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                                 Funções de Estoques

1. INTRODUÇÃO

       A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores
de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, nu-
ma organização.
       Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para aplicações
diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas e em equipamen-
tos destinados ao aumento da produção e, conseqüentemente, das vendas.
        Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre estes
estão as inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias im-
previsíveis e de solução imediata. É o caso dos investimentos em estoque, que evitam
que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente.
       Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de
vendas, a paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços etc.,
além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, em impor-
tância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos investimentos ditos di-
retos. Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais rentá-
veis uma organização industrial ou comercial.
       Numa organização pública, a privação é em relação a investimentos sociais ou em
serviços de utilidade pública. A gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abor-
dagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em
relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido mantendo estoques
mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e necessárias para
manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo.

2. NATUREZA DOS ESTOQUES

       Estoque é a composição de materiais - materiais em processamento, materiais se-
mi-acabados, materiais acabados - que não é utilizada em determinado momento na em-
presa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades. Assim, o estoque
constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de
produção de seus produtos/serviços.
       Os estoques podem ser entendidos ainda, de forma generalizada, como certa
quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanente-
mente, para produzir lucros e serviços. São lucros provenientes das vendas e serviços,
por permitirem a continuidade do processo produtivo das organizações. Representam
uma necessidade real em qualquer tipo de organização e, ao mesmo tempo, fonte per-
manente de problemas, cuja magnitude é função do porte, da complexidade e da natureza
das operações da produção, das vendas ou dos serviços.
       A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes elevados.
Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em número reduzido de itens e em quanti-
dades mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a de-
manda dos usuários ou dos consumidores em geral, representa um ideal conflitante com
a realidade do dia-a-dia e que aumenta a importância da sua gestão. A acumulação de
estoques em níveis adequados é uma necessidade para o normal funcionamento do sis-
tema produtivo.
       Em contrapartida, os estoques representam um enorme investimento financeiro.
Deste ponto de vista, os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a
Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos                                         pág. 2
empresa possa produzir e vender com um mínimo risco de paralisação ou de preocupa-
ção. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e podem alcançar
uma respeitável parcela dos ativos totais da empresa.
       A administração dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros que exigem
um estreito relacionamento com a área de finanças, pois enquanto a Gestão de Recursos
Materiais e Logísticos está voltada para a facilitação do fluxo físico dos materiais e o a-
bastecimento adequado à produção e a vendas, a área financeira está preocupada com o
lucro, a liquidez da empresa e a boa aplicação dos recursos empresariais.
       A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período de plane-
jamento; da disponibilidade imediata de material nos fornecedores e do cumprimento dos
prazos de entrega; da necessidade de continuidade operacional e da remuneração do
capital investido, são as principais causas que exigem estoques permanentemente à mão
para o pronto atendimento do consumo interno e/ou das vendas. Isto mantém a paridade
entre esta necessidade e as exigências de capital de giro.
       É essencial, entretanto, para a compreensão mais nítida dos estoques, o conheci-
mento das principais funções que os mesmos desempenham nos mais variados tipos de
organização, e que conheçamos as suas diferentes espécies. Ter noção clara das diver-
sas naturezas de inventário, dentro do estudo da Gestão de Recursos Materiais, evita dis-
torções no planejamento e indica à gestão a forma de tratamento que deve ser dispensa-
do a cada um deles, além de evitar que medidas corretas, aplicadas ao estoque errado,
levem a resultados desastrosos, sobretudo, se considerarmos que, à vezes, consideráveis
montantes de recursos estão vinculados a determinadas modalidades de estoque.

3. FUNÇÕES DO ESTOQUE

       As principais funções do estoque são:

       a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de:
       - demora ou atraso no fornecimento de materiais;
       - sazonalidade no suprimento;
       - riscos de dificuldade no fornecimento.

       b) Proporcionar economias de escala:
       - através da compra ou produção em lotes econômicos;
       - pela flexibilidade do processo produtivo;
       - pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

      Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e ven-
da - no processo de comercialização em empresas comerciais - e entre as etapas de
compra, transformação e venda - no processo de produção em empresas industrias.
      Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempe-
nham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como
amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de comerciali-
zação e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações
inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as inter-
dependências das diversas partes da organização empresarial.

4. CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES

         4.1.Estoques de Matérias-Primas (MP)

       Os estoques de MP constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no
processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a produção dos produ-
tos/serviços da empresa.
                            Prof. Robson do Nascimento – http://www.robsonn.net
Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos                                        pág. 3



       4.2 Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias

       Os estoques de materiais em processamento - também denominados materiais em
vias - são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas
seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado
- por não serem mais MP iniciais - nem no depósito - por ainda não serem Produtos Aca-
bados (PA). Mais adiante serão transformadas em Produtos Acabados.

       4.3 Estoques de Materiais Semi-acabados

       Os estoques de materiais semi-acabados referem-se aos materiais parcialmente
acabados, cujo processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e
que se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo pro-
dutivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais avançado, pois se
encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo
para se transformarem em materiais acabados ou em PA.

         4.4 Estoques de Materiais Acabados ou Componentes

        Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes - refe-
rem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados ao
produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constitui-
rão o PA.

         4.5 Estoques de Produtos Acabados (PA)

        Os Estoques de PA se referem aos produtos já prontos e acabados, cujo proces-
samento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e
já passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamento, materiais semi-
acabados, materiais acabados e Produtos Acabados.

5. CONTROLE DE ESTOQUES

       O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta
diligência resulte em estoque excessivos às reais necessidades da empresa. O controle
procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo
ou das vendas e os custos daí decorrentes.
       Para mantermos este nível de água, no tanque, é preciso que a abertura ou o diâ-
metro do ralo permita vazão proporcional ao volume de água que sai pela torneira. Se
fecharmos com o ralo destampado, interrompendo, assim, o fornecimento de água, o ní-
vel, em unidades volumétricas, chegará, após algum tempo, a zero. Por outro lado, se a
mantivermos aberta e fecharmos o ralo, impedindo a vazão, o nível subirá até o ponto de
transbordar. Ou, se o diâmetro do raio permite a saída da água, em volume maior que a
entrada no tanque, precisaremos abrir mais a torneira, permitindo o fluxo maior para com-
pensar o excesso de escapamento e evitar o esvaziamento do tanque.
       De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da de-
manda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de ressupri-
mento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a
interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de ruptura ou de esvazia-
mento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas etc.


                            Prof. Robson do Nascimento – http://www.robsonn.net
Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos                                                   pág. 4
       Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as necessidades do estoque, pode-
remos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento dos seus níveis
em relação à demanda real, com prejuízos para a circulação de capital.
       O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material, onde atua, sobretudo, o
controle de estoque, é um dos objetivos da gestão de materiais.

                           ESTOQUE DE PRODUÇÃO / PROCESSO



        Estoque de Produção                                  Estoque de Organização



                                                  utilizados para manter o processo de pro-
                                                  dução ou suprimento funcionando conti-
  criados durante a linha de produ-               nuamente, sem interrupções.
  ção ou de processamento
  o produto




                                Estoque de Organização




                                                                              Obsoleto/morto
       Regular

                                                                             Em trânsito
          Ciclo

                             Segurança                        Sazonal


REGULAR - Necessários para satisfazer a demanda média durante o tempo entre rea-
bastecimentos sucessivos. Dependem: do tamanho dos lotes de produção, da quantida-
des econômicas de embarque, das limitações de espaço de estocagem, dos tempos de
reabastecimentos, das programações de desconto – preço x quantidade, do custo de
manter estoques

DE CICLO - Estoques criados em virtude do ciclo econômico de produção. Tem por obje-
tivos: a redução do custo unitário de produção e a redução de setup de equipamentos.

DE SEGURANÇA - São as poucas unidades a mais, mantidas fisicamente disponíveis em
um ponto de estocagem, para prever o caso em que a demanda excede à expectativa.
Tem por objetivos: a segurança no atendimento à demanda, o atendimento da necessida-
de (não prevista) do cliente e é calculado sobre variações estatísticas.


                            Prof. Robson do Nascimento – http://www.robsonn.net
Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos                                      pág. 5
ESTOQUE SAZONAL/ DE ANTECIPAÇÃO - São os estoques criados para fornecer con-
dições de suprimento quando a capacidade de produção e a demanda estão desequili-
bradas. Quando estes períodos são previstos, os estoques podem ser incrementados (an-
tecipadamente) para garantir o suprimento.

ESTOQUE EM TRÂNSITO - São os estoques que estão em trânsito entre os pontos de
estocagem ou de produção. Quanto maior a distância e menor a velocidade de desloca-
mento, maior será a quantidade de estoque em trânsito.

ESTOQUE OBSOLETO, MORTO ou REDUZIDO - São as partes do estoque que se de-
terioram e têm sua validade vencida ou é furtada ou perdida


6. FUNÇÕES DO CONTROLE DE ESTOQUE

        Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos descre-
ver suas funções principais que são:

      a) determinar quot;o quequot; deve permanecer em estoque. Número de itens;
      b) determinar quot;quandoquot; se devem reabastecer os estoques. Periodicidade;
      c) determinar quot;quantoquot; de estoque será necessário para um período predetermina-
do; Quantidade de compra;
      d) acionar o Departamento de Compras para executar aquisição de estoque;
      e) receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as neces-
sidades;
      f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer informações
sobre a posição do estoque;
      g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos
materiais estocados;
      h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.




Referências

MARTINS, P.G. ; Alt, P.R.C. Administração de Materiais e recursos patrimoniais. São
Paulo: Ed. Saraiva, 2005.

UMA VISÃO GERAL SOBRE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRI-
MONIAIS I - CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM Curso de
Administração. Disponível em: http://www.salesianolins.br. Acesso em 28/02/2007.




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  • 1. Centro Universitário Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN Funções de Estoques 1. INTRODUÇÃO A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, nu- ma organização. Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas e em equipamen- tos destinados ao aumento da produção e, conseqüentemente, das vendas. Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre estes estão as inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias im- previsíveis e de solução imediata. É o caso dos investimentos em estoque, que evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente. Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de vendas, a paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, em impor- tância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos investimentos ditos di- retos. Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais rentá- veis uma organização industrial ou comercial. Numa organização pública, a privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de utilidade pública. A gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abor- dagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e necessárias para manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo. 2. NATUREZA DOS ESTOQUES Estoque é a composição de materiais - materiais em processamento, materiais se- mi-acabados, materiais acabados - que não é utilizada em determinado momento na em- presa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades. Assim, o estoque constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de seus produtos/serviços. Os estoques podem ser entendidos ainda, de forma generalizada, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanente- mente, para produzir lucros e serviços. São lucros provenientes das vendas e serviços, por permitirem a continuidade do processo produtivo das organizações. Representam uma necessidade real em qualquer tipo de organização e, ao mesmo tempo, fonte per- manente de problemas, cuja magnitude é função do porte, da complexidade e da natureza das operações da produção, das vendas ou dos serviços. A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes elevados. Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em número reduzido de itens e em quanti- dades mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a de- manda dos usuários ou dos consumidores em geral, representa um ideal conflitante com a realidade do dia-a-dia e que aumenta a importância da sua gestão. A acumulação de estoques em níveis adequados é uma necessidade para o normal funcionamento do sis- tema produtivo. Em contrapartida, os estoques representam um enorme investimento financeiro. Deste ponto de vista, os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a
  • 2. Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos pág. 2 empresa possa produzir e vender com um mínimo risco de paralisação ou de preocupa- ção. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e podem alcançar uma respeitável parcela dos ativos totais da empresa. A administração dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros que exigem um estreito relacionamento com a área de finanças, pois enquanto a Gestão de Recursos Materiais e Logísticos está voltada para a facilitação do fluxo físico dos materiais e o a- bastecimento adequado à produção e a vendas, a área financeira está preocupada com o lucro, a liquidez da empresa e a boa aplicação dos recursos empresariais. A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período de plane- jamento; da disponibilidade imediata de material nos fornecedores e do cumprimento dos prazos de entrega; da necessidade de continuidade operacional e da remuneração do capital investido, são as principais causas que exigem estoques permanentemente à mão para o pronto atendimento do consumo interno e/ou das vendas. Isto mantém a paridade entre esta necessidade e as exigências de capital de giro. É essencial, entretanto, para a compreensão mais nítida dos estoques, o conheci- mento das principais funções que os mesmos desempenham nos mais variados tipos de organização, e que conheçamos as suas diferentes espécies. Ter noção clara das diver- sas naturezas de inventário, dentro do estudo da Gestão de Recursos Materiais, evita dis- torções no planejamento e indica à gestão a forma de tratamento que deve ser dispensa- do a cada um deles, além de evitar que medidas corretas, aplicadas ao estoque errado, levem a resultados desastrosos, sobretudo, se considerarmos que, à vezes, consideráveis montantes de recursos estão vinculados a determinadas modalidades de estoque. 3. FUNÇÕES DO ESTOQUE As principais funções do estoque são: a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de: - demora ou atraso no fornecimento de materiais; - sazonalidade no suprimento; - riscos de dificuldade no fornecimento. b) Proporcionar economias de escala: - através da compra ou produção em lotes econômicos; - pela flexibilidade do processo produtivo; - pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades. Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e ven- da - no processo de comercialização em empresas comerciais - e entre as etapas de compra, transformação e venda - no processo de produção em empresas industrias. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempe- nham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de comerciali- zação e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as inter- dependências das diversas partes da organização empresarial. 4. CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES 4.1.Estoques de Matérias-Primas (MP) Os estoques de MP constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a produção dos produ- tos/serviços da empresa. Prof. Robson do Nascimento – http://www.robsonn.net
  • 3. Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos pág. 3 4.2 Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias Os estoques de materiais em processamento - também denominados materiais em vias - são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado - por não serem mais MP iniciais - nem no depósito - por ainda não serem Produtos Aca- bados (PA). Mais adiante serão transformadas em Produtos Acabados. 4.3 Estoques de Materiais Semi-acabados Os estoques de materiais semi-acabados referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo pro- dutivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados ou em PA. 4.4 Estoques de Materiais Acabados ou Componentes Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes - refe- rem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constitui- rão o PA. 4.5 Estoques de Produtos Acabados (PA) Os Estoques de PA se referem aos produtos já prontos e acabados, cujo proces- samento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e já passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamento, materiais semi- acabados, materiais acabados e Produtos Acabados. 5. CONTROLE DE ESTOQUES O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta diligência resulte em estoque excessivos às reais necessidades da empresa. O controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes. Para mantermos este nível de água, no tanque, é preciso que a abertura ou o diâ- metro do ralo permita vazão proporcional ao volume de água que sai pela torneira. Se fecharmos com o ralo destampado, interrompendo, assim, o fornecimento de água, o ní- vel, em unidades volumétricas, chegará, após algum tempo, a zero. Por outro lado, se a mantivermos aberta e fecharmos o ralo, impedindo a vazão, o nível subirá até o ponto de transbordar. Ou, se o diâmetro do raio permite a saída da água, em volume maior que a entrada no tanque, precisaremos abrir mais a torneira, permitindo o fluxo maior para com- pensar o excesso de escapamento e evitar o esvaziamento do tanque. De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da de- manda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de ressupri- mento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de ruptura ou de esvazia- mento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas etc. Prof. Robson do Nascimento – http://www.robsonn.net
  • 4. Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos pág. 4 Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as necessidades do estoque, pode- remos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento dos seus níveis em relação à demanda real, com prejuízos para a circulação de capital. O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material, onde atua, sobretudo, o controle de estoque, é um dos objetivos da gestão de materiais. ESTOQUE DE PRODUÇÃO / PROCESSO Estoque de Produção Estoque de Organização utilizados para manter o processo de pro- dução ou suprimento funcionando conti- criados durante a linha de produ- nuamente, sem interrupções. ção ou de processamento o produto Estoque de Organização Obsoleto/morto Regular Em trânsito Ciclo Segurança Sazonal REGULAR - Necessários para satisfazer a demanda média durante o tempo entre rea- bastecimentos sucessivos. Dependem: do tamanho dos lotes de produção, da quantida- des econômicas de embarque, das limitações de espaço de estocagem, dos tempos de reabastecimentos, das programações de desconto – preço x quantidade, do custo de manter estoques DE CICLO - Estoques criados em virtude do ciclo econômico de produção. Tem por obje- tivos: a redução do custo unitário de produção e a redução de setup de equipamentos. DE SEGURANÇA - São as poucas unidades a mais, mantidas fisicamente disponíveis em um ponto de estocagem, para prever o caso em que a demanda excede à expectativa. Tem por objetivos: a segurança no atendimento à demanda, o atendimento da necessida- de (não prevista) do cliente e é calculado sobre variações estatísticas. Prof. Robson do Nascimento – http://www.robsonn.net
  • 5. Gestão de Recursos Patrimoniais e Logísticos pág. 5 ESTOQUE SAZONAL/ DE ANTECIPAÇÃO - São os estoques criados para fornecer con- dições de suprimento quando a capacidade de produção e a demanda estão desequili- bradas. Quando estes períodos são previstos, os estoques podem ser incrementados (an- tecipadamente) para garantir o suprimento. ESTOQUE EM TRÂNSITO - São os estoques que estão em trânsito entre os pontos de estocagem ou de produção. Quanto maior a distância e menor a velocidade de desloca- mento, maior será a quantidade de estoque em trânsito. ESTOQUE OBSOLETO, MORTO ou REDUZIDO - São as partes do estoque que se de- terioram e têm sua validade vencida ou é furtada ou perdida 6. FUNÇÕES DO CONTROLE DE ESTOQUE Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos descre- ver suas funções principais que são: a) determinar quot;o quequot; deve permanecer em estoque. Número de itens; b) determinar quot;quandoquot; se devem reabastecer os estoques. Periodicidade; c) determinar quot;quantoquot; de estoque será necessário para um período predetermina- do; Quantidade de compra; d) acionar o Departamento de Compras para executar aquisição de estoque; e) receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as neces- sidades; f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer informações sobre a posição do estoque; g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados. Referências MARTINS, P.G. ; Alt, P.R.C. Administração de Materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Ed. Saraiva, 2005. UMA VISÃO GERAL SOBRE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRI- MONIAIS I - CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM Curso de Administração. Disponível em: http://www.salesianolins.br. Acesso em 28/02/2007. Prof. Robson do Nascimento – http://www.robsonn.net