Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Tete II de Imunologia
1. II Teste de Frequência
Curso : Licenciatura em Farmácia
Disciplina : Imunologia
Discente : Paulo José Cumbane
Data : 20 de Outubro de 2009
2. CASO 1
Rinite Alérgica, é um exemplo típico de uma reacção de hipersensibilidade de tipo I.
Reacção de hipersensibilide tipo I pode ser definida como uma reacção imunológica de
desenvolvimento rápido, que ocorre minutos depois da combinação de um antígeno com anticorpo
ligado aos mastócitos ou aos basófilos de um indivíduo previamente sensibilizado ao antígeno.
A Rinite Alérgica é um termo médico que descreve a irritação e inflamação crónica ou aguda da
mucosa nasal.
a) Sinais e Sintomas Incluem:
Rinorréia ( corrimento de mucosa do narriz)
Coriza
Congestão nasal
Prurrido nos olhos, no nariz, no céu da boca e na garganta
Aspirros constantes
Com menos frequência vómitos
Febre
Cefaleia
Inflamação da mucosa
A rinite pode ainda acompanhar-se de faringite, laringite, sinusite, congutivite e tosse.
Sulco nasal
Edema e irritação da mucosa nasal
b) A IgE contribui para patogénese da rinite alérgica da seguinte forma:
A IgE é responsável por sensibilizar os mastócitos e basófilos e proporciona o reconhecimento de
antigeno. Os mastócitos sensibilizados libertam aminas vasoactivas e outros mediadores das reacções
alérgicas seguida de recrutamento de outras células inflamatórias.
As reacções alérgicas são desencadeadas quando os alérgenos fazem ligações cruzadas com a IgE
pré-formada ligada ao receptor de alta afinidade Fc ε RI nos mastócito. Uma vez activados, eles
induzem reacções inflamatórias pela secreção de mediadores químicos armazenados em grânulos
preformados, e pela secreção de leucotrienos e citocinas, depois que ocorre a activação. A reacção
alérgica imediata é causada por desgranulação dos mastócitos que é seguida por um recrutamento de
outras células efectoras, principalmente dos LyTH2, eosinófilos e basófilos que também contribuem
para a imonopatologia da rinite alérgica ( reacção tardia).
c) Atopia é a propensão que um indivíduo tem de apresentar uma resposta do sistema imunológico
à substâncias e partículas comuns, como os alérgenos inaláveis ou alimentares. Essa resposta
imunológica é provida pela produção de um anti-corpo chamado imunoglobulina E (IgE), e
algumas pessoas nascem com predisposição genética a apresentar reacções devido o aumento
desse anticorpo.
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3. d) Principais mediadores químicos decretados por mastócitos. Papel de cada um dos
mediadores na fisiopatologia da hipersensibilidade do tipo I. (Ver Tabela abaixo).
Mediador Efeito Biológico
Contracção do músculo liso brônquico;
Histamina Aumento de permeabilidade vascular;
Aumento da secreção pelas glândulas nasais, brônquicos e
gástricas.
Adenosina Potencializa a libertação de mediadores de mastócitos;
Inibe agregação das plaquetas.
FQE* Infiltração de eosinófilos (quimiotaxia)
FQN** Infiltração de neutrófilos.
Triptase, Quimase, Catepsina, Componentes activados de complemento, determinam a
Carboxipeptidase produção de cinas e remodelação da matriz do tecido
conjuntivo.
Heparina Aumenta a permeabilidade vascular
Causam contracção do músculo liso
Anticoagulante
Leucotrienos C4, D4 e E4 Contracção do músculo liso;
Aumento da permeabilidade vascular;
Estimulam a secreção do muco.
Leucotrieno B4 Quimiotaxia de neutrófilos, eosinófilos e monócitos
Prostaglandina D2 Broncospasmo intenso
Aumento de secreção de muco
FAP Agregação das plaquetas;
Estimula a libertação de histamina;
Broncospasmo;
Aumentam da permeabilidade vascular e vasodilatação;
Quimiotático para neutrófilos e eosinófilos.
IL-3, IL-5 e GM-CSF Amplificam a produção de eosinófilos pela medula óssea
Activam os eosinófilos
IL-4, IL-13 Estimulam e amplificam as respostas de linfócitos TH2.
INF- α Promove a inflamação;
Estimula a produção de citocinas por vários tipos celulares e
activam o endotélio
* Factor Quimiotático de Eosinófilos
** Factor Quimiotático de Neutrófilos
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4. e) Formas de tratamento da rinite alérgica:
O tratamento da rinite alérgica é composto por três pontos fundamentais:
• Higiene ambiental : Medidas de controle ambiental para reduzir a exposição ao ácaro são
clinicamente eficazes e envolvem uma combinação de medidas como controle de humidade,
capas para colchão anti-ácaro, aspirador de pó com filtro adequado e o uso de acaricidas.
• Imunoterapia : Injecção antígeno-específico nos regimes de dessensibilização, os quais desviam
a resposta imune ao alérgeno de um tipo celular TH2 para um tipo TH1, de modo que a IgG é
produzida no lugar de IgE.
• Tratamento farmacológico : Uso de fármacos inibidores específicos para bloquear a síntese ou
os efeitos dos mediadores inflamatórios produzidos pelos mastócitos. Recomenda-se também o
uso de descongestionantes orais e corticóides intranasais.
Mecanismos de tratamento imunológico e Farmacológico (ver tabela abaixo)
Etapa -Alvo Mecanismo de Tratamento Abordagem Específica
• Injecção de antígeno específico
ou peptídeos;
Activação de Ly TH2 Inversão da relação Ly TH2/TH1 • Administração de citocinas.
P.ex. IFN- γ , IL-10, IL-12,
TGF- β ;
• Uso de adjuvantes como
oligodeoxinuclótideos CpG para
estimular a resposta TH1.
Activação de células B Bloqueia a co-estimulação; • Inibe o CD40L
para produzirem IgE Inibe as citocinas TH2 • Inibe a IL-4 ou IL-13
Activação dos Inibe os efeitos da ligação IgE aos • Bloqueio do receptor de IgE
mastócitos mastócitos
Acção do mediador Inibe os efeitos de mediadores sobre • Droga anti-histamímica
receptores específicos • Inibidores de lipooxigenase
Inibe a síntese de mediadores
específicos
Inflamação dependente Bloqueia os receptores de citocinas e • Inibe a IL-5
de eosinófilos quimiocinas que medeiam o • Bloqueia o CCR3
recrutamento e a activação dos
eosinófilos
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5. CASO 2
Tuberculose Pulmonar, é uma infecção causada por um microrganismo chamado Mycobacterium
Tuberculosis, também chamado de bacilo de Coch. A doença costuma afectar pulmões, mas pode
também, ocorrer em outros órgãos de corpo, mesmo sem causar danos pulmonares.
a) BCG ( Bacilo Camette-Guérin) – é uma vacina contra tuberculose, e é elaborada a partir de
Mycobacterium bovis atenuada, que é semelhante ao microrganismo causador da doença
( Mycobacterium tuberculosis). A BCG não impede a infecção e nem o desenvolvimento da
tuberculose pulmonar, mas pode conferir certo grau de protecção para a meningite tuberculosa e
para formas disseminadas da doença. A sua aplicação em Moçambique é feita por via
intradérmica no primeiro mês de vida ( idade mínima),ou aos 23 meses (idade máxima) e é
aplicada preferencialmente no braço, na altura de inserção inferior do músculo daltóide.
Doses : Crianças menores que 3 meses:0,05 mL de preferência logo após o nascimento.
Crianças maiores de 3 meses e adultos: 0,1 mL
b) Teste de Mantoux
Teste que consiste na injecção na derme, com uma agulha muito fina, de uma quantidade
rigorosamente doseada de tuberculina (Derivado Proteico Purificado de Mycobacterium
tuberculosis). A reacção positiva consiste em rubor numa zona do nódulo formado, que se avalia
habitualmente a partir do 3o dia, que o organismo já foi exposto à tuberculose. A injecção do
antígeno de tuberculina causa uma reacção de hipersensibilidade. Esta reacção ocorre quando células
T sensibilizadas reconhecem antígenos apresentados pelos macrófagos. Este processo activa as
células T, resultando em libertação de citocinas mediadoras de reacção de hipersensibilidade.
O TNF-alfa e linfotoxina (TNF-beta) derivados da célula T, agem nas células endoteliais, nas
paredes dos vasos dermais, induzindo a expressão sequencial de moléculas de adesão E-selectina,
ICAM-I e VCAM-I, que se ligam a receptores nos leucócitos, recrutando-os para o local da reacção.
Este infiltrado se estende para fora e rompem a estrutura colagenosa da derme, que pode ser
traduzida por reacções cutâneas, devido ao acumulo de células mononucleares no tecido subcutâneo
e na derme profunda.
c) Imunopatologia da infecção por M. tuberculosis
A apresentação eficaz de peptídeos antigénicos das micobactérias que sobrevivem dentro dos
macrófagos, faz com que as células TH1 provoquem, através das suas citocinas, uma activação
microfágica, essencialmente através da principal citocina activadora dos macrófagos, o INF- γ , sendo
esta activação adjuvada por outros sinais captadas pelos macrófagos que vão envolver estes
microrganismos. Este mecanismo que à partida, é um mecanismo de defesa, pode voltar-se contra o
hospedeiro, o que pode resultar na indução de necrose celular. Isto ocorre devido a activação constante
de células T no local da infecção, o que conduz a uma reacção granulomatosa. E esta é uma reacção
caracterizada pelos macrófagos activados, as céluluas epitelióides, rodeada por células T, que pode
então, induzir necrose tecidual.
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6. d) Diferenças entre a resposta imunológica adaptativa contra bactérias intra-celulares
e resposta adaptativa contra bactérias extra-celulares.
Imunidade adaptativa contra bactérias intra-celulares
Os microrganismos intra-celulares tem a capacidade de residirem e replicarem-se no interior da célula
do hospedeiro, no entanto, a sua eliminação é:
• Mediada por células;
• O antígeno é reconhecido quando exposto na superfície das células infectadas, onde é
reconhecido pelas células T citotóxicas;
• As células T reconhecem antígenos estranhos como fragmentos de peptídeos ligados a
proteínas de MHC.
• As células T destroem os patógenos intracelulares, matando as células infectadas e
activando os macrófagos.
Imunidade adaptativa contra bactérias extra-celulares
A imunidade humoral é a principal resposta protectora contra bactérias extra-celulares
• É mediada por anticorpos;
• Anticorpos ligam-se com antígeno bacteriano ou directamente na superfície do patógeno,
bloqueando o seu acesso às células (neutralização) que podem infectar ou destruir.
• Marcam antígenos para que sejam reconhecidos pelos macrófagos ( opsonização);
• Os anticorpos também podem activar o complemento, causando a destruição do patógeno
extra-celular.
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