O documento descreve a comemoração de 36 anos da APAE de Ilhéus, uma instituição que oferece educação especial para pessoas com deficiência. A APAE foi fundada em 1980 por um casal motivado a ajudar sua filha com deficiência. Ao longo dos anos, a APAE cresceu e melhorou seus serviços com o apoio da comunidade. Na comemoração, os fundadores foram homenageados e reconheceram o trabalho da atual direção em melhorar a situação da instituição.
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36 anos APAE Ilhéus oferecendo educação especial
1. Reportagem Especial:
APAE DE ILHÉUS COMEMORA 36 ANOS DE
SERVIÇO À COMUNIDADE
Uma história de busca da igualdade, oportunidade, autonomia e inclusão social para
as pessoas com deficiência intelectual e múltipla, são os pilares que edificam a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Ilhéus, que completou 36
anos de existência. A instituição, que dispõe a educação especial para crianças,
jovens e adultos apaeanos na Escola Flor do Cacau, com 172 alunos, reuniu nesta
segunda-feira (18), diretores, ex-diretores, pais e alunos para lembrar a data de
fundação e realizar homenagens aos fundadores amigos.
2. Marcada pela superação de desafios, lutas e conquistas desde que foi constituída, a
APAE de Ilhéus segue firme no propósito de oferecer a melhoria da qualidade dos
serviços prestados às pessoas com deficiência, com o apoio da comunidade ilheense,
de amigos sócios e doadores. A realização e avanço dos trabalhos na entidade, foram
possíveis com o empenho e persistência de pais das pessoas com deficiência,
sobretudo do casal Sra. Maria Leide Carneiro, conhecida como Pina, e Sr. José Ribeiro
Carneiro. Eles foram homenageados juntamente com a ex-diretora Ana Ceres, pelo
Presidente da APAE de Ilhéus, Albervan Neves de Almeida, pela diretora geral e
pedagógica, Vitória Penalva e a diretora Jaldyr Ramos Mendonça, na sede da
instituição, Escola Flor do Cacau.
O Presidente em exercício, Albervan, agradeceu aos fundadores e destacou a
importância da defesa do trabalho educacional para as pessoas com deficiência
intelectual e múltipla, e elogiou a atuação da diretora Vitória Penalva, também com
trabalho bastante reconhecido pelo casal de fundadores, Pina e Carneiro. “O
professorado é bem orientado, as crianças realmente têm uma acolhida muito boa”,
destacou o fundador Carneiro, que também agradeceu ao atual Presidente Albervan.
“Sabemos da luta que a diretora Vitória está vencendo, porque estava difícil a
situação da APAE”, disse Dr. Carneiro. Para Pina, “se não fosse a atual diretoria da
APAE de Ilhéus, com o Presidente Albervan, e a diretora Vitória, acho que a APAE de
Ilhéus já tinha fechado, com certeza. Com tanta coisa que tem acontecido, a APAE
de Ilhéus tem se saído muito bem. A cada dia está melhorando e crescendo, voltando
à essência e confiança que tinha no início. A APAE é a comunidade, que precisa se
unir para que a instituição cresça, para a alegria de todos nós que gostamos da
APAE”, disse a fundadora homenageada nos 36 anos da APAE de Ilhéus, Pina.
Para a diretora Vitória Penalva, “com muita honra que pela primeira vez
comemoramos o aniversário da APAE de Ilhéus. E uma gestão que chega para
levantar a instituição, não poderia deixar de homenagear a luta. Esse resultado é um
parabéns de ações de graças, de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelas bênçãos que ele
tem derramado aqui”. E continuou a dizer: “o Presidente e eu, vimos numa luta
árdua, mas com a maior gratidão em Deus de ter conseguido organizar mais a
instituição. São 3 anos de arrumação, não é fácil. Temos daqui pra frente pelo menos
10 anos para pagamento de dívidas passadas, relacionados a acordos trabalhistas,
parcelamentos de FGTS, INSS etc”, disse. Vitória agradeceu aos pais, ao Presidente
Albervan, à Diretora Financeira, Jaldyr, aos homenageados, e acrescentou, “quem
vir para a APAE tem que arregaçar as mangas e trabalhar de forma honesta para
manter essa instituição com o foco na educação especial de qualidade, que é a
prioridade”.
Os fundadores e diretores agradecem a participação da sociedade, dos associados,
profissionais voluntários, empresas solidárias, imprensa, órgãos como o Ministério
Público do Trabalho de Ilhéus e de Itabuna, ao Procurador do Trabalho Dr. Ilan
Fonseca e a Procuradora e Coordenadora do MPT de Itabuna, Dra. Sofia Vilela, assim
como a dedicação de pessoas da comunidade.
História
A história da APAE de Ilhéus iniciou-se com o envolvimento do casal de fundadores
a Sra. Maria Leide Carneiro, e o Sr. José Ribeiro Carneiro, como integrantes da Apae
de Itabuna. “Começamos a frequentar a APAE de Itabuna com nossa filha que tinha
mais ou menos 6 anos”, conta Sr. Carneiro. deu em razão do amor à causa e à filha
Suzane Leite Carneiro, in memoriam - que tornou-se deficiente mental em razão da
encefalite que a acometeu ainda na infância - foram as motivações do casal para
fundar a instituição em Ilhéus, é o que explica a mãe e fundadora, Pina.
3. O casal recebeu um telefonema da Presidente da Apae de Itabuna, Rita Soledade ao
casal, que juntamente com a representante da Federação das Apaes do Estado da
Bahia, Fátima Sarmento, se propuseram a orientá-los para a implantação da Apae
em Ilhéus, em 1980.
Segundo a fundadora Pina, uma reunião foi realizada na Associação Comercial com
a presença de pais de crianças portadoras de deficiência intelectual e múltipla e
pessoas de boa vontade da sociedade, preocupadas com a causa do movimento
apaeano. Nesta ocasião, foi escolhida a Diretoria provisória, posteriormente eleita
em sessão solene realizada no dia 18 de julho de 1980, data em que a Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus foi fundada com um quadro de 20
integrantes.
Um ano após a fundação da Associação, foi criada a Escola Flor do Cacau, que
começou atendendo 35 crianças com deficiência, sendo 30 carentes, “com
dificuldades no setor financeiro, mas com o esforço coroado de êxito devido à atuação
da diretoria composta, sobretudo, por pais de pessoas com deficiência”, destacou a
Sra. Maria Leide Carneiro.
A fundação da Escola Flor do Cacau contou com a grande ajuda da professora Maria
Teresa Eglér Mantoan, da Unicamp-SP, quem orientou as professoras por muito
tempo, ao ponto de ajudar nos aperfeiçoamentos em São Paulo. Sr. Carneiro também
destaca a atuação de importantes diretoras que muito se dedicaram à causa apaeana,
como “Ceiça Lopes, Jorgina Viais, Sonia Mara Clemente, Edila Correia, Olga Cardoso,
Valdeci e mais outras que me falta na memória”.
A ex-diretora e fundadora Ana Ceres lembrou que a construção da sede situada no
Hernani Sá foi custeada através de recursos financeiros provenientes de notas fiscais,
Sua Nota Vale um Show. “As mães lutaram, batalharam, pegaram nota e nós fomos
a primeira instituição a ter o maior número de notas. Nós começamos a ser
respeitados, tudo era difícil para nós”, disse Ana Ceres. “Juntamente com Geová,
presidente à época, contratamos todo o pessoal para construir a instalação que hoje
nos honra e dá todo o conforto a essas crianças”, acrescentou com satisfação Sr.
Carneiro.
Ana Ceres também lembrou das dificuldades que as pessoas com deficiência
passavam na década de 80, como discriminações e dificuldade de acesso. “Olha, nós
não temos que ter medo de nada não! Temos que lutar. Ver uma pessoa ser
maltratada, a gente tem que ajudar! Foi muita luta”, relembrou Ceres, reconhecida
por Dr. Carneiro como uma diretora que por muitos anos colocou a APAE de Ilhéus
em pleno funcionamento.
Gradativamente a Apae de Ilhéus contou com a ajuda da sociedade e de instituições
como a CEPLAC, a Legião Brasileira de Assistência (LBA), a Igreja, na ampliação e
instalações da sede provisória, assim como empresas amigas, pessoas físicas,
amigos, pais, associados, professores, profissionais, voluntários de um modo geral.