1. Como criar demandas para
produtos culturais
Por Marcelo Alves
Após a leitura do livro de Adrian J. Slwotzky com Karl Weber, Criando demandas, da Ed. Elsevier,
me perguntei como poderia aplicar a produtos culturais.
O livro é da área de negócios, e muito bem escrito, mas poderia ser aplicado para o setor cultural
porque destaca elementos voltados ao planejamento, marketing, visão de projeto que eu acredito
que um produto cultural deva ter.
Claro, existe a arte, o artista, mas tem de haver um projeto por trás disso tudo que permita que
mais e mais pessoas possam ver e/ou consumir, ampliar mais a experiência junto ao público.
Serve tanto para editores, roteiristas quanto dramaturgos, artistas plásticos para pelo menos
refletirem sobre o assunto.
O livro aborda vários cases de sucesso e a partir deles propõe a reflexão de seis temas que são
recorrentes nas criações de demandas.
Claro que não é um livro de receitas, mas uma análise interessante sobre como nascem
demandas para produtos que ninguém poderia imaginar que um dia fosses postos em prática ou
que valeria a pena apostar na sua execução.
Vamos agora aos seis pontos.
O primeiro ponto: magnetismo. Existe um monte de produtos no mercado, mas o que torna este
produto sensacional, e não outro, perante o público é a sua capacidade em estabelecer uma
conexão emocional com as pessoas. Despertar essa paixão é o grande desafio (basta ver o que a
Netflix anda fazendo com algumas séries como House of Cards, por exemplo);
2. o segundo ponto: mapa de dificuldades: cada vez mais o marketing digital está utilizando a
jornada do cliente para vender seus produtos.
Mas o ponto aqui é outro: como diminuir o tempo, o desgaste do cliente em adquirir o produto? Na
área cultural poderíamos imaginar como tornar acessível nosso produto (ainda no campo da
captação de recursos para produção) para chegar às pessoas com o mínimo de desperdício e
com uso inteligente dos recursos, na diminuição de custos e acessibilidade;
terceiro ponto: a retaguarda. O que está por trás, nos bastidores, precisar ser valorizado, mesmo
que o público não saiba.
E mais: como facilitar todo o processo de compra e venda para o público e como essa mesma
retaguarda pode ser um ponto chave na produção;
quarto ponto: gatilho. É um insight, um momento que, mesmo casual ou não, faz a diferença e
inicia uma escalada de sucesso para o seu produto.
Qual é o gatilho do seu produto cultural?
O que é capaz de disparar uma demanda incrível por ele?
Quinto ponto: trajetória. Um produto, para se manter no topo, precisa estar atualizando sempre o
seu público de modo que permaneça fiel a ele. É ouvir, compartilhar boas ideias, conhecer mais o
seu público. Pense no lançamento e no que você pode fazer para que o público construa junto
contigo uma trajetória de sucesso para o seu produto;
sexto ponto: variação. Quem é o seu público? Seu público é uma legião com vários focos e
demandas, um ponto médio é algo complicado, mas reconhecer a diversidade e trabalhar com o
diverso é um grande desafio.
Onde está seu público, o que ele consome?
Quais são as demandas e como trabalhar de forma coesa tantas variações?
É possível aplicar esses pontos na produção cultural quando temos um time forte e coeso,
atuando com propósito claro.
Criar demanda para o seu produto tem que fazer parte do seu projeto cultural.
Todo autor quer ser lido, todo dramaturgo quer sua peça assistida.
Não é pecado pensar nesses detalhes quando pensamos em arte e cultura.
Como você está construindo a demanda para o seu produto?
Tem alguma dica para compartilhar?
Se ficou interessado por mais informações, envie um e-mail para contato@primalstudio.com.br
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