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CursoCurso
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Feminista, eu?!Feminista, eu?!
A vivência das conquistas do feminismo e a
transmissão transgeracional dos papéis de gênero na
percepção da adulta jovem à mulher idosa
Acadêmica: Poliana Gomes Goslar
Orientadora: Dra. Maris Stela da Luz Stelmachuk
IntroduçãoIntrodução
 Objetivo Geral/Problema de pesquisa;Objetivo Geral/Problema de pesquisa;
 Relevância Pessoal;Relevância Pessoal;
 Relevância Científica;Relevância Científica;
 Relevância Social;Relevância Social;
Referencial teóricoReferencial teórico
Principais autoras e autores utilizados...Principais autoras e autores utilizados...
O Cenário da secundarização femininaO Cenário da secundarização feminina
Virgínia Woolf (1985), Rachel Soihet (2005), AnaVirgínia Woolf (1985), Rachel Soihet (2005), Ana
Rossi-Doria (1994), Michele Perrot (2008) Maris S.Rossi-Doria (1994), Michele Perrot (2008) Maris S.
da Luz Stelmachuk (2012),da Luz Stelmachuk (2012), Heleieth SaffiotiHeleieth Saffioti
(1987), Felícia Reicher Madeira (1997), Mary Polce-(1987), Felícia Reicher Madeira (1997), Mary Polce-
Lynch (2003),Lynch (2003), Pierre BourdieuPierre Bourdieu (2002), Frigga(2002), Frigga
Haugh (1987).Haugh (1987).
Feminismos: Um panorama históricoFeminismos: Um panorama histórico
Ilze Zirbel (2012),Ilze Zirbel (2012), Martha Giudice Narvaz e SilviaMartha Giudice Narvaz e Silvia
Helena Koller (2006),Helena Koller (2006), Marta Calás e Linda SmircichMarta Calás e Linda Smircich
(1999), Felícia Reicher Madeira (1997), Rachel(1999), Felícia Reicher Madeira (1997), Rachel
Soihet (2005), Bila Sorj (2005), Margareth RagoSoihet (2005), Bila Sorj (2005), Margareth Rago
(2002).(2002).
A Psicologia Sistêmica – Um mais um são trêsA Psicologia Sistêmica – Um mais um são três
Pedro Carvalhal e Cátia Patrícia Fernandes da Silva
(2011), Zuma (1997), Gabel, Soares (2006), Relvas
(1999 apud CARVALHAL; SILVA, 2011), Vasconcelos,
(1995), More, Crepaldi, Gonçalves, Menezes
(2009), Solange Rosset (2003), Gameiro (1992 apud
CARVALHAL E SILVA, 2011).
Transmissão familiarTransmissão familiar
Maurizio Andolfi, Cláudio Angelo (1989), BettyMaurizio Andolfi, Cláudio Angelo (1989), Betty
Carter e Monica McGoldrick (1995), Tai CastilhoCarter e Monica McGoldrick (1995), Tai Castilho
(2003), Denise Falcke e Adriana Wagner (2005),(2003), Denise Falcke e Adriana Wagner (2005),
Ana Cláudia Fleck, Denise Falcke e Isabel TelmoAna Cláudia Fleck, Denise Falcke e Isabel Telmo
Hackner (2005).Hackner (2005).
MétodoMétodo
 Pesquisa de Campo;Pesquisa de Campo;
 Entrevista Semi-estruturada;Entrevista Semi-estruturada;jj
 04 mulheres: duas adultas jovens, uma de meia idade e04 mulheres: duas adultas jovens, uma de meia idade e
uma idosa (EIZIRIK, 2001);uma idosa (EIZIRIK, 2001);
 Contato Informal;Contato Informal;
 Plataforma Brasil;Plataforma Brasil;
 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
MétodoMétodo
 Entrevista piloto.Entrevista piloto.
 Local de preferência das entrevistadas;Local de preferência das entrevistadas;
 Entrevistas gravadas, transcritas integralmente,Entrevistas gravadas, transcritas integralmente,
reapresentadas às participantes;reapresentadas às participantes;
 Categorização / Blocos temáticos;Categorização / Blocos temáticos;
 Análise das informações;Análise das informações;
 Devolutiva: rumo acadêmico e científico do trabalho.Devolutiva: rumo acadêmico e científico do trabalho.
Quem são as entrevistadas
AnaAna 2222 Adulta JovemAdulta Jovem EstudanteEstudante
LouisieLouisie 3636 Adulta JovemAdulta Jovem PsicólogaPsicóloga
EmíliaEmília 4444 Meia IdadeMeia Idade Conselheira TutelarConselheira Tutelar
JúliaJúlia 7474 IdosaIdosa Costureira aposentadaCostureira aposentada
Feminista, eu?!Feminista, eu?!
Percepções e estereótipos doPercepções e estereótipos do
feminismofeminismo
Júlia (74 anos, costureira aposentada)
O feminismo não representa a substituição da
lealdade a um gênero pela lealdade a outro,
mas a transcendência à todo o gênero
(WRIGHT, 1822 apud GAY, 1995 apud RAGO, 2001).
Ana (22 anos, estudante)
Existe uma percepção de que há um “clube do
feminismo” no qual algumas pessoas decidem quem
entra e quem fica de fora
(WOLF s/d apud MADEIRA, 1994).
++
Conotação pejorativa das feministas, disseminada por
alas sociais conservadoras
(ZIRBEL, 2012; SORJ, 2005).
Reconhecer-se feminista  estranheza e hesitação;
Eita!Eita! [risos] [...][risos] [...] Eu acho que sim,Eu acho que sim,
poderia ser assim... f-feminista...poderia ser assim... f-feminista...
(Ana, 22 anos, estudante)(Ana, 22 anos, estudante)
Feminismo nosso de cada dia:
A vivência cotidiana das
conquistas do movimento –
da juventude aos dias atuais
 Trabalho;Trabalho;
 Estudo/Escolarização;Estudo/Escolarização;
 Constituição familiar;Constituição familiar;
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Corpo e sexualidade – Devemos,Corpo e sexualidade – Devemos,
podemos ou queremos?podemos ou queremos?
Meu corpo é às vezes meu, uma vez que ele porta os traços deMeu corpo é às vezes meu, uma vez que ele porta os traços de
uma história que me é própria, de uma sensibilidade que éuma história que me é própria, de uma sensibilidade que é
minha, mas ele contém, também, uma dimensão que me escapaminha, mas ele contém, também, uma dimensão que me escapa
radicalmente e que o reenvia aos simbolismos de minharadicalmente e que o reenvia aos simbolismos de minha
sociedade (sociedade (ARTAUD, s/dARTAUD, s/d apudapud NOVAES, 2006).NOVAES, 2006).
 Olhar para as rupturas no modo de
experienciar a sexualidade;
 Tênue delineamento entre liberação sexual
e novas configurações do machismo;
Se você quer ir numa balada e ficar com sete, oito,
nove pessoas e ‘dar’ pra quem você quiser, fazer
com quem você quiser, beleza, você é livre pra
isso. Mas daí usar disso a desculpa que tá no
feminismo ou que é uma feminista eu acho que
não é por aí assim (Ana, 22 anos, estudante).
Segredo Familiar (individual construtivo).Segredo Familiar (individual construtivo).
Desenvolve-se diante de alguma atitude não aceita pelo
grupo familiar, que não corresponde aos tabus que se
mantém entre as gerações. Viola as regras de posse
comum das informações, modificando a relação entre os
membros e comumente provocando sentimento de culpa
((WELTER-ENDERLIN, 1994 apud FALCKE, WAGNER,
2005).
Eu sei que a primeira vez que eu tive a aula lá que
ensinava sobre as intimidades, eu quase tive um enfarto.
Eu cheguei em casa parecia que tava escrito na minha
testa tudo que eles, que a professora falou, sabe? E tava
lá desenhado, escrito e a mãe tava lendo, de tanta
vergonha que eu passei (Emília, 44 anos, CT).
Crescer meninaCrescer menina
A única diferença é que eu era sempre tratada diferente
né, meus irmãos todos foram criados como menino e eu
como menina, né? [...] Não teve, assim, diferença
nenhuma assim. O tratamento da minha mãe era igual...
Só que que nem eu disse, eu era menina, eles eram
meninos. Eles brincavam com carrinho, eu com boneca.
E assim então não tinha assim diferença (Júlia, 74 anos,
costureira aposentada).
 Eu sempre fui moleca, desde pequena;
(Ana, 22 anos, estudante).
 Sempre quis ser homem, eu nunca quis ser mulher; eu
era uma menina, mas eu queria ser igual a homem;
(Emília,
44 anos, conselheira tutelar).
 Eu acho que nesse sentido até eu sou um pouco
andrógena, assim. Sabe, sou meio... meio macho. Eu
acho até que eu sou meio macho nesse sentido [risos];
(Louisie, 36 anos, psicóloga).
 Eu nunca gostei de boneca, eu só gostava de brincarca gostei de boneca, eu só gostava de brincar
de carrinho, a gente brincava de casinha, essas coisas,de carrinho, a gente brincava de casinha, essas coisas,
mas eu sempre era o pai, sabe? Eu sempre iamas eu sempre era o pai, sabe? Eu sempre ia
trabalhar, a minha irmã era a mãe, as galinhas eramtrabalhar, a minha irmã era a mãe, as galinhas eram
as nossas filhas...as nossas filhas... [...][...] Daí eu sempre fui o homem, oDaí eu sempre fui o homem, o
que dava conta da casa. A minha mulher, a minhaque dava conta da casa. A minha mulher, a minha
irmã, era mãe das galinhas, ela limpava o galinheiroirmã, era mãe das galinhas, ela limpava o galinheiro
(Emília, 44 anos, adulta de meia idade).(Emília, 44 anos, adulta de meia idade).
E os homens?
Relacionamento entre gêneros
Na verdade não teve muita essa distinção entre homem e
mulher assim. Em coisas pequenas do tipo homem senta de
perna aberta, mulher de perna fechada, homem não faz nada
o dia inteiro, mulher se mata totalmente. [risos] Pequenas
coisas, quase nada, tipo “Cadê o meu almoço?” [risos]
(Ana, 22 anos, estudante)
O mundo é a casa do homem e a casa, é o mundo daO mundo é a casa do homem e a casa, é o mundo da
mulher (MADEIRA, 1997).mulher (MADEIRA, 1997).
Mulheres  Espaço doméstico
Homens  Mercado de trabalho com eventuais
“ajudas” no ambiente doméstico, parte externa da casa;
Mães, filhas e netas –
Transgeracionalidade feminina
A possibilidade de reequilibrar as dinâmicas intergeneracionais
é a condição sem a qual não há maturidade psicológica,
autonomia e autoridade pessoal. [...] Não se pode separar
sem antes se perceber a linha de união.
(WILLIANSON, 1982 apud ANDOLFI, ANGELO, 1989, p. 88).
A gente foi sair de carro, eu o Rodrigo e a Iara. Aí eu
fui dirigir. A Iara falou: “Não mãe, você tá no lugar
errado, o teu lugar é aqui!” Mas eu nunca falei isso,
gente eu dirijo o dia inteiro, porque o carro fica
comigo então sempre eu que tô, né... Mas quando tá
o pai e a mãe, a mãe deve ir no banco do passageiro e
o pai dirigindo. Eu não me lembro de ter falado isso
pra ela, não lembro do Rodrigo ter falado isso pra
ela... (Ana, 22 anos, estudante)
ValoresValores
Aspectos que a família se preocupa em transmitir
às novas gerações, explícita ou implicitamente.
(CERVENY; BERTHOUD, 1997 apud FALCKE,
WAGNER, 2005)
Tem umas regrinhas sim. [...] Então não que a gente
tenha ouvido isso como... De uma maneira preventiva
assim sabe, “Ah não, Deus o livre você...” Não teve
isso. Mas depois que aconteceu fica assim meio que no
ar um certo desconforto e um certo preconceito em
relação a quando ocorre assim. [...] Tem uns olhares
meio assim sabe. Então não é declarado, mas a gente
sente que simbolicamente assim alguns aspectos meio
que... (Louisie, 36 anos, psicóloga)
Eles deixaram eu fazer tudo, mas sempre deixaram claro:
‘Ó, faça o que você quiser, mas se você sair da linha vai
ter uma consequência’. Que até hoje não sei qual que
seria né, não sei. Não sei, porque não cheguei a sair.
Não saí da linha! [risos] Não sei o que que eles queriam
dizer também com sair da linha.[...] Mesmo sem saber o
que era essa conseqüência eu fiquei assim: “Opa! Aí eu
não vou pisar porque eu não sei o que que vai
acontecer”. (Louisie, 36 anos, psicóloga)
MitoMito
OOposto ao pensamento lógico e racional, serve para
escurecer ou negar alguma realidade penosa e complexa.
Se desenvolve diante de vazios e se estabelece como
verdade no decorrer do tempo, possuindo um poder
muito grande sobre os membros do sistema. A infidelidade
é um fenômeno favorecedor do desenvolvimento de
mitos.
(ANDOLFI, ANGELO, 1989, FALCKE, WAGNER, 2005,
GONZÁLES, 1994 apud FALCKE, WAGNER, 2005, PITTMAN,
1994 apud FALCKE, WAGNER, 2005).
Não teve traição por parte das mulheres da minha
família. Mas por parte dos homens todos... [risos].
Será que... [...] Eu penso assim que 99% dos homens
traem. Será que isso é um pré julgamento meu por
ter vindo de uma família assim?
(Louisie, 36 anos, psicóloga)
A utopia está lá no horizonte.A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
Eduardo GaleanoEduardo Galeano
Referências
ANDOLFI, Maurizio, ANGELO, Claudio. Tempo e Mito em psicoterapia familiar. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1989.
BOTTON, Andressa; STREY, Marlene Neves. As influências do gênero na infância: Como Produzimos
Meninos ou Meninas. In: STREY, Marlene Neves; BOTTON, Andressa; CADONÁ, Eliane; PALMA,
Yáskara Arrial. (org.) Gênero e Ciclos Vitais. Desafios, Problematizações e Perspectivas. Porto Alegre:
EdiPUCRS, 2012.
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil Ltda, 2002.
CADONÁ, Eliane; STREY, Marlene Neves. A Construção do Sujeito Materno: Problematizando Práticas
à Luz dos Estudos Feministas. In: STREY, Marlene Neves; BOTTON, Andressa; CADONÁ, Eliane;
PALMA, Yáskara Arrial. (org.) Gênero e Ciclos Vitais. Desafios, Problematizações e Perspectivas.
Porto Alegre: EdiPUCRS, 2012.
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organizacionais. In: CLEGG, Stewart R.; HARDY, Cynthia; et. al. (org) Handbook de Estudos
Organizacionais. São Paulo: Editora Atlas S.S, 1999.
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para a Terapia Familiar. 2. ed. Porto Alegre: Editora Artmed ,1995.
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tema. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo_licenciatura.php?codigo=TL0235>
Acesso em: 23 ago.
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<www.sescsp.org.br/sesc/images/upload/conferencias/94.rtf> Acesso em: 06 jun.
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MIRANDA, Josiane Liebl (org.) Normas para elaboração de projetos, trabalhos de conclusão de curso,
monografias, dissertações e teses / Universidade do Contestado. Revisão Andréia Luciana da Rosa
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73722009000300007&script=sci_arttext> Acesso em: 06 set.
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Articulando Pesquisa, Clínica e Política. Pós graduação em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRS, 2006.
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ROSSET, Solange Maria. Pais e Filhos: Uma Relação Delicada. 1. Ed. Curitiba: Editora Sol, 2003.
ROSSI-DORIA, Anna. Representar um corpo. Individualidade e “Alma Coletiva” nas lutas pelo sufrágio.
In: BONACCHI, Gabriela; GROPPI, Ângela. (org.) O Dilema da Cidadania. Direitos e Deveres das
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Florianópolis, p. 17-22. Dez. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
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SOIHET, Rachel. Zombaria como arma anti-feminista: instumento conservador entre libertários. Estudos
Feministas, Florianópolis, p.591-611. dez. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S0104-026X2005000300008&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 07 abr. 2013
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http://www.clam.org.br/publique/media/o_estigma_das_feministas.pdf. Acesso em 27 fevereiro 2013.
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no mercado formal de trabalho. 2012. 188 p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Curso de Doutorado do
Centro de Filosofia e Ciências Humanas – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
STREY, Marlene Neves. Gênero e Ciclos Vitais. In: STREY, Marlene Neves; BOTTON, Andressa;
CADONÁ, Eliane; PALMA, Yáskara Arrial. (org.) Gênero e Ciclos Vitais. Desafios, Problematizações e
Perspectivas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2012.
TELLES, Lygia Fagundes. Mulher, Mulheres. In: DEL PRIORE, Mary. História das Mulheres no Brasil.
São Paulo: Editora Contexto, 2007.
VASCONCELLOS, Maria J. E. Pensamento sistêmico: O novo paradigma da ciência. 4. Ed. Campinas:
Papirus Editorial, 2005.
WAGNER, Adriana (coord.) Como se Perpetua a Família? A transmissão dos Modelos Familiares. 1.
ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2005.
ZIRBEL, Ilze. Gênero e Estudos Feministas no Brasil. In: SILVA, Carla Fernanda (org.); KRAEMER,
Celso. (org.) Corpos Plurais: Experiências Possíveis. 1. Ed. Blumenau: Liquidificador, 2012. p. 15 – 68.
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CRISE DE PARADIGMA OU CRISE SOCIAL, 1997, Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.noos.org.br/userfiles/file/Terapia%20de%20Família%20Sistêmico-Construtivista.pdf>
Acesso em: 23 ago. 2013
História do Dia Internacional da Mulher. Disponível em:
http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm Acesso em 20 de maio de 2013.
Siglo XIX – Lucy Stone. Disponível em:
<http://mujeresquehacenlahistoria.blogspot.com.br/2011/06/siglo-xix-lucy-stone-blackwell.html>. Acesso
em 16 de maio de 2013
Terceira Idade: Qual a sua Idade? Disponível em:
http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe1.asp?cod_noticia=97 Acesso em: 10
de maio de 2013
Muito obrigada!

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Feminismo e Transgeracionalidade

  • 1. Universidade do Contestado - UnCUniversidade do Contestado - UnC Núcleo de Porto União - SCNúcleo de Porto União - SC Curso de PsicologiaCurso de Psicologia Banca de Trabalho de Conclusão deBanca de Trabalho de Conclusão de CursoCurso 20132013
  • 2. Feminista, eu?!Feminista, eu?! A vivência das conquistas do feminismo e a transmissão transgeracional dos papéis de gênero na percepção da adulta jovem à mulher idosa Acadêmica: Poliana Gomes Goslar Orientadora: Dra. Maris Stela da Luz Stelmachuk
  • 3. IntroduçãoIntrodução  Objetivo Geral/Problema de pesquisa;Objetivo Geral/Problema de pesquisa;  Relevância Pessoal;Relevância Pessoal;  Relevância Científica;Relevância Científica;  Relevância Social;Relevância Social;
  • 4. Referencial teóricoReferencial teórico Principais autoras e autores utilizados...Principais autoras e autores utilizados...
  • 5. O Cenário da secundarização femininaO Cenário da secundarização feminina Virgínia Woolf (1985), Rachel Soihet (2005), AnaVirgínia Woolf (1985), Rachel Soihet (2005), Ana Rossi-Doria (1994), Michele Perrot (2008) Maris S.Rossi-Doria (1994), Michele Perrot (2008) Maris S. da Luz Stelmachuk (2012),da Luz Stelmachuk (2012), Heleieth SaffiotiHeleieth Saffioti (1987), Felícia Reicher Madeira (1997), Mary Polce-(1987), Felícia Reicher Madeira (1997), Mary Polce- Lynch (2003),Lynch (2003), Pierre BourdieuPierre Bourdieu (2002), Frigga(2002), Frigga Haugh (1987).Haugh (1987).
  • 6. Feminismos: Um panorama históricoFeminismos: Um panorama histórico Ilze Zirbel (2012),Ilze Zirbel (2012), Martha Giudice Narvaz e SilviaMartha Giudice Narvaz e Silvia Helena Koller (2006),Helena Koller (2006), Marta Calás e Linda SmircichMarta Calás e Linda Smircich (1999), Felícia Reicher Madeira (1997), Rachel(1999), Felícia Reicher Madeira (1997), Rachel Soihet (2005), Bila Sorj (2005), Margareth RagoSoihet (2005), Bila Sorj (2005), Margareth Rago (2002).(2002).
  • 7. A Psicologia Sistêmica – Um mais um são trêsA Psicologia Sistêmica – Um mais um são três Pedro Carvalhal e Cátia Patrícia Fernandes da Silva (2011), Zuma (1997), Gabel, Soares (2006), Relvas (1999 apud CARVALHAL; SILVA, 2011), Vasconcelos, (1995), More, Crepaldi, Gonçalves, Menezes (2009), Solange Rosset (2003), Gameiro (1992 apud CARVALHAL E SILVA, 2011).
  • 8. Transmissão familiarTransmissão familiar Maurizio Andolfi, Cláudio Angelo (1989), BettyMaurizio Andolfi, Cláudio Angelo (1989), Betty Carter e Monica McGoldrick (1995), Tai CastilhoCarter e Monica McGoldrick (1995), Tai Castilho (2003), Denise Falcke e Adriana Wagner (2005),(2003), Denise Falcke e Adriana Wagner (2005), Ana Cláudia Fleck, Denise Falcke e Isabel TelmoAna Cláudia Fleck, Denise Falcke e Isabel Telmo Hackner (2005).Hackner (2005).
  • 9. MétodoMétodo  Pesquisa de Campo;Pesquisa de Campo;  Entrevista Semi-estruturada;Entrevista Semi-estruturada;jj  04 mulheres: duas adultas jovens, uma de meia idade e04 mulheres: duas adultas jovens, uma de meia idade e uma idosa (EIZIRIK, 2001);uma idosa (EIZIRIK, 2001);  Contato Informal;Contato Informal;  Plataforma Brasil;Plataforma Brasil;  Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
  • 10. MétodoMétodo  Entrevista piloto.Entrevista piloto.  Local de preferência das entrevistadas;Local de preferência das entrevistadas;  Entrevistas gravadas, transcritas integralmente,Entrevistas gravadas, transcritas integralmente, reapresentadas às participantes;reapresentadas às participantes;  Categorização / Blocos temáticos;Categorização / Blocos temáticos;  Análise das informações;Análise das informações;  Devolutiva: rumo acadêmico e científico do trabalho.Devolutiva: rumo acadêmico e científico do trabalho.
  • 11. Quem são as entrevistadas
  • 12. AnaAna 2222 Adulta JovemAdulta Jovem EstudanteEstudante LouisieLouisie 3636 Adulta JovemAdulta Jovem PsicólogaPsicóloga EmíliaEmília 4444 Meia IdadeMeia Idade Conselheira TutelarConselheira Tutelar JúliaJúlia 7474 IdosaIdosa Costureira aposentadaCostureira aposentada
  • 13. Feminista, eu?!Feminista, eu?! Percepções e estereótipos doPercepções e estereótipos do feminismofeminismo
  • 14. Júlia (74 anos, costureira aposentada) O feminismo não representa a substituição da lealdade a um gênero pela lealdade a outro, mas a transcendência à todo o gênero (WRIGHT, 1822 apud GAY, 1995 apud RAGO, 2001).
  • 15. Ana (22 anos, estudante) Existe uma percepção de que há um “clube do feminismo” no qual algumas pessoas decidem quem entra e quem fica de fora (WOLF s/d apud MADEIRA, 1994). ++ Conotação pejorativa das feministas, disseminada por alas sociais conservadoras (ZIRBEL, 2012; SORJ, 2005).
  • 16. Reconhecer-se feminista  estranheza e hesitação; Eita!Eita! [risos] [...][risos] [...] Eu acho que sim,Eu acho que sim, poderia ser assim... f-feminista...poderia ser assim... f-feminista... (Ana, 22 anos, estudante)(Ana, 22 anos, estudante)
  • 17. Feminismo nosso de cada dia: A vivência cotidiana das conquistas do movimento – da juventude aos dias atuais
  • 18.  Trabalho;Trabalho;  Estudo/Escolarização;Estudo/Escolarização;  Constituição familiar;Constituição familiar;  Relacionamentos.Relacionamentos.
  • 19. Corpo e sexualidade – Devemos,Corpo e sexualidade – Devemos, podemos ou queremos?podemos ou queremos? Meu corpo é às vezes meu, uma vez que ele porta os traços deMeu corpo é às vezes meu, uma vez que ele porta os traços de uma história que me é própria, de uma sensibilidade que éuma história que me é própria, de uma sensibilidade que é minha, mas ele contém, também, uma dimensão que me escapaminha, mas ele contém, também, uma dimensão que me escapa radicalmente e que o reenvia aos simbolismos de minharadicalmente e que o reenvia aos simbolismos de minha sociedade (sociedade (ARTAUD, s/dARTAUD, s/d apudapud NOVAES, 2006).NOVAES, 2006).
  • 20.  Olhar para as rupturas no modo de experienciar a sexualidade;  Tênue delineamento entre liberação sexual e novas configurações do machismo;
  • 21. Se você quer ir numa balada e ficar com sete, oito, nove pessoas e ‘dar’ pra quem você quiser, fazer com quem você quiser, beleza, você é livre pra isso. Mas daí usar disso a desculpa que tá no feminismo ou que é uma feminista eu acho que não é por aí assim (Ana, 22 anos, estudante).
  • 22. Segredo Familiar (individual construtivo).Segredo Familiar (individual construtivo). Desenvolve-se diante de alguma atitude não aceita pelo grupo familiar, que não corresponde aos tabus que se mantém entre as gerações. Viola as regras de posse comum das informações, modificando a relação entre os membros e comumente provocando sentimento de culpa ((WELTER-ENDERLIN, 1994 apud FALCKE, WAGNER, 2005).
  • 23. Eu sei que a primeira vez que eu tive a aula lá que ensinava sobre as intimidades, eu quase tive um enfarto. Eu cheguei em casa parecia que tava escrito na minha testa tudo que eles, que a professora falou, sabe? E tava lá desenhado, escrito e a mãe tava lendo, de tanta vergonha que eu passei (Emília, 44 anos, CT).
  • 25. A única diferença é que eu era sempre tratada diferente né, meus irmãos todos foram criados como menino e eu como menina, né? [...] Não teve, assim, diferença nenhuma assim. O tratamento da minha mãe era igual... Só que que nem eu disse, eu era menina, eles eram meninos. Eles brincavam com carrinho, eu com boneca. E assim então não tinha assim diferença (Júlia, 74 anos, costureira aposentada).
  • 26.  Eu sempre fui moleca, desde pequena; (Ana, 22 anos, estudante).  Sempre quis ser homem, eu nunca quis ser mulher; eu era uma menina, mas eu queria ser igual a homem; (Emília, 44 anos, conselheira tutelar).  Eu acho que nesse sentido até eu sou um pouco andrógena, assim. Sabe, sou meio... meio macho. Eu acho até que eu sou meio macho nesse sentido [risos]; (Louisie, 36 anos, psicóloga).
  • 27.  Eu nunca gostei de boneca, eu só gostava de brincarca gostei de boneca, eu só gostava de brincar de carrinho, a gente brincava de casinha, essas coisas,de carrinho, a gente brincava de casinha, essas coisas, mas eu sempre era o pai, sabe? Eu sempre iamas eu sempre era o pai, sabe? Eu sempre ia trabalhar, a minha irmã era a mãe, as galinhas eramtrabalhar, a minha irmã era a mãe, as galinhas eram as nossas filhas...as nossas filhas... [...][...] Daí eu sempre fui o homem, oDaí eu sempre fui o homem, o que dava conta da casa. A minha mulher, a minhaque dava conta da casa. A minha mulher, a minha irmã, era mãe das galinhas, ela limpava o galinheiroirmã, era mãe das galinhas, ela limpava o galinheiro (Emília, 44 anos, adulta de meia idade).(Emília, 44 anos, adulta de meia idade).
  • 28. E os homens? Relacionamento entre gêneros Na verdade não teve muita essa distinção entre homem e mulher assim. Em coisas pequenas do tipo homem senta de perna aberta, mulher de perna fechada, homem não faz nada o dia inteiro, mulher se mata totalmente. [risos] Pequenas coisas, quase nada, tipo “Cadê o meu almoço?” [risos] (Ana, 22 anos, estudante)
  • 29. O mundo é a casa do homem e a casa, é o mundo daO mundo é a casa do homem e a casa, é o mundo da mulher (MADEIRA, 1997).mulher (MADEIRA, 1997). Mulheres  Espaço doméstico Homens  Mercado de trabalho com eventuais “ajudas” no ambiente doméstico, parte externa da casa;
  • 30. Mães, filhas e netas – Transgeracionalidade feminina A possibilidade de reequilibrar as dinâmicas intergeneracionais é a condição sem a qual não há maturidade psicológica, autonomia e autoridade pessoal. [...] Não se pode separar sem antes se perceber a linha de união. (WILLIANSON, 1982 apud ANDOLFI, ANGELO, 1989, p. 88).
  • 31. A gente foi sair de carro, eu o Rodrigo e a Iara. Aí eu fui dirigir. A Iara falou: “Não mãe, você tá no lugar errado, o teu lugar é aqui!” Mas eu nunca falei isso, gente eu dirijo o dia inteiro, porque o carro fica comigo então sempre eu que tô, né... Mas quando tá o pai e a mãe, a mãe deve ir no banco do passageiro e o pai dirigindo. Eu não me lembro de ter falado isso pra ela, não lembro do Rodrigo ter falado isso pra ela... (Ana, 22 anos, estudante)
  • 32. ValoresValores Aspectos que a família se preocupa em transmitir às novas gerações, explícita ou implicitamente. (CERVENY; BERTHOUD, 1997 apud FALCKE, WAGNER, 2005)
  • 33. Tem umas regrinhas sim. [...] Então não que a gente tenha ouvido isso como... De uma maneira preventiva assim sabe, “Ah não, Deus o livre você...” Não teve isso. Mas depois que aconteceu fica assim meio que no ar um certo desconforto e um certo preconceito em relação a quando ocorre assim. [...] Tem uns olhares meio assim sabe. Então não é declarado, mas a gente sente que simbolicamente assim alguns aspectos meio que... (Louisie, 36 anos, psicóloga)
  • 34. Eles deixaram eu fazer tudo, mas sempre deixaram claro: ‘Ó, faça o que você quiser, mas se você sair da linha vai ter uma consequência’. Que até hoje não sei qual que seria né, não sei. Não sei, porque não cheguei a sair. Não saí da linha! [risos] Não sei o que que eles queriam dizer também com sair da linha.[...] Mesmo sem saber o que era essa conseqüência eu fiquei assim: “Opa! Aí eu não vou pisar porque eu não sei o que que vai acontecer”. (Louisie, 36 anos, psicóloga)
  • 35. MitoMito OOposto ao pensamento lógico e racional, serve para escurecer ou negar alguma realidade penosa e complexa. Se desenvolve diante de vazios e se estabelece como verdade no decorrer do tempo, possuindo um poder muito grande sobre os membros do sistema. A infidelidade é um fenômeno favorecedor do desenvolvimento de mitos. (ANDOLFI, ANGELO, 1989, FALCKE, WAGNER, 2005, GONZÁLES, 1994 apud FALCKE, WAGNER, 2005, PITTMAN, 1994 apud FALCKE, WAGNER, 2005).
  • 36. Não teve traição por parte das mulheres da minha família. Mas por parte dos homens todos... [risos]. Será que... [...] Eu penso assim que 99% dos homens traem. Será que isso é um pré julgamento meu por ter vindo de uma família assim? (Louisie, 36 anos, psicóloga)
  • 37. A utopia está lá no horizonte.A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia?Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar. Eduardo GaleanoEduardo Galeano
  • 39. ANDOLFI, Maurizio, ANGELO, Claudio. Tempo e Mito em psicoterapia familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. BOTTON, Andressa; STREY, Marlene Neves. As influências do gênero na infância: Como Produzimos Meninos ou Meninas. In: STREY, Marlene Neves; BOTTON, Andressa; CADONÁ, Eliane; PALMA, Yáskara Arrial. (org.) Gênero e Ciclos Vitais. Desafios, Problematizações e Perspectivas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2012. BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil Ltda, 2002. CADONÁ, Eliane; STREY, Marlene Neves. A Construção do Sujeito Materno: Problematizando Práticas à Luz dos Estudos Feministas. In: STREY, Marlene Neves; BOTTON, Andressa; CADONÁ, Eliane; PALMA, Yáskara Arrial. (org.) Gênero e Ciclos Vitais. Desafios, Problematizações e Perspectivas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2012. CALÁS, Marta; SMIRCICH, Linda. Do ponto de vista da mulher: abordagens feministas em estudos organizacionais. In: CLEGG, Stewart R.; HARDY, Cynthia; et. al. (org) Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Editora Atlas S.S, 1999. CARTER, Betty. MCGOLDRICK, Monica. As Mudanças no Ciclo de Vida Familiar: Uma Estrutura para a Terapia Familiar. 2. ed. Porto Alegre: Editora Artmed ,1995. CARVALHAL, Pedro; SILVA, Cátia Fernandes. Terapia Familiar Sistêmica: uma breve introdução ao tema. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo_licenciatura.php?codigo=TL0235> Acesso em: 23 ago. CASTILHO, Tai. Família e Relacionamento de gerações. Disponível em: <www.sescsp.org.br/sesc/images/upload/conferencias/94.rtf> Acesso em: 06 jun. CORDIOLI, Aristides Volpato; MARGIS, Regina. Idade adulta: meia idade. In: BASSOLS, Ana Margareth Siqueira; EIZIRIK, Cláudio Laks; KAPCZINSKI, Flávio (Orgs.). O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. DIEHL, Artur. O homem e a nova mulher: novos padrões sexuais de conjugalidade. In: WAGNER, Adriana (org.). Famílias em cena: tramas, dramas e transformações. Petrópolis: Vozes, 2000. FALCKE, Denise; WAGNER, Adriana. A dinâmica familiar e o fenômeno da transgeracionalidade: definição de conceitos. In: WAGNER, Adriana. (org.) Como se perpetua a família? A transmissão dos modelos familiares. Porto Alegre: EDIPUCRS Editora, 2005
  • 40. FUZZI, Ludmila Pena. O que é a Pesquisa de Campo. Disponível em: <http://profludfuzzimetodologia.blogspot.com.br/2010/03/o-que-e-pesquisa-de-campo.html>Acesso em 14 abr. 2013. GABEL, Christine Liz Moeller, SOARES, Dulce Helena Penna. Contribuições da Teapia Familiar Sistêmica para a Escolha Profissional. Revista Brasileira de Orientação Profissional. Blumenau, p. 57-64. Maio 2006. Disponível em: <pepsic.bvsalud.org/pdf/rbop/v7n1/v7n1a07.pdf> Acesso em: 23 ago. KI-MOON, Ban. Violência Contra as Mulheres: A Situação. Disponível em: http://www.onu.org.br/unase/sobre/situacao/ Acesso em 17 mar. KUBLIKOWSKI, Ida, MACEDO, Rosa Maria. Família e Gênero. In.: OLIVEIRA, Ceneide Maria de. (org.) Família e... Casapsi , 2006. MADEIRA, Felícia Reicher. (org.) Quem mandou nascer mulher? Estudos sobre crianças e adolescentes pobres no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 1997. MANZINI, Eduardo José. Entrevista Semi-Estruturada: Análise de Objetivos e de Roteiros. Disponível em: <http://www.sepq.org.br/IIsipeq/anais/pdf/gt3/04.pdf> Acesso em 14 abr. 2013. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. Ed. São Paulo: Atlas S. A., 2003. MIRANDA, Josiane Liebl (org.) Normas para elaboração de projetos, trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações e teses / Universidade do Contestado. Revisão Andréia Luciana da Rosa Scharmach ... [et al]. – Mafra, SC, 2012. MORE, Carmen L. Ocampo, CREPALDI, Maria Aparecida, GONÇALVES, Jadete Rodrigues, MENEZES, Marina. Contribuições do pensamento sistêmico à prática do psicólogo no contexto hospitalar. Psicologia em Estudo. Maringá, p. 465-473. Setembro 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 73722009000300007&script=sci_arttext> Acesso em: 06 set. NARVAZ, Martha Giudice; KOLLER, Sílvia Helena. Metodologias Feministas e Estudos de Gênero: Articulando Pesquisa, Clínica e Política. Pós graduação em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRS, 2006. NOVAES, Joana de Vilhena. O intolerável peso da feiúra. Sobre as mulheres e seus corpos. 1. Ed. Rio de Janeiro: Ed.PUC-Rio, 2006.
  • 41. OSÓRIO, Cláudio Maria da Silva. Adultos Jovens, seus scripts e cenários. In: BASSOLS, Ana Margareth Siqueira; EIZIRIK, Cláudio Laks; KAPCZINSKI, Flávio (Orgs.). O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2008. POLCE-LYNCH, Mary. Conversando com meninos. São Paulo: Editora M.Books, 2003 RAGO, Margareth. Feminizar é Preciso. Por uma cultura filógina. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, p. 58-66. Jun. 2002. Disponível em: www.scielo.br/pdf/spp/v15n3/a09v15n3.pdf ROSSET, Solange Maria. Pais e Filhos: Uma Relação Delicada. 1. Ed. Curitiba: Editora Sol, 2003. ROSSI-DORIA, Anna. Representar um corpo. Individualidade e “Alma Coletiva” nas lutas pelo sufrágio. In: BONACCHI, Gabriela; GROPPI, Ângela. (org.) O Dilema da Cidadania. Direitos e Deveres das Mulheres. São Paulo: Editora UNESP, 1994. SAFFIOTI, Heleieth I. B. O Poder do Macho. 11. ed. São Paulo: Editora Moderna, 1987. SALDANHA, Marília; MUHLEN, Bruna Krimberg Von; STREY, Marlene. O Homem Maternante: Mudanças à vista? In: STREY, Marlene Neves; BOTTON, Andressa; CADONÁ, Eliane; PALMA, Yáskara Arrial. (org.) Gênero e Ciclos Vitais. Desafios, Problematizações e Perspectivas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2012. SCHMIDT, Simone Pereira. Como e porque somos feministas. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, p. 17-22. Dez. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 026X2004000300002&script=sci_arttext> Acesso em: 05 mar. 2013 SOIHET, Rachel. Zombaria como arma anti-feminista: instumento conservador entre libertários. Estudos Feministas, Florianópolis, p.591-611. dez. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php? pid=S0104-026X2005000300008&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 07 abr. 2013 SORJ, Bila. O Estigma das Feministas. Disponível em: http://www.clam.org.br/publique/media/o_estigma_das_feministas.pdf. Acesso em 27 fevereiro 2013. STELMACHUK, Maris Stela da Luz. Mulheres do Século XX: Memórias e significados de sua Inserção no mercado formal de trabalho. 2012. 188 p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Curso de Doutorado do Centro de Filosofia e Ciências Humanas – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
  • 42. STREY, Marlene Neves. Gênero e Ciclos Vitais. In: STREY, Marlene Neves; BOTTON, Andressa; CADONÁ, Eliane; PALMA, Yáskara Arrial. (org.) Gênero e Ciclos Vitais. Desafios, Problematizações e Perspectivas. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2012. TELLES, Lygia Fagundes. Mulher, Mulheres. In: DEL PRIORE, Mary. História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2007. VASCONCELLOS, Maria J. E. Pensamento sistêmico: O novo paradigma da ciência. 4. Ed. Campinas: Papirus Editorial, 2005. WAGNER, Adriana (coord.) Como se Perpetua a Família? A transmissão dos Modelos Familiares. 1. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2005. ZIRBEL, Ilze. Gênero e Estudos Feministas no Brasil. In: SILVA, Carla Fernanda (org.); KRAEMER, Celso. (org.) Corpos Plurais: Experiências Possíveis. 1. Ed. Blumenau: Liquidificador, 2012. p. 15 – 68. ZUMA, Carlos Eduardo. Terapia de família sistêmico-construvista. In: SEMINÁRIO PSICOLOGIA: CRISE DE PARADIGMA OU CRISE SOCIAL, 1997, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.noos.org.br/userfiles/file/Terapia%20de%20Família%20Sistêmico-Construtivista.pdf> Acesso em: 23 ago. 2013 História do Dia Internacional da Mulher. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm Acesso em 20 de maio de 2013. Siglo XIX – Lucy Stone. Disponível em: <http://mujeresquehacenlahistoria.blogspot.com.br/2011/06/siglo-xix-lucy-stone-blackwell.html>. Acesso em 16 de maio de 2013 Terceira Idade: Qual a sua Idade? Disponível em: http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe1.asp?cod_noticia=97 Acesso em: 10 de maio de 2013