O documento resume as respostas de Joanna de Angelis a sete perguntas sobre temas relacionados à psicologia e ao Espiritismo. As respostas abordam tópicos como os possíveis distúrbios causados pelo excesso de uso das redes sociais, a contribuição da Psicologia Espírita no tratamento de doenças mentais e o papel do centro espírita como espaço terapêutico.
3. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
1 – Na atualidade, vemos jovens, adultos e
crianças cada vez mais interconectados
através das redes sociais da internet, sem
que, necessariamente, exista uma relação
pessoal (contato físico) entre os
comunicantes. Quais os distúrbios podem
advir desta conduta e de que forma os
profissionais de Psicologia e os educadores
devem preparar-se para melhor atende-los?
4. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Resposta: Inevitavelmente, este
comportamento gera situações
perturbadoras, porque interrompe a corrente
vital do intercâmbio direto, pessoa a pessoa,
que proporciona calor e afetividade reais. Na
comunicação virtual, a imaginação exorbita e
o pensamento constrói valores distantes da
realidade. As frustrações e ansiedades
encarregam-se do imaginário que delira com
significados que não têm existência legítima,
elaborando vivências impossíveis de serem
mantidas. O Self (indivíduo essência)
necessita da convivência direta com outrem,
do contato físico para externar sentimentos,
enquanto o ego afasta o ser humano da
convivência saudável, provocando conflitos,
especialmente desconfiança, irritabilidade,
medo, insegurança em geral, de acordo com a
própria estrutura emocional.
5. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Os profissionais da Psicologia e os
educadores devem considerar a necessidade
de mais significativa convivência com os
pacientes e os educandos, considerando-os
membros da sua família universal e não
somente necessitados de apoio, orientação e
aprendizagem.
Nessa convivência, a afetividade
apresentar-se-á como respeito à pessoa,
sem vinculações perturbadoras, como
estímulo ao seu progresso e crescimento
interior, ao seu desenvolvimento pessoal e ao
enriquecimento interno, descobrindo os
atributos superiores que se lhes encontram
adormecidos e necessitam do despertamento
para a realidade e aplicação existencial.
6. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
O Psicólogo, neste momento, torna-se o
amigo e o ouvinte que também fala, enquanto
que o educador transforma-se no espelho de
tudo quanto apresenta em teoria.
Joanna de Angelis
7. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
2. No estágio atual da psiquiatria, o uso dos
medicamentos para o tratamento dos
transtornos mentais faz-se, na maioria dos
casos, indispensável. No entanto, os efeitos
colaterais do uso prolongado desse fármacos
mostram-se muito intensos para os
pacientes. De que forma a Psicologia espírita
encara essa questão e quais contribuições
apresenta para esse ramo da medicina?
8. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Resposta: Em razão da gravidade de
determinados transtornos psicóticos
profundos, com deterioração das sinapses e
carência da produção de neurotransmissores,
alguns fármacos, sendo a sintetização
química em laboratório dos neuropeptídeos,
tornam-se indispensáveis durante um bom
período, enquanto o cérebro se refaz e
recompõe o equilíbrio perdido.
9. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
A contribuição da Psicologia espírita deverá
cingir-se à aceitação temporária da
terapêutica, a tempo que trabalhará o
paciente, a fim de que ele mesmo, por meio
do esforço mental e moral, recomponha a
produção da serotonina, da noradrenalina e
da dopamina, entre outras, mediante a
mudança de comportamento moral para
melhor. Essa conduta irá influenciar o
períspirito que se reorganizará na área
afetada pelos distúrbios do passado,
recompondo-se e, por efeito, imprimindo na
matéria a nova e saudável ordem neuronal.
Joanna de Angelis
11. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Resposta: Sem qualquer dúvida, a fronteira
entre um e outro transtorno – mediúnico e
mental – é muito tênue e difícil de ser
traçada. Isto porque, na raiz de qualquer
ocorrência afligente, encontra-se sempre o
Espírito em débito perante a própria e a
Consciência Cósmica.
12. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Reencarnando-se com o mapa das
necessidades evolutivas, entre as quais se
encontram os impositivos da reparação dos
erros e delitos praticados anteriormente, o
organismo gera predisposições para o
transtorno mental, um dos valiosos recursos
expurgatórios, ao tempo em que as vítimas
em sintonia com o anterior algoz, graças à lei
das afinidades, passam a impor-lhe o jugo da
vingança desnecessária.
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Apresentações
Dificilmente se poderá definir onde um
transtorno começa e o outro termina,
mesclando-se ambos continuamente.
Qualquer terapêutica, portanto, a ser aplicada,
deverá ter como objetivo atender o ser
espiritual reencarnado em si mesmo, com as
suas deficiência psíquicas e aquele que lhe se
transforma em parasita explorador.
Joanna de Angelis.
14. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
4. O suicídio se apresenta como uma grave
questão de saúde pública e temos visto um
contingente imenso de pessoas que não
conseguem fazer uso da própria vontade,
sendo incitadas ao suicídio através das “vozes
de comando”. Vozes que humilham, agridem,
ameaçam e levam o indivíduo a grande
perturbação culminando com o suicídio. Como
podemos compreender este fenômeno? Seria
possível estabelecer uma diferenciação
didática das psicoses?
15. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Resposta: Nunca nos devemos esquecer que
o Espírito reencarnado é o grande devedor
em relação à Consciência Cósmica,
encontrando-se na Terra em processo de
reparação e de desenvolvimento dos valores
morais que se lhe encontram adormecidos.
Não poucas vezes, o inconsciente, durante o
gravame das psicoses, liberta as impressões
arquivadas e vozes alucinatórias impõem o
mecanismo de fuga do resgate através do
suicídio, como meio de libertação dos
conflitos.
16. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Em outras vezes, como efeito dos distúrbios
neuronais, da intercorrência desequilibrada
dos neurotransmissores, os adversários
desencarnados por telepatia induzem o
paciente ao suicídio e criam situações
vexatórias que podem propiciar o ato ignóbil.
Em ambas as situações, a luta mental faz-se
tão intensa que se torna difícil estabelecer
uma metodologia de identificação de
referência a um ou a outro impositivo. Ideal,
portanto, que a psicoterapêutica se apoie em
fármacos, sob orientação psiquiátrica,
simultaneamente em orientações emocionais,
fluídicas e desobsessivas, trabalhando-se-lhe
o Espírito encarnado para a mudança de
comportamento mental para melhor.
Joanna de Angelis
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5. O setor de atendimento espiritual da casa
espírita, e em específico o atendimento
fraterno, se apresenta como um valioso
recurso para tratamento das pessoas que
sofrem e que buscam a Doutrina Espírita, no
entanto sabemos não deve ser confundido
com psicoterapia. Que delineamento podemos
fazer da Psicologia espírita como arsenal
teórico e prático favorecendo a Doutrina
Espírita no tratamento que proporciona aos
doentes da alma, sem ferirmos a ética da
prática psicológica?
18. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Resposta: O atendimento fraterno na casa
espírita tem por objetivo ouvir o visitante
aflito e confortá-lo moralmente, utilizando-se
das propostas libertadoras do Espiritismo,
convidando-o a uma análise mais profunda
em torno da própria situação emocional e
moral, oferecendo-lhe a diretriz edificante do
Evangelho de Jesus.
19. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Quando se trata de portadores de alienações
emocionais e mentais, de distúrbios graves de
conduta, de enfermidades orgânicas severas,
cabe ao atendente sugerir o acompanhamento
médico especializado sem intromissão
pessoal nessa área, que lhe não diz respeito.
A Psicologia espírita possui os seus
paradigmas, que são os mesmos da doutrina,
de maneira alguma entrando em competição
com diferentes escolas psicológicas.
20. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
O atendente fraterno deve reconhecer os
seus limites e tornar-se irmão do
necessitado, sem desejar transformar-se no
seu psicoterapeuta, mesmo que ele, em
alguns casos, seja psicólogo ou psiquiatra.
Não será, portanto, no centro espírita, nesses
momentos, que irá exercer a sua função
especializada.
Nessa ocasião, cumpre-lhe acolher o aflito,
orientá-lo com amor para o bem, para o
recurso da oração, para o esforço de
transformação pessoal e apresentar-lhe os
tesouros da doutrina, sugerindo-lhe sempre
buscar a ajuda especializada nas doutrina
psicológicas, sem abandono das terapêuticas
espiritistas.
Joanna de Angelis
21. Prof. Paulo Ratki
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6. Se o centro espírita não é e nem deve ser
uma clínica psicológica, podemos, ainda
assim, considera-lo como um espaço
terapêutico? Em caso afirmativo, o que o
caracteriza como tal?
22. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Resposta: O centro espírita pode ser
considerado como um hospital de almas,
portanto, um espaço terapêutico, no qual
existem valiosas contribuições para o
reequilíbrio da criatura humana açodada por
todos os tipos de aflições.
Em razão da sua finalidade precípua, que é
libertar os assistentes da ignorância da sua
realidade, as realizações doutrinárias
caracterizam-se como psicoterapias valiosas,
que ensejam o entendimento das
necessidades existenciais e a melhor maneira
de superar as angústias e os sofrimentos.
23. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
A presença dos mentores espirituais, que
sempre se encontram em trabalhos
edificantes, proporciona a psicosfera
saudável que beneficia todos quantos a
aspiram ou deixam-se impregnar, enquanto
recebem as benesses vibratórias que lhe são
proporcionadas.
O cuidado deverá ser em não o transformar
em uma clínica psicológica ou que faculte a
aplicação de terapias alternativas,
afastando-o dos objetivos espirituais para os
quais foi criado esse núcleo de amor e de
ação caridosa quão fraternal.
24. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Demais, as ações de beneficência que
desenvolve em favor do próximo facultam ao
frequentador esquecer-se dos próprios
problemas para bem servir, desenvolvendo
específica laborterapia, cujos resultados são
inestimáveis.
Joanna de Angelis
25. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
7. A violência presente em a natureza humana
e que hoje vemos manifestada no dia a dia
pode ser justificada como resultado do
contexto social e econômico? Qual a
participação do indivíduo nesse resultado?
26. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Resposta: Sem dúvida, os fatores
sociopsicológicos contribuem para que seja
expressa em violência a ira ancestral que
permanece no ser humano, em decorrência
do seu processo evolutivo. Nada obstante, a
progressiva perda do sentido moral, o
contínuo desrespeito aos códigos legais, a
leniência das autoridades administrativas e
educacionais, em relação aos transtornos de
comportamento, concedendo-lhes cidadania,
o desaparecimento, das tradições nobres da
família, da religião, especialmente do estado
de religiosidade, vem facultando ao indivíduo
o desbordar das paixões primevas,
asselvajadas, ante a consciência das punições
injustas e repressões igualmente violentas,
quando seria lógico que se fizessem
investimentos na educação e reeducação dos
agressores...
27. Prof. Paulo Ratki
Apresentações
Desse modo, os indivíduos que transitam nas
faixas do processo primário de evolução,
incapazes de destacarem-se pelos valores
éticos morais, chama a atenção pela violência
e agressividade, derrapando a sociedade no
acumpliciamento com a drogadição, o
alcoolismo, o tabagismo e o abuso sexual,
porque, invariavelmente, como afirmou Freud,
“na raiz de todo o transtorno neurótico,
sempre existe um distúrbio da libido.” Esse
distúrbio, é invariavelmente, disfarçado pela
violência que explode no paciente, tornando-o
revel, por lhe faltar coragem para enfrentar o
desafio da própria morbidez.
Joanna de Angelis