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USP 2018- Acesso direto
Homem de 56 anos de idade apresenta há 3 dias dor de forte intensidade em
joelho direito, associado a aumento de volume e calor local. Refere que a dor teve
início súbito, à noite, enquanto dormia. Nega antecedente de trauma. Nega
febre.
No último ano, apresentou duas crises de dor articular localizadas na primeira
articulação metatarsofalangiana esquerda, com duração de uma semana. Nesses
dois episódios, os sintomas eram menos intensos e foram controlados com
paracetamol. Nega qualquer queixa articular entre as crises.
É diabético em uso de insulina e metformina. Teve angioedema prévio associado
ao uso de diclofenaco.
Caso a principal hipótese diagnóstica seja confirmada, qual é o tratamento por via
oral adequado, respectivamente, para o quadro agudo e em longo prazo?
USP 2020 – Acesso Direto
Artropatia por Cristais
Disciplina de Clínica Médica - Reumatologia
Artropatia por Cristais
•Doenças que ocorrem pela deposição de cristais nas
articulações ou outros tecidos e que podem se
manifestar com artrite aguda ou crônica
Artropatia por Cristais
•O diagnóstico dessas artropatias depende do aspirado e
do estudo do líquido sinovial, com o objetivo de
identificar cristais no microscópio sob luz polarizada
•Principais cristais:
• Cristais de monourato de sódio
• Cristais de Pirofosfato de cálcio
• Cristais de hidroxapatita
Gota
•Doença inflamatória e metabólica que cursa com
hiperuricemia e que ocorre pela deposição de cristais de
monourato de sódio nas articulações, ossos ou outros
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Gota
•Epidemiologia
• 9 homens x 1 mulher
• A prevalência de gota na mulher na pós-menopausa aumenta
• Prevalência
• 5 a 28/1000 homens
• 1 a 6/1000 mulheres
• Maior incidência 30 – 60 anos
Fisiopatologia
•Ácido úrico
• Produto final do metabolismo das purinas
• Ausência da enzima uricase em humanos
• Pode ser causada:
• Redução da excreção renal
• Superprodução de ácido úrico
• Combinação dos anteriores
Fisiopatologia
Hiperuricemia
• Primária
• Na ausência de drogas ou doenças que alterem o balanço de ácido úrico
• Secundária
• Defeitos enzimáticos hereditários
• Fosforibosilpirofosfato sintetase
• Hipoxantinaguanina fosforibosiltransferase
• Deficiência de glicose 6-fosfatase
• Doenças que aumenta a produção de purina
• Doenças mieloproliferativas, neoplasias, psoríase, obesidade, síndrome de down
• Drogas/condições que aumentam a síntese de purina
• Etanol, dieta, deficiência de vitamina B12, drogas citotóxicas, laxantes,
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Fisiopatologia
Fisiopatologia
Gota – Formas Clínicas
•Artrite gotosa aguda
•Período intercrítico
•Recorrência crônica/gota tofácea
• Geralmente a doença segue esta sequência, com redução dos intervalos
intercríticos e desenvolvimento de artropatia crônica e tofos
Gota – Artrite Aguda
•Dor intensa, eritema, edema
•Geralmente monoarticular (* 1ª MTF)
•Resolução espontânea em poucos dias (mesmo sem
tratamento)
•Fatores predisponentes
• Trauma, cirurgia, fome, dieta, desidratação, drogas, álcool
Gota
Gota – Período Intercrítico
•Duração variável
•Extremamente incomum nas doenças articulares (com
exceção da gota e reumatismo palindrômico)
Gota – GotaTofácea Crônica
•Tofos
• Geralmente indolores
• Depósito de cristais cercado de inflamação granulomatosa
• Tecidos moles
Gota
Gota – Complicações Renais
•Nefropatia crônica
•Uropatia obstrutiva
Gota - Diagnóstico
•Diagnóstico definitivos -> presença de cristais de
monourato de sódio intracelulares na análise do líquido
sinovial
•Diagnóstico presumido pode ser feito de acordo com
achados clínicos, laboratoriais e radiológicos
•*Dosagem sérica de Ácido Úrico
Gota - Diagnóstico
Exame de imagem
Exames de Imagem
• Tomografia computadoriada dual energy
• Ressonância magnética
Gota – Diagnóstico Diferencial
•Artrite séptica
•Trauma
•Pseudogota
Tratamento – Crise Aguda
•Princípios gerais
• Deve ser iniciado rapidamente e suspender medicação 2-3
dias após o término dos sintomas
• Não iniciar medicamentos que reduzem o ácido úrico
• A escolha do medicamento depende das comorbidades
Tratamento – Crise Aguda
•Anti-inflamatórios não-hormonais
•Colchicina
•Glicocorticóides
•Infiltração de glicocorticoide
•Anti IL-1
• Anakinra
• Canakimumabe
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•Mudança de estilo de vida
• Obesidade e dieta
• Álcool
• Hipertensão e diuréticos
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•Terapia Farmacológica – Indicações
• Ataques frequentes (> 2/ano)
• Sinais clínicos ou radiográficos de artrite crônica/tofos
• Gota + DRC
• Uricosúria > 1100mg/dia
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•Terapia Farmacológica – Metas
• Ácido úrico sérico < 6mg/dL
• ConsiderarÁcido úrico < 5mg/dL se houver presença de tofo
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•De maneira geral, o tratamento é iniciado pelo menos
após 2 semanas da crise aguda
•Duração indefinida
Tratamento – Prevenção de Recorrência
• Alopurinol
• Inativação irreversível da xantina oxidase
• Dose habitual 300mg/dia (máxima 900mg/dia)
• Efeitos colaterais: citopenias, farmacodermia, síndrome de
hipersensibilidade ao alopurinol
• Benzobromarona
• Uricosúrico
• Indicados em pacientes hipoexcretores
• 50-200mg/dia
• *Nefrolitíase
Tratamento – Profilaxia durante início do
tratamento
•Colchicina por 6 meses junto com o anti-
hiperuricemiante
•Ingesta de água
•Avaliar alcalinizar a urina
Doença por Pirofosfato
•O pirofosfato de cálcio é um sal que pode se depositar no
tecido conjuntivo, podendo causar síndromes clínicas ou
ser assintomático
Doença por Pirofosfato
•Mais comum em idades avançadas
•Maior parte é assintomática
•Doenças relacionadas
• Hemocromatose, hiperparatireoidismo, hipomagnesemia, acromegalia,
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•Assintomático
•Pseudogota
•Pseudoartrite reumatoide
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•Doença articular pseudoneuropática
Doença por Pirofosfato – Diagnóstico
•Líquido sinovial
• Presença de cristal com birrefringência fracamente positiva em forma de
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Doença por Pirofosfato – Diagnóstico
•Radiológico
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articular
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•Infiltração
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Gota

  • 1. USP 2018- Acesso direto Homem de 56 anos de idade apresenta há 3 dias dor de forte intensidade em joelho direito, associado a aumento de volume e calor local. Refere que a dor teve início súbito, à noite, enquanto dormia. Nega antecedente de trauma. Nega febre. No último ano, apresentou duas crises de dor articular localizadas na primeira articulação metatarsofalangiana esquerda, com duração de uma semana. Nesses dois episódios, os sintomas eram menos intensos e foram controlados com paracetamol. Nega qualquer queixa articular entre as crises. É diabético em uso de insulina e metformina. Teve angioedema prévio associado ao uso de diclofenaco. Caso a principal hipótese diagnóstica seja confirmada, qual é o tratamento por via oral adequado, respectivamente, para o quadro agudo e em longo prazo?
  • 2.
  • 3. USP 2020 – Acesso Direto
  • 4. Artropatia por Cristais Disciplina de Clínica Médica - Reumatologia
  • 5. Artropatia por Cristais •Doenças que ocorrem pela deposição de cristais nas articulações ou outros tecidos e que podem se manifestar com artrite aguda ou crônica
  • 6. Artropatia por Cristais •O diagnóstico dessas artropatias depende do aspirado e do estudo do líquido sinovial, com o objetivo de identificar cristais no microscópio sob luz polarizada •Principais cristais: • Cristais de monourato de sódio • Cristais de Pirofosfato de cálcio • Cristais de hidroxapatita
  • 7. Gota •Doença inflamatória e metabólica que cursa com hiperuricemia e que ocorre pela deposição de cristais de monourato de sódio nas articulações, ossos ou outros tecidos
  • 8. Gota •Epidemiologia • 9 homens x 1 mulher • A prevalência de gota na mulher na pós-menopausa aumenta • Prevalência • 5 a 28/1000 homens • 1 a 6/1000 mulheres • Maior incidência 30 – 60 anos
  • 9. Fisiopatologia •Ácido úrico • Produto final do metabolismo das purinas • Ausência da enzima uricase em humanos • Pode ser causada: • Redução da excreção renal • Superprodução de ácido úrico • Combinação dos anteriores
  • 10.
  • 12. Hiperuricemia • Primária • Na ausência de drogas ou doenças que alterem o balanço de ácido úrico • Secundária • Defeitos enzimáticos hereditários • Fosforibosilpirofosfato sintetase • Hipoxantinaguanina fosforibosiltransferase • Deficiência de glicose 6-fosfatase • Doenças que aumenta a produção de purina • Doenças mieloproliferativas, neoplasias, psoríase, obesidade, síndrome de down • Drogas/condições que aumentam a síntese de purina • Etanol, dieta, deficiência de vitamina B12, drogas citotóxicas, laxantes, Etambultol, diuréticos
  • 15. Gota – Formas Clínicas •Artrite gotosa aguda •Período intercrítico •Recorrência crônica/gota tofácea • Geralmente a doença segue esta sequência, com redução dos intervalos intercríticos e desenvolvimento de artropatia crônica e tofos
  • 16. Gota – Artrite Aguda •Dor intensa, eritema, edema •Geralmente monoarticular (* 1ª MTF) •Resolução espontânea em poucos dias (mesmo sem tratamento) •Fatores predisponentes • Trauma, cirurgia, fome, dieta, desidratação, drogas, álcool
  • 17. Gota
  • 18. Gota – Período Intercrítico •Duração variável •Extremamente incomum nas doenças articulares (com exceção da gota e reumatismo palindrômico)
  • 19. Gota – GotaTofácea Crônica •Tofos • Geralmente indolores • Depósito de cristais cercado de inflamação granulomatosa • Tecidos moles
  • 20. Gota
  • 21. Gota – Complicações Renais •Nefropatia crônica •Uropatia obstrutiva
  • 22. Gota - Diagnóstico •Diagnóstico definitivos -> presença de cristais de monourato de sódio intracelulares na análise do líquido sinovial •Diagnóstico presumido pode ser feito de acordo com achados clínicos, laboratoriais e radiológicos •*Dosagem sérica de Ácido Úrico
  • 25. Exames de Imagem • Tomografia computadoriada dual energy • Ressonância magnética
  • 26. Gota – Diagnóstico Diferencial •Artrite séptica •Trauma •Pseudogota
  • 27.
  • 28. Tratamento – Crise Aguda •Princípios gerais • Deve ser iniciado rapidamente e suspender medicação 2-3 dias após o término dos sintomas • Não iniciar medicamentos que reduzem o ácido úrico • A escolha do medicamento depende das comorbidades
  • 29. Tratamento – Crise Aguda •Anti-inflamatórios não-hormonais •Colchicina •Glicocorticóides •Infiltração de glicocorticoide •Anti IL-1 • Anakinra • Canakimumabe
  • 30. Tratamento – Prevenção de Recorrência •Mudança de estilo de vida • Obesidade e dieta • Álcool • Hipertensão e diuréticos
  • 31. Tratamento – Prevenção de Recorrência •Terapia Farmacológica – Indicações • Ataques frequentes (> 2/ano) • Sinais clínicos ou radiográficos de artrite crônica/tofos • Gota + DRC • Uricosúria > 1100mg/dia
  • 32. Tratamento – Prevenção de Recorrência •Terapia Farmacológica – Metas • Ácido úrico sérico < 6mg/dL • ConsiderarÁcido úrico < 5mg/dL se houver presença de tofo
  • 33. Tratamento – Prevenção de Recorrência •De maneira geral, o tratamento é iniciado pelo menos após 2 semanas da crise aguda •Duração indefinida
  • 34. Tratamento – Prevenção de Recorrência • Alopurinol • Inativação irreversível da xantina oxidase • Dose habitual 300mg/dia (máxima 900mg/dia) • Efeitos colaterais: citopenias, farmacodermia, síndrome de hipersensibilidade ao alopurinol • Benzobromarona • Uricosúrico • Indicados em pacientes hipoexcretores • 50-200mg/dia • *Nefrolitíase
  • 35. Tratamento – Profilaxia durante início do tratamento •Colchicina por 6 meses junto com o anti- hiperuricemiante •Ingesta de água •Avaliar alcalinizar a urina
  • 36.
  • 37.
  • 38. Doença por Pirofosfato •O pirofosfato de cálcio é um sal que pode se depositar no tecido conjuntivo, podendo causar síndromes clínicas ou ser assintomático
  • 39. Doença por Pirofosfato •Mais comum em idades avançadas •Maior parte é assintomática •Doenças relacionadas • Hemocromatose, hiperparatireoidismo, hipomagnesemia, acromegalia, DM
  • 40. Doença por Pirofosfato – Formas Clínicas •Assintomático •Pseudogota •Pseudoartrite reumatoide •Pseudoosteoartrose •Doença articular pseudoneuropática
  • 41. Doença por Pirofosfato – Diagnóstico •Líquido sinovial • Presença de cristal com birrefringência fracamente positiva em forma de barra
  • 42. Doença por Pirofosfato – Diagnóstico •Radiológico • Calcificação, geralmente linear na fibrocartilagem ou cartilagem articular
  • 43.
  • 44. Doença por Pirofosfato –Tratamento •Infiltração •Colchicina •AINH •Hidroxicloroquina