O resumo do documento é o seguinte:
[1] A revista Canavieiros de janeiro de 2008 destaca a importância da preservação ambiental e o empenho da Copercana e do Brasil na correta destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas.
[2] A revista traz uma entrevista com o deputado federal Arnaldo Jardim, que discute os desafios do setor sucroenergético, como planejamento da produção de etanol e açúcar e comercialização.
3. Editorial
Preocupação com
o meio-ambiente
A
Revista Canavieiros inicia
2008 falando de um assunto
de extrema importância: o cuidado
com o meio-ambiente. A reportagem
de capa de nossa 19ª edição fala sobre empenho da Copercana e do Brasil como um todo na correta destinação das embalagens vazias de defensivos agrícolas. Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil é líder na reciclagem deste material, recolhendo 95%
dos vasilhames que entram no mercado nacional.
Desde março de 2002, quando entrou em vigor a Lei nº 7.802/89 (com as
alterações da Lei nº 9.974/00 e regulamentada pelo Decreto nº 4.074/02). A
Copercana mantém um depósito para
embalagens de agrotóxicos vazias em
sua Unidade de Grãos (UNAME). Lá
funciona como uma central de recebimento para as embalagens dos cooperados que depois são enviadas para
uma unidade da Coplana, (Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona
de Guariba), onde são processadas ou
incineradas.
O entrevistado deste mês é o Deputado Federal Arnaldo Jardim. Segundo ele, o lançamento do contrato de
álcool para exportação na BM&F reforça a necessidade de planejar o
quanto de cana será destinada para
produção de etanol e de açúcar, por
meio de contratos de longo prazo; definir os volumes destinados ao mercado interno e externo; estabelecer responsabilidades quanto a logística e a
armazenagem; difundir o uso dos combustíveis renováveis em todo o país.
O deputado também falou do ano de
2007 para as cooperativas brasileiras
e das expectativas para 2008. Nesta
entrevista, ele aponta os desafios que
as cooperativas terão de enfrentar na
elaboração de leis capazes de assegurar o crescimento sustentável da atividade no Brasil. No "Ponto de Vista", o
presidente da Orplana, Ismael Perina
Júnior, fala sobre as perspectivas do
setor para 2008.
Nas páginas da Copercana, o presidente da cooperativa dá seu parecer sobre o cenário da agricultura
nacional em 2007 e 2008. Antonio
Eduardo Tonielo criticou o aumento
da Alíquota do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e aconselha
os produtores a "trabalharem sempre
de forma segura e com cautela". As
Notícias Canaoeste trazem a "Carta
de Ribeirão Preto". Documento gerado no I Workshop Brasileiro sobre
Crises Ambientais no Agronegócio,
realizado pela Canaoeste com parceria com o escritório Pinheiro Pedro.
Nas páginas da Cocred você conhece as novas instalações da cooperativa em Barretos e a opinião dos cooperados da cidade sobre a mudança.
O destaque deste mês fica para o
serviço de odontologia da Canaoeste. Uma das dentistas conveniadas,
Marlei Seccani, fala sobre a importância social do projeto. O "Antes da Porteira" mostra a criação de gado de elite do associado João Carlos Thomazatti. Ele tem um rebanho de 120 cabeças de Nelore Mocho com vários
animais premiados usados para melhoramento genético.
Uma matéria especial fala sobre o
Carvão da Cana-de-Açúcar, uma doença que volta a assustar os produtores do estado. O consultor da Canaoeste, Cléber Moraes, assina a terceira parte de seu artigo que ensina
como planejar a implantação de um
canavial. Como de costume a Revista
traz os prognósticos climáticos do Dr.
Oswaldo Alonso, dicas de português, indicação de livros, agenda de
eventos, repercutiu e classificados.
Boa Leitura
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
3
4. Indice
EXPEDIENTE
Capa
CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Copercana recolhe
embalagens de agrotóxicos:
Em 2007, foram mais de
115 mil unidades
Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil
continuou a liderar, o ranking do
Comitê Internacional de Destinação
de embalagens da Croplife;
Pag.
Pag.
20
OUTRAS
DESTA
DESTA QUES
CONSECANA
Entrevista
Pag.
15
Pag.
Pag.
Pag.
05
Pag.
INFORMAÇÕES
SETORIAIS
28
ARTIGO
TÉCNICO
30
PRAGAS E
DOENÇAS
Ponto de vista
Ismael Perina Júnior
Presidente Orplana
Notícias
09
09
10
Copercana
- Presidente da Copercana e Cocred fala
sobre cenários para a agricultura nacional
- Copercana e Ouro Fino sorteiam
tourinho
Notícias
Notícias
Pag.
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
Pag.
35
CULTURA
Pag.
36
AGENDE-SE
Pag.
37
Pag.
38
CLASSIFICADOS
Pag.
Antes da Porteira
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
TIRAGEM:
7.500 exemplares
ISSN:
1982-1530
16
Cocred
- Cocred ganha "cara nova" em Barretos
- Mês de festas na Cocred
4
4
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
revistacanavieiros@copercana.com.br
CULTURAS DE
ROTAÇÃO
34
Pag.
Associado cria gado de elite em meio a canavial
FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel
Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo
Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Faria
da Silva, Talita Carilli.
Pag.
12
Canaoeste
- Crises Ambientais no Agronegócios: alterações na “Carta de Ribeirão Preto”
PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
REPERCUTIU
Pag.
Cana-de-açúcar. O que esperar para 2008?
Pag.
Pag.
COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini
26
Arnaldo Jardim
Deputado Federal - 1º vicelíder da bancada do PPS na
Câmara Federal
EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814
Pag.
Pag.
32
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e
fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.
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Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
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5. Entrevista
Arnaldo Jardim
Deputado Federal - 1º vice-líder da bancada do PPS na
Câmara Federal
"Planejar com eficiência e
comercializar com agressividade"
Perfil:
Eleito deputado federal nas eleições de 2006, Arnaldo Jardim é o
atual 1º vice-líder da bancada do
PPS na Câmara Federal. O deputado é titular da Comissão de Energia, onde também é coordenador do
Grupo de Trabalho sobre regulação do setor elétrico, ocupa a suplência na Comissão de Viação e
Transportes, assim como da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, além de fazer
parte da Comissão Especial da Lei
do Gás. Também atua na Frente
Parlamentar Ambientalista, onde
coordena os trabalhos sobre Resíduos Sólidos, e na Frente Nacional
pelo Cooperativismo - Frencoop
Nacional. Presidente Estadual do
PPS (2001/02), atualmente, é membro da Executiva Nacional do partido, assim como, do Diretório Estadual de São Paulo. Também foi
pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo (2004).
Carla Rossini / Marcelo Massensini
E
sse é o conselho do deputado
federal Arnaldo Jardim para
que o Brasil faça uma boa "lição de
casa" e continue produzindo açúcar
e álcool com excelência e liderança.
Segundo o deputado, "o lançamento do contrato de álcool para exportação na BM&F reforça a necessidade
de planejar o quanto de cana será destinada para produção de etanol e de
açúcar, por meio de contratos de longo
prazo; definir os volumes destinados ao
mercado interno e externo; estabelecer
responsabilidades quanto a logística e
a armazenagem; difundir o uso dos
combustíveis renováveis em todo o país;
equacionar as grandes flutuações de
preços; além de estabelecer normas ambientais e trabalhistas na produção de
açúcar e etanol. A simples expectativa
de aumento do consumo de etanol nos
EUA, Europa e Japão, serve de estiímulo para fazermos a lição de casa de planejar com eficiência e comercializar
com agressividade".
O deputado também falou do ano
de 2007 para as cooperativas brasileiras e das expectativas para
2008. Nesta entrevista, Arnaldo Jardim aponta os desafios que as cooperativas brasileiras terão de enfrentar na elaboração de leis capazes de assegurar o crescimento sustentável da atividade no Brasil.
Confira a íntegra da entrevista que
o deputado Arnaldo Jardim, concedeu através de e-mail para a Revista Canavieiros.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
5
6. Entrevista
Revista Canavieiros: Como foi o
ano de 2007 para as cooperativas brasileiras?
Arnaldo Jardim: No âmbito do
Legislativo, foram dados passos importantes para avançarmos na aprovação
de uma nova legislação para o Ato Cooperativo, como a inclusão das cooperativas na Lei das Pequenas e Médias Empresas e a recém-aprovada proposta de regulamentação das cooperativas de trabalho, pela Comissão de
Trabalho da Câmara Federal. A medida, além de criar o Programa Nacional
de Fomento às Cooperativas de Trabalho – Pronacoop, também estabelece regras para impedir fraudes no setor e proibir a criação de cooperativas
para intermediação de mão-de-obra
terceirizada.
Em São Paulo, realizamos uma reunião entre representantes de cooperativas paulistas do ramo de trabalho com
o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab,
para tratar da revisão da legislação municipal referente ao ISS-QN (Imposto
Sobre Serviço de Qualquer Natureza).
Considero que não deveria incidir o ISS
sobre as cooperativas e existe uma discussão a ser feita na Câmara dos Deputados a partir de um projeto oriundo do
Senado Federal, que de uma forma clara poderia elucidar esta questão.
Também tivemos um problema por
parte do Ministério Público em relação às cooperativas da área educacional, onde o órgão buscou pressionar a própria Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo para diminuir
a participação das cooperativas nos
6
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
diferentes aspectos da etapa educacional e pedagógica. Nós estamos trabalhando nesta questão, se estabeleceu um diálogo entre a Secretaria e as
cooperativas deste ramo e nós
estamos acompanhando para que isto
seja respeitado.
Portanto, destaco que ainda há
muito o que fazer. Ainda temos uma
Agenda Legislativa extensa, no sentido de proporcionar um crescimento
sustentável de todos os 13 ramos de
atividades do cooperativismo no País.
Revista Canavieiros: Qual foi à
participação das cooperativas de crédito na economia do país?
Arnaldo Jardim: Em franca expansão, as cooperativas de crédito no Brasil vêm a cada ano que passa concretizando seu espaço no mercado financeiro nacional. A Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB aponta o
crescimento dos pontos de atendimento que, em dezembro de 2002, somavam 2.915 pontos e, em agosto de
2007, totalizavam 3.876, uma expressiva marca de mais de 01 ponto de atendimento inaugurado a cada 02 dias nos
últimos 56 meses.
No Brasil, existem mais de 1.460
Cooperativas de Crédito, totalizando
3.876 pontos de atendimento, com mais
de 3 milhões de associados e pelo emprego direto de cerca 30 mil pessoas,
com um ativo na faixa de R$ 30 bilhões
de reais.
De acordo com a OCESP – Organização das Cooperativas Paulistas, no
Estado de São Paulo, são 206 cooperativas, mais de 366
mil cooperados,
uma movimentação financeira de
1.469 bilhões e
mais de 15 mil postos de trabalho.
Como diretor do
ramo de crédito da
Frente Parlamentar
pelo Cooperativismo – Frencoop,
reitero o meu compromisso com a
Agenda Legislativa do Cooperativismo, um
conjunto de pro-
postas que orientam a ação de parlamentares compromissados com o setor.
Revista Canavieiros: Qual a previsão para 2008?
Arnaldo Jardim: No Congresso
Nacional, os debates serão calorosos
em relação à nova lei cooperativista e
à importância da unicidade do sistema; na regulamentação de diversos
ramos; nas discussões acerca do tratamento adequado do Ato Cooperativo; no acesso direto das cooperativas
de crédito aos recursos do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador); e na
aprovação das medidas que eliminem
a bi-tributação.
Também é fundamental avançarmos na “batalha da comunicação” junto à opinião pública e as próprias autoridades constituídas, ampliando a
divulgação de boas práticas
cooperativistas, além de ter o mais profundo clima de solidariedade entre todos os ramos. Sem que estas questões
sejam esclarecidas, acho difícil avançarmos na regulamentação do
cooperativismo, porque será difícil
constituirmos uma maioria parlamentar, convencermos o Poder Executivo.
Mais do que isso, a regulamentação
não pode ser apenas “a letra fria de
uma lei”, ela deve ser construída de
modo a permitir o aperfeiçoamento cotidiano e que seja reconhecida por toda
a sociedade, as diferentes esferas da
administração pública e do Judiciário
e do Legislativo.
São muitos os desafios que teremos de enfrentar nos próximos anos,
que só serão superados com muita
cooperação e espírito público. Para
isso, é importante que a OCB, OCESP
e as lideranças do setor cooperativista
ajudem na mobilização, participem e
colaborem na elaboração de leis capazes de assegurar o crescimento sustentável da atividade no Brasil.
Revista Canavieiros: O senhor
trabalha ativamente em prol das cooperativas de crédito. Qual a importância delas para o cooperado e para a
economia em geral?
Arnaldo Jardim: Uma das características do cooperativismo de crédito
é possuir baixo índice de inadimplência
entre os associados, atendimento personalizado e adequado ao potencial in-
7. Entrevista
teresse do associado. O princípio das
cooperativas de crédito é desenvolver
programas de assistência financeira e
prestação de serviço aos cooperados,
com a finalidade de oferecer adequado
atendimento às suas necessidades de
crédito, contribuindo para torná-los independentes de outras instituições financeiras públicas e privadas.
Apesar de possuir um longo caminho a ser percorrido no mercado financeiro nacional, é notório que ao passar
dos anos as Cooperativas de Crédito
vem rompendo barreiras e criando seu
espaço no seio financeiro e econômico do País, trazendo consigo a construção de uma sociedade mais responsável, participativa, voltada para o bem
comum e com ganhos em escala.
Nas cooperativas de crédito o objetivo não é o lucro financeiro, símbolo do capitalismo e objeto fim de muitas instituições financeiras, mas sim os
benefícios individuais e coletivos que
possam agregar qualidade de vida através de um modelo eqüitativo de renda
com valores e princípios incontestá-
veis que enaltecem os sentidos de democracia, humanismo e irmandade entre os povos.
Revista Canavieiros: Em 2007, o
senhor promoveu duas audiências públicas sobre a discrepância entre o
preço do etanol cobrado na usina e o
preço final aos consumidores. A que
conclusão os senhores chegaram?
Arnaldo Jardim: Na Comissão de
Minas e Energia, apresentei propostas para aumentar a geração de
bioeletricidade, busquei debater em
audiências públicas iniciativas para
inibir a volatilidade de preços do
etanol, além de normas técnicas e de
padronização para torná-lo uma
commodity ambiental.
Emergiram propostas como a venda direta das usinas aos postos de
combustível e a alíquota única de 12%
do ICMS, diante da constatação de
que o preço do etanol tem caído para
o distribuidor e subido para o consumidor. De acordo com levantamento
da ANP (Agência Nacional de Petróleo), feito entre 3 e 10 de dezembro,
os revendedores pagaram 0,4% a menos pelo produto, enquanto que na
bomba o encarecimento foi de 1,08%.
Isso nos enseja para a necessidade
de um marco regulatório específico para
o etanol. Hoje, não existe limitação imposta por lei para a sua comercialização,
que são feitas a partir de normas
estabelecidas pela ANP. Apesar dos
preços liberados do etanol nos três elos
da cadeia: produtor, distribuidor e revenda, as normas da ANP provocam
um engessamento do mercado, não permitindo uma real concorrência.
Na geração energética, 20 anos
após a instalação do 1º projeto de cogeração da Usina São Francisco e do
recente fracasso do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia), o governo decidiu
apostar no potencial do setor. O Ministério das Minas e Energia publicou Portaria nº. 331, estabelecendo
para o dia 15 de abril de 2008 a realização de leilão exclusivo para a compra
e venda de bioeletricidade a ser produzida a partir de 2010.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
7
8. Entrevista
Revista Canavieiros: Para o senhor, o que deve ser feito para garantir um crescimento sustentável da atividade sucroalcooleira no Brasil?
Arnaldo Jardim: O lançamento do
contrato de álcool para exportação na
BM&F reforça a necessidade de planejar
o quanto de cana será destinada para
produção de etanol e de açúcar, por meio
de contratos de longo prazo; definir os
volumes destinados ao mercado interno
e externo; estabelecer responsabilidades
quanto a logística e a armazenagem; difundir o uso dos combustíveis
renováveis em todo o país; equacionar
as grandes flutuações de preços; além
de estabelecer normas ambientais e trabalhistas na produção de açúcar e etanol.
A simples expectativa de aumento do
consumo de etanol nos EUA, Europa e
Japão, serve de estímulo para fazermos a
lição de casa de planejar com eficiência e
comercializar com agressividade.
Revista Canavieiros: A Reserva
Legal é uma questão que vem criando
polêmica entre o setor produtivo e os
ambientalistas. Qual a sua opinião sobre o assunto?
Arnaldo Jardim: A questão é um
extrato de uma antiga polêmica ambiental
do país, trazida à tona novamente pelo
Congresso Nacional. No centro do debate, polarizado com ambientalistas de
um lado e a bancada ruralista na outra, a
discórdia: Como compensar milhares de
hectares de mata derrubados? Quem é
responsável por essa conta? Entretanto, sou favorável que a proposta que
possibilita ao produtor compensar a reserva legal em bacia hidrográfica ou
bioma diferentes de onde está a propriedade, considerando-se áreas
prioritárias definidas pelo Estado.
Em São Paulo, por exemplo, responsável por 60% da produção nacional
de etanol, merece destaque a elaboração do Protocolo Agroambiental do
Setor Sucroalcooleiro Paulista, envolvendo as secretarias estaduais de Meio
Ambiente e Agricultura, que já conta
com a adesão de 129 usinas de um total
de 156. A iniciativa tornará possível a
antecipação do prazo para o fim da prática da queima, a recuperação de áreas
de proteção permanente (APP) e a proteção de nascentes e matas ciliares,
além de estimular a disseminação da
8
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
formalização do mercado de trabalho.
Acredito que iniciativas como esta
surtem efeitos mais animadores e positivos que normas impositivas, pois
busca o caminho do entendimento e da
conscientização ambiental, ao invés de
simplesmente baixar uma norma sem
ter conhecimento da realidade do produtor, nem da região.
Revista Canavieiros: De forma geral, como podemos classificar o ano de
2007 para os produtores de cana, açúcar e álcool?
Arnaldo Jardim: O setor
sucroalcooleiro nacional está colhendo os frutos da sua competitividade na
produção de um combustível limpo e
renovável, economicamente viável na
substituição dos derivados de petróleo. O etanol foi o tema principal das
visitas dos Chefes de Estado dos EUA,
Alemanha e da Itália este ano, o barril
de petróleo já beira os US$ 100 e o compromisso internacional de combate ao
aquecimento global amplia-se.
Por aqui, o aumento da participação da bioeletricidade na matriz
energética é eminente. Não param de
brotar novos investimentos nacionais
e estrangeiros para ampliar a produção
nacional. Os veículos “flex” tornaramse objetos de desejo, com mais de 4
milhões de veículos rodando pelo País.
Esse frenesi impulsionou uma
safra mais alcooleira, tendência
que deve se consolidar nos próximos anos, diante do aumento
significativo de 22,95% na produção de etanol na região CentroSul, que chegou a 19,27 milhões
de litros. Nos dados da Unica
(União da Indústria de Cana-deAçúcar) também chama a atenção
o aumento na produção de álcool
hidratado, que bateu 43,73% e
totalizou 12 milhões de litros.
O etanol, produzindo empregos
e gerando renda no interior do Estado e do País, é uma marca registrada
que nos possibilitará servir de referência para uma mudança da matriz
energética mundial. Por isso, é consenso entre todos os elos da cadeia
produtiva e de comercialização que
é preciso planejar, produzir e
comercializar com sustentabilidade
econômica, ambiental e social.
Revista Canavieiros: O que fazer
de agora em diante?
Arnaldo Jardim: Para fazer jus a excelência e a liderança no setor de
biocombustíveis, é imprescindível avançarmos na tecnologia para obtenção de
etanol a partir do bagaço e da palha da
cana. Já dispomos de uma planta piloto
capaz de produzir etanol de lignocelulose,
que utiliza da tecnologia enzimática – fruto de um esforço conjunto entre Petrobras,
universidades, empresários do setor e institutos de pesquisa. O domínio desta
tecnologia representa rendimento e produtividade expressivos, ou seja, produzir
mais com menos. Ao mesmo tempo, é fundamental contarmos com uma melhor qualificação de mão-de-obra, que detenha o
conhecimento de todo o ciclo produtivo
dos biocombustíveis e de bioenergias.
O setor produtivo caminha a passos
largos. O componente “cana” foi o mais
dinâmico do setor agropecuário e colaborou decisivamente para o aumento do
número de postos de trabalho e geração
de renda. Cabe ao Executivo e o
Legislativo elaborar e implantar políticas
públicas que assegurem um crescimento
sustentável e duradouro do nosso “ouro
verde”. Que o clima ajude nossos produtores na próxima safra e os bons ventos
soprem a favor de um futuro esplêndido
que está reservado aqueles que investem na energia que vem da terra.
9. Ponto de Vista
Cana-de-açúcar. O que
esperar para 2008?
Ismael Perina Júnior
P
raticamente encerrada, na região centro-sul, a safra de
cana-de-açúcar e os dados consolidados devem apresentar produção da
ordem de 425 milhões de toneladas
de cana, recorde histórico no Brasil,
colocando o país como maior produtor desta gramínea no mundo.
Isto representa um crescimento
acima de 12% em relação à safra 2006/
2007, que já acumulava crescimento
da ordem de 10% em relação à safra
2005/2006. Os números são extremamente expressivos, pois o aumento de
produção em 50 milhões de toneladas,
de um ano para outro, representa mais
que a produção total da Austrália ou
da Colômbia, países representativos
dentro do cenário de produção de
cana-de-açúcar.
Realmente, estes números são, até
certo ponto, assustadores, mas nos
encontramos no Brasil e são movimentos como este que fazem do país
um gigante no setor, em que somos
muito competitivos.
Com toda esta grandeza, o produtor de cana-de-açúcar não pode ficar
alheio a esse movimento, imaginando que as coisas acontecerão naturalmente e que, em nenhum momento, será afetado por tal situação. Sabemos que para ganharmos mercado,
temos que ter produção. Tendo-se
produção, num primeiro momento a
oferta aumenta e os preços deprimem.
É praticamente o que aconteceu
nesta safra, em que tivemos que conviver com preços muito baixos, inclusive não dando cobertura aos nossos custos de produção. Só que não
podemos nos esquecer que, assim,
ganhamos mercado, tanto de álcool
como de açúcar e, no futuro, isso será
muito importante.
Só para se ter uma idéia do crescimento de consumo de álcool, em curto período o volume passou de 900
milhões de litros, por mês, para 1,5
bilhão - dados do último mês de novembro. Dificilmente voltaremos a
conviver com vendas de álcool abaixo de 1 bilhão de litros por mês.
Com todos estes acontecimentos,
temos que ficar ligados nos mercados de açúcar e álcool para tentar visualizar cenários e o que podemos
esperar de preços de cana-de-açúcar
para a próxima safra. Para tanto, dispomos de ferramentas e não podemos
deixar de utilizá-las.
Independente disto, devemos cada
vez mais trabalhar a questão da redução de custos, pois temos muitos competidores e, certamente, estarão em
melhores condições
quem conseguir produzir com custos
mais reduzidos.
Mesmo que para
isso, tenhamos que
quebrar alguns paradigmas, principalmente nas questões de
trabalho em consórcios.
Nesta hora, o
"cooperar"
passa a ser
uma importante ferramenta. Se
olharmos
para a história, veremos que cada vez mais a produção
agrícola, de modo geral, tem sofrido
pressões de preços e a nossa sobrevivência depende, fundamentalmente, de dois fatores intimamente ligados, que são custo de produção e produtividade.
Portanto, para este próximo ano,
vamos acompanhar atentamente os
números que o mercado vem trabalhando e utilizar nossas Associações
de Fornecedores de Cana como ferramenta de trabalho no gerenciamento do nosso negócio, pois elas têm
material suficiente para dar uma boa
informação a todos nós, produtores.
Aproveito este espaço para
deixar a todos os produtores e
leitores em geral, votos de um
feliz 2008, repleto de muita paz,
saúde, sucesso e muito álcool,
só que no tanque dos carros.
Presidente Orplana
(Organização de Plantadores de Cana da Região
Centro-Sul do Brasil)
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
9
10. Notícias
Copercana
Presidente da Copercana e
Cocred fala sobre cenários
para a agricultura nacional
Antonio Eduardo Tonielo acredita na recuperação dos
preços da cana, açúcar e álcool
Carla Rossini
O
presidente da Copercana e da Cocred, Antonio Eduardo Tonielo fez um balanço da agricultura nacional para o ano de
2008. Ele criticou a ação do governo federal em relação ao aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Tonielo, ainda aconselhou os cooperados a "trabalharem sempre de
forma segura e com cautela, já que 2008 será um ano de dúvidas em
relação aos mercados de açúcar e álcool". Confira a íntegra da
entrevista exclusiva que ele concedeu à Revista Canavieiros
Revista Canavieiros: O que podemos esperar da agricultura nacional para o ano de 2008?
existe ‘uma luz no fim do túnel’ para
a cana. O consumo de álcool no
mercado interno é muito bom e o
mercado de açúcar está com tendência a melhorar. O plantador de cana
não pode esperar um ano excelente, mas também não será um ano tão
ruim como algumas previsões passadas estavam sinalizando. O produtor tem de acreditar na cana porque ela vai dar a volta por cima e
deve terminar 2008 melhor do que
estávamos esperando.
Antonio Eduardo Tonielo: Em
minha opinião, o ano de 2008, se
falarmos em agricultura de um
modo geral será bom uma vez que o
mundo está precisando comprar alimentos, principalmente grãos. A
China é um exemplo de país que está
precisando comprar alimentos e
isso para quem produz soja, milho,
trigo e outros grãos será muito importante. É um ano favorável à agriRevista Canavieiros: E 2007, foi
cultura apesar dos insuum ano difícil para a
“Quando o
mos estarem com preagricultura?
ços muito elevados,
cooperado tem
mas acredito que os
Antonio Eduardo
grãos vão suportar esboa vontade e Tonielo: Foi um ano
s e s p r e ç o s . Ta m b é m
difícil já que tivemos
acredito que será um ex- trabalha sério, a preços ruins de cana,
c e l e n t e a n o p a r a o cooperativa tem açúcar, álcool e milho.
amendoim. Agora, se
Alguns grãos tiveram
obrigação de uma pequena melhora
falarmos de cana, 2008
será um ano com alguno segundo semestre.
ajudá-lo”.
mas dúvidas já que exisJá a cana foi ao conte um excesso de produção de açú- trário, ela entrou 2007 com um precar no mundo. É claro que existem ço melhor e terminou muito ruim.
expectativas de que esse cenário Esse ano eu acredito que será o inmelhore para o Brasil. Em dezembro verso para cana, devemos entrar
passado tínhamos uma outra visão, com um preço muito ruim e sair com
hoje, como estamos vendo a Índia o preço melhor.
produzindo menos do que estava
previsto e o mercado de álcool está
Revista Canavieiros: E como as
assinalando algumas melhoras, cooperativas de agropecuária e cré-
“
10
10
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
11. Notícias
Copercana
dito podem ajudar a agricultura e
os produtores rurais nesse momento?
perado tem boa vontade e trabalha sério, a cooperativa tem obrigação de ajudá-lo.
Revista Canavieiros: E como o
governo brasileiro pode ajudar os
agricultores?
Revista Canavieiros: Em terAntonio Eduardo Tonielo: EsAntonio Eduardo Tonielo: As
cooperativas estão sempre ajudan- mos de mercado externo, o que po- perar coisas do governo é perder
do os produtores através de finan- demos esperar na comercialização tempo. O governo é muito bom quando ele não atrapalha a agricultura.
ciamentos, repasses de insumos, de açúcar e álcool em 2008?
Ele vive prometendo que vai alonorientação técnica e nunca vai deixar de acontecer. O volume de proAntonio Eduardo Tonielo: Exis- gar dívidas, ajudar os agricultores,
dutos (crédito e insumos) e a co- tia uma grande preocupação no fi- mas isso está provado que é tudo
balela e até agora não aconmercialização que colocamos a disposição dos
“Esperar coisas do governo é perder teceu nada. Em 2008 ele deu
um 'presente de grego' aos
cooperados levam tranqüilidade aos produto- tempo. O governo é muito bom quando agricultores quando aumentou a alíquota do IOF (Imres. A Cocred e a Coperele não atrapalha a agricultura”.
posto sobre Operações Ficana estão sempre trananceiras), que vai onerar
balhando juntas para
dar estabilidade nos negócios e nal de 2007, mas hoje as expectati- os cooperados no mínimo em 0,38%
r e t o r n o a o s c o o p e r a d o s . To d o vas estão melhores. Os números já nos créditos agrícolas. De agora em
mundo tem a obrigação de comprar mudaram e a quebra de produção diante, qualquer conta que os cooe pagar, mas não estamos aqui para de açúcar da Índia de 4 milhões de perados venham a atrasar será co'colocar a faca no peito de nin- toneladas vai ajudar o Brasil. Os brado o IOF. A cooperativa de créguém'. Caso o cooperado tenha um contratos para venda de álcool tam- dito é obrigada a cobrar e repassar
problema durante a safra, a coo- bém estão melhores. Isso é positi- ao governo, já que o Bancoob vai
perativa trabalha para ajudá-lo. vo e traduz preços melhores. Mas é debitar isso da conta dela. Que isso
Esse é o papel da cooperativa, ad- preciso ter cautela e não se arriscar sirva de alerta aos cooperados: esse
ministrar créditos e garantir prazos em aventuras que possam trazer foi o presente que ganhamos do presidente Lula em 2008.
para pagamentos. Quando o coo- prejuízos.
“
Copercana e Ouro Fino
sorteiam tourinho
Marcelo Massensini
N
o dia 17 de dezembro foi realizado o sorteio de um Tourinho PO, com genética Ouro Fino,
na Loja de Ferragens Copercana em
Sertãozinho. O sorteio fez parte da
Campanha de Vacinação contra Febre Aftosa realizada pela empresa no
mês de novembro.A cada R$30,00 em
compras o cooperado ganhava um
cupom para concorrer ao animal puro
sangue.
O cooperado Minervino Aragão
sorteou o nome do ganhador José
Geraldo Mattos Joaquinta da cidade
de Serrana. Também participaram do
sorteio, o supervisor de filiais Cláudio Pelanda, o promotor técnico da
Ouro Fino Ciro do Nascimento, o
comprador Rodrigo de Freitas, o ge-
Cláudio, Minervino, Ciro, Rodrigo, Ricardo e Geraldo.
rente do Departamento de Compras
Ricardo Meloni e o encarregado da
Loja de Ferragens de Sertãozinho
Geraldo Ribeiro.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
11
12. Notícias
Canaoeste
Conforme anunciado na Revista Canavieiros, edição número 18 – dezembro/2007,
estamos publicando na íntegra a “Carta de Ribeirão Preto”, documento este que foi produzido no I Workshop Brasileiro sobre Crises Ambientais no Agronegócio, realizado nos dias 22 e
23 de novembro de 2007, no Centro de Convenções da USP, em Ribeirão Preto-SP. Referida carta servirá para
alertar à sociedade constituída sobre a problemática ambiental enfrentada pelo setor produtivo.
Conclusões e consolidação de propostas
R
eunidos no 1º Workshop Brasileiro sobre Crises Ambientais no Agronegócio, realizado nos dias
22 e 23 de novembro de 2007, na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São
Paulo, os organizadores, palestrantes,
representantes e profissionais técnicos
do setor, entidades de classe e participantes em geral, após debaterem, analisarem o conteúdo produzido no evento e considerando:
- Que o Código Florestal foi editado em 1965, quando as realidades econômica, política, técnica e social eram
bem distintas da atual;
- Que o Código Florestal, ao par de
sua difícil implementação, sofreu seguidas modificações, introduzidas nas
décadas de 70 e 80, culminando com a
arbitrária MP n. 2166-67/2001, sem que
essas alterações indicassem parâmetro técnico que as justifique;
- Que sequer existe exposição de
motivos, explicação oficial para a adoção dos institutos e das medidas métricas e de proporção, respectivamente,
de APP e de Reserva Legal, seja na sua
versão original, seja posteriormente;
- Que o instituto da Reserva Legal,
no texto original da Lei, fazia referência textual, simplesmente as áreas de
florestas e, com as alterações promovidas pela Medida Provisória nº 216667/2001, passou a ser vinculado a funcionalidade diversa, referidas as reservas como áreas da propriedade necessária ao uso sustentável dos recursos
naturais, à conservação e reabilitação
12
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e
proteção de fauna e flora nativas;
fique a Reserva Legal ou lhe confira,
efetivamente, funcionalidade ambiental;
- Que o Poder Público não cumpriu
e não está cumprindo o seu papel, na
definição de um ordenamento territorial e no exercício de efetivo controle
ambiental do território brasileiro e, portanto, não pode abusar dos cidadãos
e do setor produtivo privado, extraindo destes, unilateralmente, um pseudo-ordenamento ambiental, impreciso,
insuficiente e recessivo, com a finalidade histórica de "expiar suas culpas";
- Que, nesse sentido, até o momento, o Poder Público não realizou o seu
dever de ordenar o território, de executar um zoneamento ecológico-econômico que traduza sua competência
constitucional estatuída no art. 225,
§1º, III, da Carta;
- Que a questão amazônica, a qual
sempre vem a tona quando se questiona a eficácia e a legitimidade dos institutos acima elencados, não guarda relação direta com o assunto, criando-se
falso dilema, pois, aproximadamente
75% da Amazônia constitui-se de terras públicas, como informa a Confederação Nacional da Agricultura - CNA,
sendo que sua exploração desordenada é efeito de descontrole territorial,
de ausência de Poder de Polícia do Estado, originando grilagem, devastação
e degradação social e ambiental;
- Que, se ¾ da mata amazônica é
pública, descumprindo com seu dever
o Poder Público quando disso não cuida. A ausência de um Plano e de um
Zoneamento em larga escala, na região,
não pode ser substituída pelo instituto da Reserva Legal, que naquelas
matas não há de se aplicar;
- Que não há embasamento técnico-científico que efetivamente justi-
- Que esse dever de instituir áreas
especialmente protegidas não se confunde com os institutos pensados no
Código Florestal de 1965, pois a manutenção de uma Biota saudável só será
possível em áreas cujo tamanho seja
determinada por estudos de caráter estritamente cientifico;
- Que a averbação de Reservas Legais em território paulista, onde 50%
das propriedades rurais não alcançam,
individualmente, 140 hectares, formando fragmentos florestais de forma esparsa e desordenada, pouco contribui
para estruturação dos ecossistemas e
sequer atinge a funcionalidade ecológica ou a biodiversidade pretendida
pela norma legal. Que a atual política
florestal garantirá apenas uma melhora cosmética;
- Que a instituição da Reserva Legal e a delimitação das Áreas de Preservação Permanente, desvinculadas
do contexto integrado da bacia hidrográfica, comprometem as funções ambientais esperadas dessas áreas e a
produtividade possível de ser alcançada nas outras áreas afetadas;
13. Notícias
Canaoeste
- Que as modificações, introduzidas sem qualquer base técnico-científica, no Código Florestal Brasileiro, tais
como a de não permitir o cômputo da
área de preservação permanente no
percentual de Reserva Legal a ser averbada, ou autorizando o cômputo por
meio de fórmula percentual que compromete a produtividade do imóvel
rural, não apresentam alternativas de
uso sustentável que viabilizem economicamente a propriedade;
- Que a compensação da Reserva
Legal vinculada à localização da área a
ser averbada à mesma micro-bacia hidrográfica do imóvel rural, como se
pretende ver implementado atualmente, não apresenta fundamentação técnica que a justifique e sequer permite
que se formem condomínios de Reserva Legal em bacias determinadas, que
se aproximem das extensões necessárias ao cumprimento da função ambiental legalmente pretendida;
- Que, apenas no Estado de São
Paulo, a efetivação da Reserva Legal
poderá reduzir 17% da área rural atualmente destinada à produção, a qual
constitui um terço da base do PIB, o
que irá significar uma redução de 5%
no PIB estadual, com conseqüente e
igual queda de repasses de tributos aos
municípios, estados e federação, queda de ICMS, aumento de desemprego e
desinvestimento governamental, sendo
que esta projeção, para os demais estados do país, não é menos crítica;
restal, culminando com a arbitrária
Medida Provisória editada em 2001, foi
substituído de forma maliciosa por um
conceito preservacionista estreito e
preconceituoso, que classifica a produção agrícola de alimentos, fibra, energia e insumos importantes para a ma-
nutenção da vida humana como "uso
alternativo do solo", entre outras barbaridades incompatíveis com os objetivos de proteção à dignidade do ser
humano e o seu direito ao Desenvolvimento Sustentável, estatuído pelas
Nações Unidas;
Concluem e resolvem:
1. Que se deve estimular a formação de grandes fragmentos florestais, de forma coordenada e tecnicamente fundamentada, considerando
uma estratégia de manutenção do
equilíbrio ecológico conciliado com as
demandas de desenvolvimento social e econômico do Brasil, a partir de
um Zoneamento Agro-Ecológico,
onde a propriedade individual não
seja o foco, mas sim as necessidades
dos ecossistemas com equilíbrio biológico, para então se determinar a proporcional demanda territorial;
2. Que os parâmetros insertos na
legislação florestal e ambiental devem obrigatoriamente se adaptar às
peculiaridades territoriais de cada
estado da federação, considerando
que as variáveis dos aspectos ambientais diferem de região para região,
incluindo parâmetros, formas de implementação e limites, que não se
confundem com os institutos e princípios estabelecidos pela norma geral federal, obedecida a competência
legislativa concorrente estatuída na
Constituição Federal;
- Que já existe grave endividamento
do setor rural, e as despesas de implantação da Reserva Legal (mesmo em 30
anos) somadas com a perda de geração
de riqueza (imediata perda de área produtiva) irão tornar definitivamente
inadimplentes os pequenos proprietários rurais, por romper um ponto de
equilíbrio econômico-financeiro que já
é muito sensível, induzindo à concentração de terras a curto e médio prazos;
3. Que, cada estado da federação
tem por obrigação elaborar sua própria política florestal, como informado no art. 225 da Constituição Federal, definindo os parâmetros e limites
correspondentes à realidade social,
econômica e ambiental de seu território. Exemplo disso é o Estado de Santa Catarina que, aplicasse o atual Código Florestal de forma ortodoxa, seria uma extensa e quase inexplorada
área de APP;
- Que o conceito de suporte conservacionista à atividade econômica
rural, que comandava originalmente a
legislação, a partir de seguidas modificações no texto original do Código Flo-
4. Que, embora a legislação tenha
sido elaborada sob o pretexto de evitar a degradação da qualidade ambiental, os parâmetros definidos principalmente para o percentual de prote-
ção da Reserva Legal e as metragens
das Áreas de Preservação Permanente foram estabelecidos arbitrariamente, sem respeito à autonomia federativa, às atividades econômicas, à realidade social, carecendo de embasamento técnico-científico para validálos e inexistindo qualquer avaliação
real sobre sua viabilidade e eficácia
ecológica, razões mais que suficientes para que sejam promovidos estudos convincentes que estimem parâmetros viáveis e adequados para cada
bioma e bacia hidrográfica, viabilizando os Zoneamentos Ecológico- Econômico (ZEE) e o Agro ecológico
(ZA), bem como as políticas ambientais integradas a serem implementadas pelos estados federados;
5. Que a característica marcante
da legislação florestal brasileira é
apresentar de maneira inédita um instituto jurídico de reserva legal, que
não possui qualquer referência internacional, bem como uma crescente e
preocupante alteração conceitual de
Área de Preservação Permanente,
que praticamente vem expropriando
segmentos territoriais privados para
um domínio de uso público difuso
bastante subjetivo e arbitrário, que
não encontra parâmetro no direito
comparado. Em geral, os países democráticos, cientes da demanda por
alimentos e produção de recursos
agrícolas e do limitado território passível de ser apropriado à agricultura,
protegem a flora e a fauna em áreas
de solos inapropriados para cultivar,
ou definem áreas sob tutela direta do
Estado para a proteção de biomas importantes. A “originalidade” de nossos institutos legais, portanto, antes de representar inovação positiva, é sintoma claro de incoerência e
falta de planejamento e controle territorial do Estado Brasileiro;
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
13
14. Notícias
Canaoeste
6. Que o ônus e o bônus vinculados à manutenção dos chamados serviços ambientais sejam processados
eqüitativamente entre o setor público
e o privado, ocorrendo uma corajosa
substituição dos segmentos cosméticos de reservas legais fragmentadas
em cada propriedade, por territórios especialmente protegidos delimitados
adequadamente na área do Estado de
São Paulo, mediante um zoneamento
criterioso que permita a preservação
de ecossistemas com equilíbrio biológico dos 6 reinos bióticos;
7. Que, tendo em vista diversos
conflitos de interesses, e a urgência de
se atualizar a legislação vigente de maneira a adequar as questões conservacionistas e de desenvolvimento econômico sem prejuízos à população rural,
sugere-se o estabelecimento de moratória na aplicação dos institutos da Reserva Legal e da Área de Preservação
Permanente, tais como preconizados
pela arbitrária Medida Provisória de
2001, com salvaguardas instituídas por
instrumento legal advindo do Congresso Nacional, vinculada ao equacionamento e resolução em prazo determinado das questões supracitadas, em bases democráticas e transparentes;
8. Que, como medida auxiliar, tendo em vista a urgência e importância
dessas modificações, sugere-se que
seja nomeada comissão composta por
representantes da comunidade acadêmica, jurídica e demais segmentos econômicos e sociais responsáveis, com
a finalidade de debater propostas de
implantação das medidas sugeridas e
outras que o debate saudável possa
oferecer em um ambiente democrático;
9. Que é importante observar que
não há sustentabilidade ambiental em
território brasileiro sem democracia e
que o Estado Democrático de Direito
não pode prescindir de leis estatuídas
com fundamento na realidade social do
país e embasadas na melhor técnica jurídica e científica;
10. Que é hora do Código Florestal
deixar de ser remendado e costurado
como um “Frankenstein jurídico”, cri14
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
ando-se novo instrumento para lidar
com a questão florestal brasileira, adequado ao princípio da competência
concorrente entre União, estados e Distrito Federal e que enfrente as diferenças regionais que delimitam fórmulas,
percentuais e limites de acordo com a
demanda característica de cada uma
dessas unidades federativas;
11. Que o novo marco legal a ser
criado respeite a autonomia federativa
e, em especial, dos municípios, mormente quanto à sua aplicação no meio
urbano, sendo certo que o diploma atualmente em vigor tem causado transtornos jurídicos, políticos, financeiros
e sociais para cidadãos, autoridades,
municípios, estados e à própria União;
12. Que é imprescindível elaborar
e consolidar o zoneamento ecológico
econômico do Estado de São Paulo,
por parte do Poder Público, visando
orientar e fomentar zonas de desenvolvimento e zonas de proteção ambiental, o mesmo devendo ocorrer em todo
o território nacional;
13. Que as fontes internacionais de
financiamento de ações do terceiro setor em território brasileiro devam submeter-se a um controle governamental
rígido e permanente, evitando-se o financiamento de entidades e movimentos que afrontam interesses nacionais
e que direcionam o importante discurso preservacionista para finalidade diversa do interesse ambiental, causando obstrução ao desenvolvimento econômico e social do país;
14. Que é imprescindível a participação da Comissão de Agricultura da
Câmara dos Deputados para avaliar as
alterações ora propostas ao Código
Florestal, bem como as atualmente em
trâmite no Congresso Nacional;
Apoio:
15. Que apesar das questões ambientais serem de grande importância
na atualidade, é importante frisar que
o poderio econômico de nosso país
ainda é essencialmente agrícola e que
a qualidade ambiental sempre necessária não será obtida a custo do sacrifício unilateral dos cidadãos que
têm na agricultura a base da sua sobrevivência;
16. Que a redução territorial fragmentada da capacidade produtiva do
setor de agronegócios, que tem gerado divisas e contribui significativamente para a estabilidade econômica do país, é medida recessiva, intervenção nociva ao Bem Comum e
resulta no enfraquecimento da economia nacional.
Os participantes e organizadores
do I Workshop Brasileiro sobre Crises Ambientais no Agronegócio, esperam, portanto, que nossas instituições públicas não se acovardem ante
discursos falaciosos e desprovidos
de fundamento técnico, jurídico e
econômico, erigidos à guisa de instituir recessão e perda de competitividade internacional, à guisa de proteção ambiental, e busquem enfrentar
a necessária reestruturação de nossa Política Pública Florestal, compatibilizando-a com os preceitos do Desenvolvimento Sustentável, do combate à fome e às desigualdades regionais, da manutenção da produção
agrícola de alimentos, fibra e energia, com o respeito aos que produzem, aos que trabalham e lutam pela
manutenção de um Estado de Direito
Democrático, constitucional de justo – objetivos estatuídos na Declaração dos Direitos Humanos e nas
Cartas de Princípios de Estocolmo e
do Rio de Janeiro, instituídas pela Organização das Nações Unidas.
15. Consecana
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
Notícias
Canaoeste
CIRCULAR Nº 11/07
DATA: 28 de dezembro de 2007
A
seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de DEZEMBRO de 2007 e ajuste parcial da safra 2007/2008. O preço médio acumulado do kg de
ATR para o mês de DEZEMBRO é de R$ 0,2423.
Os preços de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados
aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a DEZEMBRO e acumulados até
DEZEMBRO, são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a DEZEMBRO e
acumulados até DEZEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
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16. Notícias
Cocred
Cocred ganha "cara nova"
em Barretos
Novo endereço da agência foi inaugurado no dia 19 de dezembro
Marcelo Massensini
O
s cooperados da Cocred na
cidade de Barretos estão em
festa. A agência que funcionava na cidade desde 2003 mudou de endereço
no último mês de dezembro. O novo
prédio conta com um espaço amplo,
moderno e com várias vagas para estacionamento exclusivas para cooperados. Além de estar localizado em um
local de fácil acesso para todos da cidade e região.
"Hoje é unânime, todos os cooperados estão satisfeitos com a mudança, com esse novo espaço podemos
atender bem melhor nossos cooperados", comemora Gamair Pereira dos
Santos Junior, gerente da filial. "Agora vai crescer ainda mais. A Cocred
apostou no potencial da cidade e não
vai se arrepender", diz o cooperado,
Waldir Aparecido Moura.
A mudança foi realizada no dia 19 de
dezembro e contou com a presença de
cooperados e diretores da instituição. A
nova agência fica na Avenida Engenheiro Necker Carvalho de Camargo (mais
conhecida como Avenida 7), nº 2135.
A equipe da Cocred Barretos: Antonio Paulo, André, Juliana, Priscila, Denise,
Gamair e Josie.
Vários cooperados estiveram presentes
na abertura da agência.
Vinicius Grassi Pongitor, o superintendente Márcio Meloni, o
diretor da Copercana e Cocred Pedro Esrael Bighetti e o gerente
da agência Gamair dos Santos.
16
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
17. Notícias
Cocred
Cooperados satisfeitos
“Os cooperados de Barretos agradecem a Cocred por ter confiado no
potencial da cidade e ter investido na
nova agência”, comemora Waldir Aparecido Moura, produtor rural e associado desde 2004. O gerente da filial,
Gamair Pereria dos Santos Junior endossa a opinião de Moura e diz que a
reestilização da agência atraiu novos
cooperados. Somente na semana em
que a entrevista foi realizada, o gerente abriu dez novas contas. “Isso
fora as contas inativas que estão sendo reativadas”, conta Gamair.
Waldir Moura explica que o grande atrativo da Cocred, para ele, é o
fato da cooperativa ser voltada exclusivamente para produtores rurais.
“Ela (Cocred) nos entende, sabe das
nossas necessidades, que são diferentes de clientes bancários normais,
e fazem de tudo para nos ajudar”,
conta Moura. Ele explica ainda que
produtores rurais não tem renda fixa
José Pamplona utiliza a Cocred em
90% de suas movimentações
financeiras
mensal como outras atividades e por
isso precisam de prazos de pagamento diferenciados “e a Cocred nos oferece isso. Hoje, para se plantar um
canavial gasta-se, em média, R$ 4.500
por hectare e não é fácil recuperar
Waldir Moura e Gamair Pereira:
“A Cocred entende o produtor rural”
isso. Nenhum banco convencional
tem prazos compatíveis com nossa
condição”, completa.
José Pamplona de Menezes, cooperado desde 2003, utiliza a Cocred
para 90% de suas movimentações
bancárias e tem pretensão de chegar
a 100% logo. “Aqui nós somos tratados como donos mesmo. Algumas
cooperativas te tratam como ‘mais
um’ cooperado. Na Cocred não, te
tratam diferente, fazem tudo para ajudar”, conta Menezes. “Os funcionários são ótimos, é quase uma família”, completa.
O cooperado conta ainda que utiliza vários produtos e serviços da Cocred. “Faço sempre cotações antes
de contratar esses serviços e aqui é
sempre mais vantajoso”, parabeniza
Menezes. Para ele, os grandes atrativos são: a simplicidade , facilidade e
objetividade. “Não tem burocracia
nenhuma, os processos são rápidos
e acessíveis. Você fala com o gerente, ele liga para o superintendente e
resolve. É tudo muito fácil”, termina.
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18. Notícias
Cocred
Mês de festas na Cocred
Marcelo Massensini
E
m dezembro, duas agências
da Cocred comemoraram aniversário de funcionamento. No dia
10, a filial de Viradouro completou um
ano de atividades na cidade com a
presença de vários cooperados, que
participaram de um café da manhã especial para celebrar a data. No dia 14
foi a vez de Batatais, que festejou os
2 anos da Cocred na cidade também
com um café da manhã oferecido aos
cooperados.
O Gerente Administrativo e Financeiro da Cocred Cláudio
Rodrigues ao lado do cooperado José Guilherme Baldochi.
Os funcionários Renato e
Robson ao lado do cooperado Alessandro Dela Marta.
18
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Vários cooperados compareceram ao café da manhã.
20. Reportagem de Capa
Copercana recolhe emba
Em 2007, foram mais
Pelo quarto ano consecutivo o Brasil lidera o ranking do
Comitê Internacional de Destinação de embalagens da Croplife;
A Copercana já conscientizou seus cooperados da importância da devolução
Carla Rossini
U
m depósito lotado de embalagens de agrotóxicos vazias
na Unidade de Grãos da Copercana
(UNAME) demonstra a eficiência no
recolhimento que a cooperativa vem
realizando desde março de 2002, quando entrou em vigor a Lei nº 7.802/89
(com as alterações da Lei nº 9.974/00 e
regulamenta pelo Decreto nº 4.074/02).
O sistema de destinação final de embalagens vazias de defensivos agrícolas reúne o trabalho da indústria produtora de fitossanitários, distribuidores, cooperativas, agricultores e poder
público e é gerenciado pelo INPEV
(Instituto Nacional de Processamento
de Embalagens Vazias).
Segundo informações do instituto,
desde a implantação do sistema até dezembro de 2007, já foram recicladas ou
incineradas mais de 104 mil toneladas
de embalagens vazias. Somente em 2007
foram mais de 21 mil toneladas, valor
7,6% maior do que o de 2006. A rede de
postos e centrais de recebimento do
Brasil, atualmente conta com 354 unidades distribuídas em 25 estados. O
Brasil é líder neste quesito: 95% das embalagens vazias de defensivos agrícolas colocadas no mercado brasileiro são
recicladas, contra 60% na Alemanha,
45% na França, 50% na Austrália, 10%
Argentina e menos de 20% nos EUA.
A Copercana funciona como uma
central de recebimento. "Nós recebe-
20
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
mos as embalagens dos cooperados e
depois enviamos para uma unidade da
Coplana, (Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba), onde
essas embalagens são processadas ou
incineradas", explica o encarregado de
comércio de defensivos e fertilizantes
da Copercana, Altair Luiz Porcionato.
Para manter um sistema eficiente,
a Copercana mantém parcerias com
cooperativas e associações de cidades da região. O gerente comercial de
insumos da Copercana, Frederico José
Dalmaso, explica que essas parcerias
ajudam o produtor rural na hora de
devolver a embalagem. "O cooperado
pode devolver as embalagens em um
dos postos de recebimento mais próximo da sua propriedade. Para isso é
que mantemos as parcerias", diz Dalmaso e completa: "em 2008, a Copercana deve finalizar as negociações
para iniciar o funcionamento de mais
três postos de recebimento: em Barretos (SP), em Frutal (MG) e Quirinópolis (GO)", finaliza.
Crescimento em números
Ano
2002
2003
2004
2005
2006
2007
UNIDADES DE
RECEBIMENTO
Postos Centrais Total
33
1
34
165
98
263
215
111
326
242
108
350
257
108
365
262
92
354
VOLUMES TOTAIS
DE DESTINAÇÃO
Ano
Toneladas
2002
3.700
2003
7.855
2004
13.933
2005
17.881
2006
19.634
2007
21.129
Fonte: INPEV
Os produtores e cooperados do
sistema Copercana, Canaoeste e Cocred já estão conscientes da importância de dar destino adequado às
embalagens de agrotóxicos. Em 2007,
mais de 115 mil unidades de embalagens foram entregues na central de
recolhimento. Frederico explica que a
Central da Copercana está apta a receber as embalagens durante todo o
ano. Segundo ele, as embalagens recolhidas no final de 2007 ainda estão
sendo separadas. “Existe um processo de separação de embalagens contaminadas, que são incineradas, das
que podem ser recicladas”, explica.
22. Reportagem de Capa
Responsabilidades
Agricultor – O agricultor deve
observar na nota fiscal de compra dos
defensivos agrícolas, o prazo e o local
para devolução das embalagens vazias.
Ele deve realizar a tríplice lavagem das
embalagens no momento da aplicação
do produto, prepará-las para devolução
de acordo com o seu tipo, além de
transportá-las ao local de recebimento
indicado na nota fiscal.
Indústria – Cabe a indústria fabricante
a responsabilidade legal de dar o destino
ambiental adequado às embalagens, a
partir das unidades de recebimento. O
INPEV - representante legal da indústria
fabricante – realiza o transporte das
embalagens para a reciclagem e incineração e assegura sua destinação final apropriada.
Canal de distribuição – Ao vender o produto, o distribuidor indica o local de devolução na nota fiscal de venda. Além
disso, dispõe e gerencia o local de recebimento, emite comprovante de entrega para agricultores, orienta e conscientiza
agricultores quanto suas responsabilidades.
Poder Público – O poder público integra as ações de licenciamento, fiscalização e educação, que também é uma
responsabilidade compartilhada com o sistema de comercialização e a indústria fabricante.
22
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
23. Reportagem de Capa
Dicas:
TIPOS DE EMBALAGENS
Laváveis: As embalagens laváveis são aquelas que devem ser lavadas.
São feitas de plástico duro, vidro ou lata e normalmente contém
produtos que devem ser diluídos em água antes de serem aplicados
nas plantações.
Não Laváveis: São embalagens que não podem ser lavadas.
Estas embalagens podem estar contaminadas ou não
contaminadas.
Contaminadas: são as embalagens que entram em contato direto
com o produto e não podem ser lavadas. Essas embalagens podem
ser saquinhos plásticos, de papel ou de plásticos metalizados.
Não contaminadas: São embalagens que não entraram em
contato direto com o produto agrotóxico, como por exemplo
caixas de papelão que são usadas para transportar outras
embalagens.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
23
24. Destaque
Serviço de Odontologia
da Canaoeste
O
Serviço de Odontologia do
Netto Campello Hospital &
Maternidade é realizado há mais de
40 anos e tem uma conotação social
sem limites. Ao longo desse tempo,
passou por várias mudanças administrativas, mas seu propósito maior, que é seu compromisso social,
nunca foi alterado.
O primeiro consultório odontológico no hospital foi instalado ainda na
década de 60 e lá trabalhava apenas a
Dra. Albertina Fontana. Hoje, a equipe
se ampliou - são 16 profissionais - assim como o atendimento, se antes passavam pelo consultório os fundadores do sistema Copercana, Canaoeste
e Cocred, hoje passam seus filhos e
até netos e também funcionários e dependentes do próprio hospital, do Supermercado Copercana, e também fornecedores de cana e seus dependentes e colaboradores.
O valor do Serviço Odontológico
prestado é muito grande. Ao longo
desses anos, foram milhares de procedimentos (consultas, pequenas cirurgias, restaurações, extrações, profilaxias, tratamentos preventivos: aplicação de selantes e de flúor) e também
foram realizados investimentos para o
aperfeiçoamento dos atendimentos.
24
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Sua equipe de profissionais é respeitada e querida pelos usuários, tem
história para contar e, assim, muitos
motivos para se orgulhar. Em relação à
sua infra-estrutura, o Serviço de Odontologia do Netto Campello foi agora informatizado, buscando agilizar os atendimentos, facilitar as consultas ao cadastro e autorizações, e maior controle, com monitoramento sistemático
deste serviço. No dia da apresentação
da informatização do sistema, no início de dezembro, estiveram presentes
funcionários do hospital, da Canaoeste, cirurgiões dentistas e o diretor Paulo Canesin.
A rede de computadores irá abranger todos os locais onde existem filiais
da Canaoeste com atendimento odontológico. Além de Sertãozinho fazem
parte deste atendimento os municípios de Bebedouro, Cajobi, Cravinhos,
Morro Agudo, Pitangueiras, Pontal,
Serrana, Severínia, Terra Roxa e Viradouro.
O atual coordenador odontológico, Dr. André Rosa, ressalta que, além
dos fornecedores de cana, o Sistema
de Odontologia da Canaoeste também
oferece tratamento gratuito aos cortadores de cana. “A filosofia é que as
riquezas geradas pela cana também
Dra. Marlei Seccani
Cirurgiã dentista e professora de
Odontopediatria da Faculdade
de Odontologia de Barretos
geram lucro social. Os cirurgiões dentistas que fazem parte deste serviço
carregam esta bandeira, fazendo sempre um trabalho de responsabilidade e
qualidade. Confio muito nos nossos
profissionais”.
O Serviço de Odontologia da Canaoeste sempre esteve preocupado
com a prevenção, valorizando e apoiando este trabalho em praticamente
toda a sua existência.
“Atualmente, os cursos de Odontologia têm buscado formar profissionais com uma consciência cada vez
mais preventiva, porque o indivíduo
agora tem que ser visto sob uma óptica holística (como “um todo”), não
sendo possível ter um corpo saudável
se a boca está doente. Além do que,
quando se pensa em custos, as pesquisas apontam que o investimento em
prevenção a um curto prazo se mostra
muito mais econômico do que o tratamento curador. Como já se dizia antigamente: ‘a saúde começa pela boca’”.
26. Informações Setoriais
CHUVAS DE DEZEMBRO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
N
o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram durante o mês de DEZEMBRO de 2007, na região de
abrangência da CANAOESTE.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste
Nota-se que as chuvas ocorridas no mês de DEZEMBRO, foram mais uma vez irregulares no trimestre OUTUBRO/
DEZEMBRO, na região de abrangência da CANAOESTE. Somente em Dumont (Algodoeira Donegá), Barretos e Franca
(IAC/Ciiagro) é que as chuvas foram bem próximas das respectivas médias históricas; enquanto que, nos demais postos de
observação, as chuvas “ficaram” aquém (até, bem aquém, como na Açúcar Guarani e Usina Ibirá) das normais climáticas.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 17 a 19 de
DEZEMBRO de 2007.
O Mapa 1, ao lado, mostra claramente que o
índice de Água Disponível no Solo a 50cm de
profundidade, no período de 17 a 19 de DEZEMBRO, apresentava-se como médio a crítico na faixa
Oeste do Estado de São Paulo e, com algumas
exceções, na estreita faixa paralela ao Rio Grande,
divisando com o Estado de Minas Gerais; enquanto
que, na faixa Centro-Leste e Leste do estado a
Disponibilidade de Água no Solo encontrava-se de
média a alta.
26
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
27. Informações Setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de DEZEMBRO de 2006.
Mapa 3a: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de DEZEMBRO deste ano.
Mapa 3b: Água Disponível no Solo, a 25cm de profundidade, ao final de DEZEMBRO de 2007.
Observando-se o Mapa 2 acima, ao
final de DEZEMBRO de 2006, mostrava que a Disponibilidade de Água no
Solo, em toda região sucroalcooleira do
Estado, estava entre média a alta, com
exceção de alguns pontos isolados e
no extremo Sudoeste do Estado. Em
DEZEMBRO de 2007 (Mapa 3a), a irregularidade das chuvas durante os meses da Primavera, não foram suficientes para evitar a baixa e até crítica Disponibilidade de Água no Solo a 50cm
de profundidade na faixa Oeste do Estado, e mais aguda ainda a 25cm de profundidade (Mapa 3b), excetuando-se
Araçatuba, Barretos, Mirante do Paranapanema e entre Avaré a Marília.
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais para
os meses de janeiro a março.
· A temperatura média poderá ficar
dentro da normalidade na Região Centro Sul;
· Quanto às chuvas previstas para os
meses de janeiro a março, poderão “ficar” dentro das médias históricas nas
áreas canavieiras das Regiões CentroOeste e Sudeste e abaixo da normalidade climática nos Estados da Região Sul;
· Exemplificando:- para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, as médias
históricas pelo Centro Apta-IAC, são
de 270mm em janeiro, 225mm em fevereiro e 165mm em março.
Tudo faz crer que tratos culturais
mecânicos, adubações e as operações
de mato-controle das soqueiras já foram concluídas. A CANAOESTE recomenda efetuar cuidadosos monitoramentos das pragas cigarrinha das raízes e broca, bem como efetuar seus
controles, quando necessários.
A CANAOESTE lembra ainda que,
nesta região, dado os históricos climáticos, o melhor e mais seguro período de plantio de cana de ano e meio
será entre finalzinho de fevereiro e os
primeiros dias de abril. Acreditar que
venham ocorrer providenciais e salvadoras chuvas (acima da média) em
maio é apostar “pesado” contra os
custos de plantio ou de produção e os
atuais preços da cana.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos CANAOESTE mais próximos.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
27
28. Artigo Técnico
Como planejar a
implantação de um
canavial?
PARTE III -
D
ando continuidade a Parte II desta série de artigos, vamos tratar neste mês do "Planejamento da Expansão do Canavial" e da "Definição do Sistema Produtivo".
Nos próximos artigos trataremos do:
5) Dimensionamento de Estrutura;
6) Elaboração das Estimativas de Custo;
7) Elaboração do Fluxo de Caixa.
Abaixo segue a PARTE III desta série de artigos. Obrigado pela atenção e boa leitura!
Cleber Moraes - consultor de planejamento
e controle agrícola da Canaoeste
1. Planejamento da Expansão do Canavial:
O planejamento da multiplicação e
expansão do canavial deve ocorrer de
forma gradativa segundo o potencial
produtivo da região, a longevidade esperada do canavial (número de cortes)
e a meta de produção na estabilidade.
Abaixo é apresentada a metodologia de cálculo da área necessária para o projeto:
Figura 6 – Dimensionamento da Área de Produção
DEVEM SER ESTABELECIDOS:
1.1. Cronograma de Moagem de Cana;
1.2. Projeto de Implantação de Viveiros e Expansão do Canavial;
1.3. Área requerida para o projeto;
1.4. Produções Anuais Estimadas.
A formação ano a ano do canavial
deve ser realizada com área o mais constante possível, pois o preparo de solo é
a fase que mais utiliza tratores e implementos agrícolas e a adoção de plantio
anuais muito variáveis podem causar
uma grande ociosidade na frota e, consequentemente, custos de produção
extremamente elevados, onerando as
demais fases da cultura que por ventura utilizem os equipamentos ociosos. As
produções obtidas entre o início da
multiplicação e expansão do canavial e
a estabilidade do mesmo serão conseqüências da escolha da região. A tentativa de aumentar a produção neste período poderá trazer sérios prejuízos ao
empreendimento, causar instabilidade
no balanço de áreas de plantio, tratos
culturais de cana soca e colheita. Qualquer medida neste sentido deve ser estudada com muito cuidado, pois um erro
nesta decisão poderá perpetuar-se por
toda a vida do empreendimento.
28
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
A seguir é apresentada, na figura
7, uma marcha de expansão do canavial com plantio anuais constantes
e estabilidade na área de tratos culturais e colheita para a produção, na
estabilidade, de 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra. As
estimativas feitas na figura, consideram uma taxa de multiplicação de
8 ha de área plantada para cada 1 ha
de muda e as seguintes produtividades médias:
1º Corte: 110,00 t/ha
2º Corte: 90,00 t/ha
3º Corte: 80,00 t/ha
4º Corte: 75,00 t/ha
5º Corte: 72,00 t/ha
Figura 7 – Marcha de Expansão de um Canavial para a produção de 2 milhões de toneladas
29. Artigo Técnico
Figura 8 – Produção anual de cada estádio de corte:
A multiplicação de mudas, caso não
haja a possibilidade de aquisição local
de mudas, pode ser realizada de diversas formas. Ao lado é apresentada uma
forma de multiplicação do canavial.
É fundamental ressaltar a importân-
cia da multiplicação do canavial com
mudas sadias, que tenham sofrido tratamento térmico e operações constantes de rouging, ou seja, limpeza de plantas doentes nas áreas de multiplicação.
Estas operações garantirão produtivi-
dade e longevidade no canavial, tornando possível atingir as metas estabelecidas no projeto.
2. Definição do Sistema Produtivo:
Uma vez conhecidos todos os aspectos agronômicos da região, seu potencial produtivo e a marcha de expansão, é preciso definir o manejo a ser dado
para a lavoura para as combinações de
ambiente de produção e tecnologia a
serem empregadas.
Basicamente, é preciso a:
1.1. Definição de Períodos de Produção e Colheita, Plantio e Tratos Culturais;
1.2. Definição e Descritivo dos Sistemas de Formação do Canavial;
1.3. Definição e Descritivo dos Sistemas de Tratos Culturais;
1.4. Definição e Descritivo dos Sistemas de Colheita;
1.5. Definição e Descritivo dos Sistemas de Transporte de Cana;
1.6. Manejo e distribuição de efluentes e resíduos sólidos (vinhaça, cinzas,
torta, etc.).
A definição dos Períodos de Produção e Colheita, Plantio e Tratos Culturais
são fundamentais para estabelecer-se a
quantidade de dias aproveitáveis a cada
período de tempo, que pode ser mês, quinzena ou semana, dependendo do nível de
detalhamento que seja dado ao projeto.
A disponibilidade de tempo para trabalho pode ser dada pela fórmula:
TD = {[Nt “ (Ndf + Nimp)]× (Jt × Eg )
Em que:
TD é o tempo disponível para realizar cada operação em horas;
Nt é o número de dias contido no
período determinado para a realização da
operação;
Ndf é o número de domingos e feriados, quando respeitados, existentes
no período;
Nimp é o número de dias úteis impróprios ao trabalho das máquinas;
Jt é a jornada de trabalho adotada
em horas;
Eg é a eficiência gerencial ou administrativa.
Vale lembrar que as operações de:
· Preparo de solo: Exigem solo friável,
portanto úmido;
· Plantio: Exigem solo úmido, dia pouco
chuvoso ou sem e chuvas após o plantio;
· Tratos Culturais: Exigem solo friável e
as pulverizações pouco vento;
· Colheita: Exigem tempo seco e solo o
menos úmido possível.
Disto decorre que o tempo disponível para cada uma das fases será extremamente diferente em uma mesma época do
ano, assim, no dimensionamento da estrutura deve-se ter este cuidado. Vale lembrar que algumas operações não podem
ser realizadas em 3 turno ou mais propriamente à noite, dependo do sistema de
manejo e da tecnologia a ser utilizada.
Para a definição do sistema produtivo é preciso ter-se os itens listados no
capítulo 3 deste relatório. Minimamente é preciso ter-se:
· Análises químicas de solo nas camadas
de 0-20, 20-40 cm e físicas de 60-80 cm representativa das áreas que serão explorar;
· Estudo sobre a ocorrência de pragas;
· Estudo a ocorrência de ervas daninhas;
· Estudo do Balanço Hídrico de 10 anos
ou mais.
As etapas de definição do sistema
produtivo são:
· Estimativas da necessidade de correção do solo;
· Técnicas de conservação do solo;
· Operações de Preparo de Solo;
· Adubação de Plantio;
· Controle de Pragas de Solo;
· Manejo de Resíduos Industriais no Plantio e eventualmente de outros resíduos
disponíveis na região que possibilitem a
melhoria dos ambientes de produção;
· Sistema de Plantio;
· Planejamento Prévio Varietal;
· Controle de Ervas Daninhas;
· Adubação de Soqueiras;
· Manejo de Resíduos Industriais nos
Tratos Culturais;
· Necessidade e Definição dos Sistemas
de Irrigação e Drenagem;
· Sistemas de Colheita e Transporte;
· Utilização de Maturadores.
Após elaborar um descritivo em português estruturado do sistema produtivo, é necessário produzir-se um dimensionamento da estrutura necessária que
será apresentada no artigo do próximo
mês, quando falaremos sobre o “Dimensionamento de Estrutura”.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
29
30. Pragas e Doenças
Carvão da
Cana-de-Açúcar
Quais os prejuízos e como conter a doença que volta a assustar os produtores
Marcelo Massensini
“ Carvão da cana-de-açúcar,
O pelo seu histórico de prejuí-
Figueiredo conta que o Carvão
apareceu em terras paulistas há mais
de 60 anos, mas que, na época, não era
um grande problema devido ao controle radical adotado pelos fitopatologistas. “O controle adotado era a exclusão, ou o também chamado controle absoluto, que só permitia o plantio
de variedades altamente resistentes
como a CB 41-76, extremamente imune
ao carvão e outras com resistência similar”, explica. Além disso, existia uma
vigilância constante sobre as lavouras, com a eliminação total de qualquer
foco de carvão que aparecesse.
Esse tipo de controle radical gerou um problema: algumas variedades
com inúmeros benefícios agroindustriais, mas que tinham média ou baixa
resistência ao Carvão, não poderiam
ser plantadas, restando variedades altamente resistentes à doença, mas
com menos benefícios em outras áreas. "Entre outras medidas, a Comissão de Controle do Carvão da Cana,
estabeleceu uma nova metodologia
sobre resistência ao carvão, adotando um gradiente de resistência que
permitia agrupar as variedades em
quatro grupos: altamente resistentes
(AR), resistentes (R), resistentes intermediárias (RI) e suscetíveis (S)",
conta Figueiredo. Tais medidas tomadas no passado permitiram o cultivo
de variedades de cana sob um conceito de resistência poligênica, ou horizontal, em que a doença pode até se
manifestar nas lavouras, mas em índi30
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Foto: Divulgação CTC
zos causados em muitos países, é uma
doença temida em todo o mundo”, assim, o Pesquisador do Programa Canade-Açúcar do Instituto Agronômico
(IAC) Pery Figueiredo, define a doença que volta a assustar os canavicultores paulistas.
Cana afetada pelo
Carvão: perdas podem
chegar até 60%
ces baixos. "Essa nova mudança de
comportamento requer do lado dos
produtores de cana algumas medidas
fitossanitárias mais rígidas para contrabalançar o efeito do conceito de resistência ao carvão", completa.
PREJUÍZOS
Os prejuízos econômicos causados
por esse fungo na cultura da cana-deaçúcar variam de acordo com o local em
que são encontrados, podendo chegar
a até 60% da produção. A manifestação
do carvão em uma mesma variedade difere muito em função da qualidade da
muda, da época de plantio, do elenco de
variedades utilizadas, das características químicas e físicas do solo, da distribuição de chuvas, da capacidade de armazenamento de água no solo e dos tratos culturais. “Assim o carvão pode ser
considerado a principal doença da canade-açúcar de alguns ambientes e em
outros ter importância apenas secundária”, esclarece Pery.
bre a manifestação do número de perfilhos e de perfilhos com carvão, que
geralmente é contabilizado no momento de maior perfilhamento (de 4 a 6 meses do plantio ou do corte). Relatos
sobre a NA 56-79 cultivadas sobre solos ricos, chegaram a apresentar até 3
chicotes por metro linear de sulco, ou
seja, mais de 21 mil chicotes por hectares”. No entanto, Pery conta que essas
lavouras, no final, eram compensadas
com outros perfilhos sadios que substituíram os com chicotes na época do
perfilhamento e, no final, não havia
queda do TCH e nessas condições os
produtores ainda cultivavam essa variedade por 6 a 8 ciclos.
Estudos mostram que as perdas são
maiores na cana-soca do que na canaplanta, mas, segundo o pesquisador do
IAC, “isso é considerado apenas so-
O pesquisador diz ainda que existem conflitos de opiniões sobre a importância do carvão. Há regiões do
Estado em que o nível de infestação
31. Pragas e Doenças
conta. Desde 1975, com a expansão
das lavouras para novas áreas de
pastagens degradadas, a preocupação com o carvão vem aumentando.
“É algo esperado e deve apresentar,
nestas condições, queda do TCH,
redução da relação açúcar/fibra, impedir o cultivo de variedades mais
produtivas e ainda exigir a reforma
precoce dos canaviais”, conclui.
CONTROLE
O controle do carvão integra várias atividades que devem ser aplicadas
seqüencialmente. A primeira delas é
planejar o plantio de forma que as variedades ocupem em torno de 10 % da
área total de cultivo. Porém, o pesquisador do IAC lembra que “no passado, a NA56-79 que ocupou quase 50%
da área cultivada por cana do estado
de São Paulo, não era suscetível ao carvão, segundo os testes da Comissão
de Controle do Carvão da Cana-de-açúcar, mas atingiu um nível epidêmico em
muitas regiões do Estado”.
Pery Figueiredo - Pesquisador do Programa Cana-deAçúcar do Instituto Agronômico (IAC)
é muito alto, provavelmente em função das características que favorecem muito o fungo do carvão, tais
como: os solos leves, com baixa retenção de água e fertilidade, com longos períodos de seca e altas temperaturas e mal distribuição das chuvas.
“Tudo isso favorece a multiplicação
dos esporos, a disseminação até atingir alto nível por toda a lavoura e provocar quebra da resistência de muitas variedades consideradas de resistentes e de resistência intermediária”,
O segundo passo é realizar o plantio somente com mudas sadias originárias de viveiros com tratamento térmico, operação que, segundo Pery, nem
sempre tem merecido a devida atenção
dos produtores de cana. “É importante ressaltar que mudas sadias não estão livres de re-infecção por inóculo
do carvão remanescentes no solo, ou
trazidos pelo vento de lavouras da região”, explica. O tratamento dos toletes com fungicida antes do plantio
pode ajudar no controle do carvão e
de outros fungos do solo.
O terceiro passo é realizar o roguing mensalmente no viveiro, a partir
dos 45 dias, até as plantas atingirem 6
a 8 meses de idade, eliminando, assim,
todas as plantas com sintomas de doenças ou mistura de variedades. O
quarto passo para controlar o carvão é
preparar de maneira adequada as áreas de renovação de canaviais com alto
índice de carvão. “Se possível, devese fazer uma rotação de culturas ou deixar em ‘pousio’ durante certo tempo,
antes do plantio do novo canavial”,
orienta Pery.
O pesquisador explica ainda que,
em hipótese alguma, o produtor deve
formar uma nova lavoura usando cana
colhida em talhão comercial. “Essa operação tem contribuído para disseminação de muitas doenças e pragas dentro da própria propriedade e também
para as novas áreas de expansão, causado grandes prejuízos econômicos e
degradação ambiental”, completa.
O CARVÃO HOJE
Os programas de melhoramentos
varietais trouxeram inúmeros ganhos ao
setor. O que falta, segundo Pery Figueiredo, é um “melhor refinamento de al-
gumas tecnologias conhecidas e pouco utilizadas”. Ele cita como exemplo o
uso de mudas sadias. “É uma técnica
muito simples, antiga, mas tem sido negligenciado por muitos produtores. Isso
já aconteceu no passado com a variedade NA56-79 e está se repetindo neste momento”. Isso porque, a expansão
acontece, em sua maioria, sobre solos
de pastos degradados e serrados. Regiões onde, de acordo com Pery, não se
conhecem as técnicas de manejo e tecnologias que a serem empregadas sobre o cultivo dessas variedades.
O agrônomo Pery Figueiredo considera a SP83-2847, a variedade mais importante no momento com relação ao
carvão. Ela é suscetível à doenças e está
no topo da lista das mais plantadas.
* Esta matéria contou com a colaboração do gerente regional de produtos do CTC, Mauro Sampaio Benedini.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
31
32. Antes da Porteira
Associado cria gado de
elite em meio a canavial
O associado da Canaoeste, João Carlos Thomazatti, transformou sua paixão
em um trabalho que dá sinais de sucesso no futuro
Marcelo Massensini
H
á cinco anos, João Carlos Thomazatti cria gado de elite em
sua fazenda Santa Maria, em Barretos.
A propriedade, de 70 alqueires, é divida entre a cana-de-açúcar, que ocupa
50 alqueires e o gado que toma conta
de 20 alqueires da fazenda.
Thomazatti exibe orgulhoso as 120
cabeças de Nelore Mocho que, segundo ele, ainda não é um número muito
expressivo, mas que
foi fruto de cinco
anos de trabalho árduo por parte dele e
mais de 60 anos de
melhoramento genético realizado pelos
produtores que lhe
venderam as primeiras matrizes.
Ele conta que o
plantel de gado sempre foi uma paixão em
sua vida, mas que até
2002 trabalhava com
o chamado “gado de
cara limpa”, ou seja,
aquele animal que
não tem registro de
antecedentes. Todo o rebanho era destinado a abate. “Eu comecei a interessar mais pela criação de um gado puro
32
32
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
e comecei a trocar meu plantel. Adquiri
algumas matrizes e descartei os ‘caras
limpas’”, conta. Hoje, todo o rebanho
do associado é composto somente por
animais puros. “Demorei cinco anos
para chegar a esse ponto”, completa.
reprodução. Tudo com avaliações genéticas feitas pela USP (Universidade de São Paulo) e pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de
Zebu)”, explica Thomazatti. Esses animais serão reprodutores e irão transferir essa boa genética a fim de ter uma
Com a troca de todo o rebanho, melhora de qualidade na carne. “Isso
João Carlos mudou também a área de tudo é feito em função da precocidaatuação. “Com o gado de elite é dife- de do animal. Estes animais poderão
rente: eu tenho registro das cinco 5 ser abatidos com peso de abate com
o menor tempo posJoão Carlos Thomazatti: “os animais
sível”, diz.
vencedores são uma vitrine do que
conseguimos fazer”
últimas gerações de cada um", explica
Thomazatti. Seus animais não são mais
destinados a abate, mas sim para melhoramento
genético.
"Nós trabalhamos exclusivamente
com inseminação e transferência de
embriões. Sai
algum descarte para abate,
mas o objetivo é sempre a
Os animais de
Thomazatti já participaram de diversas
exposições de gado
na região, conseguindo sempre boa
repercussão e alguns prêmios. As exposições de gado,
"são amostragens
daquilo que temos
de melhor. Os animais são avaliados e
eles precisam ter um
ganho de peso acima do normal e uma
qualidade de carcaça excepcional. Os animais vencedores são uma vitrine do que conseguimos fazer". João já participou da Exposição de São José do Rio Preto, da Exposição de Avaré, da ExpoZebu, da Expoinel e da Exposição de Barretos.
O criador explica que esta pode ser
uma atividade rentável desde que o
produtor tenha qualidade e esteja engajado na parte de comercialização.
"Depende muito de um bom relacionamento para que consiga comercialização dentro dos preços justos e, principalmente, qualidade. Aí ela se torna
uma atividade rentável", termina.
33. Antes da Porteira
A raça
“O Nelore Mocho é um puro Nelore, mas sem o chifre”, sintetiza Thomazatti que define o chifre apenas como
um empecilho: “O chifre só serve para
machucar o peão, outro animal e até os
cavalos”, brinca. Por não terem chifres
são mais manços. Segundo o criador,
hoje, nos sumários da Embrapa, a raça
tem se saído nos primeiros lugares, porém não está tão valorizada quanto deveria por falta de um trabalho mais unido por parte dos criadores. “Existe um
volume expressivo de criadores, mas
ainda é menor do que o do padrão.
Agora nós estamos procurando trabalhar para valorizar a raça”.
O boi Barão de 3 anos já foi
premiado em exposições
União de criadores
Dia de Campo realizado na
Fazenda Santa Maria
No dia 4 de janeiro deste ano, foi
realizado um Dia de Campo na fazenda
de Thomazatti, onde criadores de Nelore Mocho da cidade se reuniram para
discutir o futuro da raça e a possível
fundação de uma associação para defender os interesses dos rebanhos de
Barretos. “Existem três grupos de criadores no Estado e os de Barretos estão
um pouco dispersos. A idéia é unir os
de Barretos para que se forme um plantel maior e que viabilize a possibilidade
de trabalhar a parte de divulgação do
Nelore Mocho”, explica Thomazatti. A
associação ainda trabalharia na área
comercial, na compra de insumos e nas
trocas de genética. “Temos que pensar
no Brasil como um todo. Provavelmente vamos vender nosso gado em uma
região longe da nossa e as maneiras de
comercialização que existem hoje são
leilões e então precisamos nos unir para
que consigamos fazer da melhor maneira possível”, termina.
Relação de participantes do Dia
de Campo e possíveis membros da
futura Associação Barretense de
Criadores de Nelore Mocho
Flávio Cotrim
Fernando Oliveira da Silva
Antenor Junqueira
José Roberto Girardi
Maria Lilian Maia Chateaubriand
Gabriel Luiz Peixoto da Silva
Ruy Alfredo Antonini
João Carlos Thomazatti
Fazenda Boticão
Fazenda Gil Mesquita
Fazenda Palmital
Fazenda Malibu
Fazenda Kanaxue
Fazenda Bacuri
Fazenda Santa Maria
Fazenda Santa Maria
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
33
33
34. Cultura de Rotação
Conab: safra de grãos
pode ser recorde
Brasil deverá colher 135,8 milhões de toneladas, aumento de 3,1%
Da redação
A
safra brasileira de grãos deve
totalizar 135,8 milhões de toneladas, um aumento de 3,1% em
comparação com a safra anterior, que
foi de 131,7 milhões de toneladas, de
acordo com a quarta estimativa divulgada pela Conab no último dia 8.
A área plantada deve crescer apenas
0,3% em relação à safra passada, passando de 46,2 milhões de hectares
para 46,3 milhões de hectares.
Os produtos que mais apresentaram incremento na produção foram:
o trigo com 71,5%; o milho 1ª e 2ª
safra com 3,9% e o arroz com 5,5% .
Já a safra total de feijão está estimada em 3,27 milhões de toneladas, com
queda de 2,1% ante as 3,33 milhões
de toneladas da safra passada.
A soja é o principal produto cultivado, com estimativa de produção de
58,2 milhões de toneladas. Apesar do
incremento na área plantada de 1,2%,
a oleaginosa teve a produção reduzida em 0,4% (na safra anterior foram
colhidas 58,38 milhões/ton). De acordo com a Conab, essa redução devese à diminuição na produtividade em
função do fenômeno La Niña, e da
queda na área cultivada no Sul em
1,7%, com parte dessa área sendo
ocupada pelo milho 1ª safra.
A produção total de milho deve
crescer de 51,36 milhões de toneladas em 2006/07 para 53,36 milhões de
toneladas em 2007/08, representando alta de 3,9%. A Conab atribui o
aumento aos preços remuneradores
do mercado, mas alerta que esse quadro depende do clima nas próximas
semanas, já que as lavouras encontram-se em fase de floração e frutificação. A primeira safra de milho (de
verão) deve somar 38 milhões de toneladas e a segunda (safrinha, ou de
inverno) deve ser 15,3 milhões de
34
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
toneladas, ambas com alta de 3,9%,
iguais a da safra total.
A Conab estima que a produção
de arroz deve ser de 11,9 milhões de
toneladas, representando aumento de
5,5% sobre as 11,3 milhões de toneladas de 2006/07. O aumento ocorre
principalmente pela retomada do cultivo no Rio Grande do Sul. A safra de
algodão em caroço está estimada em
2,49 milhões de toneladas, com alta
de 4,8% ante as 2,38 milhões de toneladas de 2006/07.
A produção de trigo deve ser 3,8
milhões de toneladas. O resultado
representa aumento de 71,5% sobre
as 2,23 milhões de toneladas da safra passada. Segundo a Conab, o
crescimento ocorre pela recupera-
ção da produtividade, já que a safra
anterior foi castigada pela seca e
geada durante o desenvolvimento
da cultura e pelas chuvas no período de colheita.
Já a safra total de amendoim está
estimada em 232,4 mil toneladas, aumento de 2,8% em relação às 226,2
mil toneladas do ciclo anterior. A primeira safra está estimada em 187,7 mil
toneladas (aumento de 3,1%) e a segunda, em 44,7 milhões, incremento
de 1,1%. A área ocupada pela cultura
deverá ter um aumento de 2,1%, passando de 102,9 mil hectares para 105,1
mil/ha. A safra paulista deverá ser de
184 mil toneladas, um acréscimo de
6,1% em relação à safra anterior e a
área ocupada crescerá no Estado
5,8%, atingindo 76,2 mil/ha.
35. Repercutiu
O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Bertone.
Foto: Agência Brasil
Foto: Fernando Battistetti
Foto: Agência Brasil
“O Brasil mostrará que sua política é baseada na sustentabilidade e reafirmará sua liderança na produção do
etanol no mundo”
“Nosso foco é o mercado interno por causa do carro flex. Falta computar os números do Nordeste, mas
já podemos afirmar que nossa safra cresceu de 10%
a 13% na comparação dos dois anos anteriores”
“O agronegócio continua sendo um setor extremamente importante na balança comercial brasileira. O agronegócio brasileiro se tornou muito competitivo, ele só não
cresce mais em razão de barreiras protecionistas em vários países do mundo. Ao lado do
crescimento em números, em quantidade de exportação, houve um crescimento muito
grande em todo o mundo de preço do produto. Isso tem ajudado muito o saldo e a quantidade
exportada pelo Brasil”
O Chefe do escritório regional da Unica em
Ribeirão Preto, Sérgio Prado, afirmou que o Brasil deve se preocupar com o mercado externo somente a partir de 2015.
Welber Barral, secretário de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento.
“(A queda das exportações) não é bom para os empresários, mas é bom
para o consumidor interno. A lei da oferta e procura pode manter o preço na
bomba menor que no ano passado”
Do empresário Maurílio Biagi Filho.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
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36. Biblioteca
Cultura
Cultivando
a Língua Portuguesa
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"AGRONEGÓCIO"
Antônio André Cunha Callado
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português
1) “ACERCA DE” 10 anos Pedro foi aprovado no concurso.
Prezados amigos leitores parabenizamos a aprovação de
Pedro no concurso, mas reprovamos o Português.
Renata Carone
Sborgia*
Confusão muito grande com as expressões: ACERCA DE,
CERCA DE e HÁ CERCA DE.
Explicação:
ACERCA DE: sobre, a respeito de
Ex.: Acerca da interpretação legal, foi definido que o prazo é de 10 dias.
CERCA DE:aproximadamente
Ex.: Cerca de cem pessoas assistiram à palestra.
HÁ CERCA DE: faz aproximadamente
Ex.: Há cerca de 10 anos foi aprovado no concurso.
O correto é (na frase acima):
HÁ(faz) CERCA DE 10 anos Pedro foi aprovado no concurso.
2) Maria levou os óculos para consertá-los na nova “ótica” do Shopping Center.
Maria, os óculos e o Português continuam “quebrados”!
Diferença na grafia e pronúncias iguais entre as expressões ÓTICO e
ÓPTICO:
ÓTICO: relativo ou pertencente ao ouvido ou ponto de vista sobre um assunto, algo(do grego: “otikós”)
Ex.: Minha ótica sobre a política brasileira é...
ÓPTICO: relativo à vista ou à visão (do grego: “optikós”)
Ex.: Comprei meus óculos na óptica nova.
O correto é: Maria levou os óculos para consertá-los na nova óptica do
Shopping Center.
Agora, sim, Maria irá enxergar tudo correto!
3) Este ano ela está “AFIM DE” começar o famoso regime.
Promessa universal, geralmente, do universo feminino: começar o regime, às
segundas-feiras e após as datas comemorativas!
Minha promessa também, prezados leitores! Mas com o Português correto.
Com certeza, ajudará o regime e o vernáculo.
Vejamos a diferença das expressões:
AFIM DE: semelhante, parente de
Ex.: Ele é primo afim de meu cunhado.
A FIM DE : para, com a finalidade de
Ex.: A fim de disciplinar os procedimentos internos, foi baixada a portaria.
PARA VOCÊ PENSAR:
“Pouco importa as quedas, o essencial é
levantar, continuar a caminhada conscientes de
suas possibilidades e de seus limites.”
G. de la Mothe
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Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
* Advogada e Prof.ª de
Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em
Língua Portuguesa, Consultora
de Português, MBA em Direito e
Gestão Educacional, Escreveu a
Gramática Português Sem
Segredos (Ed. Madras) com
Miriam M. Grisolia
E
ste livro apresenta uma perspectiva
contemporânea sobre os principais
fundamentos relacionados à gestão de empresas no agronegócio. Aborda tópicos relacionados aos produtos e mercados inerentes ao agronegócio no contexto atual da economia brasileira, bem como suas relações com
o ambiente internacional.
Também descreve as principais ferramentas de gestão empresarial aplicadas às organizações agroindustriais, caracterizando as
tendências de modernização do agronegócio,
bem como a crescente exigência por padrões
de eficiência cada vez maiores no que se refere à gestão de pessoas, gestão de custos,
auditoria, gestão ambiental, teoria dos jogos
e mercados futuros.
Outra característica relevante desta obra
está associada à linguagem objetiva e apropriada para os iniciantes no estudo sobre
agronegócio, tanto para ampliação de conhecimentos como para referenciar aprofundamentos posteriores e interesses mais amplos despertados pela leitura abrangente e
atual sobre a administração de empresas e
agronegócio.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua
Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou
pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
37. Agende-se
Fevereiro
de 2008
2º WORKSHOP INTERNACIONAL SOBRE
PARASITÓIDES DE OVOS
Data: 11 a 14 de fevereiro de 2008
Local: ESALQ/USP – Piracicaba – SP
Temática: A segunda edição deste workshop acontece
10 anos após o primeiro encontro e acreditamos que será
uma grande oportunidade para estudantes, pesquisadores,
praticantes do controle biológico e funcionários de empresas de relacionadas ao setor de atualizar seus conhecimentos no que há de mais avançado sobre parasitóides de ovos
e seu uso como agente de controle biológico.
Mais Informações: (19) 3417 6600
V CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE
BENEFICIAMENTO DE FOSFATO
Data: 11 a 16 de fevereiro de 2008
Local: Acadêmica Agência de Comunicação – Rio de
Janeiro – RJ
Temática: Os interessados em enviar resumos de artigos deverão fazê-lo até o dia 30 de setembro pelo site http:/
/www.engconfintl.org/8au.html. Entre os tópicos que serão
discutidos na conferência estarão: novos reagentes e técnicas de processamento, separação física, processos de
análise e controle, separação da dolomita do fosfato, redução e utilização do lixo, e hidrometalurgia no processamento de fosfato.
Mais Informações: (11) 5549-1863
XXXI CONGRESSO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA
Data: 12 a 14 de fevereiro de 2008
Local: CATI - Av. Brasil, 2340 – Campinas – SP
Temática: O Congresso Paulista de Fitopatologia reúne
professores, pesquisadores, profissionais e estudantes de
graduação e pós-graduação envolvidos com estudos em
fitopatologia. Este ano o tema central do congresso será o
aquecimento global e suas implicações para o estudo de
doenças de plantas.
Mais Informações: (19) 32518714
CURSO FINANÇAS NO AGRONEGÓCIO CAFÉ
Data: 21 de fevereiro de 2008
Local: Centro de Excelência do Café do Sul de Minas –
Machado – MG
Temática: A Universidade do Café Brasil (UdC) realizará
em parceria com o Centro de Excelência do Café do Sul de
Minas o curso “Finanças no Agronegócio café”. Temas a
serem abordados: Desmistificando as Finanças Aplicadas ao
Agronegócio / Utilização da HP 12C / Cálculos Financeiros /
Contabilidade Gerencial / Custos na cafeicultura / Visão da
Formação de Preços e Volatilidade na Cafeicultura / Riscos
no Agronegócio e Cafeicultura / Derivativos Agrícolas / CPR
- Cédula do Produtor Rural / Seguro Rural / Gestão Econômico-Financeira da Cafeicultura / Fontes de Capital
Mais Informações: (11) 3732-2034
FEICANA / FEIBIO 2008
Data: 26, 27 e 28 de fevereiro de 2008
Local: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado
– Araçatuba – SP
Temática: - O volume de negócios realizados na Feicana/FeiBio 2007 comprova o bom momento do setor energético brasileiro. A feira bateu a marca de R$ 1 bilhão em negócios, superou as expectativas dos organizadores e consolidou-se como um dos mais importantes do setor de bioenergia do País.
Mais Informações: (18) 3624-9655
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
Revista Canavieiros - Janeiro de 2008
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