ações praticadas
tem a participação de todos, num regime de cooperação integral.
Então, o que podemos entender é que há uma ligação muito forte entre a fraternidade e a
solidariedade, mas, fraternidade tem uma significação maior, embora, no final do século XIX tenha
havido uma tentativa de substituir a ideia de fraternidade pela de solidariedade.
Como já ficou subentendido, após a Revolução Francesa, ela, a fraternidade foi um tanto
relegada e, aos poucos, até mesmo substituída pela palavra solidariedade conforme Andrade (2010,
pág. 28), mas, como ele mesmo diz:
“De toda forma, o princípio de fraternidade, quase todo o tempo, se quedou como princípio de
solidariedade social, a partir da ideia de que um laço fraternal une todos os homens numa só família, a
partir de uma base religiosa”.
SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE: AS VERTENTES VERTICAL E HORIZONTAL
Uma linha de pensamento muito interessante e que vem contemplar algumas das
respostas às nossas dúvidas é aquela maneira de distinguir entre uma e outra, que parte do ponto de
vista das linhas vertical e horizontal. Vejamos como se processam então essas diferenças envolvendo
fraternidade e a solidariedade, com base no trabalho citado anteriormente de autoria dos Professores
Silvia R.R. Lemos Morais e Robinson M. Tenório:
“Uma forma de distinção entre solidariedade e a fraternidade pode se dar pelo ponto de vista das linhas
vertical e horizontal. A primeira representa a assistência de um indivíduo superior aos demais, como
por exemplo, o dever de assistência social do estado para os cidadãos, ou seja, refere à ação direta
dos poderes públicos com a intenção de realizar políticas públicas de bem estar social com o intuito de
diminuir a injustiça social e permitir o pleno desenvolvimento da pessoa humana. Já a vertente
horizontal, por sua vez, remete a uma ideia de ajuda recíproca, proteção e amparo entre os próprios
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cidadãos, não existindo qualquer desnível entre as partes envolvidas. Isso acontecerá caso exista entre
os particulares de uma mesma relação de vínculo afetivo particularmente relacionado ao sentimento
entre os membros de uma mesma família. Em outras palavras, conforme aponta Baggio (2008, pág.
23):
‘A Solidariedade _ como muitas vezes foi historicamente realizada _ viabiliza que se faça o bem ao
outro mesmo mantendo uma posição de força, uma relação ‘vertical’ que vai do forte ao fraco; a
fraternidade, no entanto, pressupõe o relacionamento horizontal, a divisão dos bens e dos poderes,
tanto que sempre mais se está elaborando _ na teoria e na prática _ a ideia de uma ‘solidariedade
horizontal’, que se refere à ajuda mútua entre diferentes sujeitos, sejam estes pertencentes ao âmbito
social, seja no nível da paridade institucional.’
Pode-se dizer que solidariedade foi estabelecida para resolver os problemas sociais,
quando a pobreza deixou de ser um problema individual e se transformou em um problema da
sociedade, precisando da intervenção dos poderes públicos (Nabais, 2005, pág. 115). Neste caso, a
solidariedade passou a ser compreendida como uma forma de pressionar o estado para que, através
dos órgãos públicos, tome uma atitude afetiva de erradicar a marginalização e diminuir as
desigualdades sociais parar reparar dos desníveis sociais produzidos pelo mercado capitalista. Tal
afirmação é abordada por Barros (2012, pág. 110), quando menciona que:
‘A solidariedade entendida como a única forma de pressionar o Estado e a sociedade civil contra os
efeitos da brutalidade das políticas neoliberais sobre as populações mais pobres. Aceitar essa situação
é aceitar que os pobres, os excluídos e as maiorias vitimadas pelos processos de desigualdades não
sejam reconhecidos como membros da comunidade de seres humanos.’
COMENTÁRIOS:
A solidariedade num ambiente macro como o que acabamos de expor acima, e utilizada
como instrumento de pressão, conforme as palavras de uma estudiosa como a Professora Ana Maria
de Barros, expõe a perversidade do sistema capitalista. O problema apontado deixa muito claro o
quanto de ‘humanidade’ possui a Humanidade. No caso, a fraternidade, o sentimento cristão de que
somos todos irmãos é que moveria sem dúvida a participação espontânea, já que todos somos
membros de uma mesma e grande família humana. Mas, sabemos que este entendimento não é
simpático a todos, não engajaria todos, pois, o homem, não todo homem, mas em sua grande parte é
egoísta.
SOBRE A SOLIDARIEDADE HUMANA E A FRATERNIDADE UNIVERSAL
Diz o Ritual do Aprendiz-Maçom:
“A Moral mais pura funda-se sobre a primeira das Virtudes: a SOLIDARIEDADE HUMANA. O
verdadeiro Maçom pratica o Bem e leva a sua solidariedade aos infelizes, quaisquer que eles sejam, na
medida de suas forças. (...)”
E do “Vade-Mécum Maçônico” do Irmão João Ivo Girardi extraio a seguinte passagem:
“A fraternidade universal não é uma ideia nova, ou de origem maçônica, mas certamente, se
vivenciada, resolveria a maior parte dos grandes conflitos humanos. Assim, o princípio da fraternidade
é a pedra fundamental, a base em que se apoia toda a instituição maçônica.”
A MAÇONARIA, A SOLIDARIEDADE E A FRATERNIDADE COMO OBJETO DE CONSOLIDAÇÃO
SOCIAL
O Irmão Luiz Gonzaga da Rocha em um artigo da sua autoria intitulado “Descortinar da
Fraternidade Maçônica” foi muito feliz em abordar durante um Encontro de Membros e Membros
Correspondentes da Loja Maçônica Fraternidade Brasileira de Estudos e Pesquisas, em Juiz Fora, os
sentidos todos que a palavra Fraternidade adquire e o que deveria ser repensado com relação a isso.
Diz ele, em determinado momento:
“Estou convencido de que se os Dirigentes Maçônicos, em todos os níveis não entenderam a
fraternidade maçônica como fator de crescimento e de consolidação social, enfrentarão muitas
dificuldades para entenderem o esforço que alguns maçons fazem para reformular velhos conceitos e
caminhar para substituição da concepção de fraternidade incorporada nos moldes ‘estrito senso’ para a
concepção de fraternidade em moldes ‘lato senso’.
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E mais adiante:
“Então, fica fácil perceber que o significado de fraternidade perpassa o pensamento maçônico
individualizado e focado no maçom, para se ficar no sentimento de irmandade entre todas as pessoas
e nos remete às ações que comprovam respeito à dignidade de todos os seres humanos considerados
iguais e com plenos direitos.”
Agora, o mais importante, ou aquilo que todo Maçom deveria ter em mente, do meu
humilde ponto de vista, e que o Irmão Luiz Gonzaga da Rocha soube apontar corajosamente:
“Em sentido estrito, a aplicabilidade do conceito de fraternidade entre os maçons é matéria apenas de
proselitismo (Guimaraes, p. 330), é um desacerto, por pressupor que a fraternidade maçônica abranja,
tão somente, os membros das Lojas ou da ordem Maçônica. A fraternidade _ a verdadeira fraternidade
_ não conhece limites ou fronteiras físicas, nem se restringe a um grupo ou associação de pessoas por
mais relevantes que estas possam ser.”
COMENTÁRIOS:
Imaginem que o ser humano por suas características especiais, digamos assim, entre as
demais espécies do planeta, dando para ressaltar aí essa sua sensibilidade diferenciada, desde os
tempos mais remotos descobriu e praticou a solidariedade, claro que, num grau menor, mas, de
acordo com a Evolução, onde se inclui fatores de ordem biológica e adaptativa, demonstrou usar da
solidariedade desde o seu processo de hominização. Por exemplo: “Os ancestrais hominídeos ao
saírem em busca de alimento, não o consumiam individualmente, mas o traziam ao grupo para reparti-
lo solidariamente. Foi a solidariedade que permitiu o salto da animalidade à humanidade. (MORIN, o
método III, p. 32) e à criação da sociabilidade que se expressa pela fala.”(Da Costa, pág. 153, in
“Discutindo a Origem Evolutiva da Solidariedade Humana)
Voltando ao comentário do Irmão Luiz Gonzaga da Rocha:
“Ouso adiantar que a ‘fraternidade maçônica’ é uma balela quase que por completa, seja por não
entender e/ou não considerar que a verdadeira fraternidade assenta-se na ideia de que todos os seres
humanos são iguais, e possuem igual dignidade, iguais direitos e deveres; ou seja, por não considerar
e/ou não entender que a fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume todos os deveres e
direitos dos homens, uns para com os outros.
Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização da felicidade social, a
fraternidade é a pedra angular, é a base. Sem ela, não pode existir a igualdade, nem a fraternidade. A
Maçonaria, por seus membros e Lojas, precisa investir em entender, compreender, fazer valer a
fraternidade como fator de crescimento e consolidação social da Ordem.”
UMA LIÇÃO DE COMO DEVE SER ENTENDIDA A SOLIDARIEDADE PELO MAÇOM
Em seu “Manual Del Aprendiz” Aldo Lavagnini (Magister) discorre sobre a solidariedade e
como ele deve ser entendida no âmbito maçônico:
“La solidaridad es el sentimiento de unión que nace de un común Ideal, de una comunidad de
aspiraciones, una unión consolidada en el mundo espiritual, que se manifiesta exteriomente en
pensaminentos, palabras y acciones por medio de los cuales se hace evidente y se realiza en términos
de vida.
Los que luchan por una particular Idea son solidarios en todo lo que se relaciona con
aquella idea. Y lós que más bien que por uma idea particular, se esfuerzan para lograr el triunfo
inpersonal del Bien, de la Verdad y de la Virtud (como son, o deberían ser, los masones), convendría
que se hallaran todavia mas hermanados entre sí, que el triunfo de las más nobles aspiraciones
humanas no pude conseguirse sino con la cooperación y los esfuerzos de todos los que las
conprenden.
La solidaridad de los masones debe ser, pues, solidaridad en el Bien, en la Verdad y en la
Virtud, solidaridad en todo lo que sea Justo, Noble, Digno y Elevado. Una solidaridad pronta para
expresarse en cualquier momento con palabras y acciones perfectamente conformes a estas
aspiraciones que deben dirigirnos y con las cuales verdaderamente se realiza el místico Reino de los
Cielos sobre la tierra y se hace la voluntad de Dios, que es el Bien y su triunfo, así en el cielo como en
la tierra.”
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UMA LIÇÃO DE COMO DEVE SER ENTENDIDA A FRATERNIDADE PELO MAÇOM
O primeiro parágrafo, e que vem na sequência, dá uma ideia de que os problemas que
afligem os homens e por extensão os Maçons, descrito numa outra língua, por um autor estrangeiro,
são perfeitamente entendíveis, além de soar familiares. Vejamos:
“Se habla mucho de fraternidad entre los masones, como entre los miembros de otras
sociedades que la sustentan entre sus objetos; pero, si del campo de la palabra y de la pura
teoria, dirigimos nuestra mirada a la práctica de la vida diaria, vemos cómo la efectiva
realización de la fraternidad deja mucho que desear, y ésta es la causa de que muchos se
desilusionen y pierdan toda confianza sobre la veracidad de este ideal. (Grifo meu!)
Y, sin enbargo, nunca podemos esperar una realización de fraternidad diferente del
entendimiento particular de cada cual. En otras palabras, no es suficiente que uno se llame
masón o que sea miembro de otra fraternidad para que los demás deban sentirse con derecho a
exigir uma manifestación de fraternidad en todos los campos de la vida, conforme a sus
particulares ideales. (Grifo meu!)
Agora Irmãos atentem para o que considero a grande lição, o que deve explicar o que
sentimos quando achamos que não existe uma contrapartida de todos, ou mesmo um compromisso, ou
ainda, fraternidade que não bate com aquele que é decantada nos trabalhos que fazemos e cujo tema
sempre acabamos escolhendo por soar tão maçônico, ou mais, quando refletimos e nos perguntamos
sobre o porquê de alguns Irmãos serem praticamente esquecidos por membros de uma Instituição que
coloca a fraternidade em primeiro lugar.
“El amor se da, pero nunca puede exigirse: lo mismo debe decirse de la fraternidad, que no
puede ser sino una manifestación del amor. Ninguna verdadera y sincera manifestación de
fraternidad puede obtnerse si no es en cuanto uno verdaderamente la siente y realiza
inteiormente: um masón se hará verdadero masón y hermano según se sienta en si mismo el
Ideal masónico y se reconozca como hermano de los demás.” (Grifo meu!)
COMENTÁRIOS:
Os últimos parágrafos extraídos da obra de Aldo Lavagnini (Magister) me deram algumas
das respostas que estive buscando por um longo tempo, e elas eram cristalinas e simples. Será que
não estava sabendo formular a pergunta correta?
E com relação ao resto da humanidade, a resposta veio também mais adiante:
“Esta fraternidad será primeramente entre hermanos, pues solo los que la entienden y se
reconocen como hermanos pueden realizarla; pero, como el amor no pude tener ningún límite
verdadero, y no existe condición o estado en que no pueda manifestarse, no hay ser o
manifestación de la Vida Universal a quienes no pueda y deba extenderse. Esta es la Fraternidad
de Iniciados y de los verdaderos Maestros.” (Grifo meu!)
E PARA REFLETIR
Dentre as várias leituras realizadas visando a feitura deste trabalho, transcrevo uma
passagem sucinta, mas, providencial, e que consta na peça de arquitetura do Irmão João Paulo
Sventnickas, que foi intitulada “Fraternidade”. Diz assim:
“Quantas vezes o simples fato de destinarmos um tempo para escutar os lamentos de um irmão que
passa por dificuldades emocionais, familiares, de saúde e etc. já é uma ajuda imensurável. (...) enfim,
quantas e quantas maneiras diferentes temos de ajudar um irmão ou a sua família, sem a oferta de
dinheiro.”
CONCLUSÃO
Por que escrever sobre isto, se tantos já escreveram? Para concluir que fraternidade e
solidariedade se completam?
Isso é uma verdade, assim como é uma verdade que alguns aspectos não são tocados
quando se escreve sobre isto, o que foi feito. E se o que foi exposto, as perguntas que foram feitas, as
respostas apresentadas, resta ainda ter despertado nos Irmãos, tomara que sim, uma reflexão sobre a
fraternidade e a solidariedade. Afinal, sempre se esbarra na diferença que existe entre teoria e prática,
e este deve sim ser um motivo de reflexão de nós todos. Além de que, parece que os seus significados
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transcendem aqueles tão comuns. Se a ideia for captada, se a reflexão se fizer necessária, se isto vier
a acontecer ou estiver acontecendo durante a leitura, o trabalho e o tema escolhido já valeram à pena.
Daria para dizer que uma delas tem um sentido mais afinado com a Maçonaria, depois de
tudo o que foi exposto?
Se a solidariedade é o sentimento de estar junto aos seus semelhantes e ajudá-los
quando eles estejam precisando de algo, e a Fraternidade ser traduzida como isso tudo o que já foi dito
sobre a solidariedade aliadas aos aspectos sentimento de tolerância, de amor e de respeito, então a
segunda é tudo o que o Maçom deve incorporar para com o seu irmão e para com os seus
semelhantes.
Se ao Maçom cabe o compromisso de trabalhar a pedra bruta da solidariedade humana
visando um mundo melhor e mais justo para o seu semelhante, esse seu semelhante não é o somente
o seu Irmão maçom, mas, qualquer ser humano.
A resposta que veio por intermédio da obra de Lavagnini, em seu livro dirigido ao
Aprendiz, me faz estar convencido de que a surrada expressão “eterno Aprendiz” é para ser usada
durante toda a nossa senda maçônica.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
“A Solidariedade Maçônica” – Texto disponível em: Maconariamissaovelha.blogspot.com.br
“Descortinar da Fraternidade Maçônica” – Artigo da autoria do Irmão Luiz Gonzaga da Rocha.
Disponível em: www.unidosporbrasilia.com.br
“Discutindo a Origem Evolutiva da Solidariedade Humana” – Artigo da autoria de Otávio Barduzzi
Rodrigues da Costa. Disponível em: www.marila.unesp.br.../otavioCosta (150-170).pdf
“Émile Durkheim – Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica.”- Disponível em:
https://comportamentohumano.wordpress.com
“Considerações introdutórias sobre as diferenças entre os conceitos de fraternidade e solidariedade.” –
Trabalho de autoria dos professores Silvia Regina Ribeiro Lemos Morais e Robinson Moreira Tenório.
Disponível em: www.equidade.faced.ufba.br/...consideracoes-introdu...
Livros:
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” Volume 4 – Editora
Maçônica “A Trolha” Ltda. 3ª Edição - 2012
CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Volumes 2, 3 e 6 – Editora Hagnos –
9ª Edição – 2006
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição - 2008
LAVAGNINI, Aldo. (Magister) “Manual del Aprendiz” – Editorial Kier S.A. Vigésima Edición – 1998 –
Buenos Aires - Argentina
O PRUMO 1970 - 2010 – COLETÂNEA DE ARTIGOS – Grau 1 –Aprendiz – Volume 1. “Fraternidade” –
Trabalho da autoria do Irmão Nilson Ribeiro Modro – Florianópolis - 2010.
O PRUMO 1970 - 2010 – COLETÂNEA DE ARTIGOS – Grau 1 – Aprendiz – Volume III. “Fraternidade”
– Trabalho da autoria do Irmão João Paulo Sventnickas – Florianópolis- 2010.
Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – GORGS – Porto
Alegre, RS – 2010-2013
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
GALO E A BANDEIROLA COM OS DIZERES
“VIGILÂNCIA E PERSEVERANÇA” NA CÂMARA DE REFLEXÕES.
A Câmara de Reflexões é um local um tanto quanto discreto, meio escondido, num templo
maçônico, sem janelas, pouca luz, quase escuro, parecido com uma gruta ou caverna,
semelhante às antigas iniciações, onde o candidato fica só um determinado tempo, para sua
reflexão, com sua iniciação em andamento, realizando a primeira prova a chamada prova da
terra.
Para alguns ela simboliza o centro da Terra de onde o candidato veio e para onde voltará. È
um local ideal para meditação e introspecção. Aí o candidato inicia a procura do EU e a
consciência da relação deste EU com o GADU.
Nem em todos os Ritos a Câmara de Reflexão é igual. A de alguns ritos é mais simples. Mas
principalmente a do REAA tem uma simbologia alquímica, esotérica e hermética muito
grande.
Entre os símbolos existentes dentro da Câmara de Reflexão existe pintado na parede um
galo em posição de canto, encimado por uma bandeirola que alguns autores a chamam de
flâmula ou filactera, com os dizeres “vigilância” e “perseverança”.
Seria uma espécie de banda ou bandeirola que por cima dos escudos e brasões, ou
isoladamente aparece sempre com uma legenda inscrita.
Vigilância dos dicionários quer dizer ato de vigiar, precaução, cuidado, zelo, diligência.
Perseverança quer dizer qualidade ou procedimento de pertinácia, constância, firmeza e
ainda persistência. Nos manuais maçônicos os dizeres referidos significam “vigiar
severamente”.
Sugere ao candidato que ele desde aquele momento deverá estar sempre atento e esperto aos
símbolos que ora está vislumbrando, mas cuja compreensão só conseguirá com muito estudo
e perseverança e com mais tempo de Ordem.
Quanto ao galo este apresenta um simbolismo mais abrangente com uma tradição mais
extensa e mais antiga.
5 – Galo e Bandeirola com os dizeres “Vigilância e
Perseverança” na Câmara de Reflexões - Hercule Spoladore
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O galo é uma ave da ordem dos galiformes, da família dos fasianídeos. Teria aparecido no
sul da Europa nos tempos pós-homéricos, cerca de cinco a seis séculos a.C.
Ao que tudo indica ele foi trazido pela guerra dos persas, sendo incluído na Europa.
Segundo narrativa grega Áries (Marte) passava as noites com Afrodite durante a ausência
do esposo Hefaistes (Vulcano) e havia incumbido Alektraon de ficar vigiando a chegada do
marido. Mas Alektraon dormiu e o marido surpreendeu os amantes. Áries para castigar o
falso vigilante transformou em um galo. Alektraon que em grego antigo quer dizer galo,
uma ave castigada a eterna vigilância.
Diz-se que o galo cantando de madrugada (embora também cante em outras horas),
assombra o leão, espanta os demônios, dissipa o terror da noite.
Na antiga Líbia os viajantes levavam consigo um galo, pois acreditavam que ele os
protegeria dos leões e basiliscos.
Os basiliscos eram monstros míticos, cujo olhar matava instantaneamente quem os olhasse.
Seriam produtos da concepção de um ovo de galinha chocado por uma serpente. Com o
canto do galo estes monstros morreriam em convulsões.
Para os antigos o canto do galo era ouvido com alegria, durante a noite, pois espantava os
supostos demônios.
Dizia-se que o galo afugentava a noite e chamava o dia. A crença persa continuou a persistir
na Europa onde afirmavam que o galo desperta a aurora, convoca a humanidade a saudar a
perfeição sagrada e o canto esconjura os espectros e demônios.
Por isso ele simboliza a alvorada. O seu canto marca a hora do amanhecer, portanto a
vitória da Luz sobre as Trevas.
O galo é considerado o arauto do sol e também o anunciador da ressurreição do sol. Vemos
aqui o seu relacionamento com o culto solar dos antigos.
Heliodoro, autor grego, escreveu no século III que o galo canta por causa de seu parentesco
com o sol e ele também estaria associado á Asclépio, o deus da Medicina.
Por associação se faria a combinação galo-sól-poderes vitais. Acredita-se que esta ave era
consagrada à Apolo, deus do sol.
No folclore o galo tem significados interessantes, até hilariantes como, por exemplo, se
cantar fora de hora significa que moça foge de casa, também indica mau agouro.
Sacrifícios de galos já foi uma prática usada que ainda perdura em alguns cultos.
No Oriente dizia-se que sangue de um galo sacrificado à cabeceira de um doente e espargido
sobre o mesmo poderá ocorrer uma cura instantânea. No Ceilão, Escócia,
Alemanha numerosos ritos de sacrifício, usavam amuletos e preparados, preparavam poções
e sempre mantinham um galo associado à magia curativa.
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No ocultismo usa-se o galo na alectriomância, ou seja, a adivinhação com auxilio do galo, o
qual é colocado no centro de um círculo ou quadrado, dividido em vinte e quatro partes,
tendo cada uma, uma letra do alfabeto e um grão de milho. A interpretação seria dada de
acordo com a ordem de bicação do milho. Ainda no ocultismo fala-se de uma pedra
encontrada no fígado ou estomago do galo, cujo nome é alectório e que torna invencível
quem possuir uma.
Entre os hermetistas, o mercúrio aparece sob a forma de galo. Seria o símbolo da pureza,
sabedoria e inteligência. É também considerado como símbolo da vigilância da ousadia ou
intrepidez. O galo era consagrado ao mercúrio. Diz-se que ele tem as qualidades do
mercúrio secreto (alquimia).
Entre os católicos o galo lembra a Penitência e São Pedro, o qual negou a Cristo antes do
galo cantar três vezes. O galo aparece em muitas torres de Igrejas. Os cristãos primitivos se
reuniam ao primeiro canto do galo.
Nestas alturas já se entende que o galo que aparece na Câmara de Reflexões não é um
símbolo maçônico. A Maçonaria o tomou emprestado. Ele praticamente está presente em
todas as culturas antigas. Logo, apesar de usado na Ordem não é um símbolo de origem
maçônica, mas adotado pela Ordem.
O galo simboliza a Vigilância, lembrando que o maçom deverá ser vigilante na função que
desempenhar na sociedade. Na Câmara de Reflexões perto da ampulheta significa que o
tempo não para, não cessa para o maçom. O galo também simboliza as forças adormecidas
que a iniciação tenta despertar nos neófitos anunciando a luz que ele irá receber, como se
fora uma verdadeira ressurreição porque o maçom ao ser iniciado, morre para o vicio e
nasce para a virtude ou seja, morrendo para vida profana e ressurgindo num plano de
espiritualidade mais completo e elevado. É lógico que todos os demais símbolos existentes na
Câmara de Reflexão fazem parte do processo iniciático, cada qual complementando e se
interagindo com os demais.
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 21/32
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
O SEGREDO DA MAÇONARIA
A Lenda da Palavra Perdida
A Lenda da Palavra Perdida é uma alegoria cabalística, provavelmente criada pelos autores
gnósticos dos primeiros séculos da era cristã. Ela tem como tema central a crença no poder do
Nome Sagrado de Deus e que este era um segredo iniciático da maior relevância. Embora os
sacerdotes da religião judaica já trabalhassem com esse tema desde os primórdios da adoção do
Javismo como religião nacional, foi, entretanto, com o entrelaçamento das crenças judaicas com a
filosofia grega, que o tema ganhou maior relevância e passou a integrar o conjunto das alegorias
que davam corpo á doutrina que nós hoje conhecemos como gnosticismo.
Na Maçonaria o simbolismo que envolve o Inefável Nome de Deus é um tema de grande
importância iniciática. De uma forma geral, os maçons adotaram a tradição cabalística de que o
verdadeiro significado desse Nome é um segredo guardado a sete chaves pelos Mestres da
sabedoria arcana. Assim, os ritos maçônicos trabalham com a ideia de que os sons vocálicos
originais do Tetragrama YHVH são interditos ao vulgo, e a pronúncia correta dessa palavra está
confinada á sabedoria de muitos poucos escolhidos.
Essa ideia está expressa na alegoria da Palavra Perdida, que é desenvolvida no ritual de alguns
graus dos Ritos Escocês e do Arco Real através da Lenda de Enoque e as Duas Colunas de
Bronze. Em resumo essa lenda diz o seguinte:
Enoque, durante um sonho que teve, foi informado que Deus tinha um nome secreto que aos
homens não era lícito saber, porque se tratava de uma palavra de grande poder. Esse nome, Deus o
comunicou aos seus ouvidos, mas proibiu que o divulgasse a qualquer outro ser humano. Nessa
ocasião o Senhor o informou também sobre o castigo que iria ser lançado sobre a humanidade
pecadora, através do dilúvio.
O Inefável Nome de Deus era a chave que poderia proporcionar aos homens todo o
conhecimento secreto e um dia, quando fossem merecedores, ele lhes seria revelado. Mas para que
essa Palavra Sagrada não fosse perdida após a catástrofe que destruiria a humanidade inteira, Deus
instruiu Enoque para que a gravasse numa pedra triangular, numa língua só inteligível aos anjos e
a ele próprio (a Cabala). Portanto, mesmo que alguém descobrisse um dia a grafia do Verdadeiro
6 – O Segredo da Maçonaria
João Anatalino Rodrigues
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 22/32
Nome de Deus, isso de pouco adiantaria ao seu descobridor, pois a pronúncia dessa Palavra
Sagrada lhe estaria interdita.1
Antes do dilúvio havia sobre a terra civilizações bastante desenvolvidas em termos de artes e
ciências. Era uma civilização bárbara, liderada por homens gigantes, os filhos que os anjos caídos
(os nefilins da Bíblia) tiveram com as filhas dos homens. Essa civilização era má, arrogante e
descrente. Por isso Deus anunciou a Enoque que iria destruí-la. Para preservar os conhecimentos
dessas antigas civilizações Enoque fez com que vários textos, contendo conhecimentos científicos,
fossem gravados em duas colunas, e em cada uma delas esculpiu o nome sagrado.2
Uma delas era feita de mármore, a outra fundida em bronze. Essas colunas ele as pôs como
sustentáculo em um suntuoso templo que mandou construir em um lugar subterrâneo, só dele e de
alguns eleitos, conhecidos. Esse templo tinha nove abóbadas, sustentadas por nove arcos. No
último arco Enoque mandou gravar o Delta Luminoso, que simbolizava o Nome Inefável, e fez
um alçapão onde guardou a pedra na qual ele havia gravado esse Nome.
Com o evento do dilúvio todas as antigas civilizações foram destruídas e seus conhecimentos
científicos e artísticos perdidos. Noé e sua família, os únicos sobreviventes dessa catástrofe, nada
sabiam dessas antigas ciências. Das colunas gravadas por Enoque, somente a de bronze pode ser
recuperada pelos descendentes desse patriarca. Nela constava o Verdadeiro Nome de Deus, mas
não a forma de pronunciá-lo, pois essa sabedoria estava escrita na coluna de mármore. Assim, essa
pronúncia permaneceu desconhecida por muitos séculos, até que Deus a revelou a Moisés em sua
aparição no Monte Sinai.
Mas Moisés foi proibido de divulgá-la, a não ser ao seu irmão Aarão, que seria, futuramente, o
Sumo Sacerdote do povo hebreu. Deus prometeu a Moisés, todavia, que mais
tarde o poder desse Nome seria recuperado e transmitido a todo o povo de
Israel. Segundo a tradição cabalística isso só aconteceu nos tempos de Shimon
Ben Iohai, o codificador da Cabala, mas nem todo o povo de Israel
compartilhou dessa sabedoria, uma vez que ela continuou sendo transmitida
apenas aos rabinos que atingiam os graus mais altos na chamada Assembléia
Sagrada.
Segundo essa lenda, Moisés havia mandado que o Nome Inefável, com a pronúncia
correta, fosse gravado em uma medalha de ouro e guardado na Arca da Aliança juntamente com
as tábuas da lei. Dessa forma, o Sumo Sacerdote, em qualquer tempo, poderia compartilhar dessa
sabedoria e invocar o Grande Arquiteto do Universo na forma correta.
Esse era o segredo da Schehiná, ou seja, a estratégia segundo a qual Deus se manifestava ao
povo de Israel, através da Arca da Aliança. Porém, a Arca da Aliança foi perdida em uma batalha
que os israelitas travaram contra os sírios. Mas, guardada por leões ferozes, os sírios nunca
conseguiram abri-la e mais tarde ela foi recuperada pelos sacerdotes levitas. Durante as batalhas
que o povo de Israel travou contra os filisteus pela posse da Palestina, a Arca foi perdida mais
uma vez, sendo capturada pelo exército inimigo. Os filisteus, que não sabiam do poder que tinham
nas mãos, fundiram a medalha de ouro com o Nome Inefável e a colocaram num ídolo dedicado
ao Deus Dagon.3
Esse foi um dos motivos pelos quais Deus instruiu Sansão para que este
praticasse seu último ato de força no Templo dos filisteus em Gaza, matando um grande número
deles. E dessa forma o registro escrito dessa Palavra foi perdido para sempre.
Assim, durante longo tempo a forma de pronunciar o Nome Inefável ficou oculta, até que Deus
o revelou a Samuel e este o transmitiu aos reis de Israel, Davi, e depois a Salomão.
1
Na imagem, o Delta com o Tetragrama Sagrado.
2
A Bíblia se refere aos três descendentes de Cain, Jubal, Jabel e Tubal-Cain como aqueles que iniciaram a civilização nas
técnicas da agricultura, pastoreio e metalurgia.
3
Conforme o ritual da Maçonaria.
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 23/32
Após construir o Templo de Jerusalém, (que reproduzia a forma e a estrutura do templo
construído por Enoque, inclusive com os nove arcos, onde, no nono, se erguia o Altar do Santo
dos Santos, no qual a Arca da Aliança estava depositada), Salomão determinou a Adoniran,
Stolkin e Joaben a construção de um templo dedicado á Justiça. Estes, após escolher e cavar o
terreno para a preparação dos alicerces verificaram que o lugar escolhido era exatamente o mesmo
onde Enoque havia construído o seu templo. Após demoradas pesquisas e árduos trabalhos
escavando as ruínas, descendo a diversos níveis subterrâneos, os mestres destacados por Salomão,
sob o comando de Adoniram, descobriram a coluna de bronze onde o sagrado Delta estava
gravado. Foi essa coluna que serviu de modelo para Hiram fundir as duas colunas de bronze que
ornavam o Templo de Salomão.
Dessa forma, o Verdadeiro Nome de Deus foi recuperado e pode ser transmitido ao povo de
Israel na sua forma escrita, mas a sua pronúncia permaneceu um segredo compartilhado por
poucas pessoas, pois a coluna de mármore, onde essa sabedoria estava inscrita, fora destruída pelo
dilúvio. Somente Salomão, o Rei de Tiro e os três mestres que desceram ao subterrâneo detinham
esse conhecimento, pois este lhes fora transmitido pelo profeta Samuel, antes de morrer. Com o
desaparecimento daqueles personagens, ficou perdida novamente a pronúncia da Palavra Sagrada.
Os mórmons e a Lenda de Enoque
Esse é o conteúdo da lenda maçônica, que revela um conhecimento iniciático de grande
relevância, pois o personagem Enoque não é exclusivo da tradição hebraica. Ele,
na verdade, é um arquétipo presente na mitologia de vários povos antigos e
cultuado como “mensageiro dos deuses” e arauto do conhecimento divino,
transmitido aos homens na terra.
No Egito ele era associado ao deus Toth, que teria trazido aos homens o
conhecimento da escrita, da metalurgia e da agricultura. Na Grécia foi conhecido
como Hermes, o Senhor da Magia e da ciência. Na tradição celta havia um
personagem análogo, que ficou conhecido na mitologia daquele povo como Merlin, o mago,
guardião dos portais do conhecimento. Entre os maias ele foi Quetzacoatal, o civilizador, que
trouxe para aquele povo o conhecimento que ostentava aquela antiga civilização.
Em todas essas tradições, o personagem aparece como guardião das chaves do conhecimento,
que antigas civilizações ostentaram e perderam em virtude do mau uso que fizeram deles.
A lenda maçônica, tal qual ela aparece nos rituais, não será encontrada nos chamados apócrifos
de Enoque. Ela provavelmente foi inspirada nos textos dessas obras, mas não consta textualmente
delas. Vale registrar que ela encontra um curioso paralelo no Livro de Mórmon, onde um
personagem chamado Mórmon, referido como profeta-historiador, invoca os conhecimentos de
uma antiga civilização que teria sido a antecessora dos maias, astecas e incas, as grandes
civilizações da América.
Um desses livros registra o ministério pessoal que Jesus Cristo teria desenvolvido junto aos
povos americanos logo após a sua ressurreição, ensinamentos esses que teriam sido registrados
por Mórmon, que os entregou ao seu filho Morôni, que por seu turno os ocultou em um monte
chamado Cumora. Durante cerca de dezoito séculos esses ensinamentos, que haviam sido
gravados em placas de ouro, ficaram perdidos. Mas em 21 de setembro de 1821 Cumôni teria
aparecido a um maçom- profeta de nome Joseph Smith e mostrado o lugar onde as placas estariam
escondidas. Depois ensinou ao mesmo Smith como decifrar e traduzir para o inglês os referidos
escritos.4
4
Foto de Joseph Smith, fundador da Igreja Mórmon. Fonte: veja.abril.com.br
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 24/32
Assim nasceu o Livro de Mórmon, Bíblia da Igreja dos Santos dos Últimos Dias. Trata-se,
como se vê, de uma curiosa versão da lenda maçônica das Colunas de Enoque, e não é possível
saber no que uma influenciou a outra. Considerando que tanto o profeta-historiador Joseph Smith,
quanto seu sucessor no comando da Igreja mórmon, Brigham Young, eram maçons, bem como
um bom número dos primeiros líderes dessa seita, pode-se especular que eles tinham
conhecimento dessa fonte e a utilizaram para compor o seu curioso trabalho.
A Lenda de Enoque na Maçonaria
A lenda de Enoque, na tradição maçônica se refere ás viagens que o iniciando tem que fazer, a
exemplo dos três Mestres de Salomão, para encontrar a Palavra Sagrada. Simbolicamente, para o
maçom, essas viagens equivalem a uma descida dentro de si mesmo a fim de liberar a luz que
existe dentro dele. Aqui temos novamente a evocação, tão cara aos gnósticos e aos alquimistas, da
necessidade de encontrar “dentro de si mesmo” aquela energia que faz o homem integrar-se à
divindade.
Diz a lenda maçônica que com a perda do verdadeiro significado, o Nome Sagrado foi
substituído pelas iniciais IHVH, que depois de pronunciada é coberta com três Palavras Sagradas,
três sinais e três palavras de passe; somente após o cumprimento desse ritual se chega ao Nome
Inefável. De acordo com essa tradição, os cinco primeiros iniciados no grau de Cavaleiro do Real
Arco foram os próprios reis Salomão e Hiram, rei de Tiro, e os três Mestres que descobriram o
templo sagrado de Enoque. Um juramento de não pronunciar o Verdadeiro Nome de Deus em vão
foi feito pelos mestres recém-eleitos, juramento esse que se repete na elevação ao referido grau.
Diz ainda a lenda que mais tarde outros Mestres foram admitidos nessa sabedoria, até o numero
de vinte e sete, sendo a cada um deles distribuído um posto. Outros Mestres, que tentaram obter o
grau sem o devido merecimento receberam o justo castigo, sendo executados e sepultados no
subterrâneo onde a pedra gravada com o Nome Inefável fora encontrada.5
A cristianização da lenda
Por fim, cabe considerar que a Maçonaria cristã se apropriou dessa lenda para aproximá-la da
tradição associada com o magistério de Jesus Cristo. Essa transposição iniciática foi feita pelos
adeptos da filosofia rosa-cruz, que incorporaram nela a mística da paixão, morte e ressurreição de
Cristo. Assim, a Palavra Perdida passou a ser soletrada pelas iniciais da inscrição que Pilatos
mandou colocar na cruz de Jesus: INRI, que na tradição rosacruciana designa as iniciais de uma
de suas mais significativas metáforas.
Isso porque INRI é um acróstico da frase “Ígnea Natura Renovatur Integra”, que quer dizer “a
natureza se renova pelo fogo”, metáfora alquímica que simboliza o processo pelo qual os
alquimistas obtinham a pedra filosofal, ou seja, diluindo e recompondo a matéria prima da obra
infinitas vezes até atingir a sua “alma”. Assim, Pilatos, na verdade, estaria revelando, nos dizeres
colocados na cruz de Cristo, o processo segundo o qual nossas almas poderiam obter a salvação,
ou seja, morrendo e revivendo infinitas vezes, até depurar por completo o “grão de luz” que
constitui o seu núcleo. Dessa forma, o corpo de Jesus simboliza a “matéria prima” da Grande Obra
de Deus.
Para os maçons, todavia, face á influência dos pitagóricos e dos gnósticos, a questão que está
ligada ao Verdadeiro Nome de Deus exprime também as idéias que a Maçonaria tem de tempo
infinito, espaço infinito, a vida infinita, enfim, todas as manifestações da essência divina na
realidade universal, que são tanto adjetivas quanto substantivas. Explicando que nenhum dos
5
Aqui se encontra outra referência á Lenda de Hiram.
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 25/32
nomes de Deus adotados pelo homem é considerado pela Ordem como certo e definitivo, a
Maçonaria sugere que o Irmão apenas admita que Deus existe, mas não lhe dê nenhum nome nem
tente conformá-lo á uma imagem, pois que esse conceito não pode ser reduzido á fórmulas que a
mente humana pode desenvolver.
Esse postulado sugere ainda que o espírito humano está ligado á essência primeira e única de
todas as coisas e não necessita de quaisquer outros canais de ligação com a Divindade, a não ser a
sua própria consciência e a sua sensibilidade. Assim, pode-se dizer que para a Maçonaria o
simbolismo do Nome Sagrado está no ensinamento iniciático que ele veicula. Esse ensinamento
nos diz que existe uma chave, uma palavra, um verbo, a partir do qual todas as coisas foram e são
construídas. Essa palavra, esse verbo, se traduz pelo Inefável Nome de Deus, verdadeiro e único
Principio Criador, imutável e apriorístico, de onde tudo emana e para onde tudo um dia retorna. É
uma inspiração que vem do Evangelho de São João, onde se diz que no principio era o Verbo, o
Verbo era Deus, e um Deus era o Verbo. Que ele estava no inicio com Deus e nada do que foi
feito foi feito sem Ele, e tudo o que foi feito, foi feito por Ele. Na doutrina joanista, esse Verbo, o
Logos, é o atributo de Jesus Cristo, pois este, sendo o Filho de Deus, é feito da mesma essência do
Pai e representaria a própria encarnação divina na terra. Assim, para os cabalistas cristãos, Jesus é
a própria Shehiná, a manifestação divina no mundo.
A Palavra Perdida é o “Logos”
A Bíblia diz que quando Deus se apresentou a Moisés no Monte Sinai ele não disse qual era
seu nome. Ele, conhecido pelos israelitas como o Inominado, por ser absoluta potência, não tinha
um nome que pudesse ser pronunciado por lábios humanos. Ele Era. Por isso Ele disse “Eu sou”,
significando com isso que Ele era o Verbo Divino, a partir do qual tudo o que existe no universo
toma forma e consistência. Ser é a qualidade essencial de Deus. Qualidade essa que Ele transmitiu
aos homens quando lhes deu nome e consciência de si mesmos.
Porque todo verbo é uma potência a ser desenvolvida. E todo verbo, em si mesmo, não tem
sentido nem significado se não tiver um predicado. Deus então criou o universo para que ele fosse
o seu predicado, da mesma forma que os homens têm uma missão a cumprir, missão essa que os
predica.
Isso significa que o Verbo, transmitido ao homem na forma do seu espírito, o fez senhor da
criação terrestre. E como o homem aprendeu a articular “eu sou”, teve também que perguntar a si
mesmo “o que?” E foi para responder a essa inquietante pergunta “eu sou o que?”, que ele
também se viu obrigado a construir um predicado para si mesmo. Esse foi o detalhe que fez a
diferença entre os homens e as outras espécies animais.
Por isso é que “ser é verbalizar”. Ser é dar sentido á existência, é ter uma resposta para a
pergunta: o que somos nós? Em certos momentos da vida até podemos confundir o ser com
“estar” ou “ter”. Mas estar vivo não é ser vivo, estar feliz não é ser feliz, e ter algo que se parece
com vida ou felicidade não é ser realmente vivo e feliz. Ser é um estado de perfeita organização
interior que não pode ser afetado por nenhum acontecimento exterior.
É nesse sentido que a Maçonaria adota como núcleo simbólico a procura da Palavra Perdida,
alegoria que evoca o poder místico que o Verdadeiro Nome de Deus possui. A Palavra Perdida é
o chamado Nome Inefável, cujo conhecimento confere ao seu detentor o supremo conhecimento,
senha necessária, segundo as tradições gnósticas e cabalistas, para o homem possa entrar no céu,
depois de subir todos os graus da Escada de Jacó. E nessa alegoria tipicamente cabalista está
presente todo o conteúdo iniciático da proposta espiritual da Maçonaria. E na Maçonaria, como na
Cabala, esse é o seu verdadeiro e único segredo.
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 26/32
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome Oriente
08.08.1997 Fraternidade das Termas nr. 68 Palmitos
13.08.1986 Harmonia nr. 42 Itajaí
13.08.1993 Albert Mackey nr. 56 Tubarão
15.08.1946 Presidente Roosevelt nr. 2 Criciúma
16.08.1999 Caminhos da Verdade nr. 92 Gaspar
17.08.1999 Ambrósio Peters nr. 74 Florianópolis
18.08.2011 Fraternidade Itapema nr. 104 Itapema
20.08.1985 Eduardo Teixeira nr. 41 Camboriú
30.08.1978 Obreiros de Jaraguá do Sul nr. 23 Jaraguá do Sul
30.08.1991 Sentinela do Vale nr. 54 Braço do Norte
31.08.1982 Solidariedade nr. 28 Florianópolis
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
02/08/1989 Fraternidade Imaruiense Imaruí
09/08/2003 Templários da Boa Ordem Jaguaruna
10/08/2002 Energia das Águas Gravatal
14/08/1985 Justiça E Liberdade Joinville
16/08/2005 José Abelardo Lunardelli São José
19/08/1995 Brusque Deutsche Loge Brusque
20/08/2011 Triângulo Talhadores da Pedra Itá
21/08/2002 Harmonia do Continente Florianópolis
26/08/2002 Templários da Arca Sagrada Blumenau
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de agosto
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 27/32
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
06.08.05 Arquitetos Da Paz - 3698 Blumenau
06.08.05 Delta Brasileiro - 3691 Florianópolis
10.08.10 Colunas De Jaraguá - 4081 Jaraguá do Sul
16.08.05 Novo Horizonte - 4185 Camboriú
07.08.99 União Do Sul - 3260 Criciúma
12.08.96 Perseverança E Fidelidade - 2968 Araranguá
18.08.07 Cavaleiros Do Contestado - 3878 Canoinhas
20.08.94 Vale Do Tijucas - 2817 Tijucas
20.08.94 Luz Do Sinai - 2845 Joinville
20.08.00 Estrela De Herval - 3334 Joaçaba
20.08.00 União Das Termas - 3335 Sto. Amaro da Imperatriz
20.08.04 Frat. Jaraguaense - 3620 Jaraguá do Sul
22.08.96 Campeche -2998 Florianópolis
26.08.02 União Navegantina - 3460 Navegantes
29.08.97 Horizonte De Luz - 3085 Xanxerê
Relacionamento
Relacionamentos verdadeiros começam com silêncio. Portanto,
você pode começar a criar um relacionamento melhor consigo,
então, com o Supremo, e então com os outros. A razão pela
qual os relacionamentos com os outros vêm por último é porque
os outros nunca veem em nós o que Deus vê. Frequentemente
nos vemos através dos olhos dos outros. Então, se alguém vê
somente 20% do que somos, também só vemos esse tanto.
Deus nos vê como somos, Ele vê nosso potencial completo. Se
você aprender a olhar-se da forma como Deus o vê, você
começará a ver seu eu verdadeiro.
José Aparecido dos Santos
TIM: 044-9846-3552
E-mail: aparecido14@gmail.com
Visite nosso site: www.ourolux.com.br
"Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos".
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 28/32
Graus Filosóficos
O Irmão Jorge Sarobe (à direita) ingressou na manhã deste sábado no Grau 9.
O Ir Helton Costa o acompanhou em mais este passo na grande caminhada.
Eles são o Segundo e Primeiro Vigilantes, respectivamente, da Loja Templários da Nova Era.
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 29/32
Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
BREVIÁRIO MAÇÔNICO
Para o dia 7 de agosto
AS MÃOS
As mãos fazem a diferença entre os homens e os animais, pois são os membros
capazes de construir com perícia tudo o que possa ser necessário.
Contendo elementos esotéricos, as mãos simbolizam o poder, a perícia, a vontade e os
sentidos.
Maçonicamente, é por intermédio das mãos que se fazem os reconhecimentos; as
posturas em Loja; a abertura do Livro Sagrado; o trabalho construtivo; a união na
Cadeia de União; a defesa pelo manejo da espada; o comando; a condição dos fluidos
para a bolsa de beneficência; as mãos acariciam e ferem em dualismo forte.
O divino Mestre curava e expulsava demônios com um simples toque ou a imposição
das mãos; simboliza o estandarte. No Egito é símbolo de felicidade.
O cego lê a escrita braile com as mãos; a comunicação com o surdo-mudo é feita com
as mãos, que emitem sinais convencionais.
A impressão digital identifica o individuo; o estudo das linhas da palma das mãos, a
quiromancia, revela a personalidade da pessoa.
Duas mãos unidas significam amizade e Fraternidade.
Quem se cumprimenta dá as mãos.
Dar-se as mãos simboliza afeto, apoio e segurança.
Quando dois Irmãos maçons se encontram, devem sempre se dar as mãos; para tanto,
devem
ser limpas, puras e sem nódoas.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 238.
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 30/32
1 –
Evite o glúten utilizando essas 5 farinhas
saudáveis
2 –
Para dançar: 16 músicas que vão
levantar o seu astral!
3 –
Previna a Osteoporose com estas
importantes dicas!
4 –
A Natureza nos dá cada presente, não é
mesmo?
5 -
Cães também têm estilo! Antes e depois
do cabeleireiro!
6 – As melhores fotos:
As melhores fotos.pps
7 – Filme do Dia: “Os Implacáveis” – Dublado
Sinopse: Muito se acredita que Butch Cassidy e Sundance Kid foram mortos em um confronto com o exército
boliviano em 1908. Em Os Implacáveis, Cassidy sobrevive e está vivendo tranquilamente seus últimos anos sob o
nome de James Blackthorn em uma isolada vila da Bolívia. Cansado de seu longo exílio e na esperança de rever
sua família antes de morrer, Cassidy sai numa longa jornada. Mas quando um encontro inesperado com um jovem
e ambicioso criminoso muda seus planos, ele se vê pronto para uma última aventura, aos modos das quais ele não
vivia, desde seus dias de glória com Sundance
https://www.youtube.com/watch?v=Uee5dQ97Mes
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 31/32
O Irmão e poeta Sinval Santos da
Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Era um pequeno quarto.
Minúsculo, pode ser chamado.
Gigante, somente a alma de mulher que
lá habitou.
Uma Artista ?
Não.
Uma grande Artista !
Pintora, poetisa e amante.
Pintou o Céu e de nada esqueceu, nem
JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 32/32
mesmo da minha saudade...
Da lua, trouxe o brilho prateado, pintou a
parede da cor do pecado, e me presenteou
com uma estrela.
Está lá, ao lado esquerdo do luar.
Virou segredo de amor a dois e, ainda, molha
os meus olhos de lágrimas !
Emocionada, recitava poemas antes e depois
do silêncio da madrugada.
O mundo era aquele ninho de amor !
Hoje, é uma fonte de recordações.
Procuro uma palavra mais forte do que
saudade, mas só encontro maldade, pois a
pintura se apagou.
E os versos que para mim eram declamados,
são, agora, perfumes do passado que o vento,
sem piedade, para outros braços levou.
As letras foram embora, mas ficou na memória
a linda rosa amarela, que aquela Artista no Céu pintou !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella – Sem Tropeçar na Marcha (Editorial de domingo) Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Perdão (Coluna do Irmão João Gira) Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – A Fraternidade e a Solidariedade: Suas Raízes, Teorias e Prática... Bloco 5-IrHercule Spoladore – Galo e Bandeirola com os Dizeres “Vigilância e Perseverança” ... Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – O Segredo da Maçonaria Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 7 de agosto e versos do Ir. Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 2/32 2006: Pórtico da Lei Maria da Penha  768 - É eleito o Papa Estêvão IV  1767 - Alvará que concede privilégios aos directores da Real Fábrica de Chapéus de Pombal para aquisição de matérias-primas.  1794 - Tem lugar o último auto-de-fé em Portugal.  1879 - É registrada a maior precipitação de neve no Brasil, quando a cidade gaúcha de Vacaria ficou coberta sob 2 metros de gelo.  1944 - Pablo Picasso termina o famoso quadro O tomateiro.  1955 - Início dos trabalhos de construção do Metropolitano de Lisboa.  1991 - Tim Berners-Lee coloca on-line o primeiro website, inaugurando a World Wide Web. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 220º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Nova) Faltam 146 para terminar este ano bissexto Dia da Independência da Costa do Marfim Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. EVENTOS HISTÓRICOS (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 3/32  1998 - Atentados terroristas contra as embaixadas estadunidenses em Quênia e Tanzânia.  2006 - Sanção da Lei Maria da Penha no Brasil 1850 Fundação do Grande Conselho dos Maçons do Real Arco de Wisconsin, USA. 1869 Primeiro projeto maçônico para emancipação de escravos, de autoria dos IIr.'. Ubaldino do Amaral e José Leite Penteado. 1877 Fundação da Grande Loja do Novo México, dos Maçons Antigos, Livres e Aceitos, USA. 1891 Fundação da Grande Loja El Potosí, México. 1980 Fundação da Loja Maçônica Ceres nr. 09, de Dourados, MS (GOMS 1989 Supremo Conselho do Rito Moderno Brasileiro dá carta patente para fundação de Capítulos de Altos Graus do Rito na França. 1992 Fundação da Loja Força e Virtude nr. 27 de Axixá de Tocantins (GLMET) XXIII Encontro de Estudos E Pesquisas maçônicas Florianópolis(SC), 14 e 15 de outubro de 2016 Caros Irmãos. O XXIII Encontro de Estudos e Pesquisas Maçônicas, que será realizado no Hotel Castelmar, em Florianópolis nos dias 14 e 15 de outubro próximo, pelo Departamento de Membros Correspondentes, da Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas, Oriente de Juiz de Fora, MG, tem o apoio do Grande Oriente de Santa Catarina, do Grande Oriente de Minas Gerais e da MasonWeb (Sistemas Gestores para o Universo Maçônico). Enviamos o Folder do Encontro com as informações para os Irmãos relacionados em nossos arquivos. Caso o Irmão queria recebê-lo novamente, por favor nos comunique que providenciaremos o envio. Chamamos sua atenção três pontos importantes. O primeiro ponto, em relação ao Hotel Castelmar, cujas reservas com preços promocionais estão garantidas apenas até o dia primeiro de setembro do corrente ano. O segundo ponto, em relação ao prazo para envio dos trabalhos, dia 26 de setembro. O terceiro ponto é relativo à inscrição que, quando efetuada, deve ter o comprovante de depósito enviado para meu e-mail (miguel.simao.neto@uol.com.br). Os valores de inscrição constam no Folder. Fraternalmente, Miguel Simão Neto Coordenador Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 4/32 Ir Newton Agrella - CIM 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "SEM TROPEÇAR NA MARCHA" Há algum tempo verifica-se em algumas Lojas aqui no Brasil - que obedecem especialmente ao Rito Escocês Antigo e Aceito - uma anomalia, para não dizer "modismo" no que se refere a Marcha dos Graus. A Marcha é uma técnica adotada nos três Graus Simbólicos na Maçonaria Universal. Historicamente cabe destacar que no Rito Escocês Antigo Aceito desde o seu primeiro ritual datado de 1804 na França - onde o referido rito teve sua origem - a referência dava conta sobre "oito passos normais" e que posteriormente com o advento da divisão dos Três Graus Simbólicos instituiu-se então: Três Passos para o Aprendiz - Dois para o Companheiro e mais Três para o Mestre (os quais não cabem serem descritos). O Ritual é claro e direto quando diz: "passos" e o mesmo não faz rigorosamente nenhuma referência ou orientação dando conta sobre "arrastar os pés" durante a Marcha. Infelizmente esse "arrasta pé" ficou por conta da imaginação fértil de alguns Maçons que na vã tentativa de querer emprestar um caráter mais esotérico à Marcha resolveram querer justificar esse argumento como algo que sugere que o Aprendiz (recém- iniciado) ainda encontra-se em estado de profundo apego à terra e portanto seus passos ainda estão arraigados ao chão. Algo que realmente não explica e que nos parece que não contribui para o desenvolvimento do recém iniciado à Sublime Ordem. O substantivo "passo" enseja uma movimentação e uma articulação das pernas levantando- as normalmente como fazemos ao caminhar. E é isso que o Ritual reproduz. O emérito Ir.´.Pedro Juk - de notório conhecimento da ritualística maçônica já escreveu em artigo publicado no JB News: "...O passo é simplesmente normal desde que sempre se avance primeiro o pé esquerdo e juntando-se a ele pelos respectivos calcanhares o pé direito formando a esquadria. Essa “estória” de se arrastar os pés não condiz com a realidade racional da Ordem, assim como não se sustenta em interpretações pessoais hauridas de conclusões suspeitas. Digo isso 2 – Editorial de domingo –Sem Tropeçar na Marcha Newton Agrella
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 5/32 porque desde o primeiro ritual simbólico datado de 1.804 na França, este genuinamente indicava “passos normais”. Mesmo para aqueles que sustentam que o pé arrastado sugere a idade infantil essa tese não se sustenta, já que um bebê primeiro engatinha e posteriormente titubeia os passos até a sua afirmação, direção e equilíbrio. Penso que o problema são as consultas embasadas em muitos rituais ultrapassados que não raras vezes são tomados por uma falsa autenticidade..." Eis aí um exemplo claro e elucidativo sobre o tema que trouxemos para compartilhar. Há contudo autores de renomado calibre como por exemplo José Castellani - que sugere que os passos arrastando-se os pés tem um caráter místico na Marcha do Grau - ao que este que subscreve discorda, posto que em nenhum ritual maçônico essa peculiaridade aos passos é manifestada ou descrita. Além do que, ninguém é rigorosamente dono de qualquer verdade. O que vale sim, é a história, a prática e a tradição oral e escrita reproduzida em sua autenticidade através dos Rituais Maçônicos das Potências Maçônicas reconhecidas no Brasil que revelam do alto de sua propriedade intelectual como o rito deve ser observado e sua ritualística executada. O autor Rizzardo da Camino outro eminente autor maçônico escreve que a marcha do Aprendiz deve ser realizada com três passos que formam um ângulo reto. Cada passo indica a retidão do caminho que o Maçom deve seguir na jornada da vida; e todos os três unidos indicam que essa reta deve ser conduzida até o Terceiro Grau, ou seja, ao "superlativo" - sem qualquer indício quanto a arrastarem-se os pés. A marcha do aprendiz é feita em linha reta, pois, simbolicamente, se sair do caminho reto não saberá a ele retornar. Ela tem início quando o Obreiro ingressa no Templo e, no Rito Escocês Antigo e Aceito, ela é rompida com o pé esquerdo. A cada passo dado, é formada uma esquad, com a junção dos calc, e sempre à ordem. Esta é a única exceção em que o Obreiro ao caminhar, o faz estando à ordem. Em outras oportunidades o Obreiro caminha normalmente pelo Templo sem estar à ordem. Ficam ai mais alguns pontos para nossos aprofundamentos nos estudos maçônicos, porém sempre atrelados a uma diretriz que se constitui no Ritual Maçônico. Vamos portanto, marchar sem tropeçar. Fraternalmente Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 6/32 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC. Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. PERDÃO “Para as ofensas, a maior arma é o esquecimento. É no esquecimento que se igualam vingança e perdão”. (Jorge Luis Borges). 1. Etimologia: Perdão vem do Latim perdonare, de per-, total, completo, mais donare, dar, entregar, doar. 2. Perdoar é coisa nova: O moderno conceito de perdão, com reconhecimento de culpa, arrependimento e disposição do ofendido para absolver o ofensor, marca o ápice das conquistas éticas da civilização ocidental. Tribos Africanas: Os igbos da Nigéria e os oromos da Etiópia creem que a paz só pode ser alcançada através do perdão, para o qual não é necessário o arrependimento do agressor. Antiguidade Clássica: Os gregos e os romanos não assumiam a culpa por seus erros, sempre atribuídos ao capricho dos deuses. Na tragédia Édipo Rei, de Sófocles (496-406 a.C.), o personagem mata o pai, casa-se com a mãe e se arrepende, mas não existe perdão, pois Édipo agiu às cegas. Budismo: A filosofia fundada quatro séculos antes de Cristo repudia os conceitos de pecado e culpa. A raiva e o ressentimento são ilusões, que devem ser dissipadas através da meditação. Antigo Testamento: José enriquece e seus irmãos, que o haviam vendido como escravo no Egito pedem perdão, mas sem rever sua culpa e apenas para escapar das punições. Novo Testamento: Jesus, nos Evangelhos, manda perdoar e pedir perdão a Deus, que arbitra se concede ou não essa dádiva. Islamismo: A reconciliação é desejável, mas não necessária. Quem perdoa o outro o faz para obter, depois, o próprio perdão por seus pecados junto a Alá. Judaísmo: As transgressões que vão de homem a homem, não são expiadas pelo Yom Kipur, se antes não forem perdoadas pelo próximo. Daí que se costuma pedir previamente o perdão de nossos semelhantes, se eles não perdoam, Deus não poderá intervir. Idade Média: No século VI, os povos germânicos seguiam diversos cânones, combinação de antigos ensinamentos teutônicos, com códigos romanos e Cristianismo. O perdão aos hereges também exigia sua conversão. Na era medieval, o sofrimento voluntário pela mendicância ou autoflagelação parecia ser o único caminho para obter o perdão divino. Na vida secular, dívida e ofensas podiam ser perdoadas, mas isso não incluía arrependimento. Se alguém ferido gravemente 3 – Coluna do Irmão João Gira – Perdão João Ivo Girardi
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 7/32 sobrevivesse por um ano mais um dia, o agressor era automaticamente perdoado. A Reforma Protestante nasceu, em parte, da revolta com a comercialização das indulgências, uma espécie de perdão, vendida pelos bispos e pelos papas. No apagar da luzes da Idade Média, a Lei Sálica predominava no que é hoje a Europa Ocidental. Seus códigos mandavam perdoar hereges arrependidos desde que se convertessem ao Cristianismo. Civilizações pré-colombianas: No século XV, uma lei asteca permitia que uma pessoa confessasse um crime e saísse impune. Mas isso só poderia acontecer uma vez. O objetivo era dar uma segunda chance aos arrependidos. Os maias (século III-IV) possuíam um ritual de perdão coletivo. Em meio a cantorias e danças, as pessoas arrependidas se ajoelhavam diante da outra, de pé. Iluminismo: O sentido moderno do perdão se materializaria nas reflexões éticas do filósofo alemão Imannuel Kant, que transferiu do plano divino para o humano a virtude do perdão. 3. Perdão: Perdoar significa desculpar, absolver, evitar. É o estado de ânimo, em que se encontra alguém, agravado por outrem, seu agressor, e sente-se desagravado. Na Antiguidade clássica grega pouco se escreveu acerca do perdão. Entende-se que esses filósofos estavam mais preocupados com a questão do conhecimento racional e da prática de conduta. Contudo, nas entrelinhas das filosofias de Sócrates e de Platão, considerados os precursores do Cristianismo, encontramos muitas acepções sobre as virtudes, a questão do bem e do mal, a justiça e a injustiça etc. O pecado, na Religião, é um agravo a Deus, e o perdão consiste em não se considerar Deus agravado; ou seja, desagravado. Historicamente considerado, o perdão surge explicitamente no âmbito do Antigo Testamento, onde o caráter antropomórfico e misericordioso de Iahweh é suficiente para livrar o pecador do seu pecado. Na dimensão do Novo Testamento, João Batista pregava o arrependimento do pecador, para que Jesus, depois, perdoasse todos os seus pecados. A diferença entre o Antigo e o Novo Testamento é que no Novo o perdão vem através do Cristo, particularmente pela sua morte redentora na cruz. Ofendido e ofensor estão implícitos no ato de perdoar. Há muitas situações em que fica difícil distinguir um do outro. Todavia, o bom senso sugere-nos que devemos ser tolerantes para com as faltas alheias, pois somos passíveis de incorrer nas mesmas. Por isso, ao ultraje que consideremos grave, sopesemos o móvel de tal juízo. Como saber o que passa no íntimo do nosso próximo? Que problemas complexos o fizeram agir desta ou daquela forma? Será que não fomos o primeiro a atirar a pedra? A vida de Mahatma Gandhi é um exemplo de perdão, embora tenha dito que nunca precisou perdoar, porque achara que nunca ninguém o tinha ofendido. É um caso raro, porque a maioria de nós vive enovelado no ego material. Por essa razão o poeta Alexandre Pope disse: Errar é humano, perdoar é divino. Para que não tenhamos necessidade do perdão, basta que o eu divino liberte-se do eu mundano, ocasião em que as coisas terrenas não terão forças para corromper as espirituais. É fácil esquecer as ofensas e amar os inimigos? Como adquirir forças para vencer os ultrajes? A reflexão sobre a morte do Cristo é de inestimável ajuda. Jesus, que nada tinha de expiar, sofreu macerações acerbas para dar-nos o exemplo do perdão incondicional. Por outro lado, lembremo-nos da dupla recompensa reservada, no além túmulo e nesta existência, para aquele que soube sacrificar-se por amor ao próximo. Tenhamos em mente que o perdão deve estar sempre presente em nossos pensamentos, pois é através dele que vamos conseguindo adquirir forças espirituais para a remoção de todo o mal que envolve o planeta terra. (Sérgio Gregório).
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 8/32 4. Punir e não Vingar: (...) O psicólogo americano Michael Mac-Cullough e autor de Além da Vingança - A Evolução do Instinto do Perdão enxerga a questão pela lente biológica, todo ser humano nasce biologicamente equipado para retaliar quando se ressente de alguma ofensa ou agressão. O biólogo alemão, Keith Jensen acredita que as raízes da vingança precedem o surgimento do Homo sapiens. Diz ele: a existência do desejo de vingança entre os chimpanzés sugere que, nos seres humanos, esse sentimento tem sua origem em um ancestral comum que viveu entre cinco milhões e sete milhões de anos atrás. Colocar a culpa no macaco não explica tudo, mas ajuda a lembrar que, por mais anjo decaído que seja, o homem em seu lugar cativo na escala zoológica. As emoções humanas só podem ser entendidas quando se leva em conta que, tanto quanto nossos narizes e joelhos, elas foram moldadas por forças evolutivas no decorrer de milhões de anos. O medo, por exemplo, é uma emoção útil evolutivamente. Ele foi vital para a preservação da espécie, por nos manter atento às ameaças potenciais e para evitar que corrêssemos riscos. A vingança, especulam os antropólogos, deve ter sido um poderoso elemento de dissuasão, inibindo o agressor e fazendo-o pensar duas vezes antes de atacar de novo. Sentir, planejar e executar um ato de vingança pode ter também o papel de melhorar o sentido de cooperação dentro de um grupo de hominídeos. Em uma visão mais requintada, a vingança, quando voltada para dentro do grupo, transforma-se em punição. Ela é mais cerebral, controlada, e cumpre uma função bem mais específica no processo evolutivo. Jeffrey Murphy, autor do livro Acertando as Contas: O Perdão e seus Limites, diz: A herança evolutiva é rica em valores bastante úteis ao homem moderno. Que qualidades podem existir no ressentimento? Murphy sugere três: auto-respeito, autodefesa e respeito pela moral. A pessoa que nunca se ressente, seja de qual for a ofensa, pode ser um santo. Mas a falta de ressentimentos pode também revelar uma personalidade servil e sem respeito pelos seus direitos e sua condição de indivíduo livre e moralmente respeitável. Aqui se chega ao nó da questão. O desejo de vingança constitui uma parte da natureza humana. Ajuda a estabelecer padrões morais no dia a dia. Ao mesmo tempo pode detonar em forma de violência selvagem. Essa característica cruel assusta as pessoas e mantém a sociedade de sobreaviso. Por sorte, entre o desejo de vingança e a execução da ação existe espaço suficiente para o homem exercer aquilo que a Bíblia chama de livre-arbítrio. A escolha entre o bem e o mal. Refrear o desejo de vingança não é fácil quando alguém sente o coração transbordar de fúria. A cultura é um fator determinante na frequência com que os desejos de retaliação se manifestam numa sociedade. O sentimento de vingança é controlado à medida que um país se desenvolve economicamente e suas instituições democráticas se tornam sólidas. (Do Meio-Dia à Meia-Noite). 4. Perdão judicial: O perdão judicial consiste na abolição da culpa de um indivíduo, perante o Estado, quando este comete delitos sob circunstâncias que estão expressamente definidas no código penal, sendo assim dispensado de cumprir uma pena, determinação, obrigação ou ordem judicial. Um exemplo de perdão judicial está descrito no artigo 121, § 5º do Código Penal Brasileiro: na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 5. Família, lugar de perdão. Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos.
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 9/32 Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros. Por isso, não há casamento saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas. Sem perdão a família adoece. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do coração. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração em um gesto destrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. E por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz alegria aonde a mágoa produziu tristeza; cura onde a mágoa causou doença. (Papa Francisco, Agosto/2016). MAÇONARIA Em Maçonaria substitui-se essa virtude (perdão) pela da tolerância, que é compreensão elevada do ato agressivo. Quem tolera não se acovarda, nem deixa de se sensibilizar, porém compreende que o agressor obedeceu a impulsos que não conseguiu controlar, como a paixão e a emoção. As posturas maçônicas disciplinam esse controle. Perdoar (per e doar) significa dar-se a si mesmo. Quem agride espera reação, para então levar avante a agressão; a agressão não correspondida desarma o agressor. A reação amorosa é fruto de uma disciplina, ou seja, de um exercício que o maçom aprende nas sessões da sua Loja. O perdão, quase sempre, é uma reação posterior à agressão, quando ele deveria ser imediato. Não se confunde tolerância e perdão com covardia, é preciso muita coragem para enfrentar o agressor com armas tão frágeis e diferentes. O impulso de perdoar revela um caráter bem formado. Para finalizar: Peço perdão, em nome de todos os católicos, por todas as injustiças contra os não católicos no decorrer da história. (Papa João Paulo II). Como católico, entendo que foi esta frase que o santificou.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 10/32 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. A FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE: SUAS RAÍZES, TEORIA E PRÁTICA. O VERDADEIRO MAÇOM DEVE EFETIVAR A FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE, QUER DENTRO DA LOJA, QUER FORA DELA. *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS “Os dois termos, fraternidade e solidariedade, podem ser interpretados como sendo uma mesma ação, que visa o benefício alheio, mudando apenas os agentes envolvidos. Se as pessoas que participam da ação são comuns entre si, então é um ato/ação da fraternidade, senão um ato/ação de solidariedade. Socialmente, a fraternidade pode ser considerada como a conduta que norteia a vida de um indivíduo. ‘Ela é desejada, reclamada e fixada como objetivo de todas as religiões, instituições sociais, partidos políticos, etc., estabelecendo o altruísmo contra o egoísmo, a benevolência contra a malevolência, a tolerância contra a intolerância, o amor contra o ódio.’ Pelas definições, fica fácil perceber que Fraternidade implica sempre em um ato de solidariedade, e sendo solidários, muitas vezes somos fraternos. Quando praticamos alguma boa ação e somos solidários, a pergunta que devemos nos fazer é: será que estamos sendo fraternos? Para ilustrar, dar esmola a uma pessoa carente, apesar de ser um ato solidário, é um ato fraterno (considerando que somos iguais à pessoa que recebe à ação, no contexto de sociedade)? Frequentemente confunde-se manifestações de solidariedade e de amor com procedimentos que na realidade não são mais do que ações que contribuem para a manutenção de um estado de coisas que é a suprema negação da Fraternidade, pela injustiça imanente que encerra’. (Excerto do trabalho do Irmão Nilson Ribeiro Modro, intitulado “Fraternidade”) 4 – A FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE: SUAS RAÍZES, TEORIA E PRÁTICA. O VERDADEIRO MAÇOM DEVE EFETIVAR A FRATERNIDADE E A SOLIDARIEDADE, QUER DENTRO DA LOJA, QUER FORA DELA. -José Ronaldo Viega Alves
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 11/32 INTRODUÇÃO A palavra solidariedade é algo que nos remete ao próprio desenvolvimento, sobrevivência e permanência do homem no planeta Terra. Fica difícil imaginar que sem ela permeando as relações entre os homens, conseguiríamos chegar até aqui. Mas, se nem privilégio exclusivo da espécie humana ela é, pois, os animais também possuem sentimento de solidariedade, será que ela é algo que somente pode ser explicado à luz da evolução de Darwin? Será que ela não é em parte produto das religiões que viram aí um conceito a ser ampliado, a ser utilizado, a ser explorado ao máximo? E qual seria a diferença entre fraternidade e solidariedade, no âmbito da Maçonaria? Ou, uma pergunta que sempre me faço: E porque, se tem a impressão de que alguns Irmãos possuem a ideia restrita de que essas práticas são para ser exercitadas somente entre Irmãos ou na Loja? Será que mostrar interesse pela saúde de um Irmão, ou desejo de ajudar a esse Irmão, quando em determinado momento ele esteja passando por dificuldades, envolve uma espécie de ser fraterno, o que não seria ideal, ou viria antes a condição de solidariedade que acompanha o homem desde tempos primitivos? Enfim, os assuntos fraternidade e solidariedade que à primeira vista parecem tão simples, realmente não o são. Há também o fato de que são tênues as fronteiras, entre uma e outra, e envolvem conceitos religiosos, filosóficos e bíblicos, que é o que veremos na sequência. Duas considerações antes, sendo que, em primeiro lugar: em se falando sobre comportamentos, não se pode generalizar. Em segundo lugar: antes de prosseguir, vamos relembrar aquele velho e surrado pensamento de que “a teoria é diferente da prática”. Conscientes de ambas considerações inicias, podemos continuar. Formulemos ou problematizemos o tipo de questão levantada anteriormente dentro do nosso universo: Quando um Irmão está doente, e se afasta do nosso convívio, quanto outro Irmão está adormecido e também se afasta, e por motivos que podem ser o mais variados... Quantos realmente se preocupam em saber, quantos telefonam, quantos visitam esses Irmãos? Está bem, não vamos falar de números ou porcentagens, e vamos ser mais diretos e fazer a pergunta aquela não quer calar: Como é que alguém pode se dizer Irmão, como é que pode se julgar fraterno, ou ao menos solidário com esses Irmãos? Tudo bem, vão dizer que não é assim, que a Maçonaria não é assim... Então, vamos fazer o seguinte: consideremos essa situação como hipotética, mas, não deixemos de refletir sobre ela, afinal, poderia estar acontecendo ou poderá acontecer com muitos Irmãos, em muitos lugares. Sobre as questões apontadas no último parágrafo, vide mais adiante o trecho do presente trabalho que tem por título “Uma lição de como deve ser entendida a fraternidade pelo Maçom”. Outras questões, ademais, envolvendo fraternidade e solidariedade, sobre o que elas tem em comum ou o que o Maçom deve ter presente sobre as mesmas, é o que se pretende mostrar aqui, a partir de agora. SOLIDARIEDADE: O QUE É? Vejamos a definição de “Solidariedade” conforme o disposto no “Grande Dicionário Maçônico Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” de autoria do Irmão Nicola Aslan: “SOLIDARIEDADE - É a dependência recíproca entre elementos componentes, de modo que, o que afeta a um, afeta também ao outro. Na Ética, é o dever moral de assistência entre os membros de uma sociedade, que se julgam formando um todo. Em Maçonaria, a ideia de solidariedade é apresentada com maior ênfase e como a própria base da fraternidade, que deve existir entre os Maçons. Este sentimento é continuamente lembrado pelo giro do Tronco de Solidariedade, que circula em todas as Reuniões maçônicas.” A SOLIDARIEDADE NA ÉTICA CRISTÃ Dentro daquilo que compreende a chamada ética cristã, a solidariedade parte da relação do homem com os seus semelhantes, e pode ser estendida no que tange ao seu entendimento, como uma outra forma de falar e praticar a lei do amor. Quando somos generosos com os nossos semelhantes, demonstramos solidariedade. Essa solidariedade significa comunhão de interesses, além de uma participação nos ideais e benefícios daqueles que são considerados nossos próximos. (Champlin, pág. 262, 2008)
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 12/32 A SOLIDARIEDADE E O SEU PAPEL SOCIAL Alarguemos os horizontes sobre o nosso entendimento para a solidariedade no que tange ao seu papel social: “Solidariedade liga o indivíduo com a sociedade; não consiste somente numa ligação geral e indeterminada do indivíduo ao grupo, mas torna também harmônicos os pormenores dessa conexão. Como os objetos coletivos são sempre os mesmos, sempre tem os mesmos efeitos. Sua função é manter intacta a coesão social, ao manter a consciência coletiva em toda a sua vitalidade. Se negada, perderia sua força se uma reação emocional da comunidade não vier compensar esta parte, ocorre o relaxamento da solidariedade social.” A FRATERNIDADE E A IRMANDADE NA ÉTICA CRISTÃ A Fraternidade é o termo que denota estima respeito e simpatia por aqueles que do ponto de vista espiritual, são nossos Irmãos, ou que pertencem à mesma religião. Numa definição que fosse ampliada abarcaria toda a humanidade já que ela descendência comum são todos irmãos. (Champlin, pág. 816, 2008) Por sua vez, o termo Irmandade, está relacionado ao tipo de vínculo que une irmãos literais, ou seja, indivíduos pertencentes à mesma raça, pessoas que são membros de um mesmo grupo religioso, político, social ou ainda, a uma organização filantrópica. Se for falar, levando em consideração a Bíblia, existe uma irmandade que congrega a todos os homens, pois é derivada da paternidade de Deus. O que é necessário dizer, baseado no que foi dito na ultima frase é sobre o fato de que isso não é colocado em prática, pelo menos com regularidade. Se Deus é Pai de todos os homens, cada um deles é um ser espiritual, portanto, merece todo o nosso respeito. Significa dizer então que os problemas da humanidade de ordem pessoal, comunitário, nacional ou internacional, em grande parte estariam resolvidos, mas, o homem mostra que tem uma natureza egoísta e se preocupa antes de tudo com a satisfação dos seus mesquinhos interesses pessoais. (Champlin, pág. 368, 2008) APONTANDO AS DIFERENÇAS ENTRE SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE Com base no trabalho dos Professores Silvia Regina Ribeiro Lemos Morais e Robinson Moreira Tenório da Universidade Federal da Bahia, disponível na Internet e com o sugestivo título de “Considerações introdutórias sobre as diferenças entre os conceitos de fraternidade e solidariedade”, em seu resumo que dá início ao mesmo, é dito que “Muito embora haja uma estreita ligação entre elas, não se pode confundir solidariedade com fraternidade, porque esta detém uma carga significativa mais ampla que aquela.” LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE Já que o assunto é a Fraternidade, antes de adentrar em outros de seus aspectos, lembremos que as três palavras juntas que pertencem ao lema Liberdade Igualdade e Fraternidade, nos remetem de imediato à Revolução Francesa, mas, é sempre bom lembrar aos Irmãos que o lema não tem origem e além do mais, por falar em lema, elas somente foram utilizadas como tal a partir de 1848, na Segunda república. ACERCA DA FRATERNIDADE Apesar de ser um princípio basilar da doutrina cristã, na Idade Moderna a Fraternidade esteve presente como categoria política no lema Igualdade, Liberdade e Fraternidade. De acordo com o professor Baggio (Baggio, 2008. Pág.8) após a Revolução de 1789, os dois princípios Igualdade e Liberdade foram incorporados como elementos políticos, até mesmo institucionalmente, pois, entraram nas Constituições de vários Estados, enquanto que a Fraternidade ficou distanciada do contexto político, sendo deixada de lado, virando uma espécie de‘conceito esquecido’. Mas, também conforme o Professor Baggio (Baggio, 2008. Pág.23) de forma indireta e através da ideia da solidariedade, foi dada origem à algum tipo de política que visava realizar a dimensão social da cidadania. A Fraternidade propriamente dita ficou ausente de estudos nos ambientes acadêmicos e dos debates políticos, mas, em contrapartida, “a fraternidade tornou-se uma preocupação e ocupação
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 13/32 de religiosos e de grupos que se responsabilizaram ao longo da história pelo socorro às populações excluídas e marginalizadas.” (Barros, 2012, pág. 109) Nos tempos atuais tem havido a nível acadêmico, um resgate e promoção de estudos referentes à Fraternidade com o intuito de melhor compreendê-la, o que envolve saber da amplitude e alcance dos seus efeitos. Já vimos num momento anterior a conotação religiosa do termo, e no que tange ao seu significado nos dicionários iremos encontrar definições do tipo: parentesco de irmãos, irmandade, amor ao próximo, paz, concórdia, etc. Complementando a ideia que o termo traduz, a partir do momento que ele saiu da esfera religiosa, e ganhou uma interpretação do ponto de vista político , deixou de ser visto como a pura e simples realização do mandamento religioso, mas, sim como uma promoção da liberdade política de todo cidadão. Por outro lado para o citado Professor e pesquisador Antonio Baggio (2008, pág. 23) para que a fraternidade ganhe a dimensão política que merece devem ser cumpridas duas condições: deve se constituir em critério de decisão política, contribuindo paralelamente com a liberdade e a igualdade e deve influenciar na maneira como são interpretadas as outras duas categorias políticas, ou seja, a liberdade e a igualdade. Há outros significados e utilizações para a solidariedade, por exemplo, no âmbito jurídico serve para definir uma situação que é estabelecida entre indivíduos, o que se significa dizer que os mesmo são solidários em uma obrigação (credores ou devedores). Tanto que no período romano, a expressão era utilizada nas transações comerciais, com o objetivo de comprometer os integrantes com a responsabilidade de ambos em honrar o negócio que estava sendo realizado, ou tornar sólido o estabelecido naquele contrato comercial. No século XIX com o advento da revolução industrial, a solidariedade assume a conotação de uma resposta comunitária, corporativa e do estado social, em razão da pobreza que vinha crescendo numa sociedade e num regime onde alguns poucos concentravam enormes riquezas. Houve uma ampliação do seu significado que passou a ser visto também como uma relação de ajuda entre grupos de pessoas, além de que, na filosofia foi assimilada por uma corrente que se chamou de solidarismo. Com o fato do significado do termo ir ganhando conteúdo e dentro desse conteúdo o teológico, a expressão solidariedade até passou a ser preferida no lugar de fraternidade, pois, caracteriza modelos de sociedades comunitárias, onde os bens são divididos e as ações praticadas tem a participação de todos, num regime de cooperação integral. Então, o que podemos entender é que há uma ligação muito forte entre a fraternidade e a solidariedade, mas, fraternidade tem uma significação maior, embora, no final do século XIX tenha havido uma tentativa de substituir a ideia de fraternidade pela de solidariedade. Como já ficou subentendido, após a Revolução Francesa, ela, a fraternidade foi um tanto relegada e, aos poucos, até mesmo substituída pela palavra solidariedade conforme Andrade (2010, pág. 28), mas, como ele mesmo diz: “De toda forma, o princípio de fraternidade, quase todo o tempo, se quedou como princípio de solidariedade social, a partir da ideia de que um laço fraternal une todos os homens numa só família, a partir de uma base religiosa”. SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE: AS VERTENTES VERTICAL E HORIZONTAL Uma linha de pensamento muito interessante e que vem contemplar algumas das respostas às nossas dúvidas é aquela maneira de distinguir entre uma e outra, que parte do ponto de vista das linhas vertical e horizontal. Vejamos como se processam então essas diferenças envolvendo fraternidade e a solidariedade, com base no trabalho citado anteriormente de autoria dos Professores Silvia R.R. Lemos Morais e Robinson M. Tenório: “Uma forma de distinção entre solidariedade e a fraternidade pode se dar pelo ponto de vista das linhas vertical e horizontal. A primeira representa a assistência de um indivíduo superior aos demais, como por exemplo, o dever de assistência social do estado para os cidadãos, ou seja, refere à ação direta dos poderes públicos com a intenção de realizar políticas públicas de bem estar social com o intuito de diminuir a injustiça social e permitir o pleno desenvolvimento da pessoa humana. Já a vertente horizontal, por sua vez, remete a uma ideia de ajuda recíproca, proteção e amparo entre os próprios
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 14/32 cidadãos, não existindo qualquer desnível entre as partes envolvidas. Isso acontecerá caso exista entre os particulares de uma mesma relação de vínculo afetivo particularmente relacionado ao sentimento entre os membros de uma mesma família. Em outras palavras, conforme aponta Baggio (2008, pág. 23): ‘A Solidariedade _ como muitas vezes foi historicamente realizada _ viabiliza que se faça o bem ao outro mesmo mantendo uma posição de força, uma relação ‘vertical’ que vai do forte ao fraco; a fraternidade, no entanto, pressupõe o relacionamento horizontal, a divisão dos bens e dos poderes, tanto que sempre mais se está elaborando _ na teoria e na prática _ a ideia de uma ‘solidariedade horizontal’, que se refere à ajuda mútua entre diferentes sujeitos, sejam estes pertencentes ao âmbito social, seja no nível da paridade institucional.’ Pode-se dizer que solidariedade foi estabelecida para resolver os problemas sociais, quando a pobreza deixou de ser um problema individual e se transformou em um problema da sociedade, precisando da intervenção dos poderes públicos (Nabais, 2005, pág. 115). Neste caso, a solidariedade passou a ser compreendida como uma forma de pressionar o estado para que, através dos órgãos públicos, tome uma atitude afetiva de erradicar a marginalização e diminuir as desigualdades sociais parar reparar dos desníveis sociais produzidos pelo mercado capitalista. Tal afirmação é abordada por Barros (2012, pág. 110), quando menciona que: ‘A solidariedade entendida como a única forma de pressionar o Estado e a sociedade civil contra os efeitos da brutalidade das políticas neoliberais sobre as populações mais pobres. Aceitar essa situação é aceitar que os pobres, os excluídos e as maiorias vitimadas pelos processos de desigualdades não sejam reconhecidos como membros da comunidade de seres humanos.’ COMENTÁRIOS: A solidariedade num ambiente macro como o que acabamos de expor acima, e utilizada como instrumento de pressão, conforme as palavras de uma estudiosa como a Professora Ana Maria de Barros, expõe a perversidade do sistema capitalista. O problema apontado deixa muito claro o quanto de ‘humanidade’ possui a Humanidade. No caso, a fraternidade, o sentimento cristão de que somos todos irmãos é que moveria sem dúvida a participação espontânea, já que todos somos membros de uma mesma e grande família humana. Mas, sabemos que este entendimento não é simpático a todos, não engajaria todos, pois, o homem, não todo homem, mas em sua grande parte é egoísta. SOBRE A SOLIDARIEDADE HUMANA E A FRATERNIDADE UNIVERSAL Diz o Ritual do Aprendiz-Maçom: “A Moral mais pura funda-se sobre a primeira das Virtudes: a SOLIDARIEDADE HUMANA. O verdadeiro Maçom pratica o Bem e leva a sua solidariedade aos infelizes, quaisquer que eles sejam, na medida de suas forças. (...)” E do “Vade-Mécum Maçônico” do Irmão João Ivo Girardi extraio a seguinte passagem: “A fraternidade universal não é uma ideia nova, ou de origem maçônica, mas certamente, se vivenciada, resolveria a maior parte dos grandes conflitos humanos. Assim, o princípio da fraternidade é a pedra fundamental, a base em que se apoia toda a instituição maçônica.” A MAÇONARIA, A SOLIDARIEDADE E A FRATERNIDADE COMO OBJETO DE CONSOLIDAÇÃO SOCIAL O Irmão Luiz Gonzaga da Rocha em um artigo da sua autoria intitulado “Descortinar da Fraternidade Maçônica” foi muito feliz em abordar durante um Encontro de Membros e Membros Correspondentes da Loja Maçônica Fraternidade Brasileira de Estudos e Pesquisas, em Juiz Fora, os sentidos todos que a palavra Fraternidade adquire e o que deveria ser repensado com relação a isso. Diz ele, em determinado momento: “Estou convencido de que se os Dirigentes Maçônicos, em todos os níveis não entenderam a fraternidade maçônica como fator de crescimento e de consolidação social, enfrentarão muitas dificuldades para entenderem o esforço que alguns maçons fazem para reformular velhos conceitos e caminhar para substituição da concepção de fraternidade incorporada nos moldes ‘estrito senso’ para a concepção de fraternidade em moldes ‘lato senso’.
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 15/32 E mais adiante: “Então, fica fácil perceber que o significado de fraternidade perpassa o pensamento maçônico individualizado e focado no maçom, para se ficar no sentimento de irmandade entre todas as pessoas e nos remete às ações que comprovam respeito à dignidade de todos os seres humanos considerados iguais e com plenos direitos.” Agora, o mais importante, ou aquilo que todo Maçom deveria ter em mente, do meu humilde ponto de vista, e que o Irmão Luiz Gonzaga da Rocha soube apontar corajosamente: “Em sentido estrito, a aplicabilidade do conceito de fraternidade entre os maçons é matéria apenas de proselitismo (Guimaraes, p. 330), é um desacerto, por pressupor que a fraternidade maçônica abranja, tão somente, os membros das Lojas ou da ordem Maçônica. A fraternidade _ a verdadeira fraternidade _ não conhece limites ou fronteiras físicas, nem se restringe a um grupo ou associação de pessoas por mais relevantes que estas possam ser.” COMENTÁRIOS: Imaginem que o ser humano por suas características especiais, digamos assim, entre as demais espécies do planeta, dando para ressaltar aí essa sua sensibilidade diferenciada, desde os tempos mais remotos descobriu e praticou a solidariedade, claro que, num grau menor, mas, de acordo com a Evolução, onde se inclui fatores de ordem biológica e adaptativa, demonstrou usar da solidariedade desde o seu processo de hominização. Por exemplo: “Os ancestrais hominídeos ao saírem em busca de alimento, não o consumiam individualmente, mas o traziam ao grupo para reparti- lo solidariamente. Foi a solidariedade que permitiu o salto da animalidade à humanidade. (MORIN, o método III, p. 32) e à criação da sociabilidade que se expressa pela fala.”(Da Costa, pág. 153, in “Discutindo a Origem Evolutiva da Solidariedade Humana) Voltando ao comentário do Irmão Luiz Gonzaga da Rocha: “Ouso adiantar que a ‘fraternidade maçônica’ é uma balela quase que por completa, seja por não entender e/ou não considerar que a verdadeira fraternidade assenta-se na ideia de que todos os seres humanos são iguais, e possuem igual dignidade, iguais direitos e deveres; ou seja, por não considerar e/ou não entender que a fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume todos os deveres e direitos dos homens, uns para com os outros. Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização da felicidade social, a fraternidade é a pedra angular, é a base. Sem ela, não pode existir a igualdade, nem a fraternidade. A Maçonaria, por seus membros e Lojas, precisa investir em entender, compreender, fazer valer a fraternidade como fator de crescimento e consolidação social da Ordem.” UMA LIÇÃO DE COMO DEVE SER ENTENDIDA A SOLIDARIEDADE PELO MAÇOM Em seu “Manual Del Aprendiz” Aldo Lavagnini (Magister) discorre sobre a solidariedade e como ele deve ser entendida no âmbito maçônico: “La solidaridad es el sentimiento de unión que nace de un común Ideal, de una comunidad de aspiraciones, una unión consolidada en el mundo espiritual, que se manifiesta exteriomente en pensaminentos, palabras y acciones por medio de los cuales se hace evidente y se realiza en términos de vida. Los que luchan por una particular Idea son solidarios en todo lo que se relaciona con aquella idea. Y lós que más bien que por uma idea particular, se esfuerzan para lograr el triunfo inpersonal del Bien, de la Verdad y de la Virtud (como son, o deberían ser, los masones), convendría que se hallaran todavia mas hermanados entre sí, que el triunfo de las más nobles aspiraciones humanas no pude conseguirse sino con la cooperación y los esfuerzos de todos los que las conprenden. La solidaridad de los masones debe ser, pues, solidaridad en el Bien, en la Verdad y en la Virtud, solidaridad en todo lo que sea Justo, Noble, Digno y Elevado. Una solidaridad pronta para expresarse en cualquier momento con palabras y acciones perfectamente conformes a estas aspiraciones que deben dirigirnos y con las cuales verdaderamente se realiza el místico Reino de los Cielos sobre la tierra y se hace la voluntad de Dios, que es el Bien y su triunfo, así en el cielo como en la tierra.”
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 16/32 UMA LIÇÃO DE COMO DEVE SER ENTENDIDA A FRATERNIDADE PELO MAÇOM O primeiro parágrafo, e que vem na sequência, dá uma ideia de que os problemas que afligem os homens e por extensão os Maçons, descrito numa outra língua, por um autor estrangeiro, são perfeitamente entendíveis, além de soar familiares. Vejamos: “Se habla mucho de fraternidad entre los masones, como entre los miembros de otras sociedades que la sustentan entre sus objetos; pero, si del campo de la palabra y de la pura teoria, dirigimos nuestra mirada a la práctica de la vida diaria, vemos cómo la efectiva realización de la fraternidad deja mucho que desear, y ésta es la causa de que muchos se desilusionen y pierdan toda confianza sobre la veracidad de este ideal. (Grifo meu!) Y, sin enbargo, nunca podemos esperar una realización de fraternidad diferente del entendimiento particular de cada cual. En otras palabras, no es suficiente que uno se llame masón o que sea miembro de otra fraternidad para que los demás deban sentirse con derecho a exigir uma manifestación de fraternidad en todos los campos de la vida, conforme a sus particulares ideales. (Grifo meu!) Agora Irmãos atentem para o que considero a grande lição, o que deve explicar o que sentimos quando achamos que não existe uma contrapartida de todos, ou mesmo um compromisso, ou ainda, fraternidade que não bate com aquele que é decantada nos trabalhos que fazemos e cujo tema sempre acabamos escolhendo por soar tão maçônico, ou mais, quando refletimos e nos perguntamos sobre o porquê de alguns Irmãos serem praticamente esquecidos por membros de uma Instituição que coloca a fraternidade em primeiro lugar. “El amor se da, pero nunca puede exigirse: lo mismo debe decirse de la fraternidad, que no puede ser sino una manifestación del amor. Ninguna verdadera y sincera manifestación de fraternidad puede obtnerse si no es en cuanto uno verdaderamente la siente y realiza inteiormente: um masón se hará verdadero masón y hermano según se sienta en si mismo el Ideal masónico y se reconozca como hermano de los demás.” (Grifo meu!) COMENTÁRIOS: Os últimos parágrafos extraídos da obra de Aldo Lavagnini (Magister) me deram algumas das respostas que estive buscando por um longo tempo, e elas eram cristalinas e simples. Será que não estava sabendo formular a pergunta correta? E com relação ao resto da humanidade, a resposta veio também mais adiante: “Esta fraternidad será primeramente entre hermanos, pues solo los que la entienden y se reconocen como hermanos pueden realizarla; pero, como el amor no pude tener ningún límite verdadero, y no existe condición o estado en que no pueda manifestarse, no hay ser o manifestación de la Vida Universal a quienes no pueda y deba extenderse. Esta es la Fraternidad de Iniciados y de los verdaderos Maestros.” (Grifo meu!) E PARA REFLETIR Dentre as várias leituras realizadas visando a feitura deste trabalho, transcrevo uma passagem sucinta, mas, providencial, e que consta na peça de arquitetura do Irmão João Paulo Sventnickas, que foi intitulada “Fraternidade”. Diz assim: “Quantas vezes o simples fato de destinarmos um tempo para escutar os lamentos de um irmão que passa por dificuldades emocionais, familiares, de saúde e etc. já é uma ajuda imensurável. (...) enfim, quantas e quantas maneiras diferentes temos de ajudar um irmão ou a sua família, sem a oferta de dinheiro.” CONCLUSÃO Por que escrever sobre isto, se tantos já escreveram? Para concluir que fraternidade e solidariedade se completam? Isso é uma verdade, assim como é uma verdade que alguns aspectos não são tocados quando se escreve sobre isto, o que foi feito. E se o que foi exposto, as perguntas que foram feitas, as respostas apresentadas, resta ainda ter despertado nos Irmãos, tomara que sim, uma reflexão sobre a fraternidade e a solidariedade. Afinal, sempre se esbarra na diferença que existe entre teoria e prática, e este deve sim ser um motivo de reflexão de nós todos. Além de que, parece que os seus significados
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 17/32 transcendem aqueles tão comuns. Se a ideia for captada, se a reflexão se fizer necessária, se isto vier a acontecer ou estiver acontecendo durante a leitura, o trabalho e o tema escolhido já valeram à pena. Daria para dizer que uma delas tem um sentido mais afinado com a Maçonaria, depois de tudo o que foi exposto? Se a solidariedade é o sentimento de estar junto aos seus semelhantes e ajudá-los quando eles estejam precisando de algo, e a Fraternidade ser traduzida como isso tudo o que já foi dito sobre a solidariedade aliadas aos aspectos sentimento de tolerância, de amor e de respeito, então a segunda é tudo o que o Maçom deve incorporar para com o seu irmão e para com os seus semelhantes. Se ao Maçom cabe o compromisso de trabalhar a pedra bruta da solidariedade humana visando um mundo melhor e mais justo para o seu semelhante, esse seu semelhante não é o somente o seu Irmão maçom, mas, qualquer ser humano. A resposta que veio por intermédio da obra de Lavagnini, em seu livro dirigido ao Aprendiz, me faz estar convencido de que a surrada expressão “eterno Aprendiz” é para ser usada durante toda a nossa senda maçônica. Consultas Bibliográficas: Internet: “A Solidariedade Maçônica” – Texto disponível em: Maconariamissaovelha.blogspot.com.br “Descortinar da Fraternidade Maçônica” – Artigo da autoria do Irmão Luiz Gonzaga da Rocha. Disponível em: www.unidosporbrasilia.com.br “Discutindo a Origem Evolutiva da Solidariedade Humana” – Artigo da autoria de Otávio Barduzzi Rodrigues da Costa. Disponível em: www.marila.unesp.br.../otavioCosta (150-170).pdf “Émile Durkheim – Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica.”- Disponível em: https://comportamentohumano.wordpress.com “Considerações introdutórias sobre as diferenças entre os conceitos de fraternidade e solidariedade.” – Trabalho de autoria dos professores Silvia Regina Ribeiro Lemos Morais e Robinson Moreira Tenório. Disponível em: www.equidade.faced.ufba.br/...consideracoes-introdu... Livros: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” Volume 4 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 3ª Edição - 2012 CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” – Volumes 2, 3 e 6 – Editora Hagnos – 9ª Edição – 2006 GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2ª Edição - 2008 LAVAGNINI, Aldo. (Magister) “Manual del Aprendiz” – Editorial Kier S.A. Vigésima Edición – 1998 – Buenos Aires - Argentina O PRUMO 1970 - 2010 – COLETÂNEA DE ARTIGOS – Grau 1 –Aprendiz – Volume 1. “Fraternidade” – Trabalho da autoria do Irmão Nilson Ribeiro Modro – Florianópolis - 2010. O PRUMO 1970 - 2010 – COLETÂNEA DE ARTIGOS – Grau 1 – Aprendiz – Volume III. “Fraternidade” – Trabalho da autoria do Irmão João Paulo Sventnickas – Florianópolis- 2010. Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – GORGS – Porto Alegre, RS – 2010-2013
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 18/32 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br GALO E A BANDEIROLA COM OS DIZERES “VIGILÂNCIA E PERSEVERANÇA” NA CÂMARA DE REFLEXÕES. A Câmara de Reflexões é um local um tanto quanto discreto, meio escondido, num templo maçônico, sem janelas, pouca luz, quase escuro, parecido com uma gruta ou caverna, semelhante às antigas iniciações, onde o candidato fica só um determinado tempo, para sua reflexão, com sua iniciação em andamento, realizando a primeira prova a chamada prova da terra. Para alguns ela simboliza o centro da Terra de onde o candidato veio e para onde voltará. È um local ideal para meditação e introspecção. Aí o candidato inicia a procura do EU e a consciência da relação deste EU com o GADU. Nem em todos os Ritos a Câmara de Reflexão é igual. A de alguns ritos é mais simples. Mas principalmente a do REAA tem uma simbologia alquímica, esotérica e hermética muito grande. Entre os símbolos existentes dentro da Câmara de Reflexão existe pintado na parede um galo em posição de canto, encimado por uma bandeirola que alguns autores a chamam de flâmula ou filactera, com os dizeres “vigilância” e “perseverança”. Seria uma espécie de banda ou bandeirola que por cima dos escudos e brasões, ou isoladamente aparece sempre com uma legenda inscrita. Vigilância dos dicionários quer dizer ato de vigiar, precaução, cuidado, zelo, diligência. Perseverança quer dizer qualidade ou procedimento de pertinácia, constância, firmeza e ainda persistência. Nos manuais maçônicos os dizeres referidos significam “vigiar severamente”. Sugere ao candidato que ele desde aquele momento deverá estar sempre atento e esperto aos símbolos que ora está vislumbrando, mas cuja compreensão só conseguirá com muito estudo e perseverança e com mais tempo de Ordem. Quanto ao galo este apresenta um simbolismo mais abrangente com uma tradição mais extensa e mais antiga. 5 – Galo e Bandeirola com os dizeres “Vigilância e Perseverança” na Câmara de Reflexões - Hercule Spoladore
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 19/32 O galo é uma ave da ordem dos galiformes, da família dos fasianídeos. Teria aparecido no sul da Europa nos tempos pós-homéricos, cerca de cinco a seis séculos a.C. Ao que tudo indica ele foi trazido pela guerra dos persas, sendo incluído na Europa. Segundo narrativa grega Áries (Marte) passava as noites com Afrodite durante a ausência do esposo Hefaistes (Vulcano) e havia incumbido Alektraon de ficar vigiando a chegada do marido. Mas Alektraon dormiu e o marido surpreendeu os amantes. Áries para castigar o falso vigilante transformou em um galo. Alektraon que em grego antigo quer dizer galo, uma ave castigada a eterna vigilância. Diz-se que o galo cantando de madrugada (embora também cante em outras horas), assombra o leão, espanta os demônios, dissipa o terror da noite. Na antiga Líbia os viajantes levavam consigo um galo, pois acreditavam que ele os protegeria dos leões e basiliscos. Os basiliscos eram monstros míticos, cujo olhar matava instantaneamente quem os olhasse. Seriam produtos da concepção de um ovo de galinha chocado por uma serpente. Com o canto do galo estes monstros morreriam em convulsões. Para os antigos o canto do galo era ouvido com alegria, durante a noite, pois espantava os supostos demônios. Dizia-se que o galo afugentava a noite e chamava o dia. A crença persa continuou a persistir na Europa onde afirmavam que o galo desperta a aurora, convoca a humanidade a saudar a perfeição sagrada e o canto esconjura os espectros e demônios. Por isso ele simboliza a alvorada. O seu canto marca a hora do amanhecer, portanto a vitória da Luz sobre as Trevas. O galo é considerado o arauto do sol e também o anunciador da ressurreição do sol. Vemos aqui o seu relacionamento com o culto solar dos antigos. Heliodoro, autor grego, escreveu no século III que o galo canta por causa de seu parentesco com o sol e ele também estaria associado á Asclépio, o deus da Medicina. Por associação se faria a combinação galo-sól-poderes vitais. Acredita-se que esta ave era consagrada à Apolo, deus do sol. No folclore o galo tem significados interessantes, até hilariantes como, por exemplo, se cantar fora de hora significa que moça foge de casa, também indica mau agouro. Sacrifícios de galos já foi uma prática usada que ainda perdura em alguns cultos. No Oriente dizia-se que sangue de um galo sacrificado à cabeceira de um doente e espargido sobre o mesmo poderá ocorrer uma cura instantânea. No Ceilão, Escócia, Alemanha numerosos ritos de sacrifício, usavam amuletos e preparados, preparavam poções e sempre mantinham um galo associado à magia curativa.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 20/32 No ocultismo usa-se o galo na alectriomância, ou seja, a adivinhação com auxilio do galo, o qual é colocado no centro de um círculo ou quadrado, dividido em vinte e quatro partes, tendo cada uma, uma letra do alfabeto e um grão de milho. A interpretação seria dada de acordo com a ordem de bicação do milho. Ainda no ocultismo fala-se de uma pedra encontrada no fígado ou estomago do galo, cujo nome é alectório e que torna invencível quem possuir uma. Entre os hermetistas, o mercúrio aparece sob a forma de galo. Seria o símbolo da pureza, sabedoria e inteligência. É também considerado como símbolo da vigilância da ousadia ou intrepidez. O galo era consagrado ao mercúrio. Diz-se que ele tem as qualidades do mercúrio secreto (alquimia). Entre os católicos o galo lembra a Penitência e São Pedro, o qual negou a Cristo antes do galo cantar três vezes. O galo aparece em muitas torres de Igrejas. Os cristãos primitivos se reuniam ao primeiro canto do galo. Nestas alturas já se entende que o galo que aparece na Câmara de Reflexões não é um símbolo maçônico. A Maçonaria o tomou emprestado. Ele praticamente está presente em todas as culturas antigas. Logo, apesar de usado na Ordem não é um símbolo de origem maçônica, mas adotado pela Ordem. O galo simboliza a Vigilância, lembrando que o maçom deverá ser vigilante na função que desempenhar na sociedade. Na Câmara de Reflexões perto da ampulheta significa que o tempo não para, não cessa para o maçom. O galo também simboliza as forças adormecidas que a iniciação tenta despertar nos neófitos anunciando a luz que ele irá receber, como se fora uma verdadeira ressurreição porque o maçom ao ser iniciado, morre para o vicio e nasce para a virtude ou seja, morrendo para vida profana e ressurgindo num plano de espiritualidade mais completo e elevado. É lógico que todos os demais símbolos existentes na Câmara de Reflexão fazem parte do processo iniciático, cada qual complementando e se interagindo com os demais.
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 21/32 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br O SEGREDO DA MAÇONARIA A Lenda da Palavra Perdida A Lenda da Palavra Perdida é uma alegoria cabalística, provavelmente criada pelos autores gnósticos dos primeiros séculos da era cristã. Ela tem como tema central a crença no poder do Nome Sagrado de Deus e que este era um segredo iniciático da maior relevância. Embora os sacerdotes da religião judaica já trabalhassem com esse tema desde os primórdios da adoção do Javismo como religião nacional, foi, entretanto, com o entrelaçamento das crenças judaicas com a filosofia grega, que o tema ganhou maior relevância e passou a integrar o conjunto das alegorias que davam corpo á doutrina que nós hoje conhecemos como gnosticismo. Na Maçonaria o simbolismo que envolve o Inefável Nome de Deus é um tema de grande importância iniciática. De uma forma geral, os maçons adotaram a tradição cabalística de que o verdadeiro significado desse Nome é um segredo guardado a sete chaves pelos Mestres da sabedoria arcana. Assim, os ritos maçônicos trabalham com a ideia de que os sons vocálicos originais do Tetragrama YHVH são interditos ao vulgo, e a pronúncia correta dessa palavra está confinada á sabedoria de muitos poucos escolhidos. Essa ideia está expressa na alegoria da Palavra Perdida, que é desenvolvida no ritual de alguns graus dos Ritos Escocês e do Arco Real através da Lenda de Enoque e as Duas Colunas de Bronze. Em resumo essa lenda diz o seguinte: Enoque, durante um sonho que teve, foi informado que Deus tinha um nome secreto que aos homens não era lícito saber, porque se tratava de uma palavra de grande poder. Esse nome, Deus o comunicou aos seus ouvidos, mas proibiu que o divulgasse a qualquer outro ser humano. Nessa ocasião o Senhor o informou também sobre o castigo que iria ser lançado sobre a humanidade pecadora, através do dilúvio. O Inefável Nome de Deus era a chave que poderia proporcionar aos homens todo o conhecimento secreto e um dia, quando fossem merecedores, ele lhes seria revelado. Mas para que essa Palavra Sagrada não fosse perdida após a catástrofe que destruiria a humanidade inteira, Deus instruiu Enoque para que a gravasse numa pedra triangular, numa língua só inteligível aos anjos e a ele próprio (a Cabala). Portanto, mesmo que alguém descobrisse um dia a grafia do Verdadeiro 6 – O Segredo da Maçonaria João Anatalino Rodrigues
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 22/32 Nome de Deus, isso de pouco adiantaria ao seu descobridor, pois a pronúncia dessa Palavra Sagrada lhe estaria interdita.1 Antes do dilúvio havia sobre a terra civilizações bastante desenvolvidas em termos de artes e ciências. Era uma civilização bárbara, liderada por homens gigantes, os filhos que os anjos caídos (os nefilins da Bíblia) tiveram com as filhas dos homens. Essa civilização era má, arrogante e descrente. Por isso Deus anunciou a Enoque que iria destruí-la. Para preservar os conhecimentos dessas antigas civilizações Enoque fez com que vários textos, contendo conhecimentos científicos, fossem gravados em duas colunas, e em cada uma delas esculpiu o nome sagrado.2 Uma delas era feita de mármore, a outra fundida em bronze. Essas colunas ele as pôs como sustentáculo em um suntuoso templo que mandou construir em um lugar subterrâneo, só dele e de alguns eleitos, conhecidos. Esse templo tinha nove abóbadas, sustentadas por nove arcos. No último arco Enoque mandou gravar o Delta Luminoso, que simbolizava o Nome Inefável, e fez um alçapão onde guardou a pedra na qual ele havia gravado esse Nome. Com o evento do dilúvio todas as antigas civilizações foram destruídas e seus conhecimentos científicos e artísticos perdidos. Noé e sua família, os únicos sobreviventes dessa catástrofe, nada sabiam dessas antigas ciências. Das colunas gravadas por Enoque, somente a de bronze pode ser recuperada pelos descendentes desse patriarca. Nela constava o Verdadeiro Nome de Deus, mas não a forma de pronunciá-lo, pois essa sabedoria estava escrita na coluna de mármore. Assim, essa pronúncia permaneceu desconhecida por muitos séculos, até que Deus a revelou a Moisés em sua aparição no Monte Sinai. Mas Moisés foi proibido de divulgá-la, a não ser ao seu irmão Aarão, que seria, futuramente, o Sumo Sacerdote do povo hebreu. Deus prometeu a Moisés, todavia, que mais tarde o poder desse Nome seria recuperado e transmitido a todo o povo de Israel. Segundo a tradição cabalística isso só aconteceu nos tempos de Shimon Ben Iohai, o codificador da Cabala, mas nem todo o povo de Israel compartilhou dessa sabedoria, uma vez que ela continuou sendo transmitida apenas aos rabinos que atingiam os graus mais altos na chamada Assembléia Sagrada. Segundo essa lenda, Moisés havia mandado que o Nome Inefável, com a pronúncia correta, fosse gravado em uma medalha de ouro e guardado na Arca da Aliança juntamente com as tábuas da lei. Dessa forma, o Sumo Sacerdote, em qualquer tempo, poderia compartilhar dessa sabedoria e invocar o Grande Arquiteto do Universo na forma correta. Esse era o segredo da Schehiná, ou seja, a estratégia segundo a qual Deus se manifestava ao povo de Israel, através da Arca da Aliança. Porém, a Arca da Aliança foi perdida em uma batalha que os israelitas travaram contra os sírios. Mas, guardada por leões ferozes, os sírios nunca conseguiram abri-la e mais tarde ela foi recuperada pelos sacerdotes levitas. Durante as batalhas que o povo de Israel travou contra os filisteus pela posse da Palestina, a Arca foi perdida mais uma vez, sendo capturada pelo exército inimigo. Os filisteus, que não sabiam do poder que tinham nas mãos, fundiram a medalha de ouro com o Nome Inefável e a colocaram num ídolo dedicado ao Deus Dagon.3 Esse foi um dos motivos pelos quais Deus instruiu Sansão para que este praticasse seu último ato de força no Templo dos filisteus em Gaza, matando um grande número deles. E dessa forma o registro escrito dessa Palavra foi perdido para sempre. Assim, durante longo tempo a forma de pronunciar o Nome Inefável ficou oculta, até que Deus o revelou a Samuel e este o transmitiu aos reis de Israel, Davi, e depois a Salomão. 1 Na imagem, o Delta com o Tetragrama Sagrado. 2 A Bíblia se refere aos três descendentes de Cain, Jubal, Jabel e Tubal-Cain como aqueles que iniciaram a civilização nas técnicas da agricultura, pastoreio e metalurgia. 3 Conforme o ritual da Maçonaria.
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 23/32 Após construir o Templo de Jerusalém, (que reproduzia a forma e a estrutura do templo construído por Enoque, inclusive com os nove arcos, onde, no nono, se erguia o Altar do Santo dos Santos, no qual a Arca da Aliança estava depositada), Salomão determinou a Adoniran, Stolkin e Joaben a construção de um templo dedicado á Justiça. Estes, após escolher e cavar o terreno para a preparação dos alicerces verificaram que o lugar escolhido era exatamente o mesmo onde Enoque havia construído o seu templo. Após demoradas pesquisas e árduos trabalhos escavando as ruínas, descendo a diversos níveis subterrâneos, os mestres destacados por Salomão, sob o comando de Adoniram, descobriram a coluna de bronze onde o sagrado Delta estava gravado. Foi essa coluna que serviu de modelo para Hiram fundir as duas colunas de bronze que ornavam o Templo de Salomão. Dessa forma, o Verdadeiro Nome de Deus foi recuperado e pode ser transmitido ao povo de Israel na sua forma escrita, mas a sua pronúncia permaneceu um segredo compartilhado por poucas pessoas, pois a coluna de mármore, onde essa sabedoria estava inscrita, fora destruída pelo dilúvio. Somente Salomão, o Rei de Tiro e os três mestres que desceram ao subterrâneo detinham esse conhecimento, pois este lhes fora transmitido pelo profeta Samuel, antes de morrer. Com o desaparecimento daqueles personagens, ficou perdida novamente a pronúncia da Palavra Sagrada. Os mórmons e a Lenda de Enoque Esse é o conteúdo da lenda maçônica, que revela um conhecimento iniciático de grande relevância, pois o personagem Enoque não é exclusivo da tradição hebraica. Ele, na verdade, é um arquétipo presente na mitologia de vários povos antigos e cultuado como “mensageiro dos deuses” e arauto do conhecimento divino, transmitido aos homens na terra. No Egito ele era associado ao deus Toth, que teria trazido aos homens o conhecimento da escrita, da metalurgia e da agricultura. Na Grécia foi conhecido como Hermes, o Senhor da Magia e da ciência. Na tradição celta havia um personagem análogo, que ficou conhecido na mitologia daquele povo como Merlin, o mago, guardião dos portais do conhecimento. Entre os maias ele foi Quetzacoatal, o civilizador, que trouxe para aquele povo o conhecimento que ostentava aquela antiga civilização. Em todas essas tradições, o personagem aparece como guardião das chaves do conhecimento, que antigas civilizações ostentaram e perderam em virtude do mau uso que fizeram deles. A lenda maçônica, tal qual ela aparece nos rituais, não será encontrada nos chamados apócrifos de Enoque. Ela provavelmente foi inspirada nos textos dessas obras, mas não consta textualmente delas. Vale registrar que ela encontra um curioso paralelo no Livro de Mórmon, onde um personagem chamado Mórmon, referido como profeta-historiador, invoca os conhecimentos de uma antiga civilização que teria sido a antecessora dos maias, astecas e incas, as grandes civilizações da América. Um desses livros registra o ministério pessoal que Jesus Cristo teria desenvolvido junto aos povos americanos logo após a sua ressurreição, ensinamentos esses que teriam sido registrados por Mórmon, que os entregou ao seu filho Morôni, que por seu turno os ocultou em um monte chamado Cumora. Durante cerca de dezoito séculos esses ensinamentos, que haviam sido gravados em placas de ouro, ficaram perdidos. Mas em 21 de setembro de 1821 Cumôni teria aparecido a um maçom- profeta de nome Joseph Smith e mostrado o lugar onde as placas estariam escondidas. Depois ensinou ao mesmo Smith como decifrar e traduzir para o inglês os referidos escritos.4 4 Foto de Joseph Smith, fundador da Igreja Mórmon. Fonte: veja.abril.com.br
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 24/32 Assim nasceu o Livro de Mórmon, Bíblia da Igreja dos Santos dos Últimos Dias. Trata-se, como se vê, de uma curiosa versão da lenda maçônica das Colunas de Enoque, e não é possível saber no que uma influenciou a outra. Considerando que tanto o profeta-historiador Joseph Smith, quanto seu sucessor no comando da Igreja mórmon, Brigham Young, eram maçons, bem como um bom número dos primeiros líderes dessa seita, pode-se especular que eles tinham conhecimento dessa fonte e a utilizaram para compor o seu curioso trabalho. A Lenda de Enoque na Maçonaria A lenda de Enoque, na tradição maçônica se refere ás viagens que o iniciando tem que fazer, a exemplo dos três Mestres de Salomão, para encontrar a Palavra Sagrada. Simbolicamente, para o maçom, essas viagens equivalem a uma descida dentro de si mesmo a fim de liberar a luz que existe dentro dele. Aqui temos novamente a evocação, tão cara aos gnósticos e aos alquimistas, da necessidade de encontrar “dentro de si mesmo” aquela energia que faz o homem integrar-se à divindade. Diz a lenda maçônica que com a perda do verdadeiro significado, o Nome Sagrado foi substituído pelas iniciais IHVH, que depois de pronunciada é coberta com três Palavras Sagradas, três sinais e três palavras de passe; somente após o cumprimento desse ritual se chega ao Nome Inefável. De acordo com essa tradição, os cinco primeiros iniciados no grau de Cavaleiro do Real Arco foram os próprios reis Salomão e Hiram, rei de Tiro, e os três Mestres que descobriram o templo sagrado de Enoque. Um juramento de não pronunciar o Verdadeiro Nome de Deus em vão foi feito pelos mestres recém-eleitos, juramento esse que se repete na elevação ao referido grau. Diz ainda a lenda que mais tarde outros Mestres foram admitidos nessa sabedoria, até o numero de vinte e sete, sendo a cada um deles distribuído um posto. Outros Mestres, que tentaram obter o grau sem o devido merecimento receberam o justo castigo, sendo executados e sepultados no subterrâneo onde a pedra gravada com o Nome Inefável fora encontrada.5 A cristianização da lenda Por fim, cabe considerar que a Maçonaria cristã se apropriou dessa lenda para aproximá-la da tradição associada com o magistério de Jesus Cristo. Essa transposição iniciática foi feita pelos adeptos da filosofia rosa-cruz, que incorporaram nela a mística da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Assim, a Palavra Perdida passou a ser soletrada pelas iniciais da inscrição que Pilatos mandou colocar na cruz de Jesus: INRI, que na tradição rosacruciana designa as iniciais de uma de suas mais significativas metáforas. Isso porque INRI é um acróstico da frase “Ígnea Natura Renovatur Integra”, que quer dizer “a natureza se renova pelo fogo”, metáfora alquímica que simboliza o processo pelo qual os alquimistas obtinham a pedra filosofal, ou seja, diluindo e recompondo a matéria prima da obra infinitas vezes até atingir a sua “alma”. Assim, Pilatos, na verdade, estaria revelando, nos dizeres colocados na cruz de Cristo, o processo segundo o qual nossas almas poderiam obter a salvação, ou seja, morrendo e revivendo infinitas vezes, até depurar por completo o “grão de luz” que constitui o seu núcleo. Dessa forma, o corpo de Jesus simboliza a “matéria prima” da Grande Obra de Deus. Para os maçons, todavia, face á influência dos pitagóricos e dos gnósticos, a questão que está ligada ao Verdadeiro Nome de Deus exprime também as idéias que a Maçonaria tem de tempo infinito, espaço infinito, a vida infinita, enfim, todas as manifestações da essência divina na realidade universal, que são tanto adjetivas quanto substantivas. Explicando que nenhum dos 5 Aqui se encontra outra referência á Lenda de Hiram.
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 25/32 nomes de Deus adotados pelo homem é considerado pela Ordem como certo e definitivo, a Maçonaria sugere que o Irmão apenas admita que Deus existe, mas não lhe dê nenhum nome nem tente conformá-lo á uma imagem, pois que esse conceito não pode ser reduzido á fórmulas que a mente humana pode desenvolver. Esse postulado sugere ainda que o espírito humano está ligado á essência primeira e única de todas as coisas e não necessita de quaisquer outros canais de ligação com a Divindade, a não ser a sua própria consciência e a sua sensibilidade. Assim, pode-se dizer que para a Maçonaria o simbolismo do Nome Sagrado está no ensinamento iniciático que ele veicula. Esse ensinamento nos diz que existe uma chave, uma palavra, um verbo, a partir do qual todas as coisas foram e são construídas. Essa palavra, esse verbo, se traduz pelo Inefável Nome de Deus, verdadeiro e único Principio Criador, imutável e apriorístico, de onde tudo emana e para onde tudo um dia retorna. É uma inspiração que vem do Evangelho de São João, onde se diz que no principio era o Verbo, o Verbo era Deus, e um Deus era o Verbo. Que ele estava no inicio com Deus e nada do que foi feito foi feito sem Ele, e tudo o que foi feito, foi feito por Ele. Na doutrina joanista, esse Verbo, o Logos, é o atributo de Jesus Cristo, pois este, sendo o Filho de Deus, é feito da mesma essência do Pai e representaria a própria encarnação divina na terra. Assim, para os cabalistas cristãos, Jesus é a própria Shehiná, a manifestação divina no mundo. A Palavra Perdida é o “Logos” A Bíblia diz que quando Deus se apresentou a Moisés no Monte Sinai ele não disse qual era seu nome. Ele, conhecido pelos israelitas como o Inominado, por ser absoluta potência, não tinha um nome que pudesse ser pronunciado por lábios humanos. Ele Era. Por isso Ele disse “Eu sou”, significando com isso que Ele era o Verbo Divino, a partir do qual tudo o que existe no universo toma forma e consistência. Ser é a qualidade essencial de Deus. Qualidade essa que Ele transmitiu aos homens quando lhes deu nome e consciência de si mesmos. Porque todo verbo é uma potência a ser desenvolvida. E todo verbo, em si mesmo, não tem sentido nem significado se não tiver um predicado. Deus então criou o universo para que ele fosse o seu predicado, da mesma forma que os homens têm uma missão a cumprir, missão essa que os predica. Isso significa que o Verbo, transmitido ao homem na forma do seu espírito, o fez senhor da criação terrestre. E como o homem aprendeu a articular “eu sou”, teve também que perguntar a si mesmo “o que?” E foi para responder a essa inquietante pergunta “eu sou o que?”, que ele também se viu obrigado a construir um predicado para si mesmo. Esse foi o detalhe que fez a diferença entre os homens e as outras espécies animais. Por isso é que “ser é verbalizar”. Ser é dar sentido á existência, é ter uma resposta para a pergunta: o que somos nós? Em certos momentos da vida até podemos confundir o ser com “estar” ou “ter”. Mas estar vivo não é ser vivo, estar feliz não é ser feliz, e ter algo que se parece com vida ou felicidade não é ser realmente vivo e feliz. Ser é um estado de perfeita organização interior que não pode ser afetado por nenhum acontecimento exterior. É nesse sentido que a Maçonaria adota como núcleo simbólico a procura da Palavra Perdida, alegoria que evoca o poder místico que o Verdadeiro Nome de Deus possui. A Palavra Perdida é o chamado Nome Inefável, cujo conhecimento confere ao seu detentor o supremo conhecimento, senha necessária, segundo as tradições gnósticas e cabalistas, para o homem possa entrar no céu, depois de subir todos os graus da Escada de Jacó. E nessa alegoria tipicamente cabalista está presente todo o conteúdo iniciático da proposta espiritual da Maçonaria. E na Maçonaria, como na Cabala, esse é o seu verdadeiro e único segredo.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 26/32 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome Oriente 08.08.1997 Fraternidade das Termas nr. 68 Palmitos 13.08.1986 Harmonia nr. 42 Itajaí 13.08.1993 Albert Mackey nr. 56 Tubarão 15.08.1946 Presidente Roosevelt nr. 2 Criciúma 16.08.1999 Caminhos da Verdade nr. 92 Gaspar 17.08.1999 Ambrósio Peters nr. 74 Florianópolis 18.08.2011 Fraternidade Itapema nr. 104 Itapema 20.08.1985 Eduardo Teixeira nr. 41 Camboriú 30.08.1978 Obreiros de Jaraguá do Sul nr. 23 Jaraguá do Sul 30.08.1991 Sentinela do Vale nr. 54 Braço do Norte 31.08.1982 Solidariedade nr. 28 Florianópolis GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome da Loja Oriente 02/08/1989 Fraternidade Imaruiense Imaruí 09/08/2003 Templários da Boa Ordem Jaguaruna 10/08/2002 Energia das Águas Gravatal 14/08/1985 Justiça E Liberdade Joinville 16/08/2005 José Abelardo Lunardelli São José 19/08/1995 Brusque Deutsche Loge Brusque 20/08/2011 Triângulo Talhadores da Pedra Itá 21/08/2002 Harmonia do Continente Florianópolis 26/08/2002 Templários da Arca Sagrada Blumenau 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de agosto
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 27/32 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Loja Oriente 06.08.05 Arquitetos Da Paz - 3698 Blumenau 06.08.05 Delta Brasileiro - 3691 Florianópolis 10.08.10 Colunas De Jaraguá - 4081 Jaraguá do Sul 16.08.05 Novo Horizonte - 4185 Camboriú 07.08.99 União Do Sul - 3260 Criciúma 12.08.96 Perseverança E Fidelidade - 2968 Araranguá 18.08.07 Cavaleiros Do Contestado - 3878 Canoinhas 20.08.94 Vale Do Tijucas - 2817 Tijucas 20.08.94 Luz Do Sinai - 2845 Joinville 20.08.00 Estrela De Herval - 3334 Joaçaba 20.08.00 União Das Termas - 3335 Sto. Amaro da Imperatriz 20.08.04 Frat. Jaraguaense - 3620 Jaraguá do Sul 22.08.96 Campeche -2998 Florianópolis 26.08.02 União Navegantina - 3460 Navegantes 29.08.97 Horizonte De Luz - 3085 Xanxerê Relacionamento Relacionamentos verdadeiros começam com silêncio. Portanto, você pode começar a criar um relacionamento melhor consigo, então, com o Supremo, e então com os outros. A razão pela qual os relacionamentos com os outros vêm por último é porque os outros nunca veem em nós o que Deus vê. Frequentemente nos vemos através dos olhos dos outros. Então, se alguém vê somente 20% do que somos, também só vemos esse tanto. Deus nos vê como somos, Ele vê nosso potencial completo. Se você aprender a olhar-se da forma como Deus o vê, você começará a ver seu eu verdadeiro. José Aparecido dos Santos TIM: 044-9846-3552 E-mail: aparecido14@gmail.com Visite nosso site: www.ourolux.com.br "Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos".
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 28/32 Graus Filosóficos O Irmão Jorge Sarobe (à direita) ingressou na manhã deste sábado no Grau 9. O Ir Helton Costa o acompanhou em mais este passo na grande caminhada. Eles são o Segundo e Primeiro Vigilantes, respectivamente, da Loja Templários da Nova Era.
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 29/32 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) BREVIÁRIO MAÇÔNICO Para o dia 7 de agosto AS MÃOS As mãos fazem a diferença entre os homens e os animais, pois são os membros capazes de construir com perícia tudo o que possa ser necessário. Contendo elementos esotéricos, as mãos simbolizam o poder, a perícia, a vontade e os sentidos. Maçonicamente, é por intermédio das mãos que se fazem os reconhecimentos; as posturas em Loja; a abertura do Livro Sagrado; o trabalho construtivo; a união na Cadeia de União; a defesa pelo manejo da espada; o comando; a condição dos fluidos para a bolsa de beneficência; as mãos acariciam e ferem em dualismo forte. O divino Mestre curava e expulsava demônios com um simples toque ou a imposição das mãos; simboliza o estandarte. No Egito é símbolo de felicidade. O cego lê a escrita braile com as mãos; a comunicação com o surdo-mudo é feita com as mãos, que emitem sinais convencionais. A impressão digital identifica o individuo; o estudo das linhas da palma das mãos, a quiromancia, revela a personalidade da pessoa. Duas mãos unidas significam amizade e Fraternidade. Quem se cumprimenta dá as mãos. Dar-se as mãos simboliza afeto, apoio e segurança. Quando dois Irmãos maçons se encontram, devem sempre se dar as mãos; para tanto, devem ser limpas, puras e sem nódoas. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 238.
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 30/32 1 – Evite o glúten utilizando essas 5 farinhas saudáveis 2 – Para dançar: 16 músicas que vão levantar o seu astral! 3 – Previna a Osteoporose com estas importantes dicas! 4 – A Natureza nos dá cada presente, não é mesmo? 5 - Cães também têm estilo! Antes e depois do cabeleireiro! 6 – As melhores fotos: As melhores fotos.pps 7 – Filme do Dia: “Os Implacáveis” – Dublado Sinopse: Muito se acredita que Butch Cassidy e Sundance Kid foram mortos em um confronto com o exército boliviano em 1908. Em Os Implacáveis, Cassidy sobrevive e está vivendo tranquilamente seus últimos anos sob o nome de James Blackthorn em uma isolada vila da Bolívia. Cansado de seu longo exílio e na esperança de rever sua família antes de morrer, Cassidy sai numa longa jornada. Mas quando um encontro inesperado com um jovem e ambicioso criminoso muda seus planos, ele se vê pronto para uma última aventura, aos modos das quais ele não vivia, desde seus dias de glória com Sundance https://www.youtube.com/watch?v=Uee5dQ97Mes
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 31/32 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Era um pequeno quarto. Minúsculo, pode ser chamado. Gigante, somente a alma de mulher que lá habitou. Uma Artista ? Não. Uma grande Artista ! Pintora, poetisa e amante. Pintou o Céu e de nada esqueceu, nem
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.136 – Florianópolis (SC) – domingo, 7 de agosto de 2016 Pág. 32/32 mesmo da minha saudade... Da lua, trouxe o brilho prateado, pintou a parede da cor do pecado, e me presenteou com uma estrela. Está lá, ao lado esquerdo do luar. Virou segredo de amor a dois e, ainda, molha os meus olhos de lágrimas ! Emocionada, recitava poemas antes e depois do silêncio da madrugada. O mundo era aquele ninho de amor ! Hoje, é uma fonte de recordações. Procuro uma palavra mais forte do que saudade, mas só encontro maldade, pois a pintura se apagou. E os versos que para mim eram declamados, são, agora, perfumes do passado que o vento, sem piedade, para outros braços levou. As letras foram embora, mas ficou na memória a linda rosa amarela, que aquela Artista no Céu pintou ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis