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1
Faculdades Integradas AVM
NILTON DA ROCHA LIMA1
O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP:
VISÃO CELULAR
RIO DE JANEIRO – RJ
JULHO DE 2013
1
Pós-graduando MBA Gestão do Conhecimento. AVM Faculdade Integrada. Graduado
em Administração pela Universidade Castelo Branco. nirolim@uol.com.br
2
NILTON DA ROCHA LIMA
O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP:
VISÃO CELULAR
Monografia apresentada como requisito parcial para
conclusão do curso de Pós-graduação lato sensu da
Faculdade Integrada AVM para obtenção do grau de
Especialista em Gestão do Conhecimento
Orientador: Rogério Gonçalves de Castro
RIO DE JANEIRO – RJ
JULHO DE 2013
3
NILTON DA ROCHA LIMA
O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP:
VISÃO CELULAR
Monografia julgada e aprovada:
Prof. Orientador Rogério Gonçalves de Castro
4
Dedico esta monografia a minha mãe Janira Rocha
Accioly (in memoriam) a quem recentemente dei a honra
de colocar no meu dedo o anel de formatura em
Administração. Mãe que pagou o preço de criar um filho
na escassez com toda dificuldade e que durante estes
momentos acadêmicos veio repentinamente a óbito. Mãe.
Valeu a pena.
5
Agradeço muito especialmente a Deus que por amor imenso me concedeu de forma
extraordinária este título quando os horizontes apontavam a impossibilidade. [...] “porque
não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado.” Gênesis 18.25
Agradeço a minha esposa Angela Claudia C. da Rocha Lima, que durante várias noites e
horas a fio de madrugada a dentro não me encontrou na cama, quando estava eu nos
conflitos acadêmicos buscando na excelência realizar um trabalho de pesquisa. Tem sido
ela na minha vida e em todas as áreas ajudadora idônea contribuindo para meu
crescimento.
Agradeço aos nossos filhos Monique, Amanda, Glenda, Matthews e Alessandra junto com
a Marli Andrade que me proporcionou ambiente de tranquilidade e concentração,
deixando para estes exemplos de vitoria.
Agradeço a meu orientador Rogério Gonçalves de Castro que durante esta preciosa
jornada foi paciente na condução dos trabalhos mesmo quando eu estava fragilizado com
o óbito da minha mãe, as suas palavras me fizeram acreditar ainda mais que estava no
caminho certo.
Agradeço ao Apóstolo Renê Terra Nova que considero o Martinho Lutero do século XXI.
Pela sua corajem, unção, diligência, intrepidez trazendo para estes dias a grande reforma
do cristianismo autêntico. Mentoriando tão grande multidão. Só o conheço de ouvir falar,
pois em breve o conhecerei face a face.
Agradeço ao Pr. Fernando Pereira presidente da Igreja Batista Ebenézer – Ministério
Internacional Gerando Vida que me apoiou, incentivou nos desdobramentos deste tema
que além de inovador é contemporâneo, é pioneiro na área acadêmica no que contribui
dando ênfase a Visão Celular M12.
Agradeço a toda comunidade (Cdp Visão Celular M12) da Igreja Batista Ebenézer por tão
grande acolhida, carinho, encorajamento, não faltou a motivação de todas as formas,
muito especialmente, contribuindo como voluntários na pesquisa de campo.
Deus. Sem o Senhor não dá.
Sem o Senhor Jesus não dá.
Sem o Espírito Santo também não dá.
Valeu a pena.
6
Sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, bens e honra, quais não teve
nenhum rei antes de ti, e nem depois de ti haverá.
2ª Crônicas:1:12
7
RESUMO
Na era Pós-industrial, cabe ao homem uma tarefa para a qual é insubstituível: ser
criativo, ter ideias. Vivemos num tipo de sociedade baseada na informação, também
conhecida como a Era do Conhecimento. O que motivou o autor nesta pesquisa foi
comparar identificar e informar o fenômeno social das comunidades eclesiástica dos
séculos XI, XVI e final do século XX a Visão Celular M12. Comunidade esta que tem
inserida a gestão do conhecimento e que rompe com paradigmas e modelos
ultrapassados, o pesquisador identificou as bases de sustentabilidade e crescimento da
Visão Celular M12 que se apoiou na participação efetiva do capital humano e a
disseminação do conhecimento nas esferas dos relacionamentos como geração de novos
aprendizados, valores familiares e restauração da honra, a lealdade e o reconhecimento
às autoridades. A população de 144 respondentes membros da Visão Celular do
Ministério Internacional Gerando Vida, constituído de estudantes do ensino médio,
graduando, graduados e pós-graduados, participaram ativamente de um questionário
padrão o qual foi enviado por email pessoal um link
https://docs.google.com/forms/d/1T1POLjeuHilbKPwoKhFf3UBZevz7uAKpfvu0wM-D-
UU/edit#, a cada voluntário que em quinze dias e cujo resultado interpretado consta em
local próprio. Finalmente. O uso da gestão do conhecimento na Visão Celular M12
influenciou nos resultados de avanço nas suas bases e conquistas de novos territórios. O
aprendizado socializado na Visão Celular através de mentores, têm causado um impacto
social positivo na geografia do ambiente interno sobre o ambiente externo aonde próximo
tem fixado uma comunidade Visão Celular M12.
Palavras-chaves. Visão Celular. Gestão do Conhecimento. Relacionamentos.
8
ABSTRACT
Post industrial Era, it is up to the task for which a man is irreplaceable: be creative,
have ideas. We live in a society based on information, also known as the knowledge Era.
What motivated this research was to compare the author identify and inform the social
phenomenon of the ecclesiastical communities the centuries XI, XVI and the late 20th
century the Cellular Vision M12. This community that has entered the knowledge
management and that breaks with outmoded models and paradigms, the researcher
identified the foundations of sustainability and growth of the Cellular Vision M12 that relied
on the effective participation of human capital and the dissemination of knowledge in the
spheres of relationships as generation of new learning, family values and restoration of
honor, loyalty and recognition authorities. The population of 144 respondents members of
Cellular Vision International Ministry Generating life, consisting of high school students,
undergraduate, graduate and postgraduate students, actively participated in a standard
questionnaire which was sent by personal email a link
https://docs.google.com/forms/d/1T1POLjeuHilbKPwoKhFf3UBZevz7uAKpfvu0wM-D-
UU/edit every volunteer who responded and returned in 15 days and the result is
interpreted in itself. Finally. The use of knowledge management in Cellular Vision M12
Feed results influenced in its foundations and conquests of new territories. Learning
Cellular vision socialized through mentors, has caused a positive social impact in the
geography of the indoor environment on the external environment where next has fixed a
Cellular Vision M12 Vision community.
Keywords. Cellular Vision. Knowledge management. Relationships.
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 Finalidade da CdP........................................................................ 47
Gráfico 02 Influência da CdP......................................................................... 48
Gráfico 03 Estratégias de Captação.............................................................. 49
Gráfico 04 Utilização de mídias...................................................................... 50
Gráfico 05 Motivação..................................................................................... 51
Gráfico 06 Compartilhamento com pessoas.................................................. 52
Gráfico 07 Resultados de orientação............................................................. 53
Gráfico 08 Mobilidade e conectividade.......................................................... 54
Gráfico 09 Resultado do aprendizado............................................................ 55
Gráfico 10 Perfil da população....................................................................... 56
Gráfico 11 Perfil da população....................................................................... 57
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Espiral do conhecimento............................................................................. 19
Tabela 02 – Os princípios da colaboração............................................................. 21
Tabela 03 – Estratégia de alavancamento de multiplicação da CdP Visão Celular........ 23
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Ambiente acolhedor de crescimento......................................................... 19
Figura 02 – Rumo da multiplicação....................................................................... 20
Figura 03 – Espiral do conhecimento.................................................................. 26
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................14
2. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO........................................................... 16
2.1. Delimitação do tema....................................................................... 16
2.2. Objetivos.......................................................................................... 20
2.2.1. Objetivo geral........................................................................ 20
2.2.2. Objetivos específicos........................................................... 20
2.3. Justificativa...................................................................................... 21
2.4. Problema da pesquisa..................................................................... 22
2.5. Relevância........................................................................................ 22
2.6. Hipóteses.......................................................................................... 25
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................ 28
3.1. Cristianismo no século XI............................................................... 28
3.1.1. Ano de 1054. A divisão da igreja Ocidental e Oriental....... 28
3.1.2. Ano de 1073. Reformas na Igreja romana........................... 28
3.2. A liderança........................................................................................ 30
3.3. A situação social e econômica....................................................... 31
3.4. Cristianismo no século XVI............................................................. 33
3.5. O movimento de contestação à igreja católica............................. 34
3.6. Perfil da sociedade do século XVI.................................................. 35
3.7. Cristianismo no século XX.............................................................. 37
3.8. O crescimento e a expansão do pentecostalismo........................ 38
3.9. Quinze anos da visão....................................................................... 40
3.9.1. Rede da família....................................................................... 41
13
3.9.2. Rede de crianças.................................................................... 42
3.9.3. Rede de homens e mulheres................................................. 42
3.9.4. Ministério Internacional da Restauração – MIR no Brasil... 42
3.10. Expansão da CdP Visão celular................................................. ...... 43
4. APLICAÇÃO PRÁTICA DA TEORIA............................................................. 46
4.1. Caracterização da pesquisa.............................................................. 46
4.1.1. Descrição do campo de pesquisa.......................................... 46
4.1.2. A função do campo de pesquisa............................................ 46
4.1.3. Universo da pesquisa.............................................................. 46
4.1.4. Instrumento da coleta de dados............................................. 47
4.1.5. Processo da coleta de dados.................................................. 56
4.1.6. Análise dos dados.................................................................... 57
5. PROVÁVEIS LIMITAÇÕES DA PESQUISA................................................... 58
5.1. Segundo Vergara................................................................................. 58
5.2. Relacionam-se as delimitações.......................................................... 58
6. CRONOGRAMA............................................................................................... 59
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 60
8. REFERÊNCIAS................................................................................................. 63
14
1. INTRODUÇÃO
O novo mundo chamado de contemporâneo ou moderno vem sendo objeto de
profundas e acelerada transformação quer econômicas, políticas e sociais, que têm
levado as nações e seus governos a adotarem estratégias diferenciadas e criativas para
elevar a qualidade de vida de suas populações. Assim esta nova sociedade busca nos
seus meios relacionar-se buscando interatividade, conectividade, mobilidade e
praticidade, tudo isto integrado, em redes, em tribos, em grupos ou comunidades. Quer
sejam virtuais ou presenciais. Daí, a Comunidade de Prática – CdP Visão Celular a qual é
objeto desta pesquisa.
Para introduzir o tema sobre “comunidade de prática”, o autor comparou a sociedade
eclesiástica dos séculos XI, XVI com a CdP Visão Celular no fim do século XX. Mostrando
as mudanças no comportamento entre elas. Sendo que a última conta com o recurso da
gestão de conhecimento. Que numa visão contemporânea busca a aplicação desta
ferramenta como estratégia de ampliação das suas bases.
O método utilizado nas respostas para as próximas indagações, será mostrada pelos
membros da CdP Visão Celular através de questionário padrão. Os objetivos gerais e
específicos buscam identificar seus processos de tomada de decisões, e quais benefícios
são gerados nas comunidades do seu entorno, em que base está sustentada suas
estratégias de atração, retenção e manutenção do capital humano.
O Conceito de Comunidades de Práticas (Community of Practice – CoP) surgiu a
partir de um estudo realizado por Etienne Wenger e Jean Lave sobre modelos de
aprendizagem. Segundo Wenger (WENGER, 2009), uma Comunidade de Prática
(Community of Practice – CoP) é um grupo de pessoas que compartilham um interesse,
um problema que enfrentam regularmente, e que se unem para desenvolver
conhecimento de forma a criar uma prática em torno desse tópico.
Os elementos Componentes de uma Comunidade de Práticas deve possuir os três
elementos, obrigatoriamente (WENGER, 2009):
15
 O domínio: representa uma identidade, um domínio de interesse..Os membros de
uma comunidade possuem um compromisso com o domínio e compartilham uma
competência que os distingue de outras pessoas que não são membros da
comunidade.
 A comunidade: Para atender aos interesses relacionados a seu domínio, os
membros participam de atividades e discussões em conjunto, ajudam uns aos
outros e compartilham informações, São construídos relacionamentos que
permitem que um membro aprenda com o outro. Além disso, não é necessário que
todos os membros se conheçam diretamente ou trabalhem diariamente juntos para
participar de uma mesma comunidade.
Na CdP Visão Celular os encontros focados no desenvolvimento do conhecimento,
aprendizado e crescimento leva o capital humano a gerar a multiplicação ampliando as
suas bases com vistas à ativar as conquistas de novos territórios, daquilo que se busca
e crê não obstante as dificuldades.
 A prática: Uma comunidade de práticas não é meramente uma comunidade de
interessados sobre um assunto e sim de pessoas que trabalham com um assunto.
Consequentemente, eles trocam histórias, experiências formas de resolução de
problemas, e outros recursos viabilizando a geração de práticas compartilhadas.
Na CdP Visão Celular tem-se por objetivo alcançar pessoas de todos os
segmentos sociais sem discriminação através do aprendizado acumulado. Tem como
foco direto em pessoas, e os membros compartilham do aprendizado transferido pelas
lideranças.
16
2. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO
2.1 Delimitação do tema
Portanto, para efetuar tal compreensão e comparação entre as comunidades dos
séculos XI, XVI e XX, o pesquisador resolveu delimitar a pesquisa em três linhas do
tempo e observando os critérios basilar de “espacial, temporal e a população qual foi
alvo de estudo”. A primeira: a Escolástica identificada a partir do século XI período a
ser abordado posteriormente. A Segunda: as origens na reforma protestante na Europa
no século XVI. Por Martinho Lutero2
e o rompimento com a Igreja Católica. A Terceira:
implantação da CdP Visão Celular efetivamente no que se refere ao contexto social do
seu meio ambiente com as comunidades.
Diante do exposto, surge a questão que este trabalho buscará esclarecer quais os
resultados observados nestes três períodos usando a mesma população, sendo que a
última utiliza a gestão do conhecimento como ferramenta facilitadora para as suas
conquistas focando a captação, manutenção e retenção do capital humano na CdP.
REFERENCIAL HISTÓRICO
1- A Escolástica - A riqueza estava atrelada a quantidade de terra que o senhor feudal
possuía, outra característica deste período era o artesanato. Apesar de ser em
pequena escala, já possibilitava um novo ramo de ação dentro dos limites feudais. A
sociedade era estática, com pequena mobilidade social e hierarquizada. A nobreza
feudal era possuidora das terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero tinha
um grande poder, já que era responsável pela orientação espiritual da sociedade. Era
isento de impostos e arrecadava o dízimo. No século XI, dentro do contexto histórico da
expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante
dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo
de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e
muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um
2
Precursor da Reforma Protestante na Europa, nasceu na Alemanha no ano de 1483. Precisou ser protegido durante
25 anos com o apoio do Sábio Frederico, da Saxônia.
17
grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por
diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. De certa forma,
as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século
XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contatos comerciais. A
Igreja já possuía um arcabouço magnífico, pois as grandes bibliotecas medievais se
encontravam dentro dos mosteiros. Vale ressaltar que a Idade Média foi um período de
aproximadamente mil anos, e muito deste período está intimamente ligado com o
desenvolvimento de uma Teologia e um apogeu da Igreja Católica. Logo, toda a Idade
Média foi didaticamente dividida entre Patrística e Escolástica, a primeira parte desta,
fica evidente uma grande produção filosófica e teológica dos padres da Igreja (daí se
atribuir o nome de Patrística) em aprofundar as questão da fé,combater as heresias, e
fundamentar o pensamento cristão, dando-lhe um embasamento teórico filosófico.
Platão foi o grande referencial grego, e Santo Agostinho, por cristianizar o pensamento
daquele, se torna a grande base Filosófica e Teológica da Patrística. já no período da
Escolástica, ocorre um fato diferente: a Igreja já havia se fundamentado e os grandes
teóricos estavam por formular grandes provas racionais da existência de Deus, e fazer
uma conexão entre fé e razão, e com isso justificar todo o sistema vigente da época.
Mas um fato novo é trazido a tona: os árabes que nesta época estavam em parte do
continente europeu, trouxeram consigo o pensamento de outro grego fantástico:
Aristóteles! Com isso, mudam-se os paradigmas e as formas de compreender o
cosmos, a vida, a sociedade, a cultura... e a própria religião. “O grande expoente deste
novo pensamento é o conhecido “boi mudo da Sicília”: São Thomas de Aquino” (1225-
1274) que escreveu a magnífica Suma Teológica e vários outros tratados que são
até hoje utilizados como base do pensamento católico. Santo Thomas buscava
conciliar fé e razão, refutando a ideia platônica-plotiniana-agostiniana de
predestinação. Como ser racional, o homem teria plenas condições de encontrar o
caminho da salvação, evitando o pecado por meio da livre escolha, do livre arbítrio.
Por outro lado, buscava-se fundamentar a importância do clero no segmento moral
da sociedade. Sendo assim, cabia ao clero indicar, para seus membros, o caminho
certo a seguir.
18
2- A reforma protestante na Europa no século XVI - Martinho Lutero rompeu com a Igreja
Católica3
, defendeu ser a fé o elemento fundamental para a salvação e condenou a venda
de indulgências pela igreja e o rebaixamento moral do clero da época. Escreveu 95 teses
questionando dogmas, ensinamentos e praticas do clero. Foi excomungado pelo papa da
época Leão X por negar infalibilidade do papa. É um dos ramos do cristianismo que teve
suas origens na reforma na Europa no século XVI. O protestantismo significa que todos
os grupos religiosos cristãos de origem europeia ocidental. De acordo com o
protestantismo a fonte de fé é a Bíblia. Lutero acabou com imagens dos santos,
suspendeu o celibato, proibiu o latim das celebrações e manteve o batismo. Deu origem a
diferentes correntes entre elas o protestantismo histórico que se destaca a Presbiteriana,
a Batista e a Metodista que são igrejas clássicas surgidas com a reforma. O nascimento
do protestantismo teve profundas implicações sociais, econômicas e políticas. Na
educação, o pensamento de Lutero produziu uma reforma global do sistema de ensino
alemão, que inaugurou a escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo Ocidente e
chegam aos dias de hoje. A ideia da escola pública para todos, organizada em três
grandes ciclos (fundamental, médio e superior) e voltada para o saber útil nasce do
projeto educacional de Lutero. "A distinção clara entre a esfera espiritual e as coisas do
mundo propiciou um avanço para o conhecimento e o exercício funcional das coisas
práticas". Apesar do resultado, inicialmente o reformador não teve a pretensão de dividir o
povo cristão, mas devido à proporção que suas 95 teses adquiriram, este fato foi
inevitável. Para que todos tivessem acesso às escrituras que, até então, encontravam-se
somente em latim, ele traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um
conhecimento que durante muito tempo foi guardado somente pela igreja. Com um
número maior de leitores do livro sagrado, a quantidade de protestantes aumentou
consideravelmente.
3 - Implantação da CdP Visão Celular - O Ap. Renê Terra Nova foi direcionado a
implantar esta CdP Visão Celular no Brasil após então conhecer a Visão Celular no
Modelo dos 12 num congresso realizado em julho de 1998 na cidade de Bogotá-
Colômbia, liderada por César Geraldo Castellanos Domingues, e Cláudia Castellanos. As
pessoas são levadas a um aprendizado e a disseminarem as informações e ganharem
3
Disponível em: < http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=228 >. Acesso em 09 abr.2013
19
outras pessoas para a CdP Visão Celular. Verificou-se que a comunidade de prática
(CdP) – Visão Celular tem como insumo de maior relevância, a reutilização consistente
na transferência do conhecimento e os relacionamentos.
Estas são algumas vertentes de ambientação, atração e retenção do capital humano e
vista também como grupos de crescimento como: “formação das Redes”, dentre elas,
Rede da Família, Rede de Crianças, Rede de Jovens, Rede de Homens e Rede de
Mulheres, ou seja, locais de aprendizado e compartilhamento.
Disponível em :< http://www.mir12.com.br/br/2013/>. 29 abr.2013
Figura 1. Ambiente acolhedor de crescimento (redes ministeriais)
Observa-se aqui as manifestações da Espiral do Conhecimento, quando na CdP
Visão Celular seus membros comprometidos e engajados, têm como modelo mental
direcionado a conquista de novos territórios.
Tabela 1. Espiral do conhecimento
O capital humano treinado para disseminar as informações e ganhar outras
pessoas para a multiplicação da CdP Visão Celular, os encontros, as reuniões, as
celebrações principais, as células, as macro-células, e as redes, vêm com uma explosão
Modos de Conversão Conteúdo Resultado na CdP
Externalização Conhecimento Conceitual GANHAR
Combinação Conhecimento Sistêmico CONSOLIDAR
Socialização Conhecimento Compartilhar DISCIPULAR
Internalização Conhecimento Operacional ENVIAR
20
de entusiasmo num ambiente positivo. O alvo da visão é fazer de cada membro da CdP
Visão Celular, um discípulo / aprendiz do Senhor Jesus, e um líder no Modelo dos 12. A
seguir a CdP Visão Celular tem um plano direcionador de eventos e práticas
características desta CdP que visa relacionamentos, observando os princípios do
aprendizado gerado no conhecimento como: ganhar pessoas, consolidar pessoas,
discipular pessoas, enviar pessoas.
Figura 2. Rumo da multiplicação
2.2 Objetivos
Este projeto de pesquisa não se esgota aqui, e tem por objetivo Identificar os
resultados na CdP Visão Celular na aplicação da gestão do conhecimento e cujo capital
humano é o agente facilitador dos avanços e das conquistas.
2.2.1 Objetivo Geral
Apresentar a associação das ferramentas de gestão do conhecimento e as
estratégias da CdP Visão Celular.
2.2.2 Objetivos Específicos
Revelar de fato quais são as bases e critério do avanço da CdP Visão Celular
e mensurar a troca de informações pelo viés dos portais, blogs e mídias sociais,
observando a interação dos membros nos relacionamentos e compartilhamento do
aprendizado gerado.
21
2.3 Justificativa
Em um sentido amplo “a aprendizagem é um processo neural complexo, que leva à
construção de memórias” (FLEURY; FLEURY,2001,p.27). Sob um entendimento mais
convencional, Gherardi, Nicoli e Odella (1998) consideram que a aprendizagem ocorre
através da internalização de algum tipo de conhecimento e com a transferência de
informação de uma fonte que a possui, para o aprendiz. A natureza do conhecimento
humano sob o modelo de Rezende (2003), o dado é um elemento puro, quantificável
sobre um determinado evento. Geralmente, os dados são utilizados no ambiente
operacional, registrados, selecionados e recuperados de um banco de dados ou das mais
variadas formas de documentos. Os dados, por si só, não são dotados de relevância,
propósito e significado, mas são importantes porque é matéria-prima essencial para a
criação da informação. Este trabalho tem como justificativa a avaliação dos resultados
obtidos e o entendimento de como a gestão do conhecimento se aplica na CdP Visão
Celular. A quantidade de informações e conhecimento que é gerado e compartilhado
pelos membros dessa CdP são extremamente relevante para o sucesso da visão celular
como um todo. O engajamento de todos, o desejo de tornar-se útil colaborando com os
novos membros e, sendo apoiado pela liderança da CdP, é de fato muito envolvente,
atrativo e viral.
Tabela 2. Os 12 princípios colaboração da Mongoose Technology (2004) Adaptado.
Propósito A comunidade existe porque seus membros compartilham um propósito comum que
somente pode ser atingido em conjunto.
Identidade Membros conseguem se identificar e construir relacionamentos.
Reputação Membros constroem reputação baseada na opinião expressa pelos outros.
Governança Os facilitadores e os membros da comunidade assumem responsabilidades
gerenciais uns com os outros, permitindo assim que a comunidade cresça.
Comunicação Membros devem ser capazes de comunicar uns com os outros.
Grupos Os membros da comunidade se agrupam de acordo com seus interesses
específicos ou tarefas.
Ambiente Um ambiente sinergético permite aos membros da comunidade alcançar seus
propósitos.
Limites A comunidade conhece o porquê ela existe, o que e quem é externo e interno.
Confiança A construção da confiança entre membros e os facilitadores da comunidade
aumenta a eficiência do grupo e permite a resolução dos conflitos.
Troca A comunidade reconhece as formas de troca de valores, tais como conhecimento,
experiência, apoio.
Expressão A comunidade tem uma alma ou personalidade; membros estão conscientes do que
os outros membros da comunidade estão fazendo.
História A comunidade deve manter registro dos eventos passados e deve reagir e mudar
em resposta a eles.
22
2.4 Problema da pesquisa
Com base em métodos comparativos do qual é objeto desta pesquisa, o autor
busca equiparar as práticas utilizadas conforme a delimitação do tema. Buscando
identificar gap de resultados. Onde a gestão do conhecimento tem maior relevância na
utilização dos seus efetivos resultados. Na revisão literária será melhor explorado
práticas e resultados entre as comunidades eclesiásticas dos séculos XI, XVI e XX.
Pesquisar sobre uma CdP Visão Celular. Coube ao pesquisador revelar uma
radiografia do seu funcionamento, em que base está sustentada a Visão Celular, quais
seus atrativos de entrega a comunidade no seu entorno.
Não há de fato uma problematização contundente ou mais enfática e, sim um
levantamento comparativo entre as comunidades traçando os resultados obtidos nos
seus tempo e espaço em confrontamento com as ordenanças e orientações deixadas
por Jesus. Identificando os resultados alcançados associando a gestão do
conhecimento.
2.5 Relevância
Pesquisar sobre uma CdP Visão Celular, do ponto de vista acadêmico, é
inovador, o pesquisador, sentiu-se pioneiro e autodesafiado com a propositura deste
tema uma vez que temos espalhados no Brasil milhares de pessoas diretamente
envolvidas nestas comunidades não somente de visão celular e igualmente
organizadas, outros milhares de pequenos grupos adjacentes destas e outras
comunidades. Respondendo as indagações anteriormente formulada no objetivo
específico a trajetória da CdP Visão Celular se deu na observância das escrituras
bíblicas em Ezequiel 38.74
. O capital humano é a alavanca para alcançar estas
multidões. A CdP visão celular têm estratégias norteadoras como:
4
Prepara-te, e dispõe-te, tu e todas as multidões do teu povo que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda.
23
Tabela 3. Estratégia de alavancamento de multiplicação da CdP visão celular
VISÃO é fazer de cada membro da igreja um discípulo do Senhor Jesus. (Mateus 28:19)5
MISSÃO conquistar multidões (Isaías 60:22)6
VALORES
 Ganhar, Consolidar, Discipular e Enviar
 Ética e transparência.
 Compromisso com o desenvolvimento e crescimento de novos grupos (Célula).
 Responsabilidade com a transferência de conhecimento anulando paradigmas.
 Excelência nos relacionamentos com as lideranças e disseminação do
conhecimento.
 Gestão participativa e trabalho em equipe.
 Marca da honra e reconhecimento das autoridades como diferencial de conquista.
 Comprometimento com o aprendizado contemporâneo e avançado.
 Maturidade, visão difusa tendo como meta a multiplicação de pessoas.
Estratégias com pessoas visando relacionamentos, reutilização do conhecimento
com base sólida. A Visão Celular não tem um cunho doutrinário, ela é uma estratégia
5
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo;
6
O menor virá a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o SENHOR, ao seu tempo o farei prontamente.
GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO PROCESSO ADAPTADO
A VISÃO CELULAR M12
Capturar/codificar Direção institucional
Organizar Discipulado
Compartilhar Reunião de células
Disseminar Enviar
Proteger Cobertura do líder
Criar/inovar Departamento de T.I.C.
24
que atrai um resultado que todos podem experimentar e reconhecer que, de fato, só
Deus dá tamanho crescimento.(I Coríntios 3:7)7
[...] nestes grupos, há pessoas mais envolvidas e
outras menos envolvidas. Diante desta realidade,
Wenger (1999 apud IPIRANGA; AMORIM;
MOREIRA) propõe uma classificação entre os
membros de uma CdP, com base no grau de
envolvimento, indo desde o envolvimento o grupo
principal, até uma participação de acesso passivo
ao grupo. A autora,
8
assim define os níveis de
envolvimento:
 Grupo principal – um grupo pequeno de pessoas
cuja paixão e envolvimento oxigena a CdP; (célula)
 Membro total – pessoas que são reconhecidas
como participantes e definem a CdP. (membro ativo)
Participação periférica – pessoas que pertencem
à comunidade, mas com grau menor de
envolvimento, tanto porque ainda são consideradas
novatas, como porque não têm ainda muito
compromisso pessoal com a prática. (visitante).
Participação transacional (ocasional) – pessoas
de fora da CdP que ocasionalmente interagem
visando receber ou fornece serviços. Não são
necessariamente, membros da Comunidade de
Prática; (simpatizantes).
Nonaka & Takeuchui (1995, p. 43) citam Bernard ao afirmarem que,
[...] na sua visão sobre o conhecimento, este pode
ser resumido em dois pontos. Primeiro, o
conhecimento consiste não apenas no conteúdo
7
De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
8
Naldeir dos Santos Vieira
25
linguístico, mas também no conteúdo não-
lingüístico, comportamental. Segundo, os líderes
criam valores, crenças e ideias a fim de manter a
solidez do sistema de conhecimento dentro da
organização e para administrar organização como
um sistema cooperativo.
No âmbito acadêmico, porém, uma consulta à Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT,
não foi encontrada nenhuma ocorrência para a expressão “Comunidades de Prática” ou
a sua versão em Inglês, o que nos dá um indício de como este tema tem sido pouco
explorado nesse campo de pesquisa no Brasil.
Em março de 2004 o Google com seu mecanismo de busca disparou resultado
para a consulta de: “Communities of Practice” 144.000 links. Para a mesma consulta em
27/03/13, obteve-se 215.000 links.
Em março de 2004 o Google com seu mecanismo de busca disparou resultado
para a consulta de:“Comunidades de prática” 882 links. Para a mesma consulta em
27/03/13, obteve-se 657.000 links.
É paradoxal o confronto das pesquisas num universo de apenas nove anos, o
deslanchar das variedades de CdP e a pouca divulgação, valorização e,o grau de
importância destinado as CdP uma vez que num mundo cada vez mais globalizado é,
natural o surgimento de comunidades de prática objetivando conquistas mais
audaciosas nas suas causas e reivindicações. Nestes últimos tempos temos visto as
comunidades LGBT reeinvidicando suas posições no cenário nacional.
2.6 Hipóteses
Neste capítulo, serão usadas as hipóteses secundárias pela maior abrangência
dos fenômenos questionados na problematização do tema visando expandir-se na
leitura das estratégias de multiplicação, desdobramentos dos processos, de conquistas,
alocação participativa do capital humano, apresentando ainda a utilização da “espiral do
conhecimento” como outras práticas da gestão do conhecimento.
26
Figura 3. Nonaka, Ikugiro; Takeuchi, Hirotaka
A hipótese e o fato inspirador de crescimento e multiplicação de pessoas na CdP
Visão Celular, se deu como fundamento bíblico na obediência em Marcos 16:159
e os
exemplos inspiradores praticados na Coreia do Sul com a implantação desta mesma
comunidade de prática pautada na difusão do conhecimento aplicado sob a liderança de
David (Paul) Yonggi Chob.
Observa-se nas comunidades eclesiástica dos séculos XI e XVI, que o foco
destas não passava pelo critério de “modelo”10
como a CdP Visão Celular pratica, será
mais tarde apresentado como resposta gráfica. Baseado no que se vê nos desvios em
todas as camadas da sociedade. O pesquisador demonstra que as comunidades
eclesiásticas do passado não foram eficazes nas seguintes descrições: fortalecer o
fraco; curar o ferido; tratar das feridas dos que foram machucados; trazer de volta os que
se desviaram; buscar os incrédulos e liderar de maneira amorosa e não áspera11
.
Outro fator de alta relevância se trata da estrutura de como a CdP Visão
Celular é constituída, a sua forma de gestão altamente participativa, destronando
modelos antigos centralizadores e por vezes severo.
9
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
10
Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, Tito 2:7
11
As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a
trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Ezequiel 34:4
27
Reelaboração da estrutura Eclesiástica
A Visão propõe um novo modelo de estruturação e de gestão da igreja a partir
das células e do grupo dos doze e o objetivo é promover uma explosão no
crescimento. A Visão é incompatível com um sistema tradicional, o pastor escolhe
doze membros (conforme modelo bíblico), que serão seus auxiliares na
administração do novo modelo de igreja, Estes doze passam por uma escola de
formação de lideranças, Cada um abre uma célula e, cada um dos doze deve ter
também seus doze, totalizando 144, que farão também doze totalizando 1.728, e
assim sucessivamente, proporcionado um sistema de gerenciamento que
acompanha o crescimento numérico, Costuma-se colocar metas, alvos a serem
atingido.
28
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Cristianismo no século XI
3.1.1. Ano de 1054 – A grande divisão entre igreja oriental e ocidental.
Vagarosamente afastava-se a Igreja em seus extremos geográficos; Algumas diferenças
separavam as instituições: O Oriente usava o Grego e o Ocidente o Latim; Haviam
diferenças na forma da missa, no pão utilizado e nas datas da quaresma; No Oriente o
Clero podia se casar e utilizava barba; No Ocidente era obrigatória a castidade aos
clérigos; Oriente não aceitava a ideia de purgatório; Ocidente dizia que o Espírito Santo
advinha do Filho. Em 1043 Miguel Cerulário tornou-se patriarca de Constantinopla; 1049
Leão IX tornou-se papa; Leão IX queria que Miguel se submetesse a Roma e enviou
homens a Constantinopla com essa finalidade, porém Miguel negou-se a recebê-los;
Assim, o Ocidente excomungou Miguel e este, por sua vez excomungou Leão IX; Ambos
afirmaram que o outro não era um cristão verdadeiro. Assim, uma Igreja não
reconhecendo a outra tornou-se separadas.
3.1.2. Ano 1073 – Gregório VII empreende reformas na igreja romana.
Citar Gonsalez: “Quando ascendeu ao papado Hildebrando tomou o nome de Gregório
VII, e viu nisto uma oportunidade de estreitar os vínculos com os cristãos orientais, e
talvez estender a autoridade romana para o Oriente.” Ele sonhava com um grande
empreendimento militar, no estilo das cruzadas que começariam pouco tempo depois,
com o propósito de derrotar os turcos e conquistar a gratidão de Constantinopla.
Na Europa ninguém respondeu ao seu chamado, mesmo quando o papa, como
recurso extremo, se ofereceu para comandar as tropas pessoalmente. Em pouco tempo
Gregório teve de abandonar o projeto. Na Espanha, era a época da reconquista das
terras que por quase quatro séculos estiveram dominadas pelos mouros. Na França
havia nobres que olhavam com cobiça para as terras ibéricas, e que queriam participar
da reconquista para se apossar delas.
Frustrado em seus projetos tanto no Oriente como na Espanha, Hildebrando
dedicou todos seus esforços à reforma da igreja. Na quaresma de 1074 um concilio
29
reunido em Roma voltou a condenar a compra e venda de cargos eclesiásticos e o
casamento dos clérigos. Gregório, porém, adotou medidas novas, com que queria
conseguir que seus decretos fossem obedecidos.
A primeira foi proibir ao povo assistir aos sacramentos administrados por
simoníacos12
. A segunda consistiu em nomear legados papais que viajaram por diversos
territórios da Europa. Era necessário continuar o processo de centralização eclesiástica
que seus predecessores tinham começado. Gregório nunca chegou a promulgar todas
as suas opiniões com respeito ao papado, estas estão registradas em um documento de
1075 nele afirma não só que a igreja romana foi fundada pelo Senhor, e que seu bispo é
o único que pode receber o titulo de "universal", mas também que o papa tem autoridade
para julgar e depor os bispos; que o Império lhe pertence, de tal modo que é ele quem
tem o direito de outorgar as insígnias imperiais, assim como de depor o imperador; que a
igreja de Roma nunca errou nem pode errar; que o papa pode declarar nulos os
juramentos de fidelidade feitos por vassalos a seus senhores; e que qualquer papa
legítimo, somente pelo fato de ocupar a cátedra de São Pedro, e em virtude dos méritos
deste apóstolo, é santo.”( p.26 – 30).
A partir de 1088, um francês, que passou a ser conhecido por Urbano II,
assumiu o cargo máximo da igreja. Seu papado foi marcado por disputas com o rei
alemão Henrique IV uma continuação, infrutífera, das políticas reformista de Gregório
VII. A simonia era um problema da Igreja desde o tempo do édito de Milão, em 313,
quando a Igreja começou a acumular riqueza e poder. Este problema pode ser
estudado através da legislação produzida contra ele.
12
Simoníacos são os traficantes de coisas divinas. O nome origina-se de Simão, o mago, mencionado no
livro de Atos, capítulo 8: "Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito
Santo, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Dai-me também esse poder, para que aquele sobre quem eu puser
as mãos receba o Espírito Santo" (vs. 18, 19 - trad. João Ferreira de Almeida). Simão tentou comprar dos
apóstolos o poder do Espírito Santo e por isso seu nome está associado com o tráfego de coisas divinas. “A
pena de se enterrar vivo com a cabeça enterrada e os pés para o ar era a punição desumana aplicada aos
assassinos de aluguel, de acordo com a justiça e leis municipais de Florença”. Disponível em:
<http://www.stelle.com.br/pt/inferno/notas_19.html >. Acesso em 09 set. 2013. Notas explicativas Canto
XIX.
30
No concílio de Calcedônia de 451, foi proscrito o peditório de dinheiro, uma
proibição reafirmada pelo concílio de Latrão de 1179 e pelo concílio de Trento (1545-
1563). Este movimento chegou a Roma, e a partir do Papa Leão IX a Igreja tomou a
liderança desta reforma13
. A investidura laica foi então condenada pelo Papa Nicolau II
em 1059, ao mesmo tempo que excluía a efetiva participação do imperador nas
eleições papais.
3.2. A Liderança
Originalmente, a palavra grega papas ou a latina papa foi aplicada a altos oficiais
eclesiásticos de todos os tipos, especialmente aos bispos. A partir de meados do quinto
século passou a ser aplicada quase que exclusivamente aos bispos de Roma. Foram
múltiplos e complexos os fatores que levaram ao reconhecimento de que esses bispos
detinham autoridade suprema sobre a igreja ocidental.
Em primeiro lugar, há que se destacar a importância crescente da igreja local de
Roma desde o primeiro século. O livro de Atos dos Apóstolos termina com a chegada
de Paulo a Roma. O apóstolo aos gentios escreveu a principal de suas epístolas a essa
igreja e no segundo século surgiu uma tradição insistente de que tanto Paulo como
Pedro, os dois apóstolos mais destacados, haviam sido martirizados naquela cidade.
Além disso, já numa época remota, a igreja de Roma tornou-se a maior, a mais rica e a
mais respeitada de toda a cristandade ocidental. Outro fator que contribuiu para a
ascendência da igreja romana e do seu líder foi a própria centralidade e importância da
capital do Império Romano. Ao contrário da região oriental, em que várias igrejas
(Alexandria, Jerusalém, Antioquia e Constantinopla) competiam pela supremacia em
(Alexandria, Jerusalém, Antioquia e Constantinopla) competiam pela supremacia em
virtude de sua antiguidade e conexões apostólicas, no Ocidente a igreja de Roma,
desde o início, foi praticamente a líder inconteste.
13
Disponível em:< http://www.infopedia.pt/$o-papa-e-o-imperio>.Acesso >. Acesso em: 09 mai.2013. O
Papa e o Império
31
Igualmente, a partir de Constantino, muitos imperadores romanos fizeram
generosas concessões àquela igreja, buscaram o conselho dos seus bispos e
promulgaram leis que ampliaram a autoridade deles. Desde uma perspectiva
protestante, o papado não é uma instituição de origem divina, mas resultou de um
longo e complexo processo histórico. As Escrituras não dão apoio a essa instituição
como uma ordenança de Cristo à sua igreja. É verdade que o Senhor proferiu a Pedro
as bem conhecidas palavras: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”
(Mt 16.18). Todavia, isto está muito longe de declarar que Pedro seria o chefe universal
da igreja (o primado de Pedro) e que a sua autoridade seria transmitida aos seus
sucessores (sucessão apostólica). As primeiras gerações de cristãos não entenderam
as palavras de Cristo dessa maneira.
Tanto é que em todo o Novo Testamento não se vê noção de que Pedro tenha
ocupado uma função especial de liderança na igreja primitiva. No chamado “Concílio de
Jerusalém”, narrado no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, isso não aconteceu, e o
próprio Pedro não reivindica essa posição em suas duas epístolas. Antes, ele se
apresenta como apóstolo de Jesus Cristo e como um presbítero entre outros (1 Pe 1.1;
5.1).
3.3. A situação social e econômica
Nos seus domínios e senhorios (honras e coutos), a classe senhorial controlava
uma multiplicidade de homens — os dependentes. Exigia-lhes tributos e prestações,
que temos vindo a especificar: uns provenientes da exploração do solo (rendas e
jeiras), os chamados direitos dominiais; outros resultantes do exercício do poder
político, isto é, os verdadeiros direitos senhoriais.
No século XIII, mais precisamente em 1211, uma lei de Afonso II afirmava que
todo o homem livre devia depender de um senhor (nobre, clérigo ou o rei), a menos
que já vivesse inserido num senhorio. Isto significou, antes de mais, que os
32
herdadores, proprietários de terras alodiais14
, passaram a ser sujeitos a prestações
senhoriais, como o jantar, a lutuosa15
, a ramada, a entroviscada16
, a anúduva, a «voz e
coima», a «ossadeira». Prestações que eram pagas a um senhor ou ao rei. Existiu,
pois, uma degradação do estatuto dos herdadores.
Quanto aos colonos (chamados de foreiros17
, malados18
, vilãos), homens livres que
trabalhavam em terra alheia, viram, desde o século XIII, os contratos a prazo
prevalecerem sobre os arrendamentos perpétuos, misturando-se neles as prestações
dominiais com novas imposições de cariz senhorial19
. A confusão entre domínio e
senhorio era cada vez maior.
A sociedade senhorial comportava a existência de servos: eram os descendentes
de escravos libertos, a quem foram entregues casais para exploração e que eram
especialmente sobrecarregados com as jeiras20
. Deixaram de se distinguir dos colonos,
no século XII, tanto mais quanto as jeiras também incidiram sobre estes.
Se a servidão regredia, a escravatura aumentava. Tal aconteceu desde a segunda
metade do século XI, através do crescente afluxo de cativos mouros, empregues em
trabalhos domésticos, no artesanato e até na agricultura. Restavam os assalariados
14
Diz-se da propriedade imóvel livre de foros, vínculos, ônus: bens alodiais. Disponível em: <
http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
15
Direito que os Bispos recebiam por uma vaga numa igreja subordinada aos seus serviços. Disponível em:
< http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
16
Pesca em que se lança trovisco pisado nos rios para envenenar o peixe. Disponível em: <
http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
17
Que paga foro; tributário. / Obrigado, sujeito, exposto. / — S.m. Pessoa que, através de contrato, tem
direito ao uso de ... Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
18
Relativo a face: osso malar. / — S.m. Osso par que forma a parte mais saliente da face. Disponível em: <
http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
19
Relativo ao senhor, senhoril: atitude senhorial. / Relativo ao senhorio e suas dependências; feudal: uma
quinta senhorial. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
20
Medida de terreno que varia de 19 a 36 hectares, conforme o país. / Terreno que uma junta de bois podia
lavrar num dia. Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
33
(cabaneiros, moços de lavoura...), que viviam do aluguer do seu trabalho, demasiado
na época das colheitas, escasso no Inverno. À semelhança dos caçadores, colmeeiros
e pastores (sobreviventes de antigas formas de organização econômica), achavam-se
mal integrados na lógica do sistema senhorial.
3.4. Cristianismo no século XVI
Dois movimentos históricos foram a causa primária dos vários ramos do
cristianismo hoje existentes. O primeiro foi o denominado "Grande Cisma" entre o
Oriente e o Ocidente, em geral datado de 1054, apesar de os debates entre a
cristandade grega e a latina se terem iniciado séculos antes dessa data. O segundo foi
a mudança verificada no século XVI, conhecida, em geral, por Reforma, cuja herança
foi o protestantismo.
No século XVI surge entre os católicos um movimento que reivindica a
reaproximação da Igreja do espírito do Cristianismo Primitivo. A resistência da
hierarquia da Igreja leva os reformadores a constituírem confissões independentes. Os
principais reformadores são Martinho Lutero21
e João Calvino22
, no século XVI.
A Reforma difunde-se rapidamente na Alemanha, Suíça, França, Holanda,
Escócia e Escandinávia. Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e
estava muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado,
também estava envolvido em conflitos internos pessoais quanto à salvação pessoal.
Sua vida monástica e intelectual não fornecia resposta aos seus anseios interiores, às
suas aflitivas indagações. Durante seus estudos, sempre lhe acompanhava a pergunta:
"Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?" Assim, Lutero foi descobrindo ao
21
(1483-1546) nasceu em Eisleben (no atual Estado Saxônia-Anhalt), Alemanha, em uma família
camponesa e morreu no mesmo lugar com 63 anos.
22
(1509-1564) nasce em Noyon, França, filho de um secretário do bispado da cidade. Em 1523 ingressa na
Universidade de Paris, estuda latim, filosofia e dialética. Forma-se em direito e, em 1532, publica Dois livros
sobre a clemência ao imperador Nero, obra que assinala sua adesão à Reforma. Em 1535, já é considerado
chefe do Protestantismo francês. Perseguido pelas autoridades católicas refugia-se em Genebra. Organiza
uma nova igreja, com pastores eleitos pelo povo, e o Colégio Genebra, que se torna um dos centros
universitários mais famosos da Europa.
34
longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus não era necessário
castigar-se ou fazer boas obras compensatórias, mas somente ter fé em Deus. Com
isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando pensamentos bíblicos
importantes que estavam à margem da vida da igreja já a muito tempo e que naquele
momento gerava aberrações teológicas, tais como as indulgências. Com isto Lutero
pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava que a
Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Embora estivesse
Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Embora estivesse
sendo pressionado de muitas formas - excomungado e cassado - para abandonar suas
ideias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções. Suas ideias atingiram
rapidamente o povo e essa divulgação foi facilitada pelo recém inventado sistema de
impressão de textos em série (imprensa23
).
3.5. O movimento de contestação à Igreja Católica do século XVI
Por todo o lado, (no início do século XVI) as paróquias locais vinham a sofrer com
os sintomas de negligência, indiferença, e os clérigos sem educação nem formação já
não correspondiam às expectativas de muitos cristãos, numa época crescente de
instrução. A necessidade da Igreja reabastecer os seus cofres com dinheiro seguro
levou à prevalência dos hábitos imorais de vender cargos da Igreja e de tentar comprar
favores divinos na vida após a morte, adquirindo indulgências.
O humanista cristão holandês Desidério Erasmo (c. 1466-1536) foi um desses
exemplos. Erasmo era um teólogo erudito notável e um famoso autor de muitos livros
que se tomaram populares pelos seus ataques mordazes e satíricos ao fraco estado da
23
Em 1455 o inventor alemão Johannes Gutemberg criou uma das maiores contribuições para o mundo
moderno. A tipografia permitiu que os textos, antes manuscritos, fossem impressos a partir da elaboração
dos tipos, letras móveis produzidas em cobre e alocadas em uma base de chumbo onde recebiam a tinta e
eram prensadas no papel. Dessa maneira, a “imprensa”, como ficou conhecida a invenção de Gutembgerg.
No Brasil, a impressão de documentos, periódicos e da produção literária não era permitida e só veio a
ocorrer no início do século XIX com a vinda da Família Real portuguesa que trouxe consigo a Imprensa
Real.
35
Igreja. Também procurou um melhor conhecimento dos textos originais hebraicos e
gregos da Bíblia, na esperança de reformular a opinião teológica a partir destas fontes
exatas.
Ele abominava a violência e queria apenas impulsionar a Igreja a adquirir um
pouco de senso comum, mas a Europa parecia ansiosa por mais reformas e, a sua
obra ajudou a abrir caminho para a Reforma. A controvérsia subsequente sobre a obra
de Erasmo e a violência daí resultante iria dividir a Igreja do Ocidente. Tal como diz um
famoso ditado do século XVI: "Erasmo pôs o ovo e Lutero chocou-o." Aliado à
inquietude popular e espiritual que se sentia por toda a Europa, havia o desejo de
inquietude popular e espiritual que se sentia por toda a Europa, havia o desejo de
muitos monarcas de controlar as suas Igrejas nacionais e os terrenos da Igreja. Estes
governantes constituíam um desafio crescente às autoridades de Roma, uma vez que
os estados-nações estavam a tomarem-se cada vez mais fortes. Enquanto que as
intenções dos governantes tinham pouco a ver com a reforma da Igreja, as suas
atitudes permitiram o sucesso da Reforma, ao mesmo tempo em que o poder do Papa
enfraquecia.
3.6. Perfil da sociedade do século XVI
Por se tratar de uma fase de transição, o século XVI tem as complexidades do
sistema feudal e os valores a ele referentes, como a religiosidade muito forte, os votos
de lealdade e os títulos de nobreza ainda contando muito. Contudo a burguesia já tinha
encontrado seu lugar ao sol em muitas partes da Europa, e se tornara engrenagem
fundamental na dinâmica social (apesar dos ódios a ela dirigidos por boa parte da
nobreza e do clero).
Temos o avançado desenvolvimento das artes, sendo o renascimento financiado
justamente por esses burgueses, que começam a ocupar o papel central dos quadros
que encomendam, surpreendendo por tirar de cena os épicos de batalhas e as figuras
religiosas, mesmo que em raros momentos.
36
Com as grandes navegações, toda uma miscelânea de sabores e culturas abre-se
para o mundo, e os aventureiros são exaltados. Todos podem lançar sua própria sorte
e olhar um mundo muito maior do que era a limitada visão de até então, na qual para a
maioria dos servos dos campos o mundo acabava apenas alguns metros além dos
limites das propriedades de seus senhores. Grandes investimentos e verdadeiras
loucuras por ambição, povos inteiros massacrados, e muito ouro para quem "souber"
aproveitar.
Portugal e Espanha aproveitam muito bem essa fase, e lançam-se sem temores
ao mar. No Velho Mundo, superada a peste bubônica e com uma melhora significativa
nas colheitas, há um desenvolvimento populacional muito grande, deixando as cidades
novamente movimentadas e cheias de pessoas desempregadas (porque quiseram
tentar uma vida melhor longe dos campos e migraram para as cidades em busca de
oportunidades). Isso desencadeia um ambiente de ares não tão saudáveis (temos que
esquecer qualquer noção básica de higiene ou de medicina básica, elas simplesmente
não existiam aqui) e de criminalidade alta.
Uma das soluções para tanto era condenar pequenos crimes (pequenos mesmo,
como roubar uma batata por estar com fome) com trabalhos forçados nas galés ou ao
exílio em terras "desabitadas" para colonização. Sim, o governo português fazia muito
isso. Quanto à igreja, lançou a tarefa/oportunidade de catequização do mundo que
estava sendo conhecido aos jesuítas, especializados em falar várias línguas,
aprendendo e ensinando rapidamente.
Eles varreram o mundo todo ensinando o cristianismo, chegando até mesmo aos
Japão, que lhes fechou os portos, e estabelecendo-se na China, finalmente. Além
dessa contribuição da Igreja, continuava a Inquisição na Europa e onde estivesse
qualquer europeu, fomentada mais do que nunca pela ameaça do protestantismo
recém-nascido. Aliás, muitos dos burgueses apoiavam os protestantes, especialmente
os calvinistas, dadas suas propostas não condenarem o sucesso financeiro, na verdade
37
elogiando-o como um sinal da bênção divina “teoria conhecida como predestinação
divina”(BORGES 2008)24
.
3.7. Cristianismo no Brasil no século XX
Na constituição de 1890, a Igreja e o Estado foram separados no Brasil. Embora
a Igreja tenha resistido a isso com todas as suas forças, provavelmente foi a melhor
coisa que lhe poderia ter acontecido. Livre da tutela do Estado e incapaz de exercer
influência política, a Igreja teve a oportunidade de voltar-se para a liderança Romana e
desenvolver-se como uma religião.
No fim do império, havia somente 12 dioceses no Brasil. Dez anos depois o
número subiria para 52. Em 1966 havia 243 prelados em 230 dioceses. O Brasil da
primeira república viu-se incapaz de controlar distúrbios civis revolucionários nos anos
20. Como resultado, Getúlio Vargas reintegrou a Igreja no cenário político em 1930,
como um meio de legitimizar seu controle do Estado. Embora a Igreja desfrutasse de
uma certa influência política durante o Estado Novo, ele perdeu o contato com as
massas. Não foi capaz, também, de elevar-se acima do mesmo papel subordinado
exercício sob o padroado no século XIX. Mesmo assim, ela mostrou algum poder ao
impedir Getúlio de incluir o divórcio na Constituição de 1938. Em 1920, a Ação Católica
foi fundada em Cuba; em 1930 na Argentina, em 1935 no Brasil.
Esperava-se que o laicato pudesse, assim, ser mobilizado para o serviço da
Igreja. Isto expandiu-se até incluir centenas de milhares de estudantes e trabalhadores
na década de 50 e 60 por toda a América Latina. Na Venezuela, 125 anos depois da
garantia de liberdade religiosa, o Presidente Perez Jimenez tomou passos para
estabelecer um Modus Vivendi (1959) com o Vaticano, como o primeiro passos para
uma renovação de Concordata. Houve uma enérgica reação dos protestantes, ao ponto
que, mesmo assinado em 1964 o Modus Vivendi, a Concordata não o seguiu. De fato,
24
Disponível em: <
http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=AhaO6F5IMxVPuZWI4txVk_XI6gt.;_ylv=3?qid=200802181
43606AAK7I7k >. Acesso em: 10 mai.2013.
38
esses eventos resultaram na formação do Comitê Nacional Evangélico de Cooperação
e no início da ação política dos protestantes na Venezuela.
3.8. O Crescimento e expansão do pentecostalismo
O Pentecostalismo apareceu em 1909-1910 no Brasil, na Argentina e Chile; na
Guatemala apenas em 1935. Ventos de avivamento espiritual estavam soprando sobre
a pequena Igreja Metodista em Valparaíso desde 1902 até 1909. Já em 1907, o seu
pastor-missionário Willis C. Hoover, falou da doutrina pentecostal do Batismo no
Espírito Santo. Então, em 12 de setembro de 1909, duas igrejas Metodistas em
Santiago perderam a maioria de seus membros, que saíram para celebrar uma forma
pentecostal de adoração.
A era de crescimento fenomenal do pentecostalismo não começou antes da
divisão ocorrida em 1932. Em 1929 os pentecostais representavam apenas cerca de
um terço da comunidade protestante de 62.000 pessoas. Em 1961 eles eram quatro
vezes mais do que todo o resto colocado junto. Em 1967 o número total de
protestantes na Colômbia era de 70.000, sete vezes mais do que em 1950.
O crescimento da Igreja Pentecostal Unida foi particularmente fantástico. De 1960
a 1966 eles mostraram um crescimento de 411,7% de 3.000 para 15.352 membros.
Oito anos mais tarde seu número aumentou para aproximadamente 60.000. Deve ser
notado que, diferentemente da maioria das Igrejas Pentecostais na América Latina, a
Igreja Pentecostal Unida na Colômbia é um movimento denominacional unitário: "Jesus
somente".
O primeiro missionário pentecostal na Argentina foi Louis Francescon, chegou em
1909 e iniciou seu trabalho entre os ítalo-argentinos. Embora iniciado no mesmo ano
em que ele começou a Congregação Cristã no Brasil, o ministério na Argentina não
cresceu tão bem. Naquele mesmo ano Miss Alice C. Woods começou outro
testemunho pentecostal nos pampas da província de Buenos Aires. Miss Woods afiliou-
se às Assembleias de Deus em 1914. O trabalho das Assembleias de Deus
permaneceu inexpressivo, tendo alcançado apenas 174 adultos em 1951. Tommy
39
Hicks pregou durante 52 dias para uma assistência total de cerca de dois milhões de
pessoas. As reuniões foram tipicamente pentecostais, com grande ênfase na cura
divina. A campanha, que teve ampla cobertura da imprensa e do rádio, rompeu a rígida
resistência Argentina ao testemunho protestante.
Os resultados foram imediatos. A Assembleia de Deus começou cinco novas
igrejas só em 1955. Um novo espírito de fé e otimismo permeou as igrejas. Por volta de
1967, havia vinte e cinco denominações pentecostais, com uma membresia
comunicante total de 98.000, 80% dos quais, convertidos desde 1955. Ainda em 1930,
os pentecostais representavam somente 9,5% dos evangélicos no Brasil. os
pentecostais representavam apenas 10,2% dos evangélicos no Paraguai; 11,3% no
Peru e 13,4% na Nicarágua. Do outro lado, no mesmo ano os pentecostais
representavam 73,7% em El Salvador e 63,9% no México.
O início do pentecostalismo em terras brasileiras - O chamado pentecostalismo
histórico refere-se às primeiras denominações que surgiram no território nacional, no
início do século XX: a Igreja Assembleia de Deus e a Congregação Cristã no Brasil.
Essa fase do pentecostalismo teve as seguintes características: foi fruto do grande
movimento missionário do final do século XIX e início do XX; possuía uma dinâmica
própria, herdando traços dos movimentos de santidade da Inglaterra e dos Estados
Unidos, particularmente do metodismo. Sua ênfase principal era o falar em línguas,
conforme Atos 2. As décadas de 60 e 70 foram marcadas por uma crise econômica,
colapso no abastecimento de petróleo e governo pela ditadura militar. Nessa fase,
surgem os neopentecostais. Seus trabalhos tentavam apontar soluções para as
dificuldades fundamentais e diárias do povo que se achavam envolvidas pela crise que
afetava o país.
O início do século XXI está marcando as igrejas pentecostais e também as
históricas com uma nova metodologia de trabalho: a adoção das células. O método
Visão Celular começou na Coreia do Sul, com a Igreja do Evangelho Pleno; na América
do Sul, com a Missão Carismática Internacional, na Colômbia; no Brasil, através do
Ministério Internacional de Restauração - MIR, localizado em Manaus. O impacto do
movimento de células tem sido grande e com resultados positivos na evangelização e
40
crescimento das igrejas. Suas características são ganhar, consolidar, discipular e
enviar. O avivamento e a renovação espiritual no território brasileiro sempre
aconteceram em períodos de crises no mundo ou estagnação das igrejas, Sempre
surgiram dois grupos: aqueles que se mantiveram mais acomodados e os que
buscaram com mais dinamismo uma vida cristã mais ativa.
3.9. Quinze anos da Visão Celular no modelo dos 12
Uma Era marcada pelo romper de uma “nova” estratégia que revolucionou a
Igreja, rompeu paradigmas e atingiu maturidade com um crescimento sem precedentes
em território brasileiro.
O modelo que chegou ao Brasil despertando muito mais polêmicas do que
admiração chega aos seus quinze anos comemorando aniversário debaixo de um
mover de conquistas e êxito em todo o território nacional. A Visão Celular M12 que tem
transformado membros em discípulos, discípulos em líderes, e lares em igrejas foi
recebida pela sociedade evangélica brasileira apenas como uma inovação da igreja
pós-moderna. Entretanto, a novidade se deu com o resgate do estabelecido, focado na
essência da igreja primitiva onde os Apóstolos se reuniam de casa em casa com
singeleza de coração para levar o evangelho. Tão antiga quanto o Gênesis, onde Deus
fez nascer a Israel os l2 filhos que gerariam as l2 tribos cujos nomes estão inscritos nas
l2 portas da nova Jerusalém, a Visão dos 12 reaparece nos Evangelhos, onde Jesus, o
Filho, ratifica o invento do Pai, escolhe seus 12 discípulos dentre a multidão e derrama
sobre eles os seus ensinamentos forjando em cada um o Seu caráter.
Debaixo de um comando divino, surgiu o primeiro Congresso com o objetivo de
abrir a outros líderes e igrejas a poderosa estratégia de evangelismo e discipulado que
havia chegado ao Brasil. “Deus ministrou ao meu coração que a Visão Celular deveria
correr mais veloz que a corça em território brasileiro. Por isso, apressei-me em realizar
o 1º Congresso Internacional da Visão Celular no Modelo dos 12, em abril de 1999,
seguindo a agenda do MIR que já promovia há 4 anos, no mesmo período, o
41
Congresso para Pastores e Líderes” afirmou o Apóstolo Renê25
. Aqueles que
assumiram opiniões divergentes e por vezes, preconceituosas não entenderam a
mesma como uma ferramenta para uma grande colheita, mas como uma nova doutrina
a ser inserida na igreja.
De acordo com o Apóstolo, o modelo não é doutrinário, mas sim, estratégico,
destinado a orientar o crescimento das Células e trazer edificação através do
discipulado no modelo dos 12.
“A Visão valoriza a família como célula principal, e a igreja recebe um novo ânimo;
nada é nocivo ou preocupante. Nessa proposta, não há nada que coloque qualquer
ministério em situação delicada. Ela não é proselitista, muito pelo contrário, é uma
incentivadora para se ganhar vidas, consolidar, discipular e enviar”. Dentro dessa
certeza de caminhar debaixo do governo do próprio Deus, o MIR seguiu com a
implantação de células, preparação de líderes, formação das Equipes de 12 e o
processo de formação das Redes, dentre elas, Rede da Família, Rede de Crianças,
Rede de Jovens, Rede de Homens e Rede de Mulheres.
3.9.1.Rede da Família
A Rede de Casais, como inicialmente foi nomeada, surgiu em 2000, na virada
do milênio. No começo, havia inúmeros projetos, metas, mas faltava a forma ideal para
conceber alguns trabalhos que permeavam o coração dos líderes. “Com a mudança para
a Rede da Família, o trabalho foi ampliado atingindo não apenas os cônjuges, mas
famílias inteiras”,confirmam o Apóstolo Junior e a Pastora Cláudia Ayub.
25
Renê de Araújo Terra Nova, é apóstolo brasileiro e líder do Ministério Internacional da Restauração, com
sede internacional em Manaus. Também chamado de Paipóstolo pelos seus discípulos, Renê foi
reconhecido Patriarca da Visão Celular no Modelo dos Doze, durante o 13º Congresso Internacional da
Visão Celular no Modelo dos Doze em Manaus, 19 de junho de 2010, 49º aniversário do apóstolo.
42
3.9.2. Rede de Crianças
O maior obstáculo dessa nova fase foi fazer com que a comunidade entendesse
que a Visão Celular veio também para as crianças e que elas são parte integrante e
ativa no processo de crescimento do Reino de Deus. A Visão Celular abriu um leque de
perspectivas de crescimento. As células possibilitam o alcance de outras crianças que
estavam fora do plano de ação, assim como, os Encontros e a Escola de Líderes.
3.9.3. Rede de Homens e Mulheres
Todos os pastores e líderes, bem como outros discípulos, participam
efetivamente dessas Redes a fim de receberem o alimento adequado para crescimento
e amadurecimento de suas vidas espirituais e ministeriais. A RH e RM caminham com
o mesmo foco: gerar homens e mulheres de caráter para servirem com excelência no
Reino de Deus. O trabalho feito com as mulheres é direcionando no sentido não
apenas de gerar mulheres virtuosas em seus lares, mas suscitar grandes líderes
responsáveis e dedicadas em sua chamada ministerial.
3.9.4. Ministério Internacional da Restauração - MIR no Brasil
Estados brasileiros onde o MIR está presente: Amazonas, Bahia, Pará
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Manaus.
“Edificarão os lugares antigamente assolados, restaurarão os de antes destruídos e
renovarão as cidades arruinadas, destruídas de geração em geração”. (Isaías 61:4)
O capítulo 61 do livro de Isaías exemplifica a missão da Igreja de Jesus Cristo. O
Espírito do Senhor foi derramado sobre ela para pregar o Evangelho, curar os
quebrantados de coração, libertar os cativos e pôr em liberdade os oprimidos. A Igreja
precisa, ainda, consolar os que choram, anunciar o dia da vingança do Senhor, trocar as
vestes de luto por uma coroa, derramar o óleo da alegria e vestes de louvor em vez de
43
espírito angustiado, para que sejam chamados carvalhos de justiça. Jesus citou o texto
de Lucas 4:18-21 para dizer que nEle a palavra estava-se cumprindo.
Ele chamou os Seus 12 e disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
Ide, portanto fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mateus 28:18-
20). Com o objetivo de cumprir essa missão, nasceu a Primeira Igreja Batista da
Restauração em Manaus, nome com o qual foi registrada em seu nascimento, 19 de
Julho de 1992.
Recebeu esse nome, pois foi o próprio Senhor quem deu e também porque
nasceu com um chamado específico: RESTAURAR. A Restauração, em sua fase
embrionária, foi gerada dentro de uma Igreja Tradicional, a Igreja Batista Memorial de
Manaus. Muitas pessoas ouviam falar do que estava acontecendo na Igreja e vinham
para ver. Tal fato começou a revolucionar os meios evangélicos e a Igreja foi crescendo
assustadoramente.
As multidões aceitavam Jesus como Senhor das suas vidas; havia toda sorte de
gente: os que queriam aprender, os que desejavam ser curados, os que buscavam
libertação... Mas, em meio a tantas pessoas, estavam também os escribas, os fariseus,
os saduceus. Mas, até destes, muitos aprenderam, outros censuraram e outros tentavam
apanhar alguma falta.
3.10. Expansão da CdP Visão Celular M12
Segundo dados do site do MIR, sua comunidade saltou em 1992 de 169
membros para 70.000 em 2005 e possuía neste ano mais de 12 mil células. O MIR
construiu também um mega templo em Manaus com capacidade para 7,5 mil pessoas
em cultos normais, mas que pode ser “otimizado” para 12,5 mil pessoas em dias de
celebração de festas, sendo considerada a maior igreja em células no modelo dos doze
no Brasil, A Visão Celular propõe um novo modelo de estruturação e de gestão da
44
igreja a partir das células e do grupo dos 12, o objetivo é promover uma explosão no
crescimento da membrezia e uma forma mais sistemática e eficiente de gerir estes
resultados. Para adotar este modelo uma igreja precisa passar por período de transição
e obedecer a algumas etapas ou fases de implantação do sistema.
Na Visão Celular é imprescindível a mobilização da membrezia para a
obtenção dos resultados de crescimento. O pastor escolhe doze membros que serão
seus auxiliares na administração do novo modelo na igreja, formando o governo dos
doze. Estes doze passam por uma escola de formação de lideranças própria da Visão
Celular. O novo grupo de 12 trabalha para que o sistema funcione e dê resultados, há
na Visão Celular uma ênfase nos números, na produtividade. Costuma-se colocar
metas, alvos a serem atingidos, envolvendo o grupo dos doze e toda a membrezia.
Os doze também trabalham para o que se chama de conquistar gerações:
cada um dos doze, deve ter também seus doze, totalizando 144, que farão também
doze totalizando 1.728, e assim sucessivamente, proporcionado um sistema de
gerenciamento que acompanha o crescimento numérico, o grupos de doze, fica
encarregado de administrar o funcionamento das células e a permanência do modelo
na igreja.
Concluindo, o pesquisador identificou um modelo de gestão
descentralizada, uma administração compartilhada enxuta, o papel do capital humano
bem focado na busca de alcançar seus resultados, associando as ferramentas da
gestão do conhecimento como ponto estratégico na conquista das multidões. Ficando
fácil esta gestão, pois os lideres são não apenas a referência e sim modelos a serem
seguidos como afirma o apóstolo Paulo26
.
Número de evangélicos aumenta 61% em 10 anos, aponta IBGE - O número
de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo
Demográfico divulgado 26/06/2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da
26
Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos
que assim andam. (Filipense 3.17)
45
população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em
1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.27
27
Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-
anos-aponta-ibge.html >.Acesso em: 12 mai.2013.
46
4 APLICAÇÃO PRÁTICA DA TEORIA
4.1 Caracterização da pesquisa
4.1.1 Descrição do campo de pesquisa.
A Visão Celular M12 É usada como estratégia de atração e captação, do
capital humano que uma vez inserido na Visão Celular M12, este será conduzido e
orientado á galgar passos no crescimento e maturidade através do conhecimento da
palavra de Deus. Após estabelecido o cumprimento de algumas etapas e já entrosado
com demais membros e as lideranças, este novo membro já comprometido, será
matriculado na Escola de Líderes ( com três níveis) com vista a formação de mais um
líder de êxito e iniciar a formação da sua própria equipe de doze membros e assim por
diante. A medida que este se desenvolve, a escalada do crescimento nos
conhecimentos se torna combustível para alavancar nas conquistas.
4.1.2 A função de campo da pesquisa.
O Ministério Internacional Gerando Vida –MIGV 12 – RJ, do qual a Visão
Celular M12 é a parte principal, foi o campo de pesquisa que o autor permaneceu
durante o período de set.2012 a jun.2013. Aqui o pesquisador observou os
relacionamentos, tomadas de decisões, a administração dos conhecimentos tácitos e
explícitos, relacionou-se com vários líderes e liderados para melhor entender a
disseminação deste conhecimento.
4.1.3 Universo da pesquisa
O Ministério Internacional Gerando Vida – MIGV 12. Fica situado na rua
Clevelândia, 155 Jacarepaguá – Rio de Janeiro Sob a presidência do pastor Fernando
Pereira juntamente com uma diretoria e um grupo de doze lideres membros desta
comunidade que conduzem uma pequena população de quase mil membros em
diversas atividades.
47
4.1.4 Instrumento de coleta de dados.
Foi realizada através de um questionário padrão e usada uma coleta
autoadministrada via website.
O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP: VISÃO CELULAR
1 - É básico entender a finalidade de uma Comunidade de Prática Visão Celular
pelas “atitudes colaborativas e cooperativas” entre os membros integrantes ?
Gráfico 1: Fonte própria
Você entende que esta colaboração e cooperação podem ser apenas
com coisas palpáveis.
24 17%
Estas colaborações e cooperações podem ser virtuais (via web) 40 29%
Você como membro da CdP, tem sido um agente neste sentido 75 54%
Este resultado de 54% de preferência mostra como o capital humano envolvido e tendo o
conhecimento internalizado se responsabiliza com o bem estar de novos e antigos
membros da CdP Visão Celular. A percepção em reduzir a dificuldade do próximo sendo
o próprio membro um agente facilitador e cooperador. Este que hoje se doa,
possivelmente foi ajudado no passado. Vive-se em um mundo egoísta, centrado em si
mesmo quase uma anulação do outro, não vê o ser humano como pessoa, que tem
raça, cor, cheiro, que necessita ser ouvido, respeitado. Os conceitos têm sido mudados
ao longo da história. Não se pode viver o presente sofrendo por um passado que trouxe
sérios problemas, por não ter tido os direitos respeitados com dignidade. "... Um novo
mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que
também vós vos ameis uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros." (João13:34,35)
48
2- Como uma CdP Visão Celular pode influenciar positivamente no seu entorno
comunitário ?
Gráfico 2: Fonte própria
Reutilizando os conhecimentos conceitos aprendido 32 23%
Tendo um estilo de vida alinhado com os métodos desenvolvidos
pela CdP
60 43%
A troca e o compartilhamento do conhecimento assimilado através de
“modelos”
49 35%
A Visão Celular traz grandes mudanças na vida do membro, o resultado de 43% de
preferência mostra como o capital humano com um modelo mental renovado, focado nas
conquistas tem seu estilo de vida mudado e começa a influenciar no seu meio. Na
comunidade local, a qualidade de vida dos seus moradores, valores como respeito,
honra e lealdade nos relacionamentos contribui bastante no quesito de relação social no
seu meio. Na cidade e, claro, em todo espaço geográfico que a CdP Visão Celular
ocupar. A História da Igreja tem experimentado muitas reformas e a principal começou
com Jesus, o Cristo. Hoje a atual geração está vivendo um dos momentos mais
revolucionários de todos os tempos, onde velhos modelos que se mostraram ineficazes,
estão sendo removidos para dar lugar ao modelo proposto por Deus: Visão Celular. A
importância na troca de conhecimento através de modelos, pratica esta que começou
com Jesus, hoje parece inovação administrativa, quando sempre soube-se que o líder
está sempre em observação e digno de ser copiado, imitado e seguido.
49
3 - Visando ampliar suas bases qual (quais) estratégia(s) você busca usar na
captação de pessoas para os pequenos grupos ?
Gráfico 3. Fonte própria
Usando as redes sociais, convites pessoais, sms
42 30%
Buscando-o em casa ou oferecendo atrativos ou relacionamentos
interativos
50 35%
Criando estratégica atrativa, criativa ou recreativa. 49 35%
Como resposta desta pergunta vemos a CdP Visão Celular integrada, alinhada na
resposta, ou seja, usa relacionamentos atrativos, criativos e recreativos, uso de redes
sociais mostrou o quanto a pessoa é importante. A Visão Celular tem alguns princípios
estratégicos fundamentais para o bom desempenho dos pequenos grupos (células).
Primeiro princípio – Conhecer o objetivo da célula (Mateus 28.18,20). Na grande
comissão de Jesus, está muito claro que o objetivo da célula é ganhar os perdidos e
fazer de cada um deles discípulos de Jesus.
Segundo Princípio – Motivação (Filipenses 3.12,14). O Apóstolo Paulo ensina uma
lição tremenda neste texto, pois o que lhe motivava a prosseguir não eram as coisas
naturais e sim as espirituais.
Terceiro Princípio – Apascentamento (provérbios 27.23). O líder da célula não pode
negligenciar o apascentamento das ovelhas que o Senhor lhe está entregando.
Quarto Princípio – Relacionamentos Maduros (1 Sm 20.12,16). Pode-se falar que
uma célula tem relacionamentos maduros, quando percebe-se que o seu líder é
aliançado com as ovelhas e as ovelhas com o líder.
Quinto Princípio – Traçar Estratégias (Josué 6.1,9). O líder de excelência foi levantado
por Deus para ser comandante e Deus é o general.
50
4 - Que tipo de mídia ou dispositivo você usa com maior frequência como
manutenção da retenção do capital humano na CdP Visão Celular ?
Gráfico 4. Fonte própria
Mídias Sociais via web
38 27%
Smartphone, tablet 42 30%
Sms, email 60 43%
Os benefícios da mobilidade e conectividade, redução de custos, informações
consistentes, padronização de processos, consolidação de dados e suporte ao
crescimento necessário e emergente, acrescente ainda os blogs as TVs enfim todo
aparato tecnológico que uma sociedade precisa para ampliar sua visibilidade, a CdP
Visão Celular tem a sua disponibilidade. Todos os setores são atendidos de forma
flexível e integrada. Todas as novidades em tecnologia e novos recursos serão sempre
alvos no crescimento e alinhamento com a gestão do conhecimento. As pessoas
também estão conectadas e relacionamentos virtuais se tornam reais e mais humanos.
Os compartilhamentos, a espiral do conhecimento é sempre presente e atuante.
51
5 - Qual (ais) a(s) motivação (ões) da sua permanência na CdP Visão Celular ?
Gráfico 5. Fonte própria
Benefícios materiais ou vantagens
15 11%
Manter e ampliar os relacionamentos através do aprendizado e do
conhecimento gerado
71 51%
Compartilhamento e disseminação do aprendizado 52 38%
Este conhecimento gerado é a motivação que a troca e a renovação do conhecimento
deixa as pessoas mais confiante e atuante. “Quando estuda-se o significado da palavra
"entusiasmo", “Em Theos” ela vem do grego e significa "Ter Deus dentro". Para os
gregos a pessoa entusiasmada era aquela que era possuída por um deus. Ou seja,
tinham um deus dentro de si. Para os gregos só os entusiastas, podiam vencer, pois
possuíam essa força. Era esse deus; algo dentro de si que o levava a ser um vencedor.
Desta forma, para vencer, todos necessitavam de entusiasmo. Hoje sabemos que o
Deus Eterno é o único que produz em nós o entusiasmo. Otimismo – É quando acredito
que algo vai dar certo – positivismo – torcer para dar certo. É importante ser otimista,
mas, nem sempre o otimismo é sustentado por algo palpável, durável, consistente e
real. Entusiasmo - É acreditar na capacidade de transformar as coisas e fazer dar
certo.”28
Um princípio da gestão do conhecimento é o compartilhamento, a difusão ou
disseminação do conhecimento de forma que mais pessoas possam se beneficiar deste
aprendizado e, isto a CdP Visão Celular demonstra claramente com esta resposta.
28
Disponível em: < http://www.ciam12.com.br/site/index.php/2012-06-05-17-59-
59/pastoral/75-a-visao-celular-nao-e-para-otimistas-e-para-entusiasmados > . Acesso em
07 Mai.2013
52
6 - Baseado nesta afirmativa: “ e correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e
disse: Entendes tu o que lês? “E ele disse: Como poderei entender, se alguém não
me ensinar?" Atos, 8.30-31. Você foi impactado (ª) pelo..
Gráfico 6. Fonte própria
Entendimento e aprendizado do conhecimento dentro da CdP e o
compartilhamento pessoal.
49 37%
A participação de uma pessoa que já usa o conhecimento foi mais
eficaz na disseminação deste
65 49%
Com a ajuda da web eu não preciso interagir com pessoas 20 15%
Na espiral do conhecimento a socialização, “a distribuição e o uso eficaz do
conhecimento tácito não são, portanto, facilmente alcançável através de formação
formal e sistemática. Frequentemente, esse conhecimento não será capaz de alcançar
aqueles que necessitam dele sem contato direto e cara-a-cara e o uso de métodos
menos estruturados. A aprendizagem por ação usa um facilitador de competências
para impor uma disciplina de autorreflexão e análise por parte dos membros da equipe
de projetos individuais. O objetivo é permitir que os gestores detenham e previnam
erros e transferir com precisão a informação ou atingir objetivos com sucesso.”29
a
tomada de decisão advinda do conhecimento tácito resulta em procedimentos mais
eficaz e eficiente, em virtude da melhoria dos resultados. A aquisição do conhecimento
passou a apresentar uma importância muito grande quando se percebeu que criar,
organizar, reter e aprender configurou-se a favor do desenvolvimento.
29
Disponível em: < http://www.netcoach.eu.com/index.php?id=198&L=3 >. Acesso em 07
mai.13
53
7 - Na CdP Visão Celular você se sente importante e útil quando ?
Gráfico 7. Fonte própria
Compartilha nos pequenos grupos ouvindo e aceitando orientações
dos membros
36 27%
Acolhe a orientação sugerida nos pequenos grupos através da
liderança
79 59%
Compartilha suas necessidades com outras CdP não visão celular 18 14%
Num ambiente de aprendizado positivo e alinhado com a geração de conhecimentos, ou
a socialização deste, e cuja liderança servindo de modelo num excelente clima de
interação em equipe e a comunicação de primeira linha. A troca estimula todo mundo a
adquirir um conhecimento amplo e aprofundado deste aprendizado e internalizando-o.
Os grupos pequenos têm um olhar atento permanentemente voltado para o que
acontece no seu entorno, estimulando assim a aquisição de novos conhecimentos.
Existe também um processo de aprendizado ativo a partir da experiência passada,
principalmente com as coisas que não deram certo. O conhecimento e o aprendizado
são reconhecidos, respeitados e recompensados tanto quanto a iniciativa e as atitudes
empreendedoras. A Visão Celular como uma organização que aprende e estimula as
pessoas a serem ouvidas com respeito. Há diálogo aberto e debate. Não se permite que
a hierarquia ou política obstruam o trabalho em equipe eficaz. As equipes são montadas
e desmontadas com facilidade e chegam ao consenso com competência. A direção dá o
exemplo de aprendizado em equipe. Numa atmosfera como esta não se sentir útil é no
mínimo uma pessoa bem desligada ou atada.
54
8 - Quais os veículos você interage mais na busca das informações e
compartilhamento da CdP Visão Celular ?
Gráfico 8. Fonte própria
Email e SMS e telefone fixo
22 16%
Mídias sociais telefone celular 68 49%
Compartilhamentos formais e informais 50 36%
A criação do valor compartilhado, multifacetado, criativo, colaborativo, trás a Visão
Celular nos grupos pequenos um combustível de estima humana. As mídias sociais
são ferramentas à disposição da liderança e da comunidade e todos se envolvem numa
busca de crescimento, interação e o conhecimento entre pessoas, visando
estreitamento relacional e criando vínculos buscando o fortalecimento das equipes. Já
nos ambientes informais, os líderes têm alçada para criar qualquer evento junto a sua
célula como: idas a restaurantes, lazer diversificado de acordo com o momento, a noite
na praia, cinemas, jogos inside and outside etc. Tudo num grau de abertura, de
harmonia, em seu ambiente de amizade, sinceridade, confiança e colaboração. A
utilização de dispositivos móveis serve para as aproximações e atualizações da
agenda.
55
9 - Baseado no aprendizado retido. Você colaborou/ajudou ativamente com algum
membro da CdP Visão Celular ou fora dela recentemente ?
Gráfico 9. Fonte própria
sim, no último mês
46 32%
Sim semana passada 78 55%
não, tem pessoas melhor preparada 18 13%
Esta resposta traduz a forte tendência colaborativa, participativa dos seus membros junto
às necessidades das pessoas com maiores dificuldades, entendendo que a misericórdia,
a solidariedade e compaixão nos torna, mas humanos.
56
4.1.5 Processo de coleta dos dados.
O pesquisador antes de enviar o link (questionário), para o email pessoal
do voluntário, informou e orientou imparcialmente a população envolvida sobre o correto
preenchimento, ainda deu suporte via facebook, encerrando a mesma quando alcançou
o numero pretendido de 144 respondentes.
Gráfico 10 Gênero/faixa etária/quantitativo
57
Gráfico 11 - Gênero/escolaridade/quantitativo
4.1.6 Análise dos dados
Os dados coletados foram analisados em:
a) Dados primários – obtidos em pesquisa de campo através de consulta e
observação;
b) Dados secundários – provenientes de materiais informativos disponíveis,
publicações e documentos do próprio Ministério Internacional Gerando Vida – MIGV 12
Visão Celular, o qual, inclusive, facilitou e colaborou com o pesquisador na coleta de
informações pertinente ao projeto de pesquisa.
Os dados coletados, na pesquisa empírica, foram estruturados e
comparados com os dados das fontes secundárias. Após a consolidação dos dados, o
conjunto foi analisado com base no referencial teórico com o objetivo de validar ou não
as hipóteses, e desenvolver as conclusões que fundamentam os resultados
alcançados.
58
5 PROVÁVEIS LIMITAÇÕES DA PESQUISA
5.1 Segundo Vergara (2000, p. 61), “[...] todo método tem possibilidade e
limitações”. Em vista disso, por delimitação, entendem-se as fronteiras
concernentes a variáveis, ao que será abordado, ao corte, ao período de tempo e
ao objeto de investigação (VERGARA, 2000). Este trabalho apresenta, contudo,
algumas dificuldades e limitações quanto à coleta dos dados.
5.2 Relacionam-se as delimitações:
a) A escassez de bibliografia científica ou acadêmica quanto ao foco do estudo,
visto, que a Visão Celular com apenas quinze anos no Brasil não dispõe de farto
material de consulta, que por sua vez, esta monografia abre portas para futuros
pesquisadores corajosos e audaciosos a enveredarem com maior êxito.
b) A não autorização para a divulgação de certas informações da CdP Visão Celular
que foi objeto do projeto de pesquisa apresentado, entendeu o pesquisador que
pormenores não alteraria seu valor acadêmico.
c) Quanto aos fins, segundo Vergara (2000), é realizada em área na qual há pouco
conhecimento científico acumulado ou sistematizado. Por tratar-se de uma pesquisa
que busca explorar conceitos e fatos de pouca bibliografia, é um estudo muito novo
no mercado. Este trabalho, trata-se de uma pesquisa que busca expor as
características que compõem os conceitos dos serviços e do ambiente relacional da
CdP Visão Celular.
59
6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ATIVIDADES
MÊSES
0
3
0
4
0
5
0
6
0
7
1-Avaliação do projeto e escolha do tema
2- Pesquisa bibliográfica documental
3- Elaboração do questionário
4- Coleta e tabulação de dados
5- Entrega do questionário e tratamento dos
dados
6- Análise e interpretação dos dados
7-Elaboração e representação de gráficos
variados
8. Envio da “unidade” II para avaliação e
aprovação
9- Envio da “unidade” III para avaliação e
aprovação
10- Envio da “unidade” IV para avaliação e
aprovação
11- Envio da “unidade” V para avaliação e
aprovação
12- Envio da “unidade” VI para avaliação e
aprovação
13. Revisão do texto
15. Encaminhamento a banca examinadora
60
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desta monografia, que envolveu uma revisão comparativa acerca
dos fatos, eventos, e procedimentos relacionados as comunidades eclesiásticas (CdP)
dos séculos XI, XVI e final do século XX, como descrito na delimitação do tema, e
melhor explorado na revisão literária, e também considerando um conjunto de
transformações, realizadas no período de interesse da pesquisa, foi possível o autor
perceber o grau de complexidade dos fatos que as originaram, sendo seus resultados,
de certa forma, surpreendentes e de grandes proporções contrária efetivamente quanto
ao mandamento deixado em por Jesus em Mateus 28.18-2030
No desenvolvimento da pesquisa foram observadas práticas que efetivamente
não gerou nas populações citadas credibilidade e confiança suficiente, para que
houvesse uma entrega ou um engajamento voluntário, uma vez que a instituição dentro
do espaço da pesquisa esteve todo tempo envolvida com interesses diversos junto às
monarquias e seu aumento de patrimônio, deixando de lado o carisma, a compaixão, a
solidariedade e a piedade, própria desta instituição fundada por Jesus. Mateus 4:2331
A igreja, na sua gestão e nos seus relacionamentos, tem o dever de parecer
com seu fundador. Tendo sido Ele não apenas fundador e ainda deixado um legado de
modelo a ser seguido. Credenciou inclusive seus discípulos a usarem seu nome para o
fiel cumprimento das suas ordenanças. Marcos 16.1732
Dá-se a entender que como numa cultura organizacional as pessoas
notadamente as institucionais, tendem a parecer com seus fundadores na sua
linguagem, relacionamentos, tomada de postura e quem sabe até no tipo de humor.
30
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém.
31
E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e
curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
32
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
61
O autor pesquisou o cerne do conhecimento na pesquisa e identificou que a
partir do século XVI Lutero desvendou e disseminou o conhecimento para que todos
tivessem acesso às escrituras que, até então, encontrava-se somente em latim, ele
traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um conhecimento que
durante muito tempo foi guardado somente pela igreja. Com um número maior de
leitores do livro sagrado, a quantidade de protestantes aumentou consideravelmente.
Na avaliação conclusiva desta pesquisa sem a pretensão do autor em
parametrizar as comunidades eclesiásticas no período citado e apenas no que tange
ao objetivo específico tendo como resultado a aplicação e o uso da gestão do
conhecimento, identificou-se que a CdP Visão Celular M12 tem no seu DNA estratégico
uma gestão arrojada, bem focada transparente e, encontrou como base de
sustentabilidade as “células” composta de pessoas desejosas no aprendizado e
compartilhamento do conhecimento aplicado.
As células são grupos pequenos e homogêneos de pessoas com a
finalidade de expansão, captação e atração de outras pessoas para ali buscarem
mutuamente nos relacionamentos, o conhecimento e a desenvolverem suas aptidões e
novas conquistas, que posteriormente será também treinado, consolidado, capacitado
e enviado a atrair outras pessoas e o ciclo continua.
As redes são grupos sociais homogêneo, e local de retenção do capital
atraído, ambiente acolhedor de pessoas anteriormente cuidada e tratada hoje curada
pronta para criar afeto e proximidade pessoal e virtual através das mídias.
Estas são algumas das redes existente na CdP Visão Celular M12: Rede de homens;
mulheres; jovens; família e a melhor idade.
Os atrativos e resultados alcançados foram encontrados num ambiente sério,
nem por isso menos aconchegante de envolvimento com pessoas que têm tido suas
famílias restauradas, casamento pautado no respeito e parceria contínua, cada cônjuge
sabendo qual a sua função.
O entorno aonde tem uma CdP Visão Celular M12 os benefício sociais são
paulatinamente mudados com a diminuição de bebedices, consumo de entorpecentes,
agressões em família ou a mesma desagregada. O capital humano é treinado a
62
conquistar seu sonho através do retorno aos estudos e a realização profissional. Ali ele
aprende a honrar as pessoas que sobre ele está e este aprendizado é continuado e
desenvolvido na família.
O pesquisador não deu ênfase aos resultados não alcançados nas CdP dos
séculos XI e XVI e sim, mostrou como a Visão Celular M12 usando as mídias, blogs e
todo aparato tecnológico disponível facilita a visibilidade das boas práticas adquiridas
traduzindo em resultados positivos nos cumprimentos das suas metas evangelísticas
através da multiplicação e conquistas de novos territórios.
Finalmente o autor dá a devida importância para as organizações de
qualquer seguimento a implantarem a gestão do conhecimento uma vez que toda a
captação e retenção deste conhecimento por vezes tão transitória dada as variáveis da
empregabilidade se torne insumo para ampliação de novos horizontes organizacional.
Esta monografia representa uma corajosa e iminente contribuição para as
diversas e posteriores discussões no avanço da Visão Celular M12, quebrando
paradigmas, abolindo o confrontamento, ampliando a nova visão através da mudança
de modelos mental (pesquisador).
De 06 a 08 de agosto de 2013
63
8 REFERENCIAS
AGUIAR, Lilian. O Poder da Igreja Católica no Mundo Feudal. Disponível em :<
http://www.brasilescola.com/historiag/o-poder-igreja-catolica-no-mundo-feudal.htm> .
Acesso em: 07 abr.2013.
COLLINS, Michael. História do Cristianismo, Civilização. Disponível em:
http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=16102. Acesso em:10
mai.2013.
Cristianismo. Disponível em:
<http://www.girafamania.com.br/tudo/religiao_cristianismo.html >. Acesso em: 10
mai.2013.
Dossiers Temáticos Cristianismo. Disponível em:
<http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=16102>. Acesso em: 10
mai.2013.
HATZENBERGER, Dionísio. História da Igreja. Disponível
em:<http://histigreja.blogspot.com.br/2009/02/historia-da-igreja-no-seculo-
xv.html>.Acesso em: 09 mai.2013.
História do MIR. Ministério Internacional de Restauração. Disponível
em:<http://www.mir12.com.br/br/2013/mir/historia>. Acesso em: 10 mai.2013.
NETO, Pr. Francisco Araújo Barretos. Renovação Espiritual nas igrejas do Brasil.
Disponivel em:<http://www.iprb.org.br/artigos/textos/art51_100/art67.htm>.Acesso em:12
mai.2013.
OLIVEIRA, Marcelo de. O papado — dos primórdios ao Renascimento. Disponível
em: < http://davarelohim.com.br/?p=1655>. Acesso em : 09 mai.2013.
PINTO. Rogério Adriano. O Cristianismo na América Latina no século XX. Disponível
em:<http://www.teologiaclub.com/site/index.php?pagina=texto&id=8>.Acesso em 11
mai.2013.
64
Século XI a XIV Conceitos Base. Disponível em:
<http://www.prof2000.pt/users/ruis/10%C2%BA_ano/secs_xi_a_xiv.htm>. Acesso em: 09
mai.2013.
10 Anos da Visão Celular no Brasil. Disponível
em:<http://www.lideranca.org/cgibin/index.cgi?action=forum&board=igreja&
op=display&num=2836 >. Acesso em: 09 mai.2013.
O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP: VISÃO CELULAR
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O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP: VISÃO CELULAR

  • 1. 1 Faculdades Integradas AVM NILTON DA ROCHA LIMA1 O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP: VISÃO CELULAR RIO DE JANEIRO – RJ JULHO DE 2013 1 Pós-graduando MBA Gestão do Conhecimento. AVM Faculdade Integrada. Graduado em Administração pela Universidade Castelo Branco. nirolim@uol.com.br
  • 2. 2 NILTON DA ROCHA LIMA O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP: VISÃO CELULAR Monografia apresentada como requisito parcial para conclusão do curso de Pós-graduação lato sensu da Faculdade Integrada AVM para obtenção do grau de Especialista em Gestão do Conhecimento Orientador: Rogério Gonçalves de Castro RIO DE JANEIRO – RJ JULHO DE 2013
  • 3. 3 NILTON DA ROCHA LIMA O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP: VISÃO CELULAR Monografia julgada e aprovada: Prof. Orientador Rogério Gonçalves de Castro
  • 4. 4 Dedico esta monografia a minha mãe Janira Rocha Accioly (in memoriam) a quem recentemente dei a honra de colocar no meu dedo o anel de formatura em Administração. Mãe que pagou o preço de criar um filho na escassez com toda dificuldade e que durante estes momentos acadêmicos veio repentinamente a óbito. Mãe. Valeu a pena.
  • 5. 5 Agradeço muito especialmente a Deus que por amor imenso me concedeu de forma extraordinária este título quando os horizontes apontavam a impossibilidade. [...] “porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado.” Gênesis 18.25 Agradeço a minha esposa Angela Claudia C. da Rocha Lima, que durante várias noites e horas a fio de madrugada a dentro não me encontrou na cama, quando estava eu nos conflitos acadêmicos buscando na excelência realizar um trabalho de pesquisa. Tem sido ela na minha vida e em todas as áreas ajudadora idônea contribuindo para meu crescimento. Agradeço aos nossos filhos Monique, Amanda, Glenda, Matthews e Alessandra junto com a Marli Andrade que me proporcionou ambiente de tranquilidade e concentração, deixando para estes exemplos de vitoria. Agradeço a meu orientador Rogério Gonçalves de Castro que durante esta preciosa jornada foi paciente na condução dos trabalhos mesmo quando eu estava fragilizado com o óbito da minha mãe, as suas palavras me fizeram acreditar ainda mais que estava no caminho certo. Agradeço ao Apóstolo Renê Terra Nova que considero o Martinho Lutero do século XXI. Pela sua corajem, unção, diligência, intrepidez trazendo para estes dias a grande reforma do cristianismo autêntico. Mentoriando tão grande multidão. Só o conheço de ouvir falar, pois em breve o conhecerei face a face. Agradeço ao Pr. Fernando Pereira presidente da Igreja Batista Ebenézer – Ministério Internacional Gerando Vida que me apoiou, incentivou nos desdobramentos deste tema que além de inovador é contemporâneo, é pioneiro na área acadêmica no que contribui dando ênfase a Visão Celular M12. Agradeço a toda comunidade (Cdp Visão Celular M12) da Igreja Batista Ebenézer por tão grande acolhida, carinho, encorajamento, não faltou a motivação de todas as formas, muito especialmente, contribuindo como voluntários na pesquisa de campo. Deus. Sem o Senhor não dá. Sem o Senhor Jesus não dá. Sem o Espírito Santo também não dá. Valeu a pena.
  • 6. 6 Sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, e nem depois de ti haverá. 2ª Crônicas:1:12
  • 7. 7 RESUMO Na era Pós-industrial, cabe ao homem uma tarefa para a qual é insubstituível: ser criativo, ter ideias. Vivemos num tipo de sociedade baseada na informação, também conhecida como a Era do Conhecimento. O que motivou o autor nesta pesquisa foi comparar identificar e informar o fenômeno social das comunidades eclesiástica dos séculos XI, XVI e final do século XX a Visão Celular M12. Comunidade esta que tem inserida a gestão do conhecimento e que rompe com paradigmas e modelos ultrapassados, o pesquisador identificou as bases de sustentabilidade e crescimento da Visão Celular M12 que se apoiou na participação efetiva do capital humano e a disseminação do conhecimento nas esferas dos relacionamentos como geração de novos aprendizados, valores familiares e restauração da honra, a lealdade e o reconhecimento às autoridades. A população de 144 respondentes membros da Visão Celular do Ministério Internacional Gerando Vida, constituído de estudantes do ensino médio, graduando, graduados e pós-graduados, participaram ativamente de um questionário padrão o qual foi enviado por email pessoal um link https://docs.google.com/forms/d/1T1POLjeuHilbKPwoKhFf3UBZevz7uAKpfvu0wM-D- UU/edit#, a cada voluntário que em quinze dias e cujo resultado interpretado consta em local próprio. Finalmente. O uso da gestão do conhecimento na Visão Celular M12 influenciou nos resultados de avanço nas suas bases e conquistas de novos territórios. O aprendizado socializado na Visão Celular através de mentores, têm causado um impacto social positivo na geografia do ambiente interno sobre o ambiente externo aonde próximo tem fixado uma comunidade Visão Celular M12. Palavras-chaves. Visão Celular. Gestão do Conhecimento. Relacionamentos.
  • 8. 8 ABSTRACT Post industrial Era, it is up to the task for which a man is irreplaceable: be creative, have ideas. We live in a society based on information, also known as the knowledge Era. What motivated this research was to compare the author identify and inform the social phenomenon of the ecclesiastical communities the centuries XI, XVI and the late 20th century the Cellular Vision M12. This community that has entered the knowledge management and that breaks with outmoded models and paradigms, the researcher identified the foundations of sustainability and growth of the Cellular Vision M12 that relied on the effective participation of human capital and the dissemination of knowledge in the spheres of relationships as generation of new learning, family values and restoration of honor, loyalty and recognition authorities. The population of 144 respondents members of Cellular Vision International Ministry Generating life, consisting of high school students, undergraduate, graduate and postgraduate students, actively participated in a standard questionnaire which was sent by personal email a link https://docs.google.com/forms/d/1T1POLjeuHilbKPwoKhFf3UBZevz7uAKpfvu0wM-D- UU/edit every volunteer who responded and returned in 15 days and the result is interpreted in itself. Finally. The use of knowledge management in Cellular Vision M12 Feed results influenced in its foundations and conquests of new territories. Learning Cellular vision socialized through mentors, has caused a positive social impact in the geography of the indoor environment on the external environment where next has fixed a Cellular Vision M12 Vision community. Keywords. Cellular Vision. Knowledge management. Relationships.
  • 9. 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 Finalidade da CdP........................................................................ 47 Gráfico 02 Influência da CdP......................................................................... 48 Gráfico 03 Estratégias de Captação.............................................................. 49 Gráfico 04 Utilização de mídias...................................................................... 50 Gráfico 05 Motivação..................................................................................... 51 Gráfico 06 Compartilhamento com pessoas.................................................. 52 Gráfico 07 Resultados de orientação............................................................. 53 Gráfico 08 Mobilidade e conectividade.......................................................... 54 Gráfico 09 Resultado do aprendizado............................................................ 55 Gráfico 10 Perfil da população....................................................................... 56 Gráfico 11 Perfil da população....................................................................... 57
  • 10. 10 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Espiral do conhecimento............................................................................. 19 Tabela 02 – Os princípios da colaboração............................................................. 21 Tabela 03 – Estratégia de alavancamento de multiplicação da CdP Visão Celular........ 23
  • 11. 11 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Ambiente acolhedor de crescimento......................................................... 19 Figura 02 – Rumo da multiplicação....................................................................... 20 Figura 03 – Espiral do conhecimento.................................................................. 26
  • 12. 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................14 2. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO........................................................... 16 2.1. Delimitação do tema....................................................................... 16 2.2. Objetivos.......................................................................................... 20 2.2.1. Objetivo geral........................................................................ 20 2.2.2. Objetivos específicos........................................................... 20 2.3. Justificativa...................................................................................... 21 2.4. Problema da pesquisa..................................................................... 22 2.5. Relevância........................................................................................ 22 2.6. Hipóteses.......................................................................................... 25 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................ 28 3.1. Cristianismo no século XI............................................................... 28 3.1.1. Ano de 1054. A divisão da igreja Ocidental e Oriental....... 28 3.1.2. Ano de 1073. Reformas na Igreja romana........................... 28 3.2. A liderança........................................................................................ 30 3.3. A situação social e econômica....................................................... 31 3.4. Cristianismo no século XVI............................................................. 33 3.5. O movimento de contestação à igreja católica............................. 34 3.6. Perfil da sociedade do século XVI.................................................. 35 3.7. Cristianismo no século XX.............................................................. 37 3.8. O crescimento e a expansão do pentecostalismo........................ 38 3.9. Quinze anos da visão....................................................................... 40 3.9.1. Rede da família....................................................................... 41
  • 13. 13 3.9.2. Rede de crianças.................................................................... 42 3.9.3. Rede de homens e mulheres................................................. 42 3.9.4. Ministério Internacional da Restauração – MIR no Brasil... 42 3.10. Expansão da CdP Visão celular................................................. ...... 43 4. APLICAÇÃO PRÁTICA DA TEORIA............................................................. 46 4.1. Caracterização da pesquisa.............................................................. 46 4.1.1. Descrição do campo de pesquisa.......................................... 46 4.1.2. A função do campo de pesquisa............................................ 46 4.1.3. Universo da pesquisa.............................................................. 46 4.1.4. Instrumento da coleta de dados............................................. 47 4.1.5. Processo da coleta de dados.................................................. 56 4.1.6. Análise dos dados.................................................................... 57 5. PROVÁVEIS LIMITAÇÕES DA PESQUISA................................................... 58 5.1. Segundo Vergara................................................................................. 58 5.2. Relacionam-se as delimitações.......................................................... 58 6. CRONOGRAMA............................................................................................... 59 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 60 8. REFERÊNCIAS................................................................................................. 63
  • 14. 14 1. INTRODUÇÃO O novo mundo chamado de contemporâneo ou moderno vem sendo objeto de profundas e acelerada transformação quer econômicas, políticas e sociais, que têm levado as nações e seus governos a adotarem estratégias diferenciadas e criativas para elevar a qualidade de vida de suas populações. Assim esta nova sociedade busca nos seus meios relacionar-se buscando interatividade, conectividade, mobilidade e praticidade, tudo isto integrado, em redes, em tribos, em grupos ou comunidades. Quer sejam virtuais ou presenciais. Daí, a Comunidade de Prática – CdP Visão Celular a qual é objeto desta pesquisa. Para introduzir o tema sobre “comunidade de prática”, o autor comparou a sociedade eclesiástica dos séculos XI, XVI com a CdP Visão Celular no fim do século XX. Mostrando as mudanças no comportamento entre elas. Sendo que a última conta com o recurso da gestão de conhecimento. Que numa visão contemporânea busca a aplicação desta ferramenta como estratégia de ampliação das suas bases. O método utilizado nas respostas para as próximas indagações, será mostrada pelos membros da CdP Visão Celular através de questionário padrão. Os objetivos gerais e específicos buscam identificar seus processos de tomada de decisões, e quais benefícios são gerados nas comunidades do seu entorno, em que base está sustentada suas estratégias de atração, retenção e manutenção do capital humano. O Conceito de Comunidades de Práticas (Community of Practice – CoP) surgiu a partir de um estudo realizado por Etienne Wenger e Jean Lave sobre modelos de aprendizagem. Segundo Wenger (WENGER, 2009), uma Comunidade de Prática (Community of Practice – CoP) é um grupo de pessoas que compartilham um interesse, um problema que enfrentam regularmente, e que se unem para desenvolver conhecimento de forma a criar uma prática em torno desse tópico. Os elementos Componentes de uma Comunidade de Práticas deve possuir os três elementos, obrigatoriamente (WENGER, 2009):
  • 15. 15  O domínio: representa uma identidade, um domínio de interesse..Os membros de uma comunidade possuem um compromisso com o domínio e compartilham uma competência que os distingue de outras pessoas que não são membros da comunidade.  A comunidade: Para atender aos interesses relacionados a seu domínio, os membros participam de atividades e discussões em conjunto, ajudam uns aos outros e compartilham informações, São construídos relacionamentos que permitem que um membro aprenda com o outro. Além disso, não é necessário que todos os membros se conheçam diretamente ou trabalhem diariamente juntos para participar de uma mesma comunidade. Na CdP Visão Celular os encontros focados no desenvolvimento do conhecimento, aprendizado e crescimento leva o capital humano a gerar a multiplicação ampliando as suas bases com vistas à ativar as conquistas de novos territórios, daquilo que se busca e crê não obstante as dificuldades.  A prática: Uma comunidade de práticas não é meramente uma comunidade de interessados sobre um assunto e sim de pessoas que trabalham com um assunto. Consequentemente, eles trocam histórias, experiências formas de resolução de problemas, e outros recursos viabilizando a geração de práticas compartilhadas. Na CdP Visão Celular tem-se por objetivo alcançar pessoas de todos os segmentos sociais sem discriminação através do aprendizado acumulado. Tem como foco direto em pessoas, e os membros compartilham do aprendizado transferido pelas lideranças.
  • 16. 16 2. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO 2.1 Delimitação do tema Portanto, para efetuar tal compreensão e comparação entre as comunidades dos séculos XI, XVI e XX, o pesquisador resolveu delimitar a pesquisa em três linhas do tempo e observando os critérios basilar de “espacial, temporal e a população qual foi alvo de estudo”. A primeira: a Escolástica identificada a partir do século XI período a ser abordado posteriormente. A Segunda: as origens na reforma protestante na Europa no século XVI. Por Martinho Lutero2 e o rompimento com a Igreja Católica. A Terceira: implantação da CdP Visão Celular efetivamente no que se refere ao contexto social do seu meio ambiente com as comunidades. Diante do exposto, surge a questão que este trabalho buscará esclarecer quais os resultados observados nestes três períodos usando a mesma população, sendo que a última utiliza a gestão do conhecimento como ferramenta facilitadora para as suas conquistas focando a captação, manutenção e retenção do capital humano na CdP. REFERENCIAL HISTÓRICO 1- A Escolástica - A riqueza estava atrelada a quantidade de terra que o senhor feudal possuía, outra característica deste período era o artesanato. Apesar de ser em pequena escala, já possibilitava um novo ramo de ação dentro dos limites feudais. A sociedade era estática, com pequena mobilidade social e hierarquizada. A nobreza feudal era possuidora das terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero tinha um grande poder, já que era responsável pela orientação espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um 2 Precursor da Reforma Protestante na Europa, nasceu na Alemanha no ano de 1483. Precisou ser protegido durante 25 anos com o apoio do Sábio Frederico, da Saxônia.
  • 17. 17 grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contatos comerciais. A Igreja já possuía um arcabouço magnífico, pois as grandes bibliotecas medievais se encontravam dentro dos mosteiros. Vale ressaltar que a Idade Média foi um período de aproximadamente mil anos, e muito deste período está intimamente ligado com o desenvolvimento de uma Teologia e um apogeu da Igreja Católica. Logo, toda a Idade Média foi didaticamente dividida entre Patrística e Escolástica, a primeira parte desta, fica evidente uma grande produção filosófica e teológica dos padres da Igreja (daí se atribuir o nome de Patrística) em aprofundar as questão da fé,combater as heresias, e fundamentar o pensamento cristão, dando-lhe um embasamento teórico filosófico. Platão foi o grande referencial grego, e Santo Agostinho, por cristianizar o pensamento daquele, se torna a grande base Filosófica e Teológica da Patrística. já no período da Escolástica, ocorre um fato diferente: a Igreja já havia se fundamentado e os grandes teóricos estavam por formular grandes provas racionais da existência de Deus, e fazer uma conexão entre fé e razão, e com isso justificar todo o sistema vigente da época. Mas um fato novo é trazido a tona: os árabes que nesta época estavam em parte do continente europeu, trouxeram consigo o pensamento de outro grego fantástico: Aristóteles! Com isso, mudam-se os paradigmas e as formas de compreender o cosmos, a vida, a sociedade, a cultura... e a própria religião. “O grande expoente deste novo pensamento é o conhecido “boi mudo da Sicília”: São Thomas de Aquino” (1225- 1274) que escreveu a magnífica Suma Teológica e vários outros tratados que são até hoje utilizados como base do pensamento católico. Santo Thomas buscava conciliar fé e razão, refutando a ideia platônica-plotiniana-agostiniana de predestinação. Como ser racional, o homem teria plenas condições de encontrar o caminho da salvação, evitando o pecado por meio da livre escolha, do livre arbítrio. Por outro lado, buscava-se fundamentar a importância do clero no segmento moral da sociedade. Sendo assim, cabia ao clero indicar, para seus membros, o caminho certo a seguir.
  • 18. 18 2- A reforma protestante na Europa no século XVI - Martinho Lutero rompeu com a Igreja Católica3 , defendeu ser a fé o elemento fundamental para a salvação e condenou a venda de indulgências pela igreja e o rebaixamento moral do clero da época. Escreveu 95 teses questionando dogmas, ensinamentos e praticas do clero. Foi excomungado pelo papa da época Leão X por negar infalibilidade do papa. É um dos ramos do cristianismo que teve suas origens na reforma na Europa no século XVI. O protestantismo significa que todos os grupos religiosos cristãos de origem europeia ocidental. De acordo com o protestantismo a fonte de fé é a Bíblia. Lutero acabou com imagens dos santos, suspendeu o celibato, proibiu o latim das celebrações e manteve o batismo. Deu origem a diferentes correntes entre elas o protestantismo histórico que se destaca a Presbiteriana, a Batista e a Metodista que são igrejas clássicas surgidas com a reforma. O nascimento do protestantismo teve profundas implicações sociais, econômicas e políticas. Na educação, o pensamento de Lutero produziu uma reforma global do sistema de ensino alemão, que inaugurou a escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo Ocidente e chegam aos dias de hoje. A ideia da escola pública para todos, organizada em três grandes ciclos (fundamental, médio e superior) e voltada para o saber útil nasce do projeto educacional de Lutero. "A distinção clara entre a esfera espiritual e as coisas do mundo propiciou um avanço para o conhecimento e o exercício funcional das coisas práticas". Apesar do resultado, inicialmente o reformador não teve a pretensão de dividir o povo cristão, mas devido à proporção que suas 95 teses adquiriram, este fato foi inevitável. Para que todos tivessem acesso às escrituras que, até então, encontravam-se somente em latim, ele traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um conhecimento que durante muito tempo foi guardado somente pela igreja. Com um número maior de leitores do livro sagrado, a quantidade de protestantes aumentou consideravelmente. 3 - Implantação da CdP Visão Celular - O Ap. Renê Terra Nova foi direcionado a implantar esta CdP Visão Celular no Brasil após então conhecer a Visão Celular no Modelo dos 12 num congresso realizado em julho de 1998 na cidade de Bogotá- Colômbia, liderada por César Geraldo Castellanos Domingues, e Cláudia Castellanos. As pessoas são levadas a um aprendizado e a disseminarem as informações e ganharem 3 Disponível em: < http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=228 >. Acesso em 09 abr.2013
  • 19. 19 outras pessoas para a CdP Visão Celular. Verificou-se que a comunidade de prática (CdP) – Visão Celular tem como insumo de maior relevância, a reutilização consistente na transferência do conhecimento e os relacionamentos. Estas são algumas vertentes de ambientação, atração e retenção do capital humano e vista também como grupos de crescimento como: “formação das Redes”, dentre elas, Rede da Família, Rede de Crianças, Rede de Jovens, Rede de Homens e Rede de Mulheres, ou seja, locais de aprendizado e compartilhamento. Disponível em :< http://www.mir12.com.br/br/2013/>. 29 abr.2013 Figura 1. Ambiente acolhedor de crescimento (redes ministeriais) Observa-se aqui as manifestações da Espiral do Conhecimento, quando na CdP Visão Celular seus membros comprometidos e engajados, têm como modelo mental direcionado a conquista de novos territórios. Tabela 1. Espiral do conhecimento O capital humano treinado para disseminar as informações e ganhar outras pessoas para a multiplicação da CdP Visão Celular, os encontros, as reuniões, as celebrações principais, as células, as macro-células, e as redes, vêm com uma explosão Modos de Conversão Conteúdo Resultado na CdP Externalização Conhecimento Conceitual GANHAR Combinação Conhecimento Sistêmico CONSOLIDAR Socialização Conhecimento Compartilhar DISCIPULAR Internalização Conhecimento Operacional ENVIAR
  • 20. 20 de entusiasmo num ambiente positivo. O alvo da visão é fazer de cada membro da CdP Visão Celular, um discípulo / aprendiz do Senhor Jesus, e um líder no Modelo dos 12. A seguir a CdP Visão Celular tem um plano direcionador de eventos e práticas características desta CdP que visa relacionamentos, observando os princípios do aprendizado gerado no conhecimento como: ganhar pessoas, consolidar pessoas, discipular pessoas, enviar pessoas. Figura 2. Rumo da multiplicação 2.2 Objetivos Este projeto de pesquisa não se esgota aqui, e tem por objetivo Identificar os resultados na CdP Visão Celular na aplicação da gestão do conhecimento e cujo capital humano é o agente facilitador dos avanços e das conquistas. 2.2.1 Objetivo Geral Apresentar a associação das ferramentas de gestão do conhecimento e as estratégias da CdP Visão Celular. 2.2.2 Objetivos Específicos Revelar de fato quais são as bases e critério do avanço da CdP Visão Celular e mensurar a troca de informações pelo viés dos portais, blogs e mídias sociais, observando a interação dos membros nos relacionamentos e compartilhamento do aprendizado gerado.
  • 21. 21 2.3 Justificativa Em um sentido amplo “a aprendizagem é um processo neural complexo, que leva à construção de memórias” (FLEURY; FLEURY,2001,p.27). Sob um entendimento mais convencional, Gherardi, Nicoli e Odella (1998) consideram que a aprendizagem ocorre através da internalização de algum tipo de conhecimento e com a transferência de informação de uma fonte que a possui, para o aprendiz. A natureza do conhecimento humano sob o modelo de Rezende (2003), o dado é um elemento puro, quantificável sobre um determinado evento. Geralmente, os dados são utilizados no ambiente operacional, registrados, selecionados e recuperados de um banco de dados ou das mais variadas formas de documentos. Os dados, por si só, não são dotados de relevância, propósito e significado, mas são importantes porque é matéria-prima essencial para a criação da informação. Este trabalho tem como justificativa a avaliação dos resultados obtidos e o entendimento de como a gestão do conhecimento se aplica na CdP Visão Celular. A quantidade de informações e conhecimento que é gerado e compartilhado pelos membros dessa CdP são extremamente relevante para o sucesso da visão celular como um todo. O engajamento de todos, o desejo de tornar-se útil colaborando com os novos membros e, sendo apoiado pela liderança da CdP, é de fato muito envolvente, atrativo e viral. Tabela 2. Os 12 princípios colaboração da Mongoose Technology (2004) Adaptado. Propósito A comunidade existe porque seus membros compartilham um propósito comum que somente pode ser atingido em conjunto. Identidade Membros conseguem se identificar e construir relacionamentos. Reputação Membros constroem reputação baseada na opinião expressa pelos outros. Governança Os facilitadores e os membros da comunidade assumem responsabilidades gerenciais uns com os outros, permitindo assim que a comunidade cresça. Comunicação Membros devem ser capazes de comunicar uns com os outros. Grupos Os membros da comunidade se agrupam de acordo com seus interesses específicos ou tarefas. Ambiente Um ambiente sinergético permite aos membros da comunidade alcançar seus propósitos. Limites A comunidade conhece o porquê ela existe, o que e quem é externo e interno. Confiança A construção da confiança entre membros e os facilitadores da comunidade aumenta a eficiência do grupo e permite a resolução dos conflitos. Troca A comunidade reconhece as formas de troca de valores, tais como conhecimento, experiência, apoio. Expressão A comunidade tem uma alma ou personalidade; membros estão conscientes do que os outros membros da comunidade estão fazendo. História A comunidade deve manter registro dos eventos passados e deve reagir e mudar em resposta a eles.
  • 22. 22 2.4 Problema da pesquisa Com base em métodos comparativos do qual é objeto desta pesquisa, o autor busca equiparar as práticas utilizadas conforme a delimitação do tema. Buscando identificar gap de resultados. Onde a gestão do conhecimento tem maior relevância na utilização dos seus efetivos resultados. Na revisão literária será melhor explorado práticas e resultados entre as comunidades eclesiásticas dos séculos XI, XVI e XX. Pesquisar sobre uma CdP Visão Celular. Coube ao pesquisador revelar uma radiografia do seu funcionamento, em que base está sustentada a Visão Celular, quais seus atrativos de entrega a comunidade no seu entorno. Não há de fato uma problematização contundente ou mais enfática e, sim um levantamento comparativo entre as comunidades traçando os resultados obtidos nos seus tempo e espaço em confrontamento com as ordenanças e orientações deixadas por Jesus. Identificando os resultados alcançados associando a gestão do conhecimento. 2.5 Relevância Pesquisar sobre uma CdP Visão Celular, do ponto de vista acadêmico, é inovador, o pesquisador, sentiu-se pioneiro e autodesafiado com a propositura deste tema uma vez que temos espalhados no Brasil milhares de pessoas diretamente envolvidas nestas comunidades não somente de visão celular e igualmente organizadas, outros milhares de pequenos grupos adjacentes destas e outras comunidades. Respondendo as indagações anteriormente formulada no objetivo específico a trajetória da CdP Visão Celular se deu na observância das escrituras bíblicas em Ezequiel 38.74 . O capital humano é a alavanca para alcançar estas multidões. A CdP visão celular têm estratégias norteadoras como: 4 Prepara-te, e dispõe-te, tu e todas as multidões do teu povo que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda.
  • 23. 23 Tabela 3. Estratégia de alavancamento de multiplicação da CdP visão celular VISÃO é fazer de cada membro da igreja um discípulo do Senhor Jesus. (Mateus 28:19)5 MISSÃO conquistar multidões (Isaías 60:22)6 VALORES  Ganhar, Consolidar, Discipular e Enviar  Ética e transparência.  Compromisso com o desenvolvimento e crescimento de novos grupos (Célula).  Responsabilidade com a transferência de conhecimento anulando paradigmas.  Excelência nos relacionamentos com as lideranças e disseminação do conhecimento.  Gestão participativa e trabalho em equipe.  Marca da honra e reconhecimento das autoridades como diferencial de conquista.  Comprometimento com o aprendizado contemporâneo e avançado.  Maturidade, visão difusa tendo como meta a multiplicação de pessoas. Estratégias com pessoas visando relacionamentos, reutilização do conhecimento com base sólida. A Visão Celular não tem um cunho doutrinário, ela é uma estratégia 5 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 6 O menor virá a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o SENHOR, ao seu tempo o farei prontamente. GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO PROCESSO ADAPTADO A VISÃO CELULAR M12 Capturar/codificar Direção institucional Organizar Discipulado Compartilhar Reunião de células Disseminar Enviar Proteger Cobertura do líder Criar/inovar Departamento de T.I.C.
  • 24. 24 que atrai um resultado que todos podem experimentar e reconhecer que, de fato, só Deus dá tamanho crescimento.(I Coríntios 3:7)7 [...] nestes grupos, há pessoas mais envolvidas e outras menos envolvidas. Diante desta realidade, Wenger (1999 apud IPIRANGA; AMORIM; MOREIRA) propõe uma classificação entre os membros de uma CdP, com base no grau de envolvimento, indo desde o envolvimento o grupo principal, até uma participação de acesso passivo ao grupo. A autora, 8 assim define os níveis de envolvimento:  Grupo principal – um grupo pequeno de pessoas cuja paixão e envolvimento oxigena a CdP; (célula)  Membro total – pessoas que são reconhecidas como participantes e definem a CdP. (membro ativo) Participação periférica – pessoas que pertencem à comunidade, mas com grau menor de envolvimento, tanto porque ainda são consideradas novatas, como porque não têm ainda muito compromisso pessoal com a prática. (visitante). Participação transacional (ocasional) – pessoas de fora da CdP que ocasionalmente interagem visando receber ou fornece serviços. Não são necessariamente, membros da Comunidade de Prática; (simpatizantes). Nonaka & Takeuchui (1995, p. 43) citam Bernard ao afirmarem que, [...] na sua visão sobre o conhecimento, este pode ser resumido em dois pontos. Primeiro, o conhecimento consiste não apenas no conteúdo 7 De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. 8 Naldeir dos Santos Vieira
  • 25. 25 linguístico, mas também no conteúdo não- lingüístico, comportamental. Segundo, os líderes criam valores, crenças e ideias a fim de manter a solidez do sistema de conhecimento dentro da organização e para administrar organização como um sistema cooperativo. No âmbito acadêmico, porém, uma consulta à Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT, não foi encontrada nenhuma ocorrência para a expressão “Comunidades de Prática” ou a sua versão em Inglês, o que nos dá um indício de como este tema tem sido pouco explorado nesse campo de pesquisa no Brasil. Em março de 2004 o Google com seu mecanismo de busca disparou resultado para a consulta de: “Communities of Practice” 144.000 links. Para a mesma consulta em 27/03/13, obteve-se 215.000 links. Em março de 2004 o Google com seu mecanismo de busca disparou resultado para a consulta de:“Comunidades de prática” 882 links. Para a mesma consulta em 27/03/13, obteve-se 657.000 links. É paradoxal o confronto das pesquisas num universo de apenas nove anos, o deslanchar das variedades de CdP e a pouca divulgação, valorização e,o grau de importância destinado as CdP uma vez que num mundo cada vez mais globalizado é, natural o surgimento de comunidades de prática objetivando conquistas mais audaciosas nas suas causas e reivindicações. Nestes últimos tempos temos visto as comunidades LGBT reeinvidicando suas posições no cenário nacional. 2.6 Hipóteses Neste capítulo, serão usadas as hipóteses secundárias pela maior abrangência dos fenômenos questionados na problematização do tema visando expandir-se na leitura das estratégias de multiplicação, desdobramentos dos processos, de conquistas, alocação participativa do capital humano, apresentando ainda a utilização da “espiral do conhecimento” como outras práticas da gestão do conhecimento.
  • 26. 26 Figura 3. Nonaka, Ikugiro; Takeuchi, Hirotaka A hipótese e o fato inspirador de crescimento e multiplicação de pessoas na CdP Visão Celular, se deu como fundamento bíblico na obediência em Marcos 16:159 e os exemplos inspiradores praticados na Coreia do Sul com a implantação desta mesma comunidade de prática pautada na difusão do conhecimento aplicado sob a liderança de David (Paul) Yonggi Chob. Observa-se nas comunidades eclesiástica dos séculos XI e XVI, que o foco destas não passava pelo critério de “modelo”10 como a CdP Visão Celular pratica, será mais tarde apresentado como resposta gráfica. Baseado no que se vê nos desvios em todas as camadas da sociedade. O pesquisador demonstra que as comunidades eclesiásticas do passado não foram eficazes nas seguintes descrições: fortalecer o fraco; curar o ferido; tratar das feridas dos que foram machucados; trazer de volta os que se desviaram; buscar os incrédulos e liderar de maneira amorosa e não áspera11 . Outro fator de alta relevância se trata da estrutura de como a CdP Visão Celular é constituída, a sua forma de gestão altamente participativa, destronando modelos antigos centralizadores e por vezes severo. 9 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 10 Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, Tito 2:7 11 As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Ezequiel 34:4
  • 27. 27 Reelaboração da estrutura Eclesiástica A Visão propõe um novo modelo de estruturação e de gestão da igreja a partir das células e do grupo dos doze e o objetivo é promover uma explosão no crescimento. A Visão é incompatível com um sistema tradicional, o pastor escolhe doze membros (conforme modelo bíblico), que serão seus auxiliares na administração do novo modelo de igreja, Estes doze passam por uma escola de formação de lideranças, Cada um abre uma célula e, cada um dos doze deve ter também seus doze, totalizando 144, que farão também doze totalizando 1.728, e assim sucessivamente, proporcionado um sistema de gerenciamento que acompanha o crescimento numérico, Costuma-se colocar metas, alvos a serem atingido.
  • 28. 28 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. Cristianismo no século XI 3.1.1. Ano de 1054 – A grande divisão entre igreja oriental e ocidental. Vagarosamente afastava-se a Igreja em seus extremos geográficos; Algumas diferenças separavam as instituições: O Oriente usava o Grego e o Ocidente o Latim; Haviam diferenças na forma da missa, no pão utilizado e nas datas da quaresma; No Oriente o Clero podia se casar e utilizava barba; No Ocidente era obrigatória a castidade aos clérigos; Oriente não aceitava a ideia de purgatório; Ocidente dizia que o Espírito Santo advinha do Filho. Em 1043 Miguel Cerulário tornou-se patriarca de Constantinopla; 1049 Leão IX tornou-se papa; Leão IX queria que Miguel se submetesse a Roma e enviou homens a Constantinopla com essa finalidade, porém Miguel negou-se a recebê-los; Assim, o Ocidente excomungou Miguel e este, por sua vez excomungou Leão IX; Ambos afirmaram que o outro não era um cristão verdadeiro. Assim, uma Igreja não reconhecendo a outra tornou-se separadas. 3.1.2. Ano 1073 – Gregório VII empreende reformas na igreja romana. Citar Gonsalez: “Quando ascendeu ao papado Hildebrando tomou o nome de Gregório VII, e viu nisto uma oportunidade de estreitar os vínculos com os cristãos orientais, e talvez estender a autoridade romana para o Oriente.” Ele sonhava com um grande empreendimento militar, no estilo das cruzadas que começariam pouco tempo depois, com o propósito de derrotar os turcos e conquistar a gratidão de Constantinopla. Na Europa ninguém respondeu ao seu chamado, mesmo quando o papa, como recurso extremo, se ofereceu para comandar as tropas pessoalmente. Em pouco tempo Gregório teve de abandonar o projeto. Na Espanha, era a época da reconquista das terras que por quase quatro séculos estiveram dominadas pelos mouros. Na França havia nobres que olhavam com cobiça para as terras ibéricas, e que queriam participar da reconquista para se apossar delas. Frustrado em seus projetos tanto no Oriente como na Espanha, Hildebrando dedicou todos seus esforços à reforma da igreja. Na quaresma de 1074 um concilio
  • 29. 29 reunido em Roma voltou a condenar a compra e venda de cargos eclesiásticos e o casamento dos clérigos. Gregório, porém, adotou medidas novas, com que queria conseguir que seus decretos fossem obedecidos. A primeira foi proibir ao povo assistir aos sacramentos administrados por simoníacos12 . A segunda consistiu em nomear legados papais que viajaram por diversos territórios da Europa. Era necessário continuar o processo de centralização eclesiástica que seus predecessores tinham começado. Gregório nunca chegou a promulgar todas as suas opiniões com respeito ao papado, estas estão registradas em um documento de 1075 nele afirma não só que a igreja romana foi fundada pelo Senhor, e que seu bispo é o único que pode receber o titulo de "universal", mas também que o papa tem autoridade para julgar e depor os bispos; que o Império lhe pertence, de tal modo que é ele quem tem o direito de outorgar as insígnias imperiais, assim como de depor o imperador; que a igreja de Roma nunca errou nem pode errar; que o papa pode declarar nulos os juramentos de fidelidade feitos por vassalos a seus senhores; e que qualquer papa legítimo, somente pelo fato de ocupar a cátedra de São Pedro, e em virtude dos méritos deste apóstolo, é santo.”( p.26 – 30). A partir de 1088, um francês, que passou a ser conhecido por Urbano II, assumiu o cargo máximo da igreja. Seu papado foi marcado por disputas com o rei alemão Henrique IV uma continuação, infrutífera, das políticas reformista de Gregório VII. A simonia era um problema da Igreja desde o tempo do édito de Milão, em 313, quando a Igreja começou a acumular riqueza e poder. Este problema pode ser estudado através da legislação produzida contra ele. 12 Simoníacos são os traficantes de coisas divinas. O nome origina-se de Simão, o mago, mencionado no livro de Atos, capítulo 8: "Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Dai-me também esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo" (vs. 18, 19 - trad. João Ferreira de Almeida). Simão tentou comprar dos apóstolos o poder do Espírito Santo e por isso seu nome está associado com o tráfego de coisas divinas. “A pena de se enterrar vivo com a cabeça enterrada e os pés para o ar era a punição desumana aplicada aos assassinos de aluguel, de acordo com a justiça e leis municipais de Florença”. Disponível em: <http://www.stelle.com.br/pt/inferno/notas_19.html >. Acesso em 09 set. 2013. Notas explicativas Canto XIX.
  • 30. 30 No concílio de Calcedônia de 451, foi proscrito o peditório de dinheiro, uma proibição reafirmada pelo concílio de Latrão de 1179 e pelo concílio de Trento (1545- 1563). Este movimento chegou a Roma, e a partir do Papa Leão IX a Igreja tomou a liderança desta reforma13 . A investidura laica foi então condenada pelo Papa Nicolau II em 1059, ao mesmo tempo que excluía a efetiva participação do imperador nas eleições papais. 3.2. A Liderança Originalmente, a palavra grega papas ou a latina papa foi aplicada a altos oficiais eclesiásticos de todos os tipos, especialmente aos bispos. A partir de meados do quinto século passou a ser aplicada quase que exclusivamente aos bispos de Roma. Foram múltiplos e complexos os fatores que levaram ao reconhecimento de que esses bispos detinham autoridade suprema sobre a igreja ocidental. Em primeiro lugar, há que se destacar a importância crescente da igreja local de Roma desde o primeiro século. O livro de Atos dos Apóstolos termina com a chegada de Paulo a Roma. O apóstolo aos gentios escreveu a principal de suas epístolas a essa igreja e no segundo século surgiu uma tradição insistente de que tanto Paulo como Pedro, os dois apóstolos mais destacados, haviam sido martirizados naquela cidade. Além disso, já numa época remota, a igreja de Roma tornou-se a maior, a mais rica e a mais respeitada de toda a cristandade ocidental. Outro fator que contribuiu para a ascendência da igreja romana e do seu líder foi a própria centralidade e importância da capital do Império Romano. Ao contrário da região oriental, em que várias igrejas (Alexandria, Jerusalém, Antioquia e Constantinopla) competiam pela supremacia em (Alexandria, Jerusalém, Antioquia e Constantinopla) competiam pela supremacia em virtude de sua antiguidade e conexões apostólicas, no Ocidente a igreja de Roma, desde o início, foi praticamente a líder inconteste. 13 Disponível em:< http://www.infopedia.pt/$o-papa-e-o-imperio>.Acesso >. Acesso em: 09 mai.2013. O Papa e o Império
  • 31. 31 Igualmente, a partir de Constantino, muitos imperadores romanos fizeram generosas concessões àquela igreja, buscaram o conselho dos seus bispos e promulgaram leis que ampliaram a autoridade deles. Desde uma perspectiva protestante, o papado não é uma instituição de origem divina, mas resultou de um longo e complexo processo histórico. As Escrituras não dão apoio a essa instituição como uma ordenança de Cristo à sua igreja. É verdade que o Senhor proferiu a Pedro as bem conhecidas palavras: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Todavia, isto está muito longe de declarar que Pedro seria o chefe universal da igreja (o primado de Pedro) e que a sua autoridade seria transmitida aos seus sucessores (sucessão apostólica). As primeiras gerações de cristãos não entenderam as palavras de Cristo dessa maneira. Tanto é que em todo o Novo Testamento não se vê noção de que Pedro tenha ocupado uma função especial de liderança na igreja primitiva. No chamado “Concílio de Jerusalém”, narrado no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, isso não aconteceu, e o próprio Pedro não reivindica essa posição em suas duas epístolas. Antes, ele se apresenta como apóstolo de Jesus Cristo e como um presbítero entre outros (1 Pe 1.1; 5.1). 3.3. A situação social e econômica Nos seus domínios e senhorios (honras e coutos), a classe senhorial controlava uma multiplicidade de homens — os dependentes. Exigia-lhes tributos e prestações, que temos vindo a especificar: uns provenientes da exploração do solo (rendas e jeiras), os chamados direitos dominiais; outros resultantes do exercício do poder político, isto é, os verdadeiros direitos senhoriais. No século XIII, mais precisamente em 1211, uma lei de Afonso II afirmava que todo o homem livre devia depender de um senhor (nobre, clérigo ou o rei), a menos que já vivesse inserido num senhorio. Isto significou, antes de mais, que os
  • 32. 32 herdadores, proprietários de terras alodiais14 , passaram a ser sujeitos a prestações senhoriais, como o jantar, a lutuosa15 , a ramada, a entroviscada16 , a anúduva, a «voz e coima», a «ossadeira». Prestações que eram pagas a um senhor ou ao rei. Existiu, pois, uma degradação do estatuto dos herdadores. Quanto aos colonos (chamados de foreiros17 , malados18 , vilãos), homens livres que trabalhavam em terra alheia, viram, desde o século XIII, os contratos a prazo prevalecerem sobre os arrendamentos perpétuos, misturando-se neles as prestações dominiais com novas imposições de cariz senhorial19 . A confusão entre domínio e senhorio era cada vez maior. A sociedade senhorial comportava a existência de servos: eram os descendentes de escravos libertos, a quem foram entregues casais para exploração e que eram especialmente sobrecarregados com as jeiras20 . Deixaram de se distinguir dos colonos, no século XII, tanto mais quanto as jeiras também incidiram sobre estes. Se a servidão regredia, a escravatura aumentava. Tal aconteceu desde a segunda metade do século XI, através do crescente afluxo de cativos mouros, empregues em trabalhos domésticos, no artesanato e até na agricultura. Restavam os assalariados 14 Diz-se da propriedade imóvel livre de foros, vínculos, ônus: bens alodiais. Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013. 15 Direito que os Bispos recebiam por uma vaga numa igreja subordinada aos seus serviços. Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013. 16 Pesca em que se lança trovisco pisado nos rios para envenenar o peixe. Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013. 17 Que paga foro; tributário. / Obrigado, sujeito, exposto. / — S.m. Pessoa que, através de contrato, tem direito ao uso de ... Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013. 18 Relativo a face: osso malar. / — S.m. Osso par que forma a parte mais saliente da face. Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013. 19 Relativo ao senhor, senhoril: atitude senhorial. / Relativo ao senhorio e suas dependências; feudal: uma quinta senhorial. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013. 20 Medida de terreno que varia de 19 a 36 hectares, conforme o país. / Terreno que uma junta de bois podia lavrar num dia. Disponível em: < http://www.dicio.com.br/lutuosa/>. Acesso em: 14 mai.2013.
  • 33. 33 (cabaneiros, moços de lavoura...), que viviam do aluguer do seu trabalho, demasiado na época das colheitas, escasso no Inverno. À semelhança dos caçadores, colmeeiros e pastores (sobreviventes de antigas formas de organização econômica), achavam-se mal integrados na lógica do sistema senhorial. 3.4. Cristianismo no século XVI Dois movimentos históricos foram a causa primária dos vários ramos do cristianismo hoje existentes. O primeiro foi o denominado "Grande Cisma" entre o Oriente e o Ocidente, em geral datado de 1054, apesar de os debates entre a cristandade grega e a latina se terem iniciado séculos antes dessa data. O segundo foi a mudança verificada no século XVI, conhecida, em geral, por Reforma, cuja herança foi o protestantismo. No século XVI surge entre os católicos um movimento que reivindica a reaproximação da Igreja do espírito do Cristianismo Primitivo. A resistência da hierarquia da Igreja leva os reformadores a constituírem confissões independentes. Os principais reformadores são Martinho Lutero21 e João Calvino22 , no século XVI. A Reforma difunde-se rapidamente na Alemanha, Suíça, França, Holanda, Escócia e Escandinávia. Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também estava envolvido em conflitos internos pessoais quanto à salvação pessoal. Sua vida monástica e intelectual não fornecia resposta aos seus anseios interiores, às suas aflitivas indagações. Durante seus estudos, sempre lhe acompanhava a pergunta: "Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?" Assim, Lutero foi descobrindo ao 21 (1483-1546) nasceu em Eisleben (no atual Estado Saxônia-Anhalt), Alemanha, em uma família camponesa e morreu no mesmo lugar com 63 anos. 22 (1509-1564) nasce em Noyon, França, filho de um secretário do bispado da cidade. Em 1523 ingressa na Universidade de Paris, estuda latim, filosofia e dialética. Forma-se em direito e, em 1532, publica Dois livros sobre a clemência ao imperador Nero, obra que assinala sua adesão à Reforma. Em 1535, já é considerado chefe do Protestantismo francês. Perseguido pelas autoridades católicas refugia-se em Genebra. Organiza uma nova igreja, com pastores eleitos pelo povo, e o Colégio Genebra, que se torna um dos centros universitários mais famosos da Europa.
  • 34. 34 longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus não era necessário castigar-se ou fazer boas obras compensatórias, mas somente ter fé em Deus. Com isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando pensamentos bíblicos importantes que estavam à margem da vida da igreja já a muito tempo e que naquele momento gerava aberrações teológicas, tais como as indulgências. Com isto Lutero pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava que a Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Embora estivesse Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Embora estivesse sendo pressionado de muitas formas - excomungado e cassado - para abandonar suas ideias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções. Suas ideias atingiram rapidamente o povo e essa divulgação foi facilitada pelo recém inventado sistema de impressão de textos em série (imprensa23 ). 3.5. O movimento de contestação à Igreja Católica do século XVI Por todo o lado, (no início do século XVI) as paróquias locais vinham a sofrer com os sintomas de negligência, indiferença, e os clérigos sem educação nem formação já não correspondiam às expectativas de muitos cristãos, numa época crescente de instrução. A necessidade da Igreja reabastecer os seus cofres com dinheiro seguro levou à prevalência dos hábitos imorais de vender cargos da Igreja e de tentar comprar favores divinos na vida após a morte, adquirindo indulgências. O humanista cristão holandês Desidério Erasmo (c. 1466-1536) foi um desses exemplos. Erasmo era um teólogo erudito notável e um famoso autor de muitos livros que se tomaram populares pelos seus ataques mordazes e satíricos ao fraco estado da 23 Em 1455 o inventor alemão Johannes Gutemberg criou uma das maiores contribuições para o mundo moderno. A tipografia permitiu que os textos, antes manuscritos, fossem impressos a partir da elaboração dos tipos, letras móveis produzidas em cobre e alocadas em uma base de chumbo onde recebiam a tinta e eram prensadas no papel. Dessa maneira, a “imprensa”, como ficou conhecida a invenção de Gutembgerg. No Brasil, a impressão de documentos, periódicos e da produção literária não era permitida e só veio a ocorrer no início do século XIX com a vinda da Família Real portuguesa que trouxe consigo a Imprensa Real.
  • 35. 35 Igreja. Também procurou um melhor conhecimento dos textos originais hebraicos e gregos da Bíblia, na esperança de reformular a opinião teológica a partir destas fontes exatas. Ele abominava a violência e queria apenas impulsionar a Igreja a adquirir um pouco de senso comum, mas a Europa parecia ansiosa por mais reformas e, a sua obra ajudou a abrir caminho para a Reforma. A controvérsia subsequente sobre a obra de Erasmo e a violência daí resultante iria dividir a Igreja do Ocidente. Tal como diz um famoso ditado do século XVI: "Erasmo pôs o ovo e Lutero chocou-o." Aliado à inquietude popular e espiritual que se sentia por toda a Europa, havia o desejo de inquietude popular e espiritual que se sentia por toda a Europa, havia o desejo de muitos monarcas de controlar as suas Igrejas nacionais e os terrenos da Igreja. Estes governantes constituíam um desafio crescente às autoridades de Roma, uma vez que os estados-nações estavam a tomarem-se cada vez mais fortes. Enquanto que as intenções dos governantes tinham pouco a ver com a reforma da Igreja, as suas atitudes permitiram o sucesso da Reforma, ao mesmo tempo em que o poder do Papa enfraquecia. 3.6. Perfil da sociedade do século XVI Por se tratar de uma fase de transição, o século XVI tem as complexidades do sistema feudal e os valores a ele referentes, como a religiosidade muito forte, os votos de lealdade e os títulos de nobreza ainda contando muito. Contudo a burguesia já tinha encontrado seu lugar ao sol em muitas partes da Europa, e se tornara engrenagem fundamental na dinâmica social (apesar dos ódios a ela dirigidos por boa parte da nobreza e do clero). Temos o avançado desenvolvimento das artes, sendo o renascimento financiado justamente por esses burgueses, que começam a ocupar o papel central dos quadros que encomendam, surpreendendo por tirar de cena os épicos de batalhas e as figuras religiosas, mesmo que em raros momentos.
  • 36. 36 Com as grandes navegações, toda uma miscelânea de sabores e culturas abre-se para o mundo, e os aventureiros são exaltados. Todos podem lançar sua própria sorte e olhar um mundo muito maior do que era a limitada visão de até então, na qual para a maioria dos servos dos campos o mundo acabava apenas alguns metros além dos limites das propriedades de seus senhores. Grandes investimentos e verdadeiras loucuras por ambição, povos inteiros massacrados, e muito ouro para quem "souber" aproveitar. Portugal e Espanha aproveitam muito bem essa fase, e lançam-se sem temores ao mar. No Velho Mundo, superada a peste bubônica e com uma melhora significativa nas colheitas, há um desenvolvimento populacional muito grande, deixando as cidades novamente movimentadas e cheias de pessoas desempregadas (porque quiseram tentar uma vida melhor longe dos campos e migraram para as cidades em busca de oportunidades). Isso desencadeia um ambiente de ares não tão saudáveis (temos que esquecer qualquer noção básica de higiene ou de medicina básica, elas simplesmente não existiam aqui) e de criminalidade alta. Uma das soluções para tanto era condenar pequenos crimes (pequenos mesmo, como roubar uma batata por estar com fome) com trabalhos forçados nas galés ou ao exílio em terras "desabitadas" para colonização. Sim, o governo português fazia muito isso. Quanto à igreja, lançou a tarefa/oportunidade de catequização do mundo que estava sendo conhecido aos jesuítas, especializados em falar várias línguas, aprendendo e ensinando rapidamente. Eles varreram o mundo todo ensinando o cristianismo, chegando até mesmo aos Japão, que lhes fechou os portos, e estabelecendo-se na China, finalmente. Além dessa contribuição da Igreja, continuava a Inquisição na Europa e onde estivesse qualquer europeu, fomentada mais do que nunca pela ameaça do protestantismo recém-nascido. Aliás, muitos dos burgueses apoiavam os protestantes, especialmente os calvinistas, dadas suas propostas não condenarem o sucesso financeiro, na verdade
  • 37. 37 elogiando-o como um sinal da bênção divina “teoria conhecida como predestinação divina”(BORGES 2008)24 . 3.7. Cristianismo no Brasil no século XX Na constituição de 1890, a Igreja e o Estado foram separados no Brasil. Embora a Igreja tenha resistido a isso com todas as suas forças, provavelmente foi a melhor coisa que lhe poderia ter acontecido. Livre da tutela do Estado e incapaz de exercer influência política, a Igreja teve a oportunidade de voltar-se para a liderança Romana e desenvolver-se como uma religião. No fim do império, havia somente 12 dioceses no Brasil. Dez anos depois o número subiria para 52. Em 1966 havia 243 prelados em 230 dioceses. O Brasil da primeira república viu-se incapaz de controlar distúrbios civis revolucionários nos anos 20. Como resultado, Getúlio Vargas reintegrou a Igreja no cenário político em 1930, como um meio de legitimizar seu controle do Estado. Embora a Igreja desfrutasse de uma certa influência política durante o Estado Novo, ele perdeu o contato com as massas. Não foi capaz, também, de elevar-se acima do mesmo papel subordinado exercício sob o padroado no século XIX. Mesmo assim, ela mostrou algum poder ao impedir Getúlio de incluir o divórcio na Constituição de 1938. Em 1920, a Ação Católica foi fundada em Cuba; em 1930 na Argentina, em 1935 no Brasil. Esperava-se que o laicato pudesse, assim, ser mobilizado para o serviço da Igreja. Isto expandiu-se até incluir centenas de milhares de estudantes e trabalhadores na década de 50 e 60 por toda a América Latina. Na Venezuela, 125 anos depois da garantia de liberdade religiosa, o Presidente Perez Jimenez tomou passos para estabelecer um Modus Vivendi (1959) com o Vaticano, como o primeiro passos para uma renovação de Concordata. Houve uma enérgica reação dos protestantes, ao ponto que, mesmo assinado em 1964 o Modus Vivendi, a Concordata não o seguiu. De fato, 24 Disponível em: < http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=AhaO6F5IMxVPuZWI4txVk_XI6gt.;_ylv=3?qid=200802181 43606AAK7I7k >. Acesso em: 10 mai.2013.
  • 38. 38 esses eventos resultaram na formação do Comitê Nacional Evangélico de Cooperação e no início da ação política dos protestantes na Venezuela. 3.8. O Crescimento e expansão do pentecostalismo O Pentecostalismo apareceu em 1909-1910 no Brasil, na Argentina e Chile; na Guatemala apenas em 1935. Ventos de avivamento espiritual estavam soprando sobre a pequena Igreja Metodista em Valparaíso desde 1902 até 1909. Já em 1907, o seu pastor-missionário Willis C. Hoover, falou da doutrina pentecostal do Batismo no Espírito Santo. Então, em 12 de setembro de 1909, duas igrejas Metodistas em Santiago perderam a maioria de seus membros, que saíram para celebrar uma forma pentecostal de adoração. A era de crescimento fenomenal do pentecostalismo não começou antes da divisão ocorrida em 1932. Em 1929 os pentecostais representavam apenas cerca de um terço da comunidade protestante de 62.000 pessoas. Em 1961 eles eram quatro vezes mais do que todo o resto colocado junto. Em 1967 o número total de protestantes na Colômbia era de 70.000, sete vezes mais do que em 1950. O crescimento da Igreja Pentecostal Unida foi particularmente fantástico. De 1960 a 1966 eles mostraram um crescimento de 411,7% de 3.000 para 15.352 membros. Oito anos mais tarde seu número aumentou para aproximadamente 60.000. Deve ser notado que, diferentemente da maioria das Igrejas Pentecostais na América Latina, a Igreja Pentecostal Unida na Colômbia é um movimento denominacional unitário: "Jesus somente". O primeiro missionário pentecostal na Argentina foi Louis Francescon, chegou em 1909 e iniciou seu trabalho entre os ítalo-argentinos. Embora iniciado no mesmo ano em que ele começou a Congregação Cristã no Brasil, o ministério na Argentina não cresceu tão bem. Naquele mesmo ano Miss Alice C. Woods começou outro testemunho pentecostal nos pampas da província de Buenos Aires. Miss Woods afiliou- se às Assembleias de Deus em 1914. O trabalho das Assembleias de Deus permaneceu inexpressivo, tendo alcançado apenas 174 adultos em 1951. Tommy
  • 39. 39 Hicks pregou durante 52 dias para uma assistência total de cerca de dois milhões de pessoas. As reuniões foram tipicamente pentecostais, com grande ênfase na cura divina. A campanha, que teve ampla cobertura da imprensa e do rádio, rompeu a rígida resistência Argentina ao testemunho protestante. Os resultados foram imediatos. A Assembleia de Deus começou cinco novas igrejas só em 1955. Um novo espírito de fé e otimismo permeou as igrejas. Por volta de 1967, havia vinte e cinco denominações pentecostais, com uma membresia comunicante total de 98.000, 80% dos quais, convertidos desde 1955. Ainda em 1930, os pentecostais representavam somente 9,5% dos evangélicos no Brasil. os pentecostais representavam apenas 10,2% dos evangélicos no Paraguai; 11,3% no Peru e 13,4% na Nicarágua. Do outro lado, no mesmo ano os pentecostais representavam 73,7% em El Salvador e 63,9% no México. O início do pentecostalismo em terras brasileiras - O chamado pentecostalismo histórico refere-se às primeiras denominações que surgiram no território nacional, no início do século XX: a Igreja Assembleia de Deus e a Congregação Cristã no Brasil. Essa fase do pentecostalismo teve as seguintes características: foi fruto do grande movimento missionário do final do século XIX e início do XX; possuía uma dinâmica própria, herdando traços dos movimentos de santidade da Inglaterra e dos Estados Unidos, particularmente do metodismo. Sua ênfase principal era o falar em línguas, conforme Atos 2. As décadas de 60 e 70 foram marcadas por uma crise econômica, colapso no abastecimento de petróleo e governo pela ditadura militar. Nessa fase, surgem os neopentecostais. Seus trabalhos tentavam apontar soluções para as dificuldades fundamentais e diárias do povo que se achavam envolvidas pela crise que afetava o país. O início do século XXI está marcando as igrejas pentecostais e também as históricas com uma nova metodologia de trabalho: a adoção das células. O método Visão Celular começou na Coreia do Sul, com a Igreja do Evangelho Pleno; na América do Sul, com a Missão Carismática Internacional, na Colômbia; no Brasil, através do Ministério Internacional de Restauração - MIR, localizado em Manaus. O impacto do movimento de células tem sido grande e com resultados positivos na evangelização e
  • 40. 40 crescimento das igrejas. Suas características são ganhar, consolidar, discipular e enviar. O avivamento e a renovação espiritual no território brasileiro sempre aconteceram em períodos de crises no mundo ou estagnação das igrejas, Sempre surgiram dois grupos: aqueles que se mantiveram mais acomodados e os que buscaram com mais dinamismo uma vida cristã mais ativa. 3.9. Quinze anos da Visão Celular no modelo dos 12 Uma Era marcada pelo romper de uma “nova” estratégia que revolucionou a Igreja, rompeu paradigmas e atingiu maturidade com um crescimento sem precedentes em território brasileiro. O modelo que chegou ao Brasil despertando muito mais polêmicas do que admiração chega aos seus quinze anos comemorando aniversário debaixo de um mover de conquistas e êxito em todo o território nacional. A Visão Celular M12 que tem transformado membros em discípulos, discípulos em líderes, e lares em igrejas foi recebida pela sociedade evangélica brasileira apenas como uma inovação da igreja pós-moderna. Entretanto, a novidade se deu com o resgate do estabelecido, focado na essência da igreja primitiva onde os Apóstolos se reuniam de casa em casa com singeleza de coração para levar o evangelho. Tão antiga quanto o Gênesis, onde Deus fez nascer a Israel os l2 filhos que gerariam as l2 tribos cujos nomes estão inscritos nas l2 portas da nova Jerusalém, a Visão dos 12 reaparece nos Evangelhos, onde Jesus, o Filho, ratifica o invento do Pai, escolhe seus 12 discípulos dentre a multidão e derrama sobre eles os seus ensinamentos forjando em cada um o Seu caráter. Debaixo de um comando divino, surgiu o primeiro Congresso com o objetivo de abrir a outros líderes e igrejas a poderosa estratégia de evangelismo e discipulado que havia chegado ao Brasil. “Deus ministrou ao meu coração que a Visão Celular deveria correr mais veloz que a corça em território brasileiro. Por isso, apressei-me em realizar o 1º Congresso Internacional da Visão Celular no Modelo dos 12, em abril de 1999, seguindo a agenda do MIR que já promovia há 4 anos, no mesmo período, o
  • 41. 41 Congresso para Pastores e Líderes” afirmou o Apóstolo Renê25 . Aqueles que assumiram opiniões divergentes e por vezes, preconceituosas não entenderam a mesma como uma ferramenta para uma grande colheita, mas como uma nova doutrina a ser inserida na igreja. De acordo com o Apóstolo, o modelo não é doutrinário, mas sim, estratégico, destinado a orientar o crescimento das Células e trazer edificação através do discipulado no modelo dos 12. “A Visão valoriza a família como célula principal, e a igreja recebe um novo ânimo; nada é nocivo ou preocupante. Nessa proposta, não há nada que coloque qualquer ministério em situação delicada. Ela não é proselitista, muito pelo contrário, é uma incentivadora para se ganhar vidas, consolidar, discipular e enviar”. Dentro dessa certeza de caminhar debaixo do governo do próprio Deus, o MIR seguiu com a implantação de células, preparação de líderes, formação das Equipes de 12 e o processo de formação das Redes, dentre elas, Rede da Família, Rede de Crianças, Rede de Jovens, Rede de Homens e Rede de Mulheres. 3.9.1.Rede da Família A Rede de Casais, como inicialmente foi nomeada, surgiu em 2000, na virada do milênio. No começo, havia inúmeros projetos, metas, mas faltava a forma ideal para conceber alguns trabalhos que permeavam o coração dos líderes. “Com a mudança para a Rede da Família, o trabalho foi ampliado atingindo não apenas os cônjuges, mas famílias inteiras”,confirmam o Apóstolo Junior e a Pastora Cláudia Ayub. 25 Renê de Araújo Terra Nova, é apóstolo brasileiro e líder do Ministério Internacional da Restauração, com sede internacional em Manaus. Também chamado de Paipóstolo pelos seus discípulos, Renê foi reconhecido Patriarca da Visão Celular no Modelo dos Doze, durante o 13º Congresso Internacional da Visão Celular no Modelo dos Doze em Manaus, 19 de junho de 2010, 49º aniversário do apóstolo.
  • 42. 42 3.9.2. Rede de Crianças O maior obstáculo dessa nova fase foi fazer com que a comunidade entendesse que a Visão Celular veio também para as crianças e que elas são parte integrante e ativa no processo de crescimento do Reino de Deus. A Visão Celular abriu um leque de perspectivas de crescimento. As células possibilitam o alcance de outras crianças que estavam fora do plano de ação, assim como, os Encontros e a Escola de Líderes. 3.9.3. Rede de Homens e Mulheres Todos os pastores e líderes, bem como outros discípulos, participam efetivamente dessas Redes a fim de receberem o alimento adequado para crescimento e amadurecimento de suas vidas espirituais e ministeriais. A RH e RM caminham com o mesmo foco: gerar homens e mulheres de caráter para servirem com excelência no Reino de Deus. O trabalho feito com as mulheres é direcionando no sentido não apenas de gerar mulheres virtuosas em seus lares, mas suscitar grandes líderes responsáveis e dedicadas em sua chamada ministerial. 3.9.4. Ministério Internacional da Restauração - MIR no Brasil Estados brasileiros onde o MIR está presente: Amazonas, Bahia, Pará Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Manaus. “Edificarão os lugares antigamente assolados, restaurarão os de antes destruídos e renovarão as cidades arruinadas, destruídas de geração em geração”. (Isaías 61:4) O capítulo 61 do livro de Isaías exemplifica a missão da Igreja de Jesus Cristo. O Espírito do Senhor foi derramado sobre ela para pregar o Evangelho, curar os quebrantados de coração, libertar os cativos e pôr em liberdade os oprimidos. A Igreja precisa, ainda, consolar os que choram, anunciar o dia da vingança do Senhor, trocar as vestes de luto por uma coroa, derramar o óleo da alegria e vestes de louvor em vez de
  • 43. 43 espírito angustiado, para que sejam chamados carvalhos de justiça. Jesus citou o texto de Lucas 4:18-21 para dizer que nEle a palavra estava-se cumprindo. Ele chamou os Seus 12 e disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mateus 28:18- 20). Com o objetivo de cumprir essa missão, nasceu a Primeira Igreja Batista da Restauração em Manaus, nome com o qual foi registrada em seu nascimento, 19 de Julho de 1992. Recebeu esse nome, pois foi o próprio Senhor quem deu e também porque nasceu com um chamado específico: RESTAURAR. A Restauração, em sua fase embrionária, foi gerada dentro de uma Igreja Tradicional, a Igreja Batista Memorial de Manaus. Muitas pessoas ouviam falar do que estava acontecendo na Igreja e vinham para ver. Tal fato começou a revolucionar os meios evangélicos e a Igreja foi crescendo assustadoramente. As multidões aceitavam Jesus como Senhor das suas vidas; havia toda sorte de gente: os que queriam aprender, os que desejavam ser curados, os que buscavam libertação... Mas, em meio a tantas pessoas, estavam também os escribas, os fariseus, os saduceus. Mas, até destes, muitos aprenderam, outros censuraram e outros tentavam apanhar alguma falta. 3.10. Expansão da CdP Visão Celular M12 Segundo dados do site do MIR, sua comunidade saltou em 1992 de 169 membros para 70.000 em 2005 e possuía neste ano mais de 12 mil células. O MIR construiu também um mega templo em Manaus com capacidade para 7,5 mil pessoas em cultos normais, mas que pode ser “otimizado” para 12,5 mil pessoas em dias de celebração de festas, sendo considerada a maior igreja em células no modelo dos doze no Brasil, A Visão Celular propõe um novo modelo de estruturação e de gestão da
  • 44. 44 igreja a partir das células e do grupo dos 12, o objetivo é promover uma explosão no crescimento da membrezia e uma forma mais sistemática e eficiente de gerir estes resultados. Para adotar este modelo uma igreja precisa passar por período de transição e obedecer a algumas etapas ou fases de implantação do sistema. Na Visão Celular é imprescindível a mobilização da membrezia para a obtenção dos resultados de crescimento. O pastor escolhe doze membros que serão seus auxiliares na administração do novo modelo na igreja, formando o governo dos doze. Estes doze passam por uma escola de formação de lideranças própria da Visão Celular. O novo grupo de 12 trabalha para que o sistema funcione e dê resultados, há na Visão Celular uma ênfase nos números, na produtividade. Costuma-se colocar metas, alvos a serem atingidos, envolvendo o grupo dos doze e toda a membrezia. Os doze também trabalham para o que se chama de conquistar gerações: cada um dos doze, deve ter também seus doze, totalizando 144, que farão também doze totalizando 1.728, e assim sucessivamente, proporcionado um sistema de gerenciamento que acompanha o crescimento numérico, o grupos de doze, fica encarregado de administrar o funcionamento das células e a permanência do modelo na igreja. Concluindo, o pesquisador identificou um modelo de gestão descentralizada, uma administração compartilhada enxuta, o papel do capital humano bem focado na busca de alcançar seus resultados, associando as ferramentas da gestão do conhecimento como ponto estratégico na conquista das multidões. Ficando fácil esta gestão, pois os lideres são não apenas a referência e sim modelos a serem seguidos como afirma o apóstolo Paulo26 . Número de evangélicos aumenta 61% em 10 anos, aponta IBGE - O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado 26/06/2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da 26 Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. (Filipense 3.17)
  • 45. 45 população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.27 27 Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10- anos-aponta-ibge.html >.Acesso em: 12 mai.2013.
  • 46. 46 4 APLICAÇÃO PRÁTICA DA TEORIA 4.1 Caracterização da pesquisa 4.1.1 Descrição do campo de pesquisa. A Visão Celular M12 É usada como estratégia de atração e captação, do capital humano que uma vez inserido na Visão Celular M12, este será conduzido e orientado á galgar passos no crescimento e maturidade através do conhecimento da palavra de Deus. Após estabelecido o cumprimento de algumas etapas e já entrosado com demais membros e as lideranças, este novo membro já comprometido, será matriculado na Escola de Líderes ( com três níveis) com vista a formação de mais um líder de êxito e iniciar a formação da sua própria equipe de doze membros e assim por diante. A medida que este se desenvolve, a escalada do crescimento nos conhecimentos se torna combustível para alavancar nas conquistas. 4.1.2 A função de campo da pesquisa. O Ministério Internacional Gerando Vida –MIGV 12 – RJ, do qual a Visão Celular M12 é a parte principal, foi o campo de pesquisa que o autor permaneceu durante o período de set.2012 a jun.2013. Aqui o pesquisador observou os relacionamentos, tomadas de decisões, a administração dos conhecimentos tácitos e explícitos, relacionou-se com vários líderes e liderados para melhor entender a disseminação deste conhecimento. 4.1.3 Universo da pesquisa O Ministério Internacional Gerando Vida – MIGV 12. Fica situado na rua Clevelândia, 155 Jacarepaguá – Rio de Janeiro Sob a presidência do pastor Fernando Pereira juntamente com uma diretoria e um grupo de doze lideres membros desta comunidade que conduzem uma pequena população de quase mil membros em diversas atividades.
  • 47. 47 4.1.4 Instrumento de coleta de dados. Foi realizada através de um questionário padrão e usada uma coleta autoadministrada via website. O USO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO APLICADO A UMA CdP: VISÃO CELULAR 1 - É básico entender a finalidade de uma Comunidade de Prática Visão Celular pelas “atitudes colaborativas e cooperativas” entre os membros integrantes ? Gráfico 1: Fonte própria Você entende que esta colaboração e cooperação podem ser apenas com coisas palpáveis. 24 17% Estas colaborações e cooperações podem ser virtuais (via web) 40 29% Você como membro da CdP, tem sido um agente neste sentido 75 54% Este resultado de 54% de preferência mostra como o capital humano envolvido e tendo o conhecimento internalizado se responsabiliza com o bem estar de novos e antigos membros da CdP Visão Celular. A percepção em reduzir a dificuldade do próximo sendo o próprio membro um agente facilitador e cooperador. Este que hoje se doa, possivelmente foi ajudado no passado. Vive-se em um mundo egoísta, centrado em si mesmo quase uma anulação do outro, não vê o ser humano como pessoa, que tem raça, cor, cheiro, que necessita ser ouvido, respeitado. Os conceitos têm sido mudados ao longo da história. Não se pode viver o presente sofrendo por um passado que trouxe sérios problemas, por não ter tido os direitos respeitados com dignidade. "... Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (João13:34,35)
  • 48. 48 2- Como uma CdP Visão Celular pode influenciar positivamente no seu entorno comunitário ? Gráfico 2: Fonte própria Reutilizando os conhecimentos conceitos aprendido 32 23% Tendo um estilo de vida alinhado com os métodos desenvolvidos pela CdP 60 43% A troca e o compartilhamento do conhecimento assimilado através de “modelos” 49 35% A Visão Celular traz grandes mudanças na vida do membro, o resultado de 43% de preferência mostra como o capital humano com um modelo mental renovado, focado nas conquistas tem seu estilo de vida mudado e começa a influenciar no seu meio. Na comunidade local, a qualidade de vida dos seus moradores, valores como respeito, honra e lealdade nos relacionamentos contribui bastante no quesito de relação social no seu meio. Na cidade e, claro, em todo espaço geográfico que a CdP Visão Celular ocupar. A História da Igreja tem experimentado muitas reformas e a principal começou com Jesus, o Cristo. Hoje a atual geração está vivendo um dos momentos mais revolucionários de todos os tempos, onde velhos modelos que se mostraram ineficazes, estão sendo removidos para dar lugar ao modelo proposto por Deus: Visão Celular. A importância na troca de conhecimento através de modelos, pratica esta que começou com Jesus, hoje parece inovação administrativa, quando sempre soube-se que o líder está sempre em observação e digno de ser copiado, imitado e seguido.
  • 49. 49 3 - Visando ampliar suas bases qual (quais) estratégia(s) você busca usar na captação de pessoas para os pequenos grupos ? Gráfico 3. Fonte própria Usando as redes sociais, convites pessoais, sms 42 30% Buscando-o em casa ou oferecendo atrativos ou relacionamentos interativos 50 35% Criando estratégica atrativa, criativa ou recreativa. 49 35% Como resposta desta pergunta vemos a CdP Visão Celular integrada, alinhada na resposta, ou seja, usa relacionamentos atrativos, criativos e recreativos, uso de redes sociais mostrou o quanto a pessoa é importante. A Visão Celular tem alguns princípios estratégicos fundamentais para o bom desempenho dos pequenos grupos (células). Primeiro princípio – Conhecer o objetivo da célula (Mateus 28.18,20). Na grande comissão de Jesus, está muito claro que o objetivo da célula é ganhar os perdidos e fazer de cada um deles discípulos de Jesus. Segundo Princípio – Motivação (Filipenses 3.12,14). O Apóstolo Paulo ensina uma lição tremenda neste texto, pois o que lhe motivava a prosseguir não eram as coisas naturais e sim as espirituais. Terceiro Princípio – Apascentamento (provérbios 27.23). O líder da célula não pode negligenciar o apascentamento das ovelhas que o Senhor lhe está entregando. Quarto Princípio – Relacionamentos Maduros (1 Sm 20.12,16). Pode-se falar que uma célula tem relacionamentos maduros, quando percebe-se que o seu líder é aliançado com as ovelhas e as ovelhas com o líder. Quinto Princípio – Traçar Estratégias (Josué 6.1,9). O líder de excelência foi levantado por Deus para ser comandante e Deus é o general.
  • 50. 50 4 - Que tipo de mídia ou dispositivo você usa com maior frequência como manutenção da retenção do capital humano na CdP Visão Celular ? Gráfico 4. Fonte própria Mídias Sociais via web 38 27% Smartphone, tablet 42 30% Sms, email 60 43% Os benefícios da mobilidade e conectividade, redução de custos, informações consistentes, padronização de processos, consolidação de dados e suporte ao crescimento necessário e emergente, acrescente ainda os blogs as TVs enfim todo aparato tecnológico que uma sociedade precisa para ampliar sua visibilidade, a CdP Visão Celular tem a sua disponibilidade. Todos os setores são atendidos de forma flexível e integrada. Todas as novidades em tecnologia e novos recursos serão sempre alvos no crescimento e alinhamento com a gestão do conhecimento. As pessoas também estão conectadas e relacionamentos virtuais se tornam reais e mais humanos. Os compartilhamentos, a espiral do conhecimento é sempre presente e atuante.
  • 51. 51 5 - Qual (ais) a(s) motivação (ões) da sua permanência na CdP Visão Celular ? Gráfico 5. Fonte própria Benefícios materiais ou vantagens 15 11% Manter e ampliar os relacionamentos através do aprendizado e do conhecimento gerado 71 51% Compartilhamento e disseminação do aprendizado 52 38% Este conhecimento gerado é a motivação que a troca e a renovação do conhecimento deixa as pessoas mais confiante e atuante. “Quando estuda-se o significado da palavra "entusiasmo", “Em Theos” ela vem do grego e significa "Ter Deus dentro". Para os gregos a pessoa entusiasmada era aquela que era possuída por um deus. Ou seja, tinham um deus dentro de si. Para os gregos só os entusiastas, podiam vencer, pois possuíam essa força. Era esse deus; algo dentro de si que o levava a ser um vencedor. Desta forma, para vencer, todos necessitavam de entusiasmo. Hoje sabemos que o Deus Eterno é o único que produz em nós o entusiasmo. Otimismo – É quando acredito que algo vai dar certo – positivismo – torcer para dar certo. É importante ser otimista, mas, nem sempre o otimismo é sustentado por algo palpável, durável, consistente e real. Entusiasmo - É acreditar na capacidade de transformar as coisas e fazer dar certo.”28 Um princípio da gestão do conhecimento é o compartilhamento, a difusão ou disseminação do conhecimento de forma que mais pessoas possam se beneficiar deste aprendizado e, isto a CdP Visão Celular demonstra claramente com esta resposta. 28 Disponível em: < http://www.ciam12.com.br/site/index.php/2012-06-05-17-59- 59/pastoral/75-a-visao-celular-nao-e-para-otimistas-e-para-entusiasmados > . Acesso em 07 Mai.2013
  • 52. 52 6 - Baseado nesta afirmativa: “ e correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? “E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar?" Atos, 8.30-31. Você foi impactado (ª) pelo.. Gráfico 6. Fonte própria Entendimento e aprendizado do conhecimento dentro da CdP e o compartilhamento pessoal. 49 37% A participação de uma pessoa que já usa o conhecimento foi mais eficaz na disseminação deste 65 49% Com a ajuda da web eu não preciso interagir com pessoas 20 15% Na espiral do conhecimento a socialização, “a distribuição e o uso eficaz do conhecimento tácito não são, portanto, facilmente alcançável através de formação formal e sistemática. Frequentemente, esse conhecimento não será capaz de alcançar aqueles que necessitam dele sem contato direto e cara-a-cara e o uso de métodos menos estruturados. A aprendizagem por ação usa um facilitador de competências para impor uma disciplina de autorreflexão e análise por parte dos membros da equipe de projetos individuais. O objetivo é permitir que os gestores detenham e previnam erros e transferir com precisão a informação ou atingir objetivos com sucesso.”29 a tomada de decisão advinda do conhecimento tácito resulta em procedimentos mais eficaz e eficiente, em virtude da melhoria dos resultados. A aquisição do conhecimento passou a apresentar uma importância muito grande quando se percebeu que criar, organizar, reter e aprender configurou-se a favor do desenvolvimento. 29 Disponível em: < http://www.netcoach.eu.com/index.php?id=198&L=3 >. Acesso em 07 mai.13
  • 53. 53 7 - Na CdP Visão Celular você se sente importante e útil quando ? Gráfico 7. Fonte própria Compartilha nos pequenos grupos ouvindo e aceitando orientações dos membros 36 27% Acolhe a orientação sugerida nos pequenos grupos através da liderança 79 59% Compartilha suas necessidades com outras CdP não visão celular 18 14% Num ambiente de aprendizado positivo e alinhado com a geração de conhecimentos, ou a socialização deste, e cuja liderança servindo de modelo num excelente clima de interação em equipe e a comunicação de primeira linha. A troca estimula todo mundo a adquirir um conhecimento amplo e aprofundado deste aprendizado e internalizando-o. Os grupos pequenos têm um olhar atento permanentemente voltado para o que acontece no seu entorno, estimulando assim a aquisição de novos conhecimentos. Existe também um processo de aprendizado ativo a partir da experiência passada, principalmente com as coisas que não deram certo. O conhecimento e o aprendizado são reconhecidos, respeitados e recompensados tanto quanto a iniciativa e as atitudes empreendedoras. A Visão Celular como uma organização que aprende e estimula as pessoas a serem ouvidas com respeito. Há diálogo aberto e debate. Não se permite que a hierarquia ou política obstruam o trabalho em equipe eficaz. As equipes são montadas e desmontadas com facilidade e chegam ao consenso com competência. A direção dá o exemplo de aprendizado em equipe. Numa atmosfera como esta não se sentir útil é no mínimo uma pessoa bem desligada ou atada.
  • 54. 54 8 - Quais os veículos você interage mais na busca das informações e compartilhamento da CdP Visão Celular ? Gráfico 8. Fonte própria Email e SMS e telefone fixo 22 16% Mídias sociais telefone celular 68 49% Compartilhamentos formais e informais 50 36% A criação do valor compartilhado, multifacetado, criativo, colaborativo, trás a Visão Celular nos grupos pequenos um combustível de estima humana. As mídias sociais são ferramentas à disposição da liderança e da comunidade e todos se envolvem numa busca de crescimento, interação e o conhecimento entre pessoas, visando estreitamento relacional e criando vínculos buscando o fortalecimento das equipes. Já nos ambientes informais, os líderes têm alçada para criar qualquer evento junto a sua célula como: idas a restaurantes, lazer diversificado de acordo com o momento, a noite na praia, cinemas, jogos inside and outside etc. Tudo num grau de abertura, de harmonia, em seu ambiente de amizade, sinceridade, confiança e colaboração. A utilização de dispositivos móveis serve para as aproximações e atualizações da agenda.
  • 55. 55 9 - Baseado no aprendizado retido. Você colaborou/ajudou ativamente com algum membro da CdP Visão Celular ou fora dela recentemente ? Gráfico 9. Fonte própria sim, no último mês 46 32% Sim semana passada 78 55% não, tem pessoas melhor preparada 18 13% Esta resposta traduz a forte tendência colaborativa, participativa dos seus membros junto às necessidades das pessoas com maiores dificuldades, entendendo que a misericórdia, a solidariedade e compaixão nos torna, mas humanos.
  • 56. 56 4.1.5 Processo de coleta dos dados. O pesquisador antes de enviar o link (questionário), para o email pessoal do voluntário, informou e orientou imparcialmente a população envolvida sobre o correto preenchimento, ainda deu suporte via facebook, encerrando a mesma quando alcançou o numero pretendido de 144 respondentes. Gráfico 10 Gênero/faixa etária/quantitativo
  • 57. 57 Gráfico 11 - Gênero/escolaridade/quantitativo 4.1.6 Análise dos dados Os dados coletados foram analisados em: a) Dados primários – obtidos em pesquisa de campo através de consulta e observação; b) Dados secundários – provenientes de materiais informativos disponíveis, publicações e documentos do próprio Ministério Internacional Gerando Vida – MIGV 12 Visão Celular, o qual, inclusive, facilitou e colaborou com o pesquisador na coleta de informações pertinente ao projeto de pesquisa. Os dados coletados, na pesquisa empírica, foram estruturados e comparados com os dados das fontes secundárias. Após a consolidação dos dados, o conjunto foi analisado com base no referencial teórico com o objetivo de validar ou não as hipóteses, e desenvolver as conclusões que fundamentam os resultados alcançados.
  • 58. 58 5 PROVÁVEIS LIMITAÇÕES DA PESQUISA 5.1 Segundo Vergara (2000, p. 61), “[...] todo método tem possibilidade e limitações”. Em vista disso, por delimitação, entendem-se as fronteiras concernentes a variáveis, ao que será abordado, ao corte, ao período de tempo e ao objeto de investigação (VERGARA, 2000). Este trabalho apresenta, contudo, algumas dificuldades e limitações quanto à coleta dos dados. 5.2 Relacionam-se as delimitações: a) A escassez de bibliografia científica ou acadêmica quanto ao foco do estudo, visto, que a Visão Celular com apenas quinze anos no Brasil não dispõe de farto material de consulta, que por sua vez, esta monografia abre portas para futuros pesquisadores corajosos e audaciosos a enveredarem com maior êxito. b) A não autorização para a divulgação de certas informações da CdP Visão Celular que foi objeto do projeto de pesquisa apresentado, entendeu o pesquisador que pormenores não alteraria seu valor acadêmico. c) Quanto aos fins, segundo Vergara (2000), é realizada em área na qual há pouco conhecimento científico acumulado ou sistematizado. Por tratar-se de uma pesquisa que busca explorar conceitos e fatos de pouca bibliografia, é um estudo muito novo no mercado. Este trabalho, trata-se de uma pesquisa que busca expor as características que compõem os conceitos dos serviços e do ambiente relacional da CdP Visão Celular.
  • 59. 59 6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES MÊSES 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 1-Avaliação do projeto e escolha do tema 2- Pesquisa bibliográfica documental 3- Elaboração do questionário 4- Coleta e tabulação de dados 5- Entrega do questionário e tratamento dos dados 6- Análise e interpretação dos dados 7-Elaboração e representação de gráficos variados 8. Envio da “unidade” II para avaliação e aprovação 9- Envio da “unidade” III para avaliação e aprovação 10- Envio da “unidade” IV para avaliação e aprovação 11- Envio da “unidade” V para avaliação e aprovação 12- Envio da “unidade” VI para avaliação e aprovação 13. Revisão do texto 15. Encaminhamento a banca examinadora
  • 60. 60 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização desta monografia, que envolveu uma revisão comparativa acerca dos fatos, eventos, e procedimentos relacionados as comunidades eclesiásticas (CdP) dos séculos XI, XVI e final do século XX, como descrito na delimitação do tema, e melhor explorado na revisão literária, e também considerando um conjunto de transformações, realizadas no período de interesse da pesquisa, foi possível o autor perceber o grau de complexidade dos fatos que as originaram, sendo seus resultados, de certa forma, surpreendentes e de grandes proporções contrária efetivamente quanto ao mandamento deixado em por Jesus em Mateus 28.18-2030 No desenvolvimento da pesquisa foram observadas práticas que efetivamente não gerou nas populações citadas credibilidade e confiança suficiente, para que houvesse uma entrega ou um engajamento voluntário, uma vez que a instituição dentro do espaço da pesquisa esteve todo tempo envolvida com interesses diversos junto às monarquias e seu aumento de patrimônio, deixando de lado o carisma, a compaixão, a solidariedade e a piedade, própria desta instituição fundada por Jesus. Mateus 4:2331 A igreja, na sua gestão e nos seus relacionamentos, tem o dever de parecer com seu fundador. Tendo sido Ele não apenas fundador e ainda deixado um legado de modelo a ser seguido. Credenciou inclusive seus discípulos a usarem seu nome para o fiel cumprimento das suas ordenanças. Marcos 16.1732 Dá-se a entender que como numa cultura organizacional as pessoas notadamente as institucionais, tendem a parecer com seus fundadores na sua linguagem, relacionamentos, tomada de postura e quem sabe até no tipo de humor. 30 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. 31 E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 32 E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
  • 61. 61 O autor pesquisou o cerne do conhecimento na pesquisa e identificou que a partir do século XVI Lutero desvendou e disseminou o conhecimento para que todos tivessem acesso às escrituras que, até então, encontrava-se somente em latim, ele traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um conhecimento que durante muito tempo foi guardado somente pela igreja. Com um número maior de leitores do livro sagrado, a quantidade de protestantes aumentou consideravelmente. Na avaliação conclusiva desta pesquisa sem a pretensão do autor em parametrizar as comunidades eclesiásticas no período citado e apenas no que tange ao objetivo específico tendo como resultado a aplicação e o uso da gestão do conhecimento, identificou-se que a CdP Visão Celular M12 tem no seu DNA estratégico uma gestão arrojada, bem focada transparente e, encontrou como base de sustentabilidade as “células” composta de pessoas desejosas no aprendizado e compartilhamento do conhecimento aplicado. As células são grupos pequenos e homogêneos de pessoas com a finalidade de expansão, captação e atração de outras pessoas para ali buscarem mutuamente nos relacionamentos, o conhecimento e a desenvolverem suas aptidões e novas conquistas, que posteriormente será também treinado, consolidado, capacitado e enviado a atrair outras pessoas e o ciclo continua. As redes são grupos sociais homogêneo, e local de retenção do capital atraído, ambiente acolhedor de pessoas anteriormente cuidada e tratada hoje curada pronta para criar afeto e proximidade pessoal e virtual através das mídias. Estas são algumas das redes existente na CdP Visão Celular M12: Rede de homens; mulheres; jovens; família e a melhor idade. Os atrativos e resultados alcançados foram encontrados num ambiente sério, nem por isso menos aconchegante de envolvimento com pessoas que têm tido suas famílias restauradas, casamento pautado no respeito e parceria contínua, cada cônjuge sabendo qual a sua função. O entorno aonde tem uma CdP Visão Celular M12 os benefício sociais são paulatinamente mudados com a diminuição de bebedices, consumo de entorpecentes, agressões em família ou a mesma desagregada. O capital humano é treinado a
  • 62. 62 conquistar seu sonho através do retorno aos estudos e a realização profissional. Ali ele aprende a honrar as pessoas que sobre ele está e este aprendizado é continuado e desenvolvido na família. O pesquisador não deu ênfase aos resultados não alcançados nas CdP dos séculos XI e XVI e sim, mostrou como a Visão Celular M12 usando as mídias, blogs e todo aparato tecnológico disponível facilita a visibilidade das boas práticas adquiridas traduzindo em resultados positivos nos cumprimentos das suas metas evangelísticas através da multiplicação e conquistas de novos territórios. Finalmente o autor dá a devida importância para as organizações de qualquer seguimento a implantarem a gestão do conhecimento uma vez que toda a captação e retenção deste conhecimento por vezes tão transitória dada as variáveis da empregabilidade se torne insumo para ampliação de novos horizontes organizacional. Esta monografia representa uma corajosa e iminente contribuição para as diversas e posteriores discussões no avanço da Visão Celular M12, quebrando paradigmas, abolindo o confrontamento, ampliando a nova visão através da mudança de modelos mental (pesquisador). De 06 a 08 de agosto de 2013
  • 63. 63 8 REFERENCIAS AGUIAR, Lilian. O Poder da Igreja Católica no Mundo Feudal. Disponível em :< http://www.brasilescola.com/historiag/o-poder-igreja-catolica-no-mundo-feudal.htm> . Acesso em: 07 abr.2013. COLLINS, Michael. História do Cristianismo, Civilização. Disponível em: http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=16102. Acesso em:10 mai.2013. Cristianismo. Disponível em: <http://www.girafamania.com.br/tudo/religiao_cristianismo.html >. Acesso em: 10 mai.2013. Dossiers Temáticos Cristianismo. Disponível em: <http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=16102>. Acesso em: 10 mai.2013. HATZENBERGER, Dionísio. História da Igreja. Disponível em:<http://histigreja.blogspot.com.br/2009/02/historia-da-igreja-no-seculo- xv.html>.Acesso em: 09 mai.2013. História do MIR. Ministério Internacional de Restauração. Disponível em:<http://www.mir12.com.br/br/2013/mir/historia>. Acesso em: 10 mai.2013. NETO, Pr. Francisco Araújo Barretos. Renovação Espiritual nas igrejas do Brasil. Disponivel em:<http://www.iprb.org.br/artigos/textos/art51_100/art67.htm>.Acesso em:12 mai.2013. OLIVEIRA, Marcelo de. O papado — dos primórdios ao Renascimento. Disponível em: < http://davarelohim.com.br/?p=1655>. Acesso em : 09 mai.2013. PINTO. Rogério Adriano. O Cristianismo na América Latina no século XX. Disponível em:<http://www.teologiaclub.com/site/index.php?pagina=texto&id=8>.Acesso em 11 mai.2013.
  • 64. 64 Século XI a XIV Conceitos Base. Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/ruis/10%C2%BA_ano/secs_xi_a_xiv.htm>. Acesso em: 09 mai.2013. 10 Anos da Visão Celular no Brasil. Disponível em:<http://www.lideranca.org/cgibin/index.cgi?action=forum&board=igreja& op=display&num=2836 >. Acesso em: 09 mai.2013.