Discorre sobre a ciência da informação em Portugal tendo como foco a formação tecnológica nessa área. Apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa em andamento que tem por objetivo traçar o panorama da tecnologia da informação e comunicação enquanto
conteúdo formativo na ciência da informação deste país. Para tanto analisa o componente tecnológico no ensino do campo a partir das unidades curriculares de sete cursos de
licenciatura em ciência da informação e documentação de Portugal. A partir da análise documental caracteriza as bases tecnológicas dos cursos por meio das ementas, objetivos e
conteúdos programáticos das disciplinas de tecnologia. Destaca as diferenças e semelhanças de nomenclaturas, tempo de conclusão, créditos, cargas horárias e os principais conteúdos abordados. Como resultado, percebemos que o processo de Bolonha é o traço identificador
dos cursos e acaba por padronizar suas características gerais. Houve uma diferença acentuada na carga horária dedicada às disciplinas de tecnologia. Os sistemas de informação aparecem
como temática central dos conteúdos abordados, seguido das bases de dados e das aplicações multimédia e da internet.
Movimentos sociais e ciberativismo: apropriações do movimento feminista no Br...
Tecnologia da informação e comunicação e a formação em Ciências da Informação e da Documentação em Portugal
1. Tecnologia da informação e
comunicação e a formação em Ciências
da Informação e da Documentação em
Portugal
Ronaldo F Araújo - @ronaldfar
.
Doutorando em Ciência Informação (UFMG)
Professor do Curso de Biblioteconomia (UFAL)
Armando M B M
. . alheiros da Silva
Doutor em História (Univ. do Minho)
Professor do Curso de Ciências da Informação e da Documentação (FLUP/UP)
2. Agenda
• Considerações iniciais
• Ciência da Informação em Portugal
• Tecn. da Inf. na Formação em CI
• Formação tecnológica em CI
• Considerações finais
3. Considerações iniciais
Componente tecnológico = mudanças
.
a e ducação no mundo de ho je te nde a se r te cno ló g ica,
e e xig ir cada ve z mais o e nte ndime nto e
interpretação de tecnologias (Bastos, 1997)
Conteúdo formativo
TI
Prática pedagógica
4. Considerações iniciais
P esquisa
Compreender o componente tecnológico enquanto
conteúdo formativo nos cursos de Ciências da
Informação e da Documentação de Portugal
Contexto
Mudança de paradigma - do custodial, patrimonialista,
histociricista e tecnicista para um paradigma
emergente pós-custodial, informacional e cientifico
(SILVA e RIBEIRO, 2011)
5. Ciência da Informação
em P ortugal
• 1887 - Inspecção Geral das Bibliotecas e Arquivos
Públicos
• “ Curso de instrucção superior de bibliotechario-
archivista” (SOUZA, 2009; PINTO, 2008).
• “ começou por ser, a única via para treinar os
profissionais habilitados a desempenhar funções
nas bibliotecas e nos arquivos” (RIBEIRO, 2005,
p.3)
• Nível superior, 3 anos, profissionalizante-
especilizada
6. Ciência da Informação
em P ortugal
• Reformas posteriores (de natureza política ou
institucional):
Arquivos e bibliotecas passarem a ser de tutela do
Estado; a abordagem exclusivamente profissional
com retirada do curso do âmbito universitário
(ficando apenas a cargo da Inspecção de
Bibliotecas e Arquivos); redução da formação para
2 anos; estatuto de pós-graduação
RIBEIRO (2005)
7. Ciência da Informação
em P ortugal
• 1935 - volta a ser de competência da universidade
(Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra);
• Inalterado até1982 = Curso de Especialização em
Ciências Documentais
RIBEIRO (2005)
8. Ciência da Informação
em P ortugal
• Dispersão identitária patente em designações de
cursos como Bibliotecas, Arquivos e
Documentação, Ciências Documentais,
Documentação e Arquivística, Ciências e
Tecnologias da Documentação e Informação,
Ciência da Informação e da Documentação,
Ciências da Informação (termo plural), Ciência da
informação (termo singular) ou Ciência da
Informação Arquivística e Biblioteconómica.
(PINTO, 2008, p.8)
9. Ciência da Informação
em P ortugal
• Crise do modelo formativo (transição da década de
1990-2000)
• Reposicionamento da área = formular novas
soluções, ao nível da formação, mais próximas das
atuais necessidades de ensino, pesquisa e formação
profissional.
• A partir de 2001 iniciou-se uma nova fase com a
criação dos cursos de Licenciatura em Ciência da
Informação, adaptados, uns anos depois da criação,
ao P rocesso de B olonha
10. Ciência da Informação
em P ortugal
• O processo chegou às universidades portuguesas
com o objetivo de “ melhorar a qualidade e a
relevância das formações oferecidas, assegurando
uma real internacionalização das formações pós-
secundárias” (FREITAS, 2006, p.11)
• O processo trouxe novas exigências, na medida em
que pressupõe a incorporação de conteúdos das
áreas de gestão, tecnologias e ciência da
informação (CARDOSO e CALIXTO, 2010).
11. Tecn. da Informação
na Formação em CI
• Revolução tecnológica está inexoravelmente
conectada à CI (NEVELING e WERSIG, 1975;
SARACEVIC, 1992 e 1996; CAPURRO, 2003;
OLIVEIRA, 2005).
• Não deve ser vista apenas como um elemento
externo que provoca modificações ao
funcionamento da área e sim como componente
constituinte das próprias causas para o surgimento
do campo
12. Tecn. da Informação
na Formação em CI
• As TICs podem ser consideradas como um dos
fatores centrais do debate acerca das
reestruturações dos cursos e o surgimento dos
novos modelos formativos na área da Ciência da
Informação em Portugal
• Interdisciplinridade da CI com a Ciência da
Computação (SARACEVIC, 1996; LIMA, 2003;
OLIVEIRA, 2005; ALVES et. al., 2007)
13. Tecn. da Informação
na Formação em CI
• A abordagem tecnológica na formação do
campo deve ir além de apresentar os ganhos
com a automação e as novidades de
informática;
• Demanda uma reflexão sobre as principais
teorias, métodos e ferramentas tecnológicas e
suas aplicações no ciclo informacional no
contexto da Sociedade da Informação.
14. Formação tecnológica
em Ciência da Inf.
• O universo empírico da pesquisa = 07 (sete) cursos
da área de Informação e Documentação
identificados conforme informações disponíveis no
Índice de Cursos da Direcção-Geral do Ensino
Superior (DGES) do Ministério da Ciência
Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) de
Portugal.
• Análise documental – Unidades Curriculares das
disciplinas de cunho tecnológico (30)
• Nome da disciplina, carga horária, créditos,
natureza, ementa, objetivo, conteúdo programático,
20. Formação tecnológica
em Ciência da Inf.
Métodos de ensino:
- 80% ‘ aulas teóricas e práticas’ ;
- 63,3% recurso de trabalhos (individuais ou
em grupo) ;
- 46% recursos online (e-learning);
21. Formação tecnológica
em Ciência da Inf.
Ferramentas:
Moodle (6), Power Point (5), Notepad++ (2),
Windows 7 (2), Cmaptools (2), Microsofit
Access (2), Plone (1), OpenOffice (1),
Microsofit Office (1), Oracle Database (1),
Ubuntu (1), VNC Viewer (1).
22. Formação tecnológica
em Ciência da Inf.
Avaliação:
- 80% projetos/trabalhos (individuais ou
em grupo);
- 73,3% provas, exames ou testes ;
- 70% contínua ou distribuída;
- 23% participação discente.
23. Considerações finais
• Evolução tecnológica na CI = variedade de
conteúdo
• Os sistemas de informação como temática
central dos conteúdos, seguido das bases de dados
e das tecnologias interativas, das aplicações
multimédia e da internet
• Falta de padronização nas unidades curriculares
e ausência de informações
24. Considerações finais
• A Universidade de Évora é a única que
apresenta na estrutura da unidade curricular, um
campo para apresentar a coerência dos conteúdos
programáticos e das metodologias de ensino com
os objetivos da unidade curricular da disciplina.
• O processo de Bolonha pode ser considerado
como traço identificador do modelo de formação
dos cursos analisados
25. Considerações finais
• O processo exige integração de áreas, demanda
parcerias entre diferentes departamentos
universitários com a proposta de constituir
modelos de formação interdisciplinar e superar as
limitações de áreas estanques:
UP - articulação entre as Faculdades de
Engenharia e Letras (CASTRO et al., 2011);
UE - parceria dos Departamentos de História,
Informática e Gestão de empresas (VAZ, 2006).
26. Considerações finais
• Desdobramentos:
Análise qualitativa dos objetivos, competências
e resultados de aprendizagem = perspectiva da
form ação
Analisar quem são os professores, qual sua
formação acadêmica, sua percepção sobre o papel
das TIC’ s na formação de seus alunos
Caracterizar a bibliografia empregada
27. Referências
BASTOS, João Augusto de Souza Leão de Almeida. Educação e tecnologia. Educação &
Tecnologia. Revista Técnico Científica dos Programas de Pós-graduação em Tecnologia dos
CEFETs PR/MG/RJ, Curitiba, ano I, n° 1, abr. 1997, pp. 4-29
CAPURRO, R. Epistemologia e ciência da informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE
PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - ENANCIB, 5., 2003. Belo Horizonte.
Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2003.
CARDOSO, A. M. P.; CALIXTO, J. A.. Modelos de formação em Ciência(s) da
Informação: estudo comparativo entre Brasil e Portugal. In: Congresso Nacional de
Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas. Guimarães, 7, 8 e 9, Abr. 2010. Actas...
Guimarães, 2010. <
http://www.bad.pt/publicacoes/index.php/congressosbad/article/view/164/159 >. Acesso em:
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LIMA, Gercina Ângela Borém. Interfaces entre a ciência da informação e a ciência
cognitiva. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 1, p. 77-87, jan./abr., 2003. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/ci/v32n1/15975.pdf >. Acesso em: 30 mai. 2012
OLIVEIRA, M. (Org). Ciência da Informação e Biblioteconomia: novos conteúdos e
espaços de atuação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
28. Referências
PINTO, Maria Manuela Gomes de Azevedo. A formação em ciência da informação e
documentação: Portugal na contemporaneidade. Lisboa. Páginas a& b: arquivos e
bibliotecas. v. n.1, p.7-62, 2008.
RIBEIRO, Fernanda. Formação e mercado de trabalho em informação e documentação em
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2005. In: Anais... ,Salamanca, 2005, 21 p.
SARACEVIC, Tefko. "Information science: origin, evolution and relations" in
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and theoretical perspectives; ed. by Perti Vakkari and Blaise Cronin. Los Angeles: Taylor
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SARACEVIC, Tefko. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspec. Ci. Inf.,
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fev. 2012.
SILVA, Armando Malheiro da. Ciência da Informação e Sistemas de Informação: (re)exame
de uma relação disciplinar. Prisma.com, n.11, p.2-30, jul., 2010.
29. Referências
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informação. Prisma.com, n.8, p.16-43, 2008. Disponível em: <
http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/viewFile/683/pdf >. Acesso em: 20 jun 2012.
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2002.
SOUZA, Tereza Batista de. O ensino de representação descritiva nos cursos da área de ciência
da informação no Brasil e em Portugal: estudo comparativo. (Tese de doutorado) Faculdade de
Letras da Universidade do Porto – FLUP, 2009, 376f.
VAZ, Francisco António Lourenço.. A formação em Ciências da Informação e da
Documentação. Cadernos BAD, n.1, p.68-76, 2006. Disponível em: <
http://www.apbad.pt/CadernosBAD/Caderno12006/CadBAD1_06_FranciscoVaz.pdf >. Acesso
em: 09 mar. 2012.