SlideShare a Scribd company logo
1 of 11
Download to read offline
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO

                                         Paulo Jorge Carvalho

1. Introdução



      Pretendemos com este trabalho verificar a conservação da energia mecânica estudando o
movimento de uma esfera rígida que rola por uma calha inclinada.

      A ideia deste trabalho surgiu com a realização da actividade experimental “Salto para a piscina”,
aquando do estudo do lançamento horizontal de projécteis no décimo primeiro ano de escolaridade.
Durante as nossas pesquisas, constatámos que, além do estudo do lançamento de projécteis, também se
realizava a determinação da energia cinética de uma esfera à saída de uma calha através do enunciado do
princípio da conservação da energia. Inevitavelmente, na determinação da velocidade de saída da esfera
recorrendo à energia cinética determinada através do enunciado do princípio da conservação da energia,
os alunos irão determinar sempre um valor superior ao medido experimentalmente, explicando essa
diferença como consequência da existência da força de atrito. Para provarmos que tal não é verdade, e que
existe conservação da energia mecânica desde que a esfera apenas tenha movimento de rolamento, iremos
variar a inclinação de uma calha de 4º em 4º, desde uma inclinação inicial de 4º até 56º. Para cada ângulo
estabelecido mediremos a energia mecânica no início e no fim da calha. De referir que a calha terá que ser
lisa e indeformável, pois, como já vimos em alguns casos, são utilizadas calhas de cortinados no referido
estudo. Esta situação resulta numa alteração do raio de rotação da esfera, pelo que não se deve realizar
este estudo com esse tipo de calhas.

      Da observação e estudo dos resultados concluímos que a conservação da energia mecânica se
verifica até um ângulo limite.




2. Fundamentação Teórica




   A fundamentação teórica que a seguir se explana tem por base o estudo apresentado por Almeida,
Maria José B. Marques de, em Preparação de Professores de Física – Uma contribuição científico-
pedagógica e didáctica, Almedina (2004) – Coimbra, capitulo 5. Considerações Sobre Energia.

   Consideremos uma esfera infinitamente rígida e que rola por um plano inclinado. A figura 1 descreve
a referida situação.
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO




                                                   Hi




                                                                                Hf




    Figura 1. Situação em que uma esfera infinitamente rígida rola por um plano inclinado

    Atendendo a que o sistema em estudo é a esfera, a fronteira do sistema é a sua superfície.

    As forças exteriores aplicadas sobre a esfera são: o peso do corpo , cuja componente na direcção do
movimento realiza um trabalho positivo, dado por                                           ; a força normal
aplicada pelo plano sobre a esfera, que não realiza trabalho por ser perpendicular ao deslocamento e a
força de atrito   .
    Caso não houvesse atrito, a esfera escorregaria pelo plano inclinado. Como no movimento de
deslizamento o sentido da força de atrito é o de contrariar o movimento da esfera, o seu sentido apontaria
na direcção contrária ao do movimento, ou seja, para cima. Como o momento desta força (

  ), é não nulo, visto que a linha de acção desta força não passa pelo centro de rotação da esfera, fará com
que a esfera role no sentido dos ponteiros do relógio, deslocando-se simultaneamente o seu centro de
massa no sentido descendente.

    Se o movimento for de rolamento puro, isto é, sem deslizamento, a força de atrito realiza trabalho
nulo pois quando o ponto de aplicação de         se move, esta força passa a estar aplicada noutro ponto.
Como não há deslocamento do ponto de aplicação da força de atrito sem que ela deixe de estar aplicada
nesse ponto. Como resultado, a força de atrito não realizará trabalho.
     Recorrendo ao enunciado do princípio da conservação da energia podemos escrever a seguinte
equação matemática:


                                                                                                                    (1.2)




visto que não há trocas de calor nem de radiação entre o sistema e o seu exterior, então                        ,
e como se pode considerar a variação da energia cinética interna e da energia potencial interna
praticamente nula, só haverá alteração da velocidade do centro de massa,          , e alteração da velocidade
angular , pelo que a equação (1.2) pode escrever-se da seguinte forma:



                                                                                                   Página 2 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO




                                                                                                                  (1.3)


como só o peso do corpo é que realiza trabalho e este é dado por (1.1), teremos:


                                                                                                                  (1.4)

então


                                                                                                                  (1.5)



2.1. Determinação da Energia Mecânica da esfera

    A energia mecânica em cada instante é a soma da energia cinética do corpo com a sua energia
potencial associada ao eventual campo de forças conservativas.

    2.1.1. Determinação da energia mecânica da esfera inicial.


                  No inicio do movimento, a esfera será sempre abandonada sem velocidade, pelo que a sua
            energia mecânica inicial será dada por:

    Emecânica = Ecinética + Epotencial
                                                                                                               (1.6)
    como

    Ecinética = 0 J

    pelo que

    Emecânica = Epotencial =                                                                                   (1.7)




Para o cálculo da HinicialCM faremos o seguinte de acordo como o esquematizado na figura 1:




                                                                                                                            (1.8)

onde    é a inclinação do plano.




                                                                                                           Página 3 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO



2.1.2.    Determinação da energia mecânica final.


                Para o cálculo da energia mecânica no ponto escolhido para o fim do plano inclinado, é a
          própria energia cinética do corpo neste ponto, pelo que,




                                                                                                            (1.9)
Emecânica = Ecinética =


sabendo que                  e que          , podemos reduzir a equação anterior à seguinte:
                                                                                                             (1.10)
Emecânica =




3. Trabalho Laboratorial


3.1. Material



     Calha metálica, célula fotoeléctrica, CBL2, máquina de calcular gráfica com o programa EasyData
2.00, esfera rígida, aparelho que possibilite a medição da inclinação da calha, fita métrica, craveira,
balança digital.

     Nesta actividade experimental utilizámos uma esfera rígida de massa 0,01632                            kg e de
diâmetro 0,0155                 m. O comprimento da calha (x) é                                   m. O ângulo foi
medido com o auxílio de um transferidor acoplado ao plano que contém a calha e de um fio-de-prumo.




3.2. Esquema do trabalho laboratorial




                                                                                                       Página 4 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO




                                               Figura 2.



3.3. Procedimento do trabalho laboratorial




                                                           x
                                                               B




   1- Faça a montagem esquematizada na figura 2.
   2- Meça o diâmetro e a massa da esfera.
   3- Coloque uma célula fotoeléctrica na posição B. Ligue a célula fotoeléctrica à máquina de calcular
       gráfica no modo de funcionamento adequado, para medir o intervalo de tempo de passagem da
       esfera.


       Procedimento para a ligação (TI – 84 Plus Silver Edition)


       3.1. Carregue no botão APPS




                                                                                                 Página 5 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO




3.2. Desloque para baixo através do cursor existente na máquina até encontrar a aplicação
    EasyData 2.00 seleccionando-a.




3.3. Após a selecção da aplicação anterior, seleccione o setup para que possa escolher o sensor
    pretendido. Neste caso, seleccione a posição três do visor como se mostra nos esquemas
    seguintes.




                 a.                                                    b.


3.4. Em seguida, escolha o comprimento do objecto a medir e carregue OK como se mostra na
    figura.




3.5. Após os passos anteriores carregue no iniciar e após o sinal sonoro que o aparelho emite
    comece o trabalho experimental.



                                                                                          Página 6 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO




     4- Defina uma distância entre a posição A e B como indicado na figura.
     5- Retire a célula fotoeléctrica do suporte universal e para a respectiva posição B, fixe-a à calha
        recorrendo, por exemplo a fita-cola.
     6- Abandone a esfera da posição A e registe o valor do intervalo de tempo de passagem da esfera na
        posição B. Repita este procedimento pelo menos quatro vezes.
     7- Repita o procedimento 5 e 6 para cada inclinação.


4-   Resultados


                Após a conclusão da actividade experimental e depois de seleccionar a opção sair, irá
        aparecer no visor da máquina a seguinte informação:




        A informação contida da experiência encontra-se nas listas L1 (número de ensaios realizados), L6
        (intervalos de tempo para cada ensaio) e L7 (velocidade em m/s).
        Para visualizar as listas carregue no menu STAT e irá aparecer o seguinte ecrã:




        Seleccione a opção 1 para poder visualizar as respectivas listas e os respectivos valores.


        Percorra as listas com o cursor da calculadora e encontrará na lista L1, número de ensaios
        realizados; L7, velocidade (m/s) de cada ensaio e na lista L6, o respectivo tempo.




                                                                                                   Página 7 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO




         Após a consulta das listas, através da aplicação TI Connect, transfira as listas para o seu
computador para poder trabalhar com maior facilidade. No nosso trabalho utilizamos o programa
Microsoft Office Excell.


Resultados obtidos



            4,0      8,0       12,0       16,0       20,0       24,0          28,0          32,0       36,0       40,0       44,0       48,0     52,0     56,0
          0,0262    0,0176    0,0144     0,0125     0,0112     0,0102     0,0096        0,0088        0,0085     0,0079     0,0071     0,0069   0,0067   0,0064
          0,5925    0,8828    1,0783     1,2427     1,3873     1,5188     1,6211        1,7634        1,8267     1,9653     2,1703     2,2328   2,3168   2,4367



Tabela 1. – Velocidade do centro de massa da esfera à passagem no ponto B e o respectivo
melhor intervalo de tempo para cada inclinação.


 4,0         8,0      12,0       16,0        20,0       24,0           28,0          32,0          36,0        40,0        44,0        48,0     52,0     56,0
0,0045     0,0089    0,0133     0,0177      0,0220     0,0262      0,0300            0,0347        0,0383      0,0432     0,0444      0,0475    0,0503   0,0529
0,0040     0,0089    0,0133     0,0176      0,0220     0,0263      0,0300            0,0355        0,0380      0,0439     0,0537      0,0568    0,0611   0,0676



Tabela 2. – Energia mecânica inicial e final para cada inclinação.




         Para interpretar os resultados finais, tracemos um gráfico de energia mecânica final em
função da mecânica inicial. Para tal, depois dos dados tratados, inserimos na calculadora desde a
lista 1 até à lista 6 os seguintes dados:


L1 – número de ensaios
L2 – ângulo
L3 – tempo médio
L4 – velocidade do centro de massa
L5 – Energia mecânica inicial
L6 – Energia mecânica final



                                                                                                                                    Página 8 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO




       Figuras exemplificativas das listas.


            Em seguida, através da operação 2ND – STAT PLOT, definimos para o eixo dos x, a lista L5
       e para o eixo dos Y a lista L6. Escolhemos um gráfico de pontos e mandámos traçar o respectivo
       gráfico.




       Gráfico 1- Energia mecânica final em função da energia mecânica inicial.




5- Análise dos resultados obtidos


       Da análise do gráfico 1, verificamos que a partir de um determinado ângulo (34º) não existe
   conservação da energia mecânica.


       Representando um novo gráfico, e traçando sobre os mesmos pontos uma recta em que a
   condição é Emf =Emi, verifica-se claramente que os últimos quatro pontos não se ajustam à respectiva
   recta, porquanto resultam de erros sistemáticos cometidos por nós aquando da realização da actividade




                                                                                                  Página 9 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO



experimental, pois como é óbvio, de acordo com a actividade experimental realizada, a energia
mecânica final nunca poderia ser superior à energia mecânica inicial.




    Gráfico 2 - Energia mecânica final em função da energia mecânica inicial e uma recta que
    representa a função ideal Emf =Emi.




         Considerando apenas os primeiros nove valores, e representando sobre estes uma recta Emf =
    a Emi + b, obtemos o seguinte gráfico:




    Gráfico 3 - Energia mecânica final em função da energia mecânica inicial e uma recta que
    representa a função Emf = aEmi + b.




                                                                                              Página 10 de 11
C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO



                  A respectiva função é Emf = 1,019 Emi - 3,836 x 10-4 com R = 0,999, pelo que se verifica
       que o declive é de aproximadamente 1 e o ponto de intersecção na origem é aproximadamente 0.
       Como tal podemos concluir que a energia mecânica se conserva para estas inclinações.


6- Conclusões


       Como resultado desta actividade experimental verifica-se que, se não existe conservação da
   energia mecânica, isso não se deve à força de atrito, pois a mesma não realiza trabalho enquanto a
   esfera rolar. Verificamos também que, para inclinações pequenas inferiores a 8º e para inclinações
   superiores a 36º, a nossa actividade experimental não é adequada. No primeiro caso, provavelmente, a
   componente do peso na direcção do movimento (pequena nestes casos) foi afectada pela resistência ao
   rolamento. No segundo caso (maiores inclinações), o resultado obtido foi exactamente o oposto do
   previsto, porquanto a esfera além de rolar também começava a deslizar, pelo que os resultados obtidos
   para a energia mecânica final deveriam ser inferiores aos da energia mecânica inicial. Uma explicação
   para os resultados por nós obtidos neste caso será a passagem pela esfera na célula fotoeléctrica com
   um diâmetro inferior ao real em consequência da elevada inclinação da calha, pelo que obtivemos
   tempos inferiores aos reais e, consequentemente, energias mecânicas finais superiores. Relativamente
   aos dados por nós validados, o objectivo de alcançar uma recta que se ajustasse aos pontos com um
   declive próximo de 1 e que passasse próxima da origem foi alcançado.




7- Bibliografia


   1- Silva, Wilton Pereira da, Revista Brasileira de Ensino de Física, Vol. 25, no. 4, Dezembro, 2003.


   2- Almeida, Maria José B. Marques de, Preparação de Professores de Física – Uma contribuição
       científico-pedagógica e didáctica, Livraria Almedina – Coimbra (2004).


   3- Almeida, Maria José B. Marques de, Fundamentos de Física, Livraria Almedina – Coimbra
       (1993).




                                                                                                  Página 11 de 11

More Related Content

What's hot

Proposta de resolução Física e Química_v1
Proposta de resolução Física e Química_v1Proposta de resolução Física e Química_v1
Proposta de resolução Física e Química_v1
David Azevedo
 
09 Mecânica Energia
09 Mecânica Energia09 Mecânica Energia
09 Mecânica Energia
Eletrons
 
www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...
www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...
www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...
Vídeo Aulas Apoio
 
Energia sistemas conservativo e dissipativo
Energia sistemas conservativo e dissipativoEnergia sistemas conservativo e dissipativo
Energia sistemas conservativo e dissipativo
Jamilly Andrade
 
08 Trabalho e Potência
08 Trabalho e Potência08 Trabalho e Potência
08 Trabalho e Potência
Eletrons
 
06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado
06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado
06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado
Eletrons
 

What's hot (18)

Proposta de resolução Física e Química_v1
Proposta de resolução Física e Química_v1Proposta de resolução Física e Química_v1
Proposta de resolução Física e Química_v1
 
Trabalho e Energia.
Trabalho e Energia.Trabalho e Energia.
Trabalho e Energia.
 
09 Mecânica Energia
09 Mecânica Energia09 Mecânica Energia
09 Mecânica Energia
 
Dinâmica 2
Dinâmica 2Dinâmica 2
Dinâmica 2
 
Trabalho e energia 2 b
Trabalho e energia 2 bTrabalho e energia 2 b
Trabalho e energia 2 b
 
Dinâmica
DinâmicaDinâmica
Dinâmica
 
Força, Trabalho, Potência e Energia
Força, Trabalho, Potência e EnergiaForça, Trabalho, Potência e Energia
Força, Trabalho, Potência e Energia
 
www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...
www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...
www.CentroApoio.com - Física - Energia e Trabalho - Exercícios Resolvidos Por...
 
Energia sistemas conservativo e dissipativo
Energia sistemas conservativo e dissipativoEnergia sistemas conservativo e dissipativo
Energia sistemas conservativo e dissipativo
 
Energia e Trabalho
Energia e TrabalhoEnergia e Trabalho
Energia e Trabalho
 
Trabalho e energia mecânica.
Trabalho e energia mecânica.Trabalho e energia mecânica.
Trabalho e energia mecânica.
 
Trabalho e potência
Trabalho e potênciaTrabalho e potência
Trabalho e potência
 
Trabalho e energia mec+énica
Trabalho e energia mec+énicaTrabalho e energia mec+énica
Trabalho e energia mec+énica
 
6 trabalho de uma forca
6   trabalho de uma forca6   trabalho de uma forca
6 trabalho de uma forca
 
08 Trabalho e Potência
08 Trabalho e Potência08 Trabalho e Potência
08 Trabalho e Potência
 
www.AulaParticularApoio.Com.Br - Física - Trabalho e Energia Mecânica
www.AulaParticularApoio.Com.Br - Física -  Trabalho e Energia Mecânicawww.AulaParticularApoio.Com.Br - Física -  Trabalho e Energia Mecânica
www.AulaParticularApoio.Com.Br - Física - Trabalho e Energia Mecânica
 
06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado
06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado
06 Dinâmica - Atrito e plano inclinado
 
07. trabalho e energia cinética
07. trabalho e energia cinética07. trabalho e energia cinética
07. trabalho e energia cinética
 

Viewers also liked

Movimento Num Plano Inclinado
Movimento Num Plano InclinadoMovimento Num Plano Inclinado
Movimento Num Plano Inclinado
prof_pc
 
ConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia MecanicaConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia Mecanica
ori junior
 
Fisica ppt 2º a - plano inclinado e força de atrito
Fisica ppt   2º a - plano inclinado e força de atritoFisica ppt   2º a - plano inclinado e força de atrito
Fisica ppt 2º a - plano inclinado e força de atrito
Cristiane Tavolaro
 
Aulas De FíSica E QuíMica A 10º Ano
Aulas De FíSica E QuíMica A 10º AnoAulas De FíSica E QuíMica A 10º Ano
Aulas De FíSica E QuíMica A 10º Ano
prof_pc
 
Trabalho e Energia
Trabalho e Energia Trabalho e Energia
Trabalho e Energia
fisicaatual
 
Trabalho de física
Trabalho de físicaTrabalho de física
Trabalho de física
cristbarb
 
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteisFlashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
prof_pc
 
Relatorio fisica experimental trilho de ar
Relatorio  fisica experimental trilho de arRelatorio  fisica experimental trilho de ar
Relatorio fisica experimental trilho de ar
Toninha Silva
 

Viewers also liked (20)

Conservaçao energia
Conservaçao energiaConservaçao energia
Conservaçao energia
 
Movimento Num Plano Inclinado
Movimento Num Plano InclinadoMovimento Num Plano Inclinado
Movimento Num Plano Inclinado
 
ConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia MecanicaConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia Mecanica
 
Conservação de energia
Conservação de energiaConservação de energia
Conservação de energia
 
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11ºRelatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
 
Ms online biometrics
Ms online biometricsMs online biometrics
Ms online biometrics
 
Fisica ppt 2º a - plano inclinado e força de atrito
Fisica ppt   2º a - plano inclinado e força de atritoFisica ppt   2º a - plano inclinado e força de atrito
Fisica ppt 2º a - plano inclinado e força de atrito
 
Al 1.2 química
Al 1.2   químicaAl 1.2   química
Al 1.2 química
 
Al13 quimica 11_ano
Al13 quimica 11_anoAl13 quimica 11_ano
Al13 quimica 11_ano
 
Teste nº 4 FQ
Teste nº 4 FQTeste nº 4 FQ
Teste nº 4 FQ
 
Aulas De FíSica E QuíMica A 10º Ano
Aulas De FíSica E QuíMica A 10º AnoAulas De FíSica E QuíMica A 10º Ano
Aulas De FíSica E QuíMica A 10º Ano
 
10 aplicativos que todo professor de ef deveria ter
10 aplicativos que todo professor de ef deveria ter10 aplicativos que todo professor de ef deveria ter
10 aplicativos que todo professor de ef deveria ter
 
Coldplay 2
Coldplay 2Coldplay 2
Coldplay 2
 
Trabalho e Energia
Trabalho e Energia Trabalho e Energia
Trabalho e Energia
 
Trabalho de física
Trabalho de físicaTrabalho de física
Trabalho de física
 
Trabalho e Energia - Física.
Trabalho e Energia - Física.Trabalho e Energia - Física.
Trabalho e Energia - Física.
 
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteisFlashes de física - Movimento horizontal de projécteis
Flashes de física - Movimento horizontal de projécteis
 
Relatorio fisica experimental trilho de ar
Relatorio  fisica experimental trilho de arRelatorio  fisica experimental trilho de ar
Relatorio fisica experimental trilho de ar
 
Síntese de Aspirina
Síntese de AspirinaSíntese de Aspirina
Síntese de Aspirina
 
Resumo 10º11º ano
Resumo 10º11º anoResumo 10º11º ano
Resumo 10º11º ano
 

Similar to Consevação energia mecânica

Lancamento horizontal energia mecanica
Lancamento horizontal energia mecanicaLancamento horizontal energia mecanica
Lancamento horizontal energia mecanica
Eldon Avelar
 
Exercícios da uem
Exercícios da uemExercícios da uem
Exercícios da uem
Patyoli
 
Processos e eletrizacao
Processos e eletrizacaoProcessos e eletrizacao
Processos e eletrizacao
Eldon Avelar
 
2º simulado periódico 2016 física
2º simulado periódico 2016   física2º simulado periódico 2016   física
2º simulado periódico 2016 física
Gustavo Mendonça
 
Ap fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exerciciosAp fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exercicios
comentada
 
Ap fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exerciciosAp fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exercicios
comentada
 
9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx
9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx
9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx
belinharieper
 
Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Thommas Kevin
 

Similar to Consevação energia mecânica (20)

Lancamento horizontal energia mecanica
Lancamento horizontal energia mecanicaLancamento horizontal energia mecanica
Lancamento horizontal energia mecanica
 
Sensor de Campo Magnético
Sensor de Campo MagnéticoSensor de Campo Magnético
Sensor de Campo Magnético
 
NOTAS DE AULA – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
NOTAS DE AULA – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS INOTAS DE AULA – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
NOTAS DE AULA – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I
 
Elite_Resolve_ITA_2015_Fisica.pdf
Elite_Resolve_ITA_2015_Fisica.pdfElite_Resolve_ITA_2015_Fisica.pdf
Elite_Resolve_ITA_2015_Fisica.pdf
 
Exercícios da uem
Exercícios da uemExercícios da uem
Exercícios da uem
 
Processos e eletrizacao
Processos e eletrizacaoProcessos e eletrizacao
Processos e eletrizacao
 
Campo magnetico solucoes
Campo magnetico solucoesCampo magnetico solucoes
Campo magnetico solucoes
 
Coeficientes atrito
Coeficientes atritoCoeficientes atrito
Coeficientes atrito
 
2º simulado periódico 2016 física
2º simulado periódico 2016   física2º simulado periódico 2016   física
2º simulado periódico 2016 física
 
Exp 3 vibrações alef
Exp 3 vibrações alefExp 3 vibrações alef
Exp 3 vibrações alef
 
Pratica 2 - Carga específica do Elétron
Pratica 2 - Carga específica do ElétronPratica 2 - Carga específica do Elétron
Pratica 2 - Carga específica do Elétron
 
Específicas (Abertas) Anglo 2004, Word - Conteúdo vinculado ao blog http...
Específicas (Abertas) Anglo 2004, Word - Conteúdo vinculado ao blog      http...Específicas (Abertas) Anglo 2004, Word - Conteúdo vinculado ao blog      http...
Específicas (Abertas) Anglo 2004, Word - Conteúdo vinculado ao blog http...
 
Ap fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exerciciosAp fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exercicios
 
Ap fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exerciciosAp fisica modulo 10 exercicios
Ap fisica modulo 10 exercicios
 
9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx
9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx
9 Anos - Trabalho, Potência e Energia Mecânica..pptx
 
Dinâmica da partícula e considerações energéticas
Dinâmica da partícula e considerações energéticasDinâmica da partícula e considerações energéticas
Dinâmica da partícula e considerações energéticas
 
Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001
 
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas IsostáticasAplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
Aplicação do Cálculo Diferencial e Integral no Estudo de Vigas Isostáticas
 
Relatório física experimental 03 (condições de equilibrio)
Relatório física experimental 03 (condições de equilibrio)Relatório física experimental 03 (condições de equilibrio)
Relatório física experimental 03 (condições de equilibrio)
 
Oa estudos de-revisao
Oa estudos de-revisaoOa estudos de-revisao
Oa estudos de-revisao
 

Recently uploaded

Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 

Recently uploaded (20)

Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Acessibilidade, inclusão e valorização da diversidade
Acessibilidade, inclusão e valorização da diversidadeAcessibilidade, inclusão e valorização da diversidade
Acessibilidade, inclusão e valorização da diversidade
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 

Consevação energia mecânica

  • 1. CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO Paulo Jorge Carvalho 1. Introdução Pretendemos com este trabalho verificar a conservação da energia mecânica estudando o movimento de uma esfera rígida que rola por uma calha inclinada. A ideia deste trabalho surgiu com a realização da actividade experimental “Salto para a piscina”, aquando do estudo do lançamento horizontal de projécteis no décimo primeiro ano de escolaridade. Durante as nossas pesquisas, constatámos que, além do estudo do lançamento de projécteis, também se realizava a determinação da energia cinética de uma esfera à saída de uma calha através do enunciado do princípio da conservação da energia. Inevitavelmente, na determinação da velocidade de saída da esfera recorrendo à energia cinética determinada através do enunciado do princípio da conservação da energia, os alunos irão determinar sempre um valor superior ao medido experimentalmente, explicando essa diferença como consequência da existência da força de atrito. Para provarmos que tal não é verdade, e que existe conservação da energia mecânica desde que a esfera apenas tenha movimento de rolamento, iremos variar a inclinação de uma calha de 4º em 4º, desde uma inclinação inicial de 4º até 56º. Para cada ângulo estabelecido mediremos a energia mecânica no início e no fim da calha. De referir que a calha terá que ser lisa e indeformável, pois, como já vimos em alguns casos, são utilizadas calhas de cortinados no referido estudo. Esta situação resulta numa alteração do raio de rotação da esfera, pelo que não se deve realizar este estudo com esse tipo de calhas. Da observação e estudo dos resultados concluímos que a conservação da energia mecânica se verifica até um ângulo limite. 2. Fundamentação Teórica A fundamentação teórica que a seguir se explana tem por base o estudo apresentado por Almeida, Maria José B. Marques de, em Preparação de Professores de Física – Uma contribuição científico- pedagógica e didáctica, Almedina (2004) – Coimbra, capitulo 5. Considerações Sobre Energia. Consideremos uma esfera infinitamente rígida e que rola por um plano inclinado. A figura 1 descreve a referida situação.
  • 2. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO Hi Hf Figura 1. Situação em que uma esfera infinitamente rígida rola por um plano inclinado Atendendo a que o sistema em estudo é a esfera, a fronteira do sistema é a sua superfície. As forças exteriores aplicadas sobre a esfera são: o peso do corpo , cuja componente na direcção do movimento realiza um trabalho positivo, dado por ; a força normal aplicada pelo plano sobre a esfera, que não realiza trabalho por ser perpendicular ao deslocamento e a força de atrito . Caso não houvesse atrito, a esfera escorregaria pelo plano inclinado. Como no movimento de deslizamento o sentido da força de atrito é o de contrariar o movimento da esfera, o seu sentido apontaria na direcção contrária ao do movimento, ou seja, para cima. Como o momento desta força ( ), é não nulo, visto que a linha de acção desta força não passa pelo centro de rotação da esfera, fará com que a esfera role no sentido dos ponteiros do relógio, deslocando-se simultaneamente o seu centro de massa no sentido descendente. Se o movimento for de rolamento puro, isto é, sem deslizamento, a força de atrito realiza trabalho nulo pois quando o ponto de aplicação de se move, esta força passa a estar aplicada noutro ponto. Como não há deslocamento do ponto de aplicação da força de atrito sem que ela deixe de estar aplicada nesse ponto. Como resultado, a força de atrito não realizará trabalho. Recorrendo ao enunciado do princípio da conservação da energia podemos escrever a seguinte equação matemática: (1.2) visto que não há trocas de calor nem de radiação entre o sistema e o seu exterior, então , e como se pode considerar a variação da energia cinética interna e da energia potencial interna praticamente nula, só haverá alteração da velocidade do centro de massa, , e alteração da velocidade angular , pelo que a equação (1.2) pode escrever-se da seguinte forma: Página 2 de 11
  • 3. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO (1.3) como só o peso do corpo é que realiza trabalho e este é dado por (1.1), teremos: (1.4) então (1.5) 2.1. Determinação da Energia Mecânica da esfera A energia mecânica em cada instante é a soma da energia cinética do corpo com a sua energia potencial associada ao eventual campo de forças conservativas. 2.1.1. Determinação da energia mecânica da esfera inicial. No inicio do movimento, a esfera será sempre abandonada sem velocidade, pelo que a sua energia mecânica inicial será dada por: Emecânica = Ecinética + Epotencial (1.6) como Ecinética = 0 J pelo que Emecânica = Epotencial = (1.7) Para o cálculo da HinicialCM faremos o seguinte de acordo como o esquematizado na figura 1: (1.8) onde é a inclinação do plano. Página 3 de 11
  • 4. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO 2.1.2. Determinação da energia mecânica final. Para o cálculo da energia mecânica no ponto escolhido para o fim do plano inclinado, é a própria energia cinética do corpo neste ponto, pelo que, (1.9) Emecânica = Ecinética = sabendo que e que , podemos reduzir a equação anterior à seguinte: (1.10) Emecânica = 3. Trabalho Laboratorial 3.1. Material Calha metálica, célula fotoeléctrica, CBL2, máquina de calcular gráfica com o programa EasyData 2.00, esfera rígida, aparelho que possibilite a medição da inclinação da calha, fita métrica, craveira, balança digital. Nesta actividade experimental utilizámos uma esfera rígida de massa 0,01632 kg e de diâmetro 0,0155 m. O comprimento da calha (x) é m. O ângulo foi medido com o auxílio de um transferidor acoplado ao plano que contém a calha e de um fio-de-prumo. 3.2. Esquema do trabalho laboratorial Página 4 de 11
  • 5. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO Figura 2. 3.3. Procedimento do trabalho laboratorial x B 1- Faça a montagem esquematizada na figura 2. 2- Meça o diâmetro e a massa da esfera. 3- Coloque uma célula fotoeléctrica na posição B. Ligue a célula fotoeléctrica à máquina de calcular gráfica no modo de funcionamento adequado, para medir o intervalo de tempo de passagem da esfera. Procedimento para a ligação (TI – 84 Plus Silver Edition) 3.1. Carregue no botão APPS Página 5 de 11
  • 6. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO 3.2. Desloque para baixo através do cursor existente na máquina até encontrar a aplicação EasyData 2.00 seleccionando-a. 3.3. Após a selecção da aplicação anterior, seleccione o setup para que possa escolher o sensor pretendido. Neste caso, seleccione a posição três do visor como se mostra nos esquemas seguintes. a. b. 3.4. Em seguida, escolha o comprimento do objecto a medir e carregue OK como se mostra na figura. 3.5. Após os passos anteriores carregue no iniciar e após o sinal sonoro que o aparelho emite comece o trabalho experimental. Página 6 de 11
  • 7. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO 4- Defina uma distância entre a posição A e B como indicado na figura. 5- Retire a célula fotoeléctrica do suporte universal e para a respectiva posição B, fixe-a à calha recorrendo, por exemplo a fita-cola. 6- Abandone a esfera da posição A e registe o valor do intervalo de tempo de passagem da esfera na posição B. Repita este procedimento pelo menos quatro vezes. 7- Repita o procedimento 5 e 6 para cada inclinação. 4- Resultados Após a conclusão da actividade experimental e depois de seleccionar a opção sair, irá aparecer no visor da máquina a seguinte informação: A informação contida da experiência encontra-se nas listas L1 (número de ensaios realizados), L6 (intervalos de tempo para cada ensaio) e L7 (velocidade em m/s). Para visualizar as listas carregue no menu STAT e irá aparecer o seguinte ecrã: Seleccione a opção 1 para poder visualizar as respectivas listas e os respectivos valores. Percorra as listas com o cursor da calculadora e encontrará na lista L1, número de ensaios realizados; L7, velocidade (m/s) de cada ensaio e na lista L6, o respectivo tempo. Página 7 de 11
  • 8. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO Após a consulta das listas, através da aplicação TI Connect, transfira as listas para o seu computador para poder trabalhar com maior facilidade. No nosso trabalho utilizamos o programa Microsoft Office Excell. Resultados obtidos 4,0 8,0 12,0 16,0 20,0 24,0 28,0 32,0 36,0 40,0 44,0 48,0 52,0 56,0 0,0262 0,0176 0,0144 0,0125 0,0112 0,0102 0,0096 0,0088 0,0085 0,0079 0,0071 0,0069 0,0067 0,0064 0,5925 0,8828 1,0783 1,2427 1,3873 1,5188 1,6211 1,7634 1,8267 1,9653 2,1703 2,2328 2,3168 2,4367 Tabela 1. – Velocidade do centro de massa da esfera à passagem no ponto B e o respectivo melhor intervalo de tempo para cada inclinação. 4,0 8,0 12,0 16,0 20,0 24,0 28,0 32,0 36,0 40,0 44,0 48,0 52,0 56,0 0,0045 0,0089 0,0133 0,0177 0,0220 0,0262 0,0300 0,0347 0,0383 0,0432 0,0444 0,0475 0,0503 0,0529 0,0040 0,0089 0,0133 0,0176 0,0220 0,0263 0,0300 0,0355 0,0380 0,0439 0,0537 0,0568 0,0611 0,0676 Tabela 2. – Energia mecânica inicial e final para cada inclinação. Para interpretar os resultados finais, tracemos um gráfico de energia mecânica final em função da mecânica inicial. Para tal, depois dos dados tratados, inserimos na calculadora desde a lista 1 até à lista 6 os seguintes dados: L1 – número de ensaios L2 – ângulo L3 – tempo médio L4 – velocidade do centro de massa L5 – Energia mecânica inicial L6 – Energia mecânica final Página 8 de 11
  • 9. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO Figuras exemplificativas das listas. Em seguida, através da operação 2ND – STAT PLOT, definimos para o eixo dos x, a lista L5 e para o eixo dos Y a lista L6. Escolhemos um gráfico de pontos e mandámos traçar o respectivo gráfico. Gráfico 1- Energia mecânica final em função da energia mecânica inicial. 5- Análise dos resultados obtidos Da análise do gráfico 1, verificamos que a partir de um determinado ângulo (34º) não existe conservação da energia mecânica. Representando um novo gráfico, e traçando sobre os mesmos pontos uma recta em que a condição é Emf =Emi, verifica-se claramente que os últimos quatro pontos não se ajustam à respectiva recta, porquanto resultam de erros sistemáticos cometidos por nós aquando da realização da actividade Página 9 de 11
  • 10. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO experimental, pois como é óbvio, de acordo com a actividade experimental realizada, a energia mecânica final nunca poderia ser superior à energia mecânica inicial. Gráfico 2 - Energia mecânica final em função da energia mecânica inicial e uma recta que representa a função ideal Emf =Emi. Considerando apenas os primeiros nove valores, e representando sobre estes uma recta Emf = a Emi + b, obtemos o seguinte gráfico: Gráfico 3 - Energia mecânica final em função da energia mecânica inicial e uma recta que representa a função Emf = aEmi + b. Página 10 de 11
  • 11. C ONSERVAÇÃO DA E NERGIA M ECÂNICA DE UMA ESFERA AO LONGO DE UM PLANO INCLINADO A respectiva função é Emf = 1,019 Emi - 3,836 x 10-4 com R = 0,999, pelo que se verifica que o declive é de aproximadamente 1 e o ponto de intersecção na origem é aproximadamente 0. Como tal podemos concluir que a energia mecânica se conserva para estas inclinações. 6- Conclusões Como resultado desta actividade experimental verifica-se que, se não existe conservação da energia mecânica, isso não se deve à força de atrito, pois a mesma não realiza trabalho enquanto a esfera rolar. Verificamos também que, para inclinações pequenas inferiores a 8º e para inclinações superiores a 36º, a nossa actividade experimental não é adequada. No primeiro caso, provavelmente, a componente do peso na direcção do movimento (pequena nestes casos) foi afectada pela resistência ao rolamento. No segundo caso (maiores inclinações), o resultado obtido foi exactamente o oposto do previsto, porquanto a esfera além de rolar também começava a deslizar, pelo que os resultados obtidos para a energia mecânica final deveriam ser inferiores aos da energia mecânica inicial. Uma explicação para os resultados por nós obtidos neste caso será a passagem pela esfera na célula fotoeléctrica com um diâmetro inferior ao real em consequência da elevada inclinação da calha, pelo que obtivemos tempos inferiores aos reais e, consequentemente, energias mecânicas finais superiores. Relativamente aos dados por nós validados, o objectivo de alcançar uma recta que se ajustasse aos pontos com um declive próximo de 1 e que passasse próxima da origem foi alcançado. 7- Bibliografia 1- Silva, Wilton Pereira da, Revista Brasileira de Ensino de Física, Vol. 25, no. 4, Dezembro, 2003. 2- Almeida, Maria José B. Marques de, Preparação de Professores de Física – Uma contribuição científico-pedagógica e didáctica, Livraria Almedina – Coimbra (2004). 3- Almeida, Maria José B. Marques de, Fundamentos de Física, Livraria Almedina – Coimbra (1993). Página 11 de 11