(1) O documento discute a análise de Lara Resende sobre as ideias da Teoria Monetária Moderna (MMT) e propõe um arcabouço teórico alternativo baseado na abordagem do excedente.
(2) A análise de Lara Resende aceita o modelo do Novo Consenso, mas reconhece que não há restrições monetárias ou fiscais. No entanto, suas implicações de política econômica não decorrem desse modelo.
(3) O arcabouço teórico alternativo propõe
O documento descreve a evolução da escola pós-keynesiana em duas vertentes principais: 1) crescimento e distribuição de renda, influenciada por Harrod-Domar; 2) reação crítica à síntese keynesiana-neoclássica focada na incerteza não-probabilística. Também apresenta os pressupostos teóricos e três gerações de modelos pós-keynesianos de crescimento.
Este documento discute três pontos principais: (1) A Teoria do Desenvolvimento se concentrou principalmente no processo de acumulação de capital e mudanças estruturais, sem dar atenção devida à distribuição de renda e bem-estar; (2) Autores como Lewis previam que a concentração funcional de renda inicial levaria a maior crescimento, com os benefícios "gotejando" depois, mas não propunham isso normativamente; (3) A provisão de bens e serviços públicos pelo Estado não recebeu atenção adequada na Te
O documento discute os conceitos de macroeconomia e política econômica. Apresenta as diferenças entre micro e macroeconomia e explica que a macroeconomia estuda a economia como um todo, enquanto a microeconomia estuda os agentes de forma individual. Também define políticas econômicas como ações do governo para atingir objetivos macroeconômicos usando instrumentos como política monetária, fiscal e cambial.
A Teoria do Desenvolvimento apresenta um conjunto de elementos analíticos que são
centrais e comuns a grande parte dos seus autores. Entretanto, apesar de características
que conformam este campo do conhecimento econômico há pontos sobre os quais um
menor consenso se observa; este é o pano de fundo da releitura crítica do debate
Nurkse-Furtado da década de 1950. Destaca-se, como ponto de convergência, a
importância para ambos do tradeoff entre consumo de luxo e investimento. Por outro
lado, Furtado diverge de Nurkse ao enfatizar a existência de uma restrição externa ao
crescimento/desenvolvimento, cuja superação exigiria a internalização de indústrias
com maior elasticidade renda através de medidas protecionistas. Busca-se também
rever tal debate incorporando o Princípio da Demanda Efetiva, com ênfase no
“problema do consumo de luxo” e no esclarecimento sobre as divergências acerca dos
modelos de substituição de importações e promoção de exportações.
Nesse artigo mostramos como um esquema de análise baseado na abordagem clássica do excedente pode ser usado para explicar o desenvolvimento econômico das nações e, em particular, da economia brasileira nas últimas décadas. Nossa discussão começa pelas limitações da tradicional economia do desenvolvimento, por um lado e, por outro, à incapacidade da abordagem neoclássica de explicar alguns dos fatos estilizados mais importantes do processo de desenvolvimento. Discutimos como o esquema proposto pode explicar esses fatos e, dentro dessa perspectiva, as restrições internas e externas ao desenvolvimento econômico. Finalmente ilustramos o uso deste esquema através de um breve resumo de nossas pesquisas sobre o desenvolvimento recente da economia brasileira.
Economia – aula 0 – a elasticidade e suas aplicaçõesFelipe Leo
Este documento apresenta um resumo da primeira aula de um curso de economia sobre elasticidade e suas aplicações. O documento introduz o conceito de elasticidade, explica a elasticidade-preço da demanda e como calculá-la através de um exemplo numérico.
Economia aula 8 - o sistema is - lm e as políticas fiscal e monetáriaFelipe Leo
1) O documento discute o sistema IS-LM, que analisa a atuação conjunta das políticas fiscal e monetária.
2) O sistema contém as curvas IS e LM, que representam equilíbrios nos mercados de produtos e monetário.
3) A curva IS mostra combinações de renda e taxa de juros que equilibram poupança e gastos, enquanto a LM equilibra oferta e demanda de moeda.
O documento descreve a evolução da escola pós-keynesiana em duas vertentes principais: 1) crescimento e distribuição de renda, influenciada por Harrod-Domar; 2) reação crítica à síntese keynesiana-neoclássica focada na incerteza não-probabilística. Também apresenta os pressupostos teóricos e três gerações de modelos pós-keynesianos de crescimento.
Este documento discute três pontos principais: (1) A Teoria do Desenvolvimento se concentrou principalmente no processo de acumulação de capital e mudanças estruturais, sem dar atenção devida à distribuição de renda e bem-estar; (2) Autores como Lewis previam que a concentração funcional de renda inicial levaria a maior crescimento, com os benefícios "gotejando" depois, mas não propunham isso normativamente; (3) A provisão de bens e serviços públicos pelo Estado não recebeu atenção adequada na Te
O documento discute os conceitos de macroeconomia e política econômica. Apresenta as diferenças entre micro e macroeconomia e explica que a macroeconomia estuda a economia como um todo, enquanto a microeconomia estuda os agentes de forma individual. Também define políticas econômicas como ações do governo para atingir objetivos macroeconômicos usando instrumentos como política monetária, fiscal e cambial.
A Teoria do Desenvolvimento apresenta um conjunto de elementos analíticos que são
centrais e comuns a grande parte dos seus autores. Entretanto, apesar de características
que conformam este campo do conhecimento econômico há pontos sobre os quais um
menor consenso se observa; este é o pano de fundo da releitura crítica do debate
Nurkse-Furtado da década de 1950. Destaca-se, como ponto de convergência, a
importância para ambos do tradeoff entre consumo de luxo e investimento. Por outro
lado, Furtado diverge de Nurkse ao enfatizar a existência de uma restrição externa ao
crescimento/desenvolvimento, cuja superação exigiria a internalização de indústrias
com maior elasticidade renda através de medidas protecionistas. Busca-se também
rever tal debate incorporando o Princípio da Demanda Efetiva, com ênfase no
“problema do consumo de luxo” e no esclarecimento sobre as divergências acerca dos
modelos de substituição de importações e promoção de exportações.
Nesse artigo mostramos como um esquema de análise baseado na abordagem clássica do excedente pode ser usado para explicar o desenvolvimento econômico das nações e, em particular, da economia brasileira nas últimas décadas. Nossa discussão começa pelas limitações da tradicional economia do desenvolvimento, por um lado e, por outro, à incapacidade da abordagem neoclássica de explicar alguns dos fatos estilizados mais importantes do processo de desenvolvimento. Discutimos como o esquema proposto pode explicar esses fatos e, dentro dessa perspectiva, as restrições internas e externas ao desenvolvimento econômico. Finalmente ilustramos o uso deste esquema através de um breve resumo de nossas pesquisas sobre o desenvolvimento recente da economia brasileira.
Economia – aula 0 – a elasticidade e suas aplicaçõesFelipe Leo
Este documento apresenta um resumo da primeira aula de um curso de economia sobre elasticidade e suas aplicações. O documento introduz o conceito de elasticidade, explica a elasticidade-preço da demanda e como calculá-la através de um exemplo numérico.
Economia aula 8 - o sistema is - lm e as políticas fiscal e monetáriaFelipe Leo
1) O documento discute o sistema IS-LM, que analisa a atuação conjunta das políticas fiscal e monetária.
2) O sistema contém as curvas IS e LM, que representam equilíbrios nos mercados de produtos e monetário.
3) A curva IS mostra combinações de renda e taxa de juros que equilibram poupança e gastos, enquanto a LM equilibra oferta e demanda de moeda.
1) O documento discute o conceito de expectativas racionais em economia, no qual os agentes usam toda a informação disponível para prever o futuro de forma racional.
2) Também aborda o conceito de expectativas adaptativas, onde as pessoas formam expectativas sobre o futuro com base no que aconteceu no passado, ajustando suas previsões com base em erros anteriores.
3) Discutem-se os problemas com modelos econômicos iniciais que usavam diferentes hipóteses sobre expectativas e como o conceito de expectativ
1) O documento discute a Hipótese de Estagnação Secular (HES) e suas inconsistências teóricas ao analisá-la a partir de perspectivas neoclássicas e heterodoxas da teoria do crescimento econômico.
2) A HES sugere que economias avançadas enfrentam tendência de estagnação devido a fatores como baixo crescimento populacional, tecnológico e da produtividade que limitam o investimento.
3) O documento mostra que a HES apresenta inconsistências tanto na abordagem neo
2006 10 22 Relatorio Governo Lula Revisto Rosa[2]guest23053a
O documento discute a política econômica do governo Lula no Brasil entre 2002-2006. Ele descreve como a equipe econômica do governo Lula era composta principalmente por membros do governo anterior, indicando uma continuidade da política econômica neoliberal. Apesar das críticas iniciais de apoiadores de esquerda, os resultados econômicos positivos como controle da inflação e crescimento reduziram as críticas à política econômica do governo.
Este documento discute as cadeias de valor global e redes de produção global e como elas têm mudado com a economia internacional. Ele introduz os conceitos-chave e argumentos principais sobre como as relações entre empresas e países têm evoluído. Também analisa a influência do estado e como as mudanças no mercado afetam as políticas econômicas internacionais.
O documento discute a teoria das expectativas racionais e sua implicação para a eficácia de políticas monetária e fiscal. A teoria argumenta que, se os agentes econômicos antecipam corretamente as ações do governo baseadas em seu conhecimento do modelo macroeconômico, as políticas não terão mais efeito sobre a economia real. Isso torna as políticas ineficazes a não ser que consigam surpreender os agentes.
Economia – a economia intertemporal parte 3Felipe Leo
1) O documento discute a visão tradicional de que reduzir impostos aumenta o consumo e déficit, mas um economista "ricardiano" discorda dessa visão.
2) Os economistas do governo acreditam que reduzir impostos estimula o consumo a curto prazo, mas reduz poupança e investimentos a longo prazo.
3) O economista ricardiano afirma que reduzir impostos não necessariamente estimula o consumo como a visão tradicional defende.
1) A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando grandes agregados como produto nacional, emprego, preços e balanço de pagamentos. 2) A macroeconomia se concentra em questões de curto prazo como desemprego e inflação, enquanto o crescimento econômico envolve fatores estruturais de longo prazo. 3) Os objetivos da política macroeconômica incluem alto emprego, estabilidade de preços, distribuição justa de renda e crescimento econômico.
Governos lula, a lenda da era do consumoEditora 247
O documento discute a caracterização dos governos Lula como "a era do consumo" e argumenta que este rótulo é impreciso. A economia brasileira no período 2006-2010 foi marcada principalmente por forte crescimento dos investimentos, não apenas do consumo. Análises acadêmicas confirmam que houve um aumento significativo de investimentos que impulsionou o crescimento econômico, ao invés de ser puxado apenas pelo consumo das famílias.
Grau de abertura da economia do estado do Espírito Santo no período 1ºtrim./0...Matheus Albergaria
1) O documento analisa o grau de abertura da economia do Estado do Espírito Santo no período de 2004 a 2009 usando estimativas trimestrais do PIB estadual.
2) Os resultados mostram que o grau de abertura médio foi de cerca de 49% e que a economia do estado foi em média duas vezes mais aberta do que a economia brasileira no período.
3) Houve um aumento no grau de abertura tanto do estado quanto do país entre 2004 e 2008, sendo maior no caso do estado.
1) O documento discute a relação entre inflação e desemprego conhecida como Curva de Phillips, mostrando que taxas mais baixas de desemprego estão associadas a taxas mais altas de inflação e vice-versa.
2) A Curva de Phillips original relacionava aumentos salariais e desemprego, mas foi transformada para relacionar inflação e desemprego. Isto porque aumentos salariais acompanham principalmente a inflação.
3) A Curva de Phillips oferece um "trade-off" entre inflação e desemprego
O documento apresenta um trabalho acadêmico sobre a situação econômica do Brasil em 2016, abordando tópicos de microeconomia, macroeconomia e métodos quantitativos. Foi realizado por um grupo de estudantes de administração como requisito parcial para obtenção de nota em diversas disciplinas. O trabalho contém quatro questões que discutem a crise econômica brasileira em 2016, conceitos de inflação, taxa de juros e câmbio, além de medidas descritivas em métodos quantitativos.
Brasil sustentavel perspectiva mercados petroleo etanolEduardo Garcia
O documento analisa as perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás no Brasil até 2020, identificando os principais fatores que influenciarão os preços destes combustíveis. Estes incluem a ampliação da oferta de petróleo e da capacidade de produção de etanol, as políticas de subsídios ao etanol, medidas de eficiência energética e substituição de fontes, o potencial de crescimento econômico e o cenário cambial. O estudo utiliza um modelo integrado para projetar cenários de pre
Este documento apresenta um resumo de quatro capítulos de um livro sobre macroeconomia. O Capítulo 1 introduz conceitos como ciclo econômico, produto potencial, taxa de crescimento e relação entre inflação e nível de atividade. O Capítulo 2 descreve os modelos IS-LM, analisando o equilíbrio nos mercados de bens e serviços e monetário. O Capítulo 3 aborda diferentes modelos de oferta agregada. E o Capítulo 4 discute a dinâmica macroeconômica e o papel das expectativ
Economia aula 7 - a macroeconomia keynesianaFelipe Leo
1) O documento discute a teoria macroeconômica keynesiana, que argumenta que o equilíbrio econômico pode ocorrer com desemprego e que o governo pode aumentar a demanda agregada através de gastos para reduzir o desemprego.
2) A teoria keynesiana se contrapõe à visão clássica de que as forças de mercado sempre levam à pleno emprego, apontando que a demanda agregada determina a oferta agregada e o nível da renda.
3) A demanda agregada
1) O documento discute a economia da Rússia desde sua criação em 1991, dividindo-a em duas fases: de 1992-1998 foi marcada por uma prolongada recessão após reformas de choque; de 1999-2008 houve uma recuperação nacionalista com taxas altas de crescimento após mudança na política econômica. 2) A recessão entre 1992-1998 ocorreu devido às falhas das reformas de choque em lidar com as imperfeições de mercado e a redução drástica do gasto público; 3) A recup
Trade-off Inflação e Desemprego e Inconsistência DinâmicaRoseli Silva
O documento discute os efeitos de políticas monetárias restritivas sob regimes de câmbio fixo e flexível. Sob câmbio fixo, a política monetária é ineficaz, pois o Banco Central deve intervir no mercado de câmbio para manter a taxa fixa, revertendo os efeitos iniciais. Sob câmbio flexível, a política é eficaz, levando a uma renda menor devido à valorização da moeda doméstica e maior déficit em transações correntes.
O documento analisa a política econômica brasileira nos anos 90, quando o país adotou reformas neoliberais como abertura, privatizações e redução do papel do Estado na economia. Discute os impactos dessas reformas no déficit público e na dívida, e analisa a dinâmica das contas públicas ao longo da década, culminando na crise de 1999.
1) O documento discute a teoria do consumo intertemporal e apresenta três modelos explicativos: o modelo keynesiano, o modelo de Irving Fisher e os modelos de Modigliano e Friedman.
2) O modelo keynesiano é criticado por supor que a propensão marginal a consumir decresce com a renda, o que não é confirmado pelos dados.
3) Irving Fisher introduz o conceito de restrição orçamentária intertemporal, mostrando como os consumidores equilibram o consumo entre períodos de acordo com a renda e taxa de juros.
O documento discute os desafios fiscais, dívida e altas taxas de juros para a macroeconomia brasileira. Ele analisa as tentativas de flexibilização da ortodoxia do "tripé macroeconômico" no Brasil e os impactos da austeridade fiscal na Europa, argumentando que os ajustes fiscais tendem a piorar a desigualdade sem necessariamente promover o crescimento. O autor defende uma política fiscal contracíclica e objetivos monetários mais amplos.
Desde a crise externa no final da década de 1990, a economia brasileira adota um conjunto de
políticas econômicas. Dentre essas medidas estava a meta de superávit primário como o
principal objetivo da política fiscal, que é utilizado até hoje, mesmo com a entrada do Partido
dos Trabalhadores (PT), oposição e crítico destas medidas. Este artigo tem por objetivo
cotejar as finanças públicas e analisar política fiscal durante dez anos do governo do PT (2003
a 2012), contestando o instrumental meta de superávit primário. Para tanto, foram utilizados
os dados oficiais do governo e o impacto fiscal (IF) a partir do princípio da demanda efetiva.
Diante do estudo, chegou-se a conclusão de este instrumental tornou-se mais um dogma do
que um instrumento racional de política econômica e de que o instrumental do IF é condizente
com políticas econômicas que tem como meta o desemprego reduzido.
O presente artigo apresenta um esquema analítico com base na Economia Política Clássica e na idéia de crescimento da capacidade produtiva liderado pela demanda efetiva, que permita avaliar os custos de longo prazo em termos de capacidade produtiva e que consiga identificar os canais de transmissão e controle inflacionários levando em conta a idéia de conflito distributivo, pensando na economia americana no período recente (pós meados da década de 80).
O documento apresenta um modelo macroeconômico alternativo ao Novo Consenso que incorpora elementos heterodoxos como inércia parcial na curva de Phillips, histerese do produto e conflito distributivo. O modelo analisa os custos de longo prazo da política econômica nos EUA pós-anos 80, levando em conta esses elementos ausentes no modelo do Novo Consenso.
1) O documento discute o conceito de expectativas racionais em economia, no qual os agentes usam toda a informação disponível para prever o futuro de forma racional.
2) Também aborda o conceito de expectativas adaptativas, onde as pessoas formam expectativas sobre o futuro com base no que aconteceu no passado, ajustando suas previsões com base em erros anteriores.
3) Discutem-se os problemas com modelos econômicos iniciais que usavam diferentes hipóteses sobre expectativas e como o conceito de expectativ
1) O documento discute a Hipótese de Estagnação Secular (HES) e suas inconsistências teóricas ao analisá-la a partir de perspectivas neoclássicas e heterodoxas da teoria do crescimento econômico.
2) A HES sugere que economias avançadas enfrentam tendência de estagnação devido a fatores como baixo crescimento populacional, tecnológico e da produtividade que limitam o investimento.
3) O documento mostra que a HES apresenta inconsistências tanto na abordagem neo
2006 10 22 Relatorio Governo Lula Revisto Rosa[2]guest23053a
O documento discute a política econômica do governo Lula no Brasil entre 2002-2006. Ele descreve como a equipe econômica do governo Lula era composta principalmente por membros do governo anterior, indicando uma continuidade da política econômica neoliberal. Apesar das críticas iniciais de apoiadores de esquerda, os resultados econômicos positivos como controle da inflação e crescimento reduziram as críticas à política econômica do governo.
Este documento discute as cadeias de valor global e redes de produção global e como elas têm mudado com a economia internacional. Ele introduz os conceitos-chave e argumentos principais sobre como as relações entre empresas e países têm evoluído. Também analisa a influência do estado e como as mudanças no mercado afetam as políticas econômicas internacionais.
O documento discute a teoria das expectativas racionais e sua implicação para a eficácia de políticas monetária e fiscal. A teoria argumenta que, se os agentes econômicos antecipam corretamente as ações do governo baseadas em seu conhecimento do modelo macroeconômico, as políticas não terão mais efeito sobre a economia real. Isso torna as políticas ineficazes a não ser que consigam surpreender os agentes.
Economia – a economia intertemporal parte 3Felipe Leo
1) O documento discute a visão tradicional de que reduzir impostos aumenta o consumo e déficit, mas um economista "ricardiano" discorda dessa visão.
2) Os economistas do governo acreditam que reduzir impostos estimula o consumo a curto prazo, mas reduz poupança e investimentos a longo prazo.
3) O economista ricardiano afirma que reduzir impostos não necessariamente estimula o consumo como a visão tradicional defende.
1) A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando grandes agregados como produto nacional, emprego, preços e balanço de pagamentos. 2) A macroeconomia se concentra em questões de curto prazo como desemprego e inflação, enquanto o crescimento econômico envolve fatores estruturais de longo prazo. 3) Os objetivos da política macroeconômica incluem alto emprego, estabilidade de preços, distribuição justa de renda e crescimento econômico.
Governos lula, a lenda da era do consumoEditora 247
O documento discute a caracterização dos governos Lula como "a era do consumo" e argumenta que este rótulo é impreciso. A economia brasileira no período 2006-2010 foi marcada principalmente por forte crescimento dos investimentos, não apenas do consumo. Análises acadêmicas confirmam que houve um aumento significativo de investimentos que impulsionou o crescimento econômico, ao invés de ser puxado apenas pelo consumo das famílias.
Grau de abertura da economia do estado do Espírito Santo no período 1ºtrim./0...Matheus Albergaria
1) O documento analisa o grau de abertura da economia do Estado do Espírito Santo no período de 2004 a 2009 usando estimativas trimestrais do PIB estadual.
2) Os resultados mostram que o grau de abertura médio foi de cerca de 49% e que a economia do estado foi em média duas vezes mais aberta do que a economia brasileira no período.
3) Houve um aumento no grau de abertura tanto do estado quanto do país entre 2004 e 2008, sendo maior no caso do estado.
1) O documento discute a relação entre inflação e desemprego conhecida como Curva de Phillips, mostrando que taxas mais baixas de desemprego estão associadas a taxas mais altas de inflação e vice-versa.
2) A Curva de Phillips original relacionava aumentos salariais e desemprego, mas foi transformada para relacionar inflação e desemprego. Isto porque aumentos salariais acompanham principalmente a inflação.
3) A Curva de Phillips oferece um "trade-off" entre inflação e desemprego
O documento apresenta um trabalho acadêmico sobre a situação econômica do Brasil em 2016, abordando tópicos de microeconomia, macroeconomia e métodos quantitativos. Foi realizado por um grupo de estudantes de administração como requisito parcial para obtenção de nota em diversas disciplinas. O trabalho contém quatro questões que discutem a crise econômica brasileira em 2016, conceitos de inflação, taxa de juros e câmbio, além de medidas descritivas em métodos quantitativos.
Brasil sustentavel perspectiva mercados petroleo etanolEduardo Garcia
O documento analisa as perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás no Brasil até 2020, identificando os principais fatores que influenciarão os preços destes combustíveis. Estes incluem a ampliação da oferta de petróleo e da capacidade de produção de etanol, as políticas de subsídios ao etanol, medidas de eficiência energética e substituição de fontes, o potencial de crescimento econômico e o cenário cambial. O estudo utiliza um modelo integrado para projetar cenários de pre
Este documento apresenta um resumo de quatro capítulos de um livro sobre macroeconomia. O Capítulo 1 introduz conceitos como ciclo econômico, produto potencial, taxa de crescimento e relação entre inflação e nível de atividade. O Capítulo 2 descreve os modelos IS-LM, analisando o equilíbrio nos mercados de bens e serviços e monetário. O Capítulo 3 aborda diferentes modelos de oferta agregada. E o Capítulo 4 discute a dinâmica macroeconômica e o papel das expectativ
Economia aula 7 - a macroeconomia keynesianaFelipe Leo
1) O documento discute a teoria macroeconômica keynesiana, que argumenta que o equilíbrio econômico pode ocorrer com desemprego e que o governo pode aumentar a demanda agregada através de gastos para reduzir o desemprego.
2) A teoria keynesiana se contrapõe à visão clássica de que as forças de mercado sempre levam à pleno emprego, apontando que a demanda agregada determina a oferta agregada e o nível da renda.
3) A demanda agregada
1) O documento discute a economia da Rússia desde sua criação em 1991, dividindo-a em duas fases: de 1992-1998 foi marcada por uma prolongada recessão após reformas de choque; de 1999-2008 houve uma recuperação nacionalista com taxas altas de crescimento após mudança na política econômica. 2) A recessão entre 1992-1998 ocorreu devido às falhas das reformas de choque em lidar com as imperfeições de mercado e a redução drástica do gasto público; 3) A recup
Trade-off Inflação e Desemprego e Inconsistência DinâmicaRoseli Silva
O documento discute os efeitos de políticas monetárias restritivas sob regimes de câmbio fixo e flexível. Sob câmbio fixo, a política monetária é ineficaz, pois o Banco Central deve intervir no mercado de câmbio para manter a taxa fixa, revertendo os efeitos iniciais. Sob câmbio flexível, a política é eficaz, levando a uma renda menor devido à valorização da moeda doméstica e maior déficit em transações correntes.
O documento analisa a política econômica brasileira nos anos 90, quando o país adotou reformas neoliberais como abertura, privatizações e redução do papel do Estado na economia. Discute os impactos dessas reformas no déficit público e na dívida, e analisa a dinâmica das contas públicas ao longo da década, culminando na crise de 1999.
1) O documento discute a teoria do consumo intertemporal e apresenta três modelos explicativos: o modelo keynesiano, o modelo de Irving Fisher e os modelos de Modigliano e Friedman.
2) O modelo keynesiano é criticado por supor que a propensão marginal a consumir decresce com a renda, o que não é confirmado pelos dados.
3) Irving Fisher introduz o conceito de restrição orçamentária intertemporal, mostrando como os consumidores equilibram o consumo entre períodos de acordo com a renda e taxa de juros.
O documento discute os desafios fiscais, dívida e altas taxas de juros para a macroeconomia brasileira. Ele analisa as tentativas de flexibilização da ortodoxia do "tripé macroeconômico" no Brasil e os impactos da austeridade fiscal na Europa, argumentando que os ajustes fiscais tendem a piorar a desigualdade sem necessariamente promover o crescimento. O autor defende uma política fiscal contracíclica e objetivos monetários mais amplos.
Desde a crise externa no final da década de 1990, a economia brasileira adota um conjunto de
políticas econômicas. Dentre essas medidas estava a meta de superávit primário como o
principal objetivo da política fiscal, que é utilizado até hoje, mesmo com a entrada do Partido
dos Trabalhadores (PT), oposição e crítico destas medidas. Este artigo tem por objetivo
cotejar as finanças públicas e analisar política fiscal durante dez anos do governo do PT (2003
a 2012), contestando o instrumental meta de superávit primário. Para tanto, foram utilizados
os dados oficiais do governo e o impacto fiscal (IF) a partir do princípio da demanda efetiva.
Diante do estudo, chegou-se a conclusão de este instrumental tornou-se mais um dogma do
que um instrumento racional de política econômica e de que o instrumental do IF é condizente
com políticas econômicas que tem como meta o desemprego reduzido.
O presente artigo apresenta um esquema analítico com base na Economia Política Clássica e na idéia de crescimento da capacidade produtiva liderado pela demanda efetiva, que permita avaliar os custos de longo prazo em termos de capacidade produtiva e que consiga identificar os canais de transmissão e controle inflacionários levando em conta a idéia de conflito distributivo, pensando na economia americana no período recente (pós meados da década de 80).
O documento apresenta um modelo macroeconômico alternativo ao Novo Consenso que incorpora elementos heterodoxos como inércia parcial na curva de Phillips, histerese do produto e conflito distributivo. O modelo analisa os custos de longo prazo da política econômica nos EUA pós-anos 80, levando em conta esses elementos ausentes no modelo do Novo Consenso.
Neste trabalho reavaliamos criticamente o modelo de dois hiatos de Chenery. Tentaremos mostrar que o modelo original de Chenery tinha um caráter normativo, pois era um modelo de planejamento, e que o modelo foi desenvolvido precisamente para dizer que a restrição externa em geral era a mais relevante. No caso da literatura brasileira a partir dos anos 80, o modelo foi usado como um mo- delo positivo de uma economia não planejada e em geral com o objetivo de argu- mentar que a restrição mais relevante era (e é) a de poupança. Mostramos também que numa economia não planejada, no que diz respeito ao hiato de poupança, a operação do mecanismo do supermultiplicador garante que mesmo a longo prazo a taxa de poupança é determinada endogenamente pela taxa de investimento. Por outro lado, quanto à restrição de divisas, mostraremos que na economia não plane- jada ela não deve ser formalizada como um limite ao investimento e sim ao nível de atividade em geral.
Fiscal Multipliers in Brazil (IADB Brasilia 2012)_MO_FINALMauricio Oreng
1) O documento estima o impacto da política fiscal na economia brasileira de 2004 a 2011 usando modelos de vetores auto-regressivos estruturais (SVAR).
2) Foi encontrado um multiplicador fiscal entre 0,7-1,0 no curto prazo caindo para 0,5-0,8 em três anos, indicando uma reduzida eficácia dos estímulos fiscais nesse período.
3) Uma redução no superávit primário estrutural levou a uma elevação nas expectativas de inflação e taxas de juro
Macroeconomia introdução aos modelos macroeconômicosJosé Hudson
Este documento apresenta um resumo de quatro capítulos de um livro sobre macroeconomia. O Capítulo 1 introduz conceitos como ciclo econômico, produto potencial, taxa de crescimento e relação entre inflação e nível de atividade. O Capítulo 2 descreve os modelos IS-LM, com as curvas IS e LM e seu equilíbrio. O Capítulo 3 aborda diferentes modelos de oferta agregada. E o Capítulo 4 trata da dinâmica macroeconômica e do papel das expectativas nos ajustes de curto
O documento apresenta um resumo de um livro sobre macroeconomia. O livro discute modelos macroeconômicos, incluindo as curvas IS-LM, demanda agregada, oferta agregada e equilíbrio macroeconômico. O livro analisa como esses modelos podem ser usados para entender o ciclo econômico, inflação, políticas monetária e fiscal.
A macroeconomia surgiu com Keynes em 1936 para explicar os efeitos da demanda agregada no produto. A síntese neoclássica uniu idéias keynesianas e clássicas, desenvolvendo modelos como IS-LM. Os monetaristas negaram a eficácia da política fiscal keynesiana, enquanto os novos clássicos viram as flutuações do produto como alterações no produto natural. Atualmente, novos keynesianos e novos clássicos discordam sobre a duração do curto prazo e o papel
Este documento analisa os resultados dos primeiros dois anos da Lei de Responsabilidade Fiscal no Brasil utilizando o modelo do fundo comum. O modelo sugere que decisões descentralizadas de política fiscal podem levar a sobre-gastos e sobre-endividamento. A LRF introduziu regras fiscais e maior transparência que melhoraram indicadores como resultados primário e nominal, gastos com pessoal e dívida. No entanto, a projeção de receitas ainda precisa ser aprimorada para melhor controlar os gastos.
Este artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta o desenvolvimento econômico ao longo prazo ao influenciar as elasticidades de exportações e importações. O artigo revisa modelos anteriores e argumenta que manter a taxa de câmbio real em nível estável e competitivo pode promover o crescimento alterando a estrutura produtiva em favor de bens de alta tecnologia e maior valor agregado.
Interest rate, exchange rate and the system of inflation target in Brazil. In the consensus view of the Brazilian system of inflation targeting, the core of inflation is due to demand shocks; the rate of interest is set to control demand; and some varia‐ tion in the exchange rate happens as “collateral damage”. In this note we argue that in reality core inflation comes from cost push; the interest rate affects the exchange rate; changes in the exchange rate affect costs and prices; it is the effect of interest rates on demand that is the “collateral damage” and that the long run anchor of the system is low average real wage rigidity.
O governo Michel Temer aprofunda o modelo neoliberal no Brasil com suas políticas de ajuste fiscal para assegurar o superávit primário que beneficia o sistema financeiro estabelecendo o teto para o gasto público por 20 anos que significa o congelamento de gastos com educação, saúde, infraestrutura, etc. comprometendo o desenvolvimento do País, de reforma da previdência social que, na prática, vai fazer com que os trabalhadores paguem para ter uma aposentadoria que não usufruirá em vida, uma reforma trabalhista que contempla a flexibilização das leis trabalhistas que vai beneficiar os patrões em detrimento dos trabalhadores e, finalmente, a privatização das empresas estatais e do serviço público em geral. Tudo isto está sendo feito com base no falso argumento de que é preciso criar as condições necessárias para promover o desenvolvimento do Brasil.
Modelos Macro com Metas de Inflação para graduaçãoRoseli Silva
O documento discute modelos macroeconômicos, incluindo a Regra de Taylor e os modelos de Taylor e Walsh. Apresenta conceitos como curva de Phillips, expectativas racionais e políticas monetária e fiscal. Explica como esses elementos se relacionam para determinar o produto real, inflação e flutuações econômicas de curto e médio prazo.
Este artigo analisa as finanças públicas brasileiras de 1991 a 2008, contestando a visão de que o período 1995-1998 teve política fiscal frouxa. Mostra que os gastos públicos se mantiveram estáveis nesse período, ao contrário de 1999-2002, quando os gastos cresceram mais significativamente que a arrecadação. Também contesta a visão de que a política fiscal foi contracionista de 1994 a 2003, mostrando variações no impacto fiscal nesse período.
1) O documento discute os fundamentos teóricos das metas de inflação, incluindo a curva de Phillips e o trade-off entre inflação e desemprego no curto e longo prazo.
2) A hipótese da taxa natural de desemprego de Friedman e Phelps argumenta que não há trade-off no longo prazo, apenas no curto prazo devido a erros de expectativa.
3) A introdução da hipótese de expectativas racionais por Lucas e Sargent levou ao entendimento de que não há nenhum trade-off, nem no
Este documento analisa as finanças públicas brasileiras entre 1991 e 2008, dividindo o período em fases. A política fiscal pré-Plano Real teve aumento moderado de receitas. Já entre 1995-1998, os gastos públicos se mantiveram estáveis, ao contrário do que se pensava. Por fim, entre 1999-2002 houve crescimento de gastos e receitas, embora estas tenham crescido mais.
Matematica financeira e engenharia economica roberta torresRenan Pinheiro
1. O documento é um trabalho de conclusão de curso de licenciatura em matemática da Universidade Federal de Santa Catarina sobre matemática financeira e engenharia econômica.
2. O trabalho aborda conceitos de matemática financeira como juros, fluxo de caixa e análise de investimentos, e métodos de engenharia econômica como CAU, VA e TIR para avaliação de projetos.
3. O objetivo é relacionar os conceitos matemáticos aos aspectos práticos da análise de investimentos us
O objetivo deste artigo é tentar esclarecer alguns pontos do extenso debate heterodoxo sobre a taxa de juros monetária, sugerindo o uso do que se chamará de abordagem da taxa de juros exógena.
Essa abordagem parte de dois princípios bem gerais, que são: (a) o governo não quebra em sua própria moeda; e (b) os bancos só emprestam para clientes considerados solventes. Buscar-se-á reforçar os argumentos Lavoie (2006), mostrando que esses ficam mais claros e melhor fundamentados a partir dos princípios da abordagem da taxa de juros exógena.
Para tanto, discutir-se-ão (a) os problemas com a visão da taxa de juros determinada pela oferta e pela demanda por moeda e (b) a determinação exógena da taxa de juros (e a questão da endogeneidade da quantidade de moeda) e o “spread” dos empréstimos privados de longo prazo sob a ótica da abordagem da taxa de juros exógena.
Este artigo discute a teoria da taxa de juros exógena, sugerindo que ela se baseia em dois princípios: (1) governos não quebram em sua própria moeda e (2) bancos só emprestam a clientes solventes. O artigo critica a visão de que a taxa de juros é determinada por oferta e demanda de moeda e defende que a taxa é determinada institucionalmente.
O documento apresenta um resumo do curso de Economia Pública ministrado pelo professor Rui Teixeira Santos, abordando os principais tópicos a serem discutidos, como a justificação da intervenção do Estado na economia, os instrumentos de política orçamental e os níveis de descentralização financeira. A bibliografia inclui referências sobre teorias de economia pública, finanças públicas e princípios jurídicos relacionados.
Atualmente, diversos economistas das mais variadas origens e tendências argumentam que o Banco Central deve imprimir dinheiro para financiar o déficit público e zerar a taxa básica de juros para fazer políticas monetárias não convencionais, chamadas lá fora de Quantitative Easing (QE) e que consistem na compra de ativos privados e talvez até divida pública de prazos mais longos.
1) O artigo discute a evolução do conceito de Lei de Say no pensamento econômico, desde a versão original de Jean Baptiste Say até as interpretações clássicas, neoclássicas e da escola de Cambridge.
2) A versão original de Say tratava da identidade entre produção e consumo, onde toda produção gera demanda equivalente através dos salários pagos e do poder de compra gerado. Isso pressupunha a neutralidade da moeda e ausência de entesouramento.
3) Posteriormente, interpretações cl
The purpose of this paper is to contribute to an interpretation of Ricardo’s theory of foreign trade following the lead of Sraffa ́s own 1930 critique of Ricardo ́s alleged error and recently developed by other Sraffians. We argue that Ricardo assumed that trade happened at natural prices in each country. And once we take the process of gravitation towards those prices into account it follows that : (i) Ricardo’s theory is not incomplete, but fully determined so there is no need for price elastic demand functions, contrary to what John Stuart Mill argued; and (ii) in the simple cases of the examples of chapter 7 of Ricardo ́s Principles, the terms of trade are determined by the ratio of the given actually traded levels of reciprocal effectual demands.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This document analyzes Brazilian National Treasury primary auctions from the 2000s using a Modern Monetary Theory interpretation. It finds that:
1) The Brazilian government was always able to sell its treasury bonds and was not pressured into higher interest rates by bond markets or rating downgrades.
2) Downgrades by international rating agencies did not cause persistent pressure on auction rates or changes in bond sales volumes.
3) The Central Bank ensured liquidity for treasury bonds through repo operations, maintaining interest rate targets and guaranteeing demand for government bonds.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo's results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo´s results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
Thirlwall’s law, given by the ratio of the rate of growth of exports to the income elasticity of imports is a key result of Balance of Payments (BOP) constrained long run growth models with balanced trade. Some authors have extended the analysis to incorporate long run net capital flows. We provide a critical evaluation on these efforts and propose an alternative approach to deal with long run external debt sustainability, based on two key features. First, we treat the external debt to exports ratio as the relevant indicator for the analysis of external debt sustainability. Second, we include an external credit constraint in the form of a maximum acceptable level of this ratio. The main results that emerge are that sustainable long run capital flows can positively affect the long run level of output, but not the rate of growth compatible with the BOP constraint, as exports must ultimately tend to grow at the same rate as imports. Therefore, Thirlwall’s law still holds.
1. O documento apresenta um modelo matemático para analisar sistemas econômicos representados por matrizes que indicam insumos e horas de trabalho necessárias para a produção.
2. É definido o conceito de matrizes redutíveis e irredutíveis e apresentados teoremas sobre propriedades de matrizes irredutíveis como tendo um autovalor máximo único.
3. Explica como representar sistemas de preços com e sem excedente usando esse modelo, encontrando soluções relacionadas a autovalores e autovetores das matriz
1) O documento é uma tese de doutorado apresentada à Universidade Federal do Rio de Janeiro que analisa o crescimento liderado pela demanda na economia norte-americana nos anos 2000 a partir da abordagem do supermultiplicador sraffiano com inflação de ativos.
2) No primeiro capítulo, a tese faz uma crítica à abordagem da macroeconomia dos três saldos proposta por W. Godley, argumentando que ela tem inconsistências contábeis.
3) Em seguida, a tese apresenta o arcabouço teórico do
1) O documento discute as contribuições teóricas de Piero Sraffa à teoria do valor e distribuição.
2) Sraffa propôs retomar a abordagem clássica do excedente e criticou a abordagem marginalista neoclássica.
3) Ele mostrou que há uma relação inversa entre salário real e taxa de lucro para qualquer número de bens, confirmando os resultados clássicos.
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa criticamente os modelos neo-kaleckianos sobre como a competitividade internacional influencia a taxa de crescimento de uma economia aberta. O autor argumenta que esses modelos restringem excessivamente a relação entre taxa de câmbio e distribuição de renda e omitem fontes alternativas de desvalorização cambial. Além disso, eles podem permitir déficits comerciais permanentes sem mecanismos de ajuste e sugerem que a desvalorização pode piorar o déficit comercial.
1) O documento discute modelos pós-keynesianos de crescimento e distribuição de renda, comparando-os com a teoria da distribuição de Cambridge.
2) Nos modelos iniciais, o nível de produção e utilização da capacidade dependem negativamente da parcela de lucros, enquanto a taxa de lucro realizada é constante.
3) A teoria de Cambridge argumenta que a parcela de lucros é determinada endogenamente no longo prazo, variando positivamente com o grau de utilização da capacidade.
(1) Keynes criticou a suposição neoclássica de que a taxa de juros é flexível, argumentando que ela é determinada monetariamente e não se ajusta automaticamente para manter o pleno emprego. (2) Sraffa criticou a ideia de que há sempre substituição entre fatores, mostrando que com capital heterogêneo a intensidade do uso de um fator não se correlaciona necessariamente com seu preço. (3) Ambas as críticas questionam se os mecanismos propostos pela teoria neoclássica são suficientes para garant
This paper examines the semiconductor’s industry growing importance
as a strategic technology in the modern industrial system and in contemporary war
-
fare. It also analyzes this industry’s evolution in China and the Chinese semiconduc-
tor industrial policy over the last years. We review the Chinese interpretation of the
‘revolution in military affairs’ and China’s perception of its backwardness as well as
the possibilities of catch-up and evolution in the most sophisticated segments of this
productive chain through domestic firms and indigenous innovation.
O objetivo deste trabalho é discutir as causas principais da interrupção, a partir de 2015,do processo de crescimento com inclusão social que ocorreu na economia brasileira a partir de meados dos anos 2000, processo que chamaremos de “Breve Era de Ouro” da economia brasileira em alusão ao processo semelhante, porém bem mais longo e intenso, que ocorreu nos países centrais depois da Segunda Guerra Mundial até o inicio da década de 70 do século passado. Nossa analise se baseia em duas hipóteses centrais. A primeira é de que, por uma série de razões estruturais operando tanto no lado da oferta quanto da demanda de trabalho, este processo gerou, a despeito das taxas de crescimento da economia não terem sido muito elevadas,uma “revolução indesejada” no mercado de trabalho brasileiro entre 2004 e 2014, que reforçou muito o poder de barganha dos trabalhadores (particularmente os menos qualificados).Esta “revolução indesejada” gerou uma tendência dos salários reais crescerem continuamente acima do crescimento da produtividade, o que acirrou progressivamente o conflito distributivo e reduziu as margens e taxas de lucros das empresas.
Este documento resume a trajetória acadêmica de Carlos Aguiar de Medeiros, desde quando ele ingressou na UFRJ como aluno de graduação em 1971 até se tornar Coordenador da Pós-Graduação do Instituto de Economia Industrial (IEI) entre 1993-1996. Ele destaca suas influências iniciais como aluno, sua produção como professor e pesquisador, e seu papel na reestruturação da pós-graduação do IEI.
1. Dissenso ao Contrassenso do Novo Consenso: a Alternativa da
Macroeconomia da Demanda Efetiva
7 de Abril de 2019
Ricardo Summa (IE/UFRJ)
Franklin Serrano (IE/UFRJ)
1. Introdução
O debate sobre a validade das ideias da Modern Money Theory (MMT) ganhou
bastante repercussão no debate nos EUA recentemente, com a difusão das
ideias propagadas por Stephanie Kelton e encampada pelos políticos mais
progressistas do partido Democrata dos EUA (Bernie Sanders e Alexandria
Ocasio-Cortez). A resposta critica de economistas ligados ao mainstream e ao
establishment do Partido Democrata, como Summers e Krugman, ampliou a
visibilidade dessas ideias.
Aqui no Brasil ganharam reverberação os artigos de Lara Resende (2019a,
2019b, 2019c)1
, que endossou algumas principais teses do MMT como (i) o
Estado não quebra em sua própria moeda; (ii) a criação de moeda na
economia é endógena e (iii) a taxa de juros é exogenamente fixada pelo Banco
Central e (iv) não há relação de causalidade de algum agregado monetário
para a inflação.
Primeiramente, cabe dizer que vemos como salutar a discussão dessas ideias
em meios de comunicação mais amplos por economistas mais influentes que
há tempos atrás tratavam tais proposições teóricas como blasfêmias
econômicas (e/ou as ignoravam). Porém, iremos mostrar que as conclusões
mais conservadoras (Haluska, 2019, Vernengo, 2019) em termos de política
econômica do próprio Lara Resende vêm de sua adoção de uma série de
outras suposições teóricas adicionais sobre o funcionamento da
Macroeconomia baseada no Novo Consenso e de outros elementos ecléticos
1
Economista da tradição da PUC-RJ, um dos formuladores dos Planos Cruzado e Real e ex-presidente do
BNDES no governo FHC.
2. adicionados à essa análise. E por fim, iremos mostrar que é possível combinar
as mesmas premissas teóricas do MMT com um arcabouço teórico alternativo,
fundamentado na abordagem do excedente, retomada da forma proposta por
Sraffa e Garegnani. Nossa versão de arcabouço teórico alternativo se organiza
em três pontos centrais, a saber: (a) a validade da demanda efetiva de longo
prazo;(b) na abordagem da inflação de custo e conflito distributivo e (c) na
abordagem da taxa de juros exógena para chegar a conclusões bem
diferentes.
Na verdade, a junção das ideias das finanças funcionais e de parte da MMT –
que nós chamamos de c) a “abordagem da taxa de juros exógena” com os
itens a) e b) acima é a base do curso optativo de Macroeconomia da Demanda
Efetiva da pós-graduação do IE-UFRJ que vem sendo ministrado há mais de
duas décadas, gerando diversas dissertações, teses e artigos. Assim, o
objetivo do presente artigo é divulgar os resultados dessa ampla linha de
pesquisa e mostrar que resultados diferentes do proposto por Lara Resende
podem ser obtidos a partir já junção de algumas ideias da MMT com esse
arcabouço teórico. É importante assinalar que nosso objetivo não é fazer uma
análise geral da abordagem da MMT em todos seus aspectos. Seus
proponentes dão muita importância a outros temas polêmicos como a teoria do
investimento de Minsky e a proposta do Estado ser um empregador de ultima
instância, que não serão tratadas aqui (ver Wray (2019)). Para nossos
propósitos apenas a parte ligada a Finanças Públicas Funcionais e a fixação
das taxas de juros pelo Banco Central nos importam.
2. A análise de Lara Resende
Primeiramente, é necessário enfatizar que o texto mais amplo de Lara Resende
(2019a) não faz um esforço de elaborar um modelo formal e fechado para
derivar suas propostas de política econômica, mas sim um apanhado de ideias
e citações de autores que, a partir das ideias desses autores e do texto de Lara
Resende tentaremos reconstruir um arcabouço coerente entre si.
Basicamente, o artigo de Lara Resende trata da determinação do produto e da
inflação e o papel do Banco Central que determina a taxa de juros da economia
e depois, após acrescentar outros elementos na analise, tenta tirar uma
3. implicação de regra de politica desejável compatível com um custo fiscal baixo
e maior bem-estar da economia. Iremos, portanto, tratar dessas duas questões.
2.1 A Macroeconomia de Lara Resende, o Novo Consenso e as
Finanças Funcionais de Lerner
Com relação à macroeconomia proposta por Lara Resende, esta não parece
muito diferente dos chamados modelos do Novo Consenso (Taylor (2000),
Blanchard, 2016). A referência que o autor faz a Woodford nesse contexto nos
permite entender que para Resende:
(1) existe um produto de pleno emprego determinado por fatores de oferta e
não sensível à demanda agregada (“a restrição da realidade”: capacidade, ou
produto potencial);
(2) a demanda agregada afeta produto efetivo no curto prazo (devido a alguma
rigidez nominal)
(3) a taxa real de juros afeta a demanda agregada e assim o produto efetivo
(uma curva IS) primordialmente através da elasticidade juros do investimento
das empresas;
(4) a inflação depende do excesso de demanda medido pela distancia do
produto efetivo em relação ao produto de pleno emprego e da inflação
esperada, que é totalmente incorporada ou repassada a inflação efetiva.
(5) que o Banco Central controla a taxa de juros, cabendo a ele fechar o hiato
do produto para atingir a taxa natural de juros (suposta única) e estabilizar a
inflação
(6) A taxa natural de juros seria aquela que compatibiliza a demanda agregada
com o produto de pleno emprego, ou a poupança de pleno emprego e o
investimento. Nesse tipo de modelo, há uma relação inversa entre consumo
(das famílias ou do governo) e investimento das empresas, e a taxa natural de
juro será resultante dessa composição dos gastos. Um aumento no consumo
do governo, por exemplo, levará no longo prazo, a uma elevação da taxa
natural de juros que terá um efeito crowding-out completo do investimento.
Dessa maneira, o que Lara Resende chama a atenção, ainda que aceitando o
modelo do Novo Consenso, é deixar claro que não haveria nenhuma restrição
monetária tanto para o Banco Central fixar a taxa de juros no patamar
4. desejado nem para o Governo realizar política fiscal. Obviamente, dizer que
não há restrição monetária não quer dizer que dentro deste modelo o governo
não enfrenta consequências econômicas de, por exemplo, fixar a taxa de juros
diferente da natural e experimentar uma (hiper)inflação ou deflação. Outro
ponto importante que Lara Resende traz para a discussão é o caráter
endógeno da criação de moeda e a evidente ausência de causalidade de
algum agregado monetário sobre a inflação.
De alguma forma, este tipo de ideias já foi defendido dentro da visão
mainstream da economia. Woodford (2001, p. 31) já havia reconhecido que não
há possibilidade „técnica‟ do governo não honrar seus compromissos em sua
própria moeda e, portanto, os limites de endividamento do setor público são
muito distintos do privado. A ideia de que a taxa de juros é fixada pelo Banco
Central é utilizado nesses modelos desde a década de 90 (Taylor, 1993,
Romer, 2000). Diversos macroeconomistas pragmáticos ligados a instituições
financeiras e Bancos Centrais atualmente reconhecem o caráter da moeda
criada endogenamente pelos bancos e a não relação de causalidade dos
agregados monetários para a inflação (Sheard (2013), Mcleay et alli (2014))2
.
Alguma semelhança pode ser apontada em relação ao pioneiro de algumas
ideias centrais do que hoje é chamada MMT, Abba Lerner (1951), que defendia
a ideia que as finanças públicas deveriam ser funcionais, no sentido de evitar
situações de desemprego ou excesso de demanda e inflação, não importando
seu resultado em termos de quantidade de dívida ou base monetária gerada
para atingir essa finalidade. Lerner seguia o consenso da época, a síntese
neoclássica, e assim a ideia de que o governo em uma economia monetária,
que não tende automaticamente ao produto de pleno emprego dos fatores de
produção, por causa da baixa ou nula elasticidade juros do investimento
observada empiricamente, poderia (e deveria) por meio da politica fiscal
(principalmente) e monetária gerar um nível de gasto agregado capaz de levar
a economia a esse produto de Pleno Emprego.
Aliás, na mesma linha, não há indícios, por exemplo, em Friedman que o
Estado quebre na própria moeda, pelo contrário. Em Friedman, o Banco
Central sempre aumenta (exogenamente) a quantidade de moeda de forma a
2
Aqui no Brasil, a ideia de que o governo não tem restrição financeira foi aceita por Samuel Pessoa
(2019) em concordância com Lara Resende.
5. tornar o produto acima do nível de pleno emprego dos fatores de produção (ou
em suas palavras, o desemprego abaixo de sua taxa natural). O Governo em
Friedman, por mais irracional que seja (segundo ele) ao nunca aprender que
esse tipo de política monetária levará apenas a hiperinflação, não enfrentará
restrições em sua própria moeda e é justamente por isso que deve ser
contido por uma imposição de regra monetária, na visão do autor.
Assim podemos retomar o texto de Lara Resende dentro do contexto dessa
macroeconomia do Novo Consenso. O mérito do texto é limpar o terreno nas
questões monetárias e fiscais. Obviamente isso já é um grande avanço em
relação ao debate brasileiro sobre este tema. Mas Lara Resende não se
desvencilha da base neoclássica do modelo do Novo Consenso e de suas
implicações e como mostraremos na sub-seção seguinte, os avanços são
acompanhados de retrocessos e inconsistências devido a elementos ecléticos
que adiciona à sua análise.
2.2 As implicações de política de Lara Resende
Este avanço de Lara Resende em apresentar o modelo do Novo Consenso
livre das usuais restrições „sobrenaturais‟ de elementos fiscais e monetários
que estão presentes no debate brasileiro infelizmente é seguido de um
retrocesso quando este parte para propor e justificar sua regra de política
econômica. A proposta de Lara Resende é a de que a taxa de juros real (r)
deve ser menor que a de crescimento do produto (g) e o resultado primário
deve ser equilibrado, o que levaria a uma queda na relação Dívida/PIB. Esta
proposta de Lara Resende não deriva de nenhuma das conclusões do modelo
do Novo Consenso nem da MMT. Aliás, um dos precursores da MMT, Lerner,
que é citado por Lara Resende, tinha justamente a ideia de que as finanças
deveriam ser funcionais para a obtenção do pleno emprego e que as variáveis
de resultado, como tamanho da dívida ou estoque de moeda não deveriam ser
levadas em consideração (em suas palavras, metas para estas variáveis
seriam disfuncionais para a economia)3
.
3
Haluska (2019).
6. A justificativa para a regra de Lara Resende depende de três elementos
adicionais acrescidos com uma forte dose de ecletismo4
:
(1) Se r > g, eventualmente a economia passaria a operar segundo a
visão da Teoria Fiscal do Nível de Preços, a curva de Phillips
desapareceria, a inflação dependeria de variáveis fiscais e haveria
custo fiscal do aumento da dívida;
(2) Esse custo fiscal poderia ser ainda maior, pois poderia levar a
aumentos endógenos do premio de risco por conta de argumentos do
tipo dominância fiscal a la Blanchard;
(3) Situações de r > g seriam indesejáveis do ponto de vista do bem-
estar intertemporal em um modelo de gerações sobrepostas a la
Samuelson gerando ineficiência alocativa dinâmica para a sociedade.
O problema com o ponto (1) sobre uma suposta mudança para um regime
onde valeria a curiosa Teoria Fiscal do Nivel de Preços, é que ele contradiz a
própria ideia de que o Banco Central controla a taxa de juros, pois parece
supor que em algum momento o crescimento do tamanho da divida interna
força o governo a monetizá-la.
Já o ponto (2) sobre dominância fiscal também contradiz a ideia central de que
o governo não quebra na própria moeda. Pois qual seria o motivo para que o
aumento da divida publica na moeda nacional levasse o mercado a cobrar um
premio de risco crescente de default(que supostamente teria efeitos no spread
soberano em moeda estrangeira tanto para o setor privado quanto para o
publico ), se o governo não quebra na sua própria moeda, como supõe Lara
Resende?5
Por último, o ponto 3 sobre ineficiência alocativa dinâmica diz respeito a uma
sequencia de equilíbrios de pleno emprego na qual a taxa de juros natural da
economia estar maior que a taxa de crescimento é sinal de que a taxa de
poupança de pleno emprego está acima da ótima, implicando em mais sacrifico
do consumo presente em relação ao futuro do que o necessário. Assim a taxa
de poupança a pleno emprego deveria ser reduzida para reduzir a taxa de juros
real natural uma sequência intertemporal de consumo de pleno emprego
4
Vernengo (2019).
5
Para uma critica a incoerência da noção de dominância fiscal aplicada ao caso brasileiro ver Serrano e
Pimentel (2016).
7. Pareto superior, que maximizaria o consumo da sociedade através do tempo
(ao seguir “a regra de ouro” de Phelps). Tal analise pressupõe que a taxa real
de juros é determinada pela propensão a poupar e pela produtividade marginal
do capital e evidentemente contradiz a ideia de que é o Banco Central que fixa
a taxa real de juros, mesmo no longo prazo, como na MMT.
Porém, mesmo deixando de lado estas hipóteses adicionais ecléticas, ficando
coerentemente dentro do contexto do modelo do Novo Consenso, para
implementação da regra g=r proposta por Lara Resende, também seria
necessário diminuir a taxa natural de juros, e isto seria possível com a redução
da relação entre consumo do governo e produto de pleno emprego, por
exemplo6
. Justamente por esse motivo que Lara Resende defende politicas
fiscais restritivas (o oposto do que defende a MMT), para diminuir a taxa natural
de juros e assim levar a economia a uma trajetória de redução da dívida
pública.
Um último comentário, em entrevista posterior ao artigo, Lara Resende (2019c)
justificou sua regra com a ideia de que taxas de juros menores levariam a
maiores taxas de crescimento do produto, aparentemente se referindo ao
produto de pleno emprego. Como um aumento deste último depende, dentro da
visão neoclássica seguida por Lara Resende, do aumento da dotação e
produtividade do trabalho e do aumento da poupança de pleno emprego, que
aumentaria o investimento e o estoque de capital, não haveria nenhuma
justificativa para algum aumento do nível do produto de pleno emprego a longo
prazo. Dentro desse modelo, Algum efeito de aumento do investimento e do
produto efetivo de curto prazo ocorreria, supondo adicionalmente que a
economia está abaixo do produto de pleno emprego e a taxa real de juros
esteja acima da taxa natural, mas não sobre a trajetória de longo prazo do
produto de pleno emprego.
A conclusão inevitável é que faz muito pouca diferença entender que a taxa de
juros real é determinada no curto prazo pelo Banco Central e que o governo
não tem restrições financeiras internas, se se supõe a existência de uma taxa
natural de juros de pleno emprego e uma taxa natural de desemprego. No caso
uma politica de juros bem mais baixos necessariamente teria que ser
6
Esse ponto foi levantado por Pessoa (2019) ao criticar o artigo de Lara Resende como não trazendo
nada de muito novo.
8. compensada por uma politica fiscal bem mais contracionista , que garantisse a
queda da taxa natural de juros. Se isso não ocorrer, mantida esta perspectiva
teórica, haverá uma continua aceleração da inflação sem ganhos permanentes
no nível do produto.
O problema de Lara Resende é que mesmo adotando agora uma visão bem
mais realista sobre taxa de juros e as condições de financiamento do governo,
ele se mantém dentro do quadro conceitual do Novo Consenso (mesmo que
ignoremos os ecléticos pontos 1 a 3 acima) no que diz respeito ao lado real da
economia (ao contrário dos proponentes da MMT).
Mas a noção de uma taxa natural de juros depende de uma série de hipóteses
altamente irrealistas. Em particular a noção de taxa natural de juros e do trade-
off de longo prazo entre consumo e investimento e o associado crowding-out
total do gasto público depende crucialmente da hipótese de alta elasticidade
juros do investimento que cria capacidade para as empresas. Esta hipótese
nunca teve bons fundamentos empíricos nem nas economias centrais onde os
juros caíram a níveis irrisórios na ultima década sem nenhuma reação
significativa do investimento. E também não parece ter fundamento no caso da
economia brasileira.7
A rigor isso não deveria surpreender pois a base teórica
para uma relação inversa de longo prazo entre investimento e juros, baseada
na noção de substituição entre capital e trabalho e o chamado aprofundamento
do capital, já havia sido amplamente criticada por Garegnani (1978-9) e outros
seguidores de Sraffa desde a década de sessenta do século passado, devido
as dificuldades logicas encontradas na tentativa de fundamentar tal conceito
num mundo onde o capital é heterogêneo e os preços relativos mudam de
forma complexa diante de mudanças de variáveis distributivas.
Mas se o investimento não é regularmente elástico em relação à taxa de juros
real, não há porque existir uma taxa natural de juros (como autores como
Lerner se davam conta). Além disso, numa economia onde o produto efetivo se
afasta, mesmo que no curto prazo, do nível de pleno emprego, o investimento
das empresas se tornam necessariamente induzido pois sua demanda por
trabalho e capital dependem dos níveis de produto que de fato se espera
vender. Isso conforme apontado recentemente por Petri (2015) significa que a
7
Braga (2020, forthcoming) e Dos Santos et al mostram que no Brasil o investimento é basicamente
induzido pela demanda.
9. “posição” da função investimento neoclássica fica instável, tornando a suposta
taxa natural de juros endógena. Assim, tanto a inclinação quanto a posição da
função investimento neoclássica tem sérios problemas teóricos e conceituais,
além de sua pouca aderência empírica.8
Além disso, como veremos a seguir a hipótese de uma taxa natural de
desemprego depende também, não apenas do problemático conceito de
substituição entre os fatores capital e trabalho, mas também da hipótese
extrema de que a inflação esperada é sempre totalmente incorporada a
inflação corrente, que também não é uma hipótese razoável nem a nível teórico
nem empírico.
3. A MMT e a Macroeconomia da Demanda Efetiva
Iremos mostrar na seção 3 que é possível, entretanto, combinar essa visão das
finanças funcionais/MMT com outro tipo de abordagem para a determinação do
(crescimento do) produto de plena capacidade e da inflação.
3.1 A Macroeconomia da Demanda Efetiva
A Macroeconomia da Demanda Efetiva que iremos abordar depende de três
pilares teóricos: e da abordagem da Taxa de juros exógena, a ideia da validade
do principio da demanda efetiva de longo prazo e da inflação de custo e do
conflito distributivo;
As ideias que Lara Resende apresenta como os pilares da MMT elencados na
introdução desse artigo constituem o que nós denominamos de “a abordagem
da taxa de juros exógena” (Serrano e Summa (2013)). Esta abordagem parte
do principio que o governo não quebra em sua própria moeda, que o banco
central como monopolista no mercado de reservas consegue fixar a taxa básica
de juros, que a taxa de juros de longo prazo dos títulos públicos refletem
primordialmente as expectativas sobre a trajetória da taxa de juros do Banco
Central no futuro e de que os bancos privados não são obrigados a emprestar,
8
Para criticas teóricas mais detalhadas ao conceito de taxa natural de juros , ver Moreira & Serrano
(2018c) e Serrano, Summa e Moreira (2019). Para a critica das estimativas empíricas da taxa natural de
juros, ver Levrero (2018).
10. e portanto, a moeda é endógena. Este principio é valido inclusive em
economias abertas9
.
O segundo pilar teórico é a validade do principio da Demanda efetiva a longo
prazo, que dentro de nossa visão se baseia na abordagem clássica do
excedente (Garegnani,2015[1962], Moreira & Serrano (2018a))no qual os
fatores de produção são complementares e não substitutos e que a restrição de
capacidade por conta do capital ocorre antes do trabalho (desemprego
estrutural). Em uma economia monetária de produção, o total de gastos
agregados medidos ao preço de produção (ou de oferta)10
– financiados por
rendas contratuais derivadas da produção (o consumo induzido dos salários ) e
por criação autônoma de poder de compra monetário (os gastos autônomos) –
irão determinar o nível de produto corrente da economia11
. Esse nível mais
persistente de demanda efetiva agregada e produto, por sua vez, deve ser
avaliado em relação a capacidade produtiva, medido pelo estoque de capital,
no qual a busca de um grau normal de utilização de capacidade é imposta pela
concorrência aos empresários, e portanto desvios mais persistentes do grau
efetivo de utilização em relação ao grau normal ou planejado induzem a ajustes
no tamanho do estoque de capital. O investimento das empresas privadas que
cria capacidade – compra de maquinas e equipamentos e estruturas– é uma
demanda derivada que só faz sentido quando é necessário adequar a
capacidade produtiva ao nível (esperado) de demanda agregada e produto ao
longo da vida útil do equipamento. Essa é a base para os modelos de
crescimento liderado pela demanda no qual o crescimento dos gastos
autônomos que não criam capacidade e mudanças na propensão marginal a
consumir puxam o crescimento do produto e da capacidade produtiva no longo
prazo, pela operação do mecanismo do acelerador (flexível) – o chamado
9
Ainda que nestes casos exista uma assimetria, pois a taxa internacional acrescida do spread soberano
e das expectativas de variação cambial acaba sendo um piso para a taxa domestica (Serrano e Summa
(2015), Summa (2015)). Para uma aplicação para a Argentina no regime de Conversibilidade, ver De
Lucchi (2013).
10
Aquele preço que induz a produção, cobrindo os custos e garantindo a taxa de lucro condizente com
as condições de concorrência ao grau de utilização normal da capacidade.
11
Desajustes de curtíssimo prazo entre demanda agregada e produto geram descompasso entre
estoques efetivos e desejados, que pode em alguns casos levar a preços diferentes do normal para
ajustes pontuais, mas que para ajustes mais permanentes levam a alteração na produção.
11. Supermultiplicador Sraffiano (Serrano 1995, Cesaratto, Stirati e Serrano, 2003,
Freitas e Serrano 2015, Serrano e Freitas 2017)12
.
Note que, dentro desta perspectiva, se reconhece que gastos em consumo e
em investimento residencial em geral tem sim alguma sensibilidade a taxa de
juros. Mas esta sensibilidade é complexa e potencialmente instável pois é
mediada por vários fatores institucionais e financeiros. De qualquer maneira
uma sensibilidade destes gastos finais aos juros pode fazer com que o
investimento das empresas acabe aumentando se a taxa real de juros for
reduzida, mas isso ocorreria apenas porque o consumo ou o investimento
residencial das famílias e, portanto, o mercado final se expandiu. Desta forma
isso configura uma relação positiva e não inversa entre consumo e
investimento, pois é a expansão do último que induz o aumento do
investimento e da capacidade produtiva da economia, o oposto do que diz o
Novo Consenso (Serrano; Summa e Moreira, 2019).
O terceiro pilar teórico é a abordagem da Inflação de custo e conflito
distributivo. Esta visão está intimamente relacionada com a ideia de demanda
efetiva de longo prazo e a existência de desemprego estrutural da abordagem
clássica do excedente. Casos de inflação de demanda podem ocorrer se a
produção está suficientemente acima da utilização normal capacidade
produtiva. Porém, no caso de aumentos temporários de demanda, a própria
inflação gerada é capaz de reduzir a demanda efetiva e corrigir esse excesso
de demanda, não sendo usual este tipo de inflação permanentemente. Por
outro lado se o aumento da demanda for persistente, dentro de amplos limites,
o próprio investimento induzido tenderá a ampliar a capacidade para se ajustar
a este nível maior de demanda (Aspromourgous (2007),Serrano (2019)). A
inflação permanente ocorre devido aos aumentos dos custos de produção, e
estes podem ocorrer num economia capitalista, onde o mercado de trabalho,
na prática nunca realmente opera em pleno emprego. Em outras palavras, a
inflação salarial pode ocorrer pela redução persistente (e não eliminação) do
desemprego e subemprego, pois esta redução aumenta o poder de barganha
dos trabalhadores, que depende também de outros fatores sociais, políticos e
12
Cabe aqui notar que nos últimos anos esse modelo têm sido adotado por autores interessados em
modelos de crescimento liderados pela demanda oriundos de diversas abordagens teóricas , por
exemplo, os artigos de Lavoie (2016), Fazzari et ali (2019), Palley (2019) , Dutt (2019), Deleidi &
Mazzucato (2018).
12. institucionais. Outros fatores podem atuar para gerar pressões de custo e
incompatibilidades distributivas como a taxa de câmbio, as commodities com
preços internacionais, os preços monitorados pela Administração Pública e as
variações na taxa de juros13
, sendo que estes preços não são em principio
neutros nem para a inflação nem para a distribuição funcional da renda
(Serrano (1986), Serrano (2010)). Além disso, como os salários negociados
dependem do poder de barganha dos trabalhadores, numa economia onde a
força de trabalho não é escassa, a inflação esperada raramente é
completamente incorporada nestes, o que gera em geral uma curva de Phillips
de longo prazo não-aceleracionista e mais próxima a curva original do próprio
Phillips (Serrano (2010, 2019), Summa e Braga (2019), Stirati e Meloni (2018)).
3.2 Implicações e restrições ao crescimento na Macroeconomia da
demanda efetiva
As implicações da utilização deste arcabouço para as politicas monetárias e
fiscal são bem distintas. Primeiro, não existe uma única taxa “natural de juros”
nesse modelo, uma vez que diferentes taxas de juros determinadas
exogenamente pelo Banco Central levarão a diferentes níveis de produto, e
endogenamente, respectiva capacidade produtiva. Também não há relação
negativa entre consumo (das famílias e do governo) e investimento no longo
prazo (Aspromourgos (2007), Serrano, Summa e Garrido (2019)).
Isso tem consequências também para a inflação, que não mais poderá ser
resultado de excesso de demanda - uma vez que o hiato do produto tende a se
fechar e não há escassez de trabalho - mas sim „excesso de demandas
salariais dos trabalhadores‟, no sentido que a inflação dependerá do poder de
barganha dos trabalhadores e este estará relacionado com as condições no
mercado de trabalho, produtividade e outros fatores políticos e institucionais
(Serrano 2019, Braga e Summa (2019)). O nível da taxa de desemprego (e não
seu desvio em relação a uma suposta taxa natural de desemprego) influencia a
inflação, e esta primeira variável é relacionada a taxa de crescimento da
13
Ver os trabalhos de Braga (2006), Lara (2004,2008) e Haluska (2016).
13. economia14
. Essa situação em que os salários nominais começavam a subir
por conflito distributivo muito antes de haver escassez de era chamado por
Lerner de uma situação de “baixo pleno emprego”.
Segundo, a Politica fiscal tem também implicações bem distintas. Nesse
arcabouço, uma política fiscal que aumente o crescimento dos gastos públicos
poder levar paradoxalmente a uma diminuição da carga tributária que equilibra
o orçamento, uma vez que o acelerador opere e aumente a taxa de
investimento da economia (Serrano (2017),Pimentel (2018) Esse mesmo
resultado se aplicaria ao consumo das famílias financiado por crédito (se este é
o único gasto autônomo) e no caso geral, onde existem gastos autônomos
públicos e privados,ajustes fiscais que diminuam a taxa de crescimento dos
gastos do governo tem o efeito de aumentar o endividamento dos
trabalhadores em relação a sua renda disponível (Pariboni (2016), Fagundes
(2017)).
Terceiro, em modelos desse tipo, a própria discussão de sustentabilidade da
dívida pública pode ser tornar mais complexa que a análise de Lara Resende
uma vez que a taxa de juros (exógena e sem uma taxa natural de referência) e
a politica fiscal tem efeitos de longo prazo na própria taxa de crescimento do
produto e da capacidade produtiva (Cavalcanti, 2017).. Por todos esses
motivos que há muito tempo temos uma série de duvidas sobre o ajuste fiscal
(Serrano (2001)).
Obviamente, um regime de crescimento liderado pela demanda tem seus
limites e restrições . Primeiro, a própria restrição da estabilidade do modelo de
crescimento liderado pela demanda, no qual a soma entre a propensão a
consumir e a propensão a investir, em desequilíbrio, deve ser menor que 1.
Como a tendência da taxa de investimento induzido é função da taxa de
crescimento dos gastos autônomos e da economia, isso gera uma taxa máxima
bem definida de crescimento liderado pela demanda compatível com uma dada
distribuição de renda (Serrano, Freitas e Bhering 2018, Moreira e
Serrano(2018b)). Segundo, a Restrição Externa, uma vez que o país não emite
14
A taxa de desemprego dependerá da taxa de desemprego inicial e da diferença entre o crescimento
do emprego (que segue o crescimento do produto) e da força de trabalho e da produtividade, que
respondem à taxa de crescimento do produto (Serrano, 2019).
14. moeda internacional e pode não ter financiamento em dólares suficientes para
importar e rolar a dívida externa15
. Terceiro, as situações de conflito distributivo
que podem surgir de situações de baixo desemprego e crescimento dos
salários reais com redistribuição de renda podem gerar respostas políticas e
pressões para a mudança de orientação da política econômica para gerar
desemprego suficiente para „disciplinar‟ o mercado de trabalho (Kalecki, (1943),
Garegnani et ali (2008). E por fim, o que muitas vezes está relacionado ao item
anterior, regras de politica econômica como metas de inflação e de superávit
primário podem ter efeitos sobre a taxa de crescimento de longo prazo da
economia ao limitar o quanto o governo pode permitir que cresça a demanda
agregada 16
.
E justamente pelo fato da primeira restrição em geral ser mais difícil de ser
atingida e da segunda restrição na economia mundial nas duas ultimas
décadas ter sido demasiadamente relaxada para uma série de países da
periferia , inclusive o Brasil (Medeiros, Serrano, Freitas (2014) que nossa
pesquisa recente tem enfatizado o “crescimento liderado pela demanda restrito
pela politica econômica”, em referência às duas ultimas restrições discutidas no
paragrafo anterior.
Esse tipo de análise foi aplicado ao Brasil, no qual o relaxamento da restrição
externa e a adoção de uma orientação de política econômica mais
expansionista permitiu o crescimento do produto e aceleração do investimento
(Serrano e Summa, 2011), mas o aparecimento do conflito distributivo e de
uma inflação mais resistente (Summa e Serrano, 2018) levou primeiro a uma
mudança de orientação de política econômica em 2011 que culminou na
desaceleração do crescimento no período 2011-2014 (Serrano e Summa,
2015) e depois no abandono completo das políticas expansionistas e o fim da
breve era de ouro da economia Brasileira a partir de 2015 (Serrano e Summa,
2018, Serrano e Melin, 2016).
4. Considerações finais
15
Medeiros e Serrano (2006) e Bhering (2013).
16
Para uma aplicação em um modelo de economia aberta desta ideia, ver Summa (2016).
15. A recente difusão no exterior e aqui no Brasil das ideias da MMT e das
Finanças Funcionais deve ser comemorada. Afinal, limpar o terreno do debate
permite avançar e comparar o que há de fato em disputa nas teorias. Esse
artigo procurou mostrar, entretanto, que mesmo a utilização desses princípios
teóricos pode levar a conclusões irrealistas em termos de politica fiscal quando
incorporados dentro do contexto do modelo do Novo Consenso. Aqui no Brasil,
o texto de Lara Resende levou um ortodoxo como Samuel Pessoa a declarar
que aceita que o governo não quebra na própria moeda, mas que deveria
enfatizar mais a importância da taxa natural de juros, enquanto a resposta dos
pós Keynesianos brasileiros foi mais no sentido de tentar apontar possíveis
problemas na MMT e tentar negar que o Estado e o Banco Central tenham
amplos graus de liberdade para operar, do que criticar a taxa natural de juros e
o modelo do Novo Consenso subjacente a analise de Lara Resende (Belluzzo
(2019), de Paula (2019) e Terra(2019)).
Nossa contribuição a esse debate é dupla. De um lado deixar claro que apesar
da referencia as ideias da MMT, a não ruptura com a visão ortodoxa do Novo
Consenso é que explica as propostas de politica econômica de Lara Resende,
que são opostas ao que é defendido pelos seguidores da MMT. E
adicionalmente mostrar que existe uma alternativa que combina os
ensinamentos das Finanças Funcionais e de parte da MMT com uma visão de
que o crescimento é liderado pela demanda e a inflação é determinada pelo
conflito distributivo e chamar a atenção de que já existe todo um programa de
pesquisa do Grupo de Pesquisa em Economia Politica da UFRJ nesse sentido,
baseado na abordagem do clássica do excedente na forma em que foi
retomada por Sraffa e Garegnani. Esta visão tem uma base didática no curso
optativo de Macroeconomia da Demanda Efetiva do Programa de Pós em
Economia da UFRJ e que seus resultados teóricos e aplicados podem ser
acessados nos artigos, dissertações e teses produzidos dentro dessa
abordagem.
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