O documento discute o uso de tecnologias no ensino superior brasileiro, argumentando que as tecnologias podem ser usadas para promover a autonomia dos estudantes ao invés de controle. Também explora como os professores universitários podem lidar com as mudanças trazidas pelas novas linguagens digitais e como os projetos pedagógicos e currículos precisam ser adaptados.
2. Aí um aluno me perguntou:
“Professor, será que não poderíamos
estudar esse tema em um vídeo
e não em texto?”
3. As tecnologias
e a universidade brasileira
O padre jesuíta (na
imagem, Inácio de
Loiola) e seus artefatos
tecnológicos para a
aula
4. “A universidade é um dinossauro
pousado num aeroporto”
Jacques Attali, Reitor, Universidade de Paris
Você concorda?
5. As tecnologias e a universidade
brasileira
➲ O ensino superior só surge no século XIX
➲ O gosto pelo bacharelismo – muita retórica,
muita oratória
➲ O Brasil demorou a industrializar-se – e,
portanto, a sentir a necessidade da inovação
tecnológica
➲ O ensino superior ainda é coisa de elite no
Brasil (cerca de 12%, contra 30% na
Argentina)
6. Dado quentinho - 20/10/2010:
➲ Mais de 70 milhões de brasileiros têm acesso
à internet (em casa, no trabalho ou em lan
houses). Acha muito?
(Ibope)
7. O acesso à internet no Brasil é dos
mais caros no mundo
Quem tem acesso fácil a datashow?
Sabe quanto custa uma lâmpada?
Apesar de todos os esforços e da
queda nos preços, notebook é
coisa cara!
8. Ainda existem entraves para a
introdução de tecnologias digitais no
ensino superior? Quais?
9. As redes digitais
e o novo paradigma
➲ A ampliação da memória humana em
imagens, sons e bases de dados diversas
➲ O compartilhamento via tecnologia, como
nova forma de sociabilidade
➲ Os novos significados de privacidade
➲ O conhecimento escancarado na rede – a
Rosa tem nome e revela-se a todos
(todos?)
➲ A exclusão digital – exclusão social
10. As redes digitais e o novo paradigma
➲ O conhecimento em rede
➲ A aprendizagem como construção, como
atividade
➲ O ensino como problematização da
existência
11. As redes digitais
e o novo paradigma
Você não está fora desta revolução! Pelo
contrário, todos vivenciamos, em maior
ou menor grau, estas transformações.
12. Nunca uma geração passou a ser
tão distante da outra, do ponto de
vista tecnológico
O zapping
A multitarefa
O protagonismo
A interatividade
As comunidades
Os blogs, os twitters
13. Tecnologia x tecnicismo
➲ Uma coisa tem algo a ver com a outra?
➲ Planificacionismo, excesso de controle –
isto é tecnicismo. A tecnologia pode ser
utilizada para controlar, mas pode ser
utilizada para promover a autonomia
também.
➲ Por que alguns têm tanto medo do
emprego da tecnologia digital no trabalho
docente?
14. Ensino com tecnologia ou Recursos
Didáticos?
➲ Quais as diferenças entre a utilização da
tecnologia enquanto RECURSO e
enquanto parte integrante do ensino?
15. Como o professor universitário lida
com tudo isto?
Discursos lineares x não lineares – a lógica
do professor é linear; a dos alunos, não. A
aula passa a ser zapeada pelos alunos
16. Quais as possibilidades didáticas?
➲ Mudar a(s) linguagem(ns): o mundo da
aprendizagem profissional – como a vida –
tende a ser cada vez mais dinâmico, não-linear.
As tecnologias são fundamentais nesta
mudança.
➲ Abandonar o discurso do “professor-que-sabe-
e-o-aluno-que-aprende”. Afinal, qualquer um
pode buscar conteúdo estruturado nas redes.
Colocar-se como um ELABORADOR DE
OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM.
17. Quais as possibilidades didáticas?
➲ Sem o professor, hoje, as pessoas teriam
muita dificuldade em articular uma
compreensão coerente do mundo do
conhecimento, em meio à profusão de
informação.
➲ Ao contrário de antigamente, porém, o
professor auxilia o aluno a montar e
gerenciar seus próprios itinerários
formativos, com base em opções
disponíveis. Isto é reforçado não apenas
pelo ensino, mas pela pesquisa e a
18. Quais as possibilidades didáticas?
• Vivenciar as tecnologias digitais como algo
inerente à vida cotidiana, e não como uma
coisa para “nerds” ou “iniciados”.
• Caprichar na formação didático-pedagógica,
nesta nova visão. Ensinar hoje em dia, na
universidade, é muito mais complicado que
antigamente (pois antes a aula era mais
monólogo que diálogo).
• Compreender que o ato educativo não se dá
apenas na sala de aula (ou no Ambiente
Virtual de Aprendizagem). Na maioria das
vezes acontece fora destes espaços formais.
19. Mas... como formar este professor?
➲ Mudando os projetos pedagógicos
dos cursos. Não é o professor
sozinho quem muda tudo. Isto inclui
a mudança nos currículos, de forma a
comportar a interdisciplinaridade real
(componente essencial da nova
dinâmica curricular).
➲ Fortalecendo a autonomia do
professor, para que ele possa realizar
sua atividade com liberdade.