Características do Romantismo e suas gerações no Brasil
1. ROMANTISMO
Características gerais do movimento romântico
Supervalorização do amor
Idealização da figura feminina
Predomínio da imaginação, do sonho, do isolamento
Criação do mito do herói belo, honesto, corajoso, invencível
Ênfase no sentimento, na emoção, na sensibilidade
Medievalismo, nacionalismo
Mistura de gêneros literários
Criação do “drama” e do “romance”
2. As gerações do
Romantismo Brasileiro
Tradicionalmente são
apontadas três gerações de
escritores românticos. Essa
divisão, contudo, engloba
principalmente os autores de
poesia. Os romancistas não
se enquadram muito bem
nessa divisão, uma vez que
suas obras podem
apresentar traços de mais de
uma geração.
PRIMEIRA GERAÇÃO:
Nacionalista, indianista e religiosa.
Nela se destacam Gonçalves Dias e Gonçalves
de Magalhães.
SEGUNDA GERAÇÃO:
Marcada pelo “mal do século”,
apresenta egocentrismo exacerbado,
pessimismo, satanismo e atração pela
morte. Seus principais representantes são
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu,
Fagundes Varela e Junqueira Freire.
TERCEIRA GERAÇÃO:
Formada pelo grupo condoreiro, desenvolve
uma poesia de cunho político e social. A
maior expressão desse grupo é Castro Alves.
3. REALISMO
VISÃO DE MUNDO: SOCIETÁRIA E CIENTIFICISTA
Objetividade: embasa a observação e análise da sociedade.
Racionalismo: a razão é fundamental na observação e
interpretação da realidade.
Materialismo: a verdade está na matéria e não na idealização.
Contemporaneidade: preocupação com o presente e não com o
passado.
Insatisfação: inadaptação à realidade circundante; traço de
continuidade em relação ao Romantismo.
4. REALISMO: CONCEITOS
O Realismo fixa-se na realidade do homem em sociedade e seus problemas
cotidianos. O foco de atenção é a realidade social, e não apenas o indivíduo.
Ruptura com alguns traços românticos: ao invés de subjetivismo,
objetividade; ao invés de emoção, a razão, no lugar de indivíduo isolado, a
sociedade .
A finalidade artística é a representação da realidade.
Detalhismo na descrição dos fatos e do comportamento humano.
Narrativa lenta, crônica da vida das personagens.
Análise psicológica do comportamento.
Incorporação do cotidiano à literatura.
5. NATURALISMO: CONCEITOS
Condicionamento social e hereditário do comportamento.
Aprofundamento de alguns traços realistas.
Cientificismo baseado nas idéias deterministas de Taine, na teoria evolucionista de
Darwin e no positivismo defendido por Comte.
Preferência por ambientação da narrativa em tipos populares, do submundo social.
Linearidade narrativa, com predominância do foco narrativo em 3a. pessoa do
discurso.
Crítica às instituições: clero, casamento, sexualidade, sociedade exploradora da força
do trabalho operário, preconceito racial.
Didatismo.
Zoomorfização das personagens.
Os vizinhos de Luís assomaram à janela atraídos pelo grosseiro canto dos africanos; o
cortiço inteiro agitou-se; as lavadeiras abandonaram as tinas e os coradouros e vieram
ruidosamente ao portão da estalagem, com os braços nus, saias arrepolhadas no
quadril, mostrando pernas sem meias e grossos pés metidos em tamancos... O homem
da venda acudiu em camisa de meia, o peito muito cabeludo aparecendo... Todos
falavam ao mesmo tempo. (O homem – Aluísio de Azevedo)
6. NATURALISMO: CONCEITOS
Especialmente, a mulher é apresentada como presa fácil dos instintos e das
necessidades fisiológicas.
O amor passa a ser tratado como instinto, sujeito às contradições humanas, às
necessidades fisiológicas e ao jogo de interesses sociais e econômicos.
Os tipos femininos criados pelo Realismo e Naturalismo dão sinais de fragilidade,
inconstância,debilidade de caráter.
Era Magdá. Estranho abalo punha-lhe nos sentidos aquela escandalosa exibição de cama em
pleno ar livre. Vendo-a, como a viu, publicamente armada e feita, afigurava-se-lhe ter
defronte dos olhos um altar que se trazia de longe, para acruenta e religiosa cerimônia do
desfloramento de uma virgem. Havia alguma coisa de pagão e bárbaro em tudo aquilo;
alguma coisa que a levava de rastros, puxada pelos cabelos, para a vermelha
sensualidade dos seus delírios...
No meio daquela áspera gente do trabalho, gente de honestidade feroz, a figura da tal D.
Helena destacava-se mais do que uma nódoa de lama no meio de uma camisa de algodão
lavado. Mal acabou de jantar, foi para casa vomitar as tripas, que estômagos daqueles já
não resistem à forte comida dos que se levantam antes do sol e trabalham doze horas por
dia.
(O homem – Aluísio de Azevedo)