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ARRITMIAS
TAQUIARRITMIAS E BRADIARRITMIAS
UFMT/CUR
Abordagem inicial
• Três perguntas:
1. Instável ou estável
2. QRS estreito ou alargado? Se alargado é monomórfico ou
polimórfico?
3. O ritmo ventricular é regular ou irregular?
Taquicardias com QRS estreito
Taquicardia Sinusal
Resposta normal à demanda do organismo a um débito cardíaco
aumentado.
Características:
Taquicardias com QRS estreito
Taquicardia supraventricular
• Caracterizada por:
 Complexo QRS estreito
 Ausência de onda P* (onda P oculta no QRS, pode aparecer negativa
nas derivações inferiores [2,3 e aVF])
 Intervalos RR regulares
• Reentrada ~ 75%
Taquicardias com QRS estreito
Tratamento:
Estável ou instável?
Estável: Acesso IV + Manobra vagal
1° antiarrítmico: Adenosina EV
 Repetir Adenosina EV 12mg SN
• Verapamil e Diltiazem (20mg – 1 ampola)
• Tratamento definitivo: ablação por cateter da via lenta
Instável: Oxigênio, acesso IV e sedação se consciente + CVE
sincronizada
Taquicardias com QRS alargado
• Duração 0,12 segundos ou mais
• A maioria é Taquicardia ventricular (TV)
• Se paciente estável, com QRS alargado, RR regular e
complexos QRSS monomórficos, mas não há certeza do ritmo
adenosina não terá efeitos se for TV, porém se for TSV com
aberrância pode lentificação transitória ou reverter para um
ritmo sinusal
• Para reversão farmacológica de taquicardia estável c/ QRS
largo e provável TV utiliza-se:
 Procainamida
 Amiodarona
 Sotalol
Taquicardias com QRS alargado
• Caso o paciente se apresente com sinais e sintomas graves
causados pela taquicardia, um diagnóstico específico da
origem é irrelevante
• O paciente requer IMEDIATA cardioversão elétrica sincronizada
CVE
Taquicardias com QRS alargado
• Taquicardia Ventricular (TV)
• Características - MONOMÓRFICA:
 Frequência 101 a 250 bpm
 Ritmo Regular
 Ondas P não observadas, se presentes não tem relação com o QRS
 QRS alargado
• TV monomórfica pode degenerar para TV polimórfica ou
fibrilação ventricular (FV)
• A TV sustentada nem sempre produz sinais de instabilidade
hemodinâmica
Taquicardias com QRS alargado
• TRATAMENTO TV:
• se TV sem pulso = RCP e desfibrilação
• Estáveis, mas sintomáticos, são tratados com
 oxigênio (se indicado)
 acesso IV
 antiarrítmicos ventriculares p/ supressão do ritmo
• Procainamida, amiodarona, sotalol
• Instáveis (geralmente TV sustentada com FC>150)
 Oxigênio
 Acesso IV
 Sedação (se conscientes e houver tempo suficiente)
 Cardioversão elétrica sincronizada;
Taquicardias Irregulares
• Flutter Atrial e Fibrilação Atrial;
• Flutter atrial é um ritmo atrial ectópico -> ondas flutter, mais
bem observadas nas derivações inferiores II, III, aVF e V1
• O nó AV protege os ventrículos da alta frequência atrial
• Flutter 2:1 resulta de frequência atrial 300 e ventricular de 150,
se este for 100 é 3:1, 75bpm é 75 e assim por diante;
• FA ocorre por causa da automaticidade múltipla*;
Taquicardias Irregulares
Taquicardias Irregulares
• Flutter é por macrorrentrada, FA é por múltiplos focos;
• Quando o flutter atrial está presente com uma condução 2:1, é
difícil diferenciar entre o flutter e a TS, TRN ou TSV
• Manobras vagais podem auxiliar por reduzirem a condução AV
e revelar as ondas de flutter subjacentes
Taquicardias Irregulares
• Tratamento
• Se o ritmo FA está presente há mais de 48 é necessária
anticoagulação antes de reverter o ritmo com medicação,
cardioversão sincronizada ou ablação por cateter.
• Inicar anticoagulação 2 a 3 semanas antes e continuar a
terapia por cerca de 4 semanas após a conversão
• Caso o flutter atrial ou a FA se associem a frequência
ventricular rápida, o tratamento pode ser dirigido a controle da
FC ou conversão do ritmo para ritmo sinusal. A CVE
sincronizada ou farmacológica não deveria ser tentada, exceto
em paciente instável
• ECG de 12 derivações + especialista
Taquicardias Irregulares
• A CVE sincronizada deve ser feita se instabilidade
• Taquicardia Ventricular Polimórfica
• Sintomático
 tratar isquemia
 Correção anormalidades eletrolíticas
 Suspender medicações que prolongam QT
• Estável -> Amiodarona se QT normal*, magnésio ou
betabloqueadores
• Instável ou sem pulso -> Desfibrilação (assim como FV)
Bradicardia Sinusal
• Tratamento é feito se paciente sintomático devido à baixa FC
 Suplementação de oxigênio
 Estabelecimento de acesso IV
 Administração de atropina IV
Bloqueios Atrioventriculares
1° Grau (local: nó AV)
• RR regular
• Intervalo PR aumentado > 0,2s, cte
• QRS estreito
• Tratamento
 Atropina
 Dopamina ou adrenalina
 Definitivo = Marcapasso
Bloqueios Atrioventriculares
2° Grau
• Distúrbio INTERMITENTE na condução AV
• Local: Feixe de His ou, mais comumente, no ramo
• Tipo I Wenckebach ou Mobitz Tipo I: prolongamento progressivo do
intervalo PR, seguido por uma onda P sem complexo QRS
 Geralmente assintomático
 Sintomático? (suspender medicações causa) Se FC baixa + sinais e sintomas
graves -> Atropina
• Tipo II Mobitz Tipo II: Local é no feixe de His ou no ramo
• Mais grave que o BAV Mobitz1, podendo progredir para BAV de 3°
grau
• Intervalo PR sempre largo, com pausa.
Bloqueios Atrioventriculares
• Tratamento
 Atropina pode aumentar disparo Nó SA, porém isso pode gerar menor
condução AV
 Caso atropina ineficaz -> Marca passo transcutâneo ou infusão IV de
dopamina, adrenalina ou isoproterenol
 Está indicado Marcapasso definitivo
• BAV de 2° Grau 2:1
 A Frequencia atrial é o dobro da ventricular
 Ritmo regular, tanto atrial como ventricular
 PR cte
 Ondas P normais, a cada duas segue-se 1 QRS
 QRS estreito = acima do feixe de His = tipo I; largo = abaixo do feixe
de His = tipo II
Bloqueios Atrioventriculares
• BAV de 3° Grau:
• Ondas P normais
• Ritmo atrial regular, ventricular regular = PP e RR regulares
• FC atrial diferente da FC ventricular
• BAV baixo
• Tratamento:
 Atropina e Marcapasso
• BAVT instável = Marcapasso (transcutâneo)

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Aula Arritmias - Cardiologia

  • 2. Abordagem inicial • Três perguntas: 1. Instável ou estável 2. QRS estreito ou alargado? Se alargado é monomórfico ou polimórfico? 3. O ritmo ventricular é regular ou irregular?
  • 3. Taquicardias com QRS estreito Taquicardia Sinusal Resposta normal à demanda do organismo a um débito cardíaco aumentado. Características:
  • 4. Taquicardias com QRS estreito Taquicardia supraventricular • Caracterizada por:  Complexo QRS estreito  Ausência de onda P* (onda P oculta no QRS, pode aparecer negativa nas derivações inferiores [2,3 e aVF])  Intervalos RR regulares • Reentrada ~ 75%
  • 5. Taquicardias com QRS estreito Tratamento: Estável ou instável? Estável: Acesso IV + Manobra vagal 1° antiarrítmico: Adenosina EV  Repetir Adenosina EV 12mg SN • Verapamil e Diltiazem (20mg – 1 ampola) • Tratamento definitivo: ablação por cateter da via lenta Instável: Oxigênio, acesso IV e sedação se consciente + CVE sincronizada
  • 6. Taquicardias com QRS alargado • Duração 0,12 segundos ou mais • A maioria é Taquicardia ventricular (TV) • Se paciente estável, com QRS alargado, RR regular e complexos QRSS monomórficos, mas não há certeza do ritmo adenosina não terá efeitos se for TV, porém se for TSV com aberrância pode lentificação transitória ou reverter para um ritmo sinusal • Para reversão farmacológica de taquicardia estável c/ QRS largo e provável TV utiliza-se:  Procainamida  Amiodarona  Sotalol
  • 7. Taquicardias com QRS alargado • Caso o paciente se apresente com sinais e sintomas graves causados pela taquicardia, um diagnóstico específico da origem é irrelevante • O paciente requer IMEDIATA cardioversão elétrica sincronizada CVE
  • 8. Taquicardias com QRS alargado • Taquicardia Ventricular (TV) • Características - MONOMÓRFICA:  Frequência 101 a 250 bpm  Ritmo Regular  Ondas P não observadas, se presentes não tem relação com o QRS  QRS alargado • TV monomórfica pode degenerar para TV polimórfica ou fibrilação ventricular (FV) • A TV sustentada nem sempre produz sinais de instabilidade hemodinâmica
  • 9. Taquicardias com QRS alargado • TRATAMENTO TV: • se TV sem pulso = RCP e desfibrilação • Estáveis, mas sintomáticos, são tratados com  oxigênio (se indicado)  acesso IV  antiarrítmicos ventriculares p/ supressão do ritmo • Procainamida, amiodarona, sotalol • Instáveis (geralmente TV sustentada com FC>150)  Oxigênio  Acesso IV  Sedação (se conscientes e houver tempo suficiente)  Cardioversão elétrica sincronizada;
  • 10. Taquicardias Irregulares • Flutter Atrial e Fibrilação Atrial; • Flutter atrial é um ritmo atrial ectópico -> ondas flutter, mais bem observadas nas derivações inferiores II, III, aVF e V1 • O nó AV protege os ventrículos da alta frequência atrial • Flutter 2:1 resulta de frequência atrial 300 e ventricular de 150, se este for 100 é 3:1, 75bpm é 75 e assim por diante; • FA ocorre por causa da automaticidade múltipla*;
  • 12. Taquicardias Irregulares • Flutter é por macrorrentrada, FA é por múltiplos focos; • Quando o flutter atrial está presente com uma condução 2:1, é difícil diferenciar entre o flutter e a TS, TRN ou TSV • Manobras vagais podem auxiliar por reduzirem a condução AV e revelar as ondas de flutter subjacentes
  • 13. Taquicardias Irregulares • Tratamento • Se o ritmo FA está presente há mais de 48 é necessária anticoagulação antes de reverter o ritmo com medicação, cardioversão sincronizada ou ablação por cateter. • Inicar anticoagulação 2 a 3 semanas antes e continuar a terapia por cerca de 4 semanas após a conversão • Caso o flutter atrial ou a FA se associem a frequência ventricular rápida, o tratamento pode ser dirigido a controle da FC ou conversão do ritmo para ritmo sinusal. A CVE sincronizada ou farmacológica não deveria ser tentada, exceto em paciente instável • ECG de 12 derivações + especialista
  • 14. Taquicardias Irregulares • A CVE sincronizada deve ser feita se instabilidade • Taquicardia Ventricular Polimórfica • Sintomático  tratar isquemia  Correção anormalidades eletrolíticas  Suspender medicações que prolongam QT • Estável -> Amiodarona se QT normal*, magnésio ou betabloqueadores • Instável ou sem pulso -> Desfibrilação (assim como FV)
  • 15. Bradicardia Sinusal • Tratamento é feito se paciente sintomático devido à baixa FC  Suplementação de oxigênio  Estabelecimento de acesso IV  Administração de atropina IV
  • 16. Bloqueios Atrioventriculares 1° Grau (local: nó AV) • RR regular • Intervalo PR aumentado > 0,2s, cte • QRS estreito • Tratamento  Atropina  Dopamina ou adrenalina  Definitivo = Marcapasso
  • 17. Bloqueios Atrioventriculares 2° Grau • Distúrbio INTERMITENTE na condução AV • Local: Feixe de His ou, mais comumente, no ramo • Tipo I Wenckebach ou Mobitz Tipo I: prolongamento progressivo do intervalo PR, seguido por uma onda P sem complexo QRS  Geralmente assintomático  Sintomático? (suspender medicações causa) Se FC baixa + sinais e sintomas graves -> Atropina • Tipo II Mobitz Tipo II: Local é no feixe de His ou no ramo • Mais grave que o BAV Mobitz1, podendo progredir para BAV de 3° grau • Intervalo PR sempre largo, com pausa.
  • 18. Bloqueios Atrioventriculares • Tratamento  Atropina pode aumentar disparo Nó SA, porém isso pode gerar menor condução AV  Caso atropina ineficaz -> Marca passo transcutâneo ou infusão IV de dopamina, adrenalina ou isoproterenol  Está indicado Marcapasso definitivo • BAV de 2° Grau 2:1  A Frequencia atrial é o dobro da ventricular  Ritmo regular, tanto atrial como ventricular  PR cte  Ondas P normais, a cada duas segue-se 1 QRS  QRS estreito = acima do feixe de His = tipo I; largo = abaixo do feixe de His = tipo II
  • 19. Bloqueios Atrioventriculares • BAV de 3° Grau: • Ondas P normais • Ritmo atrial regular, ventricular regular = PP e RR regulares • FC atrial diferente da FC ventricular • BAV baixo • Tratamento:  Atropina e Marcapasso • BAVT instável = Marcapasso (transcutâneo)

Editor's Notes

  1. Para ser chamada de paroxística requer início ou término súbitos
  2. Adenosina EV (Bolus rápido 6mg [meia vida 10s] + AD)
  3. *Pois a amiodarona pode causar prolongamento de QT, asism como procainamida e sotalol