Hume argumenta que a longa controvérsia sobre liberdade e necessidade se deve a ambiguidades nas expressões usadas. Ele acredita que definições claras poderiam resolver a disputa e pretende mostrar que todos sempre concordaram sobre o assunto, apesar das aparências. Sua abordagem promete decidir a questão sem complicações.
1. 376ANTOLOGIADETEXTOSFILOSÓFICOS376 HUME • UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O ENTENDIMENTO HUMANO
UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE
O ENTENDIMENTO HUMANO
1
S•••• 8
Da liberdade e necessidade
Parte 1
1 Poder-se-ia razoavelmente esperar, em questões que têm sido
examinadas e discutidas com grande vivacidade desde as primeiras ori-
gens da ciência e da filosofia, que todos os debatedores já tivessem che-
gado a um acordo ao menos quanto ao significado de todos os termos,
e que nossas investigações, no curso de dois mil anos, tivessem sido ca-
pazes ir além das palavras, até chegar ao verdadeiro e real assunto da
controvérsia. Pois não parece bastante simples oferecer definições exatas
dos termos empregados no raciocínio, e fazer dessas definições, e não do
mero som das palavras, o objeto de futuras análises e exames? Mas, se
considerarmos o assunto mais de perto, estaremos inclinados a extrair
uma conclusão oposta. Do simples fato de que uma controvérsia tenha
se estendido por tanto tempo e ainda permaneça sem solução, podemos
presumir que há nela alguma ambiguidade de expressão, e que os debate-
dores associam diferentes ideias aos termos empregados na controvérsia.
1
HUME, D. An Enquiry Concerning Human Understanding. Edited by Tom L. Beauchamp
Oxford: Oxford University, 1999.
2. 377377
Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
2
Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
3. 377377
Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
2
Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
2
Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
15. 377377
Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
2
Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
2
Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
18. 377377
Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
2
Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
19. 377377
Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
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Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
impossível, se as pessoas associassem as mesmas ideias a seus termos,
que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
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a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
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3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
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Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.
22. 377377
Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais in-
frutífero que argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria
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que pudessem durante tanto tempo formar diferentes opiniões sobre o
mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas opiniões, e cada
uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os
homens tentam discutir questões que estão inteiramente fora do alcance
das faculdades humanas, tais como as que concernem a origem dos mun-
dos, ou a organização do sistema intelectual ou da região dos espíritos,
eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas infrutíferas
contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se
a questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidia-
nas, julgaríamos que nada poderia preservar a disputa indecidida por
tanto tempo exceto algumas expressões ambíguas que mantêm os anta-
gonistas imóveis à distância e os impedem de atracar-se um ao outro.
2 Isso tem sido o caso na questão longamente debatida acerca da
liberdade e da necessidade, e em um grau tão notável que, se não estou
muito enganado, descobriremos que todos os homens, tanto os sábios
como os ignorantes, sempre tiveram a mesma opinião sobre esse assun-
to, e que umas poucas definições inteligíveis teriam imediatamente posto
um fim a toda a controvérsia. Confesso que essa disputa tem sido tão ex-
tensamente investigada de todos os lados, e tem conduzido os filósofos a
um tal labirinto de sofismas obscuros que não é de admirar que um leitor
sensato leve sua comodidade a ponto de recusar-se a dar ouvidos a uma
questão da qual não pode esperar nem instrução nem entretenimento.
Mas a forma aqui proposta do argumento pode, talvez, servir para re-
novar sua atenção, já que apresenta mais novidade, promete ao menos
algum resultado na decisão da controvérsia e não perturbará muito seu
conforto com raciocínios intricados e obscuros.2
3 Espero, portanto, mostrar que todos os homens sempre concor-
2
Hume entende a filosofia como uma reflexão sobre o nosso modo comum de pensar.
Nesse sentido, a filosofia não deve ser obscura e complicada, como se nos apresentasse
um outro modo de pensar que não o ordinário.