2. Nasceu a bordo do navio São Luís,
ancorado em águas maranhenses.
Filho de família de classe elevada, foram
seus pais o desembargador José da Mota
de Azevedo Correia e Maria Clara Vieira
da Mota de Azevedo Corrêa, ambos
naturais do Maranhão. Seu pai descendia
dos Duques de Caminha e era filho de
pais portugueses.
3. Em 1882 formou-se advogado pela
Faculdade do Largo São Francisco,
desenvolvendo uma bem-sucedida
carreira como Juiz de Direito no Rio de
Janeiro e em Minas Gerais.
Raimundo Correia iniciou a sua carreira
poética com o livro "Primeiros sonhos",
revelando forte influência dos poetas
românticos Fagundes Varela, Casimiro de
Abreu e Castro Alves.
4. Em 1883 com o livro "Sinfonias", assume
o parnasianismo e passa a integrar, ao
lado de Alberto de Oliveira e Olavo Bilac, a
chamada "Tríade Parnasiana".
Faleceu a 13 de setembro de 1911, em
Paris, onde fora tratar da saúde.
5. Os temas adotados por Raimundo Correia
giram em torno da perfeição formal dos
objetos.
Ele se diferencia um pouco dos demais
parnasianos porque sua poesia é marcada
por um forte pessimismo, chegando até a ser
sombria.
Ao analisar a obra de Raimundo Correia
percebe-se que há nela uma evolução. Ele
iniciou sua carreira como romântico, depois
adotou o parnasianismo e, em alguns
poemas aproximou-se da escola simbolista.
6. Raimundo Correia foi um dos fundadores
do Sodalício Brasileiro, onde ocupou a
cadeira 5, que tem por patrono Bernardo
Guimarães.
7. Aqui outrora retumbaram hinos;
Muito coche real nestas calçadas
E nestas praças, hoje abandonadas,
Rodou por entre os ouropéis mais finos...
Arcos de flores, fachos purpurinos,
Trons festivais, bandeiras desfraldadas,
Girândolas, clarins, atropeladas
Legiões de povo, bimbalhar de sinos...
8. Tudo passou! Mas dessas arcarias
Negras, e desses torreões medonhos,
Alguém se assenta sobre as lájeas frias;
E em torno os olhos úmidos, tristonhos,
Espraia, e chora, como Jeremias,
Sobre a Jerusalém de tantos sonhos!...