3. Impossível. A natureza aí está com suas cores
variegadas dizendo-nos
que as flores
aparecem na Terra.
4. Algumas são quase imperceptíveis.
Apenas os colibris conseguem
admirá-las e com seu néctar saciar
a fome pelo belo.
5. E nos convida a parar e
admirar a criação singular
que traz à alma a paz, a
alegria de viver, que se
renova na esperança dos
frutos que as flores
anunciam.
6. Há flores e flores. Mas todas
com a mesma mensagem:
Deus cuida e administra o
Universo com a singeleza do
belo.
7. As flores desafiam-nos a
não ter pressa. A parar.
Contemplar.
Refletir e concluir que
após cada flor sempre
haverá frutos.
Os apressados não
admiram as flores.
8. Apenas as vêem.
Mas sem a alegria de
analisar a tonalidade
de cada pétala, na
mesma flor.
A textura.
Os desenhos simétricos
que dão forma ao
inimaginável que só
os românticos
vislumbram.
9. Jesus parava em seu caminhar, não apressado, a contemplar
lírios. Enxergava neles a mão do Pai. Seu cuidado em administrar as
riquezas do amor que nada deixa faltar a seus filhos. “Olhai os lírios”,
convidava o Mestre aos seus nervosos seguidores. São efêmeros como
efêmera é a vida.
10. Mas o Pai os veste com especial carinho. Eles dizem que vocês podem
receber igual cuidado também. Ninguém jamais suplantou a beleza da
flor, continuava o Mestre. Mas, cego pela ansiedade.
11. Dominados e escravizados pelos
estresses abomináveis deste
século, não conseguimos ver.
Não ouvimos. O barulho do amanhã
gerou surdez absoluta nos
olhos da alma.
12. Não conseguimos ouvir a
mensagem das flores.
Perdemos o olfato, dominados
pelos odores de uma vida
vazia de significados.
Tristes, não aspiramos mais a
fragrância das flores.
13. No belo e florido Universo criado por Deus, construímos um
mundo triste. Sem primavera. Sem flores. Sem reflexão. Sem razão de
existir. Os jovens “românticos” não oferecem flores.
Geram filhos extemporâneos, que serão abandonados.
Os cônjuges não trazem e não recebem flores.
14. As pétalas lançadas sobre a noiva
foram pisoteadas pela indiferença que
assassina o amor. As flores do altar
foram substituídas pelas togas pretas
dos magistrados, que declaram
separados o que Deus não ajuntou.
15. Os jardins deram lugar ao cimento frio. A natureza geme por
ausência de flores. Nos altares. Nos corações. Nas matas inexistentes.
Nas vidas agressivas, que respondem com
violência a qualquer aproximação.
16. Flores não florescem onde
há mágoas. Não germinam na
selva do ódio. Perdem seus
matizes quando envoltas na
ingratidão. Murcham quando o
esquecimento do belo suplanta
a força do amor.
17. Frágeis, não suportam a violência.
Por isso temos primavera sem flores.
Sem esperança. Sem a possibilidade
de frutos que mantém a vida.
18. A sociedade está mergulhada em tristeza.
Pessoas infelizes por desconhecerem a
beleza das flores.
Incapazes de se emocionar com um
simples lírio do campo.
Precisamos de Jesus.
19. Com Ele caminhar. Parar a Seu lado e com Ele aprender a contemplar
as flores. E ver nelas o convite para viver uma primavera florida, onde o
amor de Deus seja real.